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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO 
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO 
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 
AULA 00 
1. Constituição. Conceito. Classificação. Aplicabilidade e 
Interpretação das Normas Constitucionais. 4. Princípios 
Fundamentais da Constituição Brasileira. 2. Poder Constituinte. 
Conceito, Finalidade, Titularidade e Espécies.
I. INTRODUÇÃO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐8
II. ORIGEM E CONTEÚDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐9
III. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 12
IV. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 19
V. PODER CONSTITUINTE‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 32
VI. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS‐‐‐‐‐‐‐‐‐44
VII. ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 52
VIII.PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 58
IX. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 72
X. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 79
XI. QUESTÕES DA AULA‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 97
XII. GABARITO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 118
XIII.BIBLIOGRAFIA CONSULTADA‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 120
Olá futuros Auditores-Fiscais do Trabalho! 
Prontos para o SEU salário de R$ 13.600,00? 
Primeiramente, vou me apresentar para que vocês me conheçam um pouco 
melhor. Meu nome é Roberto Troncoso, sou Auditor Federal de Controle 
Externo do Tribunal de Contas da União aprovado no concurso de 2007 e pós-
graduado em Auditoria e Controle da Gestão Governamental. No Tribunal, 
exerço a função de Pregoeiro Oficial e Gerente de Processos. Antes de 
trabalhar na Corte de Contas, fui Agente da Polícia Federal e Técnico Judiciário 
do TJDFT. 
Durante essa caminhada pelo mundo dos concursos, também fui aprovado 
dentro das vagas para outros cargos, porém, sem assumi-los: Agente de 
Polícia Federal Regional – 2004, Agente de Polícia Civil do DF – 2004, 
Ministério das Relações Exteriores – Oficial de Chancelaria – 2004 e 
Escriturário do BRB – 2001. 
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O PROCESSO DE ESTUDO PARA CONCURSOS 
Uma vez apresentados, gostaria de dizer para vocês que o processo de estudo 
para concursos públicos pode ser dividido em três etapas: aprendizado do 
conteúdo, revisão da matéria por meio de esquemas e mapas mentais e, por 
fim, a aplicação do conhecimento e mensuração do nível de aprendizagem 
por meio de resolução de exercícios e provas anteriores. 
Nosso curso se dedica aos três passos: 
 Exposição teórica do conteúdo completo da matéria de forma 
simples e objetiva, com a linguagem mais acessível possível. 
 Esquemas com a matéria abordada para facilitar o estudo e a 
revisão. 
 Mais de 1.000 exercícios resolvidos e comentados! 
 Não há exigência de conhecimentos prévios. O curso é voltado 
tanto para o estudante que nunca estudou Direito Constitucional 
quanto para o aluno mais avançado, que quer adquirir 
conhecimentos profundos sobre o tema. 
FALANDO SOBRE A SUA PROVA 
A matéria de Direito Constitucional é de importância fundamental para a 
sua aprovação. Ela está na parte de conhecimentos gerais, tem peso dois, 
vale aproximadamente 20% da sua prova objetiva e é um dos 
possíveis temas para a sua prova discursiva. Dessa forma, você deve dar 
muita atenção a essa disciplina! 
O conteúdo do nosso curso se baseia edital do último concurso. Se vocês já 
tiveram a oportunidade de analisá-lo, verão que ele é bastante extenso, o que 
requer um esforço extra da nossa parte. Vejam só o seu edital, na ordem em 
que será visto em nossas aulas: 
 
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Aula 00 09/03/12 
1. Constituição. Conceito. Classificação. Aplicabilidade e 
Interpretação das Normas Constitucionais. 4. Princípios 
Fundamentais da Constituição Brasileira. 2. Poder Constituinte. 
Conceito, Finalidade, Titularidade e Espécies. 
Aula 01 19/03/12 
6. Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos e Deveres 
Individuais e coletivos, e Direito de Petição 
Aula 02 29/03/12 
6. Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos e Deveres 
Sociais, Políticos e Nacionalidade. 
Aula 03 09/04/12 
Tutela Constitucional das Liberdades: Mandado de Segurança, 
Habeas Corpus, Habeas Data, Ação Popular, Mandado de 
Injunção. Ação Civil Pública. 
Aula 04 19/04/12 5. Organização dos Poderes do Estado. Poder executivo 
Aula 05 29/04/12 5. Organização dos Poderes do Estado. Poder legislativo 
Aula 06 9/05/12 5. Organização dos Poderes do Estado. Processo legislativo 
Aula 07 19/05/12 5. Organização dos Poderes do Estado. Poder judiciário 
Aula 08 29/05/12 
5. Organização dos Poderes do Estado. Funções essenciais à 
justiça 
Aula 09 09/06/12 
3. Supremacia da Constituição. Controle de Constitucionalidade. 
Sistemas de Controle de Constitucionalidade. Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de 
Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental. 
Aula 10 19/06/12 
3. Supremacia da Constituição. Controle de Constitucionalidade. 
Sistemas de Controle de Constitucionalidade. Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de 
Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental. 
Aula 11 29/06/12 
8. Da Ordem Social. Seguridade Social: Conceito, Objetivos e 
Financiamento. Saúde, Previdência Social e Assistência Social. 
Aula 12 09/07/12 
7. Da Ordem Econômica e Financeira: Princípios Gerais da 
Atividade Econômica. Sistema Financeiro Nacional. 
A programação será seguida com a maior fidelidade possível ao calendário e ao 
conteúdo programático. No entanto, ela não será rígida e poderá haver 
alterações no decorrer do curso. 
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Não trataremos do tema 9. Administração Pública: Princípios Constitucionais, 
uma vez que ele pertence à disciplina “Direito Administrativo.” 
Abordaremos os pontos mais importantes e que, a nosso ver, têm maior 
possibilidade de cair na sua prova. 
Com a publicação do edital, faremos os devidos ajustes no cronograma e/ou 
conteúdo, se necessário. 
METODOLOGIA 
Meu caro aluno e futuro Auditor-Fiscal do Trabalho, no desenvolvimento desse 
material, para que você entenda melhor os conceitos, utilizarei a linguagem 
mais fácil e acessível possível, sem me prender ao “juridiquês”. No 
entanto, tenha em mente que a linguagem jurídica é muito importante e é ela 
que provavelmente cairá em sua prova. 
Primeiramente, farei a exposição do conteúdo. Logo em seguida, sempre que 
necessário, trarei um esquema para que você possa revisar a matéria com 
mais rapidez. Por último, trarei uma bateria de exercícios comentados 
relacionados ao tema. 
Apesar de saber que a ESAF (sua banca examinadora) usará, na sua prova, 
somente questões de múltipla escolha, faremos, na maioria das vezes, 
questões de Certo ou Errado. Isso porque, quando estamos fazendo exercícios 
de múltipla escolha, ao marcarmos uma assertiva que temos certeza de estar 
certa, tendemos a descartar automaticamente os demais itens da questão, ou, 
no mínimo, analisamo-los de forma tendenciosa. Dessa forma, não fazemos o 
juízo de valor mais adequado e, consequentemente, aprendemos menos. 
No decorrer do curso, serão usadasquestões da ESAF e também de 
outras bancas. Isso ocorrerá por três motivos: primeiro, porque 
conseguiremos fazer um número muito maior de exercícios. Fazer exercícios é 
FUNDAMENTAL e fazer muitos é melhor ainda. 
Segundo, para que consigamos enxergar a matéria de diferentes formas, 
tendo, como consequência, um maior aprendizado. Se fizermos exercícios onde 
a mesma matéria é cobrada de formas diferentes, aprendemos muito mais e 
começamos a ter uma visão mais ampla do conteúdo ao invés daqueles 
"decorebinhas" de cada banca. 
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Terceiro, para os alunos não "viciarem na banca" e se aterem ao conteúdo. 
Você já reparou que tem gente que não gosta da FCC, do CESPE, ou da ESAF 
ou da banca xyz? Na minha opinião, isso é bobagem, pois o conteúdo é um só. 
Imagine se a banca do concurso for justamente a que você não gosta. 
Agora o pior: imagine se o estilo da banca mudar justamente na sua prova!!! 
Esse movimento já vem sendo nitidamente percebido em bancas como 
a ESAF e a FCC, que estão adotando questões mais interpretativas. 
Igualmente, bancas como o CESPE, que tradicionalmente aplicam 
provas mais interpretativas, em algumas provas, vêm trazendo 
algumas questões com um estilo mais “decoreba”. 
Dessa forma, resolver questões somente da banca não é a estratégia mais 
adequada... Devemos estar preparados para qualquer tipo de prova! 
COMO TORNAR SEU ESTUDO MAIS EFICIENTE 
Muitas pessoas estudam para concursos públicos por dois, três, quatro anos e 
não passam. Você sabe por quê? Será que essas pessoas não são inteligentes? 
Eu garanto que elas são inteligentes sim! E muito! Mas talvez método de 
estudo dessas pessoas não esteja sendo tão eficiente quanto poderia. Vou dar 
algumas dicas para melhorar a qualidade do seu estudo. Esse método de 
estudo funcionou até agora para mim e para TODOS os meus alunos 
que estudaram dessa forma, sem exceções. Espero que ajude você 
também. 
1. Coloque todo o seu conhecimento em apenas um lugar: no seu 
caderno (ou mapa mental). 
Tudo o que você aprender nas aulas presenciais, coloque no caderno. 
Tudo o que você ler nos livros e for importante, coloque no caderno. 
Todos os exercícios que você fizer e que a informação não esteja no 
caderno, coloque lá. Até mesmo as aulas online, coloque tudo no seu 
caderno (ou mapa mental). 
Com o tempo, seu caderno vai ficar bastante completo e a informação 
estará do seu jeito, com as suas palavras e com a sua cara. 
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2. Se for estudar pelo livro, leia-o apenas UMA vez e coloque a 
informação no seu caderno. 
É muito pouco produtivo ficar lendo ou revisando em livros. 100 páginas 
de livro correspondem, em média a 10 de caderno. E é muito mais 
rápido ler 10 páginas escritas do seu jeito do que 100 páginas de 
linguagem rebuscada. 
3. REVISE todo o seu caderno periodicamente (no mínimo três 
vezes por mês, ou seja, a cada 10 dias). 
O conhecimento é como um objeto colocado na superfície da água: ele 
vai caindo devagar em direção ao fundo. Se aprendermos alguma coisa 
nova e nunca mais usarmos esse conhecimento, nosso cérebro entende 
que aquilo não é importante e descarta a informação. Dessa forma, 
devemos então mesclar o estudo de novas matérias com as revisões do 
que já foi estudado de forma a sempre deixar nosso conhecimento na 
superfície e não deixarmos que ele afunde. 
Por isso, a revisão periódica é FUNDAMENTAL! É aqui que você 
realmente aprende e fortalece sua rede neural, fixando o conhecimento 
no cérebro. Se você deixar para revisar na última hora, não vai adiantar 
nada. 
É exatamente assim que eu estudo: Aprendendo coisas novas, fazendo muitos 
exercícios e SEMPRE revisando o que eu já aprendi. E, para que o estudo 
seja eficiente, devemos ter uma forma ágil de resgatar e revisar a informação: 
o caderno ou o mapa mental. 
Revisar a matéria direto nos livros, mesmo com o realce / marca-texto / 
sublinhados etc. não é a forma mais eficiente de resgatar a informação. 
Vocês perceberão nas aulas (inclusive nessa), que eu uso esquemas em três 
cores para sistematizar o conteúdo. O meu caderno é EXATAMENTE desse 
jeito. Esses esquemas são praticamente a digitalização das minhas anotações. 
 
