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Aula 05
Contabilidade Geral p/ Prefeitura de
Mauá-SP (Fiscal de Tributos) Pós-Edital
Autor:
Gilmar Possati
Aula 05
24 de Março de 2020
curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com
 
 
 
 
 
 
 1 
104 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ASPECTOS GERAIS 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Sumário 
1 – Demonstrações Contábeis: Aspectos Introdutórios ........................................................................................ 2 
2 – Balanço Patrimonial ...................................................................................................................................... 5 
2.1. Conceito................................................................................................................................................... 5 
2.2. Estrutura do Balanço Patrimonial ........................................................................................................... 5 
2.3. Estrutura e classificação das contas ........................................................................................................ 5 
2.3.1. ATIVO ................................................................................................................................................ 7 
2.3.2. PASSIVO .......................................................................................................................................... 13 
2.3.2. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................................... 14 
3 – Questões Comentadas ................................................................................................................................ 37 
4 – Lista das Questões Comentadas ................................................................................................................. 85 
5 – Resumo ...................................................................................................................................................... 101 
6 – Gabarito .................................................................................................................................................... 104 
 
 
 
Gilmar Possati
Aula 05
Contabilidade Geral p/ Prefeitura de Mauá-SP (Fiscal de Tributos) Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
1496921
curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com
 
 
 
 
 
 
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104 
1 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
Meus camaradas, a presente aula é talvez a mais pesada de todo o nosso curso. Para que a aula não ficasse 
muito superficial e para que vocês comecem a entrar no “mundo avançado” da Contabilidade, inserimos 
alguns detalhes de Contabilidade Avançada. 
Assim, minha orientação inicial é para que você não se assuste com o volume de informações presente nesta 
aula, ok? Não tente estudar a aula inteira em uma jornada apenas. Esta aula é para ser estudada pelo menos 
em umas três oportunidades, de preferência no momento em que você mais rende e que esteja em paz. 
Coloquei “check points” na aula para balisar a evolução da aula. Procure pela coruja . Ela será usada 
para te indicar a “meta normal” de estudo. 
Pessoal, antes de iniciarmos o estudo das demonstrações contábeis necessárias à sua prova, temos que 
estudar quais são as demonstrações obrigatórias como forma de introdução ao assunto. Além disso, vamos 
estudar alguns aspectos gerais aplicáveis às demonstrações. 
Segundo o art. 176 da Lei 6.404/76 ao fim de cada exercício social a diretoria deve elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com 
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
▪ Balanço Patrimonial (BP); 
▪ Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA); 
▪ Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
▪ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); 
▪ Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
 
 
i. A elaboração da DLPA é dispensada, desde que seja elaborada a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL); 
ii. A DVA somente é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto1; 
 
1 A companhia aberta é obrigada a apresentar a DVA. Os órgãos reguladores (ANTT, BACEN, PREVIC, ANATEL, etc), no entanto, 
podem exigir que as empresas a ele submetidas apresentem a DVA. Nos demais casos, a apresentação dessa demonstração é 
facultativa. A Resolução CFC 1.162/2009 afirma que "É recomendado, entretanto, a sua elaboração por todas as entidades que 
divulgam demonstrações contábeis." 
 
Gilmar Possati
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iii. A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais), está dispensada da elaboração da DFC. 
 
Algumas questões de concursos têm exigido o item 10 da NBC TG 26 (CPC 26) que versa sobre o “conjunto 
completo das demonstrações contábeis”: 
Conjunto completo de demonstrações contábeis 
10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: 
(a) balanço patrimonial ao final do período; 
(b) demonstração do resultado do período; 
(ba) demonstração do resultado abrangente do período; 
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período; 
(da) demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 – Demonstração do Valor 
Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; 
(e) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas; 
(ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos itens 38 e 38A; 
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a 
entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens 
das demonstrações contábeis, ou quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis 
de acordo com os itens 40A a 40D. 
Perceba que a NBC TG 26 (CPC 26) exige, além daquelas previstas na Lei 6.404/76, a Demonstração do 
Resultado Abrangente. 
A seguir transcrevo algumas disposições importantes previstas na Lei 6.404/76, exigidas literalmente em 
provas de concursos, com alguns comentários. É fundamental que você saiba o teor desses dispositivos! 
Art. 176, § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das 
demonstrações do exercício anterior. 
A ideia aqui é a comparabilidade das informações (demonstrações comparativas). Assim, ao publicar o 
balanço do ano X2 a companhia deve apresentar os valores do balanço do ano X1. 
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde 
que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a 
utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". 
Atenção para o limite = 0,1, ou seja 10%. 
Exemplo de contas semelhantes: Financiamentos e Empréstimos 
Exemplo de pequenos saldos agregados: Disponibilidades (agregando-se as contas Caixa e Bancos, 
observando-se o limite de 10% do ativo circulante). 
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, 
no pressuposto de sua aprovação pela assembleia-geral. 
Observe que quem decide sobre a destinação dos lucros é a Assembleia Geral Ordinária (AGO). Como ela 
ocorre após a elaboração das demonstrações, estas devem registrar a destinação dos lucros de acordo com 
a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela AGO. 
Gilmar Possati
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==16d759==
 
 
 
 
 
 
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§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações 
contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. 
Exemplo de demonstrações complementares: Balanço Social, Balanço Ambiental, sobretudo nos setores em 
que os fatores ambientais e sociais sejam significativos e quando os empregados são considerados um 
importante grupo de usuários. “Os relatórios e demonstrações apresentados fora das demonstrações 
contábeis estão fora do âmbito das normas emitidas pelo CFC”. (item 14 da NBC TG 26) 
 
 
 
(AFRFB/2012) O conjunto completo das demonstrações contábeis exigidas pelas Normas Brasileiras de 
Contabilidade inclui 
a) o relatório do Conselho de Administração e as Notas Explicativas, compreendendo um resumo das políticas 
contábeis significativas. 
b) o resumo das políticas Contábeis e o Valor Adicionado obrigatoriamente a todos os tipos de entidade. 
c) a Demonstração do Valor Adicionado, se entidade prestadora de serviços, e de Resultado Abrangente, se 
instituição financeira. 
d) as Demonstrações dos Fluxos de Caixa e das Mutações do Patrimônio Líquido do período. 
e) a Demonstração da Conta Lucros / Prejuízos Acumulados e o Relatório de Impacto Ambiental. 
Comentários 
Trata-se de exigência do item 10 da NBC TG 26 o qual transcrevemos acima. Para fixar, sugiro a releitura. 
Vale destacar que a opção "b" está errada, especialmente, porque afirma que a DVA é obrigatória para todas 
as empresas. O trecho "o resumo das políticas Contábeis" também não está completo. O mais correto seria 
se o item tratasse de: "notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras 
informações elucidativas". 
Gabarito: D 
Introdução realizada, vamos iniciar o estudo propriamente dito do balanço patrimonial. Avante! 
 
