Buscar

CONTABILIDADE GERENCIAL FINANCEIRA - Unidade 03

Prévia do material em texto

DECISÕES DE INVESTIMENTO
Professor:
Me. Julyerme Tonin
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso 
Editoração Flávia Thaís Pedroso
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; TONIN, Julyerme.
 
 Conceitos de Gestão Financeira. Julyerme Tonin.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 32 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título.
 ISBN 978-85-459-0014-6
CDD - 22 ed. 352.4 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
06| AMBIENTE INSTITUCIONAL: O MERCADO E AS INSTITUIÇÕES 
12| CÁLCULOS FINANCEIROS E ANÁLISE DE INVESTIMENTO
19| GOVERNANÇA CORPORATIVA E RELAÇÃO COM 
INVESTIDORES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Definir os conceitos pertinentes à composição do Sistema Financeiro Nacional 
e apresentar as principais instituições do Sistema Financeiro Nacional.
 • Apresentar os principais cálculos financeiros e a sua aplicação na Análise 
de Investimentos.
 • Apresentar os conceitos de Governança Corporativa e Relação com 
Investidores.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Ambiente Institucional: o Mercado e as Instituições
 • Cálculos Financeiros e Análise de Investimento
 • Governança Corporativa e Relação com Investidores
DECISÕES DE INVESTIMENTO
INTRODUÇÃO
introdução
A gestão financeira é um vasto campo de estudo teórico e prático, apresentando 
estreita relação com outras ciências, como a Contabilidade, Economia, Direito, 
Matemática, Informática e Estatística. De uma maneira simplista, a gestão 
financeira visa assegurar um eficiente processo empresarial de captação e 
alocação de recursos.
Nesse contexto, podemos destacar, por exemplo, o papel da Contabilidade, 
cujos demonstrativos e relatórios elaborados pelos profissionais da área contábil 
subsidiam as decisões financeiras do gestor; temos também a Matemática 
Financeira, que traduz em números as finanças das empresas; papel importante 
também é atribuído à Estatística, que auxilia o gestor na análise de previsões e 
projeções; o Direito, com o regramento dos procedimentos administrativos e 
financeiros; a Informática, com a sua contribuição no ordenamento dos dados 
e elaboração de relatórios. E, por fim, temos a Economia, que estuda as leis que 
regem o mercado e o comportamento dos agentes econômicos. 
Nesse ponto da nossa análise, você irá conhecer algumas contribuições 
teóricas das Ciências Econômicas a respeito dos conflitos de interesse entre os 
agentes e do funcionamento do mercado como um todo. 
Até aqui você estudou as variáveis internas, procedimentos e métodos 
característicos das decisões operacionais, tácitas e estratégicas no âmbito da 
empresa. Porém, existe uma série de variáveis exógenas (externas) à empresa 
que não podem ser controladas. Veremos um pouco do ambiente institucional 
e organizacional, ou seja, as “regras dos jogos”. 
Pós-Universo 6
Uma primeira definição é quanto ao mercado, que de uma forma simplista, é o 
local onde os agentes se relacionam trocando fluxos de bens econômicos e haveres 
monetários. 
Vasconcellos e Garcia (2012) destacam que o mercado pode ser subdividido em:
 • Mercado Monetário - nesse segmento, são realizadas operações de curto 
e curtíssimo prazos. Esse mercado caracteriza-se pelas políticas monetárias 
do Governo, como o controle da oferta de moeda e taxa de juros.
 • Mercado Cambial - nesse mercado, são transacionadas moedas internacionais 
com operações de compra e venda de moeda estrangeira, sendo a taxa de 
câmbio uma importante variável desse mercado. Participam desse mercado 
todos os agentes econômicos que realizam transações com o exterior.
 • Mercado de Crédito - mercado em que os tomadores de recursos relacionam-
se com as instituições financeiras, suprindo suas necessidades de crédito 
de curto e médio prazos. Como exemplo, podem-se citar o capital de giro 
para empresas e recursos para consumo para as famílias. 
AMBIENTE 
INSTITUCIONAL: 
O MERCADO E 
AS INSTITUIÇÕES 
Pós-Universo 7
 • Mercado de Capitais - supre as necessidades de financiamento de longo 
prazo, por exemplo, investimentos para as empresas e aquisição de bens 
duráveis para as famílias. Nesse mercado, pode-se destacar a presença das 
Bolsas de Valores.
Para o bom funcionamento desses 
mercados, é necessário o estabelecimento 
de um conjunto de regras. Nesse contexto, 
cabe ao Sistema Financeiro Nacional 
(SFN) - composto por um conjunto de 
instituições - o papel de controlar e fiscalizar 
a circulação de moeda, crédito, atuação das 
instituições financeiras etc.
Para facilitar nossa análise, o SFN pode 
ser dividido em subsistema normativo 
e subsistema de intermediação. O 
subsistema normativo é responsável pelo 
funcionamento do mercado financeiro 
e de suas instituições, fiscalizando e 
regulamentando suas atividades, enquanto 
o subsistema de intermediação, também 
conhecido como subsistema operativo, 
é composto das instituições (bancárias e 
não bancárias) que atuam em operações 
de intermediação financeira.
