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Transparência Legislativa

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Prévia do material em texto

Conteúdista
Marcos Ruben de Oliveira
Guilherme Brandão
Áquila Silva do Carmo
Desenho Instrucional
Claudio Cunha de Oliveira
Desenho Editorial
Fabio de Faria T. Rodrigues
Vinícius Menezes da Silva
Vinicius Soares Motinha
Designer
Vinicius Soares Motinha
Revisão
Jorge Porcaro
Senado Federal
Complexo Arquitetônico do Senado Fede-
ral, Via N2. Bloco de apoio nº 12.
CEP | 70165-900
Instituto Legislativo Brasileiro
Plataforma de Ensino a Distância Saberes 
Distribuição:
saberes.senado.leg.br
CRÉDITOS
Unidade 1 
 
Unidade 2 
Unidade 3
Unidade 4
MÓDULO I
NOÇÕES DE TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
MÓDULO II
TRANSPARÊNCIA NO PODER LEGISLATIVO
MÓDULO III
FERRAMENTAS DE CONTROLE SOCIAL E DE 
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
O que é transparência? 
Aspectos relevantes e marco legal 
Transparência ativa e passiva
Transparência na gestão dos recursos públicos
Dados abertos
O Poder Legislativo
Transparência no Processo Legislativo
A transparência no Senado Federal 
 
A Transparência e outra ferramentas de Controle 
Cívico
Casos de Sucesso
Metodologias de avaliação de políticas públicas
Exemplos de avaliação de transparência
Índice de Transparência do Poder Legislativo 
 
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3 
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4 
SUMÁRIO
05 
13 
18 
22 
31 
64
39 
71 
50 
78 
88 
Saber a definição de transparência
Conhecer as leis que regulamentam o assunto no 
Brasil
Saber diferenciar transparência ativa de transparên-
cia passiva
Saber como é aplicada a ideia de transparência na 
Administração Pública
Entender o Conceito de dados abertos.
Objetivos
MÓDULO 1
NOÇÕES DE TRANSPARÊNCIA NA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Transparência Legislativa
5 Noções de transparência na administração pública
O termo
 
A palavra “transparência” remete à propriedade daquilo 
que é transparente. Dizer que algo é “transparente”, por sua 
vez, significa literalmente dizer que determinado objeto 
“permite a passagem da luz, de modo que aquilo que está 
por detrás fica inteiramente visível” (Michaelis, 2019).
Desse conceito inicial vem a ideia de transparência que 
nos interessa aqui, ou seja, aplicado às instituições e, em 
particular, aos órgãos públicos. O que seria, então, uma ins-
tituição transparente? Trata-se, na verdade, de metáfora 
muito usada nos dias atuais para descrever instituições que 
adotam processos de publicização de seus dados, no senti-
do de permitir que pessoas de fora de sua estrutura possam 
acessar suas informações.
Em linhas gerais, estamos interessados em visualizar as 
informações que são custodiadas por uma instituição, tan-
to administrativas quanto de suas atividades fins. Assim, se 
a instituição permitir que se transponha as barreiras que 
impedem o acesso à essas informações por pessoas que 
não fazem parte direta da instituição, então ela está sendo 
transparente em relação a essas informações. Segundo Go-
mes, Amorim e Almada (2018), “uma instituição é transpa-
rente se ela permite que o público interessado visualize as 
informações custodiadas por ela”.
Transparência pressupõe publicidade, mas com essa não 
se confunde. A publicidade é um pressuposto para o exer-
cício legítimo do poder por parte do Estado. Visa impedir 
perseguições, favorecimentos e colocar as decisões e ações 
do Estado sob a crítica da sociedade.
Ocorre que a divulgação de informações pode ser fei-
ta de forma obscura e hermética. Por isso, a transparência 
deve ir além da publicização, deve fazer com que as infor-
Unidade 1 O que é transparência? 
Aspectos relevantes e marco legal 
Transparência Legislativa
6 Noções de transparência na administração pública
mações sejam efetivamente compreendidas pela sociedade. 
Assim, uma importante dimensão da transparência é o 
uso de linguagem de fácil compreensão, característica sem 
a qual se cria na verdade a falsa impressão de que o órgão é 
transparente, quando na verdade ofusca a visão do público 
por meio do uso do “tecniquês” rebuscado. Não é por acaso 
que, como veremos na Unidade 1.2, há previsão legal para o 
uso de linguagem adequada, pois esse é um princípio básico 
para garantir o acesso amplo e irrestrito à informação.
Transparência Pública e Privada
A transparência se diferencia no aspecto privado e público. 
Na dimensão privada, as pessoas físicas tem o direito ao si-
gilo de suas informações garantido pelo artigo 5º, inciso XII 
da Constituição e também pela Lei nº 13.709/2018 (Marco 
Civil da Internet). As empresas também, de forma geral, não 
precisam publicar ostensivamente seus dados, como por 
exemplo, os salários de seus funcionários e os custos dos 
seus mobiliários.
Os agentes e órgãos públicos, por outro lado, tem o dever 
de publicidade inscrito no art. 37 da Constituição Federal . 
A destinação dos recursos públicos e a composição da des-
pesa pública é assunto de interesse social e, por isso, deve 
ser garantida sua publicidade. 
A transparência pública é um assunto que ocupa constan-
temente o noticiário nacional. É por meio das ferramentas 
de transparência dos dados públicos que órgãos de contro-
le, como o Ministério Público, a imprensa e mesmo o cida-
dão podem ter acesso a informações de interesse social.
As informações criadas e mantidas pelo Estado são, como 
regra, de interesse geral e é direito da sociedade conhecer 
como os tributos são gastos, além de ter acesso a programas 
de governo, participar de audiências públicas, opinar sobre 
o orçamento.
Transparência Legislativa
7 Noções de transparência na administração pública
Marco legal
 