Gilmar Possati
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2 – BALANÇO PATRIMONIAL 
2.1. Conceito 
Trata-se de uma demonstração contábil/financeira cuja finalidade reside na apresentação da posição 
financeira e patrimonial da empresa em determinada data. 
O Balanço Patrimonial representa uma posição estática, compreendendo todos os bens e direitos (Ativo), as 
obrigações (Passivo Exigível) e o Patrimônio Líquido da entidade em uma determinada data. 
2.2. Estrutura do Balanço Patrimonial 
Nesse momento, basta visualizar o quadro a seguir que ilustra a estrutura do Balanço Patrimonial. 
ATIVO PASSIVO 
Circulante Circulante 
Não Circulante Não Circulante 
Patrimônio Líquido 
Vamos estudar com maiores detalhes cada parte dessa estrutura. 
2.3. Estrutura e classificação das contas 
A estrutura e a classificação das contas encontram-se disciplinadas nos artigos 178 a 184 da Lei 6.404/76. 
Segundo o caput do art. 178, 
“(...) as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. 
Para facilitar o entendimento, observe preliminarmente a classificação dos bens, direitos e obrigações, 
conforme disposto na Lei 6.404/76: 
 
ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante 
Bens e Direitos (curto prazo) 
(-) contas retificadoras 
 
Ativo Não Circulante 
 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
Bens e Direitos (longo prazo) 
(-) contas retificadoras 
 
Investimentos 
Bens 
Passivo Circulante 
Obrigações (curto prazo) 
(-) contas retificadoras 
 
Passivo Não Circulante 
Obrigações de Longo Prazo 
(-) contas retificadoras 
 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
(-) Capital a Integralizar 
(-) Gastos com Emissão de Ações 
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(-) contas retificadoras 
 
Imobilizado 
Bens tangíveis 
(-) contas retificadoras 
 
Intangível 
Bens Intangíveis 
(-) contas retificadoras 
Reservas de Capital 
(+/-) Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
(-) Ações em Tesouraria 
(-) Prejuízos Acumulados 
Total Total 
Agora, vamos ver o que dispõe a Lei: 
Art. 178, § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, 
nos seguintes grupos: 
I – ativo circulante; e 
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
I – passivo circulante; 
II – passivo não circulante; e 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. 
Em que pese a Lei não normatizar expressamente, no passivo as contas serão dispostas em ordem 
decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados. Portanto, as obrigações vincendas até 
o término do exercício seguinte serão classificadas no Passivo Circulante. As obrigações vincendas após o 
término do exercício seguinte serão classificadas no Passivo Não Circulante. 
 
Grau de Liquidez e Grau de Exigibilidade 
O “Grau de Liquidez” está associado ao prazo no qual os bens e direitos podem ser transformados em 
dinheiro. Sendo assim, quanto menor o prazo, maior a liquidez e vice-versa. 
O “Grau de Exigibilidade”, assim como o de Liquidez, está associado ao prazo no qual as obrigações devem 
ser pagas. Portanto, quanto menor o prazo maior o grau de exigibilidade e vice-versa. 
 
Bem... chegou a hora de “destrinchar” cada grupo acima visto. Abordaremos de forma bem objetiva tudo 
aquilo que você precisa saber sobre cada grupo. 
Gilmar Possati
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2.3.1. ATIVO 
Já sabemos que ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados. Estudamos, ainda, que o direito de propriedade não é essencial à existência do ativo! Pois bem... 
agora vamos ver os principais pontos que você deve saber sobre o ativo para enfrentar as questões de prova. 
Ativo Circulante (AC) 
Conforme vimos no balanço acima, o AC é composto pelos bens e direitos de curto prazo, assim considerados 
aqueles que a companhia espere que sejam realizados até doze meses após a data do Balanço Patrimonial. 
Trata-se do Capital de Giro da entidade, pois representa os bens e direitos em constante circulação. 
 
 
 
 
 
 
Observe que os demais bens e direitos com realização prevista acima de doze meses da data do Balanço 
Patrimonial, são classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, a seguir estudado. 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de 
recursos em despesas do exercício seguinte; 
Portanto, no AC serão classificados: 
▪ As disponibilidades; 
▪ Os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente; 
▪ As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. 
As disponibilidades representam basicamente os bens numerários: caixa e equivalentes de caixa2, bancos, 
aplicações financeiras de liquidez imediata, numerários em trânsito, entre outras contas.Os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente, por sua vez, representam os créditos da 
empresa com terceiros (direitos realizáveis pessoais) e os bens da empresa (direitos realizáveis reais). 
Exemplos: 
Direitos realizáveis pessoais: Duplicatas a Receber, Tributos a Recuperar. 
Direitos realizáveis Reais: Estoques. 
 
2 Os equivalentes de caixa são aplicações ou investimentos a curto prazo, de alta liquidez, que sejam prontamente convertíveis para 
quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de alterações de valor. 
Ativo 
Circulante 
Data do 
Balanço 
31/12/20X1 31/12/20X2 
Ativo Realizável a 
Longo Prazo 
Gilmar Possati
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Por fim, as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte compreendem as despesas do exercício 
seguinte pagas no exercício atual, também denominadas de despesas antecipadas. 
Exemplos: 
- Contratação de um seguro com cobertura no exercício seguinte (Prêmios de Seguros a Vencer); 
- Encargos Financeiros Antecipados. 
 
"Na empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no 
circulante terá por base o prazo desse ciclo (art. 179, parágrafo único)." 
Destaca-se que o ciclo operacional é o intervalo de tempo em que uma entidade adquire matéria-prima (no 
caso de indústria) ou mercadorias (no caso de empresa comercial) efetua a produção (indústria), vende e 
recebe o valor correspondente à venda. 
Assim, por exemplo, se o ciclo operacional da empresa for de 14 meses (maior que o exercício social), a 
classificação em circulante ou não circulante obedecerá esse prazo de 14 meses e não os 12 meses 
convencionais. E se for de 8 meses, por exemplo, o ciclo operacional? Aí nesse caso segue o padrão de 12 
meses... observe que a Lei fala em “maior” que o exercício social. Logo, se for menor vale a regra geral de 12 
meses. 
Ativo Não Circulante - Realizável a Longo Prazo (ARLP) 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados 
de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 
Portanto, no ARLP serão classificados: 
▪ Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte; 
▪ Direitos com pessoas ligadas de negócio não usual. 
Os Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte são os direitos cujos prazos esperados para 
realização se situem após o término do exercício social seguinte, conforme já vimos no esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
Exemplo: Títulos a Receber (pelo prazo de realização do direito) 
Os Direitos com pessoas ligadas de negócio não usual, por sua vez, representam os direitos que, 
independentemente do prazo de vencimento, a lei assim o determine. 
Ativo 
Circulante 
Data do 
Balanço 
31/12/20X1 31/12/20X2 
Ativo Realizável a 
Longo Prazo 
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Exemplo: Empréstimos a Coligadas, Diretores ou Acionistas (por força da lei). 
Para que um direito seja classificado no ARLP, independentemente do prazo, deve atender três requisitos 
cumulativamente, quais sejam: 
1º) Os direitos devem ser decorrentes de vendas, adiantamentos ou empréstimos; 
2º) Os direitos devem estar relacionados com controladas, coligadas, diretores, acionistas ou participantes 
no lucro; 
3º) A operação deve ser não usual. 
Para o ARLP vale o mesmo destaque que vimos no Ativo Circulante: 
Na companhia em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no 
Realizável a Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo (art. 179, parágrafo único). 
Assim, se o ciclo operacional de determinada empresa for de 18 meses, por exemplo, todos os bens e direitos 
que estiverem dentro do prazo de 18 meses serão classificados no AC. Os demais que excederem esse prazo 
serão classificados no ARLP. Vale lembrar que os empréstimos a controladas, coligadas, diretores, acionistas 
e participantes no lucro, independente do prazo, serão classificados no ARLP. 
E se o ciclo operacional for menor que o exercício social? O que acontece se o ciclo operacional for de 10 
meses, por exemplo? Nesse caso classificamos como circulante com base no exercício social (12 meses). 
Por fim, vale destacar que no ARLP, com exceção das disponibilidades, poderão figurar todas as demais 
contas representativas das aplicações de recursos em bens e direitos, inclusive das despesas pagas 
antecipadamente que constarem do Ativo Circulante, desde que tenham o prazo de realização superior a 12 
meses ou superior à duração do ciclo operacional. Assim, teremos a conta “Estoques – LP”, “Clientes – LP”, 
etc. 
Ativo Não Circulante - Investimentos 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
Como exemplo de contas classificáveis nesse subgrupo temos: 
▪ Participações em Outras Empresas; 
▪ Ações de empresas Coligadas; 
▪ Ações de empresas Controladas; 
▪ Terrenos para Utilização Futura (terrenos não utilizados); 
▪ Imóvel para Aluguel*. 
 