Atualmente, no Brasil, funcionam três órgãos normativos: Conselho Monetário 
Nacional (CMN) - órgão superior do sistema financeiro nacional; Conselho Nacional 
de Seguros Privados (CNSP) - responsável pelas diretrizes dos segmentos de seguros, 
capitalização e previdência privada; e Conselho Nacional de Previdência Complementar 
(CNPC) - para definição das políticas dos fundos de previdência fechados. As entidades 
supervisoras do Sistema Financeiro Nacional são: Banco Central do Brasil (BCB ou 
BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados 
(SUSEP) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) (CVM, 
2013).
MERCADO 
FINANCEIRO
MERCADO
DE CRÉDITO
MERCADO
DE CÂMBIO
MERCADO
DE CAPITAIS
MERCADO
MONETÁRIO
Figura 2: Segmentos do Mercado Financeiro
Fonte: CVM (2013, p.15)
Pós-Universo 8
Assim como o gestor financeiro lida com uma diversidade de “processos” para 
garantir o bom funcionamento da empresa, o Sistema Financeiro Nacional é 
composto por um conjunto de instituições, as quais são responsáveis pelo 
bom funcionamento do monetário, creditício e financeiro. Nesse contexto, 
reflita sobre a afirmação: “Os avanços obtidos com a reformulação do SFN 
na década de 1960 foram tão importantes quanto às mudanças teóricas 
que ocorreram nesse mesmo período”.
Fonte: o autor
reflita
Em nosso estudo, vamos focar nossa análise nas principais autoridades monetárias. 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema 
Financeiro Nacional. Instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão 
responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN (HOJI, 
2009). O CMN faz parte do subsistema normativo, e entre suas funções, cabe destacar: 
orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; regular o valor interno 
e externo da moeda; coordenar as políticas monetária, creditícia,orçamentária e da 
dívida pública interna e externa (BCB, 2013). 
O Banco Central do Brasil (BCB) é o principal executivo do CMN, atuando 
principalmente como um organismo fiscalizador do mercado financeiro, gestor do 
sistema financeiro e executador da política monetária do governo (ASSAF NETO, 2007). 
Os principais objetivos do BCB são: zelar pela adequada liquidez da economia; manter 
as reservas internacionais em nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar 
pela estabilidade; e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro 
(BCB, 2013). No âmbito do BCB, em 1996, foi criado o Comitê de Política Monetária 
(COPOM), que é responsável, desde 1999, pelo acompanhamento e cumprimento 
das metas de inflação (HOJI, 2009).
Pós-Universo 9
Entre as várias competências do Banco Central do Brasil, cabe destacar:
• Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da 
solidez do Sistema Financeiro Nacional;
• Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro 
Nacional;
• Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, 
conhecida como taxa SELIC;
• Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o 
Sistema Financeiro Nacional;
• Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações 
financeiras com o exterior;
• Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de 
compensação);
• Emitir papel-moeda;
• Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de 
dinheiro necessária às atividades econômicas;
• Manter o nível de preços (inflação) sob controle;
• Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros;
• Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto;
• Executar o sistema de metas para a inflação;
• Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
• Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos 
mercados de câmbio;
• Administrar as reservas internacionais brasileiras;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais;
• Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras.
Fonte: PORTAL DO INVESTIDOR (2014) 
saiba mais 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal vinculada ao 
Ministério da Fazenda, criada por meio da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, é 
responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores 
mobiliários do país. Para este fim, exerce as funções de: assegurar o funcionamento 
eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores 
mobiliários; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado, 
entre outras (CVM, 2013).
Pós-Universo 10
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi 
criado por meio da lei n° 1.628, de 20 de junho de 1952, como Autarquia Federal, 
com a finalidade de substituir a dependência total do país por recursos externos e 
atuar em projetos da infraestrutura rodoviária, energética, de portos, e, dessa forma, 
ter condições melhores de competição no mercado internacional, buscando assim 
superar o subdesenvolvimento do Brasil (CARIO; REDIVO, 2013). Em linhas gerais, 
o BNDES é responsável pela política de investimentos a longo prazo do Governo 
Federal (BCB, 2013).
A intervenção do Estado no sistema financeiro brasileiro já faz parte do contexto 
histórico da economia brasileira. Podemos citar duas importantes participações do 
Estado, como a criação do Banco do Brasil (BB), em 1808, e a Caixa Econômica Federal 
(CEF), em 1861. Neste contexto, o BB constitui a principal instituição provedora do 
crédito rural e apoio às exportações, enquanto a CEF é caracterizada como a instituição 
predominante no crédito imobiliário. 
Segue abaixo um cronograma das principais normas que possibilitaram 
a criação das principais instituições que compõem o Sistema Financeiro 
Nacional:
• Em 12 de outubro de 1808, é criado pelo príncipe regente D. João o mais 
antigo banco comercial do Brasil - o Banco do Brasil;
• Em 12 de janeiro de 1861, por Dom Pedro II, é criada a Caixa Econômica 
Federal;
• A Lei 1628 de 20/06/1952 cria o Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico, que depois ganharia o termo social no nome - BNDES.
• A Lei 4595 de 31/12/1964, conhecida como a Lei da Reforma Bancária, 
cria o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil;
• O Decreto-Lei 73/1966 cria a Superintendência de Seguros Privados;
• A Lei 6385 de 07/12/1976 cria a Comissão de Valores Mobiliários.
