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AULA 6 Umidade do ar e Precipitação Climatologia Agrícola Condiciona: Pragas e moléstias em vegetais e animais Umidade do AR Água na atmosfera Processos Físicos de Transporte e distribuição de calor Evaporação e Evapotranspiração Absorção de determinados comprimentos de onda da radiação solar Conforto Animal Conservação de Produtos vegetais • Conforto animal • Consumo hídrico das plantas • Relação plantas-doenças/pragas • Armazenamento de produtos • Incêndios florestais Umidade do AR Estados físicos da água... ⚫ Fase sólida: moléculas dispostas com regularidade, em arranjo cristalino, possuindo forma e volume bem definido, permitindo apenas ligeira vibração entre as moléculas (vibração). ⚫ Fase líquida: moléculas com um grau de movimentação maior e forças de coesão intensas (vibração e rotação) ⚫ Fase gasosa: Substâncias não possuem forma nem volume definido, com forças de coesão extremamente fracas que permitem grande liberdade de movimentação às moléculas (vibração, rotação e translação) Umidade do AR A água é a única substância que ocorre nas três fases na atmosfera. A água na atmosfera e suas mudanças de fase desempenham papel importantíssimo em diversos processos físicos naturais: • Transporte e distribuição de calor (ciclo hidrológico) • Absorção de comprimentos de onda da radiação solar e terrestre • Evaporação/Evapotranspiração • Condensação/Orvalho Consumo de energia na superfície p/ evaporação Liberação de energia na atmosfera devido à condensação Libera 590 cal (vaporização) 1g de H2O 1g de H2O 1g de H2O (fase líquida) (fase vapor) (condensação) (fase líquida) Consome 590 cal Processos Físicos de Transporte e distribuição de calor Teor de água na atmosfera... ⚫ ...a evaporação é a vaporização espontânea de um líquido, sob quaisquer condições, como resultado da agitação térmica molecular. ⚫ A qualquer temperatura, algumas moléculas do líquido adquirem energia cinética superior à média e conseguem vencer as forças de coesão entre as partículas, abandonando o líqudo através da superfície livre. Teor de água na atmosfera... ⚫ ...água na fase de vapor... ⚫ Fontes Naturais: – Superfícies de água, gelo, neve, solo, vegetais e animais. – Passagem de fase se dá por processos físicos de evaporação, transpiração, e evapotranspiração – Sublimação. – Varia de 0 a um máximo de 4% em volume em regiões quentes e úmidas. Equipamentos de determinação da umidade relativa do ar (UR) ⚫ Conjunto Psicrométrico ou Psicrômetro. ⚫ Higrômetros de fio de Cabelo. ⚫ Higrógrafos. ⚫ Sensores Capacitivos. Os psicrômetros podem ser de ventilação natural, como os dois apresentados à direita e à esquerda, ou de ventilação forçada, como o da figura abaixo. Conjunto Psicrométrico ou Psicrômetro ⚫ Os higrógrafos mecânicos, normalmente associados ao termógrafo bimetálico, usam como elemento sensor, para umidade do ar, o cabelo humano, o qual tem a propriedade de se dilatar e contrair em função da umidade do ar. ⚫ Fornecem medidas contínuas nas estações meteorológicas convencionais e registram os valores de UR no higrograma. ⚫ Requer calibrações freqüentes, pois o cabelo vai perdendo elasticidade com o tempo. Higrômetro de fio de cabelo Temperatura do ar Umidade Relativa do ar Higrômetro de fio de cabelo Sensor capacitivo de UR Esse sensor é empregado nas estações meteorológicas automáticas. O sensor constitui-se de um filme de polímero que ao absorver vapor d´água do ar altera a capacitância de um circuito ativo. Requer calibração e limpeza periódicas. Instalação dos sensores de UR Os sensores de UR, para medidas rotineiras, devem