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EFEITO DA HIDROTERAPIA SOBRE A DOR E QUALIDADE DO SONO EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA EFFECT OF HYDROTHERAPY ON PAIN AND SLEEP QUALITY IN PATIENTS WITH FIBROMYALGIA Rosa Elizabeth Ramírez¹; Aryadnne Luyse Schactae²; Elton Jorge Matos3; Cristiane Bulik Veiga4; Cristiani Aparecida Pereira de Mello5 1 Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais- CESCAGE, Ponta Grossa- PR, e-mail: rosa.elizabeth87@gmail.com 2 Mestre em Ciências da Saúde, Docente do curso de Fisioterapia pelo Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE - Ponta Grossa, Paraná, 2018. E-mail: aryluyse@hotmail.com. 3 Especialista em Bases Médicas do Movimento Humano, Docente do curso de Fisioterapia pelo Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE - Ponta Grossa, Paraná. E- mail: eltonjorgematos@hotmail.com.br 4 Mestre em Tecnologia em Saúde, Docente do curso de Fisioterapia pelo Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE - Ponta Grossa, Paraná, 2018. E-mail: acquaclin@uol.com.br. 5 Mestre em Ergonomia e Doutora em Educação, Docente do curso de Tecnologia em Radiologia pelo Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE - Ponta Grossa, Paraná, 2018. E-mail: cristianimello@uol.com.br PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA: Número: 1.961.454 Resumo: A fibromialgia é uma doença reumática, que apresenta 18 pontos dolorosos denominado tenders points na palpação em diferentes regiões do corpo. Diante dos expostos o objetivo desta pesquisa foi analisar o efeito da hidroterapia sobre a dor e qualidade do sono em pacientes com fibromialgia. A pesquisa foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Faculdades Integradas Dos Campos Gerais Cescage. Participaram deste estudo 8 mulheres, sendo que duas desistiram, uma por não conseguir comparecer no horário combinado e outra devido á problemas de pele. Foram submetidas a 12 sessões de hidroterapia durante 60 minutos duas vezes por semanas. Após 12 sessões de atendimento realizou-se uma nova avaliação onde verificou- se diminuição da intensidade da dor através da Escala Visual Analógica (EVA), diminuição do escore no Questionário de Impacto da Fibromialgia (QIF) e diminuição do escore no Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg (PSQI), demonstrando melhora na capacidade funcional e da qualidade do sono das pacientes fibriomiálgicos. O atendimento em meio aquático associados a exercícios cinesioterâpeutico pode ser utilizado para a diminuição da dor, melhoras do sono e melhoras da qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos. Entretanto, as alterações de sono não foram correlacionados positivamente ao mailto:cristianimello@uol.com.br impacto da sindrome da fibromiálgia. Palavras - Chaves: fibromialgia, dor, sono, hidroterapia. Abstract: Fibromyalgia is a rheumatic disease that presents 18 painful points called tenders points on palpation in different regions of the body. In view of the exposed, the objective of this research was to analyze the effect of hydrotherapy on pain and sleep quality in patients with fibromyalgia. The research was conducted at the Physiotherapy Clinic of Faculdades Integradas Dos Campos Gerais Cescage. Eight women participated in this study, two of them gave up, one because they could not attend the combined timetable and the other because of skin problems. They underwent 12 hydrotherapy sessions for 60 minutes twice per week. After 12 sessions of care, a new evaluation was carried out, in which the pain intensity was reduced through the Visual Analogue Scale (EVA), the Fibromyalgia Impact Questionnaire (QIF) score decreased and the score in the Quality Index of (PSQI), demonstrating an improvement in the functional capacity and sleep quality of fibrinomial patients. Aquatic care associated with kinesiotherapeutic exercises may be used to reduce pain, improve sleep and improve the quality of life of fibromyalgic patients. However, sleep disturbances were not positively correlated with the impact of fibromyalgia syndrome. Key Words: fibromyalgia, pain, sleep, hydrotherapy INTRODUÇÃO A fibromialgia é uma doença reumática, caracterizado por dor muscular difusa dificultando a qualidade de vida do paciente. Esta patologia trás consigo sintomas como a depressão, ansiedade, distúrbio de sono, fádiga, déficit de mémoria, cefáleia, constipação e diárreia (HECKER et al., 2011). Segundo American College of Rheumatology (ACR) em 