Buscar

FINAL planejamento para o desenvolvimento em Aparecida SP com observações

Prévia do material em texto

11
FAVENI
Pós graduação em Mobilidade urbana e trânsito 
CARLOS IVO DOS REIS SALES
PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DE MOBILIDADE URBANA EM APARECIDA-SP SOB A PERSPECTIVA DO TURISMO RELIGIOSO
APARECIDA - SP
2020
PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DE MOBILIDADE URBANA EM APARECIDA-SP SOB A PERSPECTIVA DO TURISMO RELIGIOSO
Carlos Ivo dos Reis Sales
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO - Esse artigo tem por objetivo geral identificar aspectos referentes ao planejamento para o desenvolvimento econômico e de mobilidade urbana em Aparecida-SP sob a perspectiva do turismo religioso. A metodologia adotada para a pesquisa permite classificar o estudo como exploratório, com uso de levantamento bibliográfico para a coleta de dados. Pode-se, ainda, classificar a pesquisa como descritiva, com aplicação da técnica de estudo de caso, tendo em vista que se analisará pontualmente o potencial do turismo religioso em Aparecida-SP. Os resultados obtidos demonstraram que, muito embora o turismo religioso já seja uma realidade em diversos países, especialmente na Europa, no Brasil se trata de atividade ainda incipiente, demonstrando-se a região de Aparecida-SP como excelente locus para abrigar tal modalidade, considerando-se a história que a região tem com relação à aparição de imagem de Nossa Senhora da Conceição no rio Paraíba do Sul em 1717. Após a construção do Santuário Nacional, com o impulsionamento da devoção à Santa, foi necessário realizar diversas mudanças no território religioso para que se aliassem serviços, espiritualidade e conforto aos romeiros, contribuindo sobremaneira para fomentar o comércio local, aumentando a circulação de renda e gerando empregos, tais mudanças foram necessárias, uma vez que a população da cidade está em torno de 36 mil habitantes segundo IBGE, e a população flutuante gira em torno de 13 milhões de visitantes Pode-se concluir que o turismo religioso em Aparecida-SP pode ser melhor explorado a partir da realização de infraestrutura de modo geral e de eventos diversos, como palestras em escolas e universidades, feiras, visitas ao Santuário Nacional, dentre outros, é possível obter bons resultados para a região.
PALAVRAS-CHAVE: Mobilidade urbana Turismo. Turismo Religioso. Aparecida-SP.
1 INTRODUÇÃO
O turismo religioso movimenta milhões de visitantes para centros de peregrinação de várias diversas religiões, distribuídos por todo o mundo. Santiago de Compostela, Jerusalém, Roma e Meca são apenas exemplos de cidades que exploram essa vertente do turismo, que é o tema do presente artigo, considerando o contexto de Aparecida-SP.
A delimitação do tema adentra, pois, às contribuições do turismo religioso para a cidade de Aparecida-SP, estando expressa no seguinte problema de pesquisa elaborado para esse TCC: em que medida o turismo religioso pode ser explorado para fins de promoção do desenvolvimento econômico local em Aparecida-SP?
As possíveis respostas para o problema de pesquisa levantado, ou seja, as hipóteses, a serem confirmadas ou refutadas com a realização desse trabalho, são no sentido de que o desenvolvimento econômico em Aparecida-SP pode ser fomentado a partir da realização de eventos que favoreçam a romaria dos fieis ao local, explorando a fé e crença dessas pessoas para trazer divisas ao municípios e movimentar o comércio, gerando renda e empregos. 
O objetivo geral é identificar aspectos referentes ao planejamento para o desenvolvimento econômico e das estruturas de mobilidade em Aparecida-SP sob a perspectiva do turismo religioso. Já os objetivos específicos são apresentar um conceito de turismo de acordo com a Organização Mundial do Turismo – OMT; analisar aspectos relativos à economia do turismo para o desenvolvimento local; investigar as contribuições do marketing do turismo para a divulgação e atratividade do turismo religioso, como também dinamizar uma pequena cidade para evoluir e receber ainda mais turistas.