O histórico da Lei de Acesso à Informação Pública no Brasil 
tem origem anterior à sua promulgação, pois havia todo um 
processo de discussão internacional sobre a liberdade de 
informação que impulsionaram este marco legal no Brasil. 
Em dezembro de 1946 a ONU, em Assembleia Geral, for-
malizou sua primeira noção de “liberdade de informação” 
quando adotou a Resolução 59, que especifica a liberdade 
de informação como direito humano fundamental. O con-
ceito também foi ratificado posteriormente na Declaração 
Universal dos Direitos Humanos em 1948 no art. 19, que 
diz:
“Toda pessoa terá o direito à liberdade de expressão; esse di-
reito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir infor-
mações e ideias de qualquer natureza, independentemente de 
considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, de for-
ma impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha. ” 
Em 1966, um tratado com força de lei foi adotado pela 
Assembleia Geral da ONU, o Pacto Internacional de Direi-
tos Civis e Políticos. Entrando em vigor apenas em 1976, 
quando atingiu o número mínimo de adesões estipulado de 
35 Estados, ele foi ratificado por 160 Estados em julho de 
2007. 
Esse documento teve o objetivo de responsabilizar os Es-
tados signatários, garantindo o compromisso jurídico com 
os dispositivos da Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos. O Congresso Brasileiro aprovou o Pacto em 12 de 
dezembro de 1991 por meio do Decreto Legislativo nº 226, 
tendo adesão na ONU em 24 de janeiro de 1992.
Porém, o Pacto trazia apenas noções abrangentes do 
direito de acesso à informação, não especificando as infor-
mações emitidas pelos órgãos públicos. Esta lacuna foi re-
solvida com a assinatura da Convenção das Nações Unidas 
Transparência Legislativa
8 Noções de transparência na administração pública
contra a Corrupção, aprovada em 2003 em Assembleia Ge-
ral, com a ratificação da necessidade de transparência nos 
órgãos governamentais. A convenção determina que “os Es-
tados Partes implementem políticas contra a corrupção efe-
tivas que promovam a participação da sociedade e reflitam 
os princípios do Estado de Direito, tais como a integridade, 
a transparência e a accountability, entre outros. ” (United 
Nations Office on Drugs and Crime, 2007). A Convenção foi 
incorporada ao sistema brasileiro por meio do Decretonº 
5.687 de 2006.
Entre outras assembleias e convenções internacionais 
que tratavam do reconhecimento do direito à informação, 
vale ressaltar o Projeto “Open Government Partnership”, da 
“Tides Foundation”, iniciativa que lançou a Declaração para 
o Governo Aberto, da qual o Brasil participou como um dos 
oito países fundadores.
No cenário brasileiro, a promulgação da Constituição 
Federal de 1988 marcou o retorno do compromisso gover-
namental com os direitos fundamentais da pessoa humana 
e o retorno ao regime democrático. O direito à informação 
foi previsto pela nova Constituição Federal no art. 5º, inciso 
XXXIII, que diz:
“XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
cos informações de seu interesse particular, ou de interes-
se coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; ” 
(Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
O art. 37 da Constituição Federal promove, entre outros 
princípios, a publicidade da Administração Pública Direta e 
Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios. No art. 216, parágrafos 1º 
e 2º, determina-se que:
Transparência Legislativa
9 Noções de transparência na administração pública
“§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, 
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por 
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desa-
propriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a ges-
tão da documentação governamental e as providências para 
franquear sua consulta a quantos dela necessitem. ”
Assim, a Lei Maior garantiu a responsabilidade governa-
mental em dispor as ferramentas necessárias para a trans-
parência pública, bem como a necessidade da participação 
social no controle de tais atividades.
No âmbito infraconstitucional, em consonância com o 
art. 37 da Constituição, adveio a Lei 9.784/99 que preceitua 
“a divulgação dos atos administrativos, ressalvadas as hipó-
teses de sigilo previstas na Constituição” (art. 2º, inciso V). 
Apesar de incipiente, a legislação evidencia a evolução das 
normas afeitas a divulgação dos dados públicos.
Como exemplo da influência do princípio da publicidade 
dos dados de interesse público e a modernização do aces-
so à informação, temos a Lei nº 9.755/98, que dispõe sobre 
a criação de página na internet pelo Tribunal de Contas 
da União, e também o Decreto nº 5.482/2005, que dispõe 
sobre a divulgação de dados e informações pelos órgãos e 
entidades da administração pública federal por meio da in-
ternet e a criação do Portal da Transparência do Poder Exe-
cutivo, ampliando a transparência e permitindo ao cidadão 
ter o conhecimento dos dados de forma rápida e acessível. 
Já a Lei Complementar 101/2000, conhecida como Lei 
de Responsabilidade Fiscal (LRF), foi um marco importante 
na legislação de transparência pública. A LRF foi elaborada 
para estabelecer normas de finanças públicas voltadas para 
a responsabilidade na gestão fiscal. A referida norma, em 
Transparência Legislativa
10 Noções de transparência na administração pública
seu parágrafo 1º, estipula que a “responsabilidade na ges-
tão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em 
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afe-
tar o equilíbrio das contas públicas”. Enfatiza, ainda, em seu 
art. 48, que 
“São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos 
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrôni-
cos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes 
orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer 
prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Re-
latório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses docu-
mentos.”
No âmbito administrativo, a criação da Controladoria-
Geral da União (CGU), em 2003, contribuiu para a formação 
de um ambiente de fortalecimento institucional da gestão 
pública democrática. Entre suas funções, foi determinado 
pela Lei 11.204 de 2005, no art. 17, a seguinte competência:
“À Controladoria-Geral da União compete assistir direta e 
imediatamente ao Presidente da República no desempenho de 
suas atribuições quanto aos assuntos e providências que, no âm-
bito do Poder Executivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio 
público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à 
prevenção e ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria 
e ao incremento da transparência da gestão no âmbito da admi-
nistração pública federal.”
Também no ano de 2005, o Decreto da Presidência da 
República nº 5.482 ampliou a divulgação de dados e infor-
mações pelos órgãos e entidades da administração pública 
federal na internet. A Lei 11.111/2005 estipula ressalvas 
Transparência Legislativa
11 Noções de transparência na administração pública
ao acesso de documentos públicos exclusivamente nas hi-
póteses em que o sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado, incluindo hipóteses de classificação 
de sigilo. 
A Lei Complementar 131/2009, chamada de Lei da Trans-
parência, estabelece normas de finanças públicas voltadas 
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras provi-
dências a fim de determinar a disponibilização, em tempo 
real, de informações pormenorizadas sobre a execução or-
çamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. A Lei Complementar também as-
segura a transparência no art. 48, parágrafo único, median-
te:
“I – incentivo à participação popular e realização de audiên-
cias públicas, durante os processos de elaboração e discussão 
dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da 
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas so-
bre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos 
de acesso público;
III – adoção de sistema integrado de administração financei-
ra e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabe-
lecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.”
Por fim, a Lei 12.527/2011, conhecida como a Lei de Acesso 
à Informação (LAI) é tida como a maior ferramenta de trans-
parência pública ativa e passiva no Brasil. A LAI assegura ao 
cidadão direito de orientação sobre a obtenção do acesso e 
local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação. 
Propicia a abertura de dados em formato aberto e a dispo-
nibilização de dados em sítios oficiais dos órgãos na rede 
mundial de computadores, bem como a disponibilização das 
Transparência Legislativa
12 Noções de transparência na administração pública
informações independente de requerimentos e em locais 
de fácil acesso. Fornece, também, meios de penalização ao 
descumprimento da lei pelo agente público. É considerada o 
marco regulatório da transparência pública no Brasil e uma 
das mais completas e amplas regulamentações em compa-
ração às adotadas em outros países.
 Subordinam-se ao regime da LAI os órgãos públicos inte-
grantes da administração direta dos Poderes Executivo, Le-
gislativo, incluso Cortes de Contas, Judiciário e Ministério 
Público, bem como as autarquias, fundações públicas, em-
presas públicas, sociedades de economia mista, entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. A LAI também se aplica, no 
que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que 
recebam, para realização de ações de interesse público, re-
cursos públicos diretamente do orçamento ou mediantes 
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, 
convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos de mes-
ma espécie. Cabe ressaltar que, destas entidades, a publi-
cidade da prestação de contas refere-se a parcela recebida 
dos recursos públicos e atividades dasações de interesse 
público.
No decorrer do curso, as regras gerais e alguns dispositi-
vos específicos da Lei serão estudados.
Transparência Legislativa
13 Noções de transparência na administração pública
Uma distinção importante no estudo da transparência pú-
blica é a que diz respeito à diferença entre transparência 
ativa e passiva. A transparência dita ativa quando os órgãos 
divulgam informações por iniciativa própria ou em cumpri-
mento da legislação, sem necessidade de provocação direta 
do cidadão, estando a informação disponível para consulta 
direta. Por outro lado, a transparência é considerada passi-
va quando a informação é fornecida mediante a solicitação 
de pessoa física ou jurídica, por não estar disponível para 
consulta direta à população. 
Vejamos em detalhes essas diferenças.
Transparência Ativa
A legislação brasileira, em especial a Lei de Acesso à Infor-
mação e a Lei de Responsabilidade Fiscal, traz uma lista de 
informações que precisam estar dispostas nos sítios institu-
cionais. Ao atender à LAI e disponibilizar tais informações 
em seus sítios na internet, o órgão está assumindo a pos-
tura de transparência ativa. A transparência ativa pode ser 
tida também como proativa, pois os órgãos custiadores de 
informações públicas devem assumir a iniciativa de reunir 
e divulgar dados que sejam de interesse coletivo, não se li-
mitando ao que as leis expressamente listam. A transparên-
cia ativa deve, por princípio, ser de tal forma que o uso do 
recurso da transparência passiva para atendimento das de-
mandas dos cidadãos seja a exceção (art. 3º, II, Lei de Acesso 
à Informação).
Os órgãos públicos têm o dever de divulgar, independen-
temente de qualquer pedido ou solicitação, informações 
como repasses ou transferências de recursos financeiros, 
registros das despesas, procedimentos licitatórios, bem 
como todos os contratos celebrados. A divulgação desses 
Unidade 2 Transparência ativa e passiva 
Transparência Legislativa
14 Noções de transparência na administração pública
dados deve se dar tanto de forma física, nas sedes dos ór-
gãos, como também de forma virtual, em sítios oficiais na 
internet.
A LAI estabelece requisitos para que os sítios institu-
cionais cumpram com os princípios da transparência ativa. 
Entre outros parâmetros, as páginas devem conter ferra-
mentas de busca, os dados devem ser disponibilizados em 
formatos abertos e deve-se garantir a acessibilidade de 
conteúdo para pessoas com deficiência.
A informação disponibilizada deve possuir sempre os 
seguintes atributos: a) disponibilidade: ser conhecida e uti-
lizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autoriza-
dos; b) autenticidade: ter sido produzida, expedida, recebi-
da ou modificada por determinado indivíduo, equipamento 
ou sistema; c) integridade: não ser modificada, inclusive 
quanto à origem, trânsito e destino; e d) primariedade: ser 
coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, 
sem modificações. 
Avaliemos três páginas institucionais que exemplificam 
bem a observância aos princípios da transparência ativa.
 
SAIBA MAIS
No Portal de Transparência do Senado Federal é possível, 
por exemplo ter acesso detalhado aos contratos adminis-
trativos do órgão. A busca leva a detalhes como valores, 
datas de assinaturas e vigência e documentos originais 
que constam do processo. 
https://www12.senado.leg.br/transparencia
Transparência Legislativa
15 Noções de transparência na administração pública
 