* Os imóveis para aluguel podem ser classificados tanto no imobilizado como em investimentos, a depender 
da finalidade desse aluguel. Será classificado no imobilizado quando o aluguel estiver relacionado às 
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atividades fins da empresa (veja exemplo de questão exigida nesse sentido abaixo). Caso o aluguel não esteja 
relacionado com as atividades da empresa classificamos como investimentos (propriedade para 
investimento). 
 
 
 
(ISS-Recife/2014) Uma entidade adquiriu 10 apartamentos, em um prédio ao lado de sua fábrica, por R$ 
500.000,00 cada. Esses apartamentos são alugados para funcionários da entidade que são originalmente, 
de fora do estado. No balanço Patrimonial dessa entidade , os apartamentos devem ser evidenciados no 
subgrupo. 
a) Ativo circulante 
b) ativo realizável a longo prazo 
c) investimentos 
d) Imobilizado; 
e) Patrimônio líquido 
Comentários 
Nesse caso, como o aluguel é para funcionários que trabalham na empresa, devem ser classificados como 
ativo imobilizado. Veja que os funcionários são de fora do Estado e, portanto, trata-se de uma política da 
empresa necessária para o desenrolar das suas atividades, ou seja, os apartamentos são bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou exercidos com essa finalidade. Logo, devem ser 
classificados no imobilizado e não em investimentos. 
Gabarito: D 
Tratamos desse assunto em uma dica no âmbito do Projeto 200 dicas da receita federal. 
Acesse nosso canal do Youtube (Contabilizando) e confira essa dica na playlist “Dicas Receita Federal”! 
Ativo Não Circulante - Imobilizado 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da 
companhia ouda empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à 
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; 
Segundo o CPC 27 – Ativo Imobilizado, 
Ativo imobilizado é o item tangível que: 
(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins 
administrativos; e 
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(b) se espera utilizar por mais de um período. 
Entre as contas que são classificadas nesse subgrupo destacam-se: 
▪ Veículos; 
▪ Móveis e Utensílios; 
▪ Máquinas e Motores; 
▪ Imóveis; 
▪ Veículos adquiridos por meio de arrendamento. 
Pessoal, aqui nesse ponto cabe destacar o que seriam os bens “decorrentes de operações que transfiram à 
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens”. Referidos bens não são de propriedade da empresa, 
porém são classificados no ativo imobilizado. O principal exemplo desses bens são os objetos de leasing 
(arrendamento mercantil). Os arrendamentos podem ser de dois tipos: operacional e financeiro. A diferença 
fundamental entre eles reside na transferência de riscos. Caso exista a transferência de riscos teremos um 
arrendamento financeiro. Caso contrário, teremos um arrendamento operacional. Assim, temos: 
Riscos e benefícios ficam com o arrendatário: arrendamento financeiro. 
Riscos e benefícios ficam com o arrendador: arrendamento operacional. 
As principais características inerentes aos arrendamentos financeiros são: 
▪ Há transferência da propriedade ao final do contrato; 
▪ O valor residual é mais baixo que o valor justo; 
▪ O período do arrendamento compreende a maior parte da vida útil do ativo; 
▪ O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente todo o valor justo do ativo; 
▪ O ativo arrendado, por ser de alta especialização, apenas o arrendatário pode usá-lo sem grandes 
modificações. 
Antes da última revisão do CPC 06 essa classificação era importante para fins da contabilização pelo 
arrendatário. Agora, o entendimento é que o arrendatário contabilize ambos os tipos de arrendamentos no 
ativo. 
Ativo Não Circulante - Intangível 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
O CPC 04 (item 8) define Ativo Intangível como sendo um Ativo não monetário3, identificável, sem substância 
física. Perceba que o Intangível abrange as contas representativas dos recursos aplicados em bens imateriais 
(incorpóreos). 
Entre as contas que são classificadas nesse subgrupo destacam-se: 
 
3 De acordo com o CPC 04, "Ativo monetário é aquele representado por dinheiro ou por direitos a serem recebidos em uma quantia fixa ou 
determinável de dinheiro". A definição de ativo não monetário, por sua vez, é residual, englobando os bens e direitos não enquadrados na 
definição de ativo monetário. Exemplo: equipamentos, veículos, etc. 
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▪ Direitos Autorais; 
▪ Marcas e patentes; 
▪ Fundo de Comércio (Goodwill); 
▪ Sistemas Aplicativos (Software). 
Por fim, vale destacar que, conforme exigência prevista no CPC 04, um ativo somente poderá ser enquadrado 
na definição de intangível quando cumulativamente: 
▪ seja identificável; 
▪ seja controlável; e 
▪ seja gerador de benefícios futuros. 
Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo intangível, quando: 
a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou 
trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção 
de uso pela entidade; OU (os requisitos não são cumulativos!) 
b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem 
transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações. 
O CPC 04 destaca que caso um item não atenda à definição de ativo intangível, o gasto incorrido na sua 
aquisição ou geração interna deve ser reconhecido como despesa quando incorrido. 
A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciá-lo do ágio derivado da 
expectativa de rentabilidade futura gerado internamente (goodwill). 
Não confunda o Goodwill gerado internamente com o goodwill adquirido (abaixo explicado). 
Goodwill gerado internamente: não reconhecemos como ativo e sim como despesa. 
Goodwill adquirido: ativo intangível. 
E o que seria esse tal de Goodwill (adquirido)? 
Trata-se da diferença a maior entre o valor pago na aquisição de um empreendimento (patrimônio) e o valor 
de mercado (valor justo) dos ativos líquidos desse empreendimento. Vamos a um exemplo: 
A destemida empresa “Tchê Bagual” objetivando ampliar suas operações resolve adquirir a microempresa 
“Guanxuma Verde”, avaliada pelo valor de mercado em R$ 150.000,00. Porém, os administradores da “Tchê 
Bagual”, após sólida análise de mercado e tendo em vista outros interessados no negócio, resolvem comprar 
a promissora “Guanxuma Verde” pelo valor de R$ 200.000,00. Nesse caso, temos um goodwill de R$ 
50.000,00. 
Bem... pitadas de Contabilidade Avançada realizadas, vamos ver como o assunto já foi alvo de exigência em 
prova. 
 