1990, o diagnóstico desta doença baseia-se na localização de pontos dolorosos denominado de tenders points, na palpação durante 3 meses. Acomete geralmente mulheres na baixa etária de 35 a 55 anos de idade, sendo considerada uma das queixas mais frequentes em consultório de reumatologia (LORENA et al., 2016). Segundo Heymann(2010) a prevalência de fibromialgia no mundo varia de 0,7 a 5% quando levamos em consideração a população geral. No Brasil é provavelmente a segunda doença reumatológica mais frequente apresentando uma prevalência em torno de 2,5%. A fibromialgia é uma síndrome primariamente pesquisada e tratada por reumatologistas por motivo de envolver um quadro crônico de dor musculoesquelética, mas frequentemente estes pacientes requerem um acompanhamento multidisciplinar com o objetivo de alcançar uma abordagem ampla e mais completa de seus sintomas e comorbidades (HEYMANN et al., 2010). Seu diagnóstico é claramente clínico, através da palpação muscular para a localização dos tenders points, não há exame laboratorial ou outros exames complementares para a sua comprovação (MOREIRA; CARVALHO, 2001). Os pontos dolorosos para o diagnóstio da fibromialgia localiza- se na região occipital; borda médio- superior do trapézio; músculo supra espinhoso; quadrante superior externo do glúteo; grande trocanter; região equivalente entre os espaços vertebrais de C5-C7; junção da segunda costela; dois centímetros abaixo do epicôndilo lateral e borda medial do joelho. Sendo no total dezoito tenders points (pontos dolorosos) (SCOTTON et al., 2010). O quadro clinico que estes pacientes apresentam além da dor muscular generalizda, queixam-se também de pontadas, queimação, parestesias, e sensação de pesos. Estes pacientes não demonstram exatamente a localização dos pontos dolorosos (tenders points) alguns relatam que sentem dores nos músculos, outros nas articulações, e outros relatam que tem a sensação de dor nos ossos e nervos (SCOTTON et al., 2010). Diversos estudos demonstram que os pacientes com fibromialgia possuem um limiar de dor rebaixado, clinicamente observado pela sensibilidade aumentada à palpação e a outros estímulos nociceptivos, e apresentam hiperalgesia que é caracteristica nesses pacientes (HEYMANN, 2010). Outra queixa frequente que os pacientes apresentam é o sono não reparador. De acordo com Azevedo (2016) uma noite mal dormida pode aumentar a dor. Tratar o sono pode diminuir a dor e a fadiga. Outros pacientes relatam que têm sono bom, dormem toda a noite, mas mesmo assim acordem mais cansados do que antes de se deitar (MOREIRA; CARVALHO, 2001). Segundo Tufik (2008) a redução na eficiência do sono pode ser decorrente do aumento da latência do sono, ou seja, do tempo que entre o inicio do registro e o adormecer, ou dos despertares maiores que 15 segundos que ocorrem durante á noite. Muitas fibromiálgicos queixam-se do sono não reparador, que é uma sindrome caracterizada pelo aparecimento dos tenders points ao lado do distúrbios de sono, no qual a instrusão de ondas alfas durante a ondas lentas constitiu padrão polissonográfico característicos. Alguns apresentam apneia durante o sono este caso é mais comum em homens do que nas mulheres. Outros pacientes relatam que têm sono bom, dormem toda a noite, mas mesmo assim acordem mais cansados do que antes de se deitar (MOREIRA; CARVALHO, 2001).Para o tratamento da fibromialgia, deve ser terapia medicamentosa associada à terapia não medicamentosa com o objetivo de diminuir os sintomas (SANTANA; ALMEIDA, BRANDÂO, 2010). A fisioterapia tem um papel fundamental no tratamento da fibromialgia com a utilização de exercícios físicos e a técnica de hidroterapia, a fim de diminuir a dor e outros sintomas que lhe traz desconforto, e o aumento da capacidade funcional seja em casa ou no local de trabalho (MARQUES et. al, 2002). A utilização da água aquecida como método de tratamento é altamente recomendado para pacientes fibromiálgicos. A palavra Hidroterapia deriva das palavras gregas hydor (água) e therapeia (cura), esta técnica é tão antiga quanto à história da humanidade. A temperatura indicado para o tratamento da fibromialgia é de 32 a 34 graus (CAMPION, 2000). Segundo Cunha e Caromano (2003) tem sido observado ao longo dos anos, através de relatos de pacientes e observações empíricas, que o uso da hidroterapia como meio promotor do relaxamento apresenta resultados satisfatórios.A fisioterapia aquática pode trazer grandes benefícios ao tratamento dos pacientes