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Seminário IV
REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL E 
MEDIDA CAUTELAR FISCAL
Leitura básica
•	CONRADO, Paulo Cesar. Processo Tributário. 3 ed. São Paulo: Quartier Latin, 2012, Capítulo 9, item 9.3.1. 
•	CONRADO, Paulo Cesar. Execução Fiscal. 3 ed. São Paulo: Noeses, 2017, Capítulo 7, itens 7.1 a 7.5 e capítulo 10.
•	COSTA, Juliana Furtado; CONRADO, Paulo Cesar; VERGUEIRO, Camila Campos. Responsabilidade Tributária. São Paulo: Thomson Reuters/Revista dos Tribunais, 2017. Capítulos 2, 4, 5 e 6. 
Leitura complementar
•	ARAÚJO, Juliana Furtado Costa. Retificação de certidão de dívida ativa. In: CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS – IBET. Sistema tributário brasileiro e a crise atual. São Paulo: Noeses, 2009.
•	CANTANHEDE, Luís Claudio Ferreira. O redirecionamento da execução fiscal em virtude do encerramento irregular da sociedade executada e o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAÚJO, Juliana Furtado Costa (Coord.). O Novo CPC e seu impacto no Direito Tributário. 2 ed. São Paulo: Thomson Reuters, 2016.
•	CONRADO, Paulo Cesar. Exceção de pré-executividade em matéria tributária: do sincretismo processual ao dever de cooperação (art. 6º do CPC/2015), passando pela “nova” definição de coisa julgada. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAÚJO, Juliana Furtado Costa (Coord.). O Novo CPC e seu impacto no Direito Tributário. 2 ed. São Paulo: Thomson Reuters, 2016.
•	CONRADO, Paulo Cesar. Redirecionamento como forma (esdrúxula) de constituição da obrigação tributária (relativamente ao terceiro-responsável) e de aparelhamento da lide executiva fiscal (contra aquele mesmo terceiro). In: CONRADO, Paulo Cesar (Coord.). Processo tributário analítico, vol. II.2 ed. São Paulo: Noeses, 2016.
•	FERRAGUT, Maria Rita. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica e a responsabilização de grupos econômicos. In: XII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET, 2015. 
•	FERRAGUT, Maria Rita. Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002. São Paulo: Noeses Itens 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 2.7, 2.9, do Capítulo II e itens 7.1, 7.2, 7.3, 7.4, 7.5, 7.6 e 7.7 do Capítulo VII.
•	FORTES, Fellipe Cianca. Inscrição do crédito tributário em dívida ativa e eficácia executiva da CDA. In: CARVALHO, Paulo de Barros. Racionalização do sistema tributário. São Paulo: Noeses, 2017. 
•	GRUPENMACHER, Betina Treiger. A aplicação do incidente de desconsideração de personalidade jurídica, previsto no novo código de processo civil aos processos judiciais e administrativos em matéria tributária. In: XII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET, 2015. 
•	MENDES, Frana Elizabeth. CPC x sistema tributário nacional x lei de execução fiscais: situações de impossibilidade de substituição de depósito judicial por seguro-garantia ou fiança bancária. In: CARVALHO, Paulo de Barros. Racionalização do sistema tributário. São Paulo: Noeses, 2017. 
•	ROSA, Íris Vânia Santos. A penhora na execução fiscal, 2ª ed. São Paulo: Noeses, 2019. Capítulo 4, itens 4.3 a 4.5 e capítulo 6.
Questões
1. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar fiscal? Identificar o fundamento e os requisitos legais da medida cautelar fiscal, bem como apontar qual o momento oportuno para a sua propositura. (Vide anexos I e II).
A natureza jurídica da execução fiscal possui a natureza de execução vinculada à procedimento especial, pertencendo a categoria de ações tributárias de natureza exacional, objetivando a obtenção da tutela jurisdicional executiva para realização da obrigação tributária inadimplida. Já Medida Cautelar Fiscal, é um mecanismo que visa a obtenção de providência acauteladora, visando a decretação imediata de indisponibilidade dos bens do devedor até o limite da satisfação da obrigação, almejando garantir a efetividade da Execução a ser ajuizada. 