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(ICMS-SP/2009) São características necessárias para a identificação de um ativo Intangível 
a) apresentar a possibilidade concreta de reconhecimento futuro e ser indivisível. 
b) permitir a utilização de base confiável de controle, mesmo que a mensuração de seu custo não possa ser 
feita em bases fidedignas, e ter indivisibilidade patrimonial. 
c) ser identificável, controlado e gerar benefícios econômicos futuros. 
d) ter indivisibilidade patrimonial e financeira e utilização econômica limitada. 
e) ter indivisibilidade patrimonial e não resultar de direitos contratuais. 
Comentários 
Conforme acabamos de estudar, um ativo somente poderá ser enquadrado na definição de intangível 
quando cumulativamente: 
seja identificável; 
seja controlável; e 
seja gerador de benefícios futuros. 
Gabarito: C 
 
2.3.2. PASSIVO 
Passivo Circulante 
Nesse grupo, são classificadas as contas representativas das obrigações cujos vencimentos ocorram durante 
o exercício seguinte (art. 180, Lei 6.404/76). 
Entre as contas que são classificadas nesse grupo destacam-se: 
▪ Fornecedores (duplicatas a pagar); 
▪ Impostos a Recolher (geralmente as contas vêm discriminadas, por exemplo, “ICMS a Recolher”) 
▪ Salários a Pagar; 
▪ Dividendos a pagar. 
Passivo Não Circulante 
Nesse subgrupo podem aparecer as mesmas contas representativas de obrigações classificadas no Passivo 
Circulante, porém vencíveis após o término do exercício social seguinte. Cabe destacar que no Passivo Não 
Circulante são classificadas as Receitas Diferidas (receitas recebidas antecipadamente, por exemplo, aluguéis 
antecipados). 
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As receitas diferidas vieram substituir o grupo resultado de exercícios futuros a partir da edição da Lei n. 
11.941/2009. Elas seclassificam, independente do prazo, no não circulante, pois não são obrigações exigíveis 
da empresa. São valores recebidos antecipadamente que somente se tornarão receita propriamente dita 
quando ocorrer o fato gerador (aplicação do regime de competência). 
 
2.3.2. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Nesse grupo estão incluídas as contas representativas aos capitais próprios da entidade. São recursos 
advindos dos proprietários (titular, sócios, acionistas) ou decorrentes da gestão do patrimônio 
(lucros/prejuízos apurados). 
De acordo com o art. 178 da Lei 6.404/76, 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de 
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
São classificadas no PL as seguintes contas: 
▪ Capital Social; 
▪ Reservas de Capital; 
▪ Ajustes de Avaliação Patrimonial; 
▪ Ações em Tesouraria; 
▪ Reservas de Lucros; 
▪ Prejuízos Acumulados. 
O Manual FIPECAFI destaca que além dos itens previstos na Lei n. 6.404/76, o grupo Patrimônio Líquido pode 
apresentar outras contas para melhor evidenciar a situação patrimonial da companhia, bem como para 
atender a outras normatizações que estabeleçam a necessidade da divulgação. São exemplos de outras 
contas que podem ser encontradas no Patrimônio Líquido: Opções Outorgadas Reconhecidas, Gastos na 
Emissão de Ações, Ajustes Acumulados de Conversão, assim como contas extintas, mas possuidoras de saldos 
remanescentes (Reservas de Reavaliação e Reservas de Capital: Prêmio na Emissão de Debêntures e Doações 
e Subvenções para Investimentos). 
Capital Social 
Segundo o art. 182, da Lei 6.404/76, a conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
O montante subscrito dá origem à conta capital social integralizado e a parcela ainda não realizada comporá 
a conta capital social a integralizar (a realizar/a subscrever), redutora da conta capital social integralizado. 
 
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(MEC/2014) Se uma sociedade anônima tem o capital subscrito representado pelas contas capital 
autorizado e capital a subscrever, então, quando ocorrer uma subscrição de ações, essa sociedade 
anônima deverá fazer um lançamento contábil a crédito da conta capital a subscrever, classificada no 
patrimônio líquido. 
Comentários 
A conta capital a subscrever (possui natureza devedora) é redutora da conta capital (social) subscrito. 
Portanto, quando ocorrer uma subscrição de ações, deveremos creditá-la. 
O que a afirmação diz é, traduzindo: 
Capital autorizado... 
(-) capital a subscrever... 
= capital subscrito... 
Então, 
Se houver subscrição de ações: 
D - capital a integralizar... 
C - capital a subscrever.. 
Onde teremos: 
Capital Social.... 
(-) capital a integralizar... 
= capital integralizado... 
Na integralização: 
C - capital a integralizar... 
D - caixa 
Gabarito: Certo 
O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens 
suscetíveis de avaliação em dinheiro (art. 7º da Lei 6.404/76). 
Cabe destacar que, nos termos do art. 80 da Lei 6.404/76, a constituição da companhia depende do 
cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: 
(i) Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no 
estatuto; 
(ii) Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas 
em dinheiro; 
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(iii) Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de 
Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. 
Outro ponto que devemos saber é que o gasto na emissão de ações não é tratado como despesa do período, 
mas como redução do capital social. 
Reservas de Capital 
As Reservas de Capital são valores recebidos pela empresa de sócios ou terceiros que não transitam pelo 
resultado do exercício. São contabilizadas diretamente no PL, ficando acumuladas para utilização posterior. 
São classificadas como reservas de capital as contas que registrarem (art. 182, Lei n. 6.404/76): 
▪ a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão 
das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, 
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; 
▪ o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
O item “a” acima descrito corresponde à “Reserva para ágio na emissão de ações”. 
O ágio na emissão de ações corresponde ao valor da contribuição do subscritor que ultrapassar o valor 
nominal das ações. Vamos desmembrar esse texto para um melhor entendimento: 
“A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal...” = a empresa pode emitir ações no 
mercado a um preço de R$ 10,00, mas acaba recebendo R$ 12,00: esta diferença de R$ 2,00 vai para reserva 
de capital (ágio na emissão de ações). 
 “e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à 
formação do capital social...” = mesma situação, este valor a mais (ágio) vai para reserva de capital. 
“... inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias" = debêntures e partes 
beneficiárias são papéis/títulos (documentos) que dão direitos aos titulares de receberem valores da 
empresa, neste caso, a situação é semelhante às anteriores, pois esses títulos podem valer mais que as ações 
e na data da conversão essa diferença (ágio) vai para reserva de capital. 
Vejamos um exemplo: 
A empresa “Tchê Bagual S.A” (o negócio evoluiu!) possui um capital social de R$ 1.000.000,00, composta por 
100.000 ações a R$ 10,00 cada. Como o negócio está “loco de especial”, os gestores resolvem expandir as 
operações da empresa. Para tanto, emitem mais 10.000 ações pelo valor de R$ 12,00 cada (R$ 10,00 
referente ao valor nominal + R$ 2,00 de ágio). Como a empresa está “mais conhecida que parteira em 
campanha”, as ações esgotam de imediato e, portanto, o valor de R$ 120.000,00 entra no caixa da empresa. 
Sendo assim, o registro contábil dessa operação fica: 
D – Caixa ... 120.000,00 
C – Capital Social ... 100.000,00 
C – Reserva de Capital – Ágio na emissão de ações ... 20.000,00 
As partes beneficiárias são valores mobiliários (títulos negociáveis) emitidos por sociedades anônimas de 
capital fechado sem valor nominal, com a finalidade de captar recursos por um prazo máximo de 10 anos. 
Esses títulos dão ao seu titular o direito de participação no máximo em 10% dos lucros da empresa emissora. 
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Os bônus de subscrição, por sua vez, são valores mobiliários emitidos no limite do capital social autorizado4 
no estatuto por sociedades anônimas que conferem aos seus titulares o direito de preferência na subscrição 
das ações da empresa, dentro de um prazo preestabelecido e por um preço prefixado. 
Tanto as partes beneficiárias como os bônus de subscrição possuem tratamento contábil similar. 
Se a parte beneficiária/bônus de subscrição for alienada(o) por um determinado valor, far-se-áo seguinte 
registro contábil: 
D – Banco 
C – Reserva de Capital de Alienação de Partes Beneficiárias/Bônus de Subscrição 
Caso o título seja concedido sem valor (aplicável, especialmente, ao caso da parte beneficiária), a informação 
sobre sua existência deve ser incluída em notas explicativas. 
Quando abordamos o conceito de reservas de capital vimos que elas ficarão acumuladas no PL para utilização 
posterior. Pois bem... como poderão ser utilizadas essas reservas? 
A resposta está no art. 200 da Lei 6.404/76, senão vejamos: 
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: 
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); 
II - resgate, reembolso ou compra de ações; 
III - resgate de partes beneficiárias; 
IV - incorporação ao capital social; 
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). 
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate 
desses títulos. 
 
