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Radiologia Odontológica 2 Sumário 1. Conceito de dentes ............................................................................................................. 3 1.1. Faces dos dentes .......................................................................................................... 7 1.2. Composição do Dente .................................................................................................. 8 1.3. Linhas de posicionamento da face .............................................................................. 9 2. Radiografias Odontológicas .............................................................................................. 11 2.1. A IMPORTÂNCIA DA RADIOLOGIA NA ODONTOLOGIA ............................................. 12 2.2. Radiografia Interproximal .......................................................................................... 13 3. Aparelho de Raios X Odontológico Intra-oral ................................................................... 14 3.1. APARELHOS DE RAIOS X ODONTOLÓGICOS .............................................................. 14 3.2. FILMES RADIOGRÁFICO PARA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA .................................. 15 3.3. Telerradiografia do Crânio em perfil ......................................................................... 20 4. PATOLOGIAS ...................................................................................................................... 25 4.1. Fatores etiológicos ..................................................................................................... 26 4.3. Fatores modificadores ............................................................................................... 30 4.4. Quais são os dois tipos de cálculo dental? ................................................................ 32 4.5. Abordagem preventiva e terapêutica da doença cárie dentro da Estratégia de Saúde da Família .............................................................................................................................. 34 3 1. Conceito de dentes Os dentes em conjunto desemprenham as funções de mastigação, proteção e sustentação de tecidos moles relacionados, auxiliam na articulação das palavras e são um importante fator a estética da face. Os dentes compreendem os grupos INCISIVOS, CANINOS, PREMOLARES E MOLARES, cada uma adaptado às funções mastigatórias de apreender, cortar, dilacerar e triturar os alimentos sólidos. O homem como animal difiodonte, tem 20 dentes decíduos e 32 permanentes. Tipos de dentição Os dentes decíduos são poucos calcificados em relação aos permanentes, como tais, são brancos como o leite. Os permanentes, com maior índice de sais calcários, são puxados para o amarelo. É a dentina que confere cor ao dente; o esmalte é praticamente incolor e transparente. Dentição Primária ou decídua Geralmente composta por 4 dentes incisivos, 4 dentes caninos e 8 dentes molares, totalizando 20 dentes. Fonte: https://image.slidesharecdn.com/generalidadeseincisivosparasite- 130710211856-phpapp01/95/generalidades-e-incisivo-central-superior-3- 638.jpg?cb=1373491205 https://image.slidesharecdn.com/generalidadeseincisivosparasite-130710211856-phpapp01/95/generalidades-e-incisivo-central-superior-3-638.jpg?cb=1373491205 https://image.slidesharecdn.com/generalidadeseincisivosparasite-130710211856-phpapp01/95/generalidades-e-incisivo-central-superior-3-638.jpg?cb=1373491205 https://image.slidesharecdn.com/generalidadeseincisivosparasite-130710211856-phpapp01/95/generalidades-e-incisivo-central-superior-3-638.jpg?cb=1373491205 4 Desenvolvimento do dente Fonte: https://static.tuasaude.com/img/posts/2014/03/05095b86dba273e478f1078a1120b8b9- 640_427.jpeg Dentição Secundária ou permanente Geralmente composta por 8 dentes incisivos, 4 dentes caninos, 8 dentes pré-molares e 12 dentes molares, totalizando 32 dentes. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=SJekbL3b7F68fM&tbnid=c0lBpTybsd6-qM:&ved=0CAUQjRw&url=http://felodontologia.blogspot.com/2012/08/o-nascimento-dos-dentes-de-leite.html&ei=rBJcU6oc5uKwBLr6gpgG&psig=AFQjCNEYst_-r8W5RCsAZdZkbmEVVtAbJA&ust=1398625256035176 5 Fonte: http://2.bp.blogspot.com/- bfl4_VWrlco/TeKOypE6foI/AAAAAAAAACY/Xke8JzG7BPc/s1600/dentes-nomes.jpg Fonte: http://www.roteirokids.com.br/site/wp- content/uploads/2014/10/SEQUENCIA_DENTES.jpg Método de dois dígitos para indicar os dentes Cada dente tem um número representativo que o identifica e o localiza no arco dental. São dois algarismos, dos quais o primeiro se refere ao quadrante e segundo à ordem do dente no quadrante. Os quadrantes da dentição permanente recebem os números de 1 a 4 e http://2.bp.blogspot.com/-bfl4_VWrlco/TeKOypE6foI/AAAAAAAAACY/Xke8JzG7BPc/s1600/dentes-nomes.jpg http://2.bp.blogspot.com/-bfl4_VWrlco/TeKOypE6foI/AAAAAAAAACY/Xke8JzG7BPc/s1600/dentes-nomes.jpg 6 os da dentição decídua , de 5 a 8. Os algarismos dos dentes são de 1 (incisivo central) a 8 (terceiro molar) para os permanentes, e 1 (incisivo central) a 5 (segundo molar) para os decíduos. Criança Adulto Fonte: http://www.hs-menezes.com.br/images/BBB.PNG Fonte:http://www.scielo.br/img/revistas/rpp/v32n1//0103-0582-rpp-32-01-00017- gf01- pt.jpg Fonte:https://i.pinimg.com/564x/0c/2d/be/0c2dbe8bf1a366edd67e8f16fd74acad-- student.jpg (Fig Esquerda) http://www.scielo.br/img/revistas/rpp/v32n1/0103-0582-rpp-32-01-00017-gf01-pt.jpg http://www.scielo.br/img/revistas/rpp/v32n1/0103-0582-rpp-32-01-00017-gf01-pt.jpg http://www.scielo.br/img/revistas/rpp/v32n1/0103-0582-rpp-32-01-00017-gf01-pt.jpg 7 1.1. Faces dos dentes O dente possui 5 faces: vestibular, lingual ou palatina, mesial, distal e oclusal ou incisal. Face vestibular: É a face do dente voltada para a bochecha ou lábios. Face lingual ou palatal: É a face do dente que está voltada para dentro. Próximo à língua, para os dentes da mandíbula, ou próximo ao palato, para os dentes da maxila. Face mesial: É a face anterior do dente. Face distal: É a face posterior do dente, oposta à face mesial. Face oclusal ou incisal: É a face do dente que oclui com o correspondente. Corresponde à superfície superior dos dentes da mandíbula e a superfície inferior dos dentes da maxila. 