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DECISÕES DE INVESTIMENTO Professor: Me. Julyerme Tonin Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso Editoração Flávia Thaís Pedroso DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; TONIN, Julyerme. Conceitos de Gestão Financeira. Julyerme Tonin. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 32 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0014-6 CDD - 22 ed. 352.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| AMBIENTE INSTITUCIONAL: O MERCADO E AS INSTITUIÇÕES 12| CÁLCULOS FINANCEIROS E ANÁLISE DE INVESTIMENTO 19| GOVERNANÇA CORPORATIVA E RELAÇÃO COM INVESTIDORES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Definir os conceitos pertinentes à composição do Sistema Financeiro Nacional e apresentar as principais instituições do Sistema Financeiro Nacional. • Apresentar os principais cálculos financeiros e a sua aplicação na Análise de Investimentos. • Apresentar os conceitos de Governança Corporativa e Relação com Investidores. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Ambiente Institucional: o Mercado e as Instituições • Cálculos Financeiros e Análise de Investimento • Governança Corporativa e Relação com Investidores DECISÕES DE INVESTIMENTO INTRODUÇÃO introdução A gestão financeira é um vasto campo de estudo teórico e prático, apresentando estreita relação com outras ciências, como a Contabilidade, Economia, Direito, Matemática, Informática e Estatística. De uma maneira simplista, a gestão financeira visa assegurar um eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos. Nesse contexto, podemos destacar, por exemplo, o papel da Contabilidade, cujos demonstrativos e relatórios elaborados pelos profissionais da área contábil subsidiam as decisões financeiras do gestor; temos também a Matemática Financeira, que traduz em números as finanças das empresas; papel importante também é atribuído à Estatística, que auxilia o gestor na análise de previsões e projeções; o Direito, com o regramento dos procedimentos administrativos e financeiros; a Informática, com a sua contribuição no ordenamento dos dados e elaboração de relatórios. E, por fim, temos a Economia, que estuda as leis que regem o mercado e o comportamento dos agentes econômicos. Nesse ponto da nossa análise, você irá conhecer algumas contribuições teóricas das Ciências Econômicas a respeito dos conflitos de interesse entre os agentes e do funcionamento do mercado como um todo. Até aqui você estudou as variáveis internas, procedimentos e métodos característicos das decisões operacionais, tácitas e estratégicas no âmbito da empresa. Porém, existe uma série de variáveis exógenas (externas) à empresa que não podem ser controladas. Veremos um pouco do ambiente institucional e organizacional, ou seja, as “regras dos jogos”. Pós-Universo 6 Uma primeira definição é quanto ao mercado, que de uma forma simplista, é o local onde os agentes se relacionam trocando fluxos de bens econômicos e haveres monetários. Vasconcellos e Garcia (2012) destacam que o mercado pode ser subdividido em: • Mercado Monetário - nesse segmento, são realizadas operações de curto e curtíssimo prazos. Esse mercado caracteriza-se pelas políticas monetárias do Governo, como o controle da oferta de moeda e taxa de juros. • Mercado Cambial - nesse mercado, são transacionadas moedas internacionais com operações de compra e venda de moeda estrangeira, sendo a taxa de câmbio uma importante variável desse mercado. Participam desse mercado todos os agentes econômicos que realizam transações com o exterior. • Mercado de Crédito - mercado em que os tomadores de recursos relacionam- se com as instituições financeiras, suprindo suas necessidades de crédito de curto e médio prazos. Como exemplo, podem-se citar o capital de giro para empresas e recursos para consumo para as famílias. AMBIENTE INSTITUCIONAL: O MERCADO E AS INSTITUIÇÕES Pós-Universo 7 • Mercado de Capitais - supre as necessidades de financiamento de longo prazo, por exemplo, investimentos para as empresas e aquisição de bens duráveis para as famílias. Nesse mercado, pode-se destacar a presença das Bolsas de Valores. Para o bom funcionamento desses mercados, é necessário o estabelecimento de um conjunto de regras. Nesse contexto, cabe ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) - composto por um conjunto de instituições - o papel de controlar e fiscalizar a circulação de moeda, crédito, atuação das instituições financeiras etc. Para facilitar nossa análise, o SFN pode ser dividido em subsistema normativo e subsistema de intermediação. O subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas atividades, enquanto o subsistema de intermediação, também conhecido como subsistema operativo, é composto das instituições (bancárias e não bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira. Atualmente, no Brasil, funcionam três órgãos normativos: Conselho Monetário Nacional (CMN) - órgão superior do sistema financeiro nacional; Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) - responsável