ser instalados dentro dos abrigos meteorológicos, tanto nas estações convencionais como nas automáticas Abrigos meteorológico – Estação Convencional Abrigo meteorológico – Estação Automática Fonte :Sentelhas/Angelocci O teor de vapor d´água na atmosfera varia de 0 a 4% do volume de ar. Isso quer dizer que em uma dada massa de ar, o máximo de vapor d´água que ela pode reter é 4% de seu volume: T2 > T1 e V2 > V1 O aumento da temperatura provocou aumento do volume, devido à expansão do ar • Caso a umidade corresponda a 0% do volume de ar AR SECO • Caso a umidade corresponda a um valor entre 0% e 4% do volume de ar AR ÚMIDO • Caso a umidade corresponda a 4% do volume de ar AR SATURADO De acordo com a Lei dos Gases Ideais (PV = nRT V = nRT/P), vemos que o ar atmosférico tem a capacidade de se contrair e expandir com a variação de sua temperatura. Assim, a capacidade do ar em reter vapor d´água, em termos absolutos, irá aumentar com a temperatura: T1 Aquecimento V1 V2 Conceitos V1 = 100 Vapor = 4 V2 = 200 Vapor = 4 T1 T2 Aquecimento Consideremos valores arbitrários de V1 e V2, para fins de exemplificação. Se V1 = 100, o máximo de vapor d´água que ele poderá reter é 4 (4% de seu volume). Se de fato houver 4 de vapor d´água em V1, o valor relativo de umidade ou umidade relativa (o que realmente tem de vapor em relação ao máximo que pode reter) será 100%. Com o aquecimento, haverá a expansão do ar, atingindo V2, cujo valor arbitrário será 200. Como o sistema é fechado, não houve nem perda e nem ganho de vapor d´água, o qual permaneceu igual a 4. Como o máximo de vapor que V2 pode reter agora é 8 (4% do volume), o valor relativo de umidade neste caso será 50%. Esse exemplo é uma analogia ao que ocorre diariamente na atmosfera. Com o aumento da temperatura, o ar tem uma maior capacidade absoluta de reter vapor (em termos percentuais é sempre 4% do volume) e com o resfriamento essa capacidade diminui. Como a quantidade real de vapor no ar varia muito pouco ao longo do dia, a variação da umidade relativa do ar se dará em função da variação da capacidade máxima absoluta do ar reter vapor d´água. Máximo de vapor = 8 Máximo de vapor = 4 Umidade relativa = 100% Umidade relativa = 50% Teor de água na atmosfera ⚫ Ar atmosférico: mistura de gases. ⚫ Cada gás tem uma pressão de vapor. “A pressão atmosférica total é igual a soma das pressões exercidas por todos constituintes atmosféricos exceto o vapor de água, mais a pressão exercida pelo vapor de água (ea). ” Patm=Par seco+ea Patm = PN + PO + ... + PCO2 + PO3 + PH2Ov Patm = PAr Seco + PH2Ov UR = (ea / es) * 100 1 atm = 760 mmHg = 1013,3 mb = 1013,3 hPa = 101,33 kPa A pressão parcial exercida pelo vapor d´água (PH2Ov) é simbolizada pela letra “e”. Para a condição de saturação, ou seja, para o máximo de vapor d´água que o ar pode reter, utilizamos o símbolo “es” e para a condição de ar úmido, ou seja, para a condição real de vapor d´água no ar, utilizamos o símbolo “ea”. Portanto, para chegarmos à umidade relativa (UR, em %), teremos a seguinte equação: “ea” e “es” são expressos em unidade de pressão (atm, mmHg, mb, hPa ou kPa) Pressão parcial de Vapor (ea) ⚫ Representa a pressão exercida pelo teor atual de vapor de água existente na atmosfera. ⚫ Varia de zero a um valor máximo denominado pressão de saturação de vapor (es). ⚫ Obedece a Lei dos Gases Ideais, V=nRT/P, ou seja: O volume de um gás se contrae/expande em função da variação da temperatura. es = 0,611 * 10 [(7,5*Tar)/(237,3+Tar)] (kPa) 7h Tar = 16oC es = 0,611 * 10 [(7,5*16)/(237,3+16)] = 1,82 kPa 14h Tar = 28oC es = 0,611 * 10 [(7,5*28)/(237,3+28)] = 3,78 