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DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO AULA N0 6 Nesta aula vamos abordar os seguintes temas, do artigo 139 ao artigo 155-A do CTN: 1) Crédito Tributário 2) Lançamento Tributário; e 3) Suspensão do Crédito Tributário. TÍTULO III Crédito Tributário Crédito Tributário é um direito que a Fazenda Pública tem de exigir a prestação pecuniária do sujeito passivo. É direito líquido e certo. É o objeto da obrigação tributária principal, criando um vínculo jurídico entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. O crédito tributário nasce com o fato gerador da obrigação e é consequência dele. Criando a relação jurídico-tributária entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. A obrigação tributária torna-se material, com a quantificação de seu valor, que é o crédito tributário que lhe corresponde devido pelo sujeito passivo. O crédito tributário é a quantificação do tributo. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO EIS A QUESTÃO! 1) (AFTN/set/94/ESAF) Definimos (1) como o direito subjetivo de que é portador o sujeito (2) de uma (3) e que lhe permite exigir o objeto prestacional, representado por uma importância em dinheiro. As palavras que outorgam sentido ao enunciado acima, são respectivamente: a) direito tributário; passivo; competência tributária b) competência tributária; passivo; competência legislativa c) obrigação acessória; ativo; obrigação tributária d) crédito tributário; ativo; obrigação tributária e) lançamento; passivo; obrigação acessória Solução: O CTN não define crédito tributário, porém a doutrina traz a definição constante desta questão baseada nos artigos 113, 119 e 139 do CTN. Base legal: CTN art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1° A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. A resposta certa é a letra "d". Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A obrigação tributária, apesar de nascer junto com o crédito, é relativamente independente deste. O crédito pode ser alterado ou mesmo anulado, porém a obrigação tributária continua a existir, dentro de sua autonomia. A anulação do crédito não modifica a obrigação tributária, mas com a extinção da obrigação tributária, extingue-se o crédito tributário conforme vimos no artigo 113, §1°. Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Este dispositivo diz que a atividade fiscal é uma atividade vinculada à lei, sob pena de responsabilidade funcional no caso de inobservância. Não existe espaço para a discricionariedade, em que oportunidade e conveniência podem permitir ao administrador decidir de uma forma diferente, em relação a uma determinada norma administrativa. A lei impõe ao agente público a vinculação à lei, nos caso descritos neste artigo. A Autoridade Fiscal não pode exigir nem mais, nem menos do que a lei manda. Não pode dispensar pagamento de tributo ou penalidade, caso esteja estipulada em lei. EIS A QUESTÃO! 2) (ATN Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes, observadas as disposições pertinentes ao tema "crédito tributário", Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO constantes do Código Tributário Nacional, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I - As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. II - O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no Código Tributário Nacional, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. III - Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á a conversão em moeda nacional ao câmbio do dia de vencimento do prazo fixado para pagamento do tributo. I V - A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento, somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. a) Apenas as formulações I, II e IV são corretas. b) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. d) Apenas as formulações I e IV são corretas. e) Todas as formulações são corretas. Solução: As afirmações I e II estão corretas. As afirmações correspondem aos textos dos artigos 140 e 141, respectivamente. Eles tratam das disposições gerais do crédito tributário. A afirmação III está incorreta. O artigo 143 versa que salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A afirmação IV está correta. Esse é o texto do artigo 141, que trata do crédito tributário. A resposta certa é a letra "a". 3) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) O crédito tributário regularmente constituído, somente se modifica (A) ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no CTN. (B) nos casos previstos na legislação tributária, e se extingue ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no CTN. (C) ou extingue, nos casos previstos na legislação tributária, e tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no CTN. (D) ou extingue, nos casos previstos no CTN, e tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos na legislação tributária. (E) ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos na legislação tributária. Solução: Segundo o CTN, a modificação do crédito tributário somente ocorre nos casos previstos nele. Base legal: CTN Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. A resposta certa é a letra "a". CAPÍTULO II Constituição de Crédito Tributário Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO SEÇÃO I LançamentoA constituição do crédito é feita com o lançamento. O lançamento é procedimento obrigatório para apuração do valor do tributo, identificação do sujeito passivo, aplicação de multa. Com o lançamento, a dívida tributária torna-se líquida e certa. Líquida na segurança, quanto ao seu valor e certa na garantia, quanto à existência. O lançamento é feito por documento aprovado pela legislação tributária, trazendo todos os elementos necessários à cobrança e explicações ao contribuinte, quanto ao modo de apuração e formas de pagamento. Por dentro da Receita Federal... O documento para lançamento, usado pela fiscalização de pessoa física e jurídica, é o Auto de Infração ou Notificação de Lançamento. Somente Auditor Fiscal poderá efetuar o lançamento, é atividade privativa. No Auto de Infração constarão todos os elementos necessários para dar certeza e liquidez ao crédito. Os elementos do Auto ou Notificação são: local de lavratura, data da lavratura, período a que se refere, nome do Sujeito Passivo, endereço do sujeito passivo, cálculo do tributo e/ou acréscimos pecuniários. O Auto ou a Notificação é enviado para ciência do contribuinte, para se for o caso, pagar, parcelar ou impugnar. Impugnação é o nome que se dá para a defesa escrita do contribuinte, seguindo o rito do Decreto 70.235/72. Somente após a ciência do contribuinte o crédito tributário pode ser exigido. O lançamento constitui o crédito tributário, porém com a ciência, ele é constituído definitivamente. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Com a ciência do contribuinte, constituiu-se definitivamente o crédito tributário. No caso do IPTU, cujo lançamento faz-se na modalidade de ofício, a ciência dá-se com o recebimento do carnê, enviado pelos Correios. Cabe ao recorrente, para afastar a presunção, comprovar que não recebeu pelo correio o carnê de cobrança (embora difícil a produção de tal prova), de acordo com a Súmula n° 397 do STJ: "O CONTRIBUINTE DO IPTU É NOTIFICADO DO LANÇAMENTO PELO ENVIO DO CARNÊ AO SEU ENDEREÇO." DJe 07/10/2009 RSTJ vol. 216 p. 752 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Vimos, acima, que o lançamento é o ato que torna o crédito tributário exigível. O lançamento é ato privativo da Autoridade Administrativa. O artigo acima diz que o lançamento constitui o crédito tributário, pois, apesar dele ser decorrente da obrigação tributária, devemos entender que constituir aqui é tornar o crédito líquido e certo. O lançamento é obrigatório e indispensável, não pode a autoridade tributária deixar de lançar, sob pena de responsabilidade funcional, ou seja, não se constitui como uma atividade administrativa facultativa. EIS A QUESTÃO! Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO 4) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) De conformidade com a sistemática do Código Tributário Nacional, o crédito tributário é constituído (A) pelo fato gerador da obrigação tributária principal. (B) pela obrigação tributária principal. (C) por lei ordinária. (D) por lei complementar. (E) pelo lançamento. Solução: O lançamento constitui o crédito tributário e a ciência do lançamento constitui definitivamente o crédito. Base legal: CTN art. 142. A resposta certa é a letra "e". Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Outra vez a expressão de "salvo disposição de lei em contrário", significando que uma lei pode dispor de modo contrário a este CTN. Por dentro da Receita Federal... Quando uma mercadoria é importada, o seu valor está expresso em moeda estrangeira, na nota fiscal ou outro documento semelhante. Nesses casos o valor é convertido ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador, que no caso é a entrada da mercadoria em território nacional. JURISPRUDÊNCIA Em julgamento de recurso especial, referente ao ICM na importação de mercadorias diferença decorrente de variação cambial Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO entre a data do pagamento do tributo por ocasião do desembaraço aduaneiro e a efetiva liquidação do contrato de câmbio, o STJ decidiu com base no artigo 143 do CTN: Quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação (CTN,art. 143); nenhuma diferença de ICM pode ser exigida em razão da variação cambial verificada entre a data do desembaraço aduaneiro e a da efetiva liquidação do contrato de câmbio, salvos e, desconhecida a taxa cambial na ocasião da liberação das mercadorias importadas, a cobrança do tributo se deu por estimativa. Recurso especial conhecido e provido. (STJ - REsp 15.450 - SP - 2a T. - Rel. Min. Ari Pargendler - DJU04.03.1996)JCTN.143 Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1° Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2° O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. O caráter do lançamento é regido pela legislação que estava em vigor no momento do fato gerador, pois o lançamento deve espelhar todo o nascimento da obrigação tributária, portanto não faria sentido um ano depois, por exemplo, aplicar novas normas que não estavam em vigor à época do fato gerador. Para uma melhor compreensão, é necessário entendermos que no lançamento existe o aspecto material e o aspecto formal. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O aspecto material compreende o que consta do caput do artigo, quando se fala em data de ocorrência do fato gerador e o aspecto formal está exemplificado no §1 ° deste artigo, onde encontramos os critérios de apuração e o processo de fiscalização. É importante verificar que o caput do artigo refere-se à aplicação da lei à época da ocorrência do fato gerador. No parágrafo 1°, há referência da possibilidade da legislação atual, em seu aspecto formal, retroagir para alcançar fatos pretéritos. Neste mesmo parágrafo, verificamos que o legislador fala em garantias e privilégios do crédito tributário. As garantias do crédito são procedimentos do Fisco que garantem mais efetividade às ações de fiscalização. A quebra do sigilo bancário é um exemplo de garantia do crédito. Os privilégios do crédito são preferências de que gozam os créditos tributários como, por exemplo, estar na frente de outras dívidas, no benefício de ordem, para pagamentos de dívidas em um processo de falência. Veremos essetema mais adiante, com mais detalhes. O §2° trata de impostos lançados por período certo de tempo, fazendo referência aos impostos em que não uma data para ocorrência do fato gerador. O Estado escolhe uma data para cobrança, que geralmente é anual. Quem tem carro e casa sabe que os meses de janeiro e fevereiro, de todo ano, é um desespero, pois temos que pagar o IPTU e o IPVA. Os fatos geradores desses impostos referem-se à exteriorização de riqueza, ou seja, ter uma casa e um carro. Não é na compra desses bens que se pagam os impostos. Nesse caso de imposto lançado por período certo, como não existe uma data certa de acontecimento do fato gerador, é lógico que não é possível aplicar o caput deste artigo. Na segunda parte, porém, há uma possibilidade de aplicação do caput deste artigo. Seria a determinação por lei de uma data de ocorrência do fato gerador. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO EIS A QUESTÃO! 5) (AFRFB/2009/ESAF) Sobre o lançamento, com base no Código Tributário Nacional, assinale a opção correta. a) O lançamento é um procedimento administrativo pelo qual a autoridade fiscal, entre outras coisas, declara a existência de uma obrigação tributária. b) Ao se estabelecer a competência privativa da autoridade administrativa para efetuar o lançamento, permitiu-se a delegação dessa função. c) No lançamento referente à penalidade pecuniária, a autoridade administrativa deve aplicar a legislação em vigor no momento da ocorrência do fato gerador. d) A legislação posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação que instituir novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação da autoridade administrativa, não se aplica ao lançamento. e) A aplicação retroativa de legislação tributária formal pode atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Solução: A letra "a" está certa. Base legal: CTN art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A letra "b" está errada. O que é competência privativa não se pode delegar. Base legal: CTN art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento A letra "c" está errada. Aplica-se a retroatividade da lei mais benigna ao infrator. Base legal: CTN art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A letra "d" está errada. Base legal: CTN art. 144. § 1° Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, A letra "e" está errada. Base legal: CTN art.144. § 1° "Aplica- se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha... outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros." A resposta certa é a letra "a" Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. Este artigo vem para dar segurança jurídica ao contribuinte, pois, após a lavratura e ciência do contribuinte, a notificação de lançamento ou auto de infração somente se modificará nos casos citados nos incisos deste artigo. Imagine, se após a notificação ao contribuinte, o administrador pudesse alterar o lançamento a seu bel-prazer. Seria muita confusão, pois depois de notificado, suponhamos que o contribuinte fosse pagar o tributo. Quando chegasse em casa, ele poderia encontrar outra notificação com o mesmo objeto da anterior, com um pedido de desculpas da Receita e informando que o cálculo anterior estava errado e que ele deveria pagar um valor maior! A ciência, ao sujeito passivo, é imprescindível para que ele possa saber tudo a respeito do débito e, se for do interesse, proceder à impugnação. Além disso, a ciência é necessária para contagem de tempo, referente ao controle do crédito tributário. É o início da contagem para o prazo prescricional, prazo decadencial, prazo para o pagamento ou parcelamento e para impugnação. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O lançamento constitui o crédito tributário, mas a notificação e ciência ao sujeito passivo tornam o crédito definitivamente constituído. O inciso I traz a possibilidade de o sujeito passivo impugnar o lançamento para uma possível modificação do crédito. A impugnação é o processo administrativo que permite ao contribuinte o exercício da ampla defesa e do contraditório. Nos autos do processo, o contribuinte vai poder contestar o auto de infração ou notificação de lançamento recebida, carreando todas as provas possíveis para combater o lançamento. O sujeito passivo tem o prazo de 30 dias do recebimento da notificação para dar entrada com a sua defesa. Com a protocolização do processo administrativo dentro do prazo de impugnação, gera-se o contencioso fiscal que nada mais é do que uma contestação do sujeito passivo. Os autos do processo serão enviados ao setor de julgamento para verificação das questões de fato e de direito, apresentadas pelo contribuinte. O resultado do julgamento poderá ser favorável ao contribuinte com a redução do imposto a pagar, aumento do imposto a restituir ou o cancelamento do lançamento. Poderá, porém, ter como resultado um aumento de imposto a pagar ou redução do imposto a restituir. Mais adiante vamos falar com mais detalhes sobre essa matéria. O inciso II traz o instituto do recurso de ofício. Tal qual no judiciário, há na Receita Federal duplo grau, tendo a 1a instância proferida decisão desfavorável à Fazenda Pública, os autos seguem para a 2a instância para um novo julgamento. Antes de seguir para 2a instância, o resultado do julgamento de 1a instância será dado ciência ao sujeito passivo. Os autos seguem para segunda instância por força de lei. O órgão julgador de 2a instância reexaminará o lançamento efetuado e a decisão de 1a instância. A decisão de 2a instância poderá manter a decisão de 1a instância ou alterá-la. O sujeito passivo, logicamente, receberá ciência dessa decisão. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Independentemente do recuso de ofício, poderá haver o recurso voluntário, no qual o contribuinte não aceite plenamente a decisão de 1a instância. O inciso III trata da iniciativa de ofício da própria autoridade fiscal ou revisão de ofício do lançamento. Nesse caso, a própria autoridade, que efetuou o lançamento, ou superior hierárquico irá rever de ofício o lançamento, quando este estiver eivado de vício de ilegalidade. O fundamento, deste caso, está no Direito Administrativo, derivado do controle administrativo em que a Administração Pública tem o poder/dever de anular seus atos administrativos ilegais. A revisão de ofício está restrita aos fatos materiais, visto que, se houver fatos de direito para análise e osautos derem entrada na repartição da Fazenda Pública, no prazo de 30 dias da ciência ao contribuinte, teremos o caso de impugnação, julgado pelo órgão de julgamento de 1a instância. Da revisão de ofício, poderá resultar cancelamento do lançamento, alteração do valor a pagar ou alteração do valor a restituir. Se houver aumento do valor a pagar, deverá ser cancelado o lançamento anterior e lavrada uma nova notificação de lançamento para ciência ao contribuinte e abertura de prazo para impugnação. Pode haver, nesse caso, lançamento complementar. Se a revisão de ofício é realizada fora do prazo de impugnação, somente é possível a discussão sobre os fatos materiais. EIS A QUESTÃO! 6) (AFRF.TI.2.2005/ESAF) O lançamento, a teor do art. 142 do Código Tributário Nacional, é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Sobre o lançamento, avalie o acerto das afirmações Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Trata-se de uma atividade vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. ( ) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo somente poderá ser alterado por iniciativa de ofício da autoridade administrativa. ( ) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao preço médio do câmbio do mês da ocorrência do fato gerador da obrigação. a) F, F, V b) V, F, F c) V, V, F d) F, F, V e) V, F, V Solução: A primeira assertiva é verdadeira. Este é o parágrafo único do artigo 142. A segunda assertiva é falsa. O lançamento pode ser alterado por iniciativa de ofício da autoridade administrativa e por iniciativa do contribuinte nas condições do artigo 145. Como iniciativa do contribuinte, podemos citar a impugnação. A terceira assertiva é falsa, pois a conversão tem como referência o dia da ocorrência do fato gerador. Artigo 143 do CTN A resposta certa é a letra "b". 7) (Fiscal Pará/2002/ESAF) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo poderá ser alterado em decorrência de: a) transferência da sujeição passiva a pessoa isenta; b) majoração superveniente das alíquotas do tributo; c) modificação posterior da lei tributária; d) interposição de recurso de ofício; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO e) decurso do prazo decadencial. Solução: O artigo 145, inciso II do CTN determina que o lançamento poderá ser alterado por interposição de recurso de ofício. A resposta certa é a letra "d". Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Apesar da redação confusa, este artigo proíbe a revisão de ofício em matéria de erro de direito, o que indica interpretação da lei. Caso tenhamos um novo entendimento de uma aplicação da lei, em relação ao fato gerador ocorrido antes dessa nova interpretação, não é possível rever de ofício, com base nesse novo entendimento, para alterar o lançamento, cujo fato gerador ocorreu antes da nova interpretação. Exemplificando... Todos os produtos importados têm uma classificação fiscal, que definem a alíquota de importação, porém essa classificação é feita pelo Auditor Fiscal. Se uma empresa importa um produto com a classificação considerada errada pelo Auditor Fiscal que fará o desembaraço da mercadoria, este servidor terá o dever de fazer o lançamento e definir a correta classificação. No futuro, a autoridade que efetuou o lançamento ou seu superior hierárquico não poderá fazer revisão de ofício, baseado em entendimento diferente da norma que define as classificações fiscais. SEÇÃO II Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Modalidades de Lançamento As modalidades de lançamento no CTN estão expressas nos artigos 147 a 150. São três as modalidades: Nos artigos 147 e 148, temos o lançamento por declaração ou lançamento misto. Nessa modalidade o sujeito passivo tem o dever de prestar informações ao Fisco, por exigência da legislação, para que este possa fazer o lançamento com base nessas informações. Esta modalidade, também chamada de lançamento misto, tem a participação do sujeito passivo para entregar, por exemplo, uma declaração com as informações necessárias ao lançamento, o qual será obrigatoriamente lavrado pela Fazenda Pública. Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Na modalidade expressa no artigo acima, temos o lançamento por declaração, também chamado de misto, por ter a participação do sujeito passivo, porém apenas na prestação das informações. Realizado o lançamento, privativo da autoridade fiscal, é dado ciência ao sujeito passivo. Caso este tenha imposto a pagar, ele terá um prazo de 30 dias para pagar, parcelar ou impugnar. Não esqueça! O lançamento por declaração NÃO é igual a lançamento em que o sujeito passivo tenha a obrigação de entregar uma declaração. No lançamento por declaração, a Fazenda Pública tem que realizar o lançamento. Esta modalidade quase não é usada, pois na maioria das vezes o Fisco já tem os dados necessários para efetuar o lançamento enesse caso faz-se o lançamento de ofício. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Por dentro da Receita Federal... Podemos citar como exemplo de lançamento por declaração, o imposto de importação pago por pessoa física, passageiro de aeronave ou navio. Nesse caso, o passageiro irá informar os produtos estrangeiros que está trazendo do exterior. Na chegada ao Brasil, o passageiro recebe a Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA) e informará nos campos apropriados, a descrição e os preços dos produtos, pagos em moeda estrangeira. O Fiscal da alfândega deverá recolher a DBA, realizar o lançamento com base nos dados da DBA e notificar ao Sujeito Passivo para que este efetue o pagamento. O passageiro, por sua vez, se dirige ao banco e promove o recolhimento do imposto devido, retorna à fiscalização com o DARF, Documento de Arrecadação de Receitas Federais, pago e retira os seus produtos. § 1° A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Há diversos motivos para que o sujeito passivo retifique sua declaração. Pode ser que ele tenha cometido algum erro involuntário ou, ainda, que o erro tenha sido voluntário, mas haja um arrependimento eficaz. Caso esse erro venha provocar uma redução ou exclusão de tributo, o sujeito passivo somente poderá fazer alteração antes da ciência do auto de infração ou notificação de lançamento. Na hipótese de retificação da declaração, em que tenhamos um aumento de tributo, o sujeito passivo informa ao Fisco e este por sua vez fará a revisão de ofício, realizando um novo lançamento ou um lançamento complementar. No caso, do exemplo, em que o passageiroentrega a DBA, pode acontecer dela conter algum erro nos valores apontados pelo passageiro e, antes da notificação, o passageiro retifica eficazmente a Declaração de Bagagem Acompanhada. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO § 2° Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Este parágrafo confirma o que já sabemos, a autoridade fiscal pode retificar de ofício a declaração entregue pelo sujeito passivo, caso verifique algum erro, sem necessidade de provocação pelo sujeito passivo. EIS A QUESTÃO! 8)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Com relação ao lançamento tributário, analise as afirmativas a seguir. I. De acordo com a redação do CTN o lançamento por homologação é aquele efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. II. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado a qualquer tempo em virtude da caracterização de erro de direito. III. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Solução: Afirmação I está incorreta. O lançamento ora descrito é o denominado lançamento por declaração. Base legal: CTN; artigo 147. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Afirmativa II está incorreta. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado a qualquer tempo em virtude da caracterização de erro de fato. Base legal: CTN; art. 145 c/c 149. Afirmativa III está correta. Base legal: CTN; art. 144; § 1°. A resposta certa é a letra "c". Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Vamos voltar ao caso do passageiro que chega do exterior. Suponhamos que em sua DBA o passageiro, que esteja voltando de Miami, coloque por engano o valor de R$ 200,00 para uma televisão nova sem arranhões de LCD de 42". Hoje em dia, com a internet, conseguimos verificar, imediatamente, o valor de mercado de qualquer produto vendido no exterior. Por mais que ele tenha pesquisado, essa televisão não custaria o valor informado. Nesse caso, o fiscal irá arbitrar a base de cálculo do imposto de importação, baseado no valor de mercado. Arbitrar não significa que o fiscal poderá usar o valor que bem entender, este valor deve ser compatível com o de mercado. A pauta fiscal é uma lista, contendo os produtos e os preços de mercado de diferentes mercadorias. Ela é usada, principalmente, pela fiscalização do ICMS para apuração de sua base de cálculo. Ela somente deve ser usada na hipótese deste artigo 148, por processo administrativo em que o contribuinte tenha direito à ampla defesa e ao contraditório. Neste processo será discutido o arbitramento realizado pela fiscalização, quando inidôneos os documentos e declarações prestados pelo sujeito passivo. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Logicamente que o sujeito passivo pode usar o direito à ampla defesa e ao contraditório, para que por processo, administrativo ou judicial, venha a discutir o procedimento usado pela fiscalização. O arbitramento é apenas um procedimento usado pela fiscalização para apurar a base de cálculo. JURISPRUDÊNCIA O STJ considera que a pauta de valores só é admitida nos casos previstos no art. 148 do CTN, em que, mediante processo regular, seja arbitrada a base de cálculo, quando inidôneos os documentos e declarações prestados pelo contribuinte. Com esse entendimento editou a Súmula n0 431 STJ: "É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal" EIS A QUESTÃO! 9) (PFN/2005/ESAF) Considerando o tema "obrigação tributária" e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) O interditado pode ser sujeito passivo da obrigação tributária. ( ) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. ( ) A utilização de pauta fiscal pela administração tributária é uma forma de arbitramento da base de cálculo. ( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador e independe de providência da autoridade fiscal para ser exigida. a) V, V, V, V b) F, V, F, F c) F, V, F, V d) V, F, V, V Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO e) V, F, V, F Solução: A primeira afirmação é verdadeira. A interdição ou curatela é uma medida de amparo criada pela legislação civil; um processo judicial por meio do qual a pessoa é declarada civilmente incapaz, total ou parcialmente, para a prática dos atos da vida civil. O artigo 126 do CTN reza que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais. A segunda assertiva é falsa, tendo em vista o artigo 118, inciso I do CTN, no qual a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. A terceira afirmativa é verdadeira. A pauta fiscal como ensinado é um artifício usado para verificação de preços, quando há duvidas sobre o preço informado pelo sujeito passivo. A quarta afirmativa é verdadeira. A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência do fato gerador. Sem dúvidas, pois está de acordo com os artigos 113 combinado com o 115. A outra parte da assertiva cria dúvidas, pois não está expresso que a exigibilidade independe de providência da autoridade fiscal, porém de acordo como artigo 115:"A obrigação tributária acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal." Vejamos um exemplo como raciocínio: A declaração do imposto de renda da pessoa física, a despeito das isenções, é obrigatória pela legislação tributária, portanto não há necessidade da intervenção da autoridade fiscal para impor a prática. Ocorre intervenção da autoridade fiscal se houver o descumprimento da determinação. A resposta certa é a letra "d". 