Para finalizar as reservas de capital, vale destacar a seguinte alteração na Lei n. 6.404/76: 
As doações e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures não são mais 
classificados como reservas de capital. Atualmente, devemos registrar como receita do exercício. 
Segundo o CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais, “uma subvenção governamental deve ser 
reconhecida como receita ao longo do período confrontada com as despesas que pretende compensar, em 
base sistemática, desde que atendidas às condições deste Pronunciamento. A subvenção governamental não 
pode ser creditada diretamente no patrimônio líquido”. 
 
 
4 Se não fosse respeitado esse limite, haveria a possibilidade de o adquirente do bônus se ver impedido de exercer seu direito de 
subscrever as ações (artigos 75 e 168 da Lei 6.404). 
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(CONTADORIA/2010) Deixou de ser uma reserva de capital a partir da vigência da Lei n. 11.638/2007 a 
Reserva 
a) de Alienação de Bônus de Subscrição. 
b) de Prêmio na Emissão de Debêntures. 
c) para Contingências. 
d) para pagamento de Dividendo Obrigatório. 
e) de Ágio na Emissão de Ações. 
Comentários 
Conforme estudamos, as doações e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures 
não são mais classificados como reservas de capital. Atualmente, devemos registrar como receita do 
exercício. 
Gabarito: B 
 
 
 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Segundo o art. 182, §3º da Lei 6.404/76, serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de 
aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua 
avaliação a valor justo. 
Os ajustes de avaliação patrimonial têm como contrapartida o ajuste de determinados instrumentos 
financeiros e os valores de mercado dos ativos e passivos nas reorganizações societárias (incorporação, fusão 
e cisão). 
Em regra, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o resultado do exercício à medida 
que os ativos e passivos forem sendo realizados (baixados). 
Essa conta surge no contexto de Contabilidade Avançada e, portanto, é revisitada ao longo do curso, 
oportunidade em que ficará muito mais tranquilo de visualizar o seu funcionamento. Por ora, basta você ter 
noção da essência da conta, de modo a acertar exigências do nível abaixo. 
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(CAGE-RS/2014) De acordo com a Lei n. 6.404/76, com redação dada pela Lei n. 11.638/07, a conta ajustes 
de avaliação patrimonial pertence ao patrimônio líquido e recebe as contrapartidas de 
a) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do Ativo Permanente, em decorrência da sua 
avaliação pela equivalência patrimonial. 
b) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua 
avaliação pelo valor de mercado. 
c) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua 
avaliação a valor justo. 
d) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do passivo circulante, em decorrência da 
precificação dos derivativos a valor de mercado. 
e) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos das dívidas em moeda estrangeira, em 
decorrência da variação cambial conjuntural. 
Comentários 
Para fixar! Segundo o art. 182, §3º da Lei 6.404/76, serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, 
enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em 
decorrência da sua avaliação a valor justo. 
Gabarito: C 
 
 
 
Ações em Tesouraria 
Trata-se de uma conta do PL utilizada quando a empresa adquire as suas próprias ações, com o objetivo de 
elevar o preço delas e realizar no futuro uma nova venda, de forma a obter lucro na transação. Também tem 
o objetivo de concentrar as ações, quando estas estão muito pulverizadas nas mãos de um grande número 
de acionistas. 
Cabe destacar que na aquisição de ações em tesouraria a empresa não pode adquirir ações não 
integralizadas, o que resultaria em diminuição do capital social. 
Nos termos do art. 182, §5º, da Lei 6.404/76, as ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço 
como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 
Trata-se, portanto, de uma conta redutora do PL. 
Destaca-se, ainda, que o limite do saldo da conta ações em tesouraria é o saldo de lucros acumulados e 
reservas, exceto a reserva legal. 
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Por fim, devemos saber que a alienação de ações em tesouraria pode gerar lucro ou prejuízo para a empresa, 
não representando receitas ou despesas. No caso de lucro a empresa deverá creditá-lo em reservas de capital 
(semelhante ao que ocorre com o ágio na emissão de ações). Se houver prejuízo, deverá debitá-lo em 
reservas de capitais. 
 
 
Check Point 
Tchê... coloquei esse “check point” só para avisar que se você leu até aqui desde o início da aula já cumpriu 
a meta “normal” ☺ Então... respira fundo, toma uma água (ou um café, a depender do horário), faça um 
intervalo e considere alterar o ciclo de estudos, de acordo com o seu planejamento, é claro. 
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Reservas de Lucros 
Prezados, esse tópico da aula apresenta um volume significativo de informações. Logo, optamos por abordar 
aqui somente o básico, o essencial. Vamos aprofundar o assunto em aula específica em que trataremos tudo 
o que você precisa saber sobre “Reservas de Lucros e Dividendos”. O objetivo nesse momento é ter uma visão 
geral das disposições legais e visualizar algumas questões básicas. 
As reservas de lucros são extraídas do lucro líquido do exercício. Possuem o objetivo de preservar o 
patrimônio líquido. Segundo a Lei n. 6.404/76 (art. 182, §4º), serão classificadas como reservas de lucros as 
contas constituídas pela apropriaçãode lucros da companhia. 
As reservas de lucros previstas na Lei n. 6.404/76 são as seguintes: 
▪ Reserva Legal; 
▪ Reservas Estatutárias; 
▪ Reservas para Contingências; 
▪ Reserva de Incentivos Fiscais; 
▪ Reserva de Retenção de Lucros (de Lucros para Expansão); 
▪ Reserva de Lucros a Realizar; 
▪ Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído; 
▪ Reserva Específica de Prêmio de Debêntures. 
Um dispositivo importante da Lei n. 6.404/76 é o que estabelece os limites: 
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá 
ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou 
no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. 
A legislação incluiu entre as reservas acima a reserva específica de prêmio de debêntures (ou seja, não será 
computada para fins do cálculo do limite das reservas de lucros). 
Portanto, temos: 
 
Reserva Legal + Estatutária + Retenção de Lucros (Orçamentária) + Especial de Dividendo Obrigatório 
Não Distribuído ≤ Capital Social 
Exceção: Reservas para Contingências, de incentivos fiscais, de lucros a realizar e Reserva Específica de 
Prêmio de Debêntures podem ultrapassar o capital social. 
 
Um mnemônico que circula entre os estudantes (não sei a quem atribuir a autoria) é o seguinte (elaborado 
a partir das iniciais acima destacadas): 
 
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LEÕES ≤ Capital Social 
Caso o referido somatório ultrapasse o Capital Social, caberá à assembleia deliberar sobre a aplicação do 
excedente, que poderá ser utilizado para integralização ou aumento de capital, desde que com a devida 
fundamentação, ou distribuído como dividendos. 
Reserva Legal 
Segundo a Lei n. 6.404/76, 
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na 
constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. 
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do 
montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. 
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar 
prejuízos ou aumentar o capital. 
 
 
 
Reserva Legal (antes de qualquer destinação) 
▪ 5% do Lucro Líquido do Exercício; 
▪ Limitada a 20% do capital social; 
▪ A entidade poderá deixar de destinar recursos à reserva legal se o somatório desta reserva com as 
reservas de capital exceder o montante de 30% do capital social (limite facultativo); 
▪ A reserva legal é a única reserva de lucro que possui constituição obrigatória para a empresa. 
Finalidade: assegurar a integridade do capital social. 
Forma de Utilização: somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital social. 
 
