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3 - As diferentes formas de administração do processo de trabalho no capitalismo moderno

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As diferentes formas de administração do processo de trabalho no capitalismo moderno
3.1 A acumulação primitiva do capital
 A acumulação primitiva do capital foi obtida mediante atividades aventureiras.
 A acumulação do capital nas sociedades modernas resulta da eficácia e eficiência da administração empresarial, isto é, da capacidade de explorar ao máximo, racionalmente, todos os recursos, meios e fatores da produção.
 Resulta, portanto, da organização racional do trabalho no interior das empresas, do cálculo econômico permanente e da análise racional, probabilística em termos matemáticos, dos mercados nacionais e internacionais, frutos de múltiplas determinações: econômicas, políticas, sociais e culturais universais.
3.2 A divisão tecnológica do trabalho
 Ao longo do século XIX, a divisão do processo de trabalho acentuou-se e foi por Marx denominada divisão tecnológica do trabalho por conformar-se às exigências da introdução de novos instrumentais de trabalho, ou seja, às exigências de um sistema de máquinas que, ao desenvolver-se, propiciou uma total reorganização do interior da fábrica.
 Alain Touraine, sociólogo francês, qualificou de sistema profissional ou Fase A do processo de organização e de qualificação do trabalho.
 A qualificação do operário é, sobretudo, indicada por seu poder de comando e decisão sobre o próprio trabalho a partir do conhecimento da totalidade do processo produtivo. Nessa fase, a divisão tecnológica do trabalho, em estágio pouco avançado, preservava o trabalho profissional altamente qualificado.
3.3 Taylorismo e fordismo
 Nas últimas décadas do século XIX, Frederick Taylor1 desenvolveu um novo método de organização do processo de trabalho industrial para aumentar o volume de produção, a fim de atender a demanda crescente pela conquista de novos mercados.
 Ao criar e atribuir à gerência as funções de planejamento e controle do trabalho com o estudo de tempos e movimentos para a eficaz realização das tarefas inerentes aos diferentes postos de trabalho, de seleção e treinamento do pessoal, de fixação do volume de produção a ser obtido de cada um dos trabalhadores, de elaboração de programas de incentivo em dinheiro ao trabalhador Taylor fez surgir uma nova estrutura administrativa com fundamento na ideia de tarefa e deu início à chamada Fase B ou sistema técnico de organização do trabalho.
 Partindo do princípio da divisão tecnológica do trabalho e da especialização do operário, Taylor estabeleceu cargos e funções, definindo o conteúdo e o modo de execução das tarefas de cada um e suas inter-relações com as dos demais, sob a supervisão da gerência. Iniciava-se, assim, o processo de total dissociação entre a concepção do projeto do resultado e do processo de trabalho e o trabalho de execução do projeto, o que se resume na dissociação entre trabalho intelectual e trabalho manual. O operário tornou-se um mero executor de tarefas previamente prescritas. Sem a necessidade d um "homem extraordinário".
 Henry Ford considerava o trabalhador não apenas um produtor de mercadorias, mas também um consumidor. Por isso, aumentou os salários de seus trabalhadores e instituiu a jornada de trabalho de oito horas como incentivo ao consumo, além de distribuir alguns benefícios, como: restaurantes, transporte, hospital e assistência social, por ter compreendido que a produção padronizada em massa requeria consumo de massa.
 Ao permitir o acesso da classe operária ao consumo de bens industrializados, graças ao aumento dos salários e ao barateamento das mercadorias, foi uma razão suficiente para justificar a submissão – não muito passiva, é verdade – a essa nova forma de administração do trabalho.
Análise Crítica do taylorismo/fordismo 
	O taylorismo e o fordismo foram as respostas encontradas pelo capital, ao longo do século XX, para enfrentar esse problema, mas os trabalhadores sempre reagiram – e sempre reagem – às condições impostas, organizando-se politicamente em sindicatos e em movimentos sociais reivindicatórios de diferentes naturezas, muitos deles bem-sucedidos que lhes garantiram alguma melhoria nas condições de trabalho e de vida. Conciliar interesses divergentes é o desafio maior a ser confrontado pelo capital, pelo administrador, pelos governos estabelecidos e pelos próprios trabalhadores, num esforço conjunto para a promoção do desenvolvimento e redução da desigualdade social.
3.4 Impactos do taylorismo e do fordismo sobre o trabalhador
	Fatores que influenciaram diretamente a vida pessoal do trabalhador, tais como:
• A desprofissionalização
• a monopolização do saber pela gerência científica
• A profunda insatisfação com as condições de trabalho
3.5 Os Anos Dourados
A maioria dos seres humanos atua como os historiadores: só em retrospecto reconhece a natureza de suas experiências. Durante os anos 1950, sobretudo nos países “desenvolvidos” cada vez mais prósperos, muita gente sabia que os tempos tinham de fato melhorado, especialmente se suas lembranças alcançavam os anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. Um primeiro-ministro conservador britânico disputou e venceu uma eleição geral em 1959 com o slogan “Você nunca esteve tão bem”, uma afirmação sem dúvida correta. Contudo, só depois que passou o grande boom, nos perturbadores anos 1970, à espera dos traumáticos 1980, os observadores – sobretudo, para início de conversa, os economistas – começaram a perceber que o mundo, em particular o mundo do capitalismo desenvolvido, passara por uma fase excepcional de sua história; talvez uma fase única. Buscaram nomes para descrevê-la: “os trinta anos gloriosos dos franceses (les trente glorieuses), a Era de Ouro de um quarto de século dos anglo-americanos. O dourado fulgiu com mais brilho contra o pano de fundo baço e escuro das posteriores Décadas de Crise. (HOBSBAWM, 1995, p. 253)
 Compreendido pelo período imediato ao pós-Segunda Guerra Mundial (1945-1973) e atingiu não só a Europa e o Japão, mas também alguns países da América Latina – razão pela qual o título dessa parte do livro é A era de ouro, também denominada por diferentes autores de Os anos dourados, Os anos gloriosos, As décadas de ouro.
 No Brasil, o período conhecido Os Anos Dourados que, tiveram curtíssima duração, pois foram interrompidos pelos Anos de Chumbo da ditadura militar.
 Os Anos dourados iniciaram no governo de Juscelino Kubitschek (Os Anos JK), em 1956 - Plano de metas, industrialização, industria automobilísticas, aumento do emprego, construção de Brasília. 
Razões que justificam essa denominação Anos dourados (período de 30 anos)
• Altíssimo Crescimento econômico.
• Pleno emprego.
• Elevação dos salários 
• Desenvolvimento científico e tecnológico
• Multinacionalização do capital
• Internacionalização da economia
• Adoção de políticas intervencionistas na economia pelos Estados nacionais
• Adoção de políticas intervencionistas na economia pelos Estados nacionais

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