Transparência Passiva
 
A Lei de Acesso à Informação inovou ao estabelecer prazos 
e procedimentos claros para que informações públicas se-
jam solicitadas diretamente aos órgãos públicos. Qualquer 
cidadão ou organização pode solicitar dados públicos. A re-
gra é a apresentação das informações ao solicitante imedia-
tamente. Quando não for possível, a administração pública 
tem prazo de até 20 dias para providenciar a informação. A 
Lei prevê ainda sanções para os agentes públicos que des-
cumprirem prazos e obrigações.
O pedido de acesso à informação deve conter a identi-
ficação do requerente e a especificação do pedido. Não é 
necessário apresentar as razões da solicitação, nem o paga-
mento de qualquer valor para a solicitação. O pedido pode-
rá ser feito diretamente nos órgãos ou pela internet.
SAIBA MAIS
O Governo Federal divulga detalhes e relatórios gráficos 
sobre os gastos com cartões corporativos. Nessa página 
da Controladoria Geral da União é possível consultar de-
talhes como os órgãos e servidores que mais gastam, as 
compras e os saques realizados, bem como os estabelec-
imentos que receberam mais pagamentos:
http://www.portaltransparencia.gov.br/cartoes
SAIBA MAIS
O Portal da Transparência do Governo do Distrito Fe-
deral apresenta gráficos que detalham as informações 
sobre os servidores públicos de maneira clara. Em uma 
mesma página, é possível consultar a evolução do gasto 
com remuneração, a relação entre aposentados e ativos, 
o regime jurídico dos servidores e outros detalhes. Ou-
tro bom exemplo de transparência ativa.
http://www.transparencia.df.gov.br/#/servidores/
dashboard
Transparência Legislativa
16 Noções de transparência na administração pública
Como regra, os dados produzidos e custodiados pelo Es-
tado são públicos e, portanto, devem ser fornecidos sempre 
que solicitados (art. 3º, I, LAI). Há exceções, como os dados 
classificados como sigilosos e dados pessoais de outrem. In-
formação sigilosa é aquela submetida temporariamente à 
restrição de acesso público em razão de sua imprescindibili-
dade para a segurança da sociedade e do Estado. A informa-
ção pessoal está relacionada à pessoa natural identificada 
ou identificável.
Uma diferença importante da divulgação de informações 
públicas de forma ativa e de forma passiva é quanto ao al-
cance da publicidade. Quando a divulgação da informação 
decorre de pedido da sociedade civil, os dados são forneci-
dos diretamente ao solicitante, e não divulgados de forma 
ampla. Evidente que cabe a Administração avaliar se a in-
formação solicitada de forma individual deve ser publicada 
de forma ampla. Apesar de os órgãos públicos terem o dever 
legal de disponibilizar de forma ativa diversos dados públi-
cos, o cidadão não precisa provar que buscou os dados no 
site antes de solicitá-los. 
Vejamos agora alguns exemplos de transparência 
passiva por meio de sistemas de acesso à informação. 
SAIBA MAIS No âmbito do Poder Executivo Federal, o Sistema Eletrô-
nico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC) per-
mite que qualquer pessoa, física ou jurídica, encaminhe 
pedidos de acesso à informação, acompanhe o prazo e 
receba a resposta da solicitação.
https://esic.cgu.gov.br/sistema/site/index.aspx
Transparência Legislativa
17 Noções de transparência na administração pública
SAIBA MAIS O Senado Federal possui diversos mecanismos para aten-
der solicitações de informação dos cidadãos. Por meio da 
Ouvidoria, é possível fazer pedidos por carta, telefone 
ou e-mail. Ainda existe uma página específica do Serviço 
de Informação ao Cidadão que processa os pedidos con-
forme as regras da LAI.
https://www12.senado.leg.br/transparencia/formtrans-
parencia
Transparência Legislativa
18 Noções de transparência na administração pública
Recursos públicos
 
Dentre os vários aspectos da transparência pública, aquele 
que trata dos recursos públicos tem especial relevância. De 
fato, os exemplos mais evidentes da necessidade e da im-
portância da transparência residem nos aspectos relaciona-
dos à gestão dos recursos públicos, ou seja, à forma como o 
gestor público lida com receitas, bens, créditos e etc.
A importância da transparência nos recursos públicos 
está marcada em nossa Constituição de 1988, que ressalta 
a importância da “fiscalização financeira da administração 
pública direta e indireta” (art. 163, V). 
A Administração Pública tem o dever de gerenciar osbens e serviços públicos. Para fazer isso, ela necessita de 
dinheiro que, por sua vez, vem - em sua maior parte - do pró-
prio público, ou seja, da população como um todo, por meio 
de impostos, de taxas públicas ou de outros tributos. Para 
se ter uma ideia, a arrecadação de impostos e contribuições 
federais somou R$ 1,457 trilhão em 2018, uma soma bem 
considerável!
Mas, explorando um pouco mais o conceito de recursos 
públicos, podemos dizer que se tratam de aspectos que vão 
além do dinheiro em si. Recursos públicos também incluem 
os bens que compõem o patrimônio público, móveis e imó-
veis, e qualquer outros aspectos que possam refletir a no-
ção de bens com valor monetário, ainda que não necessa-
riamente expresso de forma direta em recursos financeiros, 
como é o caso, por exemplo, de patentes e direitos de uso. 
A situação é semelhante à de um condomínio, onde to-
dos dão sua contribuição, mas é o síndico quem administra 
os recursos coletivos. Há, é claro, uma enorme disparida-
de de dimensões quando se fala da Administração Pública, 
principalmente da Administração Pública Federal, mas pelo 
Unidade 3 Transparência na gestão dos 
recursos públicos 
Transparência Legislativa
19 Noções de transparência na administração pública
menos uma semelhança está presente quando se trata da 
gestão de recursos comunitários: o gestor tem o dever e a 
obrigação de prestar contas aos demais sobre como ele ge-
rencia os recursos de todos.
O patrimônio público não é do Estado, e sim de toda a 
sociedade. A sociedade, por sua vez, elege diversas autori-
dades para administrar e fiscalizar esse patrimônio (no caso 
dos poderes Executivo e Legislativo, esse último, foco de 
nosso curso). Esses administradores devem mostrar à socie-
dade, dona do patrimônio, como eles estão usando os recur-
sos que a sociedade os confiou, assim como, por analogia, o 
gerente de uma empresa deve mostrar aos acionistas como 
ele administrou os recursos da empresa.
Essa linha de transparência é também conhecida como 
transparência fiscal e merece um pouco mais de atenção, 
como veremos adiante.
Prestação de contas
 
O ‘prestar contas da gestão’ pode ser feito de diversas for-
mas: via tribunais de contas, via auditorias internas ou ex-
ternas, via demandas judiciais. Mas, em geral, esses meios 
de prestação de contas não chegam ao público comum, ou 
se chegam, é por meio de linguagem técnica e de difícil com-
preensão. Pode, até, ser considerado prestação de contas 
do ponto de vista formal e legal, mas podemos considerar 
apenas esses meios um verdadeiro ‘prestar contas’ ao cida-
dão? 
É nesse contexto que a transparência na gestão dos recur-
sos públicos pode fazer a diferença. Como mencionamos na 
Unidade 1.1, o princípio da transparência pressupõe publici-
dade e linguagem de fácil compreensão. Tratando-se de re-
cursos públicos, portanto da vertente financeira da Adminis-
Transparência Legislativa
20 Noções de transparência na administração pública
tração, o uso da linguagem adequada se faz mais premente.
Assim, podemos dizer que a gestão dos recursos públicos 
pode ser considerada transparente se ela mostra aos contri-
buintes, de forma clara e acessível, o que o gestor fez ou pla-
neja fazer com o patrimônio público administrado por ele. 
O assunto foi esmiuçado na Lei de Responsabilidade 
Fiscal que, inspirada na Constituição, trata de diversos as-
pectos das finanças públicas e dedica um capítulo especial 
à transparência, controle e fiscalização da gestão fiscal. O 
enfoque, aqui, é na transparência dos gastos públicos. A LRF 
estabelece, inclusive, a periodicidade com que a Adminis-
tração Pública deve divulgar seus relatórios contábeis. 
A LAI, por sua vez, explicita claramente no seu artigo 8º a 
necessidade de usar linguagem clara e o dever que recai aos 
gestores públicos de dar transparência às despesas, repas-
ses, transferências e responsabilidades assumidas por meio 
de contratos e licitações. 
CURIOSIDADE
Para saber mais
O objetivo do presente curso não é se aprofundar em 
questões orçamentárias, mas verifica-se a ocorrência de 
um salto qualitativo na transparência no que diz respeito 
à tentativa de aproximar o linguajar técnico do cidadão 
comum. Talvez a principal ferramenta utilizada sejam os 
recursos didáticos usados pela Administração Pública e 
colocados à disposição de todos, principalmente via in-
ternet.
Transparência Legislativa
21 Noções de transparência na administração pública
 
LINKS
 
É o caso, por exemplo, da série Orçamento Fácil,(ima-
gem 1) produzida pelo Senado Federal e que tem o 
objetivo de explicar, em linguagem clara e simples, a 
importância do orçamento público e como ele é ela-
borado no Brasil. O material está disponível em: 
 https://www12.senado.leg.br/orcamentofacil.
 
Além dessa iniciativa, o Instituto Legislativo Brasileiro 
disponibiliza outros cursos voltados à área orçamenta-
ria acessíveis para o cidadão comum, como podemos ver 
em: 
https://www12.senado.leg.br/institucional/escola-de-
governo/cursos-on-line
 
A Controladoria-Geral da União (CGU) também man-
tém várias iniciativas pedagógicas que visam suprir a 
natural dificuldade de entendimento do cidadão co-
mum quando se depara com assuntos técnicos como 
aqueles relacionados a orçamento público. Vale a pena 
visitar, por exemplo, a página da CGU no Youtube: 
https://www.youtube.com/user/CGUoficial
Imagem 1 | Orçamento fácil, Senado Federal
Transparência Legislativa
22 Noções de transparência na administração pública
Contextualização
 