kPa Equação de Tétens Equação de Tétens Tar Tar es += 5,237 *5,7 10*58,4 (mmHg) Tar Tar es += 5,237 *5,7 10*11,6 (mb) Tar Tar es += 5,237 *5,7 10*611,0 (kPa) T : Temperatura do ar em ºC Gráfico psicrométrico Cálculo da Umidade do Ar Conjunto Psicrométrico ea = esTU – (Ts – Tu) = 0,067 oC-1 para psicrômetros ventilados e = 0,081oC-1 para psicrômetros não ventilados Cálculo da Umidade do Ar Conjunto Psicrométrico ea = esTU – (Ts – Tu) = 0,067 oC-1 para psicrômetros ventilados e = 0,081oC-1 para psicrômetros não ventilados é a constante psicrométricado instrumento( KPa°C-1) Papsipsi *= apsi = 0.000662 para psicrômetros ventilados ( ventilação forçada ~ 5m/s 0.000800 para psicrômetros com ventilação natural ~1m/s 0.001200 para psicrômetros não ventilados indoor Déficit de saturação do ar e = es – ea (kPa) Temperatura do Ponto de Orvalho To = (237,3 * Log ea/0,611) / (7,5 – Log ea/0,611) Razão de Mistura w = (0,622 * ea) / (Patm – ea) (g de vapor / g de ar) Umidade Absoluta UA = 2168 [ea / (273 + Ts)] (g/m3) Umidade de Saturação US = 2168 [es / (273 + Ts)] (g/m3) Tar Tar es += 5,237 *5,7 10*58,4 (mmHg) T : Temperatura do ar em ºC T e UA a + = 273 .289 em g de vapor / m3. T e US s + = 273 .289 em g de vapor / m3. 100*(%) US UA UR = 100*(%) s a e e UR = Umidade Absoluta Umidade Saturação Umidade Relativa Unidade de pressão: mmHg (g/ m3) Umidade Específica )( 273 289 as ee T UAUSD − + =−= aatm a eP e W − = 622.0 aatm a eP e q 378,0 622,0 − = 4,48 ea Log-7,5 4,48 ea Log . 237,3 To = Temperatura do ponto de Orvalho Déficit de Saturação Razão de Mistura Unidade de pressão: mmHg Exemplo: Ts = 28oC e Tu = 17oC (psicrômetro não ventilado) Patm = 94 kPa es = 0,611 * 10[(7,5*28)/(237,3+28)] = 3,78 kPa esTU = 0,611 * 10 [(7,5*17)/(237,3+17)] = 1,94 kPa ea = 1,94 – 0,081 (28 – 17) = 1,05 kPa UR = (1,05/3,78) * 100 = 27,8% e = 3,78 – 1,05 = 2,73 kPa To = (237,3 * Log 1,05/0,611) / (7,5 – Log 1,05/0,611) = 7,7oC UA = 2168 * 1,05/(273+28) = 7,56 g/m3 US = 2168 * 3,78/(273+28) = 27,23 g/m3 w = (0,622 * 1,05) / (94 – 1,05) = 0,007 g vapor/g ar Cálculo da Umidade Relativa Média do ar URmed = (UR9h + URmáx + URmín + 2.UR21h) / 5 URmed = ( URi) / n Estação Convencional: Estação Automática : INMET IAC URmed = (UR7h + UR14h + 2.UR21h) / 4 Valores Extremos URmed = (URmáx + URmín) / 2 Real URi é a umidade relativa do ar medida a cada intervalo de tempo e n é o total de observações feitas ao longo de um dia Higró- grafo URmed = ( URi) / 24 URi é a umidade relativa do ar medida a cada intervalo de 1 hora e 24 é o total de observações feitas ao longo de um dia Variação da Umidade do Ar ⚫ Pressão parcial de vapor (ea) varia pouco no dia. ⚫ Pressão de saturação de vapor (es) varia exponencialmente com a temperatura do ar durante as 24 horas do dia. ⚫ Assim , UR terá tendência de evolução inversa a da temperatura do ar. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Temp. Ar UR. Ar HORA DO DIA T E M P E R A T U R A D O A R ( ºC ) 30 40 50 60 70 80 90 U M ID A D E R E L A T IV A D O A R (% ) Figura 3. Evolução diária da temperatura e umidade relativa do ar em Botucatu, SP Variação da Umidade do Ar - Evolução Diária Variação temporal da umidade do ar - escala diária Piracicaba, 14/08/2004 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324 Horário T s ( o C ) 0 20 40 60 80 100 120 U R ( % ) Ts UR Piracicaba, 14/08/2004 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Horário P re s s ã o d e v a p o r (k P a ) es ea Na escala diária praticamente não há variação de “ea” ao longo do dia, ao passo que “es” varia exponencialmente com a temperatura do ar. Isso faz com que a UR varie continuamente ao longo do dia, chegando ao valor mínimo no horário de Tmax e a um valor máximo a partir do momento em que a temperatura do ponto de orvalho (To) é atingida. Desse modo, a UR tem uma variação inversa à da temperatura do ar (Ts), como pode-se observar na figura acima, porém o efeito direto da Ts é sobre “es”, como pode-se observar na figura ao lado. Fonte :Sentelhas/Angelocci Temperatura do Ponto de Orvalho 4,48 ea Log-7,5 4,48 ea Log . 