pelas diretrizes dos segmentos de seguros, capitalização e previdência privada; e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) - para definição das políticas dos fundos de previdência fechados. As entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional são: Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) (CVM, 2013). MERCADO FINANCEIRO MERCADO DE CRÉDITO MERCADO DE CÂMBIO MERCADO DE CAPITAIS MERCADO MONETÁRIO Figura 2: Segmentos do Mercado Financeiro Fonte: CVM (2013, p.15) Pós-Universo 8 Assim como o gestor financeiro lida com uma diversidade de “processos” para garantir o bom funcionamento da empresa, o Sistema Financeiro Nacional é composto por um conjunto de instituições, as quais são responsáveis pelo bom funcionamento do monetário, creditício e financeiro. Nesse contexto, reflita sobre a afirmação: “Os avanços obtidos com a reformulação do SFN na década de 1960 foram tão importantes quanto às mudanças teóricas que ocorreram nesse mesmo período”. Fonte: o autor reflita Em nosso estudo, vamos focar nossa análise nas principais autoridades monetárias. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN (HOJI, 2009). O CMN faz parte do subsistema normativo, e entre suas funções, cabe destacar: orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; regular o valor interno e externo da moeda; coordenar as políticas monetária, creditícia,orçamentária e da dívida pública interna e externa (BCB, 2013). O Banco Central do Brasil (BCB) é o principal executivo do CMN, atuando principalmente como um organismo fiscalizador do mercado financeiro, gestor do sistema financeiro e executador da política monetária do governo (ASSAF NETO, 2007). Os principais objetivos do BCB são: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade; e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro (BCB, 2013). No âmbito do BCB, em 1996, foi criado o Comitê de Política Monetária (COPOM), que é responsável, desde 1999, pelo acompanhamento e cumprimento das metas de inflação (HOJI, 2009). Pós-Universo 9 Entre as várias competências do Banco Central do Brasil, cabe destacar: • Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do Sistema Financeiro Nacional; • Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional; • Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecida como taxa SELIC; • Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional; • Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior; • Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de compensação); • Emitir papel-moeda; • Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro necessária às atividades econômicas; • Manter o nível de preços (inflação) sob controle; • Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros; • Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto; • Executar o sistema de metas para a inflação; • Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional; • Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio; • Administrar as reservas internacionais brasileiras; • Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais; • Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras. Fonte: PORTAL DO INVESTIDOR (2014) saiba mais A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, criada por meio da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país. Para este fim, exerce as funções de: assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado, entre outras (CVM, 2013). Pós-Universo 10 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi criado por meio da lei n° 1.628, de 20 de junho de 1952, como Autarquia Federal, com a finalidade de substituir a dependência total do país por recursos externos e atuar em projetos da infraestrutura rodoviária, energética, de portos, e, dessa forma, ter condições melhores de competição no mercado internacional, buscando assim superar o subdesenvolvimento do Brasil (CARIO; REDIVO, 2013). Em linhas gerais, o BNDES é responsável pela política de investimentos a longo prazo do Governo Federal (BCB, 2013). A intervenção do Estado no sistema financeiro brasileiro já faz parte do contexto histórico da economia brasileira. Podemos citar duas importantes participações do Estado, como a criação do Banco do Brasil (BB), em 1808, e a Caixa Econômica Federal (CEF), em 1861. Neste contexto, o BB constitui a principal instituição provedora do crédito rural e apoio às exportações, enquanto a CEF é caracterizada como a instituição predominante no crédito imobiliário. Segue abaixo um cronograma das principais normas que possibilitaram a criação das principais instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional: • Em 12 de outubro de 1808, é criado pelo príncipe regente D. João o mais antigo banco comercial do Brasil - o Banco do Brasil; • Em 12 de janeiro de 1861, por Dom Pedro II, é criada a Caixa Econômica Federal; • A Lei 1628 de 20/06/1952 cria o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, que depois ganharia o termo social no nome - BNDES. • A Lei 4595 de 31/12/1964, conhecida