Trata-se de um trabalho relevante para a comunidade científica na medida em que trata aspectos do fomento do desenvolvimento econômico local a partir da exploração da atividade do turismo religioso, considerando-se o contexto da cidade paulista de Aparecida-SP. Para a sociedade, a pesquisa também se mostra interessante a partir da constatação que, fomentando-se o turismo, empregos e renda serão gerados, favorecendo os moradores locais, aumentando a expressividade do município no contexto nacional. 
A metodologia adotada para a pesquisa permite classificar o estudo como exploratório, com uso de levantamento bibliográfico para a coleta de dados. Pode-se, ainda, classificar a pesquisa como descritiva, com aplicação da técnica de estudo de caso, tendo em vista que se analisará pontualmente o potencial do turismo religioso em Aparecida-SP
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 Conceito de turismo segundo a OMT
Ao longo dos anos, o turismo foi se convertendo em uma das principais atividades econômicas no âmbito internacional, sendo atualmente vislumbrada, segundo a Organização Mundial do Turismo – OMT define o turismo como sendo 
[...] o conjunto de atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e estadas em lugares distintos do seu entorno habitual, por um período de tempo inferior a um ano, com fins de lazer, negócios e outros motivos não relacionados com o exercício de uma atividade remunerada no lugar visitado (IBGE, 2012, p. 9). 
Enquanto atividade econômica, o turismo é definido sob a perspectiva da demanda. Em outras palavras, a sua definição depende do resultado do consumo dos visitantes. Sendo assim, diferenças na motivação e no perfil dos turistas, bem como das condições econômicas e naturais do local visitado revelam a identificação de conjuntos diferentes de produtos que são por eles consumidos (IBGE, 2012). 
É, também, um dos setores da economia que apresenta maior resistência às crises financeiras e recessões econômicas que abalam o mercado. Isso se dá em razão da alta flexibilidade de adaptação que possui, bem como do caráter imediato de sua capacidade de inovação. Tal característica faz do turismo uma espécie de elemento-chave de diversos lugares no mundo, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento socioeconômico regional e local, promovendo, ainda, a regeneração urbana e valorização do patrimônio cultural e natural (CORDEIRO, 2012).
De um modo geral, pode-se afirmar que a atividade turística ajuda a dinamizar diversas áreas da economia local, tendo em vista que não somente fomenta os aspectos relacionados ao turismo, atendendo as necessidades espelhadas pelo mercado, como também favorece o desenvolvimento de setores diversos, na medida em que atrai novos investidores e empresas para o destino turístico (FERREIRA, 2012). 
Sendo assim, pode-se afirmar que o turismo altera de forma significativa a realidade de vários destinos, revelando o seu efeito multiplicador na economia com a criação de novos postos de trabalho, aumento do tráfego de pessoas pelo local e fomento da economia local. Desse modo, contribui sobremaneira para a revitalização econômica local e regional (HONG, 2013).
2.2 A economia do turismo
Com o fim de subdividir o mercado atual e potencial para se atender às demandas diferenciadas de turistas existentes, bem como às necessidades estabelecidas por aqueles que ofertam o turismo, adotou-se a estratégia de segmentaro mercado turístico. Desse modo, identificam-se diversos ramos do turismo, como, por exemplo, o turismo cultural, o ecoturismo, o turismo de praia e sol, o turismo de experiência, o turismo personalizado e o turismo religioso, dentre outros (OLIVEIRA, 2012). 
Muito embora seja um tema de grande relevância, ao se analisar o histórico das tratativas dispensadas ao turismo no Brasil, verifica-se que é relativamente recente o início da abordagem da segmentação turística, com os primeiros registros remontando à década de 1990. Contudo, é certo que, desde antes dos anos 50, o mercado turístico mundial já aplicava técnicas para segmentar esse mercado (OLIVEIRA, 2012).
A abordagem tardia da segmentação do turismo no Brasil se deve, primeiramente, ao próprio ritmo que se atribuiu ao desenvolvimento do turismo nacional. Deve-se, ainda, atribuir esse atraso à demora na compreensão, pelos estudiosos, das mudanças econômicas e sociais pelas quais passou o turismo desde o fim da década de 1970, período em que, no âmbito internacional, foram intensificadas as campanhas de marketing turístico de terras brasileiras no exterior (CORDEIRO, 2012).