fibromiálgicos. Seu objetivo é a diminuição da dor, melhora do condicionamento físico, melhora do sono através do esforço físico e relaxamento, corrigindo também a postura corporal do doente (RUOTI; MORRIS, COLE, 2000). Segundo Becker e Cole (2000) a água proporciona efeitos no sistema nervosos central e periférico que un do efeito é o relaxamento e através do relaxamento que a imersão proporcionou age sobre a percepção da dor. Onde são afetadas as terminações nervosas, incluindo os receptores da temperatura, tato e pressão. Citou- se que o extravassamento sensorial como mecanismo pelo qual a dor é menos percebida quando a parte afetada do corpo esta imersa na água. A modulação da dor é, conseqüentemente, afetada por um aumento limiar da dor, o que aumenta com a temperatura e a turbulência da água. Sendo assim o efeitos da água aquecida também agem no estado psicológico do paciente proporcionando autoconfiança o aumento da autoestima, o relacionamento no meio social, relaxamento, equilíbrio emocional e autocontrole (BIASOLI; MACHADO, 2006). De acordo com Heymann et al. (2010)as aplicações dos exercícios deve ser de inicio leve, sendo abaixo da capacidade aeróbica do paciente e progredir em frequência, duração ou intensidade, quando o condicionamento e de força aumentar. Com a prática de atividades físicas, levará ao paciente o aumento do condicionamento físico e muscular, diminuindo gradativamente a fádiga, cansaço físico, e a alteração do sono. Sendo assim a hidroterapia além de proporcionar o relaxamento através dos efeitos da água, permite aos fibromiálgicos uma evolução mais rápida do que em tratamento realizada em solo (SALVADOR; SILVA,ZIRBES, 2005). A prática de atividades física proporciona um efeito analgésico este estimula a liberação de endorfinas, que é um antidepressivo e por proporcionar uma sensação de bem-estar global e de autocontrole. Estudos recentes têm demonstrado que a atividade física melhora a ativação de áreas cerebrais relacionadas à regulação da dor (HEYMANN, 2010) Desta forma os tratamentos fisioterápicos em pacientes com fibromialgia são indispensáveis para a diminuição da dor, melhora do sono e para melhoras das práticas das atividades diárias. O objetivo desta pesquisa é determinar a eficácia da hidroterapia na dor e na qualidade do sono em pacientes portadores de fibromialgia. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo longitudinal e intervencional, e foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Faculdades Integradas Dos Campos Gerais Cescage, realizado no período de agosto e setembro de 2016. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ensino Superior do Campos Gerais (CEP/CESCAGE). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Participaram 8 mulheres na faixa etária de 35 a 55 anos de idade, ativas e alfabetizadas que aceitaram participar da pesquisa. Das 8 mulheres 2 pacientes desistiram, uma devido a varizes no membro inferior direito e este estava formando uma úlcera no local, e a seguinte paciente devido à impossibilidade de se apresentar ao horário de atendimento. Foram adotados como critérios de Inclusão: (a) pacientes sexo feminino portadoras de fibromialgia; (b) pacientes que apresentam dores musculares; (c) pacientes de 35 a 55 anos de idades; (d) pacientes que apresentam dificuldades para dormir; (e) pacientes com capacidade de realizar os exercícios em meio aquático. E como critérios de exclusão: (a) pacientes que apresentam problemas de pele ou feridas abertas; (b) pacientes com comprometimento neuromuscular ou ortopédicas que impeçam a realização dos exercícios de forma ativa; (c) pacientes com déficit mental; (d) pacientes com fraturas não consolidada; (e) pacientes com incontinência urinária ou fecal; (f) pacientes com crise de asma ou outras doenças pulmonares e/ou cardiovasculares. Os pacientes selecionados passaram por duas avaliações, inicial e final (após 12 sessões de atendimento no meio aquático). Os intrumentos utilizados foram: Escala Visual Analógica (EVA) é uma escala de dez centímetros que é constituída por números de 0 a 10 para qualificar a intensidade da dor, sendo que de 0 a 2 é classificada de leve, de 3 a 7 é classificada como dor moderada e 8 a 10 dor intensa para avaliar o grau da dor. O Questionário de Impacto da Fibromialgia (QIF) é composto por 19 questões, organizadas em dez itens. Quanto maior o escore maior é o impacto da fibromialgia na qualidade de vida, este avalia os sintomas da dor, ansiedade, depressão