como a Lei da Reforma Bancária, cria o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil; • O Decreto-Lei 73/1966 cria a Superintendência de Seguros Privados; • A Lei 6385 de 07/12/1976 cria a Comissão de Valores Mobiliários. Fonte: COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (2013) fatos e dados Pós-Universo 11 O financiamento da infraestrutura e da indústria – máquinas e equipamentos – é provido principalmente pelo BNDES, embora o BB e a CEF também possuam linhas de crédito para atender a esses setores. Por fim, não obstante, em eventuais momentos de desconcentração do crédito para as regiões mais pobres do país – notadamente o Norte e o Nordeste –, o Banco da Amazônia (BASA), criado em 1966, e o Banco do Nordeste (BNB), criado em 1952, atuam como as principais instituições de fomento regional (ARAUJO; CINTRA, 2011). Até praticamente a primeira metade do século XX, o Banco do Brasil desempenhou várias das funções típicas de um banco central (banco dos bancos, banco do governo). Muitas foram as tentativas de criação de um Banco Central, concretizando-se na criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), criada pelo Decreto-Lei nº 7.293, de 2 de fevereiro de 1945. A Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, foi responsável pela reestruturação do Sistema Financeiro Nacional, dando os contornos do que é hoje. A SUMOC deu lugar ao Banco Central, o Conselho Superior da SUMOC deu lugar ao Conselho Monetário Nacional, e o Tesouro Nacional, que já existia, sofreu algumas alterações na sua forma de atuação. Fonte: ESTRELA, M. A. et al. (2006). saiba mais No subsistema de intermediação, cabe destacar a presença de instituições financeiras bancárias (basicamente bancos comerciais), responsáveis pelas operações de crédito e outras operações de natureza financeira (HOJI, 2009). E as instituições financeiras não bancárias, as quais não têm capacidade de emitir moeda ou meios de pagamento, como os bancos comerciais, são: Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos (financeiras), Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing), banco de investimento, cooperativas de crédito etc. Dentre as instituições auxiliares, podemos destacar as bolsas de valores, de derivativos e as sociedades corretoras e os agentes autônomos de investimento. Por fim, como instituições não financeiras, temos as sociedades de fomento comercial (factoring), as sociedades de capitalização, administradoras de cartão etc. Pós-Universo 12 O conceito de juros é comumente utilizado em operações financeiras de curtíssimo e curto prazos, desconto de duplicatas e títulos, cobrança de juros de moras, entre outros (HOJI, 2009). Segundo o enfoque da economia, o conceito de juros decorre da preferência temporal dos agentes de consumir determinado bem ou serviço. Se o agente postergar seus consumos, o mesmo exigirá uma recompensa pelo sacrifício de poupar, que é definido como juro (ASSAF NETO, 2007). Nesse contexto, muitas decisões dos gestores financeiros envolvem a gestão de recursos no tempo e, consequentemente, irão se defrontar com essa variável em suas análises. Com isso, pretende-se apresentar os pressupostos básicos do cálculo financeiro, que são largamente aplicados em várias operações empresariais. Os cálculos financeiros fazem parte da matemática financeira que, segundo Bauer (2003), tem por objetivo estudar as diversas formas de evolução do valor do dinheiro no tempo bem como as formas de análise e comparação de alternativas para aplicação/obtenção de recursos financeiros. O autor diferencia dois conceitos importantes: CÁLCULOS FINANCEIROS E ANÁLISE DE INVESTIMENTO Pós-Universo13 • Capital: é qualquer valor expresso em moeda (dinheiro ou bens comercializáveis) disponível em determinada época. Referido montante de dinheiro também é denominado de capital inicial ou principal. • Juros: é o aluguel que deve ser pago ou recebido pela utilização de um valor em dinheiro durante um certo tempo; é o rendimento em dinheiro, proporcionado pela utilização de uma quantia monetária, por um certo período de tempo. Como a taxa de juros sobre o capital inicial denomina-se regime de capitalização. Para Hoji (2009), existem basicamente duas formas de capitalização: • Capitalização simples: os juros são devidos ou calculados exclusivamente sobre o principal ao longo dos períodos de capitalização; é um critério linear de cálculo dos juros. J = C x I x n • Capitalização composta: os juros produzidos ao final de um período são somados ao montante do início do período seguinte e essa soma passa a render juros no período seguinte e assim sucessivamente; é um critério exponencial de cálculo dos juros J = C [(1 + i)n - 1] em que, J é o juros; C é o Capital Inicial (ou principal), i a taxa de juros e n o número de períodos. Calculadoras Financeiras têm aplicativos que permitem que por meio de alguns cliques seja possível capitalizar e descontar valores facilmente. Porém, para quem não quer investir em uma calculadora financeira, é possível implementar facilmente uma fórmula de