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1 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DA QUALIDADE: TRABALHO PADRONIZADO EM UMA EMPRESA DO COMPLEXO INDUSTRIAL AUTOMOTIVO DE GRAVATAÍ/RS Maicon Roht1 Igor Roberto Borges² RESUMO O presente trabalho aborda sobre a gestão da qualidade e o trabalho padronizado das peças metálicas em uma empresa de um complexo industrial automotivo situada em Gravataí/RS. O tema é relevante tendo em vista que os métodos da gestão da qualidade e do trabalho padronizado auxiliam no momento da inspeção final dos produtos a serem entregues ao próximo cliente interno ou externo. Com isso, melhorando a situação do trabalho padrão nas empresas com a utilização de uma peça padronizada para a comparação por meio dos indicadores de desempenho. Para tanto, esta pesquisa se utiliza de abordagem mista (qualitativa e quantitativa), com caráter exploratório e descritivo, empregando um questionário com perguntas fechadas e uma questão aberta de forma a complementar as informações. Tudo isto, para averiguar como é feito o trabalho padronizado das peças metálicas na organização estudada e fazer uma análise exploratória da mesma. Os resultados indicam que os colaboradores estão sempre atentos quanto à padronização, qualidade, inspeção e solução de problemas para o processo de fabricação dos produtos que venham a ocorrer dentro da empresa com base na análise descritiva. Na análise exploratória, com a questão aberta pode-se observar os diversos conhecimentos que os próprios colaboradores obtem com o assunto da pesquisa como analisar documentações, entregar os problemas para líderes, poka yokes e diversos outros métodos para a solução de problemas de inspeção, padronização ou fabricação das peças metálicas. Palavras-Chave: Gestão da Qualidade. Trabalho Padronizado. Peças Metálicas 1 ROHT, Maicon, Acadêmico do Curso de Administração da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Campus Gravataí/RS; maiconroht20@gmail.com ² BORGES, Igor Roberto, Docente do Curso de Administração da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Campus Gravataí/RS; orientador deste trabalho: igor.borges@ulbra.br 2 1 INTRODUÇÃO A Gestão da Qualidade e o trabalho padronizado analisam fatores de melhoria contínua da área da qualidade para melhorar ações e processos de fabricação no chão de fábrica, identificando possíveis falhas sobre o trabalho padronizado das peças metálicas, documentações dos processos de montagem, itens de inspeção e falhas no processo de montagem com possíveis planos de melhorias, usando as ferramentas da qualidade. A importância do estudo representa melhorias na rotina do trabalho na empresa, pois os padrões de qualidade demonstram que a padronização das peças automotivas metálicas podem sofrer alterações no decorrer do tempo, garantindo ótimos resultados. O trabalho padronizado é algo esperado pelas empresas de classe mundial e industrial, portanto as empresas buscam um processo isento de desperdícios e verificam se há valor não agregado e visam criar estabilidade básica nos processos através da eliminação das fontes de variação para balancear a carga de trabalho. As empresas podem usar a necessidade de padronização como critério para a definição da necessidade de documentação das atividades. A padronização da realização das atividades da operação, primárias e de suporte, é uma regra fundamental para a gestão da qualidade. Umas das ferramentas da qualidade e formas de avaliação mais utilizada no trabalho padronizado é a inspeção final das peças. A inspeção da qualidade é o processo que visa identificar se uma peça ou um lote atende a certas especificações da qualidade e as características com padrões preestabelecidos, conforme as documentações. Os sistemas Kaizen e Kanban são muito utilizado nas empresas, pois consistem em benefícios operacionais e financeiros para a padronização, e a utilização de ferramentas nas estações de trabalho, reduzindo os níveis de estoque e o excesso de trabalho e serviço para os operadores. Os maiores fatores de abrangência sobre as ferramentas da qualidade são a Gestão da Qualidade Total, mais conhecida por TQM é reconhecida como fator de geração de vantagem competitiva para as organizações, ajudando a ofertarem produtos e serviços de alta qualidade para seus consumidores. Os indicadores de desempenho são avaliados normalmente em duas dimensões: eficácia e eficiência. Avaliar a eficácia significa avaliar em que medida o resultado planejado foi atingido e a eficiência significa avaliar o quanto de recursos materiais e humanos foi utilizado para a geração do resultado, assim as qualificações em serviços e práticas da qualidade são trabalhos que a organização deve focar em termos de execução e de avaliação, para conseguir cumprir a sua missão. O tema desta pesquisa é sobre a Gestão da Qualidade, e a delimitação do tema é o trabalho padronizado de uma empresa do Complexo Industrial Automotivo, situada em Gravataí/RS. A empresa em questão, no caso uma sistemista da General Motors (GM) trabalha com desenvolvimento e fabricação de componentes automotivos metálicos na montagem dos carros dos modelos Ônix, Prisma e do novo projeto, denominado “GEM”. Na organização estudada, os operadores de produção montam as partes da 3 caixa de roda, assoalho, longarinas, etc. Ainda, existem documentos que auxiliam na área de produção, solda, montagem e inspeção final das peças que serão citadas na sequência, que são Plano de Controle, Trabalho Padronizado e Relatório de Qualidade e Solda das peças. Não obstante, há também itens, que na hora de certo problema ou falha no momento da produção ou inspeção das peças verificam se está com problema realmente, tais como: o Andon, que caracteriza pela possibilidade de identificar, parar, notificar as anormalidades e permitir à correção da falha no processo e o Poka Yoke que é um dispositivo a prova de erros destinados a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos. As oportunidades de melhoria encontram-se na qualidade dos produtos que serão entregues nas próximas operações em máquinas ou ao próximo cliente externo, pois toda vez que existem falhas no processo de produção e montagem, devem ser acionadas algum planos de reação, como por exemplo, parar a produção, acionar o facilitador ou líder da área de produção para um alarme de escalonamento para definir uma implementação no processo a ser seguido e a ordem de execução. As paradas de produção servem para que os problemas de execução das tarefas sejam resolvidos, diagnosticando e sugerindo o que deve ser feito de melhoria do produto. A rotina de trabalho no chão de fábrica é bastante rotineira e devem ser seguidas conforme o que está escrito na documentação do trabalho padrão, conforme as peças padrões de cada máquina e dando prioridade para o que está escrito em seu plano de controle e trabalho padronizado para a produção, montagem e inspeção final das peças. Estes procedimentos servem para que não aconteçam falhas na avaliação do que está sendo mandado para a próxima operação ou cliente externo. Diante deste contexto, a maior influência do trabalho padronizado para a empresa ajuda a manter ótimos resultados de melhorias, pois possibilita que o chão de fábrica ou em qualquer outra área da empresa, visualize o que está sendo feito da melhor maneira possível, contribuindo para melhorar a satisfação dos clientes. Por isso, existem alertas de qualidade para quando aparecer um problema no produto na próxima operação, todos os operadores envolvidos assinem a folha do alerta para que a falha não ocorra novamente. Logo, a questãodeste estudo é: Como contribuir com melhorias o trabalho padronizado das peças metálicas na organização em estudo? O objetivo geral deste trabalho é identificar possíveis falhas sobre o trabalho padronizado das peças metálicas em uma empresa do complexo industrial automotivo de Gravataí/RS. E apresentam-se como objetivos específicos: Avaliar as documentações dos processos de montagem para o bom andamento do trabalho padronizado; Analisar os possíveis planos de controle com seus respectivos itens e frequência com métodos de medição no momento da inspeção final; Identificar as falhas de processo e os possíveis planos de melhorias, usando as ferramentas de qualidade. 