e outras características da fibromialgia; e para avaliar a qualidade do sono foi utilizado O Índice da Qualidade de Sono de Pittsburg (PSQI) é um questionário composto por dezenove itens, que são agrupados em sete componentes, cada qual pontuado em uma escala de 0 a 3 que avalia a qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, a eficiência habitual do sono, distúrbios do sono, analisa o uso de medicação para dormir e a disfunção diurna. Os escores dos sete componentes são somados para conferir uma pontuação global do PSQI, que varia de 0–21. Pontuações de 0–4 indicam boa qualidade do sono; de 5–10 indicam qualidade ruim; e acima de 10 indicam distúrbio do sono. Os pacientes foram submetidos a 12 sessões de atendimento em meio aquático, começando com o aquecimento durante 10 minutos sendo realizados caminhadas de frente, lateral, posterior e bicicletas; exercícios aeróbica de média intensidade sem cargas e se grandes impactos durante 10 minutos como correr, pular e dançar; alongamento muscular sendo os músculos alongados do pescoço, peitoral, grande dorsal e inclinadores laterais do tronco, deltoides, triceps braquial, isquiostibiais, reto femoral e iliopsoas, músculos adutores do quadril, músculo glúteos durante 20 minutos. Fortalecimento muscular, sendo os músculos fortalecidos rombóides, manguito rotador, glúteos, abdutores, e quadriceps, durante 10 minutos. E para o relaxamento muscular, foi utilizada o método de Ai-Chi durante 10 minutos, sendo realizada 2 vezes semanais com duração de 60 minutos. ANÁLISE ESTATÍSTICAS Foi utilizado média aritmética simples e o desvio padrão. Para análise de correlação entre as variáveis da FIQ e PSQI foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman. O pacote de software de análise estatística (SPSS Statistic 23), foi utizado para realizar a correlação entre as duas escalas sendo adotado um valor de p<0,05 como estadisticamente significativo. RESULTADOS Os resultados obtidos estão expressas em média e desvio padrão sendo obtido do valor inicial e final do tratamento (Tabela 1).Tabela1. Demonstra os resultados os valores da média e desvio padrão no intervalo inicial e final do tratamento, onde 1,2 3... representam os pacientes. Os resultados obtidos de antes e depois das escalas, onde todas as pacientes apresentaram intensidade de dor, significativos assim como os distúrbios de sono e alteração na qualidade de vida (Tabela 2). Tabela 2. Resultados dos escores antes e depois das escalas Ao respeito da Eva as pacientes apresentaram grande intensidade de dor inicialmente, mas com o tratamento em meio aquático houve melhora significativa deste. As mesmas relatam que durante o tratamento diminuíram a dose de medicamento para dor e outras se esqueceram de tomar, pois não apresentavam desconforto de dor (Gráfico 1). Gráfico 1: Graus de intensidade da dor antes e após o atendimento. Quanto ao FIQ, verificou-se que inicialmente as pacientes tinham alteração da capacidade funcional, logo após o tratamento de hidroterapia houve melhoras significativas dessas pacientes. Comentaram que voltaram a realizar atividades que antes não realizada por motivo da dor e pela falta de disposição, sendo que as atividades que voltaram a realizar foram cuidar do quintal, retirar uma cortina para lavar, subir na cadeira para colocá- la novamente no lugar. (Gráfico2). Gráfico 2: Demonstra a evolução na qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos. Quanto à qualidade do sono, avaliada em Pittsburg verificou-se que inicialmente as pacientes apresentavam distúrbios de sono, após o atendimento em meio aquático, houve melhora significativa deste. Também relataram que diminuíram a quantidade de medicamento para dormir durante o tratamento. Teve paciente que relatou que de 30 gotas de medicamentos para dormir diminuiu para 10 gotas e no final do atendimento estava utilizando apenas 5 gotas deste (Gráfico 3). Gráfico 3: Todas as pacientes apresentaram melhora na qualidade de sono por avaliação no PSQI, após o tratamento em meio aquático. Gráfico 4: Correlação entre a ferramenta de PSQI e a FIQ, não apresenta correlação positivas entre as duas variáveis (r = ,265; p =, 612). O atendimento em meio aquático associados ao exercícios aeróbicos de baixa intensidade e cinesioterapia em pacientes fibromiálgicos após 12 sessões de atendimento demonstrou-se eficaz na diminuição da dor, melhora na capacidade funcional e melhora de sono das pacientes. O resultado desta pesquisa demonstra