Essa medida acauteladora possui regulamentação na Lei nº 8.397/92, que estatui em seu art. 2º os requisitos necessários à sua requisição pelo Fisco, os quais preveem as condutas praticadas que possibilitam o requerimento do deferimento da medida cautelar. Já, prevê o art. 3º da diz que para concessão da medida cautelar fiscal são necessários 02 (dois) requisitos: a prova literal da constituição do crédito fiscal e a prova documental dos casos previstos no art. 2º da Lei nº 8.397/92, entretanto, importante destacar que, o parágrafo único do artigo 1º da lei prevê a possibilidade de concessão de medida liminar em face do devedor, mesmo que não constituído crédito tributário. Mesmo com a previsão legal, não deve ser aplicada tal hipótese, pois a medida cautelar, tem por objetivo a constrição de patrimônio do devedor até o limite da obrigação, pois seria impossível definir os limites de uma obrigação sem que a constituição da mesma. Em relação ao momento oportuno para o ajuizamento da Medida Cautelar Fiscal, importante primeiramente ressaltar que esta, assim como a Execução Fiscal, consubstancia-se em dever de ação do Fisco, cuja incumbência é realizar a cobrança dos créditos tributários. Nesse sentido, o momento adequado para o ajuizamento da medida cautelar é justamente aquele em que ocorrer quaisquer das hipóteses previstas no art. 2º da Lei nº 8.397/92 e desde que já esteja devidamente constituído o crédito tributário, sob pena de que a medida e a própria execução fiscal a ser ajuizada acabe frustrada, o que deve, pode acabar em responsabilidade do agente incumbido pela cobrança, visto que é dever do Fisco vigiar a ocorrência de eventos que ensejem na necessidade de requisição de medidas cautelares para assegurar o recebimento do crédito tributário.
2. A CDA que instrui a petição inicial do executivo fiscal pode ser retificada quantas vezes bem entender o Fisco? Quais vícios fundamentam sua retificação? Até que momento a CDA pode ser alterada? (Vide anexo III).
A CDA que instrui a petição inicial do executivo fiscal pode ser emendada ou substituída (nas situações em que se encontre presentes vícios relacionados à própria certidão ou a termo que a antecede, sendo vedada a alteração do ato de constituição do crédito tributário ante simples correção da CDA. art. 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80 c/c art. 203 do CTN).
Esta hipótese refere-se a faculdade concedida à Fazenda Pública, em atendimento aos princípios da economia processual, efetividade, celeridade e transparência. Conforme as legislações aplicáveis (CTN e LEF), a correção ou retificação da CDA pode ocorrer até o momento da decisão de primeira instância, sendo esse o entendimento da doutrina e a jurisprudência.
 Na hipótese de terem sido manejados embargos à execução há convergência no sentido de que, a retificação poderia ser feita até a sentença de mérito dos embargos, posição essa inclusive sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça (Súmula nº392), hipótese na qual, deve ser devolvido o prazo de embargos ao Executado para manifestar-se estritamente acerca das retificações realizadas, sob pena de infringência aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Caso não tenham sido manejados embargos, em que pese haja divergência doutrinária a respeito, filio-me à corrente que preceitua que a alteração da CDA pode ocorrer até a sentença extintiva do processo, nos termos do art. 794 e 795 do CPC, pois entendo que o conceito de “decisão de primeira instância” trazida pela legislação tributária deve ser interpretado no sentido de sentença de primeira instância, e não qual decisão interlocutória. No mesmo sentido, no caso de apresentação de exceção de pré-executividade, a Impresso por Cida, CPF 628.424.636-68 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 28/04/2020 20:35:11 Página 4 de 14 retificação da CDA poderá ser feita até a decisão que determinar a extinção da execução fiscal em razão do acolhimento da exceção, ou, caso tenha prosseguimento o feito, sendo rechaçada a exceção, com a sentença de extinção do processo ou com a sentença de mérito dos embargos por venturaopostos. Por fim, entendo que a retificação pode ser realizada quantas vezes forem necessárias - desde que respeitados os limites materiais e processuais - posto que não restou estipulado na legislação aplicável qualquer limitação nesse sentido.