4 O trabalho pesquisado é relevante devido o fato de o pesquisador ter conhecimento na área e pela convivência no dia-a-dia, pois visualiza a abrangência da área da qualidade e a melhora que acarreta em muitas ações e processos no chão de fábrica. A Qualidade para a empresa é uma totalidade de aspectos e características de um produto ou serviço que contribui para a sua superioridade frente a concorrência, eis que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes. Existem vários significados para a qualidade, pois a produção e a qualidade estão sempre ligadas uma a outra na questão na entrega final do produto, pois a mesma veio da garantia de um trabalho padronizado. A pesquisa abordará a qualidade e o trabalho padronizado do chão de fábrica e os possíveis planos de melhoria para o futuro. Isto, para que quando houver a implementação de um projeto novo, ocorra da melhor forma possível. O trabalho padronizado consiste procedimentos específicos realizados pelos operários no processo de produção baseados no tempo takt, sequência de trabalho e estoque padrão. A importância do trabalho representa uma melhoria contínua na rotina da empresa, pois os padrões de qualidade na organização seguem muito o trabalho padronizado. As empresas querem demonstrar que a gestão da qualidade e do trabalho padronizado das peças automotivas metálicas podem sofrer alterações no decorrer do tempo, conforme as implementações de novos projetos que as sistemistas da General Motors querem inovar para obter uma boa estratégia competitiva na indústrias automotiva, usando as ferramentas da qualidade afim de obter ótimos resultados. 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo é apresentada toda a teoria que suporta este assunto acerca da gestão da qualidade e do trabalho padronizado. 2.1 Práticas de gestão da qualidade Roldan e Ferraz (2017) afirmam que as práticas de gestão da qualidade têm sido definidas de maneiras distintas entre os pesquisadores, mas se complementam. Essas práticas podem ser definidas como as áreas críticas que a organização deve focar em termos de execução e de avaliação, para conseguir cumprir a sua missão; ou na perspectiva são as práticas representadas pelas áreas gerenciais ou organizacionais para as quais deve ser dada maior atenção para garantia do sucesso da organização. As práticas desenvolvidas pela qualidade não devem ser compreendidas como objetivos, mas como ações e processos essenciais, que alcançados, garantirão vantagem competitiva. Até o período que antecedeu a Revolução Industrial, a qualidade era uma atividade de autocontrole, realizada pelos artesãos. Nessa fase, o artesão desenvolvia todas as atividades: concepção, escolha de materiais, produção e comercialização, mantendo um contato direto com os clientes. Produziam-se pequenas quantidades de cada produto, e as peças eram ajustadas manualmente. (CARPINETTI, 2016). Segundo o mesmo autor, as práticas de controle da qualidade eram voltadas para a inspeção e controle dos resultados dos processos de fabricação, garantindo a conformidade dos resultados e a limitação do processo. Na década de 50, a prática da gestão da qualidade ganhou novas dimensões para o ciclo de produção, pois surgiram gurus da qualidade com novas teorias, como Juran, Feigenbaum, Deming e Ishikawa, serão citados teorias desses mestres da qualidade: As contribuições de Juran, livro “Manual de Controle da Qualidade” de 1950, Juran argumenta a adequação do produto ao uso de todos os processos direta ou indiretamente relacionados ao ciclo produtivo devem ser direcionados para o atendimento das expectativas do cliente. As contribuições de Feigenbaum, livro “Controle da Qualidade Total” de 1951, Feigenbaum destaca as atividades de controle da qualidade relacionadas a seguir: vender produtos de qualidade, projetar produtos de qualidade, planejar processos com qualidade, comprar material com qualidade, receber e inspecionar material de qualidade, fabricar produtos de qualidade, inspecionar e testar, distribuir com qualidade e por fim instalar e manter. As contribuições de Deming, pioneiro da qualidade no Japão, Deming tem 14 pontos em contribuições, mas serão citados alguns aqui como: Estabeleça propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivando tornar-se competitivo, manter-se em atividade e gerar empregos; Não dependa da inspeção para atingir a qualidade e incorpore qualidade desde o começo; Institua treinamento no local de trabalho. 6 As contribuições de Ishikawa, suas atividades é desenvolver ampla qualidade usando as ferramentas da mesma, e ver processo como um conjunto de causas que devem ser controladas para se obter bons produtos e serviços, ele desenvolveu o diagrama de causa e efeito. O diagrama de causa e efeito desenvolve os problemas indesejados no resultado de um processo e as possíveis causas do problema, tomando as ações corretivas a ser tomadas. A estrutura desse diagrama é no formato de um peixe para ilustrar melhor as causas do problema. Segundo Carpinetti (2016), a gestão da qualidade no nível das operações de produção visa a melhoria do desempenho no atendimento dos requisitos dos clientes e ao mesmo tempo a redução dos custos da não qualidade. De modo geral, os custos da qualidade englobam os custos decorrentes da falta de qualidade, assim como os custos para se obter qualidade. Os custos da qualidade podem ser classificados em: Custos devido a falhas internas, Custos devidos a falhas externas, Custos de avaliação da qualidade e Custos de prevenção. Segundo o mesmo autor, o processo de melhoria contínua de produtos e processos envolve basicamente as seguintes etapas como identificação dos problemas prioritários, observação e coleta de dados, análise e busca de causas- raízes, planejamento e implementação de ações e verificação dos resultados. Esse processo é ilustrado de forma mais concisa nas etapas de controle de processos, vejamos a seguir o passo a passo: Identificar o problema Identificar as causas Verificar o resultado ---�Meta de Melhoria Padronizar Estabelecer o controle Para Campos (2014), a prática do controle da qualidade é o principal objetivo de um TQC (Controle da Qualidade Total) e obrigação de todos para ser seguido. O controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle de processo, tendo como meta a satisfação das necessidades das pessoas. O objetivo mais importante desse controle é garantir a qualidade do seu produto para o seu cliente externo e interno. É desse jeito que provém o famoso conceito: O próximo conceito é o seu cliente. 