Fonte: COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (2013)
fatos e dados
Pós-Universo 11
O financiamento da infraestrutura e da indústria – máquinas e equipamentos – é 
provido principalmente pelo BNDES, embora o BB e a CEF também possuam linhas de 
crédito para atender a esses setores. Por fim, não obstante, em eventuais momentos 
de desconcentração do crédito para as regiões mais pobres do país – notadamente 
o Norte e o Nordeste –, o Banco da Amazônia (BASA), criado em 1966, e o Banco do 
Nordeste (BNB), criado em 1952, atuam como as principais instituições de fomento 
regional (ARAUJO; CINTRA, 2011).
Até praticamente a primeira metade do século XX, o Banco do Brasil 
desempenhou várias das funções típicas de um banco central (banco dos 
bancos, banco do governo). Muitas foram as tentativas de criação de um 
Banco Central, concretizando-se na criação da Superintendência da Moeda 
e do Crédito (SUMOC), criada pelo Decreto-Lei nº 7.293, de 2 de fevereiro 
de 1945. A Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, foi responsável pela 
reestruturação do Sistema Financeiro Nacional, dando os contornos do 
que é hoje. A SUMOC deu lugar ao Banco Central, o Conselho Superior da 
SUMOC deu lugar ao Conselho Monetário Nacional, e o Tesouro Nacional, 
que já existia, sofreu algumas alterações na sua forma de atuação. 
Fonte: ESTRELA, M. A. et al. (2006).
saiba mais 
No subsistema de intermediação, cabe destacar a presença de instituições financeiras 
bancárias (basicamente bancos comerciais), responsáveis pelas operações de crédito 
e outras operações de natureza financeira (HOJI, 2009). E as instituições financeiras 
não bancárias, as quais não têm capacidade de emitir moeda ou meios de pagamento, 
como os bancos comerciais, são: Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos 
(financeiras), Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing), banco de investimento, 
cooperativas de crédito etc. Dentre as instituições auxiliares, podemos destacar as 
bolsas de valores, de derivativos e as sociedades corretoras e os agentes autônomos 
de investimento. Por fim, como instituições não financeiras, temos as sociedades 
de fomento comercial (factoring), as sociedades de capitalização, administradoras 
de cartão etc.
Pós-Universo 12
O conceito de juros é comumente utilizado em operações financeiras de curtíssimo 
e curto prazos, desconto de duplicatas e títulos, cobrança de juros de moras, entre 
outros (HOJI, 2009). Segundo o enfoque da economia, o conceito de juros decorre 
da preferência temporal dos agentes de consumir determinado bem ou serviço. Se 
o agente postergar seus consumos, o mesmo exigirá uma recompensa pelo sacrifício 
de poupar, que é definido como juro (ASSAF NETO, 2007).
Nesse contexto, muitas decisões dos gestores financeiros envolvem a gestão de 
recursos no tempo e, consequentemente, irão se defrontar com essa variável em 
suas análises. Com isso, pretende-se apresentar os pressupostos básicos do cálculo 
financeiro, que são largamente aplicados em várias operações empresariais. 
Os cálculos financeiros fazem parte da matemática financeira que, segundo 
Bauer (2003), tem por objetivo estudar as diversas formas de evolução do valor do 
dinheiro no tempo bem como as formas de análise e comparação de alternativas 
para aplicação/obtenção de recursos financeiros. O autor diferencia dois conceitos 
importantes:
CÁLCULOS 
FINANCEIROS 
E ANÁLISE DE 
INVESTIMENTO
Pós-Universo13
 • Capital: é qualquer valor expresso em moeda (dinheiro ou bens 
comercializáveis) disponível em determinada época. Referido montante 
de dinheiro também é denominado de capital inicial ou principal.
 • Juros: é o aluguel que deve ser pago ou recebido pela utilização de um 
valor em dinheiro durante um certo tempo; é o rendimento em dinheiro, 
proporcionado pela utilização de uma quantia monetária, por um certo 
período de tempo.
Como a taxa de juros sobre o capital inicial denomina-se regime de 
capitalização. Para Hoji (2009), existem basicamente duas formas de 
capitalização:
 • Capitalização simples: os juros são devidos ou calculados exclusivamente 
sobre o principal ao longo dos períodos de capitalização; é um critério linear 
de cálculo dos juros.
J = C x I x n
 • Capitalização composta: os juros produzidos ao final de um período são 
somados ao montante do início do período seguinte e essa soma passa 
a render juros no período seguinte e assim sucessivamente; é um critério 
exponencial de cálculo dos juros
J = C [(1 + i)n - 1]
em que, J é o juros; C é o Capital Inicial (ou principal), i a taxa de juros e n o número 
de períodos.