Em geral, porém, segundo Panosso Netto e Ansarah (2009), a noção de segmentação do mercado turístico, não importando o destino escolhido, guarda o mesmo significado semântico em todos eles, que é o de identificar pessoas que tenham desejos e afinidades semelhantes, com disposição para o consumo de um mesmo produto. Desse modo, ainda conforme os autores, quanto maior for o conhecimento do consumidor, melhores serão as condições de lhe oferecer melhores produtos, construindo-se, assim, uma relação que ocasionará a sua fidelização.
Em Kotler e Keller (2012), seguindo-se essa linha de raciocínio de Panosso Netto e Ansarah (2009), encontra-se a segmentação do mercado como uma consequência do marketing de massa. Nesse sentido, assim dispõe o autor:
[...] segmentação de mercado é um esforço para aumentar a precisão do marketing da empresa. O ponto de partida de qualquer discussão sobre segmentação é o marketing de massa. No marketing de massa, o vendedor se dedica à produção, distribuição e promoção em massa de um produto para todos os compradores [...] 
Um segmento de mercado consiste em um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares. [...] Um nicho é um grupo definido mais estritamente, um mercado pequeno, cujas necessidades não estão sendo totalmente satisfeitas. Enquanto os segmentos são grandes e atraem vários concorrentes, os nichos são pequenos e normalmente atraem apenas um ou dois concorrentes (KOTLER; KELLER, 2012, p. 278-279).
Nunes e Platt (2013), a seu turno, ao apresentarem a sua definição para segmentação de mercado, optam por valorizar as diferenças individuais, pontuando que se trata de conceito que se consubstancia na melhor prova de que nenhuma pessoa é igual à outra, divergindo nas necessidades, nos gostos, nos estilos de vida, nas atitudes que tomam, nas dimensões, dentre outros aspectos. 
Com isso, ainda conforme os autores, é possível identificar as seguintes variáveis da segmentação: motivação de compra; vantagens buscadas pelo consumidor em sua aquisição; necessidades do comprador; características demográficas e socioeconômicas; características do comportamento de compra do consumidor; estilos de vida a nível de opiniões, interesses e atividades (NUNES; PLATT, 2013).
Em relação especificamente à segmentação do turismo, interessante menção se faz à obra de Panosso Netto e Ansarah (2009), que, em sua obra, identificaram 119 segmentos, considerando-se as seguintes bases de segmentação: motivação da viagem; grau de urbanização do destino turístico; condições geográficas do destino turístico; aspectos culturais; tipo de grupo; distância do mercado consumidor; duração de permanência; meios de transporte; condições econômicas; e idade.
Nesse universo, alguns segmentos emergentes foram abordados, como, por exemplo, o turismo esotérico, o turismo de fait divers, o turismo de morbidez (ou nekrophilia) e o turismo espacial (PANOSSO NETTO; ANSARAH, 2009). Além destes, o turismo religioso também foi analisado, e é a ele que se dedica o presente trabalho.
2.3 As contribuições do marketing do turismo para a divulgação e atratividade do turismo religioso
O marketing do turismo tem sido apresentado como excelente meio para a divulgação e fomento da atratividade do turismo a nível local/regional. Diante disso, é possível concebê-lo, no âmbito do turismo religioso, como sendo o esforço global envidado para identificação dos produtos que o destino tem a oferecer ao turista, atendendo, assim, suas necessidades e desejos (NUNES; PLATT, 2013).
Coelho, Gosling e Berbel (2016), por sua vez, o apresenta como um conjunto de atividades que buscam facilitar a realização de trocas entre os vários agentes que atuam, quer direta, quer indiretamente, no mercado turístico. Ressaltam ainda os autores que, dentre as várias definições existentes para o que seja o marketing turístico, a maioria delas estabelece conceito a partir da ótica do produtor, visão esta que retrata uma perspectiva operacional voltada ao agente que procura alcançar resultado econômico em troca da satisfação que proporciona com os seus produtos das necessidades dos consumidores.
Segundo Silva et al (2015), o uso da promoção da imagem turística como ferramenta do marketing abrange as forças que são induzidas à imagem pela oferta turística. Desse modo, deve-se atentar, na formação dos destinos, para a personalidade e o posicionamento da marca, considerando-se, pois, as suas peculiaridades para identificar o meio mais viável para servir de canal de distribuição da imagem, que podem ser web sites, cartões postais, filmes, dentre outros. 