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COMO FAZER EXERCÍCIOS? 
1- Faça as questões uma a uma e confira o gabarito IMEDIATAMENTE. 
Caso tenha alguma dúvida, procure saná-la de pronto. Evite fazer 
um bloco inteiro para somente depois conferir. Você acaba sem sanar 
todas as suas dúvidas e perdendo informações valiosas. 
2- Ao terminar a bateria, calcule quantos itens você acertou, quantos errou 
e qual foi sua porcentagem de acertos (uma errada anula uma certa, 
estilo Cespe, ok?, ainda que a prova seja de outra banca). Mas por que, 
Roberto? Resposta: para saber a efetividade do seu estudo e para ter um 
parâmetro de autoavaliação. 
3- Quando atingir entre 80% e 90%, PARABÉNS! E VÁ ESTUDAR OUTRA 
MATÉRIA! Não tente chegar aos 100%, pois o custo benefício desse 
conhecimento é baixo. Lembre-se: seu objetivo é passar na prova e 
não virar doutor em Direito Constitucional. 
Caso necessário, enviem suas dúvidas, sugestões, pedidos especiais, 
comentários sobre o material, erros de digitação etc. para o email 
robertoconstitucional@gmail.com
Conheçam também meu blog, com questões comentadas e dicas de concursos: 
http://robertoconstitucional.blogspot.com
Finalizada a parte introdutória, vamos ao estudo! 
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I. INTRODUÇÃO 
Para melhor entendermos o que estamos estudando, é necessário que 
coloquemos o conhecimento na “gaveta” correta do nosso cérebro. Assim, 
sempre que estiver estudando algum conteúdo, é necessário saber em qual 
parte do todo ele se encaixa. É como se, primeiramente, sobrevoássemos de 
avião para ver o terreno em que vamos pisar. Uma vez visto o terreno de 
cima, aí sim, pousamos e vamos ver as peculiaridades de cada pedacinho dele. 
Essa é uma das possíveis estruturas do Direito Constitucional, observe-a bem 
e sempre a utilize para se orientar em seus estudos. 
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II. ORIGEM E CONTEÚDO DO DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Vamos começar com o estudo sobre a introdução à Constituição. Esse é um 
assunto bastante recorrente em provas. Apesar de, geralmente, não caírem 
muitas questões em uma mesma prova, ele sempre está presente, e pode ser 
o seu diferencial. 
Certa vez uma aluna me contou que ficou por duas questões na prova de 
Gestor, um concurso dificílimo, e que as questões que mais errou foram 
justamente sobre essa parte da introdução à Constituição. Então, apesar de 
ser um conteúdo introdutório, ele é bastante importante, sempre está presente 
em provas e pode ser decisivo em sua aprovação. 
Vou agora, antes de definir o que é o Direito Constitucional, repassar alguns 
conceitos para você. Apesar de não caírem tanto em provas, eles são 
importantes para a compreensão posterior do conteúdo. 
• Estado: é a organização de um povo soberano em um território. 
• Soberania: é a capacidade do povo em tornar efetivas as suas decisões 
e a reger a sua vida interna sem a interferência de fatores externos. É o 
poder supremo que um Estado exerce dentro de seu território não 
reconhecendo qualquer outro equivalente ou superior. Assim, a 
soberania poderá ser exercida inclusive através da coação física legítima, 
como o poder de polícia.• Nação: é a união de pessoas que possuem os mesmos hábitos, 
tradições, religião, língua e consciência nacional. O conceito de 
nação não depende de território e sim do sentimento de unidade que 
as pessoas possuem. 
Por exemplo: os bascos. A nação basca está inserida dentro do território 
espanhol. Para todos os fins, eles são espanhóis e são regidos pela lei e 
governo espanhóis. No entanto, eles possuem língua própria, cultura 
própria e costumes próprios. Se alguém perguntar para uma criança 
basca se ela é espanhola, ela responderá: “Não. Eu sou basca”. Então, 
apesar dos bascos serem espanhóis, eles não se sentem pertencentes à 
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Espanha. Assim, o conceito de nação pressupõe a consciência 
nacional. 
Além disso, o conceito de nação não está ligado a um território. Podemos 
ter um Estado com mais de uma nação, por exemplo, a Rússia. Pode 
haver também, uma nação sem território, como os bascos.
• Constituição: é a organização de um povo dentro de um território. 
É a maneira pela qual um povo se estrutura, interage e se organiza em 
seu espaço territorial. 
Esse é o conceito de Constituição em sua concepção ampla. Por enquanto fique 
com ele, mais tarde, trarei outros conceitos para você. 
A Constituição (nesse sentido amplo) não precisa ser escrita. Em sua 
concepção clássica, ela deve trazer normas sobre: 
a) Organização do Estado; 
b) aquisição, exercício e transmissão do poder; e 
c) Limitações ao poder do Estado (Direitos e Garantias Fundamentais). 
Com o desenvolvimento do estudo do Direito Constitucional e do Estado 
Moderno, houve a expansão do objeto das Constituições, inserindo-se normas 
estranhas àqueles três temas, como a proteção ao meio ambiente, à família, 
ou que o Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido 
na órbita federal (vide CF, art. 242, § 2º). 
A origem do estudo do Direito Constitucional se deu com a promulgação da 
Constituição Americana, em 1787 e com a Revolução Francesa, em 
1789. Guarde bem essas datas, pois, “vira e mexe”, elas caem em prova. 
Esquematizando: 
• Constituição – Organiza o povo dentro do território (não precisa ser escrita) 
o Concepção Clássica - Organização do Estado 
 (Const Material) - Aquisição, exercício e transmissão do Poder 
- Limitação do Poder do Estado (DGF) 
o Evolução das Constituições – Estado Moderno: expansão do objeto constitucional 
• Origem - Constituição Americana: 1787 
- Revolução Francesa: 1789 
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EXERCÍCIOS 
1. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O conceito de Estado possui basicamente 
quatro elementos: nação, território, governo e soberania. Assim, não é 
possível que haja mais de uma nação em um determinado Estado, ou mais de 
um Estado para a mesma nação. 
Errado. A nação é caracterizada pelo sentimento de união entre seus 
membros, ou seja, pela consciência nacional. Além disso, o conceito de 
nação não está ligado a um território. Podemos ter um Estado com 
mais de uma nação, por exemplo, a Rússia. Pode haver também, uma 
nação sem território, como os bascos. 
2. (CESPE/Promotor MPE-AM/2008) A soberania do Estado, no plano interno, 
traduz-se no monopólio da edição do direito positivo pelo Estado e no 
monopólio da coação física legítima, para impor a efetividade das suas 
regulações e dos seus comandos. 
Certo. A soberania é a capacidade do povo em tornar efetivas as suas 
decisões e a reger a sua vida interna sem a interferência de fatores 
externos. É o poder supremo que um Estado exerce dentro de seu 
território não reconhecendo qualquer outro equivalente ou superior. 
Assim, a soberania poderá ser exercida inclusive através da coação 
física legítima, como o poder de polícia. 
Quando a questão fala em “monopólio do direito positivo” significa que 
somente o Estado pode criar as leis, que deverão ser obedecidas por 
todos. 
3. (CESPE/Promotor MPE-AM/2008) Os tradicionais elementos apontados como 
constitutivos do Estado são: o povo, a uniformidade linguística e o governo. 
Errado. Os elementos tradicionais constitutivos do Estado são: povo, 
território e soberania. Observe que até mesmo esses conceitos mais 
simples caem em prova!!! Essa prova era de Promotor! Uma prova com 
nível de dificuldade considerado elevado pode trazer uma questão 
exigindo os conceitos básicos! Assim, preste atenção a eles! 
 