No século XIX, o médico John Snow fez uma descoberta que 
salvaria inúmeras vidas. Após cruzar dados sobre mortes 
por cólera com a localização de fontes d’água, ele descobriu 
uma correlação entre a poluição da água e as mortes por 
cólera em Londres. A cólera era causada pelo consumo de 
água contaminada com matérias fecais. Essa conclusão só 
foi possível graças a combinação de dados públicos – um dos 
objetivos da promoção dos dados abertos governamentais.
Dados abertos governamentais são dados mantidos ou 
gerados pelo Estado e disponibilizados de forma bruta para 
a sociedade. Com eles é possível a criação de novos sites, 
sistemas, aplicativos, o cruzamento com outras informa-
ções. Principalmente, com dados abertos é possível a cria-
ção de outras interpretações e apresentações das informa-
ções disponíveis.
A abrangência do conceito transparência pública vai bem 
além da mera exposição de informações para a população. 
Um conjunto de informações técnicas reunidas nem sem-
pre comunica algo claro para o cidadão. Em alguns casos, os 
portais de transparência ainda apresentam relatórios e con-
sultas mais aprofundados buscando facilitar a compreensão 
da informação. Mas na maioria dos casos, a transparência 
se restringe à publicidade com dados públicos meramente 
expostos ao cidadão.
Para evoluir esse quadro e aperfeiçoar a transparência 
pública, o conceito de dados abertos foi desenvolvido. Por 
meio dos dados abertos, cabe aos órgãos públicos fornecer 
dados em formatos que permitam sua manipulação para uso 
em aplicativos diversos e ainda para o desenvolvimento de 
soluções tecnológicas que interpretem tais dados de forma 
livre. Eles devem estar acessíveis de forma indiscriminada, 
Unidade 4 Dados abertos
Transparência Legislativa
23 Noções de transparência na administração pública
aos cidadãos, organizações, mídias e outros atores sociais.
O Estado é um elemento fundamental nesse proces-
so não só pela obrigação legal que tem de fornecer dados 
de interesse público, mas principalmente pela quantida-
de e qualidade das informações que possui. O desenvolvi-
mento social, cívico e econômico de uma nação pode ser 
fomentado pela abertura dos dados que o estado possui. 
Entre as diversas vantagens existentes na ampliação da 
política de dados abertos, pode-se destacar as seguintes: 
• Maior transparênciae controle cívico do governo;
• Mais colaboração e participação social nas decisões 
públicas;
• Promoção da inovação tecnológica e social;
• Melhora na prestação, na eficiência e no impacto 
dos serviços públicos.
Apenas a título de exemplo, vejamos o caso da segurança 
pública. Ao receber a solicitação de dados sobre violência 
em uma cidade, a administração pública pode apresentar a 
resposta de várias formas. Por um lado, vai estar atendendo 
a LAI se fornecer um Relatório Anual de Segurança Pública, 
em formato .PDF. Por outro, pode disponibilizar os próprios 
dados planilhados que fundamentaram a elaboração do re-
latório. Esse último caso atende oferece dados abertos para 
a livre utilização do cidadão. 
Por meio dos dados abertos é possível se avançar para 
além do conceito de transparência pública como direito. 
Oportuniza-se a reutilização, recombinação e ressignifica-
ção das informações públicas. Por meio dessa abordagem é 
possível promover não só a publicação dos dados públicos, 
mas ainda a colaboração entre diversos atores da socieda-
de, como universidades, empresas e hackers para o desen-
Transparência Legislativa
24 Noções de transparência na administração pública
volvimento de soluções sociais. Assim, apresentar informa-
ções de forma aberta é um recurso eficiente para aproximar 
o cidadão do Estado
Para tanto, os dados devem ser disponibilizados de for-
ma livre de restrições de copyright, patentes ou qualquer 
forma de controle. A Open Knowledge Internacional, orga-
nização sem fins lucrativos que promove conhecimento li-
vre, define os dados abertos da seguinte forma:
“qualquer pessoa pode livremente acessá-los, utilizá-los, 
modificá-los e compartilhá-los para qualquer finalidade, es-
tando sujeito a, no máximo, a exigências que visem preser-
var sua proveniência e sua abertura.” 
Por meio dos dados abertos governamentais promove-se 
a inteligência coletiva. Cidadãos podem utilizar e reutilizar 
os dados para cruzamentos e análises que atendam suas ne-
cessidades específicas. É possível promover o controle cí-
vico da atividade pública e ainda a participação social das 
decisões públicas.
Do ponto de vista das organizações sociais, empresas de 
tecnologia, universidade e grupos hacker podem trabalhar 
os dados e criar novos aplicativos e sistemas. Assim, é pos-
sível criar soluções tecnológicas para problemas sociais que 
o Estado não pode ou não consegue efetivamente produzir. 
 
Características
 
Diversas características podem ser associadas aos dados 
abertos governamentais. A tabela a seguir especifica algu-
mas dessas características para facilitar a distinção do que 
são dados públicos abertos e não abertos
Transparência Legislativa
25 Noções de transparência na administração pública
Os dados podem ser disponibilizados de maneiras diversas. 
Os documentos podem estar disponíveis para download 
ou para consulta em tempo real por meio de webservices e 
APIs. Sem aprofundarmos em detalhes técnicos, cabe des-
tacar que por meio dos webservices e das APIs é possível 
automatizar o download dos dados abertos para que ali-
mentem outros programas e sistemas em tempo real.
Um exemplo de divulgação de dados em formato não 
aberto são os arquivos PDFs. Este formato é bastante útil 
para a burocracia interna dos órgãos governamentais por 
ser mais seguro e garantir a integridade da informação. Po-
rém, como documento criado para ser somente leitura, eles 
não permitem a manipulação e reutilização da informação. 
Ainda, os arquivos PDFs não são “legíveis” pela computação 
que os compreende como meras imagens. São basicamente 
inúteis para a abertura de dados. Entre os diversos forma-
Transparência Legislativa
26 Noções de transparência na administração pública
tos utilizados para a abertura de dados, destaca-se o XML, 
o JSON, e o CSV.
Importante destacar que mesmo os dados abertos gover-
namentais devem levar em conta a privacidade da pessoa 
física e a segurança do Estado. Por isso, os dados divulga-
dos não podem conter informações sobre indivíduos espe-
cíficos. É possível, por exemplo, a divulgação das notas de 
todos os alunos de escolas públicas de um estado, mas não é 
permitido que se possa identificar a nota de qualquer aluno 
em especial.
 
Dados abertos no Brasil
 
Antes do advento da Lei de Acesso à Informação, o Brasil 
já possuía diversos bancos de dados públicos divulgados na 
web como o IBGE, Datasus, IPEA, INEP. A Lei de Responsa-
bilidade Fiscal já obrigava os governos a apresentar diver-
sos dados financeiros e orçamentários para a população. Em 
alguns casos, esses dados eram apresentados em formatos 
abertos. 
Todavia, a obrigatoriedade da divulgação de informação 
pública em dados abertos somente foi incorporada pela 
legislação brasileira por meio da Lei de Acesso à Informa-
ção. O parágrafo terceiro do art. 8 traz a definição de dados 
abertos.
“Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, 
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de 
fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de 
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. 
§ 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regu-
lamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: (...) 
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos forma-
Transparência Legislativa
27 Noções de transparência na administração pública
tos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como 
planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; 
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos 
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; 
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estru-
turação da informação; (...)”.
 
Após o advento da LAI, diversos órgãos públicos elabora-
ram e publicaram Planos de Dados Abertos, documentos 
que estabelecem o objetivo e o processo para aberturas de 
dados públicos. Após as inovações legislativas e a crescente 
disponibilização de dados, as soluções sociais desenvolvi-
das foram se multiplicando. Hoje, existem no Brasil incontá-
veis iniciativas de sucesso na utilização de dados públicos. 
Segue uma lista exemplificativa de sistemas e produtos ba-
seados em dados abertos governamentais.
 
Detector de Corrupção
 
O chamado Detector de Corrupção funciona com o auxílio 
da câmera do celular ou tablet: basta o usuário apontar a câ-
mera para a face do candidato, esteja ele em um comercial 
de TV, debate, santinho, cartaz, anúncio de jornal, ou qual-
quer outro meio, para saber mais informações do político. 
http://www.vigieaqui.com.br/detectordefichadepolitico
 
Monitora, Brasil!
 
O aplicativo Monitora, Brasil! é uma ferramenta que pos-
sibilita a qualquer pessoa pesquisar e monitorar o que os 
Deputados Federais e Senadores estão fazendo na Câmara 
dos Deputados e no Senado. É possível verificar a assidui-
dade, os projetos propostos, rankings, Twitter e outras in-
Transparência Legislativa
28 Noções de transparência na administração pública
formações. Os dados são extraídos do site da Câmara dos 
Deputados, Senado Federal, TSE e Transparência Brasil. 
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.gamfig.
monitorabrasil&hl=pt
 
Siga seu vereador
 
O site tem como objetivo criar uma plataforma de li-
nha do tempo com as ações realizadas pelos atuais ve-
readores, sendo possível que os usuários sigam os ve-
readores selecionados. Foi campeão da Maratona de 
Programação Hackaton da Câmara municipal de São Paulo. 
http://www.vereadores.org/
 
Votenaweb
 
Site de engajamento cívico apartidário que apresenta, 
de forma simples e resumida, os projetos de lei em tra-
mitação no Congresso Nacional. Qualquer pessoa pode 
votar contra ou a favor das propostas e dar a sua opi-
nião. A administração do site fica encarregada de levar 
ao Congresso os resultados dessa participação popular.http://www.votenaweb.com.br/
 
 
Além dos dados abertos
 
Atualmente, novas abordagens sobre transparência ativa 
ultrapassam a mera disponibilização de dados abertos go-
vernamentais. Diversos governos, inclusive alguns brasilei-
ros, vem organizando eventos de promoção da utilização 
prática desses conjuntos de dados abertos. Assim, além de 
divulgar os bancos de dados, a sociedade é incentivada a 
Transparência Legislativa
29 Noções de transparência na administração pública
utilizar essas informações para gerar soluções reais de im-
pacto social.
Entre os eventos promovidos, destacam-se os Hacka-
thon, Hackdays, Demodays e Pitchday. Na maioria dos ca-
sos, os desenvolvedores têm um prazo para desenvolver 
soluções tecnológicas com base nos dados abertos dispo-
nibilizados pelo órgão organizador. Os projetos vencedores 
recebem prêmios e são disponibilizados para a utilização do 
governo ou da sociedade.
Na competição americana Apps for Democracy, em 2008, 
foram desenvolvidos 47 aplicativos para web, iPhone e ou-
tras plataformas. O evento teve um custo de 50 mil dólares 
para o governo e gerou um valor estimado em mais de 2,6 
milhões de dólares para economia local.
 