cálculo dos juros em uma planilha eletrônica. saiba mais Pós-Universo 14 Assim, conforme exemplo de Hoji (2009, p. 65-67), se um investidor aplicar $100.000,00 durante 6 meses à taxa de juros de 2% a.m., seu resultado será Juros Simples = $100.000,00 x 0,02 x 6 Juros Simples = $12.000,00 Juros Compostos = $100.000,00 x [(1+ 0,02)6 - 1] Juros Compostos = $12.616,24 Para Assaf Neto (2007, p. 57), o sistema de juros compostos é o que tem maior aplicação prática, sendo que nos cálculos financeiros, é muito comum encontrar o valor gerado após um período de capitalização, conforme a fórmula: FV = PV x (1 + i)n em que, FV representa o valor futuro e PV o valor presente. Como exemplo proposto por Assaf Neto (2007), suponha que uma empresa deseja obter $ 200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar hoje em um fundo que rende 7% a.t. (ao trimestre?)? $200.000,00 = PV x (1 + 0,07)4 PV = $200.000,00 (1,07)4 = $152.579,00 A partir dessa concepção simples, há uma série de desdobramentos dos cálculos financeiros que podem ser aplicados no cotidiano das empresas. A ideia aqui não é explorar todo o vasto campo de análise da matemática financeira, mas dar uma ideia de que os cálculos financeiros são uma ferramenta útil aos gestores. Seguem abaixo alguns exemplos: Pós-Universo 15 • Taxas Equivalentes: são as taxas que geram montantes idênticos quando capitalizadas sobre um mesmo capital e prazo 11 −+= qq ii em que q representa o número de partes do intervalo de tempo considerado. Exemplo de aplicação em Assaf Neto (2007, p. 58). • Taxas Efetivas para períodos não inteiros: é possível calcular a taxa de juros para uma fração de um período mediante a seguinte fórmula: ie = (1 + i) n + p/q - 1 em que n representa um período completo de capitalização enquanto p/q representa uma fração desse período. Exemplo de aplicação em Hoji (2009, p. 70). • Séries de pagamento ou recebimento uniformes: são utilizadas para analisar a determinação do custo e vários empréstimos ou financiamentos, para séries de mesmo valor e periodicidade: PV = PMT x 1 - (1 + i) -n i em que PMT representa o valor de cada pagamento ou recebimento. Exemplo de aplicação em Assaf Neto (2007, p. 62). Pós-Universo 16 Essas são algumas das métricas disponíveis dentre os cálculos financeiros existentes: descontos, amortização, depreciação etc. Escolhemos uma variável específica à taxa de juros, pois em última instância, reflete a remuneração exigida por um agente econômico ao decidir postergar seu consumo e transferir seus recursos para outro agente (ASSAF NETO, 2007). Em decisões de gestão de estoque, de realizar uma compra à vista ou a prazo, onde o saldo será mantido em caixa, a política de concessão de crédito, o adiantamento a fornecedores e a política de cobrança da empresa estão relacionados com a taxa de juros (HOJI, 2009). De um lado o gestor avalia o montante de juros que ele está deixando de receber, de outro lado, a avaliação é a de qual taxa de juros cobrar. A taxa de juros é uma variável importante nas decisões de investimento do gestor. Os termos Valor Presente e Valor Futuro da fórmula de cálculo dos juros compostos já nos mostram a ideia do valor do dinheiro no tempo. Para Weston e Brigham (2000), a capitalização é o processo aplicado para descobrir o valor futuro, enquanto que o desconto é o processo para descobrir o valor presente de um fluxo de caixa futuro. Para Assaf Neto (2007), as decisões de investimento a longo prazo consistem na utilização de métodos quantitativos de avaliação da viabilidade econômica das alternativas de investimento. Hoji (2009, p. 170) sintetiza no Quadro 1 as principais técnicas de avaliação de investimento. Eid (1996) analisou as técnicas de análise de investimento utilizadas pelas empresas brasileiras e concluiu que 52% das empresas pesquisadas fazem uso da Taxa Interna de Retorno (TIR), 51% utilizaram o payback (PB) e 41%, o Valor Presente Líquido. Fonte: EID JUNIOR (1996). fatos e dados Pós-Universo 17 Quadro 1: Métodos de avaliação de investimento Nome Descrição Método de Valor Presente Líquido (VPL) Também conhecido como Método do Valor Atual Líquido, consiste em determinar o valor no instante inicial, descontando o fluxo de caixa líquido de cada período futuro gerado durante a vida útil do investimento. Método do Valor Futuro Líquido Determina o valor do fluxo de caixa no instante futuro, utilizando as mesmas fórmulas de cálculo e critérios do método VPL, diferenciando- se somente quanto ao aspecto da data focal. Método do Valor Uniforme Líquido Consiste em transformar uma série de valores diferentes em valores uniformes, por meio da aplicação de uma taxa mínima de atratividade. Método da Taxa Interna de Retorno Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros que anula o VPL. Esse método assume implicitamente que os fluxos de caixa líquidos periódicos são reinvestidos à própria TIR calculada para todo o investimento. O investimento será economicamente atraente se a TIR for maior que a taxa mínima de atratividade. Método do Prazo de Retorno (payback) Consiste