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III. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO 
Por mais estranho que isso possa parecer, siga o seguinte comando: “Pense 
em um automóvel”. Agora peça a duas ou três pessoas que estejam próximas 
a você para fazer o mesmo. 
Qual foi o automóvel que você e as outras pessoas pensaram? A resposta, 
quase sempre, inclui: Ferrari, Porsche, Mercedes, BMW etc. 
Da mesma forma que cada um tem um conceito para a palavra “automóvel”, 
existem também vários conceitos para a palavra Constituição. Vamos aos 
principais: 
1. CONCEITO MATERIAL 
É o cerne/núcleo do estudo constitucional. Engloba normas sobre: 
a) Organização do Estado; 
b) aquisição, exercício e transmissão do poder; e 
c) Limitações ao poder do Estado (Direitos e Garantias Fundamentais). 
A constituição material pode ou não estar escrita em um documento. 
2. CONCEITO FORMAL 
Pressupõe um texto escrito com normas materiais (vide conceito acima) e 
outras normas, todas com IGUAL hierarquia. Repetindo: NÃO HÁ 
HIERARQUIA ENTRE AS NORMAS EM UMA CONSTITUIÇÃO FORMAL. Se 
uma norma está na Constituição, então ela tem a mesma validade de qualquer 
outra norma, independente se é materialmente constitucional ou não. Esse é o 
tipo de conceito adotado pelo Brasil. 
Exemplo: uma Constituição, escrita em um documento formal, possui normas 
sobre a) organização do Estado; b) aquisição, exercício e transmissão do 
poder; c) limitações ao poder do Estado e d) sobre o meio ambiente. Perceba 
que os três primeiros tipos de norma são materialmente constitucionais (pelo 
conceito acima) e também formalmente constitucionais, pois estão escritas na 
Constituição. 
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Por sua vez, as normas sobre o meio ambiente serão também formalmente 
constitucionais, uma vez que estão escritas na Constituição (mas não são 
normas materialmente constitucionais). 
Observe que nessa Constituição fictícia, por ser formal, todas as normas 
possuem igual hierarquia. 
3. CONCEITO SOCIOLÓGICO 
Elaborado por Ferdinand Lassale (guarde esse nome, pois ele cai em 
prova!!), esse conceito diz que a Constituição é a soma dos fatores reais de 
poder, ela é fato social e não norma. Segundo ele, a CF reflete a realidade 
social. 
Explicando: a Constituição é a forma como um povo realmente se organiza. 
Não é porque alguém escreve um pedaço de papel e chama aquilo de 
Constituição que esse pedaço de papel vai reger a vida do povo. Ou seja, a 
Constituição escrita só terá validade se ela realmente refletir a forma como o 
povo se organiza (se refletir os reais jogos de poder daquela determinada 
sociedade). Assim, a Constituição real deve apenas ser formalizada pela 
constituição escrita, caso contrário, será “mera folha de papel”. 
4. CONCEITO JURÍDICO 
Elaborado por Hans Kelsen (e guarde esse nome porque ele também cai em 
prova!), o conceito jurídico se contrapõe frontalmente ao conceito sociológico. 
Segundo Kelsen, a Constituição deve ser observada de um ponto de vista 
estritamente formal, ou seja: só é Constituição o que está na Constituição. A 
sua validade independe da aceitação, de valores ou de moral. Ouseja: se 
está escrito, é Constituição. Se não está escrito, não o é. Esse conceito é o 
adotado no Brasil. 
Complementando o conceito jurídico, o princípio da força normativa da CF,
desenvolvido por Konrad Hesse, ainda diz que, caso uma norma esteja 
escrita na Constituição, ela sempre terá valor normativo e a sociedade deve se 
organizar (ou, pelo menos buscar se organizar) da forma como está escrito na 
Constituição. 
 
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5. CONCEITO POLÍTICO 
Elaborado por Carl Schmitt (não precisa mais falar para guardar esse nome, 
não é?), o conceito político diz que a Constituição é uma decisão política 
fundamental e que sua validade está na decisão (política) de se criar uma 
Constituição. Assim, esse conceito diz que a Lei Maior é fruto da decisão de 
se criar essa Constituição. 
Schmitt defende ainda a diferenciação entre a Constituição e as leis 
constitucionais. A primeira refletiria a decisão política fundamental do titular 
(dono) do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos 
direitos individuais e à atuação democrática, enquanto as leis constitucionais 
seriam todos os demais dispositivos inseridos dentro do texto constitucional, 
mas que não trazem normas sobre a decisão política fundamental. 
Uma dica para memorizar os autores e os respectivos conceitos: 
Esquematizando: 
 
SoSSiológico – LaSSale
PolíTTico – SchmiTT
JurídiKo – Kelsen 
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• Material - Organização do Estado 
 Cerne* - Aquisição, exercício e transmissão do Poder 
- Limitação do Poder do Estado (Direitos e Garantias Fundamentais) 
• Formal - - Pressupõe texto escrito com normas materiais e outras normas, todas 
com IGUAL hierarquia 
- Adotado pelo Brasil 
 
• Sociológico - Ferdinand Lassale 
- CF = soma dos fatores reais de poder 
- CF é fato social e não norma 
- A Constituição reflete a realidade social. 
- A Constituição escrita apenas formaliza a real 
- Vivem paralelamente 2 constituições - Real 
 - Escrita 
- (não vale nada) – é mera folha de papel se não representar os 
reais jogos de poder 
- A Constituição escrita somente sistematiza em um documento 
formal as regras que já existem no mundo real 
• Jurídico - Hans Kelsen 
- Estritamente formal 
- A validade da CF independe de sua aceitação, de valores ou de moral 
- Adotado pelo Brasil 
• Político - Carl Schmitt 
- A Constituição é uma decisão política fundamental 
- Sua validade não está na justiça e sim na decisão política 
- Ato Constituinte = vontade de criar a Constituição 
- Distinção entre Constituição e leis Constitucionais 
 Constituição (cerne) VS Leis Constitucionais (o resto) 
• Uma dica para memorizar os autores e os respectivos conceitos: 
 