Calculadoras Financeiras têm aplicativos que permitem que por meio de 
alguns cliques seja possível capitalizar e descontar valores facilmente. Porém, 
para quem não quer investir em uma calculadora financeira, é possível 
implementar facilmente uma fórmula de cálculo dos juros em uma planilha 
eletrônica.
saiba mais 
Pós-Universo 14
Assim, conforme exemplo de Hoji (2009, p. 65-67), se um investidor aplicar 
$100.000,00 durante 6 meses à taxa de juros de 2% a.m., seu resultado será
Juros Simples = $100.000,00 x 0,02 x 6
Juros Simples = $12.000,00
Juros Compostos = $100.000,00 x [(1+ 0,02)6 - 1]
Juros Compostos = $12.616,24
Para Assaf Neto (2007, p. 57), o sistema de juros compostos é o que tem 
maior aplicação prática, sendo que nos cálculos financeiros, é muito comum 
encontrar o valor gerado após um período de capitalização, conforme a 
fórmula:
FV = PV x (1 + i)n
em que, FV representa o valor futuro e PV o valor presente.
Como exemplo proposto por Assaf Neto (2007), suponha que uma empresa 
deseja obter $ 200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar hoje 
em um fundo que rende 7% a.t. (ao trimestre?)?
$200.000,00 = PV x (1 + 0,07)4
PV = 
$200.000,00
(1,07)4
 = $152.579,00
A partir dessa concepção simples, há uma série de desdobramentos dos 
cálculos financeiros que podem ser aplicados no cotidiano das empresas. 
A ideia aqui não é explorar todo o vasto campo de análise da matemática 
financeira, mas dar uma ideia de que os cálculos financeiros são uma 
ferramenta útil aos gestores. Seguem abaixo alguns exemplos:
Pós-Universo 15
 • Taxas Equivalentes: são as taxas que geram montantes idênticos quando 
capitalizadas sobre um mesmo capital e prazo
11 −+= qq ii
em que q representa o número de partes do intervalo de tempo considerado. 
Exemplo de aplicação em Assaf Neto (2007, p. 58).
 • Taxas Efetivas para períodos não inteiros: é possível calcular a taxa de 
juros para uma fração de um período mediante a seguinte fórmula:
ie = (1 + i)
n + p/q - 1
em que n representa um período completo de capitalização enquanto p/q representa 
uma fração desse período. 
Exemplo de aplicação em Hoji (2009, p. 70).
 • Séries de pagamento ou recebimento uniformes: são utilizadas para 
analisar a determinação do custo e vários empréstimos ou financiamentos, 
para séries de mesmo valor e periodicidade:
PV = PMT x 1 - (1 + i)
-n
i
em que PMT representa o valor de cada pagamento ou recebimento. 
Exemplo de aplicação em Assaf Neto (2007, p. 62).
Pós-Universo 16
Essas são algumas das métricas disponíveis dentre os cálculos financeiros existentes: 
descontos, amortização, depreciação etc. Escolhemos uma variável específica à taxa 
de juros, pois em última instância, reflete a remuneração exigida por um agente 
econômico ao decidir postergar seu consumo e transferir seus recursos para outro 
agente (ASSAF NETO, 2007). 
Em decisões de gestão de estoque, de realizar uma compra à vista ou a prazo, onde 
o saldo será mantido em caixa, a política de concessão de crédito, o adiantamento 
a fornecedores e a política de cobrança da empresa estão relacionados com a taxa 
de juros (HOJI, 2009). De um lado o gestor avalia o montante de juros que ele está 
deixando de receber, de outro lado, a avaliação é a de qual taxa de juros cobrar. A 
taxa de juros é uma variável importante nas decisões de investimento do gestor.
Os termos Valor Presente e Valor Futuro da fórmula de cálculo dos juros compostos 
já nos mostram a ideia do valor do dinheiro no tempo. Para Weston e Brigham (2000), 
a capitalização é o processo aplicado para descobrir o valor futuro, enquanto que o 
desconto é o processo para descobrir o valor presente de um fluxo de caixa futuro.
Para Assaf Neto (2007), as decisões de investimento a longo prazo consistem 
na utilização de métodos quantitativos de avaliação da viabilidade econômica das 
alternativas de investimento. Hoji (2009, p. 170) sintetiza no Quadro 1 as principais 
técnicas de avaliação de investimento.
Eid (1996) analisou as técnicas de análise de investimento utilizadas pelas 
empresas brasileiras e concluiu que 52% das empresas pesquisadas fazem 
uso da Taxa Interna de Retorno (TIR), 51% utilizaram o payback (PB) e 41%, 
o Valor Presente Líquido.
Fonte: EID JUNIOR (1996).
fatos e dados
Pós-Universo 17
Quadro 1: Métodos de avaliação de investimento
Nome Descrição
Método de 
Valor Presente 
Líquido (VPL)
Também conhecido como Método do Valor Atual Líquido, consiste 
em determinar o valor no instante inicial, descontando o fluxo de 
caixa líquido de cada período futuro gerado durante a vida útil do 
investimento.
Método do 
Valor Futuro 
Líquido
Determina o valor do fluxo de caixa no instante futuro, utilizando as 
mesmas fórmulas de cálculo e critérios do método VPL, diferenciando-
se somente quanto ao aspecto da data focal.
Método do 
Valor Uniforme 
Líquido
Consiste em transformar uma série de valores diferentes em valores 
uniformes, por meio da aplicação de uma taxa mínima de atratividade.