1- Face Mesial 2- Face distal 3- Face Vestibular 4- Face lingual 5- Face Oclusal 6- Interproximal Fonte: http://www.radioinmama.com.br/odontologicoc.jpg 8 Fonte:http://1.bp.blogspot.com/- GEYGhbvlm2o/UXtGM9Zc44I/AAAAAAAAABs/rJptKTsDGWw/s640/FACES+DOS+DENTES.jpg 1.2. Composição do Dente O dente é composto por quatro partes distintas: esmalte, cemento, dentina e cavidade pulpar. Esmalte: É a parte que recobre o dente na parte coronário, é a imagem mais radiopaca do dente; Cemento: É a parte que recobre o dente na parte radicular. Dentina: É a que fica abaixo do esmalte. Cavidade Pulpar: Localizada mais internamente é onde estão localizados os nervos, artérias e veias. Fonte: http://3.bp.blogspot.com/- 2Ll4SCMNhkU/Vij4NSbgVBI/AAAAAAAAABk/dOmdWFc2vI8/s1600/dente.jpg http://3.bp.blogspot.com/-2Ll4SCMNhkU/Vij4NSbgVBI/AAAAAAAAABk/dOmdWFc2vI8/s1600/dente.jpg http://3.bp.blogspot.com/-2Ll4SCMNhkU/Vij4NSbgVBI/AAAAAAAAABk/dOmdWFc2vI8/s1600/dente.jpg 9 Anatomicamente, o dente pode ser dividido em três regiões: coroa, colo e raiz. Coroa: É projetada a partir da gengiva. Colo: Localizado entre a coroa e raiz. Raiz: Estáfixada no alvéolo por uma membrana fibrosa, denominada membrana periodontal. A quantidade de raízes varia em função do tipo de Dente. Fonte: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/dente.gif 1.3. Linhas de posicionamento da face 1. Linha de Camper: Linha que vai do trago à asa do nariz. 2. Linha trago-comissura labial: Linha que vai do trago à comissura labial do mesmo lado; 3. Linha infra-orbitomeatal: Também denominada linha horizontal alemã. É uma linha que vai da boda inferior de órbita ao teto do poro acústico externo do mesmo lado. http://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/dente.gif 10 Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAexMQAB-0.jpg http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAexMQAB-0.jpg 11 2. Radiografias Odontológicas A primeira radiografia intrabucal foi realizada 14 dias após a descoberta dos raios x por Wilhelm Conrad Röntgen em 1895. Para tal , Dr. Otto Walkhoff utilizou um filme fotográfico (a base consistia de placa de vidro), envolveu-o em papel preto e introduziu-o em sua própria cavidade bucal, submetendo-se a uma exposição dos raios x por 25 minutos. De base de vidros aos dias atuais, houve bastante avanço na tecnologia dos filmes radiológicos, sobretudo dos filmes intrabucais: 1896: Utilizava-se filme radiográfico em rolo: Eastmam NC Roll Film, envolto em papel preto. 1913: A Eastman Kodak fez o primeiro filme de raios x. Era emulsionado em uma só face, e a base de nitrato de celulose. 1919: Introduziu-se a folha de chumbo para reduzir a radiação secundária. E também outras características: envelope mais fácil de ser aberto e cantos arredondados para maior conforto. 1924: Após a base de nitrato de celulose sofrer combustão espontânea, foi introduzida a base de segurança de acetato de celulose. Esta base em 1960 foi substituída pela base de poliester. 1925: Filme Radia Tized, o qual apresentava emulsão dupla e era duas vezes mais rápido que os anteriores. 1941: Filme Ultraspeed, duas vezes mais rápido que o Radia Tizes. 1981: Filme Ektaspeed, necessitava da metade mAs do Ultraspeed, porém a imagem não apresentava nitidez. 1985: Filme EktaspeedmPlus necessitava a metade de mAs do Eltraspeed e apresentava qualidade da imagem similar a apresentada pelo Ultraspeed. 2000: Filme Insight necessitava de 80% da dose do Ektaspeed e apresentava qualidade da imagem similar ao Ektaspeed. Atualmente existem marcas comerciais no mercado e filmes apresentando diversas variações. Como por exemplo, os filmes que já vem com a região a ser utilizada da forma correta. O exame radiográfico assume uma importância muito grande no diagnóstico, pois possibilita o profissional evidenciar uma quantidade de informações que em conjunto como exame clínico, ajudam o processo conclusivo do diagnóstico. 12 Torna-se imperioso que exista pelos profissionais que executam tomadas radiográficas, cuidados técnicos na tomada das radiografias, no armazenamento dos filmes radiográficos e no processamento destes exames, pois a falha ocorrida na execução de uma destas fases pode dificultar a interpretação, levando a conclusões errôneas, provocando exposições desnecessárias aos pacientes e aumentando a necessidade de repetições, devido ao exame radiográfico não possuir imagens em condições de diagnóstico. 2.1. A IMPORTÂNCIA DA RADIOLOGIA NA ODONTOLOGIA Na Odontologia, os dois tipos de radiografias mais utilizados são as periapicais ( retiradas de dentro da boca) e as panorâmicas. A radiografia panorâmica, um dos mais importantes mecanismos, de uso amplo, que possibilita determinar, na face do paciente, a situação do osso, bem como a arcada dentária, em uma só tomada radiográfica, é de grande facilidade, já que o filme é colocado fora da boca do paciente. PANORÂMICA Fonte: http://unieroradiologia.com.br/wp- content/themes/Tema/images/exames/Raio-X-Panoramica.jpg PERIAPICAL Realizamos todas as periapicais com a técnica do paralelismo (cone longo). Possibilitam uma visão em conjunto das estruturas componentes do órgão dentário e região periapical. Como a distância objeto-filme é mínima, é a radiografia de escolha quando necessitamos de máximo detalhe para diagnóstico das regiões dentárias. http://unieroradiologia.com.br/wp-content/themes/Tema/images/exames/Raio-X-Panoramica.jpg http://unieroradiologia.com.br/wp-content/themes/Tema/images/exames/Raio-X-Panoramica.jpg 13 Fonte: https://www.ciroradiologia.com.br/dados2015/kcfinder/image/CHECK-UP.jpg 2.2. Radiografia Interproximal Indicada principalmente para o exame das regiões interproximais dos dentes posteriores. É a radiografia que melhor possibilita detectar a presença de processos de cáries nesta região, adaptação marginal de restaurações e presença de lesões periodontais com destruição da crista óssea alveolar. https://www.ciroradiologia.com.br/dados2015/kcfinder/image/CHECK-UP.jpg 14 3. Aparelho de Raios X Odontológico Intra-oral Os aparelhos de raios X utilizados para diagnóstico odontológico, quando desativados, podem ser descartados como qualquer outro equipamento convencional. Recomenda- se adotar os seguintes procedimentos caso necessite realizar o descarte: Dar baixa do equipamento na Vigilância Sanitária de sua cidade, por meio de preenchimento de um formulário disponível na própria Anvisa (Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde). Retirar, caso haja, o símbolo internacional de presença de radiação; Isolar qualquer contato de fios elétricos do aparelho com a alimentação elétrica externa; Desmontar o aparelho progressivamente com o auxílio de ferramentas apropriadas; Ao desmontar o cabeçote faça-o com cuidado, devido à ampola de vidro no seu interior; A ampola deve ser descartada tomando-se os mesmos cuidados que os de uma lâmpada; Evite impactos sobre a ampola, pois ela está submetida a forte vácuo; Após os procedimentos recomendados, o equipamento pode ser descartado como material de uso comum. 