SoSSiológico – LaSSale
PolíTTico – SchmiTT
JurídiKo – Kelsen 
Conceito 
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EXERCÍCIOS 
4. (CESPE/MMA/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand Lassale, a 
Constituição é fruto de uma decisão política. 
Errado. O conceito sociológico realmente era defendido por Lassale. No 
entanto, a questão deu o conceito político, proposto por Carl Schmitt. 
O sentido defendido por Lassale dizia que a Constituição deve refletir a 
soma dos reais fatores de poder. 
5. (CESPE/MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer 
fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
Certo. No conceito jurídico, defendido por Hans Kelsen, a Constituição 
é uma norma “pura” e o que importa é a formalidade, a rigidez e a 
supremacia constitucional. Para ele, realmente, a validade da 
Constituição não depende de sua aceitação ou da moral. 
6. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força 
normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da 
Carta, na solução das questões jurídico-constitucionais, devem procurar a 
máxima eficácia do texto constitucional. 
Errado. O sentido de constituição defendido por Lassale era o 
sociológico, onde a Carta Maior deveria ser um retrato dos fatores 
reais de poder. O princípio da força normativa da CF foi desenvolvido 
por Konrad Hesse, um positivista que defendia o sentido jurídico da 
constituição, muito mais próximo, portanto, ao conceito proposto por
Kelsen. 
Além disso, o princípio descrito na assertiva é um princípio de 
interpretação constitucional chamado “princípio da máxima 
efetividade”. 
7. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido sociológico, a 
constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a decisão política 
fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos 
do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis 
constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, 
destituídos de decisão política fundamental. 
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Errado. Esse é o conceito político defendido por Carl Schmitt. Para ele, 
existe a Constituição, que é formada pelas normas que organizam o 
Estado e limitam o poder estatal, e as "leis constitucionais", que são 
dispositivos inseridos no texto constitucional, mas que não trazem 
normas sobre a decisão política fundamental. 
8. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não 
passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais 
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais 
legitimidade. 
Errado. Esse é o conceito sociológico, defendido por Lassale, onde a 
Constituição escrita somente seria válida se refletisse o somatório dos 
fatores reais de poder. Já Kelsen defendia o conceito jurídico de 
constituição, um conceito positivista e estritamente formal, onde, se 
uma norma está escrita na Constituição, ela deve ter valor normativo e 
jurídico. 
9. (ESAF/ PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente doutrinária 
conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição, 
isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma estrutura 
mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a 
Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas. 
Errado. Carl Schmitt realmente era defensor da corrente decisionista 
(a CF é uma decisão política). No entanto, defendia a diferenciação 
entre constituição (normas materialmente constitucionais) e leis 
constitucionais (normas apenas formalmente constitucionais). Para 
ele, as normas formalmente constitucionais, apesar de estarem 
inseridas no texto da CF, não seriam constituição. Assim, o mais 
importante para ele não era a constituição escrita, mas sim o conteúdo 
das normas. Portanto, o erro da questão está em sua parte final. 
10. (ESAF/ PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada 
como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por 
isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna 
inconcebível, nesta perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as 
regras. 
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Errado. Esse é o conceito político defendido por Carl Schmitt. Lassale 
defendia que a constituição era um fato social e não uma norma. 
Assim, existiriam duas constituições: a constituição real (os reais 
jogos de poder daquela sociedade) e a escrita, que seria mera “folha 
de papel” se não representasse os reaisfatores de poder. 
11. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político, 
formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição 
e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que 
se materializa a decisão política fundamental do Estado. 
Errado. Realmente o sentido político foi formulado por Carl Schmitt. No 
entanto, não existe unidade entre o conceito de constituição e leis 
constitucionais. Pelo contrário! São coisas diferentes! 
Para Schmitt, a Constituição é a decisão política fundamental e é 
formada pelas normas que organizam o Estado e limitam o poder 
estatal. Já as leis constitucionais são dispositivos inseridos dentro do 
texto constitucional, mas que não trazem normas sobre a decisão 
política fundamental e, portanto, não são válidas como Constituição. 
 
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IV. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Meu caro Auditor-Fiscal do Trabalho, assim como existem vários conceitos 
de Constituição, existem também várias classificações para ela. Dessa vez farei 
diferente: passarei primeiro o esquema para depois comentar (lembre-se: 
tenha sempre a visão do todo antes de ir para os pontos específicos). As 
principais classificações de Constituição são as seguintes: 
• Conteúdo - “Quais são os temas tratados pela Constituição?” 
- Formal (art. 242 par. 2o) 
- Material 
• Alterabilidade - “De que forma a Constituição pode ser alterada?”
- Rígida – procedimento de EC mais difícil que as leis 
- Semirrígida ou semiflexível – parte rígida e parte flexível 
- Imutável – não muda nunca. Fadada ao fracasso. 
- Flexível – procedimento de EC igual das leis 
• Forma - “A Constituição está escrita em um texto único?” 
- Escrita / instrumental 
- Não escrita 
• Extensão - “Qual é o tamanho da Constituição e de que ela trata?”
- Analítica ou prolixa (BR 250 art. + 67 EC) 
- Sintética, concisa ou Negativa (EUA 7 art + 27 EC) 
- “De que forma foi feita a Constituição?” 
• Modo de - Dogmática - Escritas: 1 único ato do Poder constituinte 
elaboração - Reflete a sociedade em um dado momento no tempo 
- Histórica - criada no decorrer do tempo com o longo processo de 
desenvolvimento da sociedade 
• Origem -“Quem criou a Constituição?” 
- Cesarista ou mistificada 
- Outorgada 
- Promulgada ou popular 
Vamos explicar uma a uma: 
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1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO 
Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “Quais são os temas 
tratados pela Constituição?” Se, na Constituição, houver somente normas 
essenciais / materialmente constitucionais, ou seja, em relação à Organização 
do Estado; aquisição, exercício e transmissão do poder e Limitações ao poder 
do Estado, ela será uma Constituição Material. 
Por outro lado, quando a Constituição contém normas relativas a outros 
conteúdos não essenciais, ela será classificada como formal. 
2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALTERABILIDADE 
Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “De que forma a 
Constituição pode ser alterada?” A Constituição será: 
• Imutável: quando não puder ser modificada. Segundo os autores, esse 
tipo de Constituição está fatalmente destinada ao fracasso, uma vez que 
a sociedade evolui e a Constituição escrita não a acompanha nesse 
progresso. 
Entendendo melhor: um dos conceitos de constituição não é justamente 
“a forma como uma sociedade se organiza?” Então, as mudanças da 
sociedade devem ser refletidas também na constituição escrita, sob pena 
de haver um descompasso tamanho entre o texto escrito e a realidade, 
que culminará com a queda da constituição. 
• Rígida: quando o procedimento de alteração do texto constitucional é 
mais difícil do que o procedimento de criação das leis infraconstitucionais 
(leis que estão abaixo da Constituição). 
• Flexível: quando o procedimento de alteração do texto constitucional 
NÃO é mais difícil do que o procedimento de criação das leis 
infraconstitucionais. 
• Semirrígida ou semiflexível: quando uma parte da Constituição é 
rígida e a outra parte é flexível. 
 