 
(MPU/2007) A Cia. Viva Bem apresentou, no exercício findo em 31/12/2005, lucro líquido do exercício no 
valor de R$ 220.000,00. No Balanço Patrimonial de 31/12/2004, o seu capital social integralizado e a 
reserva legal montavam a, respectivamente, R$ 700.000,00 e R$ 140.000,00. Em 2005, houve um aumento 
de capital da companhia, totalmente integralizado pelos acionistas, no valor de R$ 50.000,00. De acordo 
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com a legislação comercial, a companhia deve constituir acréscimo da reserva legal, relativo ao exercício 
findo em 2005, no valor, em R$, de 
a) 22.000,00 
b) 15.500,00 
c) 12.500,00 
d) 11.000,00 
e) 10.000,00 
Comentários 
Questão interessante para visualizarmos como funciona a sistemática de limites acima estudada. 
Sabemos que devemos constituir a reserva legal aplicando 5% sobre o lucro líquido. Assim, temos: 
220.000,00 (lucro líquido) 
(x) 5% 
(=) 11.000,00 
No entanto, temos que verificar o limite de 20% do capital social. 
750.000,00 (capital social) 
(x) 20% 
(=) 150.000,00 
Como a questão informa que havia um saldo de reserva legal no valor de 140.000,00, o máximo que podemos 
constituir será 10.000,00, para não ultrapassar o limite de 20% do capital social. 
Gabarito: E 
Reserva Estatutária 
Segundo a Lei n. 6.404/76, 
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: 
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e 
III - estabeleça o limite máximo da reserva. 
As Reservas Estatutárias não podem restringir o pagamento do dividendo obrigatório, nos termos do art. 198 
da Lei 6.404/76. 
Reserva para Contingências 
Segundo a Lei n. 6.404/76, 
Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação 
de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, 
cujo valor possa ser estimado. 
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de 
prudência que a recomendem, a constituição da reserva. 
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em 
que ocorrer a perda. 
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104 
Observe que a finalidade da reserva para contingências é preservar o capital social de possíveis contingências 
ocorridas, compensando, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, 
cujo valor possa ser estimado. 
Segundo o Manual de Contabilidade Societária – FIPECAFI o objetivo da constituição dessa reserva é segregar 
uma parcela de lucros, inclusive com a finalidade de não a distribuir como dividendo, correspondente a 
prováveis perdas extraordinárias futuras, que acarretarão diminuição dos lucros (ou até o surgimento de 
prejuízos) em exercícios futuros. 
Referido Manual esclarece que, em geral, as reservas para contingências são constituídas para fazer frente 
a perdas cíclicas, que se repetem no tempo e que, portanto, são previsíveis. Estas perdas podem decorrer, 
dentre outros: 
▪ de fenômenos climáticos ou naturais que interrompem as atividades da empresa em determinados 
momentos; 
▪ da prestação de serviços com duração limitada, passando por períodos de alta lucratividade até 
outros de pouca lucratividade ou até mesmo prejuízos - sazonalidade; 
▪ de paralisações extraordinárias de longa duração, decorrentes da substituição de equipamentos 
obsoletos, cuja substituição seja bastante penosa. 
Um ponto importante que devemos saber é a diferença entre reserva para contingências e provisões. 
Nesse sentido, o Manual FIPECAFI ensina que a Provisão se destina a dar cobertura a perdas ou despesas já 
incorridas, mas ainda não desembolsadas e que, dentro do regime de competência, devem ser lançadas no 
resultado, na constituição dessa Provisão (assunto estudado oportunamente no âmbito do CPC 25). 
A Reserva para Contingências é, por outro lado, uma expectativa de perdas ou prejuízos ainda não incorridos; 
por ser possível antevê-los e por precaução e prudência empresariais, segrega-se uma parte dos lucros já 
existentes, não os distribuindo para suportar financeiramente o período em que o prejuízo ocorrerefetivamente. Na data em que tal prejuízo ocorrer, será reconhecido contabilmente como despesa, dentro 
do regime de competência. 
Reserva de Incentivos Fiscais 
A reserva de incentivos fiscais foi criada pela Lei n. 11.638/07, adicionando o seguinte artigo à Lei n. 6.404/76: 
Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos 
fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser 
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 
Vimos que as doações e subvenções governamentais eram registradas à conta de reserva de capital. Porém, 
após as alterações na Lei 6.404/76, as doações e subvenções recebidas pela companhia deverão transitar 
pelo resultado como receitas. 
Assim, o valor do lucro líquido recebido com doações e subvenções governamentais poderão constituir 
reserva de incentivos fiscais. 
O objetivo dessa reserva, segundo o Manual FIPECAFI, é evitar que as empresas sejam prejudicadas, do ponto 
de vista tributário, por conta da nova forma de registro contábil das doações e subvenções, fazendo isso da 
seguinte forma: permitindo que a entidade registre, em cada exercício em que reconhecer esse tipo de 
receita, a transferência da conta de Lucros Acumulados para a conta de Reserva de Incentivos Fiscais o exato 
valor de tal receita, de forma a não distribuir esse valor como lucros ou dividendos aos sócios. 
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Destaca-se que o valor relativo à reserva de incentivos fiscais pode ser excluído da base de cálculo do 
dividendo obrigatório. 
Reserva de Retenção de Lucros 
Para atender a projeto de investimento, a companhia poderá reter parte dos lucros do exercício, a fim de 
constituir a reserva de retenção de lucros, também denominada de reserva de lucros para expansão, 
conforme estabelece o art. 196 da Lei nº 6.404/76, 
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do 
exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. 
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá 
compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) 
exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento. 
§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado 
anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
Destaca-se que essa reserva não pode ser constituída em detrimento do pagamento do dividendo 
obrigatório. 
Reserva de Lucros a Realizar 
Segundo a Lei n. 6.404/76, 
Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, 
ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de 
administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
§ 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos 
seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) 
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo 
prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
§ 2º A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do 
inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os 
primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) 
A reserva de lucros a realizar é constituída como uma destinação dos lucros do exercício, sendo optativa 
(facultativa) sua constituição. 
A Reserva de Lucros a Realizar poderá ser constituída quando não existirem lucros realizados suficientes para 
o pagamento do dividendo obrigatório. 
Segundo o Manual FIPECAFI, seu objetivo é não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros 
ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e economicamente realizada) pela companhia, 
quando tais dividendos excederem a parcela financeiramente realizada do lucro líquido do exercício. 
As questões envolvendo as reservas de lucros a realizar são mais complicadas e, portanto, vamos abordar na 
aula específica (Reservas e Dividendos). 
Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído 
Segundo o Manual FIPECAFI, a companhia deverá constituir essa Reserva de Lucros quando tiver dividendo 
obrigatório a distribuir, mas sem condições financeiras para seu pagamento, situação em que se utilizará do 
expediente previsto nos §§ 4º e 5º do art. 202 da Lei das Sociedades por Ações. Vejamos esses dispositivos: 
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§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração 
informarem à assembleia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, 
se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores 
encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia-geral, exposição 
justificativa da informação transmitida à assembleia. 
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não 
absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação 
financeira da companhia. 
Nesse caso, o dividendo deixa de ser pago naquele exercício e, para tanto, já no balanço, dever-se-á apurar 
o valor do dividendo obrigatório e apropriá-lo para essa reserva especial de lucros a debito de Lucros 
Acumulados. 
Tais dividendos serão pagos aos acionistas no futuro, assim que a situação financeira o permitir, desde que 
não tenham sido absorvidos por prejuízos dos exercícios seguintes. 
 