237,3 To = To = (237,3 * Log ea/0,611) / (7,5 – Log ea/0,611) mmHg Kpa Temperatura do Ponto de Orvalho ⚫ Orvalho: é a água condensada sobre uma superfície quando a temperatura cai (abaixo da temperatura de ponto de orvalho). ⚫ Temperatura de Ponto de Orvalho: é a temperatura na qual uma dada parcela de ar deve ser resfriada sob pressão e teor de vapor constantes a fim de que haja a saturação. ⚫ Condicionador natural da ocorrência de doenças em plantações e tem profundas aplicações no manejo das culturas Índíce de Conforto Higrométrico para Animais Homeotermos ⚫ Índice de avaliação de ambientes quanto ao estresse animal. ⚫ THI (Temperature-Humidity Index). THI=Tar+0,36To+41,2 Onde: Tar=temperatura do ar (oC) To=temperatura do ponto de orvalho (oC). - Específico para cada espécie animal - Ex: Vacas leiteiras THI menor ou igual a 70. Exemplo de Cálculo do THI THI = Tar + 0,36 To + 41,2 sendo Tar = temperatura média do ar no ambiente, em oC; To = temperatura do ponto de orvalho, em oC, função da pressão parcial de vapor (ea): To = [237,3 . Log (ea/4,58)] / [7,5 – Log (ea/4,58)] ea = (UR% . es) / 100 es = 4,58. EXP [(7,5 . Tar) / (237,3 + Tar)] Portanto, para se determinar THI é necessário ter-se a temperatura e a umidade relativa do ambiente, ou então, as temperaturas do bulbo seco e do bulbo úmido, quando então determina-se ea pela equação psicrométrica. Exemplo de cálculo do THI Tar = 28oC e UR = 65% Tar = 28oC es = 4,58 . EXP [(7,5 . 28) / (237,3 + 28)] = 28,3mmHg UR = 65% ea = (65 . 28,3) / 100 = 18,4mmHg To = [237,3 * Log (2,46/ 4,58)] / [7,5 – Log (2,46/ 4,58)] = 20,8oC THI = 28 + 0,36 . 20,8 + 41,2 = 76,7 (Desconforto) Molhamento de Superfícies Vegetais pelo Orvalho ⚫ Germinação de Esporos e Fungos ⚫ Penetração do tubo germinativo através dos estômatos e folhas. “O tempo de duração que o orvalho permanece na folha é mais importante que a quantidade de orvalho sobre a planta”. Duração do Período de Molhamento (DPM) ⚫ É a quantificação da permanência do Orvalho sobre a planta. Em termos gerais: – Curta DPM < 6horas – Média 6≤DPM ≤10Horas – Longa DPM>10 horas Fonte :Sentelhas/Angelocci Determinação da Duração do Período de Molhamento (DPM) DPM é o tempo em que as surperfícies vegetais (folhas, frutos, flores e colmo) se apresentam com molhamento, o qual é principalmente proveniente da condensação de orvalho. Essa variável é de extrema importância no contexto da fitossanidade vegetal, já que ela é fundamental para o processo infeccioso de doenças fúngicas e bacterianas. Lesões causadas por doenças em folhas e frutos A DPM, portanto, tem relação direta com a umidade do ar, já que somente haverá condensação quando a umidade relativa estiver próxima de 100%. A DPM pode ser medida por sensores ou estimada em função do tempo (número de horas) em que a UR ficou acima de 90%. Medida da Duração do Período de Molhamento (DPM) Utilização de sensores eletrônicos, cujo princípio é baseado na redução da resistência entre eletrôdos quando existe a presença de água no forma líquida. Esses sensores podem simular uma folha ou, então, serem instalados diretamente no tecido vegetal onde se deseja monitorar essa