Método da 
Taxa Interna de 
Retorno
Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros que anula o VPL. Esse 
método assume implicitamente que os fluxos de caixa líquidos 
periódicos são reinvestidos à própria TIR calculada para todo o 
investimento. O investimento será economicamente atraente se a 
TIR for maior que a taxa mínima de atratividade.
Método 
do Prazo 
de Retorno 
(payback)
Consiste na apuração do tempo necessário para que a soma dos 
fluxos de caixa líquidos periódicos seja igual ao fluxo de caixa líquido 
do instante inicial.
Fonte: baseado em Hoji (2009, p.170-171)
Os métodos de análise de investimento apresentados consistem em descontar 
um fluxo de valores esperados, tendo assim uma ideia dos resultados do 
empreendimento em termos de valores correntes. Para tal fim, utiliza-se 
uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA), sendo que a definição dessa taxa 
não é trivial e é fundamental para o sucesso de um projeto de investimento. 
Nesse contexto, quais as variáveis endógenas e exógenas devem ser incluídas 
na análise do gestor para que o mesmo faça um projeto de investimento 
adequado?
reflita
Pós-Universo 18
Assaf Neto (2007) apresenta a formulação do Conceito de TIR.
I0 +Σn
t - 1
It
(1 + K)t
 = Σn
t - 1
FCt
(1 + Kt)
 
I0 e It são o montante do investimento no momento t0 e nos períodos t subsequentes, 
respectivamente;
K - taxa de retorno do projeto, representada pela rentabilidade mínima requerida;
FCt - fluxo de caixa de cada período.
Segundo exemplo apresentado por Assaf Neto (2007, p. 348), suponha que de um 
investimento de $300 (realizado em duas parcelas $100 no ato e $200 no ano seguinte), 
sejam esperados benefícios de caixa de $ 100, $150, $180 e $120 nos próximos quatro 
anos, respectivamente. Calcula-se a TIR:
100 + 200
(1 + K)1
 =100
(1 + K)2
 + 150
(1 + K)3
 + 
180
(1 + K)4
 + 120
(1 + K)5
TIR (K) = 23,91% a.a.
E o fluxo de caixa gerado por esse investimento pode ser expresso da seguinte forma:
100
100
Entradas 
de Caixa
Saídas 
de Caixa
200
2
0 1
3 4 5
150 180 120
Cabe destacar que nesse método pressupõe que os fluxos de caixa previstos são 
reinvestidos. Outro ponto é que esses fluxos são variáveis previstas ao longo de 
determinado período futuro de tempo. Então os conceitos de risco e incerteza que já 
analisamos também devem ser levados em conta nessa análise. Nesse ponto, a análise 
de sensibilidade mensura os resultados líquidos de caixa projetando modificações 
possíveis nesses fluxos, permitindo ao gestor incorporar o risco em suas análises.
Pós-Universo 19
Na aula anterior, vimos que as decisões de investimentos podem ser compartilhadas, 
ou seja, quando a empresa opta pela abertura de capital, seus acionistas, esperando 
participar do lucro da companhia (dividendos e bonificações), ganhar com o direito 
de subscrição (emissão de novas ações) ou ganhar com a possível valorização das 
ações, também têm direito a voto (dependendo do tipo de ação). Nessas empresas, 
a gestão financeira incorpora temáticas como governança corporativa e relação com 
investidores. 
GOVERNANÇA 
CORPORATIVA E 
RELAÇÃO COM 
INVESTIDORES
Pós-Universo 20
No Brasil, a busca por boas práticas de governança acentuou-se com a 
abertura comercial, estabilização da economia e privatizações (década 
de 1990), sendo que em 1995 ocorreu a criação do Instituto Brasileiro de 
Conselheiros de Administração (IBCA) que, a partir de 1999, passou a ser 
intitulado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). As discussões 
internacionais foram fortalecidas pelas iniciativas da Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que criaram um fórum 
para tratar especificamente sobre o tema, o Business Sector Advisory Group 
on Corporate Governance. O tema Governança Corporativa tornou-se ainda 
mais relevante, a partir de escândalos corporativos (Enron, WorldCom) e a 
promulgação da lei Sarbanes-Oxley, nos Estados Unidos. 
Fonte: IBGC (2014)
fatos e dados
O objetivo principal desta aula é explorar os modernos conceitos de governança 
corporativa e relação com investidores, sabendo que nas grandes empresas que 
negociam ações na bolsa é comum observar departamentos especializados em cada 
uma dessas áreas. Aqui apresentaremos alguns conceitos preliminares, porém uma 
análise mais completa sobre o tema pode ser obtida em:
No Brasil, a estabilização da inflação, a melhora no perfil de endividamento público, 
criou um ambiente propício a evolução das empresas, surgindo assim a necessidade 
de crédito e de uma estrutura de capital para aumentar a escala produtiva. Com isso 
as empresas começaram o processo de abertura de capital. Para o Instituto Brasileiro 
de Relação com Investidores (IBRI), a profissionalização da gestão das empresas levou 
os proprietários a se ausentarem do cotidiano das companhias, passando a exercer 
influência decisória nas reuniões dos Conselhos de Administração (IBRI, 2012).