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3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA 
Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “A Constituição está 
escrita em um texto único?” Se a resposta for positiva, estaremos diante de 
uma Constituição Escrita. Por outro lado, ela será Não Escrita quando não 
estiver consolidada em um texto único. Isso ocorre em duas hipóteses: quando 
a CF realmente não está escrita em lugar nenhum ou quando está escrita em 
textos esparsos. 
Somente as constituições escritas possuem a necessidade de se diferenciar 
quais normas são materiais e quais normas são apenas formais. Nas 
constituições não escritas, todas as normas são materialmente constitucionais. 
4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXTENSÃO 
Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “Qual é o tamanho da 
Constituição?” Se a Constituição possuir conteúdo extenso e versar sobre 
matérias outras além da organização básica do estado, ela será chamada de 
Analítica ou Prolixa. 
Por outro lado, se ela for de conteúdo abreviado e tratar somente sobre 
assuntos relativos à organização básica do Estado, ela será chamada de 
Sintética ou Concisa. 
Esse último tipo de constituição também é chamada de constituição 
negativa porque somente organiza o poder e resguarda as liberdades. Em 
Direito, uma ação negativa é, na verdade, uma omissão. Um não fazer. Assim, 
a ação do Estado é limitada para resguardar as liberdades. Ele não pode agir 
de forma que as prejudique. 
As constituições analíticas ou prolixas (como a do Brasil) são menos estáveis 
do que as constituições sintéticas ou concisas (como a dos EUA). Isso porque 
as constituições sintéticas, por trazerem somente as normas essenciais, ficam 
muito menos sujeitas a alterações do que as analíticas. 
5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “De que forma foi feita a 
Constituição?” Se a Constituição foi produzida no decorrer do tempo e de 
acordo com o desenvolvimento da sociedade através de sua história, ela será 
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classificada como Histórica. Por outro lado, se a Constituição foi produzida em 
um determinado momento do tempo e reflete os anseios, as aspirações e os 
dogmas de uma sociedade no momento em que foi produzida, ela será 
classificada como Dogmática. 
As constituições dogmáticas, por terem sido elaboradas em um dado momento 
no tempo, são necessariamente escritas. 
6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM 
Essa classificação leva em conta a seguinte pergunta: “Quem criou a 
Constituição?” Se ela vem do povo, será uma Constituição Promulgada ou 
Popular. Se ela foi criada por um soberano, monarca ou ditador, enfim, se 
reflete a vontade de outra parte que não a do povo, será classificada como 
Outorgada. Por último, se a constituição estiver em uma posição 
intermediária entre as constituições outorgadas (impostas) e as promulgadas 
(ou populares), ela será classificada como Cesarista. Essa última é uma 
constituição que é outorgada pelo governante, mas esse, posteriormente, a 
submete ao crivo popular. 
Mas Roberto, como faço para memorizar todas essas classificações? Uma dica 
para memorizar todos esses nomes é o CAFExMO, ou “caféx mocaccino” (lê-
se cafécs mocatino). Se você prestou atenção, é a palavra formada pelas 
iniciais de cada classificação.A constituição - Formal (quanto ao conteúdo) 
 do Brasil é - Rígida (quanto à alterabilidade) 
- Escrita (quanto à forma) 
- Analítica (quanto à extensão) 
- Dogmática (quanto ao modo de elaboração) 
- Promulgada (quanto à origem) 
Conteúdo
Alterabilidade
Forma
Extensão 
Modo de elaboração
Origem 
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EXERCÍCIOS 
12. (CESPE/MMA/2009) Uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, quanto 
à origem, pela ausência da participação popular na sua formação. 
Errado. A constituição cesarista é aquela outorgada pelo governante, 
mas que se submete, posteriormente, ao crivo da população. Assim, 
ela ocupa uma posição intermediária entre a constituição promulgada 
e a outorgada. 
13. (CESPE/MMA/2009) A CF vigente, quanto à sua alterabilidade, é do tipo 
semiflexível, dada a possibilidade de serem apresentadas emendas ao seu 
texto; contudo, com quorum diferenciado em relação à alteração das leis em 
geral. 
Errado. A CF vigente é do tipo rígida. A questão misturou os conceitos 
de constituição rígida e flexível. 
14. (CESPE/MMA/2009) A CF de 1988, quanto à origem, é promulgada, quanto à 
extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática. 
Certo. Lembre-se: 
A constituição - Formal (quanto ao conteúdo) 
 do Brasil é - Rígida (quanto à alterabilidade) 
- Escrita (quanto à forma) 
- Analítica (quanto à extensão) 
- Dogmática (quanto ao modo de elaboração) 
- Promulgada (quanto à origem) 
15. (CESPE/MMA/2009) Uma Constituição classificada como semiflexível ou 
semirrígida significa que ela é tanto rígida como flexível, com matérias que 
exigem um processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para 
alteração de leis infraconstitucionais. 
Errado. A justificativa está incompleta. O item inicialmente foi 
considerado como certo. No entanto, houve alteração do gabarito com 
a seguinte justificativa: "...deveria ter sido afirmado que algumas 
regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, 
enquanto outras só podem ser alteradas por um processo legislativo 
especial e mais dificultoso". 
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16. (CESPE/ TCE-AC/2009) Segundo a classificação da doutrina, a CF é um 
exemplo de constituição rígida. 
Certo. A CF88 é rígida devido ao fato do processo para sua modificação 
ser mais difícil do que o processo de elaboração das leis 
infraconstitucionais. 
17. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Quanto ao modo de elaboração, a 
constituição dogmática decorre do lento processo de absorção de ideias, da 
contínua síntese da história e das tradições de determinado povo. 
Errado. Esse é o conceito de constituição histórica. A constituição 
dogmática é elaborada em um dado momento do tempo e, por isso, 
reflete os anseios e os valores de uma sociedade nesse dado período 
de tempo. 
18. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Sob o ponto de vista da extensão, a 
constituição analítica consubstancia apenas normas gerais de organização do 
Estado e disposições pertinentes aos direitos fundamentais. 
Errado. Esse é o conceito da constituição sintética. Por sua vez, a 
constituição analítica traz, além das normas essenciais, diversas 
outras normas, que serão apenas formalmente constitucionais. 
19. (CESPE/Auditor-TCU/2009) No tocante à estabilidade, consideram-se rígidas as 
constituições que apresentam um processo legislativo diferenciado e exigências 
formais especiais quanto à modificação das suas normas, distanciando-se, 
portanto, do processo legislativo previsto para a alteração das normas 
infraconstitucionais. 
Certo. As constituições rígidas são aquelas que possuem um 
procedimento especial para sua alteração, mais difícil do que o 
procedimento de elaboração das leis infraconstitucionais. É o caso da 
CF88. 
20. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Na acepção formal, terá 
natureza constitucional a norma que tenha sido introduzida na lei maior por 
meio de procedimento mais dificultoso do que o estabelecido para as normas 
infraconstitucionais, desde que seu conteúdo se refira a regras estruturais do 
Estado e seus fundamentos. 
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Errado. Para a acepção formal, não interessa o conteúdo da norma, 
importando apenas o seu aspecto formal: “A norma foi inserida na CF 
por emenda constitucional votada em 2 turnos e aprovada por 3/5 dos 
votos nas duas Casas do Congresso Nacional?” Se a resposta for 
positiva, essa norma será considerada constituição, independente do 
seu conteúdo. 
21. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Constituição rígida é aquela 
que não pode ser alterada. 
Errado. Esse é o conceito de constituição imutável. Segundo a melhor 
doutrina, esse tipo de constituição está fadada ao fracasso, uma vez 
que não reflete as mudanças da sociedade. Ora, um dos conceitos de 
constituição não é justamente “a forma como uma sociedade se 
organiza?” Então, as mudanças da sociedade devem ser refletidas 
também na constituição escrita, sob pena de haver um descompasso 
tamanho entre o texto escrito e a realidade, que culminará com a 
queda da constituição. 
22. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A constituição de determinado país constitui sua 
lei fundamental, a qual prevê normas relativas: a estruturação do Estado, 
formação dos poderes, forma de governo, aquisição do poder, distribuição de 
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Portanto, para ser 
considerado como constituição, é imprescindível que haja um único documento 
escrito contendo tais regras. 
Errado. Quanto à forma, pode haver dois tipos de constituição: a 
ESCRITA, formalizada em apenas um único documento e a NÃO 
ESCRITA, que pode não estar escrita em lugar nenhum ou pode estar 
escrita em vários documentos esparsos. 
23. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) As constituições rígidas não podem, em nenhuma 
hipótese, serem alteradas. 
Errado. As constituições imutáveis são as que não podem ser 
alteradas. As rígidas podem ser alteradas por um procedimento mais 
difícil que a elaboração das leis infraconstitucionais. 
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24. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A constituição material contém um conjunto de 
regras escritas, constantes de um documento solene estabelecido pelo 
chamado poder constituinte originário. 
Errado. Essa é a constituição formal. Por sua vez, a constituição 
material trata das regras essenciais à organização do Estado; 
aquisição, exercício e transmissão do poder e limitações ao poder do 
estado. Assim, na constituição material, o importante é o conteúdo da 
norma e não se ela é ou não escrita. 
25. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A constituição de determinado país pode não ser 
escrita, já que tem por fundamento costumes, jurisprudência, leis esparsas e 
convenções, cujas regras não se encontram consolidadas em um texto solene. 
Certo. Esse é o caso da constituição da Inglaterra, que é do tipo não
escrita. 
26. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) As constituições outorgadas decorrem da 
participação popular no processo de elaboração. 
Errado. As constituições outorgadas são aquelas impostas por um 
ditador. As constituições legitimadas pela participação popular são 
chamadas de promulgadas. 
27. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988 (CF) caracteriza-se por ser rígida e material. 
Errado. Quanto à alterabilidade, a CF88 realmente é do tipo rígida, 
uma vez que possui procedimento de alteração mais dificultoso que as 
leis infraconstitucionais. No entanto quanto ao conteúdo, é do tipo 
formal, uma vezque não interessa o conteúdo da norma e sim seu 
aspecto formal, ou seja, se uma norma está no texto da CF, é 
constituição, não importando o seu conteúdo. 
28. (CESPE/PGE-AL/2008) "Art. 242 § 2.º – O Colégio Pedro II, localizado na 
cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal". A norma contida no 
dispositivo transcrito pode ser caracterizada como materialmente 
constitucional, porquanto traduz a forma como o direito social à educação será 
implementado no Brasil. 
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Errado. Esse é um dos maiores (se não o maior) exemplos de norma 
formalmente constitucional na CF88, uma vez que não trata de 
nenhum elemento essencial de uma constituição (organização do 
Estado; aquisição, exercício e transmissão do poder e limitações ao 
poder do Estado). Dessa forma, esse dispositivo somente é 
considerado norma constitucional porque está escrita na CF88 e esta é 
do tipo formal. 
29. (CESPE/PGE-AL/2008) Os dispositivos constitucionais relativos à composição e 
ao funcionamento da ordem política exprimem o aspecto formal da 
Constituição. 
Errado. Essas são normas essenciais em uma constituição e exprimem 
seu aspecto material. 
30. (CESPE/PGE-AL/2008) A distinção entre o que é constitucional só na esfera 
formal e aquilo que o é em sentido substancial só se produz nas constituições 
escritas. 
Certo. Somente as constituições escritas possuem a necessidade de se 
diferenciar quais normas são materiais e quais normas são apenas 
formais. Nas constituições não escritas, todas as normas são 
materialmente constitucionais. 
31. (CESPE/PGE-AL/2008) O parágrafo 2.º do art. 242 da CF – O Colégio Pedro II, 
localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal -, por 
trazer comando típico de legislação infraconstitucional, poderá ser alterado por 
meio do mesmo procedimento legislativo utilizado para a alteração das leis 
ordinárias, uma vez que a CF é classificada, quanto à estabilidade, como 
semirrígida. 
Errado. Quase todos os conceitos da questão estão errados. Realmente 
esse comando é típico de legislação infraconstitucional, no entanto, a 
nossa CF é do tipo formal e rígida. Assim, se está na CF, a norma 
somente pode ser alterada por procedimento de emenda 
constitucional, que é mais rígido do que o processo legislativo das leis 
infraconstitucionais. 
32. (CESPE/PGE-AL/2008) "Art. 242 § 2.º – O Colégio Pedro II, localizado na 
cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal". O dispositivo 
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constitucional em destaque demonstra que a CF pode ser classificada, quanto à 
extensão, como prolixa. Diante disso, é correto concluir que, no Brasil, há uma 
maior estabilidade do arcabouço constitucional que em países como os Estados 
Unidos da América. 
Errado. As constituições analíticas ou prolixas (como a do Brasil) são 
menos estáveis do que as constituições sintéticas ou concisas (como a 
dos EUA). Isso porque as constituições sintéticas, por trazerem 
somente as normas essenciais, ficam muito menos sujeitas a 
alterações do que as analíticas. 
33. (CESPE/AJAJ-STF/2008) Se o art. X da Constituição Y preceituar, na parte 
relativa às emendas à Constituição, que só é constitucional o que diz respeito 
aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos 
políticos, e individuais dos cidadãos, e que tudo o que não é constitucional 
pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias, 
nessa hipótese, a Constituição Y será uma constituição flexível. 
Errado. Ela será considerada semirrígida, porque terá uma parte que 
deve ser alterada pelo procedimento especial e outra parte que poderá 
ser alterada por procedimento simples. 
34. (CESPE/Juiz Substituto – TJ-PI/2007) No âmbito brasileiro, a Constituição 
Imperial de 1824 pode ser classificada como flexível, com base no que 
prescrevia seu art. 178: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e 
atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e 
individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado 
sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias." 
Errado. Ela será considerada semirrígida, porque terá uma parte que 
deve ser alterada pelo procedimento especial e outra parte que poderá 
ser alterada por procedimento simples. 
35. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição material é o peculiar modo de existir 
do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente 
estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e 
formalidades especiais nela própria estabelecidos. 
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Errado. Esse é o conceito formal de constituição. O conceito material é 
aquele que se preocupa somente com o conteúdo e não com a forma 
da norma. 
36. (ESAF/APOFP-SEFAZ-SP/2009) A Constituição Federal de 1988 é costumeira, 
rígida e analítica. 
Errado. Lembre-se: 
A constituição - Formal (quanto ao conteúdo) 
 do Brasil é - Rígida (quanto à alterabilidade) 
- Escrita (quanto à forma) 
- Analítica (quanto à extensão) 
- Dogmática (quanto ao modo de elaboração) 
- Promulgada (quanto à origem) 
37. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição formal designa as normas escritas 
ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a 
estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais. 
Errado. Esse é o conceito material de constituição. A constituição 
formal é necessariamente escrita. 
38. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição sintética, que é constituição negativa, 
caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade negativa ou liberdade-
impedimento, oposta à autoridade. 
Certo. A constituição negativa somente organiza o poder e resguarda 
as liberdades. No Direito, uma ação negativa é, na verdade, uma 
omissão. Um não-fazer. Assim, a ação do Estado é limitada para 
resguardar as liberdades. Ele não pode agir de forma que as 
prejudique. 
39. (ESAF/AFRFB/2009) A ideia e escalonamento normativo é pressuposto 
necessário para a supremacia constitucional e, além disso, nas constituições 
materiais se verifica a superioridade da norma magna em relação àquelas 
produzidas pelo Poder Legislativo. 
Errado. A primeira parte da questão está correta. Realmente, a ideia de 
escalonamento normativo (colocar as normas em ordem de 
importância) é necessária para a supremacia da constituição. Assim, a 
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CF está no topo do ordenamento jurídico e as demais normas estão 
abaixo dela. No entanto, a supremacia da CF só pode ser verificada nas 
constituições formais. 
40. (ESAF/ PGFN/2007) Considera-se constituição não escrita a que se sustenta, 
sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e em textos esparsos, 
formalmente constitucionais. 
Errado. O único erro da questão é a palavra “formalmente”, usada ao 
invés da palavra “materialmente”. Assim, a constituição não escrita 
possui apenas normas materialmente constitucionais. 
41. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) No que se refere à origem, a Constituição Federal de 
1988 é considerada outorgada, haja vista ser proveniente de um órgão 
constituinte composto de representantes eleitos pelo povo. 
Errado. Quanto à origem, a CF88 é promulgada, justamente porque a 
Assembleia Nacional Constituinte é um órgão que representa o povo. 
42. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A constituição escrita apresenta-se como um conjunto 
de regras sistematizadas em um único documento. A existência de outras 
normas comstatus constitucional, per si, não é capaz de descaracterizar essa 
condição. 
Errado. A constituição escrita deve ser sistematizada em um único 
texto, não podendo haver outras normas constitucionais. 
43. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) As constituições dogmáticas, como é o caso da 
Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e apresentam, de forma 
sistematizada, os princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito 
dominante à época. 
Certo. A constituição dogmática é aquela que reflete os anseios e 
valores de uma sociedade em um determinado momento do tempo.
Justamente por isso, é necessariamente escrita. 
44. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Nas constituições materiais, como é o caso da 
Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no documento escrito, 
mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem 
status constitucional. 
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Errado. A CF88 é formal e, realmente, todos os seus dispositivos 
possuem status constitucional. Assim, o erro da questão está na 
palavra “materiais”. 
45. (ESAF/ENAP/2006) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas 
pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado. 
Errado. A constituição rígida é aquela onde o procedimento de 
alteração de seu texto é mais dificultoso do que o procedimento de 
alteração das leis infraconstitucionais. Quanto às cláusulas pétreas, 
elas podem sim ser modificadas. Podem, por exemplo, sofrer 
ampliação (que é um tipo de modificação). A melhor doutrina entende 
que as cláusulas pétreas podem inclusive ser restringidas, desde que 
devidamente. O que o art. 60 parágrafo 4o da CF veda é a ABOLIÇÃO 
das cláusulas pétreas. Portanto, muita atenção aqui! 
46. (ESAF/ENAP/2006) Segundo a doutrina, são características das constituições 
concisas: a menor estabilidade do arcabouço constitucional e a maior 
dificuldade de adaptação do conteúdo constitucional. 
Errado. As constituições concisas ou sintéticas são mais estáveis ao 
longo do tempo, justamente por sofrerem menos alterações e por
conterem normas que pouco se modificam ao longo do tempo. Ao 
contrário, as constituições prolixas ou analíticas são menos estáveis. 
 