na apuração do tempo necessário para que a soma dos fluxos de caixa líquidos periódicos seja igual ao fluxo de caixa líquido do instante inicial. Fonte: baseado em Hoji (2009, p.170-171) Os métodos de análise de investimento apresentados consistem em descontar um fluxo de valores esperados, tendo assim uma ideia dos resultados do empreendimento em termos de valores correntes. Para tal fim, utiliza-se uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA), sendo que a definição dessa taxa não é trivial e é fundamental para o sucesso de um projeto de investimento. Nesse contexto, quais as variáveis endógenas e exógenas devem ser incluídas na análise do gestor para que o mesmo faça um projeto de investimento adequado? reflita Pós-Universo 18 Assaf Neto (2007) apresenta a formulação do Conceito de TIR. I0 +Σn t - 1 It (1 + K)t = Σn t - 1 FCt (1 + Kt) I0 e It são o montante do investimento no momento t0 e nos períodos t subsequentes, respectivamente; K - taxa de retorno do projeto, representada pela rentabilidade mínima requerida; FCt - fluxo de caixa de cada período. Segundo exemplo apresentado por Assaf Neto (2007, p. 348), suponha que de um investimento de $300 (realizado em duas parcelas $100 no ato e $200 no ano seguinte), sejam esperados benefícios de caixa de $ 100, $150, $180 e $120 nos próximos quatro anos, respectivamente. Calcula-se a TIR: 100 + 200 (1 + K)1 =100 (1 + K)2 + 150 (1 + K)3 + 180 (1 + K)4 + 120 (1 + K)5 TIR (K) = 23,91% a.a. E o fluxo de caixa gerado por esse investimento pode ser expresso da seguinte forma: 100 100 Entradas de Caixa Saídas de Caixa 200 2 0 1 3 4 5 150 180 120 Cabe destacar que nesse método pressupõe que os fluxos de caixa previstos são reinvestidos. Outro ponto é que esses fluxos são variáveis previstas ao longo de determinado período futuro de tempo. Então os conceitos de risco e incerteza que já analisamos também devem ser levados em conta nessa análise. Nesse ponto, a análise de sensibilidade mensura os resultados líquidos de caixa projetando modificações possíveis nesses fluxos, permitindo ao gestor incorporar o risco em suas análises. Pós-Universo 19 Na aula anterior, vimos que as decisões de investimentos podem ser compartilhadas, ou seja, quando a empresa opta pela abertura de capital, seus acionistas, esperando participar do lucro da companhia (dividendos e bonificações), ganhar com o direito de subscrição (emissão de novas ações) ou ganhar com a possível valorização das ações, também têm direito a voto (dependendo do tipo de ação). Nessas empresas, a gestão financeira incorpora temáticas como governança corporativa e relação com investidores. GOVERNANÇA CORPORATIVA E RELAÇÃO COM INVESTIDORES Pós-Universo 20 No Brasil, a busca por boas práticas de governança acentuou-se com a abertura comercial, estabilização da economia e privatizações (década de 1990), sendo que em 1995 ocorreu a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA) que, a partir de 1999, passou a ser intitulado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). As discussões internacionais foram fortalecidas pelas iniciativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que criaram um fórum para tratar especificamente sobre o tema, o Business Sector Advisory Group on Corporate Governance. O tema Governança Corporativa tornou-se ainda mais relevante, a partir de escândalos corporativos (Enron, WorldCom) e a promulgação da lei Sarbanes-Oxley, nos Estados Unidos. Fonte: IBGC (2014) fatos e dados O objetivo principal desta aula é explorar os modernos conceitos de governança corporativa e relação com investidores, sabendo que nas grandes empresas que negociam ações na bolsa é comum observar departamentos especializados em cada uma dessas áreas. Aqui apresentaremos alguns conceitos preliminares, porém uma análise mais completa sobre o tema pode ser obtida em: No Brasil, a estabilização da inflação, a melhora no perfil de endividamento público, criou um ambiente propício a evolução das empresas, surgindo assim a necessidade de crédito e de uma estrutura de capital para aumentar a escala produtiva. Com isso as empresas começaram o processo de abertura de capital. Para o Instituto Brasileiro de Relação com Investidores (IBRI), a profissionalização da gestão das empresas levou os proprietários a se ausentarem do cotidiano das companhias, passando a exercer influência decisória nas reuniões dos Conselhos de Administração (IBRI, 2012). Como as empresas cresceram, o empreendedor já não toma todas as decisões, a gestão ficou mais complexa, sendo necessário também atender aos interesses dos acionistas; ao longo do tempo as boas práticas de governança corporativas foram sendo implementadas. Para CVM (2013), governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações. Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle (IBGC, 2009). Pós-Universo 21 A vida corporativa no Brasil e no mundo tem passado por inúmeros percalços pautados na falta de transparência, na ausência de participação efetiva dos acionistas nos conselhos das empresas e na construção de acordos de acionistas inadequados às partes, dentre outros fatores. A prática de boa governança nas instituições aparece como um mecanismo capaz de proporcionar maior transparência a todos os agentes envolvidos com a empresa, minimizar a assimetria de informação existente entre administradores e proprietários e fazer com que os acionistas que não pertencem ao bloco de controle possam reduzir suas perdas no caso de uma eventual venda da companhia. Crises mundiais como a asiática, em que inúmeros escândalos bancários despontaram na região, e recentemente os casos Enron, World Com e Parmalat, ressaltaram a importância de práticas institucionais que enfatizem a transparência, a ética e a segregação de funções nas empresas. Com a globalização e o forte fluxo de capital externo para o Brasil, tanto direto como indireto, fica evidente a necessidade da adequação de nossa legislação. Nas práticas de boa governança estabelecidas pela Bovespa, a passagem para um patamar superior de governança aumenta o grau de segurança oferecido aos acionistas bem como melhora a qualidade das informações prestadas pelas empresas. O resultado esperado seria a menor volatilidade das ações e os retornos acima da média do mercado. Ao estabelecer níveis de governança, a Bovespa pretende que os critérios determinados para os diferentes níveis guardem uma forte correlação com a valorização e a menor volatilidade das ações. Fonte: VIERA, MENDES (2014) saiba mais Pós-Universo 22 Em termos teóricos, a governança corporativa está relacionada com o problema da relação agente-principal. Para Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 562), o agente representa a pessoa atuante e o principal, a parte que é afetada pela ação do agente, sendo assim, o problema de relação agente-principal surge quando os agentes perseguem seus próprios objetivos, e não os do principal. Ou seja, os executivos e conselheiros contratados pelos acionistas tenderiam a agir em interesse próprio, e não segundo os interesses da empresa e de todos os acionistas e demais partes interessadas. Para minimizar o problema, os autores sugeriram que as empresas e seus acionistas devem adotar uma série de medidas para alinhar interesses dos envolvidos (CVM, 2013). No Brasil, existe o código das Melhores Práticas da Governança Corporativa do IBGC, que se baseia em quatro princípios: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Conforme IBGC (2009, p. 19), esses princípios podem ser descritos como: • Transparência (disclosure): esse princípio pretende garantir que sejam prestadas aos stakeholders as informações de seu interesse, além das que são obrigatórias por lei ou regulamento, tão logo estejam disponíveis; • Equidade: preza pelo tratamento justo, equânime entre todos os cotistas; não deve haver o uso de informação privilegiada (insider information) para benefício próprio ou de terceiro, bem como atitudes ou políticas discriminatórias são inaceitáveis; • Prestação de Contas (Accountability): os agentes de governança (sócios, administradores, conselheiros, auditores) devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. • Responsabilidade Corporativa: os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Pós-Universo 23 CONSELHO DE FAMILIA CONSELHO FISCAL SÓCIOS GOVERNANÇA GESTÃO Auditoria Indepedente Auditoria Interna Conselho de Administração DIRETOR- PRESIDENTE DIRETORES C. Auditoria ADMINISTRADORES Comitês Figura 1: O sistema de governança corporativa Fonte: IBGC (2013) Para Roth et al. (2012), cabe ao sistema de governança constituir normas, regras, autonomia e limites de funcionamento da rede, e à gestão, a prática de atos gerencias. Dessa forma, o papel da governança não é gerir,mas delimitar a gestão, tarefa que incumbe aos gestores da rede. Para CVM (2013), na estrutura de governança, os sócios ou a assembleia de acionistas são a instância máxima de decisão, pois escolhem e destituem os membros do conselho de administração. Segundo IBGC (2009), o conselho de administração é considerado o principal componente do sistema de governança, sendo assessorado pelo comitê de auditoria ou outros comitês, quando necessário. Por sua vez, CVM (2013) destaca que os diretores operacionalizam e executam as diretrizes estratégicas traçadas pelo conselho, a quem devem prestar contas de sua atuação, configurando-se como um elemento do sistema de gestão. Para Roth et al. (2009), cabe ao sistema de gestão o planejamento e execução de estratégias, a organização das atividades, entre outras atividades, sendo desempenhados principalmente pelos administradores da empresa. Pós-Universo 24 Para IBGC (2009, p. 43), comitês são órgãos acessórios ao Conselho de Administração. Sua existência não implica a delegação de responsabilidades que competem ao Conselho de Administração como um todo. Várias atividades do Conselho de Administração, que demandam muito tempo – nem sempre disponível nas reuniões –, podem ser exercidas com mais profundidade por comitês específicos, entre os quais podemos citar: Comitê de Auditoria, de Recursos