variável. Folha artificial – sensor plano Folha artificial – sensor cilíndrico Fonte :Sentelhas/Angelocci Medida da Duração do Período de Molhamento (DPM) Sensor para gramado Sensor para caule e folhas Fonte :Sentelhas/Angelocci Estimativa da Duração do Período de Molhamento (DPM) O método mais comum para a estimativa da DPM é por meio do número de horas com UR maior do que 90% (NHUR>90%). Esse método funciona bem para climas úmidos, como o do Estado de São Paulo. No entanto, para climas semi-áridos é necessário se reduzir o limiar para se considerar a superfície com orvalho. DPM = NHUR>90% DPM = 8h DPM = 10h DPM = 17h DPM = 17h DPM = 11h Fonte :Sentelhas/Angelocci Maioria das Doenças exige DPM > 10horas Exemplo –Amendoim - Cercosporiose Adaptado de Jensen & Boyle(1966) Fonte :Sentelhas/Angelocci Variação temporal da umidade do ar - escala anual Variação Anual da UR (%) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 J F M A M J J A S O N D Mês M é d ia m e n s a l d a U R ( % ) Piracicaba, SP Manaus, AM Brasília, DF Fonte :Sentelhas/Angelocci Variação da Umidade do Ar - Evolução Anual JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Temp. ar UR. ar MESES DO ANO T E M P E R A T U R A D O A R ( ºC ) 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 U M ID A D E R E L A T IV A D O A R (% ) Figura 4. Evolução mensal da temperatura e umidade relativa do ar em Botucatu, SP. Variação espacial da umidade do ar Também segue o regime de chuvas das regiões. No estado de São Paulo a UR média anual é maior na faixa litorânea e menor no norte e noroeste do estado. Fonte :Sentelhas/Angelocci PRECIPITAÇÃO... Chuva ⚫ Definição: É a forma principal pela qual a água retorna para a superfície terrestre após os processos de evaporação e condensação, completando assim o ciclo hidrológico. Chuva ⚫ Condensação na atmosfera: - Presença de núcleos de condensação NaCl 2-Metiltreitol, álcool - Condições tendem a saturação: - Aumento da pressão de vapor. - Resfriamento do ar. 2-metiltreitol, álcool -Limite – tensão superficial. -Quando a ação da gravidade supera a força de sustentação, tem-se a PRECIPITAÇÃO. A taxa de decréscimo da temperatura do ar com a elevação é denominada de GRADIENTE ADIABÁTICO (): ar seco = - 0,98 oC / 100m ar saturado = - 0,4 oC / 100m ar úmido = - 0,6 oC / 100m (Lutgens 1992) O processo de colisão não é 100% eficiente! Portanto, a colisão nem sempre resulta em coalescência. Gotículas maiores implicam em velocidades maiores e mais colisões. Em média, são necessárias 1.000.000 de gotículas para formar uma gota de chuva. Rgotíc ~ 20μm << fio de cabelo (75μm) captura direta captura de retaguarda (Deve-se à região de menor resistência formada pela divergência das linhas de corrente formadas por onde a gota passa) ⚫ Chuvas: São resultados da saturação do vapor d`água que se condensa passando do estado gasoso para o líquido. ⚫ Tipos de chuvas: - Frontais - Orográficas - Convectivas ⚫ Frontais: Quando duas massas com temperatura e pressão opostas e proporcionais se encontram ocorre a condensação do vapor e a precipitação da água em forma de chuva. Tipos de Chuva Chuva Frontal Originada do encontro de massas de ar com diferentes características de temperatura e umidade. Dependendo do tipo de massa que avança sobre a outra, as frentes podem ser denominadas basicamente de frias e quentes. Nesse processo ocorre a “convecção forçada”, com a massa de ar quente e úmida se sobrepondo à massa fria e seca. Com a massa de ar quente e úmida se elevando, ocorre o processo de resfriamento adiabático, com condensação e posterior precipitação. Características