3.1. APARELHOS DE RAIOS X ODONTOLÓGICOS Obedece aos mesmos princípios e composição dos aparelhos utilizados em radiologia médica. De uma maneira geral, são aparelhos pequenos de pouca potência, que podem ser móveis ou fixo na parede. 15 Fonte: https://www.dentalcremer.com.br/Assets/Produtos/SuperZoom/543810.jpg 3.2. FILMES RADIOGRÁFICO PARA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA Os filmes radiográficos utilizados em radiologia odontológica podem ser divididos basicamente em dois grupos: intrabucais e extrabucais. Filmes Radiográficos Intrabucais Também denominado filme intra-oral, é utilizado para radiografias em que o filme é colocado dentro da boca do paciente. É um tipo de filme radiográfico para exposição direta dos raios X, ou seja, não são usados em conjunto com écrans intensificadores. Apresenta-se em embalagens individuais, podendo ser simples (mais utilizados), com apenas uma película (filme) na embalagem, ou duplos, com duas películas (filme), para realização de incidências com cópia para arquivo. 16 Tamanhos de filme radiográfico intrabucal (intra-oral) Existem no mercado basicamente três tamanhos de filmes radiográficos intrabucal (intra-oral): 22x 35mm, 31x41mm e 57x76mm. • Tamanho 22x35 mm- Também denominado número 1, é geralmente utilizado para radiografia periapical e também para radiografia interproximal (bitewing) em paciente pediátrico; • Tamanho 31x41mm- Também denominado número 2, é geralmente utilizado para radiografia periapical e interproximal(bitewing) ; • Tamanho 57x76mm- Geralmente é utilizada para radiografia oclusal, em áreas extensas da maxila e da mandíbula. Fonte: http://www.radioinmama.com.br/odontologicoj.jpgFonte: http://www.radioinmama.com.br/odontologicok.jpg http://www.radioinmama.com.br/odontologicoj.jpg http://www.radioinmama.com.br/odontologicok.jpg 17 Embalagem do filme radiográfico intrabucal (intra-oral) O filme é embalado da seguinte maneira, de fora para dentro. Revestimento externo - Um invólucro plástico vedando a entrada de luz e de saliva. O lado a ser exposto pelos raios X (parte anterior) geralmente possui uma superfície lisa e branca. O lado oposto (parte posterior), geralmente com duas cores, possui uma lingueta em "V", que é utilizada para abrir a embalagem para processamento do filme; Papel preto- Reveste todo o filme e possui as funções de vedação da luz e proteção do filme durante o manuseio para o processamento; Lâmina de chumbo- Uma fina lâmina de chumbo é posicionada na parte posterior do filme (lado oposto ao da exposição pelo raios x). A função dessa lâmina é absorver a radiação secundária e se necessário, identificar ( através de marcas) o posicionamento errado do filme para a incidência; Filme Radiográfico- Encontra-se no interior da embalagem, revestido por um papel preto. É possível notar na parte referente aos tamanhos dos filmes é mencionada a palavra (Bitewing), mas o que será isso? A palavra vem do inglês onde Bite significa mordida e wing significa asa, Esse acessório é crucial em posicionamentos odontológicos chamado de paralelismo. Onde o paciente fica apenas sentado e de tal forma que ele possa morder o Bitewing posicionando o filme corretamente atrás da estrutura desejada. Reparem a figura abaixo, verá o acessório como ele é e como é utilizado. Fonte:http://www.radioinmama.com.br/odontologiapf.jpg http://www.radioinmama.com.br/odontologiapf.jpg 18 Fonte:http://radiologia.blog.br/images/radiologia-odontologica-periapical-2.jpg Fonte: https://ae01.alicdn.com/kf/HTB15x70SXXXXXXlaFXXq6xXFXXXH/3Pcs-Set-Dental-Use-Digital- X-Ray-Film-Sensor-Positioner-Holder-Dental-Instrument-With-Box-For.jpg_640x640.jpg Acima mostra o acessório que é composto por uma argola aonde se encaixa no tubo de Raio-x, acompanhada por haste e um suporte aonde o filme é colocado. É possível realizar o exame sem esse acessório? Fonte: http://www.radioinmama.com.br/odontologiabissd.jpg https://ae01.alicdn.com/kf/HTB15x70SXXXXXXlaFXXq6xXFXXXH/3Pcs-Set-Dental-Use-Digital-X-Ray-Film-Sensor-Positioner-Holder-Dental-Instrument-With-Box-For.jpg_640x640.jpg https://ae01.alicdn.com/kf/HTB15x70SXXXXXXlaFXXq6xXFXXXH/3Pcs-Set-Dental-Use-Digital-X-Ray-Film-Sensor-Positioner-Holder-Dental-Instrument-With-Box-For.jpg_640x640.jpg http://www.radioinmama.com.br/odontologiabissd.jpg 19 É possível, porem o paciente deve segurar com o dedo o filme e por isso o risco do exame sair incorreto é grande, pois o mesmo pode movimentar o dedo e assim o filma sair da posição, essa técnica é chamada de Bissetriz. Panorâmica É uma tomografia rotacional que produz uma imagem radiográfica da totalidade do arco dental, ou seja, produz uma imagem radiográfica panorâmica da maxila e da mandíbula. O tubo de raios X se move simultaneamente e em sentido oposto ao filme radiográfico (chassi) ao redor do paciente. Fonte: https://fredericdotcorcosdotcom.files.wordpress.com/2012/03/pan2.jpg Fonte: http://www.implantecodontologia.com.br/wp-content/uploads/2016/06/2.jpg https://fredericdotcorcosdotcom.files.wordpress.com/2012/03/pan2.jpg http://www.implantecodontologia.com.br/wp-content/uploads/2016/06/2.jpg 20 Posicionamento da cabeça do paciente: O paciente deve ser posicionado no aparelho com o plano horizontal alemão paralelo ao chão e o plano sagital perpendicular a este. O paciente deve ser instruído a não se movimentar durante a execução da radiografia (aproximadamente 18 segundos). 3.3. Telerradiografia do Crânio em perfil Também denominada radiografia cefalométrica, é utilizada para fazer mensurações lineares e angulares de pontos ou estruturas anatômicas (ortodontia). Para a execução, há necessidade de um cefalostato adaptado ao aparelho, que possui a função de manter a cabeça do paciente na posição correta para realização da incidência. Fonte: http://www.cleber.com.br/livro_cefalometria/html/cap03/cefalo02.jpg Procedimentos para a realização da Radiografia Panorâmica 1-Colocar o chassis no porta-chassis do aparelho. 2-Remover aparelhos removíveis da cavidade bucal. 3- Remover objetos que possam causar artefatos na imagem, tais como brincos, grampos, fivelas e colares. http://www.cleber.com.br/livro_cefalometria/html/cap03/cefalo02.jpg 21 4- Proteger o paciente com avental de chumbo dos dois lados. 5- Pedir ao paciente para manter a coluna ereta e pés juntos, para colocar o mento (queixo) na plataforma. 