Como as empresas cresceram, o empreendedor já não toma todas as decisões, 
a gestão ficou mais complexa, sendo necessário também atender aos interesses dos 
acionistas; ao longo do tempo as boas práticas de governança corporativas foram 
sendo implementadas. Para CVM (2013), governança é um sistema de administração 
e exercício do poder em organizações. Para o Instituto Brasileiro de Governança 
Corporativa (IBGC), a governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações 
são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre 
proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle (IBGC, 2009).
Pós-Universo 21
A vida corporativa no Brasil e no mundo tem passado por inúmeros percalços 
pautados na falta de transparência, na ausência de participação efetiva 
dos acionistas nos conselhos das empresas e na construção de acordos 
de acionistas inadequados às partes, dentre outros fatores. A prática de 
boa governança nas instituições aparece como um mecanismo capaz de 
proporcionar maior transparência a todos os agentes envolvidos com a 
empresa, minimizar a assimetria de informação existente entre administradores 
e proprietários e fazer com que os acionistas que não pertencem ao bloco 
de controle possam reduzir suas perdas no caso de uma eventual venda da 
companhia. Crises mundiais como a asiática, em que inúmeros escândalos 
bancários despontaram na região, e recentemente os casos Enron, World 
Com e Parmalat, ressaltaram a importância de práticas institucionais que 
enfatizem a transparência, a ética e a segregação de funções nas empresas. 
Com a globalização e o forte fluxo de capital externo para o Brasil, tanto 
direto como indireto, fica evidente a necessidade da adequação de nossa 
legislação. 
Nas práticas de boa governança estabelecidas pela Bovespa, a passagem 
para um patamar superior de governança aumenta o grau de segurança 
oferecido aos acionistas bem como melhora a qualidade das informações 
prestadas pelas empresas. O resultado esperado seria a menor volatilidade 
das ações e os retornos acima da média do mercado. Ao estabelecer níveis 
de governança, a Bovespa pretende que os critérios determinados para os 
diferentes níveis guardem uma forte correlação com a valorização e a menor 
volatilidade das ações.
Fonte: VIERA, MENDES (2014)
saiba mais 
Pós-Universo 22
Em termos teóricos, a governança corporativa está relacionada com o problema da 
relação agente-principal. Para Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 562), o agente representa 
a pessoa atuante e o principal, a parte que é afetada pela ação do agente, sendo 
assim, o problema de relação agente-principal surge quando os agentes perseguem 
seus próprios objetivos, e não os do principal. Ou seja, os executivos e conselheiros 
contratados pelos acionistas tenderiam a agir em interesse próprio, e não segundo 
os interesses da empresa e de todos os acionistas e demais partes interessadas. Para 
minimizar o problema, os autores sugeriram que as empresas e seus acionistas devem 
adotar uma série de medidas para alinhar interesses dos envolvidos (CVM, 2013). 
No Brasil, existe o código das Melhores Práticas da Governança Corporativa do 
IBGC, que se baseia em quatro princípios: transparência, equidade, prestação de 
contas e responsabilidade corporativa. Conforme IBGC (2009, p. 19), esses princípios 
podem ser descritos como:
 • Transparência (disclosure): esse princípio pretende garantir que sejam 
prestadas aos stakeholders as informações de seu interesse, além das que 
são obrigatórias por lei ou regulamento, tão logo estejam disponíveis;
 • Equidade: preza pelo tratamento justo, equânime entre todos os cotistas; 
não deve haver o uso de informação privilegiada (insider information) 
para benefício próprio ou de terceiro, bem como atitudes ou políticas 
discriminatórias são inaceitáveis;
 • Prestação de Contas (Accountability): os agentes de governança (sócios, 
administradores, conselheiros, auditores) devem prestar contas de sua 
atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.
 • Responsabilidade Corporativa: os agentes de governança devem zelar pela 
sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando 
considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e 
operações.
Pós-Universo 23
 
CONSELHO DE
FAMILIA
CONSELHO
FISCAL
SÓCIOS
GOVERNANÇA
GESTÃO
Auditoria
Indepedente
Auditoria
Interna
Conselho de
Administração
DIRETOR-
PRESIDENTE
DIRETORES
C. Auditoria
ADMINISTRADORES
Comitês
Figura 1: O sistema de governança corporativa
Fonte: IBGC (2013)
Para Roth et al. (2012), cabe ao sistema de governança constituir normas, regras, 
autonomia e limites de funcionamento da rede, e à gestão, a prática de atos gerencias. 
Dessa forma, o papel da governança não é gerir,mas delimitar a gestão, tarefa que 
incumbe aos gestores da rede. Para CVM (2013), na estrutura de governança, os sócios 
ou a assembleia de acionistas são a instância máxima de decisão, pois escolhem 
e destituem os membros do conselho de administração. Segundo IBGC (2009), o 
conselho de administração é considerado o principal componente do sistema de 
governança, sendo assessorado pelo comitê de auditoria ou outros comitês, quando 
necessário.
Por sua vez, CVM (2013) destaca que os diretores operacionalizam e executam 
as diretrizes estratégicas traçadas pelo conselho, a quem devem prestar contas de 
sua atuação, configurando-se como um elemento do sistema de gestão. Para Roth 
et al. (2009), cabe ao sistema de gestão o planejamento e execução de estratégias, 
a organização das atividades, entre outras atividades, sendo desempenhados 
principalmente pelos administradores da empresa.