a eficácia da hidroterapia para tratamento da diminuição dos sintomatologia presentes em pacientes fibromiálgicos. Discussão. O atendimento em meio aquático mostrou-se eficaz na diminuição dos sintomas da dor, melhora da qualidade de sono e melhora da qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos. Com respeito as ferramentas QIF e PSQI não obteve-se uma correlação estadisticamente positiva nesta pesquisa. Pesquisa realizado por Orlandi et al. (2012) avaliaram 80 pacientes fibromiálgicos utilizando o ferramentas FIQ e o PSQI onde encontraram correlações positivas entre as duas variáveis utilizando o coeficiente de Spearmean, principalmente em componentes 2 relacionados a latência do sono em PSQI, afirmando que quando maior a pontuação em componente 2, o escore final de ferramenta FIQ também sofrerá alterações. Outra pesquisa realizado por Silva et al. (2012) onde avaliaram 30 pacientes fibromiálgicos onde somente 27 pacientes concluíram o tratamento em meio aquático, utilizaram as ferramentas de PSQI e FIQ não encontraram correlações positivas entre as duas variáveis. Os mesmos autores encontraram melhoras na qualidade de vida e na qualidade de sono dos pacientes após tratamento em meio aquático. Estes acreditam que a SFM apresenta em sua patogenia alterações nos sistemas musculoesquelético, neuroendócrino e sistema nervoso central. Como a dor muscular é o principal sintoma da doença, pensou-se no sistema musculoesquelético como causa primária da síndrome. Nesta pesquisa esperava-se uma correlação positiva entre as duas variáveis, já que as pacientes que apresentaram maior impacto da SFM, também apresentaram maior comprometimento no grau de sonolência, acredita que o número de amostra pode interferir durante o cálculos dos resultados, pois é uma amostra extremamente pequena comparado com primeiro autor, sendo que também o segundo autor apresentou uma amostra inferior da do primeiro onde não obteve correlações positivas entre as duas variaveis. Estudo realizados por Ido,Rothenbühler, Janz (2003) avaliaram 5 pacientes fibromiálgicos juvenís e encontraram que a maioria apresentavam altos índices de dor pela EVA. A intensidade de dor das pacientes nesta pesquisa foi também foi graduada através da EVA, onde todas apresentaram grau de dor acima de 8 classificado como dor intensa antes do tratamento. Após atendimento em meio aquático, 1 paciente apresentou grau de dor 7, classificado como dor de intensidade moderada, 5 pacientes apresentaram diminuição de grau da dor abaixo de 5, onde 1 paciente apresentou intensidade de dor moderada e 4 pacientes intensidade de dor leve. Isto afirma que a água aquecida combinado aos exercícios ajuda na diminuição da dor através dos efeitos físicos da água, além do relaxamento muscular que este proporciona. Segundo Haun et al. (2010) a serotonina é o principal neuromediador destas sinapses e tem como uma das suas funções prioritárias a estimulação dos neurônios corticais e medulares envolvidos na inibição dos estímulos aferentes dolorosos. Na fibromialgia, os níveis de serotonina no SNC estão diminuídos, embora a causa deste fenômeno não esteja ainda bem compreendida. Os mesmos autores afirmam que os pacientes com fibromialgia apresentam condicionamento aeróbio inferior ao de indivíduos sedentários normais. Quando submetidos a programas de condicionamento físico existe uma correlação clara entre melhora aeróbia e melhora dos sintomas. O QIF é um instrumento que tem sido usado em vários estudos clínicos para avaliar a função física e o impacto da SFM na qualidade de vida dos pacientes. Ele avalia a qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos, juntamente com questões relacionadas à capacidade funcional, situação profissional, distúrbios psicológicos e sintomas físicos. Sua versão para a língua portuguesa foi validada em 2006, e mostrou-se um instrumento de fácil compreensão e aplicação, válido e confiável para medir a capacidade funcional e o estado de saúde de pacientes com SFM, auxiliando, assim, no diagnóstico e no tratamento da doença ( SILVA et al., 2012). Neste estudo todas as pacientes apresentaram aumento significativo na QIF na avaliação do pré-tratamento, considerando que quando maior o escore deste maior é o impacto da fibromialgia sobre a qualidade de vida dos pacientes. Na avaliação após o atendimento todas as pacientes apresentaram diminuição de escore na QIF, onde voltaram a realizarar atividades que antes não realizavam por motivo da desconforto