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Questões de patologia

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1- Paciente de 68 anos de idade, sexo masculino, tabagista há 18 anos, apresentando sinais de cansaço crônico e hipertrofia dos músculos acessórios da ventilação além de cianose periférica. Outro sinal observado foram as veias jugulares com turgência bilateral, e aumento no diâmetro antero posterior do tórax, assumindo uma forma de “barril”. O mesmo foi diagnosticado com DPOC e Cor Pulmonal. Baseado no caso apresentado, responda os questionamentos abaixo:
 
a) Anatomicamente o que diferencia a bronquite crônica do enfisema pulmonar? 
Resposta: A bronquite crônica é uma doença provocada por uma irritação ou inflamação da mucosa brônquica de forma continuada. Esta doença é caracterizada por tosse com expectoração mucosa que dura pelo menos três meses, com episódios recorrentes durante pelo menos dois anos consecutivos. O enfisema pulmonar é uma doença do pulmão caracterizada por um anormal e permanente alargamento dos espaços aéreos terminais, provocado pela destruição das suas paredes. Isto reduz a área de superfície dos pulmões e consequentemente a quantidade de oxigénio que atinge a corrente sanguínea. Ambos os acometimentos fazem parte da mesma doença, a DPOC. No enfisema, observamos mais falta de ar e emagrecimento. Já na bronquite crônica, vemos pacientes com mais expectoração, catarro e tosse, além de maior tendência a ter sobrepeso e obesidade. Algumas diferenças entre a bronquite crônica e enfisema pulmonar: A bronquite crônica ocorre mais em pessoas de 45 a 50 anos e o enfisema de 50 a 75 anos, a dispneia na bronquite é leve e tardia, já no enfisema é intenso e cedo; a tosse na bronquite é cedo com expectoração e no enfisema é tardia com leve expectoração; as infecções na bronquite são frequentes e no enfisema são esporádicas; a insuficiência respiratória na bronquite é repetida e no enfisema é terminal; a cor pulmonale na bronquite é frequente e no enfisema é infrequente e terminal; na bronquite o pulmão fica com vasos destacados e o coração grande e no enfisema o pulmão fica hiperinsuflado e o coração pequeno; a retração elástica na bronquite fica normal e no enfisema é baixa.
 
b) Quais prejuízos ao coração esse paciente apresentará? (1,0)
 Resposta: O risco de morte por doenças cardiovasculares em pacientes com DPOC é duas vezes maior do que em pessoas sem a condição. Isso ocorre sobretudo porque o tabagismo reduz a capacidade respiratória do indivíduo e, como resultado, a oxigenação do sangue e, consequentemente, do coração diminui, pois estágios avançados de DPOC podem causar pressão elevada nas artérias do pulmão, o que comprime o ventrículo direito do coração. Outras características que costumam aparecer nos portadores de DPOC, como a obesidade e o sedentarismo, também podem aumentar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. 
c) Por que o paciente apresenta hipertrofia dos músculos acessórios da ventilação? 
Resposta: Na bronquite crônica, as paredes brônquicas estão espessadas, há muco no lume e o número de células caliciformes e glândulas mucosas está baixo. Se infecção estiver presente, pode haver secreção purulenta e alterações inflamatórias nas paredes brônquicas. Estas alterações das vias aéreas maiores, entretanto, não contribuem para a obstrução grave e, nos pacientes que morrem por DPOC, geralmente se observa estreitamento e obliteração das vias aéreas pequenas. No entanto, não está claro como isto leva à doença irreversível de vias aéreas vista em alguns pacientes e até que ponto as pequenas vias aéreas podem estar envolvidas. A hipertrofia do ventrículo direito (cor pulmonale) é comum em pacientes com insuficiência respiratória avançada e hipoxemia crônica. O uso acentuado dos músculos acessórios da respiração é visto somente nos estágios tardios da DPOC. O aumento do tórax ocorre anteroposteriormente em virtude à perda da retração elástica dos pulmões, causando uma cifose torácica e dando ao tórax do paciente uma aparência de “tórax em barril”. Os sons respiratórios e cardíacos apresentam-se espaçados e com certa dificuldade de serem audíveis devido à hiperinsuflação pulmonar. Também podem ocorrer sibilos respiratórios, e em estágios mais avançados hipertrofia de músculos acessórios da ventilação, cianose e baqueteamento digital.
d) Por que esse mesmo paciente apresenta sinais de turgência jugular bilateral? 
 Resposta: A turgência jugular bilateral é o enchimento persistente das veias jugulares quando se adota a posição semisentada (45°) ou sentada. Turgência jugular ocorre principalmente quando o paciente apresenta congestão sistêmica na insuficiência cardíaca, isso pode ter sido causado pois na DPOC é reduzida a capacidade respiratória do indivíduo e, como resultado, a oxigenação do sangue e, consequentemente, do coração diminui, podendo causar insuficiência cardíaca e consequentemente turgência jugular.
2- Paciente 48 anos de idade sexo masculino, com histórico de tabagismo. Chega ao ambulatório com quadro de tosse, dispneia, sibilos episódicos especialmente na expiração. O mesmo foi medicado e melhorou os sinais e sintomas em seguida recebeu alta. Algumas semanas depois esse paciente apresentou os mesmos sintomas, porém mais fortes, e com isso teve uma parada respiratório e foi a óbito. Baseado no caso responda os questionamentos:
 
a) Qual a hipótese diagnóstica para essa doença? 
 A hipótese diagnóstica é asma.
b) Por que esse paciente apresentou a dispneia e os sibilos episódicos especialmente na expiração? 
 A dispneia é causada na asma devido ao estreitamento das vias aéreas durante a expiração, fazendo o ar não ser expulso dos pulmões na velocidade normal e as pessoas apresentem sibilos e a respiração tornar-se difícil. A dispneia ocorre quando grandes quantidades de ar permanecem nos pulmões após a expiração. Os sibilos são causados na asma, pois são produzidos pela aceleração e turbilhonamento do ar nas vias aéreas estreitas, gerando oscilações, isso ocorre principalmente na expiração
c) Por que e como o cidadão foi a óbito? 
A asma é uma doença inflamatória crônica, que se não tratada, pode levar à morte. A asma causa inflamação nos brônquios, tubos que levam ar aos pulmões, causando seu fechamento. Quando ocorre a obstrução total desta passagem, o coração fica sem oxigênio e o paciente corre o risco de sofrer uma parada cardíaca, sem essa oxigenação os outros sistemas também são atingidos, levando o paciente a óbito.
3- Paciente MVB 19 anos de idade, sofre de problemas digestório e tem dificuldade em absorver o ferro e foi diagnóstico com anemia ferropriva (deficiência de ferro). Baseado no caso e acerca da anemia, responda os questionamentos: 
a) A anemia ferropriva é classificada como aguda ou crônica? 
a) Crônica, pois a anemia por deficiência de ferro ocorre como resultado de perda sanguínea crônica, perdas urinárias, ingestão e/ou absorção deficiente e aumento do volume sanguíneo. Na anemia ferropriva ocorre diminuição dos níveis plasmáticos de ferro.
b) Quais sinais e sintomas o paciente apresenta consequente a anemia e por que? (1,0)
Os sintomas são típicos e incluem palidez, cansaço, falta de apetite, apatia, palpitações e taquicardia. Nos estágios mais avançados da doença, ocorrem alterações na pele e nas mucosas (atrofia das papilas da língua e fissuras nos cantos da boca), nas unhas e nos cabelos, que se tornam frágeis e quebradiços. Esses sintomas ocorrem devido a má absorção de ferro ou a perda crônica de sangue

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