Determinar a organização e as funções no Poder 
Legislativo
Descrever as competências do Congresso Nacional 
Brasileiro
Descrever a transparência durante a tramitação do 
processo legislativo
Expor como é promovida a transparência no Senado 
Federal e os mecanismos utilizados.
Objetivos
MÓDULO 2
TRANSPARÊNCIA NO PODER 
LEGISLATIVO
Transparência Legislativa
31 Transparência no poder legislativo
Contextualização
 
Para tratar de transparência pública é fundamental falar so-
bre o papel pioneiro e fundamental do Poder Legislativo no 
controle e na avaliação da utilização dos recursos públicos. 
É necessária, portanto, uma breve revisão sobre a institui-
ção parlamentar para compreendermos a dimensão históri-
ca da transparência pública.
A própria origem do Poder Legislativo se confunde com a 
busca por transparência. O primeiro parlamento ocidental 
foi inaugurado na Inglaterra, em 1215. A nobreza buscava 
então descentralizar o poder do Rei João Sem-Terra e para 
tanto lhe impuseram uma espécie de constituição, a Magna 
Carta. Entre outros mandamentos, o texto estabelecia a ne-
cessidade de aprovação de novos impostos por meio de um 
conselho de cidadãos convocados de diversos setores da 
sociedade. Todavia, em pleno absolutismo monárquico, essa 
primeira proposta de parlamento não funcionou a contento. 
Posteriormente, ainda na Inglaterra, a Revolução Gloriosa 
tratou de estabelecer uma Monarquia Constitucionalista 
realmente parlamentar.
 
Divisão Clássica de Poderes
 
A necessidade de um Poder Legislativo pressupõe a existên-
cia de poderes estatais. No regime monárquico, a criação de 
leis, o julgamento de crimes e a administração dos assuntos 
governamentais são encarregadas à figura do rei, ou da ra-
inha. 
Porém essa centralização absoluta vinha apresentava 
contradições internas e oponentes externos encontrando 
no iluminismo um importante vetor contrário. Movimento 
cultural europeu desenvolvido nos séculos XVII e XVIII, o 
Unidade 1 O Poder Legislativo
Transparência Legislativa
32 Transparência no poder legislativo
iluminismo defendia liberdade política e econômica, espe-
cialmente para a burguesia. O movimento criticava direta-
mente o absolutismo e os privilégios da nobreza e do clero 
colocando o próprio sistema monárquico no centro da dis-
cussão.
Foi o Barão de La Brède e de Montesquieu, filosofo ilu-
minista, quem propôs o desmembramento das funções, ou 
poderes, da monarquia. Seu famoso livro, Do Espírito das 
Leis, publicado em 1748 é considerado um divisor de águas 
no pensamento político ocidental. Apesar de hoje parecer 
óbvio, a ideia de desconcentrar os poderes legislativos, ju-
diciais e executivos não era majoritária na época e era na-
turalmente hostilizada pelas nobres famílias que monopoli-
zavam os poderes se revezando nas monarquias europeias.
Alguns anos após a publicação do livro de Montesquieu, 
a Revolução Francesa abalou o continente europeu e levou 
os princípios da igualdade e da liberdade às últimas conse-
quências. O monarquismo foi deposto na França e em ou-
tros países europeus de forma abrupta e violenta. Mesmo 
considerando que após a derrota de Napoleão Bonaparte 
diversos reis tenham voltado aos seus tronos, o pensamen-
to político havia sido modificado de forma irreversível. A 
ideia de divisão de poderes e de um Parlamento para o exer-
cício do poder legislador e fiscalizador retornou com vigor 
e permanência no velho continente e de lá espalhou-se para 
o resto do mundo.
Hoje o Poder Legislativo é tido como figura central nos 
sistemas democráticos. A existência de eleições livres e 
justas para o parlamento e o pleno exercício dos mandatos 
eletivos são considerados elementos definidores das demo-
cracias. 
Apesar do nome, o Poder Legislativo possui outras fun-
ções além de propor alterar e aprovar legislações. Para nos-
Transparência Legislativa
33 Transparência no poder legislativo
so estudo em especial, é fundamental tratar das funções 
fiscalizatórias do parlamento. Ainda, os deputados e sena-
dores têm a atribuição não menos importante de aprovar ou 
rejeitar nomes para cargos públicos indicados pelo Poder 
Executivo, outra forma de fiscalização.
 
Função Legislativa
 
Elaborar, alterar, aprovar ou rejeitar proposições legisla-
tivas. Parlamentares também têm o direito de moções, 
indicações e requerimentos. 
Ex: Proposta de emenda à Constituição Federl; Rejeição do 
veto do governador.
 
Função Fiscalizadora
 
Fiscalizar os atos e as contas dos chefes das autoridades do 
respectivo poder executivo (prefeito, governador e secre-
tários, presidente e ministros). 
Ex: Comissão Parlamentar de Inquérito; Requerimento de 
informações sobre programa de governo.
 
Função Julgadora
 
Processar e julgar autoridades do poder executivo quando 
denunciados por crimes de responsabilidade. A sanção nes-
ses casos pode ser a perda do mandato e a suspensão dos 
direitos políticos. 
Ex: Processamento e julgamento de impeachment.
 
 
Transparência Legislativa
34 Transparência no poder legislativo
Os poderes na organização política brasileira
 
A organização política do Brasil adota o método da divisão 
de poderes, onde cada poder tem funções distintas, porém, 
complementares e harmônicas nas três esferas de poder (fe-
deral, estadual e municipal).
Ao Poder Executivo cabe a função de ouvir e atender às 
necessidades da população de acordo com a Constituição Fe-
deral, ou seja, governar e administrar os interesses públicos 
em conformidade com a Lei. Na esfera federal, a liderança é 
representada pelo Presidente da República, o governador em 
nível estadual e o prefeito em nível municipal.
Ao Poder Judiciário cabe aplicar a lei conforme a Consti-
tuição, como garantidor dos direitos individuais, coletivos e 
sociais, e julgar conflitos entre cidadãos, instituições e Esta-
do. Entre os órgãos que compõem o Poder Judiciário, temos 
o Supremo Tribunal Federal (STF), como órgão máximo; Su-
perior Tribunal de Justiça (STJ); Tribunais Regionais Federais 
(TRF); Tribunais e Juízes do Trabalho, Eleitorais, Militares, 
dos estados e do Distrito Federal e Territórios.
O Poder Legislativo é tratado no Título IV, Capítulo I, do 
Artigo 44 ao 75 da Constituição Federal. A Carta Magna 
dispõe que o Poder Legislativo é composto pelo Congresso 
Nacional que corresponde ao Senado Federal e a Câmara dos 
Deputados, assembleias legislativas e as câmaras municipais. 
Assim, o Poder Legislativo atua nas três esferas da Federa-
ção, federal, estadual e municipal. Como visto, o parlamen-
to tem como principais funções formular leis e promover a 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidadesda administração direta 
e indireta. Para tanto, o Congresso Nacional e as Assembleias 
Legislativas contam com os tribunais de contas. 
Seus membros são chamados de parlamentares de forma 
Transparência Legislativa
35 Transparência no poder legislativo
ampla. São sempre eleitos e tem mandatos de 4 anos, ou 8 
anos no caso dos senadores. A organização do poder legis-
lativo nacional se dá da seguinte forma:
 
Nível municipal: 
Câmaras Municipais. Com sede nos municípios, são cons-
tituídas pelos vereadores. São encarregadas de fiscalizar o 
Poder Executivo em mesma esfera (prefeitos e secretários 
municipais), controlar, fiscalizar e cobrar a prestação dos 
serviços públicos e políticas públicas, apresentar projetos 
de lei municipais de interesse da comunidade e votar proje-
tos de lei apresentados pelo executivo, votar a Prestação de 
Contas Anuais do prefeito municipal, atender ao público, na 
recepção de demandas da sociedade, estabelecer tributos 
municipais e autorizar concessões de serviços públicos.
 