2.2 Plano de Melhorias na empresa: sistema Kaizen e Kanban Filho (2017) afirma que a concorrência enfrentada pelo setor de metalúrgica no Brasil faz com que as empresas busquem tornarem-se cada vez mais competitivas nesse método. Essa condição induz planos de melhorias contínuas, dentre elas o desenvolvimento dos sistemasprodutivos. Assim, uma nova orientação estratégica operacional se faz necessária para atingir os objetivos de maximização dos lucros, e de sobressair-se à concorrência, por meio de uma maior produtividade. 7 Segundo Pires (2017), a concorrência global das indústrias tem impulsionado a se tornarem cada vez mais competitivas, pois a busca por melhorias contínuas torna-se muitas mudanças necessárias no sistema produtivo das organizações. Devido às essas mudanças, existe a necessidade de as organizações adotarem uma nova postura perante seus processos internos de fábrica, clientes, concorrentes e fornecedores, com nova orientação estratégica para atingir os objetivos da organização, tornando-as mais competitiva. A utilização do Kaizen dentro da estrutura do escopo da Produção Enxuta se reverte em benefícios operacionais, sendo ampliados para benefícios financeiros e competitivos para a padronização. Para Filho e Pires (2017), a implementação do Kaizen para as empresas industriais é necessária a aplicação de algumas ferramentas enxutas como o mapeamento do fluxo de valores, e para esses fluxos existem duas etapas. Em sua primeira etapa visualiza-se o fluxo de valor de estado atual e realiza-se a análise do layout das peças desse fluxo verificando onde existem fontes de desperdícios na produção, já na segunda etapa esses desperdícios identificados são reduzidos e cria-se um novo fluxo de valor ou estado futuro, atacando-se também prazos de entrega e redução dos inventários. São considerados sistemas de fluxo em linha ou contínuos, um sistema produtivo onde o layout possui uma alta eficiência e inflexibilidade intensa, geralmente produzindo por longos períodos de tempo, com alto volume e uma variedade baixa de produtos. Assim é considerado contínuo pelo fato do processo ser em um fluxo ininterrupto. Portanto, um sistema de produção contínua visa produzir uma maior quantidade no menor tempo possível, ou seja, uma produção constante sem paradas ou interrupções. (PIRES, 2017) Conforme Filho (2017), uma das funções fundamentais do Sistema Toyota de Produção, que é a produção “puxada” e controlada por uma central de planejamento que considera previsões de futuras demandas e também a padronização que envolve e capacita todos os funcionários para melhorar o sistema como um todo. O Poka-Yoke é um serviço automotivo considerado um conjunto de técnicas e mecanismos que permitem prevenir, detectar e eliminar erros de fabricação num processo, podendo ser aplicados tanto à qualidade produtiva como à segurança dos trabalhadores. A Evolução do Poka-Yoke tem a sua raiz na metodologia Lean sendo esta uma metodologia que visa a implementação de um conjunto de processos por forma a reduzir todo o tipo de desperdício numa organização, como ressalta Marques (2014). Segundo o mesmo autor, o poka yoke é considerado uma inspeção para descobrir defeitos de fabricação ou acoplar uma peça retangular em uma esfera do lado esquerdo e direito. As ligações são diversos elementos efetuados por rosc0agem e possui furos em ambos os lados, assim pode reparar erros de montagem por parte dos operadores de produção. Para Pires (2017), outra ferramenta que auxilia as empresas nesse processo de padronização é o 5S, o qual se origina da primeira letra de cinco operações: Seiri (utilização), Seiton (arrumação), Seiso (limpeza), Seiketsu (normalizar) e Shitsuke (disciplina). O 5S auxilia o desenvolvimento das equipes operacionais no chão de 8 fábrica, alterando o modo de gestão e criando um padrão e disciplina entre todos. Tem como objetivo desenvolver um ambiente visual, limpo e bem organizado, com fluxos claramente identificados, informações e objetos facilmente disponíveis e padronizado visualmente. O Kanban (sistema de controle da produção) é uma ferramenta que funciona entre estações de trabalho consecutivas. Sua principal função é regular os níveis de estoque, mantendo-os o mais baixo possível sem comprometer a produção e o excesso de trabalho e serviço dos operadores. Quando o estoque intermediário da estação de trabalho seguinte está baixo, o Kanban permite que a produção se inicie na estação anterior. Como recurso final do kaizen, a metodologia Lean pode ser definida como uma filosofia produtiva que elimina todos os desperdícios associados a um determinado processo, mantendo apenas no processo produtivo todos os recursos e procedimentos que acrescentem valor real ao produto final. (MARQUES, 2014) Para Filho (2017), o trabalho padronizado propõe uma maneira diferente de agir, motivando toda a organização para um trabalho mais eficiente, oferecendo uma qualidade superior a um menor custo. 2.3 Padronização nas Empresas Para Silva at al Silva (2017), a padronização é um elemento indispensável para a garantia da qualidade de um determinado produto. Em diversas empresas, a padronização faz parte da qualidade total e das ferramentas gerenciais da rotina do trabalho diário. A importância da padronização está em vários aspectos: Padronização para o cliente: consistem em produtos fabricados iguais para diferentes tipos de consumo ou até mesmo peças de reposição. Padronização para a empresa: utilizam a mesma quantidade de insumos e embalagens, assim a garantia do produto é sofrer o menor processo possível. Padronização para o processo: garantir que um colaborador utilize a mesma rotina para fabricar os produtos, podendo reduzir falhas de processo. A padronização tem o principal objetivo descrever como as atividades devem ser executadas de uma forma simples, assim a empresa mantém um processo produtivo controlado. A qualidade total nas empresas direciona as ações para manter os bons resultados, visando a rotina dos funcionários e simplificando as rotinas de trabalho. Segundo os mesmos autores, existem vários fatores que podem dificultar a padronização nas empresas, por exemplo, a falta de planejamento, assim não conseguindo os resultados esperados. A padronização reúne ações e equipes de trabalho para observar o padrão que está sendo executado e buscar melhorias e metas. Padronizar é a maneira mais simples possível de realizar as atividades da empresa trazendo resultados diretos e efetivos por meio de padrões técnicos e mensuráveis, e também fazer dinâmica que envolve profissionais da empresa. Para a padronização ser feita é preciso de ferramentas do processo de padronização: 9 fluxogramas, procedimento operacional padrão (POP), instruções de trabalho, alertas da qualidade e checklist de inspeção. A figura 1 demonstra exemplo