das chuvas frontais Distribuição: generalizada na região Intensidade: fraca a moderada, dependendo do tipo de frente Predominância: sem horário predominante Duração: média a longa (horas a dias), dependendo da velocidade de deslocamento da frente. Quando ocorre o encontro de duas massas de ar, elas não se misturam imediatamente. A massa mais fria (mais densa) é sobreposta pela massa mais quente (menos densa), formando uma zona de transição, denominada de frente. Frentes Frente Fria Frente Quente Se a massa fria avança em direção à massa quente, a frente é denominada FRIA Se a massa quente avança em direção à massa fria, a frente é denominada QUENTE Além da frente fria, que provoca a ocorrência de chuvas durante a passagem do sistema frontal e queda na temperatura, e da frente quente, que promovem chuvas amenas antes da passagem do sistema frontal e logo após aumento da temperatura, existem ainda as frentes oclusas e as frentes estacionárias. Nesses dois últimos casos, as chuvas são intensas e por períodos prolongados. Frente Fria Frente Oclusa Fria Quente Fria Quente Quente Fria Veja nas figuras a seguir as diferenças entre os quatro tipos de frentes mencionados Frente Estacionária Frente Quente Quente Quente Fria Fria Fria Fria Quente Quente Na frente estacionária, não há predomínio de avanço de uma massa em direção à outra, fazendo com que o sistema fique estacionário sobre uma região, provocando chuvas contínuas. A figura a seguir mostra uma frente fria e uma frente quente sobre a região S e SE do Brasil. A área branca corresponde à nebulosidade, formada devido à ação das frentes. ⚫ Orográfica: Quando a massa de ar encontra uma barreira natural (montanha) é obrigada a ganhar altitude onde pode ocorrer a queda de temperatura e a condensação do vapor. São chuvas comuns no nordeste continental (Chapada Diamantina) e no sudeste (Serra do mar). Chuva Orográfica Ocorrem em regiões onde barreiras orográficas forçam a elevação do ar úmido, provocando convecção forçada, resultando em resfriamento adiabático e em chuva na face a barlavento. Na face a sotavento, ocorre a sombra de chuva, ou seja, ausência de chuvas devido ao efeito orográfico. Santos – P = 2153 mm/ano Cubatão – P = 2530 mm/ano Serra a 350m – P = 3151mm/ano Serra a 500m – P = 3387 mm/ano Serra a 850m – P = 3874 mm/ano S.C. do Sul – P = 1289 mm/ano Exemplo do efeito orográfico na Serra do Mar, no Estado de São Paulo ⚫ Convectiva: Ocorre em função da subida do ar contendo muito vapor d`água e que ao ganhar altitude entra em contato com as camadas frias e sofre condensação e posterior precipitação. Chuva Convectiva Originada do processo de convecção livre, em que ocorre resfriamento adiabático, formando-se nuvens de grande desenvolvimento vertical. Características das chuvas convectivas Distribuição: localizada, com grande variabilidade espacial Intensidade: moderada a forte, dependendo do desenvolvimento vertical da nuvem Predominância: no período da tarde/início da noite Duração: curta a média (minutos a horas) Equipamentos para medida da chuva Pluviômetros Os pluviômetros são instrumentos normalmente operados em estações meteorológicas convencionais ou mini-estações termo-pluviométricas. O pluviômetro padrão utilizado na rede de postos do Brasil é o Ville de Paris (foto da esquerda). Outros tipos de pluviômetro (fotos do centro e da direita) são comercializados ao um custo menor e tem por finalidade monitorar as chuvas em propriedades agrícolas. A durabilidade desses pluviômetros e sua precisão, em função da menor área de captação, são menores do que a dos pluviômetros padrões. A área de