Nível estadual e distrital: 
Assembleias Legislativas e Câmara Legislativa. Com sede 
nos estados e no Distrito Federal, integradas pelos depu-
tados estaduais e distritais, tratam sobre impostos e taxas, 
com a aprovação do governador, sobre a criação, transfor-
mação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, 
dar posse ao governador e ao vice-governador, autorizar 
empréstimos ao executivo estadual, receber denúncias e 
promover processo em caso de crime de responsabilidade 
do governador do estado;
 
Nível nacional: 
Câmara dos Deputados e Senado Federal. Com sede em 
Brasília, formados pelos Deputados Federais, com 4 anos 
de mandato eleitos pelo sistema proporcional, e Senado-
res, com 8 anos de mandato eleitos pelo sistema majoritá-
rio. Serão tratados em detalhes a seguir. 
Transparência Legislativa
36 Transparência no poder legislativo
O Congresso Nacional Brasileiro
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, cabe ao Con-
gresso Nacional, com a sansão do Presidente da República, 
dispor sobre aspectos de competência da União como sistema 
tributário, arrecadação e distribuição de rendas, plano pluria-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual e convocar ple-
biscitos. A elaboraração e a aprovação de leis dependente da 
aprovação nas duas casas, onde uma inicia e a outra casa revisa, 
sendo possível as duas casas iniciar e revisar projetos de lei.
Na Câmara dos Deputados, os deputados estaduais repre-
sentam o povo e são eleitos pelo sistema proporcional. Atual-
mente, somam 513 no país, onde cada estado possui de 8 a 70 
representantes, proporcional ao número de habitantes. É de 
competência da Câmara dos Deputados, conforme o art. 51 da 
Constituição:
“I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração 
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da Repúbli-
ca e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, 
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de ses-
senta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, 
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e 
funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes or-
çamentárias;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos 
do art. 89, VII.”
No Senado Federal, os senadores representam os esta-
Transparência Legislativa
37 Transparência no poder legislativo
dos e o Distrito Federal, por meio de eleições em sistema 
majoritário. Com um total de 81 integrantes, onde há 3 re-
presentantes para cada Unidade Federativa, e independe 
do tamanho da população, pressupondo um sistema igua-
litário. Entre outras atribuições, disponíveis no art. 52 da 
Constituição Federal, compete ao Senado Federal:
“I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-
pública nos crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado 
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Fe-
deral, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da 
União nos crimes de responsabilidade; [...]
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites 
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as ope-
rações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais 
entidades controladas pelo poder público federal; [...]
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exo-
neração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do 
término de seu mandato; [...]
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio-
nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitan-
do-se a condenação, que somente será proferida por dois terços 
dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, 
por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo 
das demais sanções judiciais cabíveis”.
 
Nas atividades de controle e fiscalização externa, o Con-
gresso Nacioanl conta com o auxílio do Tribunal de Contas 
da União (TCU). Esse órgão é integrado por nove Ministros, 
Transparência Legislativa
38 Transparência no poder legislativo
sendo escolhidos pelo Presidente da República, com apro-
vação do Senado Federal, e pelo Congresso Nacional. O 
TCU é sediado no Distrito Federal e tem jurisdição em todo 
o território nacional.
Transparência Legislativa
39 Transparência no poder legislativo
 
Como visto, cabe ao Poder Legislativo o importante papel 
de fiscalizar os demais poderes e promover transparência 
pública. Essa tarefa não exclui, entretanto, o próprio Poder 
Legislativo como objeto de fiscalização. Todos os poderes 
devem atentar aos princípios da administração pública, 
entre eles, o da publicidade e o da transparência. Por isso, 
nesta unidade vamos estudar como os parlamentares vem 
implementando a transparência no que concerne às suas 
atividades administrativas e principalmente, na sua mais 
conhecida atividade fim: legislar.
O processo legislativo pode ser definido como o conjunto 
de procedimentos necessários para a proposição, alteração, 
aprovação ou rejeição de leis, decretos, emendas, entre ou-
tras proposições legislativas. Trata basicamente de defini-
ções, prazos, formalidades e autoridades autorizadas a par-
ticipar da modificação do ordenamento jurídico nacional.
Existem vários procedimentos legislativos específicos 
que estão regulados na Constituição Federal, nos arts. 59 
a 69, nos regimentos internos da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal. O mesmo se aplica, respectivamente, 
aos estados, Distrito Federal e municípios com suas cons-
tituições, leis orgânicas e regimentos internos. Portanto, as 
regras estão estabelecidas em documentos públicos e aces-
síveis para conhecimento amplo da sociedade.
Todavia, os termos legislativos, jurídicos e técnicos utili-
zados no processo de produção de leis não são de domínio 
da maioria da população. Por isso o tema da transparência 
do processo legislativo se torna tão importante: é preciso 
viabilizar o entendimento do que acontece dentro dos par-
lamentos para qualquer cidadão ou grupo interessado.
As regras do processo legislativo são fundamentais para 
a democracia. Imagine torcer para um time de futebol sem 
Unidade 2 Transparência no Processo 
Legislativo
Transparência Legislativa
40 Transparência no poder legislativo
entender as regras do jogo? Por meio das regras do proces-
so legislativo, a sociedade pode acompanhar o andamento 
dos trabalhos, saber o que pode ou não ser feito e ainda ve-
rificar se os prazos e formalidades estão sendo respeitados. 
Assim, torcer e pressionar para a aprovação ou rejeiçãode 
um projeto de lei fica muito mais fácil e efetivo.
Não só os cidadãos, de forma individualizada, têm inte-
resse no processo legislativo. É preciso facilitar a compreen-
são dos procedimentos e resultados para que a imprensa, 
os grupos representativos (como ONGs e sindicatos), em-
presas, entre outros consigam entender e se atualizar sobre 
os projetos do seu interesse. Nessa medida, a transparência 
legislativa é condição necessária para o regular funciona-
mento da democracia e para a efetivação da representação 
parlamentar.
As proposições legislativas abrangem diversas normas 
além das mais famosas leis ordinárias. Conforme o art. 59 
da Constituição Federal, são proposições legislativas:
• as emendas à Constituição;
• as leis complementares;
• as leis ordinárias;
• as leis delegadas;
• as medidas provisórias;
• os decretos legislativos;
• e as resoluções. 
Cada espécie de proposição possui regras e trâmites es-
pecíficos. Na presente unidade trataremos apenas da trans-
parência geral do processo, sem adentrar em especificida-
des de cada proposição.
 
 
Transparência Legislativa
41 Transparência no poder legislativo
Tramitação no Senado Federal
 
As proposições legislativas que tramitam no Senado Fede-
ral dispõem de diversos mecanismos para sua plena divul-
gação. Vamos tratar agora dos mecanismos de pesquisa e 
de visualização da situação e do histórico dessas matérias 
legislativas.
O mecanismo de pesquisa de tramitação do Senado Fe-
deral é bastante amplo. Na página “Atividade Legislativa” 
é possível fazer tanto a pesquisa simples como a pesquisa 
avançada. Por meio da primeira, é disponibilizada as seguin-
tes opções:
 
Para que a pesquisa seja realizada basta preencher apenas 
um dos campos de informação. Assim, caso queira saber so-
bre todas as PEC (Proposta de Emenda à Constituição) em 
tramitação na casa, basta escolher “PEC” no campo “Tipo de 
Matéria” e clicar em buscar. A pesquisa pode ser refinada 
pelas informações “Ano” e “Número”. Pela “Paravra-chave”, é 
possível buscar, por exemplo, todos os projetos em tramita-
ção no Senado Federal relacionados ao tema “Saúde”.
Ainda na mesma página, ao clicar em “Projetos e Maté-
Imagem 2 | Página “Atividade Legislativa”
Transparência Legislativa
42 Transparência no poder legislativo
rias” é possível realizar pesquisas avançadas. É apresentada 
as seguintes opções de busca:
É possível, portanto, fazer as seguintes pesquisas apro-
fundadas:
• Pesquisa rápida utilizando “atalhos” como ementa, 
apelido, tramitação, descrição dos arquivos anexados, etc;
• Pesquisa nos textos dos documentos anexados à ma-
téria (incluindo o texto inicial, emendas, relatórios, etc.);
• Pesquisas prontas como “Novas matérias apresen-
tadas no Senado”;
Após encontrar o resultado da pesquisa, o Portal do Se-
nado Federal informa o andamento atualizado de todas as 
proposições. Vamos ver por exemplo a situação da PEC 
8/2016 (Proposta de Emenda à Constituição nº 8, de 2016).
Imagem 3 | Página “Atividade Legislativa”
Transparência Legislativa
43 Transparência no poder legislativo
Verifica-se que as informações atualizadas da tramitação 
estão disponíveis na internet. Mas sua compreensão pode 
ser limitada pela existência de termos técnicos próprios do 
processo legislativo. O que significa, por exemplo, estar in-
cluída em “Ordem do Dia”? Significa que foi “aprovada, “ar-
quivada” ou nenhum dos dois? 
Vejamos outra forma de visualização da matéria, por 
meio do seu histórico:
Imagem 4 | Página “Atividade Legislativa”
Imagem 5 | Página “Atividade Legislativa”
Transparência Legislativa
44 Transparência no poder legislativo
Nesse caso, vemos que é apresentado o andamento de 
todo o projeto no formato de um extrato. Esse detalhamen-
to atende às normas de transparência. Todavia, é possível 
verificar novamente a existência de muitos termos técnicos 
que não são de conhecimento amplo. O que significa “deli-
beração”? E “publicado no DSF”?
Importante destacar que a terminologia utilizada não é 
mera burocracia ou banalidade. Serve para garantir a uni-
formidade e a formalidade do processo. Mas como veremos 
a seguir, há formas de facilitar sua compreensão ao cidadão.
Ainda que o cidadão conhecece as siglas e terminologias 
utlizadas, como faria para participar do processo legislati-
vo? Se ele for contrario ao projeto pesquisado, como pres-
sionar o deputado eleito para rejeita-lo? Efetuar ligações ou 
mandar e-mais seriam a melhor forma para isso?
Pensando nisso, novas formas de apresentação das infor-
mações legislativas estão sendo implementadas para am-
pliar o conhecimento e a participação no processo legisla-
tivo. Além disso, o Congresso Nacional vem desenvolvendo 
soluções que vão além da publicação da tramitação. Novas 
ferramentas desenvolvidas pelas Casas Legislativas permi-
tem que o cidadão não só se informe, mas que participe do 
processo legislativo e que cobre dos parlamentares deter-
minadas ações.
 