6- Pedir ao paciente para morder o bloco de mordida (ou afastador de língua descartável) na posição de topo. Caso o paciente seja edêntulo, ao invés do bloco de mordida usa-se uma mentoneira. 7- Por fim, pedir ao paciente para posicionar a língua no céu da boca (palato). 9- Pedir ao paciente para fechar os lábios e continuar imóvel, explicando que o aparelho irá girar ao seu redor e emitir um barulho, prevenindo-os de sustos. 10- Expor o paciente. Vantagens -Ampla cobertura da área examinada -Pequena dose de radiação -Melhor aceitação do paciente -Melhor entendimento do paciente em relação ao tratamento -Rapidez e simplicidade na execução -Padronização da técnica -Melhor controle da infecção Desvantagens -Pode não englobar anormalidades -Área focal pode não se adequar a todos os arcos dentais -Alto custo do aparelho -Falta de detalhe -Ampliação e Distorção Como evitar os erros mais comuns em exames radiológicos A radiografia dental é uma imagem fotográfica produzida em um filme pela passagem dos raios x através dos dentes e tecidos de suporte. Ela é essencial para o diagnóstico, pois permite o profissional identificar várias condições que não são facilmente identificáveis pelo exame clínico. Um exame oral sem o uso de radiografias dentais limita o profissional a um conhecimento das informações que são visualizadas pelo exame clínico. Com o uso das radiografias dentais o profissional ganha todas as informações dos dentes e tecidos de suporte. O benefício primário da radiografia dental é a descoberta da doença. 22 O benefício primário da radiografia dental é a descoberta da doença. Quando a radiografia é corretamente exposta e processada o benefício da descoberta da doença excede em muito os riscos advindos do uso das radiações. Segundo Freitas (2000), uma radiografia deve ser considerada tecnicamente boa quando apresenta um máximo de detalhe e um grau médio de densidade e contraste. Erros no Processamento das Radiografias Os erros cometidos durante qualquer fase do processo para obtenção do exame radiográfico, acarretará em prejuízos para o profissional. Inicialmente devido ao tempo despendido para identificação do erro e sua correção, depois pelo gasto com repetições desnecessárias e exposições adicionais para o paciente. É importante o cuidado em todas as fases do processo de confecção do exame, muitos dos erros são cometidos pelo não cumprimento das etapas durante a aplicação da técnica radiográfica, pela pressa ou desatenção ao executar o exame radiográfico. ATENÇÃO: Em relação ao Processamento Radiográfico É nesta fase que temos uma grande concentração de erros e que com cuidados simples poderemos minimizar alguns problemas na aquisição de nosso exame. 1- Devemos seguir as recomendações do fabricante de soluções processadoras (revelador e fixador) quanto: • Concentração da solução; • Temperatura; • Tempo de revelação. •Devemos afixar na parede próxima a câmara escura, uma tabela de tempo e temperatura de revelação.Devemos medir a temperatura do revelador antes da revelação. Cabe lembrar que quanto mais alta for a temperatura do seu revelador menor será o tempo de processamento e que temperaturas acima de 30ºC podem ocasionar imagens com erros. As soluções devem ser regeneradas ou trocadas quando necessário, e nem serem utilizadas fora do prazo de validade. O uso de soluções processadoras inativas, além de provocar erros na imagem, por muitas vezes, induz ao profissional aumentar a dose para conseguir uma imagem radiográfica, o que em relação a proteção ao paciente não é permitido. Alguns fatores influenciam a durabilidade das soluções processadoras: • Tempo de preparo; • Quantidade de uso; 23 • Oxidação das soluções processadoras; • Volume das soluções processadoras. Porém o fator determinante que indica o momento da troca da soluções processadoras (revelador e fixador) é a densidade das imagens radiográficas obtidas. Quando a imagem obtida estiver mais clara do que o normal, este é o momento exato de se trocar as soluções processadoras. Erros no Armazenamento 1. Filme Vencido Devemos tomar cuidados especiais no armazenamento dos filmes radiográficos, como: - Manter em local fresco. Após a abertura da caixa, dê preferência a conservação do produto dentro de geladeira. - Longe de Radiações Ionizantes. - Sem pressões sobre os filmes. - Os mais velhos por cima. Estes cuidados especiais além de manter os filmes radiográficos em boas condições de uso, normalmente aumenta sua vida útil. Recomenda-se atenção do profissional ao adquirir uma caixa de filme radiográfico observar atentamente a data de validade do mesmo para não comprar um filme com a data de validade expirada ou próximo da data para expirar. Característica Radiográfica: Imagem radiográfica de múltiplas “bolinhas” radiopacas, representando o desprendimento da gelatina. denominada de “Flocos de Algodão” Fonte: https://image.slidesharecdn.com/apstiladeradiologiaodontolgica- 140614100812-phpapp02/95/apostila-de-radiologia-odontolgica-21- 638.jpg?cb=1402740726 24 Erros na Tomada das Radiografias São erros que acontecem devido a desatenção com a anamnese que deve ser feita no paciente, verificando a presença de objetos metálicos. Nos exames radiográficos intra ou extra-orais, o primeiro passo a ser seguido para confecção do exame radiográfico ao receber o paciente é observar se este paciente é portador de algum objeto metálico, como óculos, brincos, cordão ou piercing, que possam atrapalhar o exame e perguntar se ele é portador de próteses parciais removíveis ou totais. Após este passo iniciaremos a um rápido exame clínico onde verificaremos se as informações dadas pelo paciente estão corretas e verificaremos também se existe a presença do Twinkle. Os objetos metálicos ou removíveis que este paciente possui e que possam prejudicar a imagem radiográfica, deverão ser removidos, porém se o paciente se recusar a remover ou não puder remover (caso dos Twinkles e alguns piercing), este fato deverá ser anotado na ficha do paciente ou descrito no laudo radiográfico. 