3.	Considerando as alterações relativas ao processo de execução trazidas pelo CPC/15, pergunta-se:
	(a) Aplicam-se os arts. 915 e 919 do CPC/15 nos processos de Execução Fiscal? (Vide anexo IV);
Sabe-se que pela adoção dos critérios clássicos – hierárquico, especialidade e cronológico - de resolução das antinomias jurídicas, extrai-se que as normas de caráter especial se sobrepõem as normas de caráter geral. No caso em apreço, o artigo 915 do CPC/15 dispõe acerca do prazo para oferecimento de embargos à execução pelo devedor, estipulando que tal prazo será de 15 (quinze) dias, contados, em regra da juntada do comprovante de citação do devedor ou nas demais hipóteses previstas no art. 232 do mesmo diploma legal, entretanto, a Lei de ExecuçõesFiscais, norma especial que rege tal espécie de processo, determina em seu artigo 16 que o prazo para oferecimento de embargos à execução será de 30 (trinta) dias, contados do depósito, da juntada de prova da fiança bancária ou seguro garantia ou da intimação dapenhora. Diante disso, considerando que a Lei de Execuções Fiscais é norma especial, e que o Código de Processo Civil é aplicável ao processo de execução fiscal em caráter supletivo e subsidiário (art. 15 do CPC c/c art. 1º da Lei 6.830/80), havendo previsão específica na norma especial, inaplicável às execuções fiscais o disposto no art. 915 do Código deProcesso Civil. De outro norte, o art. 919 do CPC/15 estabelece que os embargos à execução via de regra não terão efeito suspensivo, podendo, entretanto, o Magistrado conceder-lhe tal efeito se requerido pelo Embargante forem evidenciados os requisitos autorizadores para a concessão de tutela provisória e desde que a execução esteja garantida por penhora, depósito ou caução. Pois bem, acerca do efeito dos embargos à execução silenciou a Lei de Execuções Fiscais, de modo que, nesse caso, aplicar-se-á o disposto no art. 919 do CPC/15, posto que se trata de lacuna na norma específica, sendo plenamente admissível a aplicação subsidiária e supletiva da norma geral, devendo-se, entretanto, quanto à garantia exigida pelo art. 919 do CPC, observar-se o disposto na norma especial, ou seja, na Lei de Execuções Fiscais, em seu art. 9º, donde resta definido os meios admissíveis de garantia à execução fiscal.
	(b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito de, no prazo de 5 dias da sua citação, “garantir a execução”? Justifique sua resposta.
Sim, pois independentemente de alterações na legislação processual civil, tal garantia está contida em norma especial, especificamente no art. 8ºda Leide Execuções Fiscais, de modo que, não tendo sido o mesmo revogado, permanece inalterada a sua aplicação.
4.	Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do contribuinte-devedor previsto no art. 185-A do CTN (conhecido como penhora “on-line”). Pergunta-se: (i) Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de penhora ou de medida cautelar? (ii) A decretação da indisponibilidade a que se refere o art. 185-A do CTN é fato jurídico suficiente à abertura de prazo para apresentação de embargos? (iii) Quais seus pressupostos e limites legais? É necessária demonstração por parte da Fazenda de que inexistem outros bens capazes de garantir a dívida? Ou aplica-se o art. 854 do CPC/15? (Vide anexo V e VI).
A penhora “on-line” descrita no art. 185-A do CTN nada mais é do que a penhora de bens e direitos realizada por meio eletrônico, entretanto, em virtude do seu procedimento, faz-senecessária apontamento acerca de suanatureza jurídica. Inicialmente, o Magistrado emite ordem de rastreio/localização de bens do devedor, sobreos quais recairão a efetivaconstrição judicial, ao emitir tal ordem o Magistrado já requisita a indisponibilidade dos bens por ventura existentes, até o limite do valor da execução, a fim de acautelar a efetiva penhora, que se dará com a transferência do montante indisponívelparaconta vinculada ao juízo da execução. Sendo assim, verifica-se que, em um primeiro momento a determinação de indisponibilidade assume caráter de medida cautelar, posteriormente, entretanto, assumindo caráter de penhora. A mera decretação de indisponibilidade de bens não é fato suficiente à abertura do prazo para oferecimento de embargos à execução, visto que, ela ocorre sem a oitiva do Executado, deste modo o prazo paraoferecimento dos embargos deverá começara fluir a partir da ciência inequívoca do mesmo acerca da constrição efetuada, nos termos do art. 16, III, da Lei de ExecuçõesFiscais. Ressalte-se, entretanto que, uma vez intimado o Executado