Pós-Universo 24
Para IBGC (2009, p. 43), comitês são órgãos acessórios ao Conselho de 
Administração. Sua existência não implica a delegação de responsabilidades 
que competem ao Conselho de Administração como um todo. Várias 
atividades do Conselho de Administração, que demandam muito tempo 
– nem sempre disponível nas reuniões –, podem ser exercidas com mais 
profundidade por comitês específicos, entre os quais podemos citar: 
Comitê de Auditoria, de Recursos Humanos, de Governança, de Finanças, 
de Sustentabilidade, entre outros.
Fonte: IBGC (2009)
saiba mais 
Enfim, a gestão financeira e a governança corporativa são indissociáveis, sendo que 
a gestão de risco, a estratégia da empresa, a gestão de pessoas e a estrutura de capital 
fazem parte do processo de gestão da empresa, bem como são contempladas no 
código de boas práticas de governança do IBGC. Cabe destacar também que as 
recomendações de boas práticas de governança estão alinhadas com o princípio de 
sustentabilidade, ou seja, satisfazer as necessidades do presente sem comprometer 
a possibilidade das gerações futuras suprirem suas próprias necessidades.
Outro conceito importante é a relação com investidores. As Relações com 
Investidores (RI) podem ser definidas como parte da administração estratégica 
de uma companhia, uma vez que envolvem atividades em que a comunicação irá 
contribuir positivamente para a justa avaliação da companhia. Muitas empresas 
mantêm um departamento de RI, e, segundo CVM (2013), uma área de RI bem 
estruturada contribui para integrar as diversas áreas de atividade da companhia, uma 
vez que precisa promover uma cultura específica de difusão da informação para todos 
os públicos estratégicos, inclusive o interno.
É a partir do despertar para a responsabilidade corporativa, via estratégias, 
para o desenvolvimento de longo prazo, levando em conta os rigorosos 
padrões de governança corporativa, no que tange demonstrações contábeis 
e transparência nas informações das organizações, que as práticas de 
sustentabilidade poderão garantir as expectativas dos sócios e demais 
stakeholders (CVM, 2013).
reflita
Pós-Universo 25
As principais funções da área de Relação com Investidores estão sistematizadas no 
Quadro 1.
Quadro 1: Principais Atribuições da Área de Relação com Investidores
• Atuação como porta-voz da companhia na comunicação com o mercado e com a 
imprensa econômica;
• Relacionamento com os órgãos reguladores, entidades e instituições do mercado, 
bolsas de valores e mercados de balcão;
• Ampliação da base acionária;
• Avaliação contínua das respostas do mercado à atuação da companhia e 
promoção de reflexão interna com outras áreas da companhia;
• Contribuição para definir a estratégia corporativa e ideias que agreguem valor;
• Desenvolvimento da cultura de companhia aberta junto ao público interno;
• Integração do programa de comunicações entre as diversas áreas da companhia;
• Planejamento e execução da divulgação de informações obrigatórias e voluntárias;
• Acompanhamento das avaliações/análises feitas sobre a companhia bem como 
das condições de negociação dos valores mobiliários da companhia;
• Coordenação e acompanhamento dos serviços aos acionistas e respectivas 
assembleias;
• Reuniões públicas e individuais com analistas de investimento, acionistas e 
investidores potenciais.
Fonte: CVM (2013, p. 173-174)
Enfim, a área de RI tem responsabilidade crescente na estrutura de governança das 
companhias e no desenvolvimento da nova cultura de capital aberto. No tocante à 
relação com investidores, em 05 de junho de 1997, foi fundado o Instituto Brasileiro 
de Relações com Investidores (IBRI), o qual tem como princípios: transparência, 
equidade, franqueza, independência, integridade e responsabilidade (IBRI, 2012). 
A representação institucional da relação com investidores é justificada dado que o 
profissional de RI é um gestor qualificado responsável por prover “inteligência de 
mercado” à alta administração.
atividades de estudo
1. A instituição responsável por orientar a aplicação dos recursos das instituições 
financeiras; regular o valor interno e externo da moeda; coordenar as políticas 
monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa é o:
a) BCB.
b) CMN.
c) CVM.
d) BNDES.
e) COPOM.
2. Um investidor quer aplicar a quantia de $ 800 por 3 meses, a uma taxa de 8,00% a.m., 
para retirar no final deste período. Qual o valor que o investidor irá retirar da aplicação 
considerando que a mesma foi realizada pelo método de juros composto
a) $992,00.
b) $ 997,77.
c) $1002,24.
d) $1007,77.
e) $1012,77.
3. A governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações. 
Como princípios norteadores das Melhores Práticas de Governança, podemos citar:
a) Disclosure, Transparência e Accountability.
b) Equidade, Accountability e Independência.
c) Disclosure, Equidade e Accountability.
d) Accountability, Equidade e Integridade.
e) Equidade, Disclosure e Responsabilidade.
resumo
O mercado financeiro composto por mercado monetário, cambial, de crédito e de capitais tem seu 
funcionamento resguardado por um amplo conjunto de regras do Sistema Financeiro Nacional. 