Experiências do Senado Federal
 
 
Vamos conhecer agora algumas das iniciativas do Congres-
so Nacional para ampliar a transparência pública no proces-
so legislativo.
 
 
Transparência Legislativa
45 Transparência no poder legislativo
Simplificou
 
O “Simplificou” é uma iniciativa conjunta do Senado e da Câ-
mara dos Deputados para facilitar o acompanhamento dos 
processos legislativos. Até 2018, as proposições legislativas 
tinham identificações diferentes na Câmara e no Senado. 
Com o “Simplificou”, as matérias passaram a receber identi-
ficação contínua, ou seja, o número recebido originalmente 
em uma Casa será mantido na outra. Ainda, as duas Casas 
passaram a adotar as mesmas siglas e numerações para pro-
posições ao longo de toda a tramitação.
 
Painel Legislativo
 
O Painel Legislativo apresenta em formato gráfico o resumo 
dos trabalhos do Senado Federal e do Congresso Nacional. 
Com ele, é possível conferir o total de projetos aprovados 
e rejeitados por espécie legislativa, ano, mês, legislatura, 
autoria e assunto a partir de uma mesma tela. O mesmo de-
talhamento é também apresentado para a consulta sobre 
sessões legislativas e indicações. É possível conferir em de-
talhes cada proposição apreciada no período selecionado.
 
e-Cidadania
 
Talvez a plataforma mais conhecida de participação no pro-
cesso legislativo, o e-Cidadania possui diversas funcionali-
dades para aproximar o cidadão dos trabalhos do Senado. 
Por meio do site e possível enviar e apoiar ideias legislati-
vas, que são sugestões de alteração na legislação vigente 
ou de criação de novas leis. As ideias que recebem 20 mil 
apoios são encaminhadas para a Comissão de Direitos Hu-
manos e Legislação Participativa (CDH). Além disso, a plata-
Transparência Legislativa
46 Transparência no poder legislativo
forma permite a participação em eventos legislativos como 
audiências públicas e sabatinas e ainda opinar sobre propo-
sições legislativas em tramitação na Casa.
 
Dados abertos
 
A importância dos dados abertos para a transparência pú-
blica já foi explorada nesse curso. Para implementar esse 
importante avanço, o Poder Legislativo Federal disponibi-
liza páginas específicas contendo diversas informações de 
interesse público. Na página de dados abertos do Senado 
Federal, por exemplo, é possível fazer download de plani-
lhas em formato aberto com dados da cota para exercícios 
de atividade parlamentar e outros recursos recebidos pelos 
senadores.
 
Experiências da Câmara dos Deputados
 
 
Labhacker
 
Criado em 2013, o LabHacker é um laboratório de inovação 
colaborativa dentro da Câmara dos Deputados. Busca fo-
mentar a cultura da transparência e da participação social 
por meio da gestão de dados públicos promovendo a ação 
conjunta de atores sociais, como parlamentares e hackers. 
O LabHacker promove atividades como maratonas hackers, 
hackdays além de oficinas de criação e discussãocom es-
pecialistas, parlamentares, estudantes de universidades e 
escolas públicas, e até crianças interessadas em tecnologia. 
Possui vários projetos de participação no processo legisla-
tivo como a pauta participativa e as audiências interativas.
 
Transparência Legislativa
47 Transparência no poder legislativo
Wikilegis
 
Uma plataforma desenvolvida pelo LabHacker, o Wikilegis 
permite aos cidadãos a participação ativa na elaboração de 
projetos legislativos por meio de comentários, sugestões, 
apoios e rejeições, no todo ou em parte de um projeto de lei. 
O deputado relator do projeto tem acesso às contribuições 
e pode incluí-las no seu parecer. A ferramenta apresenta 
alguns casos de sucesso como o Código de Processo Civil, 
o Marco Civil da Internet, o Estatuto da Pessoa com Defi-
ciência, e o Estatuto da Juventude. Milhares de cidadãos 
já participaram da ferramenta que, inclusive, foi ampliada 
para outra casa legislativa, a Câmara Legislativa do Distrito 
Federal.
 
Dados Abertos
 
Como no caso do Senado, o Portal da Câmara dos Deputa-
dos também apresenta diversos conjuntos de dados em for-
mato aberto para download. É possível baixar, por exemplo, 
todo o histórico de tramitação de uma proposição e uma 
lista de todas as proposições em tramitação na Casa. Esse 
fomento ativo de dados possibilitou a criação de uma pla-
taforma social de controle cívico, a Operação Serenata de 
Amor, que será estudado neste curso.
 
Recomendações internacionais
 
No âmbito internacional, existem algumas organizações 
não governamentais ligadas diretamente ao tema transpa-
rência, como por exemplo, a Open Society Foundation e a 
Transparência Internacional. No entanto, em se tratando 
da transparência no Poder Legislativo, uma entidade em es-
Transparência Legislativa
48 Transparência no poder legislativo
pecial merece destaque, é a União Interparlamentar (Inter-
-Parliamentary Union-IPU). Como o próprio nome sugere, 
essa instituição, criada em 1889 e contando com a partici-
pação de 178 países, trabalha para fortalecer os parlamen-
tos nacionais e a democracia no mundo.
Para atender essa missão, o IPU publicou em 2009 um 
guia para sítios na internet de parlamentos. O documento 
apresenta seis capítulos detalhando recursos considerados 
importantes para se disponibilizar na web, quando o assun-
to é o Poder Legislativo. Ele está disponível para download 
gratuito no site https://www.ipu.org/resources/publica-
tions/reference/2016-07/guidelines-parliamentary-websi-
tes-new-edition.
Em que pese o fato de que nossa legislação, por meio da 
Lei de Acesso à Informação unida com a Constituição Fede-
ral de 1988, permite inferir que todas as atividades típicas 
do legislativo devem ser disponibilizadas para livre consulta 
da população, o guia explicita de forma clara os principais 
tópicos que merecem atenção dos dirigentes das casas le-
gislativas.
Os seis pontos levantados como essenciais na divulgação 
dos parlamentos, que devem estar ‘obrigatoriamente’ dis-
poníveis para consultas, são os seguintes:
1. Informações gerais sobre o parlamento, como sua histó-
ria, seu papel, composição, publicações, etc.
2. Informações sobre as atividades fins do parlamentos de 
legislar, fiscalizar e revisar o orçamento público proposto.
3. Recursos e ferramentas de busca, notificações e visuali-
zação das informações.
Transparência Legislativa
49 Transparência no poder legislativo
4. Recursos de comunicação e diálogo com os cidadãos.
5. Usabilidade, acessibilidade e linguagem adequada no sí-
tio. Usabilidade se refere à facilidade de navegar no sítio. 
Acessibilidade se refere à disponibilização de ferramentas 
auxiliares para o uso de cidadãos com necessidades espe-
ciais. Já a linguagem adequada é aquela de fácil entendi-
mento, que não se fecha no uso excessivo de termos técnico.
6. Suporte político para que os responsáveis pelo geren-
ciamento do sítio tenham a autonomia e o apoio gerencial 
necessário para manter a página do parlamento na internet 
de acordo com as recomendações de melhores práticas de 
transparência.
Transparência Legislativa
50 Transparência no poder legislativo
O Senado Federal vem desenvolvendo soluções para pro-
mover a transparência não só por meio de legislações apro-
vadas, mas também por meio da sua própria administração 
interna. Além do programa de dados abertos, já menciona-
do no curso, podemos destacar os serviços oferecidos pela 
Secretaria de Transparência do Senado, em especial, o Por-
tal da Transparência. Na oportunidade, falaremos também 
sobre o Conselho de Transparência e Controle Social, a Ou-
vidoria e o Serviço de Informação ao Cidadão (SICLAI). 
 
A Secretaria de Transparência
 
Em 2013, o Senado Federal instituiu a Secretaria de Trans-
parência do Senado Federal (STRANS), órgão dedicado à 
promoção da transparência ativa. Sua criação foi inovadora 
por ir além do previsto na Lei de Acesso à Informação, que 
estabeleceu a instituição do serviço de informação ao cida-
dão (SIC), órgão especializado na transparência passiva. 
A STRANS atua em ambas formas de transparência. Por 
meio da transparência ativa, é o órgão responsável pela ges-
tão do Portal da Transparência do Senado Federal garan-
tindo a periodicidade e a sistematização das informações 
e a disponibilização em tempo real dos dados produzidos 
necessários para que a sociedade avalie o desempenho das 
atividades da Casa. Agindo pela transparência passiva, a 
STRANS responde a pedidos de acesso à informação relati-
vos à transparência administrativa do Senado.
Além dessas atribuições, a STRANS ainda abriga dois im-
portantes órgãos da Casa: o Datasenado e o Observatório 
da Mulher contra a Violência (OMV). O Instituto Datase-
nado foi criado em 2005 com a missão de acompanhar, por 
meio de pesquisas, enquetes e análises, a opinião pública 
brasileira sobre o Senado Federal, a atuação parlamentar e 
Unidade 3 A transparência no Senado Federal
Transparência Legislativa
51 Transparência no poder legislativo
temas em discussão no Congresso Nacional. O OMV, cria-
do em 2016, atua em favor da transparência de dados que 
subsidiem o monitoramento e a avaliação do problema e das 
políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência 
contra a mulher.
A Secretaria tem ainda a competência de convocar o 
Conselho de Transparência do Senado Federal que congre-
ga autoridades do Senado e representantes da sociedade 
civil reconhecidos pelo conhecimento na transparência de 
dados e empenhados na promoção da política de transpa-
rência e controle social no Parlamento. O Conselho será es-
tudado em detalhes a seguir.
 