acerca da indisponibilidade – o que se dá, geralmente, mediante intimação acerca da juntada de extrato das atividades pelo próprio Magistrado - desnecessária a lavratura de auto de penhora específico e nova intimação, sob pena de frustrar o princípio da celeridade processual, objetivado pelanorma ao criaro procedimento da penhora “on line”. A determinação da medida de que trata o art. 185-A do CTN tem como pressuposto que o devedor tenha sido devidamente citado e não tenha efetuado o pagamento da dívida, nem oferecido garantia à execução, devendo ser efetivada até o limite do valor total da execução. Em relação a necessidade de esgotamento de todas as demais medidas para que seja autorizada a realização da penhora “on line” de que trata o art. 185-A do CTN, entendo que, em que pese haja previsão expressa no Código Tributário Nacional, norma essa de caráter especial e recepcionada com caráter de norma complementar, deve-se aplicar o disposto no art. 854 do Código de Processo Civil, no que tange à penhora on line de dinheiro e aplicações financeiras, em atenção a teoria modernado Diálogo das Fontes. Isto pois, em que pese a norma especial - pelo conceito clássico de resolução de antinomias jurídicas – derrogue a norma de caráter geral, faz-se necessária a interpretação do ordenamento jurídico como um todo para aplicação das normas coexistentes, sob pena de o sistema jurídico tornar-se incoerente. Note-se que o art. 185-A do CTN está inserido em capítulo que versa sobre “as garantias e privilégios do Crédito Tributário”, os quais foram conferidos pela norma especial com o fito de garantir tratamento diferenciado ao crédito tributário, ante o interesse público e coletivo envolvido na percepção de receitas pelos cofrespúblicos. Dessa interpretação, infere-se que, o mencionado dispositivo, buscou criar uma alternativa paragarantir a celeridade e efetividade nas medidas constritivasà disposição
doFisco, autorizando a sua realização mediante sistemas eletrônicos. Ocorre que, posteriormente a sua inclusão no sistema normativo, que se deu através da Lei Complementar 118/2005, sobreveio alteração no Código deProcesso Civilde 1973 através da lei 11.382/2006, cuja redação manteve-se no Código de Processo Civil de 2015, o qual não fez qualquer previsão à necessidade de esgotamento de todas as medidas disponíveis para que fosse possibilitada a realização da penhora on line de dinheiro e aplicações financeiras, deixando clara a suadesnecessidade. Diante disso, seria no mínimo incongruente deixar o credor público, cujo crédito é revestido de garantias e preferências, em situação pior do que o credor particular, sob penade se deturpar ocaráter normativo. Por esta razão, sobrevindo norma de caráter geral mais benéfica ao que a norma especial conferiu tratamento diferenciado – nesse caso o crédito tributário – deve ser a mesma aplicada, como preceitua a teoria do diálogo das fontes. Ressalte-se, contudo, que sua aplicação está restrita as penhoras on line de dinheiro e aplicações financeiras, pela intepretação conjunta dos arts. 185-A do CTN c/c art. 11 da Lei, I, da 6.830/80 e arts. 835, I e 854 do Código de Processo Civil, não devendo a mesma ser confundida com a penhora universal prevista no art. 185-Ado CTN, que autoriza a penhora on line de quaisquer bens e direitos, sendo que, nos demais casos, a previsão contida no CTN deverá ser respeitada, por ausência de previsão legal em contrário. Ademais, a fim de por cabo a qualquer discussão acerca da possibilidade de aplicação das normas contidas no CPC no presente caso, pontua-se que em que pese o Código Tributário Nacional tenha sido recepcionado como norma de caráter complementar, sabe-se que a doutrina mais moderna já entende que, a norma complementar não é hierarquicamente superior à norma ordinária, mas sim, trata de matérias reservadas à ela pelo legislador originário, de modo que, para que uma norma complementar tenha supremacia sobre outro tipo normativo – não por hierarquia, mas sim por reserva legal - necessário que a matéria por ela legislada tenha sido identificada como matéria reservada à essa espécie normativa. Diante disso, verifica-se que o art. 185-A do CTN, versa sobre questão processual, ligada à execução fiscal, matéria essa não incluso no rol das matérias reservas à norma complementar, contido no art. 146 da ConstituiçãoFederal, de modo que, não há, nesse caso e por essa razão, impossibilidade de aplicação de dispositivos que versem sobre o mesmo assunto em outros tipos normativos, tal qualo Código deProcesso Civil.