de um formulário de Procedimento Operacional Padrão (POP). Figura 1 – Exemplo de um formulário de Procedimento Operacional Padrão Fonte: Google Imagens 2020. O estabelecimento de um sistema de padronização requer todo o trabalho gerenciado nas rotinas de trabalho, da manutenção e da melhoria dos padrões: especificação e projeto (padrões de qualidade), padrões de processo (padrão técnico de processo), e procedimento operacional padrão. Portanto, é essencial que haja um bom sistema de padronização montado na organização e que sirva como referência para o seu gerenciamento, destaca Campos (2014). Segundo o mesmo autor, o estabelecimento de fluxogramas é essencial para a padronização e para o entendimento do processo. Eles são estabelecidos para todas as áreas da empresa pelos próprios colaboradores que ali trabalham de forma participativa. A manutenção dos resultados é obtida pelo cumprimento dos padrões e é possivelmente o aspecto mais importante do controle da qualidade total. Para Barbosa (2016), os tipos de trabalho ou diferentes características que uma empresa desenvolve para a área da qualidade são produtose serviços que uma indústria deveria propor como forma de administrar a organização, que são: centralização, formalização, nível de conhecimento ou especialização. Esses itens podem ajudar na centralização da padronização na empresa em qualquer tipo de trabalho ou qualificação. Facin (2016) afirma que a relação entre o tipo de trabalho e a estrutura que a organização deve ter tipo um desenho organizacional para qualquer padronização 10 que a empresa possa achar necessários como uma característica do trabalho e a forma pela qual é organizado e dirigido. É uma estratégia que se explica de uma maneira organizada de uma maneira que corresponde à visão da direção e como se materializa num conjunto de produtos e serviços com os quais se corresponde ao ambiente. Gerolamo e Carpinetti (2016) destacam que a visão geral do sistema da ISO 9001:2015, estabelecem serviços de gestão da qualidade e qualidade total, que são requisitos para certificação em que as atividades só conseguirão atingir os objetivos caso a empresa incorporar os sete princípios de gestão: foco no cliente, melhoria contínua, visão de processos, liderança, decisão baseada em evidência, engajamento de pessoas e relacionamento com stakeholders (influenciados pelo negócio). A melhoria contínua depende muito da cultura organizacional estabelecida pela liderança e de práticas que abordam o processo e decisão baseada em fatos e dados. Cada um dos princípios de relacionamento são destacados a seguir: Satisfação dos stakeholders Melhoria da eficiência Gestão de Relacionamento Foco no cliente Visão por processos Liderança Decisão baseada em evidências Engajamento das pessoas Melhoria Redução de riscos 2.3.1 Trabalho Padronizado Para Figueiredo (2018), o trabalho padronizado é algo esperado pelas empresas de classe mundial e industrial, porém, as empresas apresentam um processo isento de desperdícios e verificam se há padronização de valor não agregado para as peças metálicas. Diante desses itens, a investigação de um processo produtivo já padronizado consiste em condições para identificar se há oportunidades de melhoria ou se essa técnica já está em seu estado da arte de verificação das peças a serem inspecionadas. O trabalho padronizado e a melhoria do desempenho operacional abordam uma relação por meio de uma pesquisa-ação com mensuração dos resultados através dos indicadores de produtividade, qualidade e segurança. Segundo Oliveira (2018), a inclusão do trabalho padrão como uma prática integral da equipe de liderança elevará a chance de sucesso nos negócios para alcançar ótimos resultados. O trabalho padronizado está ligado à identificação e alocação das atividades entre os operadores da melhor forma possível, além de permitir redução dos desperdícios das peças dos tempos de movimentação de operadores entre as operações das máquinas. Alguns autores afirmam que o estabelecimento de procedimentos precisos para a execução das tarefas, fornece condições para uma produção estável. A utilização da padronização do trabalho é 11 um requisito básico para garantir estabilidade no sistema produtivo, sendo assim, usando as documentações que seguem os passos das tarefas a serem seguidas pelos operadores de produção e inspetores de qualidade, segundo afirmam Marodin et al (2013) apud Santos et al ( 2017) e Saurin (2010). Oliveira e Figueiredo (2018) afirmam que as empresas buscam padrões cada vez mais elevados de produtividade e qualidade dos produtos a serem entregues ao próximo cliente externo, pois a Produção Enxuta tem como foco o combate às perdas trazendo ganhos substanciais em qualidade, prazos de entrega e custos com a produção. Silva et al. (2011) e Saurin et al. (2010) afirmam que a aplicação de técnicas como Lean tem motivado substanciais mudanças no sistema físico de produção, mas, para se alcançar os resultados superiores, é imperativo que as pessoas desenvolvam novas competências para trazer novos conhecimentos, habilidades e atitudes. A Produção Enxuta pode ser considerada como uma estratégia viável, pois nela temos planejamento de curto e de longo prazo, promovendo o desempenho superior em várias dimensões que eram consideradas conflitantes, tais como: baixo custo, alta qualidade, velocidade e flexibilidade das padronizações das peças. Conforme destaca Carpinetti (2016): As empresas podem usar a necessidade de padronização como critério para a definição da necessidade de documentação das atividades. A padronização da realização das atividades da operação, primárias e de suporte, é uma regra fundamental para a gestão da qualidade. Por padronização entende-se estabelecer uma maneira única de realizar uma atividade ou tarefa, ou seja, estabelecer um procedimento operacional padrão. ( CARPINETTI, 2016. P.96) Segundo Tortorella (2017 apud LEITE e SILVA 2013), o trabalho padronizado visa criar estabilidade básica nos processos através da eliminação das fontes de variação para balancear a carga de trabalho; e manter a qualidade através das rotinas, e a definição do trabalho devem ser rígida, porém, flexível o suficiente para que possa ser inovado e assim contribuir com os objetivos de custo, qualidade e entrega. O balanceamento de linha e as instruções de trabalho permitem elevar a eficiência de um processo produtivo nas operações das peças ou produtos, pois devem ser fornecidas com detalhes completos, permitindo sua compressão e interpretação. O Trabalho padronizado traz flexibilidade ao processo obtido por meio da utilização de operadores com várias habilidades, demonstrando que o trabalho padronizado pode trazer ganhos significativos na redução dos custos de manufatura e aumento da produtividade. As operações padronizadas resultam no estabelecimento de procedimentos para a execução das atividades, com documentação e exibição nas estações e divisões do trabalho. No desenvolvimento da produtividade, Ford revolucionou a idade moderna, referindo-se aos conceitos aplicados para o operador em pequenas 12 tarefas no processo de montagem com ganhos significativos de tempos de montagem em série, nos tempos aonde a demanda era maior que a