25 4. PATOLOGIAS Etiologia e epidemiologia da cárie dentária A cárie dentária é uma doença infecciosa que progride de forma muito lenta na maioria dos indivíduos, raramente é autolimitante e, na ausência de tratamento, progride até destruir totalmente a estrutura dentária. O conceito supracitado nos traz informações importantes que serão discutidas ao longo desta fundamentação teórica. O primeiro deles é compreendermos que a cárie dentária é uma doença resultante do desequilíbrio do binômio saúde-doença, podendo apresentar lesões-sinais na população. Esses sinais são erroneamente conhecidos pela população como “cáries”, mas, na verdade, são as lesões da doença propriamente dita. Essas lesões podem se apresentar em estágios iniciais visíveis clinicamente (lesões de mancha branca ativa em esmalte) ou em estágios mais avançados, como as cavitações dentárias, que são mais uma vez compreendidas pela população como “cáries”. O entendimento da cárie dentária como uma doença é mais facilmente compreendido ao traçarmos um paralelo com outras doenças sistêmicas, como a catapora. Quando um paciente é acometido pela catapora (doença), ele apresenta manifestações cutâneas (lesões) que podem variar na quantidade e extensão, ou seja, se a doença pode se manifestar de forma mais agressiva ou não. A diferenciação entre a doença e a manifestação (lesão) desta implica condutas diferenciadas na abordagem da prevenção e no tratamento da doença cárie. Se o tratamento for centralizado nas lesões pela restauração das cavidades, e não nos fatores etiológicos da doença, isso resultará em um “ciclo restaurador repetitivo”, ou seja, no fracasso do controle da doença. O paciente teve as manifestações e não a doençatratada e, 26 portanto, poderá apresentar em um curto período de tempo novas lesões ou recidivas da lesão no mesmo elemento dentário. 4.1. Fatores etiológicos Para que possamos instituir medidas efetivas para o controle da doença cárie, se faz necessária a compreensão dos seus fatores etiológicos. O primeiro modelo proposto por Keyes (1960) para explicar a doença era um modelo essencialmente ecológico, no qual a cárie seria o produto da interação entre os fatores determinantes: hospedeiro, substrato (dieta cariogênica) e microrganismos. Newbrun (1978) acrescentou o fator tempo nessa interação, mas ambos os modelos não foram capazes de explicar a ocorrência da doença na população humana. A doença cárie é muito mais complexa e com um caráter comportamental, podendo ser influenciada por fatores modificadores. Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/dpress/v12n6/a12fig01.gif 27 Fonte: http://revista.hupe.uerj.br/imagebank/images/v12n1a12-fig01.jpg De maneira sucinta, descreveremos os fatores determinantes e modificadores da doença cárie: 4.2. Fatores determinantes 1. Hospedeiro: o hospedeiro compreende os dentes e a saliva. O dente é o local onde a doença se manifesta. Algumas condições dos elementos dentários os tornam mais suscetíveis à doença cárie, tais como a morfologia dental, que compreende anomalias na forma (fusão, geminação) e a macromorfologia (dentes posteriores que possuem saliências e reentrâncias que dificultam o controle do biofilme). A saliva possui capacidade tampão pela presença de íons de bicarbonato e fosfato que neutralizam os ácidos produzidos pelos microrganismos cariogênicos. Ela também tem a função de autolavagem e limpeza das superfícies dentárias e possui ação antibacteriana por conter proteínas e imunoglobulinas que atuam contra os microrganismos cariogênicos. 2. Microrganismos: a cavidade bucal possui inúmeras espécies de microrganismos. Apesar da diversidade microbiana, poucas espécies estão relacionadas à doença cárie, como Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus, pois possuem as características específicas para participar do processo da doença. As bactérias cariogênicas são capazes de produzir ácidos a partir da fermentação dos carboidratos da dieta (acidogênicas) e de sobreviver em meio ácido (acídúricas). Outra característica seria a capacidade de adesão às estruturas dentárias. 3. Dieta: a dieta exerce, principalmente, um efeito tópico na etiologia da doença, ou seja, sem a sua presença, não há desenvolvimento da doença, pois os microrganismos 28 cariogênicos necessitam da energia proveniente da sua fermentação para sobreviver. A frequência (constante ingestão) e a consistência dos carboidratos também interferem no desenvolvimento da doença: o açúcar consumido entre as refeições e a sua textura favorecem a retenção na cavidade bucal (por exemplo,balas tipo toffle versus pãode sal: as balas possuem uma consistência pegajosa e um tipo de carboidrato mais facilmente fermentável, ou seja, são mais cariogênicas). ácido (acídúricas). Outra característica seria a capacidade de adesão às estruturas dentárias. 4. Tempo: os três fatores anteriormente citados, quando associados, necessitam de um período de tempo para favorecer a desmineralização (perda de minerais) dos dentes. O que o eterno problema da infecção hospitalar tem a ver com a troca de 25 quilômetros do oleoduto do Alasca, que recentemente fez os preços do petróleo subirem ainda mais? Problemas aparentemente tão diferentes, ao lado de muitos outros, que diariamente afetam a indústria e a saúde da população, são causados por biofilmes - estruturas formadas espontaneamente por diversos tipos de bactérias, e que as torna altamente resistentes aos desinfetantes e produtos anticorrosivos que as deveriam exterminar. Os biofilmes são agregações complexas das bactérias, que segregam uma matriz adesiva protetora - neste caso, protetora das bactérias, contra qualquer tentativa de exterminá-las. Os biofilmes formam-se em virtualmente qualquer situação onde haja contato de sólidos e líquidos ou sólidos e gases - ou seja, em praticamente todos os lugares imagináveis. Quando estão sozinhas, na forma planctônica (da palavra grega planktos, que significa errante) , a maioria das bactérias não oferece grandes riscos e geralmente são fáceis de controlar. Mas quando formam biofilmes, elas parecem ganhar super poderes. São os biofilmes que recobrem contatos eletrônicos, causam a corrosão generalizada em oleodutos, assim como causam cáries nos dentes e estão na origem de uma série de doenças, como a fibrose cística, úlceras, colites e infecções do ouvido, apenas para citar algumas. Em resumo... Os biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Estas comunidades biológicas encontram-se embebidas em matrizes poliméricas produzidas por elas próprias. Os biofilmes podem desenvolver-se em qualquer superfície úmida, seja ela biótica (formada por espécies vivas) ou abiótica (minerais). A associação dos organismos em 29 biofilmes constitui uma forma de proteção ao seu desenvolvimento, favorecendo relações simbióticas e permitindo a sobrevivência em ambientes hostis. As bactérias são ubiquitárias (estão presentes em todos os lugares do mundo), logo, virtualmente, os biofilmes podem formar-se em qualquer superfície e em qualquer ambiente. Podem observar-se biofilmes em condutos de água, permutadores de calor, cascos de navio, na pele e mucosas de animais (incluindo o homem), nos