5.	Na execução fiscal o devedor-executado é citado para pagar ou indicar bem(ns) à penhora em cinco dias. Na hipótese de oferecimento de seguro-garantia, terá o devedor-executado que acrescentar 30% do valor do débito executado ao seguro para que essa modalidade de garantia seja aceita? Considere em sua resposta o teor do art. 7º, II da Lei n. 6.830/80 e o § 2º do art. 835 do CPC/15.
Para que a garantia mediante prestação de seguro-garantia seja aceita no âmbito das ExecuçõesFiscais, não é necessário que o devedor-executado acrescente 30% do valor do débito executado ao seguro. Os arts. 7º, II e 9º, II da Lei nº 6.830/80 estabelecem o Executado poderá ofertar o seguro-garantia como espécie de garantia a execução, com o fito de evitar a realização da penhora. Institui ainda o caput do art. 9º da Lei nº 6.830/80 que o valor do seguro-garantia deve ser o valor da dívida, acrescido dos juros, multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, não dispondo sobre a exigência do acréscimo de quaisquer outrosvalores ao seguro. Por sua vez o art. 835, § 2º do Código de Processo Civil, estabelece que, a penhora poderá ser substituída por seguro-garantia, desde que este contemple, além do valor da dívida, acréscimo de 30% (trinta por cento). Note-seque claramente, tais dispositivos tratam de hipótesesdistintas, já que, os artigos retro mencionados da Lei de Execuções Fiscais versam acerca da prestação inicial de garantia pelo Executado, ou seja, antes de efetivada a penhora, que só ocorre nos termos do art. 7º, II dareferida legislação, caso não oferecida garantia ou paga a dívida. De outro norte, a legislação processual traz previsão acerca de hipóteses em que, efetivada a penhora, visa o Executado substituí-la por espécie de garantia, tal qual o seguro-garantia ou a fiança bancária, sendo, nesse caso, exigido o acréscimo de que trata o § 2ºdo art. 835 do CPC. Sendo assim, na hipótese de o Executado oferecer seguro-garantia no prazo de 05 (cinco) dias a contar da citação, inaplicável a exigência de acréscimo contida no art. 835, § 2º do CPC, que trata dehipótese diversa
6.	Qual o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal? Há alguma divergência entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC/15? (Vide anexo VII).
O termo inicial para consideração da fraude à execução que verse sobre crédito de natureza tributária é a inscrição em dívida ativa do mesmo, nos termos do art. 185 do CTN, tal posicionamento já fora inclusive sedimentado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso julgado sob a sistemática dos repetitivos (Resp nº 1.141.990/PR) Ressalte-se, contudo, que no caso de alienações efetivadas antes de 09.06.2005, o marco inicial será a citação válida do devedor, posto que a Lei Complementar118/05 – cuja vigência iniciou-se nessa data - alterou a redação do art. 185 do CTN, que antes previa a necessidade de citação válida do devedor para configuração da fraude e após a alteração passou a dispor somente quanto a necessidade de inscrição do crédito em dívidaativa. Em relação aos créditos de natureza não-tributária que sejam objeto de execução fiscal, inaplicável, contudo, o disposto no art. 185 do CTN, de modo que, o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal será disciplinado pelo art. 792 do CPC/15 - que se aplica de modo supletivo e subsidiário à norma especial - sendo, portanto, seu termo iniciala ocorrênciadas hipótesesdescritas nos incisos do mencionado artigo. Entendo que não há divergência entre os arts. 185 do CTN e 792 do CPC/15, posto que coexistem harmonicamente, sendo aplicadas à hipóteses diversas. Em relação aos créditos de origem tributária, é aplicável apenas odisposto no art. 185 do CTN já que, a norma especial (CTN) pelo princípio da especialidade deverá se sobrepor sob a norma geral, que somente possui aplicação em caráter subsidiário e supletivo quando da ausência de normas específicas (art. 15 do CPC), como é o caso dos créditos de origem não-tributária. Por fim, vale destacar que em caso de desconsideração da personalidade jurídica o termo inicial para consideração de fraude à execução será a citação do sócio ou da empresa (no caso de desconsideração inversa), como se infere da interpretação conjunta do disposto nos arts. 137 e 792, § 3ºdo Código deProcesso Civil.