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V. PODER CONSTITUINTE 
O Poder Constituinte é o Poder de criar e de modificar uma Constituição. No 
Brasil, a sua titularidade é sempre do POVO. Ou seja, o poder de criar e de 
modificar a Constituição brasileira é sempre do povo. 
Está previsto no art. 1o, parágrafo único da CF: “Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição.” 
Assim, o dono do poder constituinte é sempre o povo, mas esse poder pode 
ser exercido de duas formas: Indiretamente, ou seja, o povo elege os 
representantes e estes exercem o poder (em nome do povo); ou 
diretamente, através de institutos como sufrágio universal; o voto direto, 
secreto e com valor igual para todos; o plebiscito; o referendo e a iniciativa 
popular de lei. 
Esquematizando: 
PODER CONSTITUINTE 
• É o poder de criar e modificar uma Constituição 
• Titularidade: Povo 
• Exercício do poder - Representantes do Povo (indiretamente) 
- Povo (diretamente) 
O Poder constituinte pode ser dividido ainda em Originário, ou seja, aquele 
que cria uma nova Constituição, e Derivado, ou seja, aquele que modifica a 
atual Constituição. 
 
- Sufrágio universal 
- Voto direto, secreto e igualitário 
- Plebiscito 
- Referendo 
- Iniciativa popular de lei
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1. O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
i. Instaura uma nova ordem jurídica rompendo por total com a anterior 
ii. Tem natureza PRÉ JURÍDICA (pré=antes; jurídica=direito). Assim, o 
poder constituinte originário, segundo a corrente positivista, vem antes 
mesmo da ordem jurídica do Estado. É ele quem cria o Direito de um 
determinado Estado. 
Existe uma outra corrente, chamada de jus naturalismo e que não é 
adotada no Brasil, que defende que o poder constituinte originário 
deve obedecer a algumas normas do chamado “direito natural” (um 
direito que vem antes dos próprio Estado). 
iii. Não tem forma pré-definida: pode ser exercido por uma Assembleia 
Nacional Constituinte, revolução, ou qualquer outro meio que crie uma 
Constituição. 
iv. NÃO cabe alegar - direito adquirido frente à nova CF. 
- ato jurídico perfeito (ao constituinte originário) 
- coisa julgada 
De forma bem resumida: 
o Ato jurídico perfeito: é aquele que cumpriu todos os requisitos para seu 
aperfeiçoamento, segundo a lei vigente à época que se realizou; 
o Coisa julgada: é aquela ação que o poder judiciário já julgou e contra a qual não 
cabe mais recurso; 
o Direito adquirido: é aquele direito que já foi incorporado ao patrimônio jurídico 
de uma pessoa, independentemente de já ter sido exercido ou não. Exemplo: se 
uma pessoa já cumpriu todos os requisitos para se aposentar, mesmo que ela não 
tenha efetivamente se aposentado, ela já tem o direito adquirido à aposentadoria. 
v. Outros nomes do Poder - De 1º grau 
Constituinte Originário - Constituinte 
- Primário 
 
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- Inicial - é a base do ordenamento jurídico; 
- Autônomo - não se submete a nenhum outro 
poder; 
- Ilimitado - Não sofre nenhuma limitação imposta 
por norma de direito positivo anterior. Lembre-se de 
que este poder não precisa nem mesmo respeitar o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa 
julgada; 
- Incondicionado – inexiste qualquer procedimento 
formal pré-estabelecido para que ele se manifeste; 
- Permanente – não se esgota no momento de seu 
exercício. Dessa forma, ele continua a existir, mesmo 
depois de elaborada a Constituição. 
O Poder Constituinte Originário ainda se subdivide em dois: 
a) Histórico: aquele que cria uma Constituição pela primeira vez. 
Ex: CF de 1824. O Brasil era uma colônia de Portugal e não tinha 
soberania. Assim, o Brasil não era um Estado e não tinha Constituição 
própria. Quando ocorreu a independência do Brasil em 1822, nosso país 
passou a possuir, pela primeira vez, os três requisitos para se tornar um 
Estado: povo, soberania e território. Dessa forma, a CF de 1824 
organizou pela primeira vez o Estado brasileiro, sendo a única 
constituição brasileira que utilizou o poder constituinte originário 
histórico. 
b) Revolucionário: aquele que cria todas as demais constituições. 
Ex: 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1988. 
 
Características do 
Poder Constituinte 
Originário 
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2. O PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
Já o poder constituinte derivado é o poder de se modificar uma constituição. 
Ao contrário do originário, este poder é limitado e condicionado aos 
procedimentos impostos pela própria CF. 
• Outros nomes do Poder - De 2º grau 
Constituinte Derivado - Constituído 
- Secundário 
- Instituído 
A CF pode ser modificada através de dois procedimentos: a Emenda
Constitucional e a Revisão Constitucional. 
a) Emenda Constitucional: é a modificação do texto da CF através do 
procedimento previsto no art. 60, § 2º, ou seja, 2 turnos de votação e 
aprovação por 3/5 dos votos em cada Casa do Congresso Nacional. 
Este tipo de reforma pode ser feita a qualquer tempo. 
b) Revisão Constitucional: é a modificação do texto da CF através do 
procedimento previsto no art. 3º do ADCT (Ato DasDisposições 
Constitucionais Transitórias). A Revisão Constitucional é um 
procedimento mais simplificado de alteração da CF e só pode ser feito 
uma ÚNICA vez: 5 anos após a promulgação da CF. Dessa forma, este 
tipo de reforma não pode mais ser feito. 
A título de curiosidade, apenas 6 emendas de revisão foram feitas. 
Confira aqui: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/quadro_ecr.htm 
O procedimento a ser seguido é a aprovação por maioria absoluta e 
sessão unicameral. 
Por fim, vale lembrar que os estados não podem ter esse tipo de reforma 
constitucional. 
Existe ainda um outro tipo de Poder Constituinte Derivado: o Decorrente. 
Este é o poder de os Estados-Membros se auto-organizarem, ou seja, de 
elaborarem as suas respectivas constituições estaduais. O poder constituinte 
derivado decorrente está previsto no art. 11 do ADCT e, além disso, duas 
observações são importantes: 
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a) O DF não tem constituição estadual (com esse nome). Ele possui uma 
Lei Orgânica, que tem status de constituição estadual e é fruto do 
poder constituinte derivado decorrente. 
b) Os municípios não possuem o Poder Constituinte Derivado 
Decorrente. Assim, as Leis Orgânicas Municipais não possuem status de 
constituição do município. 
Esquematizando: 
- Originário - Histórico - Que estrutura o Estado pela 1ª vez 
- O “verdadeiro originário” 
- 1824 
 - Revolucionário - Todos os demais 
- 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1988 
 
- Derivado - Reformador - Modificar a CF pela Emenda Constitucional (EC) 
- Procedimento mais difícil 
- EC (2 Turnos e 3/5) 
- Art. 60 
- Revisor - Modificar a CF pela Revisão Constitucional 
- Também modifica o texto da CF 
- Procedimento + simples 
- Maioria Absoluta 
- 5 anos após a promulgação da CF88 
- Não pode mais ser feito 
- Sessão unicameral
- art. 3º ADCT 
- Estados NÃO podem ter esse tipo de reforma 
constitucional 
 
- Decorrente - Auto-organização 
- Elaborar as Constituições Estaduais 
- art. 11 ADCT 
 
Poder
Constituinte
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3. O PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
Essa é uma classificação bastante incomum do poder constituinte, mas, às 
vezes, é cobrada nas provas. Antes de vê-la, devemos ter em mente dois 
conceitos importantíssimos e que SEMPRE são cobrados: 
Reforma e mutação constitucional 
A Constituição pode ser alterada de duas formas. A primeira delas é a 
modificação do texto da Carta Magna, ou seja, há um procedimento formal que 
atinge o texto da CF por meio de uma Emenda Constitucional ou pela 
Emenda de Revisão. Esse tipo de modificação é chamado de reforma 
constitucional. 
A segunda forma de se modificar a Constituição é através da mudança do 
sentido do seu texto, sem atingir a letra da Lei Maior. Assim, ocorrem 
atualizações não formais da CF derivadas da evolução dos costumes e valores 
da sociedade, não atingindo o seu texto. Esse tipo de modificação da 
Constituição é chamado de mutação constitucional. 
• Exemplo de reforma constitucional: o texto original do artigo 16 da 
CF era o seguinte: “A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em 
vigor um ano após sua promulgação.” 
Após a Emenda Constitucional nº 4, de 1993, o texto passou a ser o 
seguinte: “Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor 
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um 
ano da data de sua vigência.” 
Estão vendo? Há uma alteração no próprio texto da CF. Ela é reescrita. 
• Já um exemplo de mutação constitucional foi a nova interpretação 
dada ao art. 226, § 3º da CF88. Observe o texto daquele dispositivo: 
Art. 226, § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a 
lei facilitar sua conversão em casamento. 
Antigamente, para fins deste artigo, somente se considerava a união 
estável entre um homem e uma mulher. No entanto, o Supremo Tribunal 
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Federal deu novo entendimento a esse dispositivo para incluir os casais 
homossexuais (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ). 
Perceberam? O texto da Constituição não foi modificado, mas o seu 
sentido mudou completamente. Ocorreu uma mutação constitucional. 
Agora que você já sabe o que é a mutação constitucional, saiba que o poder 
constituinte difuso é o poder que os agentes políticos possuem para promover 
a mutação constitucional, ou seja, de dar uma nova interpretação a um termo 
da Constituição, sem alterar seu texto. 
 