captação mínima recomendável é de 100 cm2. Ville de Paris (A = 490 cm2) KCCI (A = 176 cm2) SR (A = 15 cm2) funildobocadaÁrea ColetadoVolume h = Pluviômetro Pluviógrafo Os pluviógrafos são dotados de um sistema de registro diário, no qual um diagrama (pluviograma) é instalado. Ele registra a chuva acumulada em 24h, o horário da chuva e a sua intensidade. São equipamentos usados nas estações meteorológicas convencionais O pluviograma acima mostra uma chuva ocorrida no dia 11/03/1999, em que foi registrado cerca de 76mm em 5h. A chuva se concentrou entre 20h do dia 10/03 e 1h do dia 11/03. A intensidade máxima foi observada entre 20:30 e 21:30, com cerca de 53mm/h. Pluviômetros de báscula Os pluviômetros de báscula são sensores eletrônicos para a medida da chuva, usados nas estações meteorológicas automáticas. Eles possuem duas básculas, dispostas em sistema de gangorra, com capacidade para armazenar de 0,1 a 0,2mm de chuva. Conforme a chuva vai ocorrendo o sistemaé acionado e um contador disposto no sistema de aquisição de dados registra a altura pluviométrica acumulada. Esse equipamento registra o total de chuva, o horário de ocorrência e a intensidade. Básculas dispostas em um sistema de gangorra t h i = Cálculo da altura pluviométrica )(11,0 10000 1000 1 1 2 3 2 chuvammcm cm cm m litro h ==== Quantidade Intensidade Chuva Evolução mensal da precipitação pluviométrica em Botucatu, SP. JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 P R E C IP IT A Ç Ã O P L U V IO M É T R IC A ( m m ) MESES DO ANO Variabilidade Espacial das Chuvas Na escala diária, a variabilidade espacial depende dos sistemas meteorológicos que atuam na região. Esses sistemas são em suma a resultante da interação dos fatores determinantes do clima nas três escalas estudadas. As figuras mostram a variabilidade espacial das chuvas em três dias consecutivos. Observe as chuvas causadas por um sistema frontal avançando da Argentina para o Brasil. Variabilidade Espacial das Chuvas A variabilidade espacial das chuvas na escala diária, gera também a variabilidade espacial na escala mensal, que por sua vez gera tal variabilidade na escala anual. A figura ao lado ilustra a chuva acumulada no mês de novembro de 2004. Observa-se que os maiores índices pluviométricos foram observados no oeste do Paraná, no Acre e no sudoeste do Amazonas. Por outro lado, os menores índices de chuva foram observados no extremo norte da Região Norte, entre o Pará e Roraima, e também nos estados nordestinos do CE, RN, PB, PE e AL. Variabilidade Espacial e Temporal das Chuvas Como dito anteriormente, a variabilidade espacial das chuvas na escala diária, gera também a variabilidade espacial na escala mensal, que por sua vez gera tal variabilidade na escala anual. Essa variabilidade ao longo do tempo é denominada variabilidade temporal. Variabilidade Espacial das Chuvas no Mundo Variabilidade Temporal das Chuvas no Brasil Dependendo da região do país, as chuvas se distribuem diferentemente ao longo do ano. Novamente, isso é conseqüência da interação dos diversos fatores determinantes do clima. Em João Pessoa, PB, a estação chuvosa se concentra no meio do ano, enquanto que em Brasília essa estação se dá entre o final e o início do ano. Por outro lado, em Bagé, RS, as chuvas se distribuem regularmente ao longo de todo o ano. João Pessoa, PB 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 J F M A M J J A S O N D C h u v a ( m m /m ê s ) Brasília, DF 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 J F M A M J J A S O N D C h u v a ( m m /m ê s ) Bagé,RS 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 