10) (ATM/NATAL/2008/ESAF) Sobre o crédito tributário e o lançamento, assinale a única opção correta. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO a) O lançamento é o ato administrativo declaratório do crédito tributário e constitutivo da obrigação tributária. Sua finalidadeé a de tornar líquido e certo o crédito tributário já existente e constituído por ocasião da ocorrência do fato gerador. b) A competência atribuída à autoridade administrativa para efetuar o lançamento não é exclusiva, podendo a autoridade judiciária, quando constatado vício formal, promover as devidas retificações. c) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, não restando à autoridade administrativa possibilidade de análise quanto à conveniência e oportunidade do ato. d) Sobrevindo lei de conteúdo material mais benéfica ao contribuinte, após a ocorrência do fato gerador e antes de efetuado o lançamento do tributo, deve a autoridade administrativa aplicá-la. e) O lançamento por arbitramento constitui uma das modalidades de lançamento. Ocorre nas situações em que a autoridade fiscal rejeita o valor de um bem declarado pelo contribuinte e aplica as "pautas fiscais". Solução: A letra "a" está errada. O lançamento constitui o crédito tributário. Base legal: CTN Art. 142. "Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, ...". A letra "b" está errada. Base legal: CTN Art. 142. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. A letra "c" está certa. Conveniência e oportunidade são elementos do ato discricionário. O lançamento tributário é ato vinculado à lei. Base legal: CTN Art. 142. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. A letra "d" está errada. A autoridade administrativa somente poderá aplicar lei mais benéfica nos casos do art. 112 do CTN, não em matéria relativa ao fato gerador. Base legal: CTN Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. A letra "e" está errada. Não existe lançamento por arbitramento. O lançamento nos casos do ICMS em que pode utilizar pauta fiscal é por homologação. Arbitramento é técnica para apurar preços. Base legal: CTN Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. A resposta certa é a letra "c". 11)(FGV/Fiscal/RJ/2009) Analise as afirmativas a seguir: I. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. No entanto, havendo escrituração regular, ainda que parcialmente, o Fisco deverá sempre adotá-la como base de prova. II. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou excluir tributo, pode ser feita a qualquer tempo, independentemente da constituição do crédito tributário pelo lançamento, desde que haja comprovação do erro em que se funde. III. Segundo jurisprudência do STJ, tratando-se de tributo sujeito a lançamento por homologação, e tendo o contribuinte declarado o débito e não pagado no vencimento, considera-se desde logo constituído o crédito tributário, tornando-se dispensável a instauração de procedimento administrativo com a finalidade de promoção do lançamento para viabilizar a posterior cobrança judicial. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem estão corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Solução: A afirmativa I está correta. alternativa correta em atendimento à redação do artigo 148 do CTN bem como ao princípio da verdade material. A afirmativa II está incorreta. A declaração pode ser retificada, comprovado o erro em que se funde, somente antes de notificado o lançamento tributário em obediência à regra veiculada pelo parágrafo único do artigo 147 do CTN. A afirmativa III está correta. Reflete prática adotada pelos entes tributantes e chancelada pelo Poder Judiciário. Nesse sentido: "Segundo jurisprudência que se encontra solidificada no âmbito Deste STJ, a apresentação, pelo contribuinte, da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, é modo de constituição do Crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. A partir desse momento, tem início o cômputo da prescrição qüinqüenal, facultada à Fazenda para providenciar o ajuizamento da ação executiva. (REsp n.839220/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ 26.10.2006, p.245)." A resposta certa é a letra "c". Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: O lançamento, referenciado neste artigo, pertence à modalidade de lançamento de ofício ou direto. Não há nenhuma interferência do sujeito passivo. Ocorre nos casos em que a administração pública já possui os dados para o lançamento ou, através da fiscalização, obtém esses dados. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Esse artigo 149, no caso de revisão de ofício, é combinado com o artigo 145. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; Somente esse inciso trata da revisão de ofício na modalidade do lançamento de ofício. Obviamente que deve atender ao princípio da reserva legal. A lei determinará que o lançamento seja feito, originalmente, para apuração do valor a pagar e demais elementos necessários e imprescindíveis. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; Os demais incisos servem para se fazer a revisão de ofício do lançamento anterior em outras modalidades de lançamento. Neste inciso, podemos citar o exemplo de lançamento, cujo sujeito passivo faleceu antes da lavratura do auto de infração ou notificação de lançamento. Se no lançamento constar o nome do de cujus, o auto ou notificação estará nulo de pleno direito, pois houve erro na identificação do sujeito passivo. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O lançamento com o erro de identificação deverá ser canceladoe a administração fiscal terá o prazo decadencial de 5 anos, da data do fato gerador, para realizar um novo lançamento. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; Em qualquer caso a administração pública intimará o sujeito passivo a prestar esclarecimentos sobre uma declaração entregue anteriormente à Fazenda Pública. Na hipótese de não atendimento ou atendimento insatisfatório, a autoridade fiscal deverá lançar de ofício, com a devida notificação ao contribuinte. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; Este é o caso de alteração independente da causa, o que interessa é a correção, anulando o lançamento anterior ou efetuando novo lançamento, em complementação ao anterior. São casos em que o Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO erro está na declaração do sujeito passivo. É o caso do lançamento por declaração. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; Este inciso se refere ao artigo 150, que trata do lançamento por homologação. Será detalhado quando estudarmos o artigo seguinte. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; Este dispositivo do CTN refere-se a casos em que o lançamento visa à cobrança de penalidade pecuniária, ou seja, a multa. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; Esse inciso traz os casos em que o sujeito passivo ou terceiro em seu benefício tenta enganar a Fazenda Pública. Vamos conceituar os atos dispostos acima. Dolo é o ato consciente que visa emprego de artifícios, induzindo a erro. Na fraude, temos uma ação ou omissão para retardar ou impedir a ocorrência do fato gerador ou modificar-lhe as características para reduzir a base de cálculo. Simulação é a realização de ato ou negócio jurídico regular, porém há uma intenção de esconder algo, com o fim de benefício próprio ou para prejudicar alguém. A diferença entre fraude e sonegação fiscal é que no primeiro, temos a intenção de evitar a ocorrência do fato gerador e no segundo, apesar de já ter ocorrido o fato gerador, evita-se o conhecimento da ocorrência desse fato. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; Este caso é muito comum nas revisões de ofício, realizadas pela Receita Federal no caso do imposto de renda da pessoa física. Por dentro da Receita Federal... Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O caso do inciso VIII, acima, ocorre, por exemplo, quando o sujeito passivo declara despesas médicas e, por parâmetros fiscais, sua declaração fica retida na malha fiscal para verificação. Se o contribuinte não atendeu à intimação, para prestar esclarecimentos, ou atendeu insatisfatoriamente, houve a lavratura da notificação de lançamento. Se um ano depois o contribuinte conseguir juntar as provas e apresentar ao Fisco, por processo administrativo, será revisto de ofício o lançamento anterior, levando em consideração esses novos recibos apresentados. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Esses são casos de erros cometidos pela autoridade fiscal responsável pelo lançamento. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. No parágrafo único, temos a restrição temporal à revisão de ofício. Em geral, a autoridade fiscal tem cinco anos, da notificação ao sujeito passivo, para efetuar o lançamento, Este é o prazo decadencial. Portanto somente dentro do prazo decadencial é possível um novo Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO lançamento e consequentemente a revisão de ofício, necessária ao novo lançamento. JURISPRUDÊNCIA Com base no artigo 149 do CTN, o STJ, em julgamento de recurso especial, decidiu que, apesar de o município ter competência para legislar sobre o IPTU, ele não pode rever de ofício, fora dos dos parâmetros definidos pelo CTN. TRIBUTÁRIO - IPTU - APART-HOTEL: CLASSIFICAÇÃO. 1. Esta Corte tem precedente, no sentido de que o município tem competência para legislar sobre IPTU, podendo classificar os imóveis, definindo quais os que devem pagar a exação municipal mais ou menos gravosa (REsp n. 196.027/RJ). 2. Hipótese em julgamento em que a municipalidade, de forma unilateral, alterou a classificação, invocando os princípios da isonomia e da capacidade contributiva do contribuinte, razões não elencadas no art. 149 do CTN para que se faça a revisão de lançamento (precedente desta Turma REsp n. 1.718/RJ). 3. Recurso especial conhecido e provido pela letra "a" do permissivo constitucional. EIS A QUESTÃO! 12) (PFN/2004/ESAF) Consideradas as disposições do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que é lícito à autoridade administrativa rever de ofício o lançamento já procedido a) somente no caso de lançamento anterior por homologação. b) no caso de qualquer lançamento anterior, exceto o de ofício. c) no caso de qualquer lançamento anterior, inclusive o de ofício. d) somente no caso de lançamento anterior com base na declaração do sujeito passivo. e) somente no caso de lançamento anterior relativo à empresa concordatária. Solução: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A revisão de ofício é realizada tendo como base o artigo 145 combinado como artigo 149 do CTN. A questão pede que o candidato saiba que mesmo o lançamento de ofício pode ser revisto. Com base nos incisos VIII e IX a autoridade fiscal poderá rever o lançamento de ofício. O lançamento não pode ser revisto se houver modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento. Esse é o texto do artigo 146 do CTN, porém a questão não está tratando dessa hipótese. A resposta certa é a letra "c". 13) (SEFAZ-RJ/2010/ESAF) O lançamento regularmente efetuado é revisto pela autoridade nas seguinteshipóteses, exceto: a) quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária. b) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado a declaração a que seja obrigada, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade. c) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação. d) quando a lei ou regulamento assim o determine. e) quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Solução: Base legal: CTN Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; - letra "a" III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; letra "b" VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; letra "c" IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Letra "e" A letra "d" está errada, pois regulamento não pode determinar a revisão de ofício. A resposta a ser marcada é a letra "d". 14) (FCC/FISCAL/RO/2010) O lançamento tributário (A) não pode ser revisto de ofício pela autoridade competente. (B) é regido pela legislação vigente que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou fiscalização. (C) não pode, após regularmente notificado ao sujeito passivo, ser alterado de ofício pela autoridade administrativa. (D) depende sempre de prévia declaração do sujeito passivo ou de terceiro, na forma da legislação tributária. (E) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei vigente ao tempo da prática do lançamento. Solução: A letra "a" está errada. Logicamente, quem lançou o tributo tem o poder/dever de rever de ofício. Base legal: CTN Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A letra "b" está certa. Base legal: CTN Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. A letra "c" está errada. O lançamento após a ciência do sujeito passivo pode ser revisto de ofício conforme art. 145 combinado com o artigo 149. Base legal: CTN Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior. A letra "d" está errada. O lançamento pode ser na modalidade de ofício, sem nenhuma participação do sujeito passivo. Base legal: CTN Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine. A letra "e" está errada. O lançamento rege-se pela lei vigente à data da ocorrência do fato gerador. Base legal: CTN Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. A resposta certa é a letra "b". Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Na modalidade de lançamento por homologação, o sujeito passivo tem o dever de apurar e recolher o tributo calculado. O melhor exemplo, para entendermos como funciona esta modalidade, é o imposto de renda da pessoa física - IRPF. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O sujeito passivo deve entregar a declaração ao Fisco com o imposto apurado e o pagamento recolhido. No ano anterior à entrega, haverá, em alguns casos, o recolhimento na fonte como antecipação ao imposto, que será apurado no exercício seguinte. Depois da entrega da declaração, a administração fiscal irá homologar, confirmar, as informações contidas na declaração, os cálculos e, logicamente, o valor do imposto. Essa homologação está descrita no artigo como: "...tomando conhecimento da atividade...". O que está sendo homologado é toda a sistemática, usada para o recolhimento do tributo. Se necessário a Fazenda Pública irá alterar o imposto declarado, como visto anteriormente. Alguns doutrinadores chamam esse lançamento de "autolançamento", porém o lançamento é atividade privativa da autoridade fiscal, não sendo tecnicamente correto esse nome. No procedimento para a declaração do imposto de renda da pessoa física, temos o caso do recebimento de aluguel. Quem recebe aluguel mensal, acima de certo valor, deve recolher, também mensalmente, o carnê-leão. No ano de 2011, o valor líquido de isenção para recolhimento mensal é de R$ 1.499,15. Eu disse líquido, porque o rendimento tributável é calculado, deduzindo algumas parcelas, relacionadas na legislação aplicada. O carnê-leão é o recolhimento mensal, obrigatório para as pessoas físicas que recebem rendimentos de outras pessoas físicas ou de fontes situadas no exterior. É uma antecipação à Fazenda Pública do imposto que será declarado e recolhido no exercício seguinte ao recebimento. Reparou?! No lançamento por homologação não existe lavratura de auto de infração ou notificação de lançamento. O lançamento é o próprio ato de homologação. Com base neste entendimento, o STJ editou a Súmula n° 436: "A ENTREGA DE DECLARAÇÃO PELO CONTRIBUINTE RECONHECENDO DÉBITO FISCAL CONSTITUI O CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DISPENSADA QUALQUER OUTRA PROVIDÊNCIA POR PARTE DO FISCO." DJe 13/05/2010 RSTJ vol. 218 p. 704 Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO § 1° O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. O crédito tributário estará definitivamente extinto com a homologação da autoridade administrativa. A condição resolutória ou resolutiva ocorre quando o implemento da condição desfaz o ato, que já produzia efeitos. No nosso caso, o sujeito passivo apurou e recolheu o tributo que ele achava devido. A autoridade fiscal pode, em procedimento futuro, constatar falta de pagamento ou pagamento a menor e lançar de ofício o tributo ou o complemento e seus acréscimos pecuniários. Em outras palavras, a extinção do crédito sob condição resolutóriade ulterior homologação ao lançamento, quer dizer que o crédito tributário somente será extinto quando ocorrer a homologação do lançamento. § 2° Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. O parágrafo 2o refere-se aos pagamentos, realizados com a finalidade de extinguir o crédito e consequentemente a obrigação tributária. § 3° Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Os pagamentos citados no parágrafo 2° serão usados no procedimento de homologação, deduzindo o valor do saldo a pagar, inclusive em relação aos acréscimos pecuniários. Como dissemos, se não houver a homologação, a autoridade fiscal lavrará um auto de infração ou notificação de lançamento com o valor correto do imposto e seus acréscimos pecuniários. Nesse caso, os pagamentos serão computados para a dedução do saldo devedor. § 4° Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O parágrafo acima determina que o crédito esteja extinto com a homologação. O CTN começa o parágrafo assegurando que será de 5 anos o prazo para homologação pela autoridade fiscal competente, porém podem existir casos em que a lei determinará prazos diferentes. Existem dois modos de homologação. A homologação expressa e a tácita. Na homologação expressa, a autoridade administrativa irá publicar ato para ciência da homologação, em relação às atividades do sujeito passivo. Na homologação tácita, a Fazenda Pública terá o prazo de 5 anos, em regra, para homologar expressamente. Se houver inércia da Administração, então os procedimentos estarão homologados tacitamente ao final do 5° ano. Esse prazo, de cinco anos, coincide com o prazo de decadência para um novo lançamento da autoridade fiscal. O início da contagem do prazo faz-se da data da ocorrência do fato gerador. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Vimos que, na verdade, ocorre inércia do Poder Público em analisar os procedimentos, realizados pelo sujeito passivo para realizar a homologação. Desse modo só restará a Administração aceitar todos os procedimentos de Sujeito Passivo, extinguindo o crédito junto com a obrigação tributária. MODALIDADES DE LANÇAMENTO: > De ofício - Sem participação do contribuinte. > Por declaração ou misto - Com participação do contribuinte. > Por homologação - A administração somente confirma atividade informada pelo contribuinte. JURISPRUDÊNCIA O STJ entende que o prazo decadencial do lançamento por homologação é de 5 anos. Seguem vários julgados, tendo como base o art. 150, §4° do CTN. TRIBUTÁRIO - DECADÊNCIA - LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - Nos tributos sujeitos ao regime do lançamento por homologação, a decadência do direito de constituir o crédito tributário se rege pelo art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, de modo que o prazo para esse efeito será de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador (a incidência da regra supõe, evidentemente, hipótese típica de lançamento por homologação, aquela em que ocorre o pagamento antecipado do tributo). Se o pagamento do tributo não for antecipado, já não será o caso de lançamento por homologação, situação em que a constituição do crédito tributário deverá observar o disposto no art. 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Recurso especial conhecido e improvido (REsp199.560/Pargendler). (STJ - REsp 172.997 - SP - Rel. Min. HumbertoGomes de Barros - DJU 01.07.1999 - p. 125). TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - ISS - AÇÃO DE NULIDADE DEDÉBITO FISCAL E MEDIDA CAUTELAR DE DEPÓSITO DAS IMPORTÂNCIAS CONSIGNADAS EM AUTO DE INFRAÇÃO - Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO DECADÊNCIA - ACOLHIMENTO - APLICABILIDADE DO ARTIGO 150, §4°, DO CTN - I - Sendo o ISS imposto antecipado pelo contribuinte,ao seu lançamento aplicam-se as regras do artigo 150 do CTN, e a respectiva extinção do crédito tributário obedece ao disposto no §4° do mesmo dispositivo legal. II - In casu, operou-se a decadência, desde que a contagem do prazo inicia-se com a ocorrência do fato gerador do ISS e, em havendo homologação tácita, o crédito tributário encontra-se extinto (art. 150, § 4°, do CTN). Precedente jurisprudencial. III - Recurso provido. Decisão unânime. (STJ - REsp29828 - SP - 1a T. - Rel. Min. Demócrito Reinaldo - DJU 01.02.1999- p. 106). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - RECURSO ESPECIAL - CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - DECADÊNCIA - A pretexto de apontar contradição existente no venerando acórdão recorrido, pretende o recorrente, na verdade, o novo julgamento da causa. Consoante já mencionado no acórdão agravado, foi acolhido sim o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que adota o prazo de 5 anos para homologação e, após, 5 anos para a constituição do débito tributário. Na hipótese, porém, os primeiros 5 anos, para a homologação, restaram ultrapassados, motivo pelo qual não poderia ter o recorrente inscrito o débito na dívida ativa. "A caducidade opera-se em relação ao direito material de constituir o crédito tributário e, se tal não se verifica no tempo aprazado, ele se extingue em definitivo, descabendo sua cobrança posterior" (REsp216.758/SP, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJU 13.03.2000).Embargos rejeitados. Decisão por unanimidade. (STJ - EDcl-REsp158.065 - (1997.0087910-0) - SP - 2a T. - Rel. Min. Franciulli Netto- DJU 13.08.2001 - p. 86). EIS A QUESTÃO! 