O Portal da Transparência do Senado Federal
 
O Portal da Transparência do Senado Federal é um repo-
sitório online com o objetivo de promover a transparência 
pública ativa por meio da disponibilização de todas as in-
formações públicas exigidas pela legislação e ainda mais. O 
Portal também abriga os dados abertos do Senado Federal e 
o Índice de Transparência do Poder Legislativo.
Anteriormente a entrada em vigor da Lei de Acesso à 
Informação, o Senado Federal já divulgava em seu site di-
versas informações de interesse público. Todavia, com o 
advento da nova legislação, foi necessária uma maior ade-
quação. Assim, em maio de 2013, novas informações foram 
disponibilizadas e o portal foi modernizado para possibilitar 
o acesso às informações do Senado em até três cliques. A 
ideia era melhorar as informações para tornar a navegação 
mais fácil, eficiente e funcional.
O Portal abriga grande acervo de informações de inte-
resse público agrupadas em 6 grandes conjuntos: Senado-
res, Gestão e Governança, Licitações e Contratos, Gestão 
Transparência Legislativa
52 Transparência no poder legislativo
de Pessoas, Orçamento e Finanças e Dados Abertos. Ape-
nas a título de exemplo, vejamos algumas informações que 
estão acessíveis nas páginas do Portal:• Remuneração e subsídios de todos os servidores e 
senadores;
• Gastos com viagens e diárias de todos os servidores 
e senadores;
• Relação completa das licitações e outros processos 
de compras públicas promovidos pelo Senado;
• Imóveis funcionais e auxílio-moradia dos senadores;
• Informações sobre o consumo de materiais, por ór-
gão do Senado Federal, com quantitativo e valor;
• Informações sobre os bens patrimoniais, por órgão 
do Senado Federal, com descrição e quantitativo;
• Informações sobre todos os contratos firmados pelo 
Senado Federal, organizados em vigentes e encerrados, 
com a possibilidade de busca pela empresa contratada, pelo 
objeto do contrato, pelos contratos de mão de obra e ainda, 
por diferentes espécies de contrato;
• Estimativa de servidores que implementaram ou im-
plementarão as condições para aposentadoria voluntária 
com paridade ou que serão aposentados compulsoriamen-
te;
• Informações sobre colaboradores terceirizados, es-
tagiários e menores aprendizes que prestam serviço no Se-
nado Federal;
• Informações sobre as despesas diárias do Senado 
Federal, organizadas por elemento e pela fase da despesa. 
 
Para facilitar ainda mais a pesquisa de informações, é dispo-
nibilizado no Portal uma lista de perguntas frequentes que 
abrange cada passo para o acesso a todos os documentos 
Transparência Legislativa
53 Transparência no poder legislativo
presentes no site. O Portal ainda possui área reservada para 
divulgar a evolução da economia nos gastos do Senado. 
O Portal vem apresentando bons resultados. De maio de 
2013 a outubro de 2016, foram registrados mais de 7 mi-
lhões de acessos. Em 2015, as organizações Fundação Getú-
lio Vargas e a ONG Artigo 19 avaliaram a transparência do 
Senado e a nota alcançada foi a máxima dentre os órgãos do 
Poder Legislativo pesquisados. Já o Índice de Transparência 
do Poder Legislativo, auto aplicado pelo Senado Federal ao 
Portal em 2018, alcançou a nota 0,8374, que está no nível A 
de transparência.
 
O Conselho de Transparência e Controle Social
 
Decorrência direta da Lei de Acesso à Informação, o Conse-
lho de Transparência e Controle Social (CTCS) foi criado em 
2013 como órgão consultivo da Presidência do Senado e da 
Comissão Diretora. O Conselho reúne autoridades do Sena-
do Federal e representantes da sociedade civil especialistas 
no tema. Entre suas competências estão: 
• debater e propor ações que disseminem o acesso à 
informação pública e o conhecimento da Lei nº 12.527, de 
2012, estimulando a cultura de transparência e controle so-
cial no Brasil; 
• analisar relatórios qualitativos e quantitativos de 
atendimento de solicitações de acesso à informação reque-
ridas com base na Lei nº 12.527, de 2011, podendo solicitar 
processos específicos para exame; 
• nortear a formulação da Política de Transparência e 
Controle Social sobre os atos do Senado Federal e sugerir pro-
jetos e ações prioritárias acerca desses temas, encaminhando 
suas propostas e deliberações à Presidência do Senado Federal; 
Transparência Legislativa
54 Transparência no poder legislativo
• propor parâmetros de transparência observáveis 
pelo Senado Federal, servindo como ferramenta de gestão e 
como prestação de contas à sociedade do nível de transpa-
rência do Senado Federal; 
• formular estudos e pareceres técnicos no âmbito de 
sua competência, encaminhando esses documentos à Presi-
dência do Senado Federal; 
• promover parcerias, integração e compartilhamento 
de esforços com outros órgãos do Estado que busquem os 
mesmos objetivos; 
• opinar sobre matérias, no âmbito de sua competên-
cia, que lhe sejam submetidas pelo Presidente do Senado.
 
Compõe atualmente o CTCS a ONG Transparência Brasil, 
Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Secretaria de Ges-
tão da Informação e Documentação (SGIDOC), a Secretaria 
de Comunicação Social (SECOM), Coordenação de Relacio-
namento com o Cidadão (CORCID) e Secretaria de Transpa-
rência (STRANS), cuja Diretora preside os trabalhos. Entre 
os resultados da atuação do Conselho está a criação do Índi-
ce de Transparência do Poder Legislativo, que será estuda-
do mais à frente no curso.
 
Ouvidoria e Serviço de Informação ao Cidadão
 
O Senado Federal possui outros serviços externos à Secre-
taria de Transparência, que complementam o ciclo comple-
to de transparência pública. Podemos destacar a Ouvidoria 
e o Serviço de Informação ao Cidadão (SICLAI).
A Ouvidoria do Senado Federal busca garantir a comu-
nicação entre a Casa e o público externo, cidadãos ou orga-
nizações. É um serviço de participação e colaboração onde 
os cidadãos podem apresentar sugestões, dúvidas, elogios, 
Transparência Legislativa
55 Transparência no poder legislativo
reclamações, críticas e outras manifestações livres. Podem, 
é claro, encaminhar mensagens para senadores, partidos, 
comissões e outros órgãos da Casa. Após avaliação, as mani-
festações são endereçadas para os setores responsáveis no 
Senado Federal, inclusive para os gabinetes dos senadores. 
Sempre que solicitada, a resposta ao solicitante é encami-
nhada por e-mail.
Importante destacar que a Ouvidoria não é mecanismo 
de transparência passiva. É na verdade canal de comunica-
ção e participação social, atendendo à própria missão do 
Senado Federal enquanto órgão de representação social e 
corolário da democracia brasileira. Por meio dela, o cidadão 
pode, por exemplo, criticar a votação de determinado parla-
menter e solicitar explicações.
Para garantir a maior participação social possível, o Sena-
do Federal disponibiliza vários meios de comunicação direta. 
Existe o “Alô Senado” serviço de telefonia operado por aten-
dentes dentro do Senado Federal, do tipo 0800, sem custo 
para o cidadão. Ainda é possível o envio de cartas, e-mails e 
ligação direta para a Ouvidoria. Confira aqui os diversos ca-
nais de comunicação com o Senado Federal. 
O Serviço de Informação ao Cidadão (SICLAI) possui me-
canismos semelhantes a Ouvidoria, mas sua função é diversa. 
Por meio de formulário na página do SIC, é possível encami-
nhar pedidos de acesso à informação ao Senado Federal. O 
serviço foi criado especificamente para efetivar a transpa-
rência passiva na Casa em cumprimento aos Arts. 9º e 10 da 
Lei de Acesso à Informação. Vejamos o que diz a legislação: 
“Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado 
mediante: 
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos 
e entidades do poder público, em local com condições apropria-
das para: 
Transparência Legislativa
56 Transparência no poder legislativo
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
ções; 
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
pectivas unidades; 
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a in-
formações; e 
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo 
à participação popular ou a outras formas de divulgação. 
art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de 
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o 
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter 
a identificação do requerente e a especificação da informação 
requerida. 
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a iden-
tificação do requerente não pode conter exigências que inviabi-
lizem a solicitação. 
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar 
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio 
de seus sítios oficiais na internet. 
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos 
determinantes da solicitação de informações de interesse públi-
co”. 
(Grifos nossos)
 
Para cumprir o disposto na legislação, o Serviço de Infor-
mação ao Cidadão foi criado em 2013 por meio do Ato da 
Comissão Diretora nº 14/2013. Entre suas diversas atri-
buições, estão: atender e orientar o cidadão a respeito dos 
pedidos de informação, preparar relatórios

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