Dentre os meios existentes para a promoção do turismo, que se aplica, também, ao turismo religioso, é a realização de eventos, conceituados por Nunes e Platt (2013) como sendo um meio de entretenimento, um processo de venda comercial ou institucional cuja comunicação é o principal objetivo de sua existência.
A cidade-santuário de Aparecida-SP perpassará por processo histórico formativo em razão da devoção conferida à Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à condição de destino turístico-religioso se deve ao fato de ter sido encontrada, em 1717, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição no rio Paraíba do Sul. Atualmente, o Santuário Nacional se mostra como o maior responsável por entregar diretrizes para a devoção, ao contrário do que ocorreu no início, em um período dominado por um espaço sagrado secundário, qual seja, a Igreja Velha (BARBOSA, 2017). 
Com uma política institucional religiosa centrada no “acolher bem também é evangelizar”, tem-se buscado ampliar e diversificar a espacialidade de devoção e lazer, de modo que as obras não apresentem relação tão somente como aspectos comerciais e turísticos, mas, sim, buscando, a partir de seu maior interesse, qual seja, a fé, a dinâmica e resistência (BARBOSA, 2017).
Com a construção do Santuário Nacional, a devoção à Santa foi impulsionada, fazendo surgir, também, a necessidade de se realizar várias mudanças no território religioso para aliar serviços, espiritualidade e conforto aos romeiros, contribuindo, desse modo, para o fomento do comércio local, aumentando a circulação de renda e gerando empregos (BARBOSA, 2017). 
3 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que o turismo religioso em Aparecida-SP pode ser melhor explorado a partir da realização de eventos diversos, como palestras em escolas e universidades, feiras, visitas ao Santuário Nacional, dentre outros, é possível obter bons resultados para a região.
Desse modo, acredita-se que a hipótese inicialmente formulada foi confirmada, tenso sido, ainda, cumpridos todos os objetivos da pesquisa, tanto gerais como específicos, considerando-se a estruturação conferida ao desenvolvimento, e a abordagem apresentada para o tema.
4 REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ivo Francisco. A cidade-santuáriode Aparecida: devoção, turismo religioso e política. Espaço e cultura, n. 42, 2017.
COELHO, Mariana de Freitas; GOSLING, Marlusa; BERBEL, Giulia. Atratividade de destino turístico: a percepção dos atores locais de Ouro Preto, MG, Brasil. Pasos – Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, v. 14, n. 4, p. 929-947, 2016.
CORDEIRO, José Manuel Lopes. Oportunidades e fragilidades do turismo religioso. RT&D, n. 1, 2012. 
FERREIRA, Ana Catarina Gomes. A mina de São Domingos. Passado industrial, futuro turístico. Mestrado em Turismo (Especialização em Gestão Estratégica de Destinos Turísticos) – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, 2012.
HONG, Wong Ngan. Desenvolvimento turístico do patrimônio internacional e suas implicações para Macau. Administração, v. XXVI, n. 102, p. 1097-1114, 2013-4º.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Economia do turismo: uma perspectiva macroeconômica 2003-2009/IBGE, Coordenação de Contas Nacionais. - Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 56 p. (Estudos e pesquisas. Informação econômica, n. 18).
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. Trad. Sônia Midori Yamamoto. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
NUNES, Talita Martins; PLATT, Allan Augusto. A organização de eventos como estratégia de marketing para turismo em Florianópolis. Tourism & Management Studies, v. 1, p. 203-214, 2013.
OLIVEIRA, Marcos Leandro Silva. A utilização do patrimônio como fator dinamizador do Sul Catarinense – Brasil. Turismo & Sociedade. Curitiba, v. 5, n. 1, p. 164-182, abr. 2012.
PANOSSO NETTO, Alexandre; ANSARAH, Marilia Gomes dos Reis (Eds). Segmentação do mercado turístico: estudos, produtos e perspectivas. Barueri-SP: Manole, 2009.
SILVA, Fernando Miguel Marques. Turismo: a indústria conserveira em Matosinhos. Dissertação (Mestrado em Turismo) – Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Setembro de 2015.
PAGE

Continue navegando