15) (TRF/2005/ESAF) Sobre as modalidades de lançamento do crédito tributário, podemos afirmar que a) lançamento por homologação é feito quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de calcular o tributo, submetê-lo ao prévio exame da autoridade administrativa, e realizar seu pagamento. b) o lançamento por declaração é aquele feito em face da declaração prestada pelo próprio contribuinte ou por terceiro. c) o lançamento de ofício é aquele feito pela autoridade administrativa, com base nas informações prestadas pelo contribuinte. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO d) a revisão do lançamento, em quaisquer de suas modalidades, pode ser iniciada mesmo após a extinção do direito da Fazenda Pública, nos casos de erro por parte do contribuinte. e) na hipótese do lançamento por homologação, não fixando a lei ou o regulamento prazo diverso para homologação, seu prazo será de cinco anos, contados do fato gerador Solução: A alternativa "a" está incorreta, porque no lançamento por homologação o contribuinte não apresenta a declaração à autoridade administrativa para prévio exame, de acordo com o artigo 150 do CTN. A alternativa "b" está correta, conforme artigo 147:" O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação." A alternativa "c" está incorreta, porque o artigo 149 define que a autoridade tributária efetuará o lançamento de ofício sem a participação do sujeito passivo. A alternativa "d" está incorreta, porque o parágrafo único do artigo 149 define que o direito de lançar da Administraçãosomente se inicia antes de extinto o direito da Fazenda. A alternativa "e" está incorreta, porque o CTN não fala em regulamento. Diz que somente a lei pode fixar prazo para homologação. A resposta certa é a letra "b". 16) (TTN/98/ESAF) No que diz respeito ao lançamento tributário, pode afirmar-se que, de acordo com o Código Tributário Nacional, a) apesar de decorrente de lei, a atividade fiscal que culmina com o lançamento tem caráter discricionário, a ser sopesado pelo agente fiscal b) as modalidades de lançamento são: direto, por homologação e de ofício, somente c) ele somente pode ser efetuado de ofício quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO d) pagamento antecipado pelo obrigado, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, extingue o crédito tributário, sob condição resolutória e) a alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo somente pode dar-se por meio de impugnação deste último Solução: A letra "a" está errada. Base legal: CTN artigo 142, Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. A letra "b" está errada. As modalidades listadas no CTN nos artigos 147 a 150 são exemplificativas. Nada obsta que a administração tributária resolva criar uma nova modalidade de lançamento. A letra "c" está errada. O lançamento de ofício pode ser efetuado, segundo o artigo 149 do CTN também em virtude de erro ou à critério da administração tributária. A letra "d" está certa. CTN em seu artigo 150, § 1° O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. A letra "e" está errada. A alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode dar-se por meio de impugnação deste último ou por recurso de ofício ou por iniciativa de ofício da autoridade administrativa de acordo com artigo 145 do CTN. A resposta certa é a letra "d". 17)(TRF/2000/ESAF) • Uma nova lei do imposto de renda, reduzindo a alíquota de um imposto, entrou em vigor e há uma exigência tributária relativa a fatos ocorridos antes dessa lei. O lançamento do imposto deve levar em consideração a lei nova? • A modificação introduzida nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento pode ser Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fatos geradores ocorridos anteriormente à sua introdução? • A impugnação de um lançamento carece de efeito suspensivo para a exigibilidade do crédito tributário, isto é, o crédito tributário impugnado pode ser executado na pendência da impugnação? a) não, não, não b) sim, sim, sim c) não, não, sim d) não, sim, sim e) sim, não, não Solução: A resposta à primeira pergunta é não. Base legal: CTN art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116. CTN Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. CTN Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 42 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A resposta à segunda pergunta é não. A lei somente retroage nos casos listados no artigo 106: leis interpretativas e lei mais benigna ao infrator. A resposta à terceira pergunta é não. O crédito tributário impugnado tem sua exigibilidade suspensa, de acordo com o artigo 151 do CTN. Base legal: CTN Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; A resposta certa é a letra "a". 18) (ATRFB/2009/ESAF) Sobre o lançamento, procedimento administrativo que faz nascer a obrigação tributária, é correto afirmar que: a) por meio do lançamento, constitui-se o crédito tributário, apontando o montante devido correspondente à obrigação tributária principal, que abrange o tributo, mas não abrange eventuais penalidades pecuniárias pelo descumprimento da obrigação tributária. b) o lançamento é indispensável para o recebimento do crédito tributário (por exemplo, nos casos de crédito consignado em pagamento e na conversão de depósito em renda), em qualquer situação. c) o tributo, por força do CTN, é lançado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, não sendo admissíveis impugnações de quaisquer natureza. d) a forma do lançamento dependerá do regime de lançamento do tributo e das circunstâncias nas quais é apurado, sendo que, por não seguir o princípio documental, não necessariamente conterá a totalidade dos elementos necessários à identificação da obrigação surgida. e) ainda quando de fato seja o lançamento feito pelo sujeito passivo, o Código Tributário Nacional, por ficção legal, considera que a sua feitura é privativa da autoridade administrativa, e por isto, no plano jurídico, sua existência fica sempre dependente de homologação por parte da autoridade competente. Solução: A letra "a" é falsa. Base legal: CTN art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 43 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A letra "b" é falsa. Nos casos citados de crédito consignado em pagamento e na conversão de depósito em renda, eles são provenientes de ação judicial, portanto não há razão para se falar em lançamento para exigência do crédito. Base legal: CTN art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: § 2° Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda A letra "c" é falsa. O lançamento é atividade vinculada à lei e pode ser impugnada no prazo legal de 30 dias da ciência do lançamento. Base legal: CTN art. 142 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; A letra "d" é falsa. Como todo ato administrativo o ato do lançamento deve ser formal. O CTN aborda os três tipos de lançamento: de ofício, por homologação e por declaração. Base legal: CTN art. 142. "Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
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