capacidade produtiva industrial. O conceito aplicado pelo sistema Lean é um pouco diferente, pois não visa a máxima capacidade produtiva das instalações, e sim a adequação desses elementos de trabalho ao Takt. Essa distribuição das atividades dos operadores em relação ao tempo Takt é composta por algumas etapas como: identificação dos elementos do trabalho; eliminação do trabalho desnecessário, que são as operações e processos que não agregam valor. O conceito de valor é abordado por diversas perspectivas, além de construir uma realidade mais coerente e útil do ponto de vista estratégica, destaca Figueiredo (2018). Barbosa (2016) diz que o trabalho padrão é algo qualificado, inovador e criativo, pois é um trabalho submetido a mudanças e de difícil análise e controle para as peças. Possui alto grau de conhecimento geral e de conhecimento geral de conhecimento específico, é altamente especializado, representando formas de trabalho com muitos conhecimentos qualificados e inovadores. Facin (2016) afirma que esses tipos de trabalho não estão centralizados para padronização, sendo de difícil análise ou pouco formalizados, pois existe um bom ajuste com mudanças inerentes à criatividade e inovação no processo dos produtos. As políticas complementares de gestão da qualidade são extremamente importantes, pois, quando o trabalho é complexo e de difícil medição e controle, requer um reforço nas políticas de incentivo. 2.3.2 Métodos de Inspeção das peças metálicas Segundo Paladini (2011), uma forma de avaliação da qualidade frequentementeconsiderada é a inspeção final das peças. Como se sabe, a inspeção da qualidade é o processo que visa identificar se uma peça, uma amostra ou um lote atende a certas especificações da qualidade. O procedimento normal para operar a inspeção é o de avaliar níveis da qualidade de um item pelo confronto de seus característicos com padrões preestabelecidos. Em geral, a inspeção é direcionada para algumas características envolvidas na peça. Da avaliação deste característico, contudo, a inspeção pode determinar se toda a peça deve ser excluída de um processo ou de uma etapa do fluxo de produção. Essa decisão, é claro, depende da importância do característico em questão. A inspeção sempre requer alguma decisão a ser tomada, com base em cada característico analisado. Às vezes, pode ser apenas o retorno da peça a alguma operação anterior, ou a necessidade de refazer dada ação. Pode ser, porém, que a inspeção implique a transformação da peça em refugo. A execução da inspeção é sempre desenvolvida segundo regras bem determinadas. Isso evita que a inspeção seja feita conforme gostos, preferências ou outras características subjetivas do agente que realiza a inspeção. A seleção técnica a ser feita nos três últimos casos – finalidade, alcance e forma da inspeção – utiliza-se 13 exatamente normas como esta. Especial atenção deve ser dada aos registros da inspeção. Os registros veiculam as informações resultantes da inspeção. Devem ser relativos aos resultados obtidos. Exige-se que tais registros sejam feitos em nome da precisão que se deve ter na divulgação dos resultados da inspeção. (PALADINI, 2011. P. 111) 2.4 Melhoria Contínua sobre as ferramentas de qualidade Ferraz (2017) aborda as abordagens específicas de gestão da qualidade com referências às ênfases a princípios e práticas que irão se diferenciar conforme seu setor de atuação, tamanho, contexto externo, entre outras variáveis situacionais. A Gestão da Qualidade Total, mais conhecida por TQM é reconhecida como fator de geração de vantagem competitiva para as organizações, ajudando a ofertarem produtos e serviços de alta qualidade para seus consumidores. Apesar de ser um conceito amplamente adotado no mundo, em especial, nas indústrias, ainda existem problemas a serem sanados para o alcance satisfatório de sua finalidade. Roldan (2017) diz que a gestão da qualidade evoluiu de uma ferramenta estreita e somente orientada para a técnica, para uma filosofia gerencial ou sistema de gestão holístico que abrange como questões centrais, a eficiência, a qualidade de vida no trabalho e a eficácia. A eficiência se fundamenta nas tradições do controle estatístico de processos, engenharia de processos, gestão de operações e pesquisa operacional, com foco na melhoria contínua para qualquer tipo de padronização a ser feita na empresa. Ferraz e Roldan (2017) afirmam que a gestão da qualidade total pode ganhar significados diferentes para pessoas diferentes, por ter sido incorporado em mais de um tipo de organização, cada qual situada em contexto distinto. Para compreensão da abordagem da gestão da qualidade em determinada empresa, a análise pode ser feita ao nível de práticas e não de princípios, pois estes últimos são muito abrangentes para uma investigação empírica, enquanto as práticas são uma faceta mais observável da TQM. Em termos de princípios, a TQM se fundamenta em três itens essenciais: 1) foco sobre consumidores e stakeholders; 2) participação e trabalho em equipe em toda organização; 3) Foco no processo fundamentado na melhoria contínua e aprendizado. As práticas de gestão de qualidade têm sido definidas de maneiras distintas entre os pesquisadores, mas se complementam. Campos (2014) afirma que um dos maiores fatores de abrangência da área da qualidade é o controle da qualidade total, e as organizações humanas são meios destinados a se atingir determinados fins. Controlar uma organização humana significa detectar quais foram os fins, os efeitos ou os resultados não alcançados, analisar esses maus resultados buscando suas causas e atuar sobre essas causas de modo a melhorar os resultados. O ciclo PDCA consiste em um modelo organizado em quatro fases como planejar, fazer, verificar e agir, sendo identificado como um método utilizado 14 para gerenciar a qualidade em situações de melhoria e resultados. É importante ressaltar que o PDCA é um método poderoso de controle, não somente uma ferramenta para auxiliar na solução do problema, destaca Silva at al Silva (2017). A figura 1 demonstra melhor como fazer um ciclo PDCA em sua empresa. Fonte: Google Imagens 2020. Para Silva at al Silva (2017), é possível fazer o uso das sete ferramentas da qualidade para efetuar o controle das padronizações da empresa. Entre elas, estão: Diagrama de Pareto: essa ferramenta é recomendada para identificar problemas e a frequência com que ocorrem; Diagrama de Causa e Efeito: mais conhecido como diagrama de espinha do peixe, sua finalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas do problema. Estratificação: compreender quais as ações a serem tomadas, em que ponto começar a resolver e o levantamento dos dados essenciais. Folha de verificação: conhecida como checklist, auxilia na coleta de dados através de uma planilha. Histograma: é utilizado para mostrar informações de uma distribuição de dados bem como o valor central e a dispersão em torno desta. Diagrama de Dispersão-Correlação: investigação de um problema e evidências que direcionam para a variação de dois processos. Gráficos de controle: são utilizados para controle e acompanhamento de processos e estudam a variação dentro de um limite estabelecido. 