Humanos, de Governança, de Finanças, de Sustentabilidade, entre outros. Fonte: IBGC (2009) saiba mais Enfim, a gestão financeira e a governança corporativa são indissociáveis, sendo que a gestão de risco, a estratégia da empresa, a gestão de pessoas e a estrutura de capital fazem parte do processo de gestão da empresa, bem como são contempladas no código de boas práticas de governança do IBGC. Cabe destacar também que as recomendações de boas práticas de governança estão alinhadas com o princípio de sustentabilidade, ou seja, satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras suprirem suas próprias necessidades. Outro conceito importante é a relação com investidores. As Relações com Investidores (RI) podem ser definidas como parte da administração estratégica de uma companhia, uma vez que envolvem atividades em que a comunicação irá contribuir positivamente para a justa avaliação da companhia. Muitas empresas mantêm um departamento de RI, e, segundo CVM (2013), uma área de RI bem estruturada contribui para integrar as diversas áreas de atividade da companhia, uma vez que precisa promover uma cultura específica de difusão da informação para todos os públicos estratégicos, inclusive o interno. É a partir do despertar para a responsabilidade corporativa, via estratégias, para o desenvolvimento de longo prazo, levando em conta os rigorosos padrões de governança corporativa, no que tange demonstrações contábeis e transparência nas informações das organizações, que as práticas de sustentabilidade poderão garantir as expectativas dos sócios e demais stakeholders (CVM, 2013). reflita Pós-Universo 25 As principais funções da área de Relação com Investidores estão sistematizadas no Quadro 1. Quadro 1: Principais Atribuições da Área de Relação com Investidores • Atuação como porta-voz da companhia na comunicação com o mercado e com a imprensa econômica; • Relacionamento com os órgãos reguladores, entidades e instituições do mercado, bolsas de valores e mercados de balcão; • Ampliação da base acionária; • Avaliação contínua das respostas do mercado à atuação da companhia e promoção de reflexão interna com outras áreas da companhia; • Contribuição para definir a estratégia corporativa e ideias que agreguem valor; • Desenvolvimento da cultura de companhia aberta junto ao público interno; • Integração do programa de comunicações entre as diversas áreas da companhia; • Planejamento e execução da divulgação de informações obrigatórias e voluntárias; • Acompanhamento das avaliações/análises feitas sobre a companhia bem como das condições de negociação dos valores mobiliários da companhia; • Coordenação e acompanhamento dos serviços aos acionistas e respectivas assembleias; • Reuniões públicas e individuais com analistas de investimento, acionistas e investidores potenciais. Fonte: CVM (2013, p. 173-174) Enfim, a área de RI tem responsabilidade crescente na estrutura de governança das companhias e no desenvolvimento da nova cultura de capital aberto. No tocante à relação com investidores, em 05 de junho de 1997, foi fundado o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), o qual tem como princípios: transparência, equidade, franqueza, independência, integridade e responsabilidade (IBRI, 2012). A representação institucional da relação com investidores é justificada dado que o profissional de RI é um gestor qualificado responsável por prover “inteligência de mercado” à alta administração. atividades de estudo 1. A instituição responsável por orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; regular o valor interno e externo da moeda; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa é o: a) BCB. b) CMN. c) CVM. d) BNDES. e) COPOM. 2. Um investidor quer aplicar a quantia de $ 800 por 3 meses, a uma taxa de 8,00% a.m., para retirar no final deste período. Qual o valor que o investidor irá retirar da aplicação considerando que a mesma foi realizada pelo método de juros composto a) $992,00. b) $ 997,77. c) $1002,24. d) $1007,77. e) $1012,77. 3. A governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações. Como princípios norteadores das Melhores Práticas de Governança, podemos citar: a) Disclosure, Transparência e Accountability. b) Equidade, Accountability e Independência. c) Disclosure, Equidade e Accountability. d) Accountability, Equidade e Integridade. e) Equidade, Disclosure e Responsabilidade. resumo O mercado financeiro composto por mercado monetário, cambial, de crédito e de capitais tem seu funcionamento resguardado por um amplo conjunto de regras do Sistema Financeiro Nacional. O Sistema Financeiro Nacional é composto por um subsistema normativo, o qual estabelece normas e diretrizes para o bom funcionamento do mercado financeiro e um subsistema de intermediação ou operativo, composto por instituições bancárias e não bancárias que atuam na intermediação financeira. As decisões dos gestores financeiros também envolvem a gestão de recursos no tempo, com isso, o cálculo financeiro é amplamente aplicado em várias operações empresariais. Nesse