 
 
 
Observe que tanto a reserva de lucros a realizar como a especial de dividendo obrigatório não distribuído 
estão relacionadas à distribuição do dividendo. Veja a diferença: 
Reserva de Lucros a Realizar → a entidade não consegue quitar o valor integral do dividendo, considerando 
a parte ainda não realizada do lucro. Porém, efetua o pagamento da parte possível e constitui a reserva pelo 
valor da parte que falta pagar de dividendos. 
Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído → a entidade não consegue quitar nenhuma 
parte do dividendo (considerando a frágil situação financeira da companhia) e a reserva é constituída pelo 
valor integral do dividendo mínimo obrigatório. 
 
Reserva Específica de Prêmio de Debêntures 
As debêntures são títulos de créditos emitidos por Sociedades Anônimas, registrados no passivo circulante 
ou no não circulante, para captação de recursos que dão direito à participação nos lucros, rendem juros, 
correção monetária e em alguns casos podem ser convertidas em ações, ou seja, o credor pode tornar-se 
acionista da empresa.Gilmar Possati
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(MEC/2014) As debêntures são títulos negociáveis registrados no passivo circulante, ou no não circulante 
da empresa emitente, e podem conceder ao seu detentor o direito à participação nos lucros. 
Comentários 
Trata-se do conceito de debêntures acima estudado. 
Gabarito: Certo 
Quando a empresa emite debêntures com ágio, dizemos que ocorre emissão “acima do par”, mais conhecido 
como prêmios na emissão de debêntures. 
Segundo a legislação, a pessoa jurídica contabilizará os prêmios na emissão de debêntures no Passivo Não 
Circulante na conta “prêmios de debêntures a amortizar” e deverá reconhecer o valor do prêmio na emissão 
de debêntures em conta do resultado do exercício pelo regime de competência e poderá destinar o valor 
referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures na 
constituição da reserva de lucros específica. 
A legislação estabelece, ainda, que para fins do limite de que trata o artigo 199 da Lei n. 6.404/76, a reserva 
de lucros específica terá o mesmo tratamento dado à reserva de incentivo fiscal, prevista no artigo 195-A da 
Lei n. 6.404/76. 
A empresa poderá destinar para a Reserva de Lucros Específica a parcela do lucro líquido decorrente da 
receita apropriada da conta dos prêmios de debêntures a apropriar, que poderá ser excluída da base de 
cálculo dos dividendos obrigatórios. 
Dividendos Propostos (adicionais) 
Os dividendos propostos a serem pagos, fundamentados em obrigação estatutária (dividendo mínimo 
obrigatório) atendem a definição de passivo e, portanto, devem ficar registrados no Passivo Circulante. 
Os dividendos propostos pela administração, excedentes ao mínimo obrigatório, não atendem à definição 
de passivo. Tais dividendos devem ser contabilizados ou não, a depender da situação. 
Assim, se a empresa fechar as demonstrações financeiras em 31.12.XX e declarar dividendo adicional nos 
meses subsequentes (janeiro, por exemplo), esses dividendos não serão contabilizados nas demonstrações 
encerradas em 31.12.XX. Nesse caso, serão divulgados em notas explicativas. 
De outro modo, se os dividendos adicionais forem declarados antes da data de fechamento das 
demonstrações, haverá o atendimento aos requisitos de obrigação presente, devendo ser evidenciados nas 
demonstrações financeiras da companhia. 
A respeito do assunto vale destacar o disposto na Interpretação Técnica CPC 08 – Contabilização da Proposta 
de Pagamento de Dividendos: 
“A parcela do dividendo que se caracterize efetivamente como obrigação presente deve figurar 
no passivo da entidade. Mas a parcela que exceder ao previsto legal ou estatutariamente deve 
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ser mantida no patrimônio líquido, em conta específica, do tipo “dividendo adicional 
proposto”, até a deliberação definitiva que vier a ser tomada pelos sócios. Afinal, esse 
dividendo adicional não se caracteriza como obrigação presente na data do balanço, já que a 
assembleia dos sócios ou outro órgão competente poderá, não havendo qualquer restrição 
estatutária ou contratual, deliberar ou não pelo seu pagamento ou por pagamento por valor 
diferente do proposto”. 
“(...) qualquer declaração de dividendo adicional ao previsto legal ou estatutariamente ou 
outra forma de distribuição de resultado que ocorrer após a data do balanço e antes da data 
da autorização de emissão dessas demonstrações não gerará registro no passivo da entidade 
na data do balanço, por também não representar qualquer obrigação presente nessa data”. 
Em suma, devemos saber o seguinte: 
 
Dividendos obrigatórios: são contabilizados no Passivo, na data do fechamento das demonstrações 
financeiras. 
Dividendos adicionais: 
(i) Declarados após o período contábil: não são contabilizados, devendo ser divulgados em Nota 
Explicativa. 
(ii) Declarados antes do período contábil: são contabilizados no Patrimônio Líquido, até a aprovação pela 
assembleia, momento em que são transferidos para o Passivo. 
 
 
(TRT4/2011) Em conformidade com a ICPC-08, os dividendos 
a) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela assembleia dessas demonstrações, devem 
ser reconhecidos no passivo como dividendos a pagar. 
b) que forem declarados pela assembleia geral, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades 
previstas no estatuto social, quando não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação. 
c) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na data do encerramento do exercício 
social a que se referem as demonstrações contábeis. 
d) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no passivo. 
e) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e antes da data da autorização de 
emissão dessas demonstrações, não gerará registro no passivo da entidade na data do balanço. 
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Comentários 
a. Errada. Conforme vimos, os dividendos declarados após o período contábil não são contabilizados. 
b. Errada. Os dividendos que forem declarados pela assembleia geral ou outro órgão competente, ou 
declarados e pagos, de acordo com as formalidades previstas no estatuto social ou equivalente, antes da 
data base das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação presente e, portanto, se não 
pagos devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação. 
c. Certa. Conforme vimos, os dividendos mínimos obrigatórios devem ser registrados no passivo. 
d. Errada. Os dividendos adicionais ao mínimo obrigatório são contabilizados no Patrimônio Líquido até sua 
aprovação pela assembleia. 
e. Errada. Os dividendos adicionais declarados após o fechamento das demonstrações financeiras não são 
contabilizados. Todavia, o dividendo mínimo obrigatório é contabilizado no passivo. 
Gabarito: C 
Lucros ou Prejuízos Acumulados 
Segundo o Manual FIPECAFI, a partir da vigência da Lei n. 11.638/07 foi extinta a possibilidade de 
manutenção e apresentação de saldos a título de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial, mas apenas 
para o caso das sociedades por ações, o que não significa que a referida conta deverá ser eliminada dos 
planos de contas dessas entidades. 
A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados continuará sendo utilizada nos planos de contas, e seu uso 
continuará a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os 
ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas e destinar valores para 
reservas de lucros. Mas, no balanço patrimonial, só poderá aparecer quando tiver saldo negativo, e será 
denominada de Prejuízos Acumulados. 
Reitera-se que a obrigação da conta Lucros Acumulados não conter saldo positivo aplica-se unicamente às 
sociedades por ações, e não às demais. Assim, saldos nessa conta precisam ser totalmente destinados por 
proposta da administração da companhia no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral ordinária. 
O Manual salienta que a Lei n. 6.404/76, no parágrafo único do art. 189, determina que "o prejuízo do 
exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva 
legal, nessa ordem", além de explicitar, no item I do art. 200 que as reservas de capital poderão ser utilizadas 
para absorver prejuízos quando as reservas de lucros não forem suficientes. Dessa forma, depreende-se quea apresentação da conta Prejuízos Acumulados no Patrimônio Líquido das companhias só deverá ocorrer se 
as empresas não mais possuírem reservas de lucros que possam ser utilizadas para absorver tais prejuízos, 
podendo ainda serem utilizadas para a absorção, as reservas de capital. 
Outras Contas do PL 
Conforme já comentado, além dos itens previstos na Lei n. 6.404/76, o grupo Patrimônio Líquido pode 
apresentar outras contas para melhor evidenciar a situação patrimonial da companhia, bem como para 
atender a outras normatizações que estabeleçam a necessidade da divulgação. Vejamos objetivamente as 
características dessas contas, tomando-se como base o disposto no Manual FIPECAFI, haja vista que muitas 
questões são extraídas de forma literal do Manual. 
 