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EXERCÍCIOS 
47. (CESPE/Técnico-TCU/2009) Apesar de a CF estabelecer que todo o poder 
emana do povo, não há previsão, no texto constitucional, de seu exercício 
diretamente pelo povo, mas por meio de representantes eleitos. 
Errado. A CF88 prevê no art. 1o, Parágrafo único. “Todo o poder emana 
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição.” 
O poder pode ser exercido pelo povo (soberania popular) através do 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para 
todos e, nos termos da lei, pelo plebiscito, referendo e iniciativa 
popular de lei (estes são os instrumentos de exercício direto do poder 
pelo povo). 
48. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é editada 
uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e 
ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade. 
Errado. O poder constituinte originário é permanente, ou seja, não se 
esgota no momento do seu exercício. Dessa forma, ele continua a 
existir, mesmo depois de elaborada a Constituição. 
49. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte originário, 
o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder se revela 
ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica. 
Certo. Essa corrente se contrapõe à corrente jusnaturalista, que alega 
que o constituinte originário se limita a um direito natural de 
existência pré-constitucional. Lembre-se que a corrente adotada no 
Brasil é a positivista. 
50. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte 
originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de 
ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será 
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma 
federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação 
de poderes e os direitos e garantias individuais. 
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Errado. O poder de reforma é limitado e condicionado, sofrendo uma 
série de limitações tanto expressas como implícitas. Exemplos de 
limitações expressas são as próprias cláusulas pétreas e proibição de 
emenda constitucional nos estados de defesa e de sítio. Exemplos de 
limites implícitos são: titularidade do poder constituinte, o processo 
legislativo da PEC e vedação à alteração do art. 60 parágrafo 4o
(vedação à dupla revisão). 
51. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte originário 
não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é considerado 
um poder permanente. 
Certo. O poder constituinte é o poder do povo de organizar o Estado 
(poder de criar a Constituição) e esse poder não acaba com o tempo. 
52. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitadosos princípios 
estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem 
alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso. 
Certo. O poder constituinte difuso é o poder que os agentes políticos 
possuem para promover a mutação constitucional, que é a mudança do 
sentido de um termo da constituição sem mudar o seu texto. Um 
exemplo recente é a nova interpretação dada ao art. 226 § 3º - “Para 
efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento.” 
O STF deu nova interpretação à expressão “homem e a mulher” para 
se considerar como família também as uniões homoafetivas. 
53. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-formal, a 
manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se adstrita à 
atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas 
constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam 
mediante lei orgânica. 
Errado. O DF possui uma Lei Orgânica. No entanto a LODF possui 
status de constituição estadual, sendo fruto, portanto, do poder 
constituinte derivado decorrente. Já as leis orgânicas municipais 
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realmente não possuem status de constituição municipal. Assim, os 
municípios não possuem o poder constituinte derivado decorrente. 
54. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer 
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador 
e também pelo derivado revisor. 
Errado. De fato, a CF pode ser alterada a qualquer momento pelo poder 
constituinte derivado reformador. No entanto, o poder constituinte 
derivado revisor só pôde ser usado uma única vez, 5 anos após a 
promulgação da CF. Assim, não cabe mais esse tipo de reforma 
constitucional. 
55. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte 
originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder 
constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica. 
Errado. Essa é a corrente positivista. A corrente jusnaturalista alega
que o constituinte originário se limita a um direito natural de 
existência pré-constitucional e não foi adotada pelo Brasil. 
56. (ESAF/ENAP/2006) No caso brasileiro, a titularidade da soberania, por 
expressa previsão constitucional, é do Estado brasileiro. 
Errado. A titularidade da soberania no Brasil é do Povo, por expressa 
determinação da CF88: art. 1o Parágrafo único: “Todo o poder emana 
do povo (...)”. 
57. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, 
pois é a base da ordem jurídica. 
Errado. Realmente o constituinte originário é ilimitado e autônomo. 
Mas a definição trazida pela questão foi errada. Ilimitado e autônomo 
significam que ele não sofre limitação alguma para seu exercício. O 
fato de ser a base da ordem jurídica se dá porque o constituinte 
originário é INICIAL. 
58. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na 
possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a 
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regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será 
exercitado por determinados órgãos com caráter representativo. 
Errado. Quem altera o texto constitucional é o poder constituinte 
derivado reformador ou o revisor. O poder decorrente é o poder dos 
estados-membros elaborarem suas constituições estaduais. 
59. (ESAF/AFRFB/2009) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte 
Originário, nasce da deliberação da representação popular, devidamente 
convocada pelo agente revolucionário. 
Errado. A outorga se dá sem a participação popular. Nela, a 
constituição é imposta. Seu oposto seria a promulgação que é a 
Constituição elaborada com a participação popular. 
60. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra 
jurídica de autenticidade constitucional. 
Certo. A própria Constituição estabelece como ela será alterada em seu 
art. 60 e também no art. 3º do ADCT. Além disso, o poder constituinte 
derivado decorrente está previsto no art. 11 do ADCT. 
61. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder constituinte derivado decorrente 
não pressupõe a existência de um Estado federal. 
Errado. O poder constituinte derivado decorrente é o poder dos 
estados-membros elaborarem suas constituições estaduais. Assim, 
para que haja constituição estadual, é necessário que haja primeiro 
um estado-membro. E a existência dos estados-membros é 
característica de um Estado federal. 
62. (ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre 
restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior. 
Errado. Esse é o conceito de “ilimitado”. A qualidade de inicial se dá 
porque o constituinte originário inaugura uma nova ordem jurídica. 
63. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia 
Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do 
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texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e 
implícitas originalmente definidas no texto constitucional. 
Errado. Realmente, a revisão constitucional é um procedimento mais 
simplificado do que a emenda constitucional. No entanto, os limites 
expressos e implícitos devem sim ser obedecidos. 
64. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Entre as características do poder constituinte 
originário destaca-se a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a 
Assembléia Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento 
pré-determinado. 
Certo. O poder constituinte originário é incondicionado e ilimitado. 
Vamos revisar as características deste poder: 
- Inicial - é a base do ordenamento jurídico; 
- Autônomo - não se submete a nenhum outro 
poder; 
- Ilimitado - Não sofre nenhuma limitação imposta 
por norma de direito positivo anterior. Lembre-se de 
que este poder não precisa nem mesmo respeitar o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa 
julgada; 
- Incondicionado – inexiste qualquer procedimento 
formal pré-estabelecido para que ele se manifeste; 
- Permanente – não se esgota no momento de seu 
exercício. Dessa forma, ele continua a existir, mesmo 
depois de elaborada a Constituição. 
 
Características do 
Poder Constituinte 
Originário 
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VI. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS 
CONSTITUCIONAIS 
Nós sabemos que a CF88 é uma constituição do tipo formal, onde só é 
considerado “constituição” aquilo que está escrito em seu texto ou o que pode 
ser depreendido de sua leitura. Assim, todas as normas presentes na 
constituição possuem a mesma hierarquia e o mesmo status constitucional. 
No entanto, algumas normas possuem mais eficácia do que outras. ATENÇÃO:
isso não significa que elas possuem hierarquia diferente, mas tão 
somente que possuem mais efeitos!! 
Todas as normas constitucionais possuem o mesmo status, não 
havendo normas hierarquicamente superiores às outras. 
As normas constitucionais podem ser classificadas, quanto à sua eficácia 
(efeitos) em: 
a) Normas de Eficácia Plena: possuem efeitos completos desde a edição 
da CF88, não necessitando de regulamentação por parte de uma lei. 
Exemplo: Homens e mulheres são iguais nos termos desta CF (art. 5o,I). 
Outro exemplo são os remédios constitucionais, como o Habeas Corpus 
ou o Habeas Data. 
b) Normas de Eficácia

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