2.5 Indicadores de desempenho Para Pacheco (2015), os indicadores de desempenho na indústria podem ser um fator decisivo para o sucesso da empresa e para estabelecê-los os é necessária a dedicação de equipe multidisciplinar, definindo metas e compreendendo as variáveis envolvidas nos processos de fabricação. As metas definidas pela empresa têm por objetivo a sobrevivência no mercado automotivo, 15 através das informações da alta administração, onde cada processo deverá contribuir com o resultado desejado para os fornecedores. Deste modo, fica evidente que o resultado dos indicadores partem do comprometimento das pessoas com os objetivos da organização. Segundo Martins (2015), a definição de indicador de desempenho, temos a aplicação como meio de medição mediante a uma peça padrão de comparação. A organização deve manter um padrão de medição definido de acordo com a expectativa dos resultados. O padrão de verificação estabelecido pela organização precisa de critérios qualitativos ou quantitativos, pois, a partir desta compreensão, será possível definir a evolução dos objetivos traçados e das metas comparativas. Contudo, é necessário estabelecer um método comparativo para justificar as ações que surgem da análise final dos resultados. Para Martins e Pacheco (2015) definir indicadores de desempenho, é necessário um planejamento em longo prazo. No processo de análise da situação inicial, o direcionamento da organização deve estabelecer vínculo com as necessidades entre os processos. Após a definição dos indicadores, os procedimentos da organização devem estar alinhados com a execução das atividades. Portanto, as ações sobre os indicadores de desempenho devem ser tomadas de forma sistêmica. A medição dos indicadores deve ter como base as informações geradas pelo sistema. Os processos necessitam de monitoramento dos resultados, deste modo é possível mensurar o impacto sobre o resultado dos demais indicadores. A medição dos indicadores auxilia a gestão da operação edo orçamento. Independente do foco imputado à medição dos indicadores, o objetivo final é a eficiência e eficácia dos processos da organização. Para gerenciamento dos indicadores e objetivos da indústria automotiva, são utilizadas as ferramentas de qualidade. O mercado consumidor procura o carro mais desejado, bonito, útil, econômico, seguro, aquele com melhor custo-benefício e com mais equipamentos de série. Também falam sobre mobilidade, preço, segurança e meio ambiente. Contudo, é preciso aperfeiçoar os recursos com base nas informações geradas através da aplicação das ferramentas da qualidade, contextualizando com resultado geral, com base nas ações que garantem a sobrevivência da organização. A avaliação de desempenho é normalmente feita considerando duas dimensões: eficácia e eficiência. Avaliar a eficácia significa avaliar em que medida o resultado planejado foi atingido. Avaliar a eficiência significa avaliar o quanto de recursos materiais e humanos foi utilizado para a geração do resultado. A eficácia relaciona-se com o atendimento dos requisitos dos clientes e outras partes interessadas. A eficiência relaciona-se à produtividade. (GEROLAMO, 2016 p.133). Gerolamo e Carpinetti (2016), afirmam que a análise das relações de causa e efeito de fatores que afetam a eficácia do sistema da qualidade permite que se identifiquem indicadores de desempenho relacionados a esses fatores, ou seja, a 16 avaliação do sistema da qualidade deve incluir a avaliação, por exemplo, das atividades de planejamento, suporte, etc. Os fatores que fazem referência a elementos dessas perspectivas de avaliação são perspectivas de planejamento, clientes, liderança, operação e suporte. Roldan e Ferraz (2017) ressaltam que desempenho da organização tem recebido tratamentos distintos em muitos estudos. Alguns pesquisadores mensuram o desempenho de natureza financeira, como lucratividade, participação no mercado, retorno sobre investimento. Outros avaliam o desempenho operacional da organização, em termos de qualidade de produtos e processos, ou investigam o desempenho referente à satisfação do consumidor. São diversos os termos utilizados: desempenho corporativo, desempenho do negócio, desempenho de qualidade, desempenho não financeiro. Em alguns estudos, o desempenho organizacional é tratado como um constructo multidimensional, e outros o consideram um constructo simples. No presente estudo, está sendo abordado o desempenho inovador, referente aos componentes resultantes da inovação, dentre eles, a inovação de produto, a inovação do processo e a inovação organizacional. Os indicadores da qualidade e da produtividade, ou seja, indicadores da qualidade são mecanismos de avaliação formulados em bases mensuráveis, ou seja, são expressos de forma quantitativa e definidos por números ou valores associados em escalas contínuas. Nos elementos de avaliação do indicador considera-se a redução de defeitos, a eliminação de horas de retrabalho e a minimização dos custos com refugos. A conscientização do pessoal envolvido em uma campanha de prevenção de acidentes ou a motivação de operadores da linha de produção não são situações que imediatamente podem ser associadas a indicadores, destaca Paladini (2011). 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo Gil (2017), a pesquisa pode ser definida como um procedimento racional e sistemático, no intuito de resolver os problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida através de conhecimentos disponíveis e a utilização de métodos e técnicas de cunho científico, portanto, o estudo desenvolve inúmeras fases de processos desde a formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. Para melhor desenvolver a metodologia, o planejamento da pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de um projeto, que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa. O projeto deve, portanto, especificar os objetivos da pesquisa, apresentar a justificativa de sua realização, definir a modalidade de pesquisa e determinar os procedimentos de coleta e análise de dados. Deve, ainda, esclarecer acerca do cronograma a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa e proporcionar a indicação dos recursos humanos, financeiros e materiais necessários para assegurar o êxito da pesquisa. (GIL, 2017) 17 Procedimentos metodológicos são a definição do método dedutivo ou indutivo para a escolha dos tipos de pesquisa que serão utilizados, assim como a experimental, a teórica, a exploratória, a explicativa, a bibliográfica, a documental e por fim a qualitativa e a quantitativa. Esses tipos de pesquisa são aplicados e combinados em casos de uso de métodos quantitativos, pela qual se faz o uso da abordagem qualitativa para a discussão dos resultados da pesquisa. (SILVA, CHACON, PEDERNEIRAS e LOPES, 2004). Na abordagem da pesquisa, segundo Cresweel (2010), a abordagem de método qualitativo emprega diferentes concepções filosóficas; estratégias de investigação e métodos de coleta dos dados da pesquisa para melhor interpretar os dados. Embora as abordagens sejam similares, eles baseiam-se em dados de texto e imagem, têm passos singulares na análise dos dados e se valem de diferentes estratégias de investigação. A pesquisa de abordagem quantitativa demonstra