 
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Opções outorgadas reconhecidas 
Segundo o Manual FIPECAFI, 
“As Opções Outorgadas Reconhecidas representam uma conta especial que deve ser utilizada 
nos casos em que as sociedades negociam serviços de seus administradores e empregados, 
cujo valor de mercado não é facilmente obtido. Ela deve ser apresentada junto às Reservas de 
Capital, no Patrimônio Líquido, quando os serviços negociados tiverem como contraprestação 
pagamentos baseados em ações a serem liquidados com instrumentos patrimoniais. Caso a 
liquidação tenha realização prevista em dinheiro, o registro deve ser reconhecido no Passivo”. 
 
(SEAP-PR/2012) Uma empresa, ao contabilizar o reconhecimento de um produto ou de um serviço 
adquirido em transação com pagamento em ações liquidadas em instrumentos patrimoniais, deve 
contabilizar em contrapartida a uma conta do 
a) Ativo Circulante. 
b) Ativo Não Circulante. 
c) Passivo Circulante. 
d) Patrimônio Líquido. 
e) Resultado. 
Comentários 
Observe que a questão foi baseada no trecho transcrito do Manual FIPECAFI. Organizando a “bagaça”, temos: 
Opções Outorgadas Reconhecidas: relacionada ao pagamento de serviços de seus administradores baseado 
em ações. 
Pagamentos liquidados com instrumentos patrimoniais = conta do patrimônio líquido (juntamente com as 
reservas de capitais); 
Pagamentos realizados em dinheiro = conta do passivo. 
Gabarito: D 
Gastos na emissão de ações 
Segundo o Manual FIPECAFI, 
“Os gastos incorridos no processo de emissão de ações e outros valores mobiliários 
patrimoniais não mais poderão ser tratados como despesas do período da emissão, mas sim 
como uma redução dos valores efetivamente obtidos na captação junto aos sócios”. 
 
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Agora observe o que dispõe o CPC 08 – Custos de Transações: 
Contabilização das captações de recursos para o capital próprio 
4. O registro do montante inicial dos recursos captados por intermédio da emissão de títulos 
patrimoniais deve corresponder aos valores líquidos disponibilizados para a entidade pela 
transação, pois essas transações são efetuadas com sócios já existentes e/ou novos, não 
devendo seus custos influenciar o saldo líquido das transações geradoras de resultado da 
entidade. 
5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da emissão de 
títulos patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora de 
patrimônio líquido, deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e os prêmios recebidos devem ser 
reconhecidos em conta de reserva de capital. 
6. Nas operações de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos patrimoniais 
em que exista prêmio (excedente de capital) originado da subscrição de ações aos quais os 
custos de transação se referem, deve o prêmio, até o limite do seu saldo, ser utilizado para 
absorver os custos de transação registrados na conta de que trata o item 5. Nos demais casos, 
a conta de que trata o item anterior será apresentada após o capital social e somente pode ser 
utilizada para redução do capital social ou absorção por reservas de capital. 
7. Quando a operação de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos 
patrimoniais não for concluída, inexistindo aumento de capital ou emissão de bônus de 
subscrição, os custos de transação devem ser reconhecidos como despesa destacada no 
resultado do período em que se frustrar a transação. 
Portanto, grave no “HD”: 
Gastos na emissão de ações: não devem ser reconhecidos como despesa, mas sim como acréscimo 
do custo de emissão em conta retificadora do capital social. 
Vamos a um “exemplo real” de como o assunto tem sido exigido. 
 
(Prefeitura de São Paulo) A Cia. Acionária resolveu aumentar seu capital social mediante emissão de 
10.000 novas ações, cujo valor nominal é de R$ 1,00. Devido às condições de mercado, as ações foram 
negociadas a R$ 1,50, à vista. Para a emissão das ações a Cia. Acionária incorreu em custos de R$ 500,00. 
A Cia. Acionária reconheceu um aumento de: 
a) capital social no valor de R$ 10.000,00. 
b) capital social no valor de R$ 9.500,00. 
c) capital social no valor de R$ 15.000,00. 
d) patrimônio líquido no valor de R$ 15.000,00. 
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e) reservas de lucros no valor de R$ 5.000,00. 
Comentários 
Quando há a emissão de ação com ágio (ou seja, valor de venda da ação foi maior que o valor patrimonial), 
a contabilidade faz o seguinte lançamento: 
D – Caixa ... 14.500,00 * 
C – Reservas de capital (ágio na emissão de ações) ... 4.500,00 ** 
C – Capital Social ... 10.000,00 *** 
* A captação de recursos via mercado de ações visa justamente colocar à disposição da empresa o montante de 
recursos necessários para que ela possa investir. No momento da captação, os recursos entram (aplicação) no caixa 
(ou no banco). 
O montante de R$ 14.500 foi calculado da seguinte forma: 
Caixa = número de ações emitidas x valor de mercado das ações - custos de emissão das ações 
Caixa = 10.000 x R$ 1,5 - R$ 500 = R$ 15.000 - 500 = 14.500 
** O valor do ágio foi calculado da seguinte forma: 
Valor de mercado das ações - Valor nominal das ações - custos de emissão das ações = ágio na emissão de ações 
(10.000 x 1,5) – (10.000 x 1 – 500) = 15.000 - 10.000 - 500 = R$ 4.500 
Só vai para reserva o montante que ultrapassar o somatório entre o valor patrimonial da ação (R$ 10.000) e 
os custos de sua emissão (R$ 500). 
*** O capital social, no caso, é a origem dos recursos. Seu montante é calculado a partir da multiplicação do número 
de ações pelo valor patrimonial = 10.000 x R$ 1 = R$ 10.000. 
Do exposto, percebe-se que a Cia. Acionária reconheceu um aumento de capital social no valor de R$ 
10.000,00. 
Gabarito: A 
Ajustes acumulados de conversão 
Segundo o Manual FIPECAFI, 
“A conta Ajustes Acumulados de Conversão representa uma conta transitória do Patrimônio 
Líquido que deve ser utilizada para registrar as variações cambiais dos investimentos em 
controladas (aquelas que não possuem a característica de filial, sucursal ou extensão das atividades 
da controladora), controladas em conjunto e coligadas em outra moeda funcional que não o Real 
(R$), pois tais variações não podem, em função do que determina o Pronunciamento Técnico CPC 
02 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis, afetar 
o resultado do exercício. O reconhecimento no resultado dos valores registrados na conta Ajustes 
Acumulados de Conversão ocorrerá apenas quando da baixa do investimento. É importante 
salientar que essa conta não é uma reserva. Ela pode ter saldo positivo

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