da dor, ou falta de disposição demonstrando que houve melhora na qualidade de vida destas. Estudos realizados por Salvador, Silvia e Zirbes (2005) com 30 mulheres com diagnóstico clinico de fibromialgia na faixa etária de 55 anos, após 11 sessões atendimento de 70 minutos com frequência de 3 vezes por semana, obteve-se redução no quadro álgico, redução da fadiga muscular, melhora da qualidade de vida e melhora qualidade do sono após o tratamento de hidrocinesioterapia. Outros estudos realizados sobre o exercício aeróbico de baixo impacto, como caminhar, andar de bicicleta e atividades na água evidenciaram que o exercício reduz a dor e proporciona um bem-estar (ROCHA et.al, 2006). Hecker et al. (2011) realizaram uma pesquisa com 24 pacientes fibromialgicos dividido em dois grupos; cinesioterapia e hidrocinesioterapia ambas foramcompostas por exercícios aeróbios de baixa intensidade e alongamentos musculares totalizando 23 semanas de atendimento, onde obtiveram resultados positivos nos dois grupos, sendo indispensável a prática de atividades fisica na melhora da qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos. Os autores relataram que os exercícios podem influenciar positivamente no estado mental, melhorando o autoestima e diminuindo a depressão das pacientes. Isto foi observado com o decorrer do atendimento onde pacientes extremamente desanimada, e com menor interesse de convívio social, no final de atendimento apresentaram mudança de comportamento demonstrando interesse de convívio social. Os resultados obtido nesta pesquisa esta de acordo com o que foram encontradas na literatura que água é um recurso importante para a diminuição dos sintomatologia desta patologia. Ao respeito da qualidade de sono todas as pacientes apresentaram distúrbios de sono durante a avaliação através da ferramenta que foi utilizado para avaliar a qualidade do sono o PSQI antes do tratamento. Após atendimento em meio aquático todas as pacientes apresentaram diminuição da escore em PSQI, através desse resultado obtido pode-se afirmar que os atendimento em meio aquático contribuiu para a melhora da qualidade de sono dos fibromiálgicos. Estudos realizados por Silva et al. (2012) onde avaliaram 30 pacientes portadoras de fibromialgia na faixa etária entre 30 e 65 anos, onde utilizaram a ferramenta de PSQI, verificaram melhoras qualidade de sono dos pacientes após 15 sessões de atendimento em meio aquático. Os mesmos pesquisadores afirmaram que melhora de sono pode estar relacionado ao aumento de serotonina após a imersão em meio aquático e com a prática de exercícios realizados na água a 32 graus. Pesquisa realizados por Batista et al. (2011) utilizando vários artigos encontrou que segundo vários autores que utilizaram a água associados aos exercícios cinesioterâpeuticos, proporcionaram melhora da qualidade de vida, melhora da qualidade do sono e a diminuição da dor desses pacientes. O presquisador concluiu a eficácia da hidroterapia na diminuição das sintomatologia em pacientes fibromiálgicos. O mesmo autor encontrou resultado contraditório que não houve diferenças significativas relativamente à dor entre o grupo que realizou exercícios aquáticos e o que realizou exercícios terrestres. Os resultados positivos obtidos nesta pesquisa na melhora da qualidade de vida, na diminuição da dor, e na melhora da qualidade do sono utilizando a água associados aos exercícios, discorda com tal autor. Apesar de não ter sido comparada com outro método de intervenção, os resultados obtido desta pesquisa são favoráveis à execução da hidroterapia associado aos exercícios de cinesioterapia demonstrando que são eficaz ao tratamento de pacientes com fibromialgia. CONCLUSÃO Através dos resultados encontrados neste estudo, pode-se concluir que o atendimento em meio aquático foi eficaz á diminuição dos sintomas da fibromialgia diminuindo o grau e escore na escala e nos questionários utilizados antes e após o atendimento. Diante dos expostos pode-se supor que atendimento em meio aquático associado a exercícios cinesioterâpeutico pode ser utilizado para a diminuição da dor, melhoras do sono e melhoras da qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos. Entretanto, as alterações de sono não foram correlacionados estatisticamente ao impacto da sindrome da fibromiálgia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Hecker CD, MELOC, Tomazoni SS, Lopes - Martins RAB, Leal - Junior ECP . 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