 
7.	A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, execução fiscal contra a empresa XPTO, requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal para seu sócio Luis Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por fundamento fático o encerramento irregular da sociedade. Considerando a vigência do novo Código de Processo Civil, pergunta-se:
	a) é necessário, no caso relatado, a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ)? Sendo negativa ou positiva a resposta, justifique? Se for negativa em que hipóteses o IDPJ seria cabível?.
	No caso em apreço não deverá ser instaurado incidente de desconsideração da personalidade jurídica, isto porque o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, somente seria cabívelno âmbito do processo judicial tributário, caso verificada a ocorrência de alguma das hipóteses descritas no art. 50 do Código Civil, quais sejam: abuso de personalidade, desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Em relação as hipóteses previstas no art. 135 do CTN, note-se que o legislador prevê a responsabilidade pessoal das pessoas elencadas no art. 134 e 135, incisos II e III do mesmo diploma legal pelos créditos correspondentes aobrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, de modo que entendo que, mesmo havendo entendimentos diversos consolidados pela jurisprudência pátria, estas não seriam hipóteses autorizadoras da instauração de incidente de desconsideração dapersonalidade jurídica. Isto porque a desconsideração da personalidade jurídica (pleiteada em na petição inicial ou em caráter incidental), visa galgar a responsabilidade patrimonial de terceiro pela obrigação, enquanto o art. 135 do CTN prevê hipótese de sujeição passiva tributária das pessoas por ele elencadas, que passarão a ostentar a qualidade de parte, de modo que, tratam-se, portanto, de institutos completamente diversos.
Diante disso, no caso em apreço para que a execução pudesse ser ajuizada/redirecionada em desfavor do sócio, essencial que o mesmo tenha participado do processo administrativo que deu origem ao lançamento, sob pena de supressão dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, que poderiam ser atacados por exceção de pré-executividade, o que não se aplica aos casos de desconsideração, já que não haverá inclusão do terceiro no polo passivo dademanda, masapenasa aplicação dosefeitos patrimoniais doprocesso sobre si. Aliás, no caso em análise verifica-se que o requerimento de redirecionamento se deu em razão da dissolução irregular da sociedade, tendo sidoutilizado como fundamento o art. 135 do CTN, a respeito disso esclarece-se que apesar de não estar contido em tal artigo expressamente a previsão quanto a possibilidade de responsabilização pessoal nos casos de dissolução irregular, oSuperior Tribunal de Justiça sumulou entendimento no sentido de que a dissolução irregular da sociedade autoriza o redirecionamento da execução fiscal contra os sócios, pois constitui hipótese de infração de lei, tendo em vista que o art. 127 do CTN dispõe acerca da obrigatoriedade dos contribuintes de informarem seu domicílio fiscal à Administração, presumindo-se, no caso de pessoas jurídicas de direito privado, ser este situado à sede da empresa e ainda que o art. 46 do Código Civil estabelece como requisito do registro de pessoas jurídicas a indicação de sede. A despeito de tal posicionamento, entendo que se mostra equivocado tal posicionamento, isto porque o art. 135 do CTN estabelece que a responsabilidade pessoal abarca as obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, logo, impossível que tal dispositivo abarque as hipóteses de dissolução irregular, já que esta ocorre após o surgimento da obrigação tributária.
b) uma vez instaurado o IDPJ, a defesa apresentada pelo sócio ou pessoal jurídica que se pretende atribuir responsabilidade pela obrigação tributária pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua responsabilização patrimonial pela dívida objeto da execução fiscal? 
Em caso de incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a defesa apresentada deve versar sobre a ilegitimidade da responsabilização patrimonial do terceiro, isto porque, o incidente visa resolver questão incidental do processo, razão pela qual, inclusive, será decidido pordecisão interlocutória. Deverá o mérito da cobrança ser discutido por meio de embargos do devedor, caso julgado procedente o incidentede desconsideração da personalidade jurídica.
 
8.	Em sua opinião, para que a execução fiscal seja proposta já com o sócio no pólo passivo (seu nome consta na certidão de dívida ativa) é necessário que participado do processo administrativo para apuração de sua responsabilidade? Justifique sua resposta indicando o dispositivo normativo processual (CPC/2015 ou lei de execução fiscal) que confirma ou infirma a legitimidade passiva do sócio na execução fiscal.

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