um projeto de levantamento de dados numéricos ou de tendências, atitudes ou opiniões de uma população, estudando-se uma amostra dessa população. A partir dos resultados da amostra, o pesquisador generaliza ou faz afirmações sobre a população, destaca Creswell (2010). Esta pesquisa utilizou a abordagem mista (qualitativa e quantitativa), com caráter exploratório e descritivo, e na elaboração da mesma foram criadas perguntas sobre o trabalho padronizado na empresa. O instrumento composto de questões mistas teve o apoio do quadro de autores (Apêndice A), no intuito de averiguar a satisfação dos colaboradores pelo trabalho padronizado da empresa e obter melhores resultados sobre a interpretação dos mesmos. A pesquisa exploratória tem a finalidade de descobrir novas teorias e práticas modificando a obtenção de alternativas ao conhecimento científico da pesquisa. O objetivo fundamental é a obtenção de novos princípios para substituírem os dados atuais, pois esse tipo de pesquisa não exige grandes teorias, mas sim experimentação para a coleta de dados com base em modelos inovadores ou explicativos, destaca Jung (2004). Segundo o mesmo autor, a pesquisa descritiva tem a finalidade de observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos sem entrar no mérito dos conteúdos. Para Gil (2017), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado incluindo material impresso, livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Esse tipo de pesquisa está passando por novos formatos para informações em fontes como discos, fitas magnéticas, CDs e matérias disponíveis na Internet. A presente pesquisa utilizou-se dos métodos bibliográfico e exploratório para compor a fundamentação teórica dos assuntos abordados. Assim como, utilizar-se do delineamento exploratório e descritivo para explorar e descrever os resultados da pesquisa. A pesquisa foi aplicada com colaboradores, inspetores e auditores da área da qualidade de uma empresa situada no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí, RS (sistemista da General Motors), onde a mesma não teve seu nome divulgado por 18 motivos éticos. A amostra da pesquisa foi de 90 colaboradores que responderam a pesquisa, de um total com 1150 funcionários, demonstrado no cálculo do tamanho da amostra: n=z².p(1-p).N/(N-1).e²+z².p.(1-p) n=1,96².0,01. (1- 0,01). 1150/(1150-1). 0,01²+1,96².0,01. (1- 0,01) n= 43736616 / 0,0436997217 n=89 Os colaboradores responderam por meio do Google Docs online, pois com a pandemia do Covid-19 (novocoronavírus), o autor da pesquisa não poderia entregar pessoalmente os questionários impressos. Para a realização da pesquisa, foi aplicado um questionário (Apêndice B), com perguntas fechadas, na Escala Likert, e uma única questão aberta, identificando a opinião dos colaboradores sobre as falhas de processo e planos de melhorias das peças metálicas para o trabalho padronizado na empresa. Foram 6 perguntas identificando o perfil dos funcionários, 9 afirmações em Escala Likert (identificando a concordância com as mesmas) e 1 única questão aberta para explorar o conhecimento dos colaboradores sobre a questão do assunto do trabalho proposto. As informações obtidas na pesquisa a partir do questionário foram comparadas aos conceitos desenvolvidos na parte teórica. Foram analisadas a frequência das respostas a partir de números e tabelas, assim como a análise de conteúdo para avaliar as informações sobre trabalho padronizado desenvolvido na empresa. Tudo isto, para observar o conhecimento geral dos funcionários sobre o trabalho padronizado realizado na organização. Com base nisso, procurando responder o assunto da pesquisa proposta. Para a interpretação dos dados qualitativos da pesquisa, utilizou-se da técnica de análise de conteúdo, como destaca Bardin (2011) que define como uma descrição analítica apresentando aplicações que permitem a classificação dos componentes do significado da mensagem em espécie de categorias. 19 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 4.1 ANÁLISE DE DADOS LEVANTADOS NA PESQUISA O presente estudo teve como base uma empresa sistemista situada no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí - RS. O nome da mesma não será divulgado por motivos éticos e de confidencialidade. Nesta seção, primeiramente são apresentados os dados relacionados ao perfil dos respondentes. Depois, são apresentados os resultados da pesquisa descritiva, obtidos a partir de afirmações na escala de Likert, que procuravam medir o grau de concordância ou discordância dos colaboradores em relação as mesmas. Finalmente, são apresentados os resultados da pesquisa exploratória realizada com base na única questão aberta do instrumento de pesquisa, feita para explorar o conhecimento geral. As informações foram agrupados em categorias conforme a semelhança nas respostas. 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DOS ENTREVISTADOS A seguir, é apresentado na Tabela 1 o perfil dos 90 (noventa) colaboradores que responderam essa pesquisa. Foram abordadas questões como idade, gênero, cidade, escolaridade, estado civil e setor de atuação na empresa. Tabela 1 – Características dos respondentes da pesquisa Gênero Nº de Participantes Porcentagem Masculino 65 72,2% Feminino 25 27,8% Idade Nº de Participantes Porcentagem Entre 18 a 24 anos 21 23,3% Entre 25 e 34 anos 29 32,2% Entre 35 e 44 anos 33 36,7% Entre 45 e 54 anos 7 7,8% 55 anos ou mais 0 0% Cidade Nº de Participantes Porcentagem Gravataí 68 75,6% Cachoeirinha 13 14,4% Sapucaia do Sul 5 5,6% Esteio 2 2,2% Canoas 2 2,2% Escolaridade Nº de Participantes Porcentagem Ens. Fundamental Incompleto 0 0% Ens. Fundamental Completo 5 5,6% Ens. Médio Incompleto 6 6,7% Ens. Médio Completo 44 48,9% Ens. Superior Incompleto 23 25,6% Ens. Superior Completo 12 13,3% Estado Civil Nº de Participantes Porcentagem 20 Solteiro(a) 34 37,8% Casado(a) 32 35,6% União Estável 21 23,3% Separado(a)/ Divorciado(a) 2 2,2% Viúvo(a) 1 1,1% Setor de atuação Nº de Participantes Porcentagem Solda/ Produção 47 52,2% Logística/ Recebimento 7 7,8% Engenharia 5 5,6% Qualidade 20 22,2% Manutenção 6 6,7% Estamparia 3 3,3% Ferramentaria 2 2,2% Fonte: Dados da Pesquisa, (2020). Conforme a Tabela 1, quanto ao perfil dos respondentes, a maior parte dos respondentes foi composta por homens com 72,2% e mulheres 27,8%. Quanto a faixa etária, 23,3% com idade de 18 a 24 anos, 32,2% entre 25 a 34 anos, 36,7% entre 35 e 44 anos, e 7,8% entre 45 e 54 anos. Já, referente a cidade onde residem 75,6% moram em Gravataí, 14,4% em Cachoeirinha, 5,6% em Sapucaia do Sul, 2,2% em Esteio, e 2,2% em Canoas. Em relação ao grau de escolaridade, 5,6% tem o ensino fundamental completo, 6,7% tem o ensino médio incompleto ou cursam ainda, 48,9% tem o ensino médio completo, 25,6% estão cursando o ensino superior e 13,3% já concluíram o ensino superior. Relativo ao estado civil 37,8% são solteiros, 35,6% estão casados, 23,3% tem união estável ou moram junto, 2,2% estão divorciados e apenas 1,1% é viúvo(a). Quanto ao setor onde atuam 52,2% trabalham na solda e produção da empresa, 7,8% na logística e área de recebimento, 5,6% na engenharia, 22,2% na área da qualidade, 6,7% na manutenção, 3,3% na estamparia, e 2,2% na ferramentaria. 