dentes (como já foi mencionado), em próteses e em variadíssimas indústrias, desde a indústria química e farmacêutica a alimentar. A placa bacteriana, ou biofilme dental (ou biofilme) é uma película aderente e transparente constituída por bactérias e seus produtos, formando-se constantemente sobre os seus dentes e gengivas. Fonte: http://www.hs-menezes.com.br/images/C.JPG?285 É (considerado) o fator determinante para que ocorra a cárie e a doença periodontal que podem levar à perda de dentes. Inicialmente esta película assume uma consistência mole e, se não for removida nesta fase, vai se mineralizar, tornando-se dura (designando-se de tártaro ou cálculo). Para remover o tártaro é necessário um conjunto de procedimentos clínicos (tartarectomia e outros), executados por profissionais de saúde oral. Todos nós desenvolvemos placa bacteriana o tempo todo. As bactérias proliferam constantemente na nossa boca. Para crescerem, estas bactérias utilizam ingredientes encontrados na nossa dieta e saliva. A placa bacteriana, em presença de hidratos de carbono [açúcares](especialmente a sacarose, isto é, o açúcar doméstico), produz os ácidos que vão desmineralizar os tecidos duros do dente (esmalte e dentina). Assim, sempre que se ingerem alimentos ou bebidas açucaradas, produzem-se ácidos. Com os ataques ácidos repetidos, o esmalte deteriora-se e as lesões de cárie iniciam-se. Para que o você possa avaliar o desenvolvimento do biofilme que vai se formando nas superfícies dos dentes as figuras abaixo mostram a evolução de uma placa. As fotos foram tiradas de 8/8h a partir da primeira que foi obtida imediatamente após o dente ter sido polido (e, portanto, sem placa). 30 Fonte:http://www.hs-menezes.com.br/images/evol.JPG?798 Note que o biofilme forma-se constantemente sobre os seus dentes e gengivas; e, portanto, começa a desenvolver-se imediatamente após este ter sido removido completamente. Repare que após oito horas esse acúmulo já é considerável (as fotos acima foram obtidas sem que houvesse higienização durante todo o tempo das tomadas). Esse acúmulo é mais intenso nos locais onde a higiene bucal não está sendo feita de maneira adequada. De fato. A placa bacteriana, que não é removida, também provoca inflamação gengival, conduzindo às doenças do periodonto como, por exemplo, a gengivite (gengivas vermelhas, inchadas e sangrantes). Mas voltando ao assunto Carie... 4.3. Fatores modificadores Além dos fatores determinantes para a doença (interação entre hospedeiro, dieta, biofilme e tempo), é sabido que fatores sociais, econômicos e comportamentais podem influenciar no desenvolvimento da doença cárie. Diversos estudos já demonstraram que as diferenças nos níveis de saúde podem ser explicadas pelas diferenças socioeconômicas. 31 Diagnóstico e determinação da atividade e risco da doença cárie A cárie dentária é uma doença crônica e infecciosa que provoca a destruição dos tecidos dentários,podendo ser diagnosticada clinicamente em seus estágios iniciais (lesões em esmalte) ou estágios maistardios (cavitação em dentina e/ou necrose da polpa dentária, órgão onde se localizam terminações nervosas e capilares sanguíneos). Além da detecção da doença, é de extrema importância avaliar a atividade dela: ativa ou inativa. A doença ativa significa que o indivíduo está experimentando um momento ativo da doença, enquanto as lesões inativas apontam para a ocorrência de um episódio da doença. Vale ressaltar que, para a realização do diagnóstico das lesões de cárie, é imprescindível que o dente esteja limpo, seco e bem iluminado. As figuras abaixo demonstram os estágios de progressão da doença, bem como as características de lesões ativas e inativas. Fonte: http://clinicadentariamariluz.pt/wp-content/uploads/2013/12/processo- carie.gif Lembra dos biofilmes? TÁRTARO Tártaro, às vezes também chamado de cálculo, é a placa bacteriana ou biofilme dental que endurece na superfície dos dentes. 32 O tártaro também pode se formar sob a gengiva e irritar os tecidos gengivais. Além disso, o tártaro dá à placa bacteriana um espaço maior e propício para o seu crescimento, o que pode levar a problemas mais sérios como as cáries e gengivite. O tártaro não só prejudica a saúde dos seus dentes e gengivas, mas também é um problema estético. Fonte: http://www.hs-menezes.com.br/images/D.JPG?285 Substância porosa, o tártaro absorve as manchas com mais facilidade. Assim, para aquelas pessoas que fumam ou tomam chá ou café, é ainda mais importante que evitem a formação do tártaro. Após aproximadamente 21 dias, caso o biofilme bacteriano não seja removido pelo paciente (escovação) ou pelo dentista (polimento), há o estabelecimento de uma comunidade estável de bactérias. O cálculo então forma-se a partir da mineralização da placa, com a participação da saliva que contém íons de cálcio, e do dente, de onde a placa retira cálcio e fosfato pela queda do pH (aumento da acidez). 4.4. Quais são os dois tipos de cálculo dental? Cálculo supragengival É clinicamente visível coronal à margem gengival.A presença e a quantidade do cálculo supragengival é o resultado do nível de depósitos bacterianos nos dentes, mas também são influenciados pela secreção da glândula salivar. Como resultado, a maior quantidade da placa supragengival é normalmente encontrada nas superfícies vestibulares dos molares maxilares adjacentes ao ducto da glândula parótida nas superfícies linguais dos dentes mandibulares anteriores, que estão expostas ao ducto das glândulas submandibulares e sublinguais. 33 Coloração O cálculo supragengival pode variar na cor, de branco a marrom escuro, dependendo da coloração das substâncias alimentícias. O cálculo supragengival consiste de 70% a 90% de sais inorgânicos, principalmente na forma de fosfato de cálcio (Ca3[PO4]2). O cálculo também contém quantidades variadas de carbonato de cálcio e fosfato de magnésio. A porção inorgânica é quimicamente similar à porção inorgânica do osso, dentina e cemento. Os componentes orgânicos do cálculo envolvem proteína e complexos de polissacarídeos derivados da placa dental, células epiteliais descamadas e glóbulos brancos. A mistura dos cristais inorgânicos se altera em uma composição relativa à idade do cálculo. A primeira forma de critais que aparece é a bruchite (Ca[HPO4].2H2O) e é seguida pelo fosfato octocálcico (Ca8[HPO4]4). Em depósitos maduros acumulados por mais de seis meses, a forma cristalina principal é a hidroxiapatita (Ca10[PO4]6. OH2) com menos componentes de fosfato octocálcico. Periodontite ou inflamação das gengivas Periodontite é a inflamação