contexto, as decisões de investimento a longo prazo consistem na utilização de métodos quantitativos de avaliação da viabilidade econômica das alternativas de investimento. Por fim, exploramos os modernos conceitos de governança corporativa e relação com investidores. A governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações, pautada no disclosure, equidade, accountability e responsabilidade corporativa. O princípio de transparência (disclosure) pretende garantir que sejam prestadas aos stakeholders as informações de seu interesse, além das que são obrigatórias por lei ou regulamento, tão logo estejam disponíveis. O conceito de equidade preza pelo tratamento justo, equânime entre todos os cotistas, não deve haver o uso de informação privilegiada (insider information) para benefício próprio ou de terceiro, bem como atitudes ou políticas discriminatórias são inaceitáveis. Enquanto que na prestação de contas (Accountability), os agentes de governança (sócios, administradores, conselheiros, auditores) devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. Por fim, na responsabilidade corporativa, os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negóciose operações. Por fim, a relação com investidores é parte integrante da administração estratégica de uma companhia, uma vez que envolve atividades em que a comunicação irá contribuir positivamente para a justa avaliação da companhia. material complementar Na Web As entidades que compõem o Sistema Financeiro Nacional têm em seus portais informações sobre a composição, organização e funcionamento do SFN. Abaixo seguem alguns exemplos: Comissão dos Valores Mobiliários - Portal do Investidor <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Investidor_Estrangeiro/o_mercado_de_valores_ brasileiros/Estrutura_Funcionamento.html>. Banco Central do Brasil <http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>. referências ARAUJO, V. L.; CINTRA, M. A. M. O papel dos bancos públicos federais na economia brasileira. Texto para discussão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Brasília, abr. 2011. ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007. BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB. Composição e Evolução do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>. Acesso em: 10 nov. 2013. BAUER, Udibert Reinold. Matemática Financeira Fundamental. São Paulo: Atlas, 2003. CARIO, S.; REDIVO, A. O BNDES e as Políticas Desenvolvimentistas - 1952 a 1979. UFSC. In: ENCONTRO DE ECONOMIA DA REGIÃO SUL – ANPEC, 16, 2013, Curitiba. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. O Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro. Rio de Janeiro: CVM, 2013. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Investidor_Estrangeiro/o_mercado_de_valores_ brasileiros/Estrutura_Funcionamento.html>. Acesso em: 10 nov. 2013. EID JUNIOR. Custo e estrutura de capital: o comportamento das empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 36, n. 4, 1996. ESTRELA, M.A.; ROSEK, R.J.; ORSI, R.V.; SCHNEIDER, V.M. Bancos Centrais e Sistema Financeiro. Brasília: Banco Central do Brasil, 2006. GITMAN, J. L. Princípios da Administração Financeira. 9. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código das melhores práticas de governança corporativa. 4. ed. São Paulo: IBGC, 2009. Disponível em:<http://www.ibgc.org.br/ userfiles/Codigo_julho_2010_a4.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. – IBGC. Origens da Governança Corporativa. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18166>. Acesso em: 10 out. 2014. referências INSTITUTO BRASILEIRO DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES. O estado da arte das Relações com Investidores no Brasil. 2. ed. São Paulo: IBRI, 2012. Disponível em: <http://www.ibri.org.br/Upload/ Arquivos/Estado_Arte.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014. PINDYCK R.S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. PORTAL DO INVESTIDOR. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em:<http://www. portaldoinvestidor.gov.br/menu/Investidor_Estrangeiro/o_mercado_de_valores_brasileiros/ Estrutura_Funcionamento.html>. Acesso em: 10 out. 2014. ROTH, A. L.; WEGNER, D.; ANTUNES JUNIOR, J. A. V.; PADULA, A. D. Diferenças e inter-relações dos conceitos de governança e gestão de redes horizontais de empresas: contribuições para o campo de estudos. Revista de Administração, v. 47, n.1, p.112-123, jan./mar. 2012. VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. VIERA, MENDES. Governança Corporativa: uma análise de sua evolução e impactos no mercado de capitais brasileiro. Disponível em:<https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index. php/OC/article/download/1316/1334>. Acesso em: 10 out. 2014. WESTON. J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo: Pearson Makron Books, 2000. resolução de exercícios 1. b) CMN. 2. d) $1007,77. 3. c) Disclosure, Equidade e Accountability. AMBIENTE INSTITUCIONAL: O MERCADO E AS INSTITUIÇÕES
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