O Sistema Financeiro Nacional é composto por um subsistema normativo, o qual estabelece 
normas e diretrizes para o bom funcionamento do mercado financeiro e um subsistema de 
intermediação ou operativo, composto por instituições bancárias e não bancárias que atuam na 
intermediação financeira.
As decisões dos gestores financeiros também envolvem a gestão de recursos no tempo, com isso, 
o cálculo financeiro é amplamente aplicado em várias operações empresariais. Nesse contexto, 
as decisões de investimento a longo prazo consistem na utilização de métodos quantitativos de 
avaliação da viabilidade econômica das alternativas de investimento.
Por fim, exploramos os modernos conceitos de governança corporativa e relação com investidores. 
A governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações, pautada no 
disclosure, equidade, accountability e responsabilidade corporativa. O princípio de transparência 
(disclosure) pretende garantir que sejam prestadas aos stakeholders as informações de seu interesse, 
além das que são obrigatórias por lei ou regulamento, tão logo estejam disponíveis. O conceito 
de equidade preza pelo tratamento justo, equânime entre todos os cotistas, não deve haver o 
uso de informação privilegiada (insider information) para benefício próprio ou de terceiro, bem 
como atitudes ou políticas discriminatórias são inaceitáveis.
Enquanto que na prestação de contas (Accountability), os agentes de governança (sócios, 
administradores, conselheiros, auditores) devem prestar contas de sua atuação, assumindo 
integralmente as consequências de seus atos e omissões. Por fim, na responsabilidade corporativa, 
os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua 
longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negóciose operações.
Por fim, a relação com investidores é parte integrante da administração estratégica de uma 
companhia, uma vez que envolve atividades em que a comunicação irá contribuir positivamente 
para a justa avaliação da companhia.
material complementar
Na Web
As entidades que compõem o Sistema Financeiro Nacional têm em seus portais informações 
sobre a composição, organização e funcionamento do SFN. Abaixo seguem alguns exemplos:
Comissão dos Valores Mobiliários - Portal do Investidor
<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Investidor_Estrangeiro/o_mercado_de_valores_
brasileiros/Estrutura_Funcionamento.html>.
Banco Central do Brasil
<http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>.
referências
ARAUJO, V. L.; CINTRA, M. A. M. O papel dos bancos públicos federais na economia brasileira. 
Texto para discussão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Brasília, abr. 2011.
ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB. Composição e Evolução do Sistema Financeiro Nacional. 
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>. Acesso em: 10 nov. 2013.
BAUER, Udibert Reinold. Matemática Financeira Fundamental. São Paulo: Atlas, 2003.
CARIO, S.; REDIVO, A. O BNDES e as Políticas Desenvolvimentistas - 1952 a 1979. UFSC. In: 
ENCONTRO DE ECONOMIA DA REGIÃO SUL – ANPEC, 16, 2013, Curitiba.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. O Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro. Rio 
de Janeiro: CVM, 2013.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Disponível 
em: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Investidor_Estrangeiro/o_mercado_de_valores_
brasileiros/Estrutura_Funcionamento.html>. Acesso em: 10 nov. 2013.
EID JUNIOR. Custo e estrutura de capital: o comportamento das empresas brasileiras. Revista de 
Administração de Empresas, São Paulo, v. 36, n. 4, 1996.
ESTRELA, M.A.; ROSEK, R.J.; ORSI, R.V.; SCHNEIDER, V.M. Bancos Centrais e Sistema Financeiro. 
Brasília: Banco Central do Brasil, 2006.
GITMAN, J. L. Princípios da Administração Financeira. 9. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 
2004.
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias 
financeiras, orçamento empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código das melhores práticas de 
governança corporativa. 4. ed. São Paulo: IBGC, 2009. Disponível em:<http://www.ibgc.org.br/
userfiles/Codigo_julho_2010_a4.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. – IBGC. Origens da Governança Corporativa. 
Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18166>. Acesso em: 10 out. 2014.
referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES. O estado da arte das Relações com 
Investidores no Brasil. 2. ed. São Paulo: IBRI, 2012. Disponível em: <http://www.ibri.org.br/Upload/
Arquivos/Estado_Arte.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014.
PINDYCK R.S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
PORTAL DO INVESTIDOR. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em:<http://www.
portaldoinvestidor.gov.br/menu/Investidor_Estrangeiro/o_mercado_de_valores_brasileiros/
Estrutura_Funcionamento.html>. Acesso em: 10 out. 2014.
ROTH, A. L.; WEGNER, D.; ANTUNES JUNIOR, J. A. V.; PADULA, A. D. Diferenças e inter-relações dos 
conceitos de governança e gestão de redes horizontais de empresas: contribuições para o campo 
de estudos. Revista de Administração, v. 47, n.1, p.112-123, jan./mar. 2012.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
VIERA, MENDES. Governança Corporativa: uma análise de sua evolução e impactos no mercado 
de capitais brasileiro. Disponível em:<https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.
php/OC/article/download/1316/1334>. Acesso em: 10 out. 2014.
WESTON. J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo: Pearson 
Makron Books, 2000.
resolução de exercícios
1. b) CMN.
2. d) $1007,77.
3. c) Disclosure, Equidade e Accountability.
	AMBIENTE INSTITUCIONAL: O MERCADO E AS INSTITUIÇÕES

Continue navegando