e infecção dos ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes. A periodontite é uma doença comum, porém perfeitamente possível de ser prevenida. A periodontite ocorre quando gengivite, que é a inflamação e infecção das gengivas, não é tratada ou quando o seu tratamento é adiado. Os quadros infecciosos e inflamatórios passam das gengivas para os ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes. A perda deste suporte faz com que os dentes fiquem soltos e acabem caindo. A periodontite é a principal causa de perda de dentes em adultos. Esse problema não é comum na infância, mas aumenta durante a adolescência. A placa bacteriana e o tártaro se acumulam na base dos dentes. A inflamação causa o desenvolvimento de um bolso entre as gengivas e os dentes. Essa inflamação, com o tempo, acaba causando a destruição dos tecidos e dos ossos que cercam o dente. Como a placa contém bactérias, é provável que haja infecção também, o que pode levar ao desenvolvimento de um abscesso dentário, aumentando a taxa de destruição óssea. Fatores de risco Alguns fatores de risco enumerados por dentistas que podem aumentar as chances de periodontite incluem: -Predisposição genética -Maus hábitos de saúde bucal -Fumo -Diabetes 34 -Idade avançada -Diminuição da imunidade, como ocorre em doenças com leucemia, HIV/AIDS e após sessões de quimioterapia, para tratamento de alguns tipos de câncer -Má nutrição -Medicamentos -Alterações hormonais relacionadas à gravidez ou a menopausa -Abuso de substâncias, como álcool e drogas -Problemas dentários estruturais -Problemas com a forma como os dentes se encaixam ao morder. Sintomas de Periodontite Os primeiros sintomas da periodontite lembram os da gengivite. Fique atento aos principais sinais da periodontite: -Mau hálito -Gengivas com aspecto vermelho vivo ou arroxeado -Gengivas com aspecto brilhante -Gengivas que sangram com facilidade (principalmente durante a escovação) -Gengivas sensíveis ao toque, mas que não doem de outra forma -Dentes soltos -Gengivas inchadas. 4.5. Abordagem preventiva e terapêutica da doença cárie dentro da Estratégia de Saúde da Família De acordo com os preceitos de Promoção de Saúde, o tratamento da doença cárie visa restabelecer o equilíbrio e a saúde bucal do paciente por meio do controle dos fatores etiológicos, como remoção do biofilme, educação e instrução de higiene e dieta, além da aplicação de fluoretos. Para melhor identificar os principais grupos de ações de promoção, de proteção e de recuperação da saúde a ser desenvolvidos prioritariamente, é necessário conhecer as características do perfil epidemiológico da população não só em termos de doenças de maior prevalência, mas também quanto às condições socioeconômicas da comunidade, seus hábitos e estilos de vida e suas necessidades de saúde – sentidas ou não – , aí incluída por extensão a infraestrutura de serviços disponíveis. As ações de saúde bucal devem se inserir na estratégia planejada pela equipe de saúde numa inter-relação permanente com as demais ações da Unidade de Saúde. Ações de Promoção e Proteção de Saúde: compreendem um grupo de ações a serem desenvolvidas pelo sistema de saúde, articulado com outras instituições governamentais, empresas, associações comunitárias e com a população e seus órgãos de representação. Tais ações visam à redução de fatores de risco, que constituem ameaça à saúde das pessoas, podendo provocar-lhes incapacidades e doenças. 35 Isso significa a construção de políticas públicas saudáveis, o desenvolvimento de estratégias direcionadas a todas as pessoas da comunidade, como políticas que gerem oportunidades de acesso à água tratada, incentivem a fluoretação das águas, o uso de dentifrício fluoretado e assegurem a disponibilidade de cuidados odontológicos básicos apropriados. Ações de promoção da saúde incluem também trabalhar com abordagens sobre os fatores de risco ou de proteção simultâneos tanto para doenças da cavidade bucal quanto para outros agravos (diabetes, hipertensão, obesidade, trauma e câncer), tais como políticas de alimentação saudável para reduzir o consumo de açúcares, que atuará na prevenção da doença cárie, obesidade e diabetes, e abordagem comunitária para aumentar o autocuidado com a higiene corporal e bucal. A busca da autonomia dos cidadãos é outro requisito das ações de promoção de saúde. A equipe de saúde deve fazer um esforço simultâneo para aumentar a autonomia e estimular práticas de autocuidado por pacientes, famílias e comunidades. As ações de proteção à saúde podem ser desenvolvidas no nível individual e/ou coletivo. Para as ações que incidem nos dois níveis, deverá garantir-se acesso a escovas e pastas fluoretadas. Além disso, os procedimentos coletivos são ações educativo-preventivas realizadas no âmbito das Unidades de Saúde (trabalho da equipe de saúde junto aos grupos de idosos, hipertensos, diabéticos, gestantes, adolescentes, saúde mental, planejamento familiar e sala de espera), nos domicílios, grupos de rua, escolas, creches, associações, clube de mães ou outros espaços sociais, oferecidos de forma contínua. As ações compreendem: 1) Fluoretação das águas: o acesso à água tratada e fluoretada é fundamental para as condições de saúde da população. Assim, viabilizar políticas públicas que garantam a implantação da fluoretação das águas e a ampliação do programa aos municípios com sistemas de tratamento é a forma mais abrangente e socialmente justa de acesso ao flúor. Nesse sentido, desenvolver ações intersetoriais para ampliar a fluoretação das águas no Brasil é uma prioridade governamental, garantindo-se continuidade e teores adequados. A organização de tais sistemas compete aos órgãos de gestão do SUS. 2) Educação em saúde: compreende ações que objetivam a apropriação do conhecimento sobre o processo saúde-doença, incluindo fatores de risco e de proteção à saúde bucal, assim como possibilitar ao usuário mudar hábitos apoiando-o na conquista de sua autonomia. A Atenção à Saúde bucal deve considerar tanto as diferenças sociais quanto as peculiaridades culturais ao discutir alimentação saudável, manutenção da higiene e autocuidado do corpo, considerando que a boca é o órgão de absorção de nutrientes, expressão de sentimentose defesa. Os conteúdos de educação em saúde bucal devem ser pedagogicamente trabalhados, preferencialmente de forma integrada com as demais áreas. Poderão ser desenvolvidos na forma de debates, oficinas de saúde, vídeos, teatro, conversas em grupo, cartazes, folhetos e outros meios. Essas atividades podem ser desenvolvidas pelo cirurgião-dentista (CD), pelo técnico em saúde bucal (TSB), pela auxiliar em saúde bucal 36 (ASB) e pelo agente comunitário de saúde (ACS), especialmente durante as visitas domiciliares. As escolas, creches, asilos e espaços institucionais são locais preferenciais para esse tipo de ação, não excluindo qualquer outro espaço onde os profissionais de saúde enquanto cuidadores possam exercer essas atividades. Estas devem ser realizadas, preferencialmente, pelo TSB, pelo ASB e pelo ACS. Compete ao CD planejá-las, organizá-las, supervisioná-las e avaliá-las, sendo, em última instância, o responsável técnico-científico por tais ações. 