J F M A M J J A S O N D C h u v a ( m m /m ê s ) Chuva Variação Temporal e Espacial da Distribuição Pluviométrica em alguns Estados do Brasil Circulação Atmosférica na América do Sul A circulação geral da atmosfera é modificada por uma séries de fatores ao longo do ano, tendo grande variação temporal e espacial. Na América do Sul, além dos ciclones e anticiclones, um fenômeno bastante conhecido, é a variação da circulação no sentido zonal (leste – oeste), conhecido como El Niño Oscilação Sul ENOS) que provoca alterações no padrão de circulação geral da atmosfera, fazendo com que haja mudanças também nos padrões climáticos normalmente observados. Simplificadamente, conhece-se esse fenômeno com El-Niño/La-Niña. América do Sul B A A figura mostra a circulação observada no Oceano Pacífico Equatorial em anos normais. A célula de circulação com movimentos ascendentes no Pacífico Central/Ocidental e movimentos descendentes no oeste da América do Sul e com ventos de leste para oeste próximos à superfície (ventos alísios, setas brancas) e de oeste para leste em altos níveis da troposfera é a chamada célula de Walker. Esse célula de circulação contribui para o aumento da chuva na costa Australiana e diminuição dela na costa oeste da América do Sul. Fonte :Sentelhas/Angelocci América do Sul El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anômalo das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, que pode afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento em escala mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias. Na verdade, ocorre um ciclo de aquecimento/resfriamento (respectivamente, “El-Niño” e “La-Niña”) da superfície do oceano Pacífico ao longo dos anos. Nota-se que os ventos em superfície, em alguns casos, chegam até a mudar de sentido, ou seja, ficam de oeste para leste. Há um deslocamento da região com maior formação de nuvens e a célula de Walker fica bipartida. Fonte :Sentelhas/Angelocci Impactos do El Niño de dezembro a fevereiro Impactos do El Niño de junho a agosto La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao EL Niño, e que caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido à La Niña Anomalia de temperatura da superfície do mar em dezembro de 1988. Plotados somente as anomalias negativas menores que -1ºC. Fonte :Sentelhas/Angelocci Esquema da Circulação Zonal na ocorrência de La-Niña e El-Niño (Fonte: Varejão-Silva. Meteorologia e Climatologia, INMET, 2001) Frente Fria Frente Fria Na condição de La Niña, há um favorecimento ao avanço das frentes frias, que atingem as regiões N e NE, provocando chuvas acima do normal para essas regiões. Na região S, no entanto, as chuvas são reduzidas, já que as frentes passam rapidamente pela região. Na condição de El Niño, há uma redução dos movimentos convectivos nas regiões N e NE, gerando um bloqueio ao avanço das frentes frias, que ficam semi-estacionárias no sul do Brasil, aumentando, assim, os níveis de chuva, especialmente nos estados da região Sul. Nas regiões N e NE as chuvas ocorrem abaixo dos índices normais. Bloqueio A B B A Fonte :Sentelhas/Angelocci Impactos da La Niña de dezembro a fevereiro Impactos do La Niña de junho a agosto Nevoeiro e Neblina ⚫ Definição: suspensão de minúsculas gotículas de água ou cristais de gelo numa camada de ar próxima à superfície da Terra. Ou seja, trata-se de uma nuvem cuja base está em contato com o solo. – Nevoeiro: quando a visibilidade horizontal no solo é inferior a 1 km; – Neblina: quando a visibilidade horizontal no solo é superior a 1 km. nevoeiro neblina
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