3) Aplicação tópica de flúor: esta ação visa ao controle da cárie, através da utilização de produtos fluorados (soluções para bochechos, gel-fluoretado e verniz fluoretado) em ações coletivas. Deve-se compreender que os compostos fluoretados atuam de forma terapêutica, e não preventiva na doença. Quando as bactérias cariogênicas fermentam os carboidratos da dieta, elas produzem o ácido lático, que faz com que o pH da interface biofilme/dente caia para valores inferiores a 5,5. Isso acarreta na desmineralização da estrutura dentária, composta pela hidroxiapatita, fazendo com que o dente perca os minerais cálcio e fosfato, configurando os estágios iniciais da lesão de cárie em esmalte. Quando há flúor presente no meio, ele se liga ao cálcio e ao fosfato, formando a fluorapatita, que é depositada novamente sobre a estrutura dentária, remineralizando o dente. Dessa forma, os compostos fluoretados atuam na doença já instalada, ou seja, atuam de forma terapêutica no processo des (desmineralização) X re (remineralização). Salienta-se, portanto, que é mais importante ter flúor constante na cavidade bucal e em pequenas concentrações (dentifrícios fluoretados), para participar do processo des X re, do que aplicações esporádicas em altas concentrações (aplicação tópica de flúor feita pelos profissionais). Para instituir a aplicação tópica de flúor (ATF), recomenda-se levar em consideração a situação epidemiológica (risco) de diferentes grupos populacionais do local onde a ação será realizada. A utilização de ATF com abrangência universal é recomendada para populações nas quais se constate uma ou mais das seguintes situações: exposição à água de abastecimento sem flúor; exposição à água de abastecimento contendo naturalmente baixos teores de flúor (até 0,54 ppm F); exposição a flúor na água há menos de 5 anos; CPOD maior que 3 aos 12 anos de idade; menos de 30% dos indivíduos do grupo são livres de cárie aos 12 anos de idade , e doença cárie ativa. 4) Higiene bucal supervisionada: a higiene bucal é um componente fundamental da higiene corporal das pessoas. Mas realizá-la adequadamente requer aprendizado. Uma das possibilidades para esse aprendizado é o desenvolvimento de atividades de higiene bucal supervisionada (HBS), pelos serviços de saúde, nos mais diferentes espaços sociais. A HBS visa ao controle da cárie – quando for empregado dentifrício fluoretado (em que se associa remoção mecânica do biofilme a aplicação tópica de fluoretos) – e da gengivite através do controle continuado de 37 placa pelo paciente com supervisão profissional, adequando a higienização à motricidade do indivíduo. Recomenda-se cautela na definição de técnicas “corretas” e “erradas”, evitando-se estigmatizações. A HBS deve ser desenvolvida preferencialmente pelos profissionais auxiliares da equipe de saúde bucal. Sua finalidade é a busca da autonomia com vistas ao autocuidado. Ações de recuperação: esse grupo de ações envolve o diagnóstico e o tratamento de doenças. O diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível, assim como o tratamento deve ser instituído de imediato, de modo a deter a progressão da doença e impedir o surgimento de eventuais incapacidades e danos decorrentes. Na doença cárie, o ideal é que se faça o diagnóstico da doença nos estágios iniciais, ou seja, lesões em esmalte com a ATF por profissionais ou uso de selantes oclusais. Quando a presença de lesão cariosa cavitada em dentina torna-se um fator retentivo para biofilme, se faz necessária uma intervenção mais invasiva para remover o tecido cariado e selar a cavidade (realizar as restaurações), a fim de devolver ao paciente condições para efetivo controle do biofilme. Nesse contexto, pode ser implementado o Tratamento Restaurador Atraumático (ART) para tratamento da doença, que envolve escavação de dentina cariada com instrumentos manuais e posterior restauração definitiva da cavidade e fissuras adjacentes com um material adesivo restaurador, dentro de uma filosofia educativa e preventiva. Dentre suas vantagens encontram-se: é uma técnica conservadora, uma vez que propõe a remoção somente do tecido cariado não passível de remineralização; possui boa aceitação pelos pacientes, pois exclui a necessidade de anestesia infiltrativa; é técnica de simples execução e baixo custo, não necessitando do consultório odontológico e todo o seu aparato; e ainda pode ser realizada em situações de campo, o que reduz seu custo operacional. Além disso, o ART preconiza: o uso do material cimento de ionômero de vidro como material restaurador que possui adesão química ao esmalte e à dentina; liberação de flúor para as superfícies adjacentes, promovendo sua remineralização; biocompatibilidade com o tecido pulpar; e um coeficiente de expansão térmica próximo ao do dente. Ações de reabilitação: consistem na recuperação parcial ou total das capacidades perdidas como resultado da doença e na reintegração do indivíduo ao seu ambiente social e à sua atividade profissional. Na Odontologia, os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) foram criados pelo governo federal como unidades de saúde classificadas como Clínica Especializada ou Ambulatório de Especialidade. Neles são oferecidos tratamentos para os casos mais complexos da doença cárie, como tratamento endodôntico, prótese total e parcial removível, entre outros: Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca; periodontia especializada; cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; e atendimento a portadores de necessidades especiais. O tratamento oferecido nos CEOs é uma continuidade do trabalho realizado pela rede de Atenção Básica e, no caso dos municípios que estão na Estratégia Saúde da Família, pelas equipes de saúde bucal. Os profissionais da Atenção Básica são responsáveis pelo primeiro 38 atendimento ao paciente e pelo encaminhamento aos centros especializados apenas casos mais complexos.
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