4.3 Análise descritivados resultados Nesta seção são apresentados os dados levantados dos entrevistados a partir de uma escala de concordância e discordância das afirmativas em relação à qualidade das peças dentro da empresa. As tabelas a seguir ilustram as afirmações. Tabela 2 - As documentações do processo de montagem Afirmação: O trabalho padronizado e as documentações do processo de montagem, melhoram os níveis de produção e a qualidade das peças. Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 4 11 7 34 34 3,68 Porcentagem 4% 12% 8% 38% 38% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). 21 Com base na tabela 2, 4% dos colaboradores respondentes da pesquisa afirmam discordar que com apenas as documentações melhoram a qualidade das peças, enquanto 12% discordam plenamente. Os respondentes que não concordam e nem discordam com a questão são de apenas 8%. Os respondentes que concordam ou concordam plenamente são 38% que estão satisfeitos quanto ao trabalho padronizado e as documentações para melhoria dos níveis de produção. A média das respostas é de 3,68 sendo considerada baixa em relação às demais médias constantes nessa pesquisa. O trabalho padronizado e as documentações servem para auxiliar o nível de produção e a qualidade no processo produtivo das peças metálicas, e como se pode ver a maioria concorda que isso melhore a produtividade e qualidade. A utilização da padronização do trabalho é um requisito básico para garantir estabilidade no sistema produtivo, sendo assim, usando as documentações que seguem os passos das tarefas a serem seguidas pelos operadores de produção e inspetores de qualidade, como destaca Oliveira (2018). Tabela 3 - Kaizen e os benefícios operacionais Afirmação: O Kaizen consiste em benefícios operacionais, financeiros e competitivos para empresa, em sua opinião é o padrão ideal para sua empresa utilizar. Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 6 10 17 35 22 3,63 Porcentagem 7% 11% 19% 39% 24% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Pelo que se pode reparar na tabela 3, 7% discordam plenamente, 11% discordam, 19% nem concordam e nem discordam, 39% concordam e 24% concordam plenamente. A maior parte do pessoal concorda que o kaizen consiste em benefícios operacionais para a empresa, enquanto alguns concordam mais ou menos e outros são indiferentes a questão. Pela média das respostas, 3,63 o pessoal ficou um pouco indeciso quanto essa afirmação. O kaizen é um processo de melhoria para a empresa que consiste em benefícios operacionais que padroniza layouts dos setores para melhor visualização para os trabalhadores. Para Filho e Pires (2017), a implementação do Kaizen para as empresas industriais é necessária a aplicação de algumas ferramentas lean como o mapeamento do fluxo de valores. 22 Tabela 4 - Fluxogramas, padronização e processos de produção e inspeção Afirmação: O estabelecimento de fluxogramas é essencial para a padronização e para o entendimento do processo de produção ou inspeção? Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 2 10 10 46 22 3,84 Porcentagem 2% 11% 11% 51% 24% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Conforme a tabela 4, o grau de concordância dos respondentes se baseia em 2% que discordam plenamente, 11% que discordam, 11% que nem concorda e nem discordam, 51% que concordam e 24% que concordam plenamente. Como se pode ver a maioria concorda que os fluxogramas estabelecem melhor entendimento na produção e qualidade das peças metálicas, enquanto alguns concordam mais ou menos e outros discordam que este método seja o melhor possível. Com base na média das respostas, os 3,84 são considerados alto em relação às outras médias. O fluxograma é um método que descreve os passos de um processo de fabricação, montagem, inspeção, qualidade, produtividade ou outros serviços dentro de uma empresa. Segundo Campos (2014), o estabelecimento de fluxogramas é essencial para a padronização e para o entendimento do processo. Eles são estabelecidos para todas as áreas da empresa pelos próprios colaboradores que ali trabalham de forma participativa. Tabela 5 - Inspeção e qualificação Afirmação: A inspeção é uma ferramenta da qualidade na verificação das peças, em sua opinião é o método mais adequado na hora de qualificar as peças. Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 5 12 4 37 32 3,89 Porcentagem 6% 13% 4% 41% 36% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Referente a tabela 5, 6% discordam plenamente, 13% discordam à questão, 4% nem concordam e nem discordam com a questão ou são indiferentes sobre a inspeção, 41% concordam e 36% concordam plenamente ou pouco. Pelo visto, a maioria ficou entre concordam totalmente e concordam, enquanto alguns não têm opinião sobre a questão e poucos discordam com a inspeção final. A média das respostas foi de 3,89, considerado alto e superior a maior parte das demais média. 23 A inspeção é um manual da qualidade que verifica e analisa as peças no final do processo produtivo e com isso evita que certos problemas passem adiante. Segundo Paladini (2011), uma forma de avaliação da qualidade frequentemente considerada é a inspeção final das peças. Como se sabe, a inspeção da qualidade é o processo que visa identificar se uma peça, uma amostra ou um lote atende a certas especificações da qualidade. Tabela 6 - Processo produtivo controlado Afirmação: A padronização tem o principal objetivo descrever como as atividades devem ser executadas de uma forma simples. Dessa forma, a empresa mantém um processo produtivo controlado. Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 5 8 4 42 31 3,95 Porcentagem6% 9% 4% 47% 34% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Sobre a tabela 6, 6% discordam plenamente, 9% discordam, 4% nem concordam e nem discordam, 47% concordam e 34% concordam plenamente sobre a padronização e o processo produtivo controlado. As porcentagens demostram que a maioria concorda com a questão, enquanto poucos discordam ou não tem opinião. Os 3,95 de média das respostas são altos em relação às demais, inclusive é a mais alta. A padronização é essencial para a empresa para colocar as tarefas em dia e manter a produção e qualidade das peças metálicas sob controle. Conforme Silva (2017), padronizar é a maneira mais simples possível de realizar as atividades da empresa trazendo resultados diretos e efetivos por meio de padrões técnicos e mensuráveis, e também fazer dinâmica que envolve profissionais da empresa. Tabela 7 - Inspeção conforme as características Afirmação: A execução da inspeção é sempre desenvolvida segundo regras bem determinadas. Isso evita que a inspeção seja feita conforme gostos, preferências ou outras características. Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 5 9 8 37 31 3, 89 Porcentagem 6% 10% 9% 41% 34% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Os dados da tabela 7 demonstram que 6 % discordam plenamente, 10% discordam, 9% nem concordam e nem discordam, 41% concordam e 34% concordam plenamente. Os resultados demonstram que a maioria concorda com as 24 características da inspeção, enquanto poucos não têm opinião ou discordam. Os 3,89 são considerados altos, uma das maiores médias. As inspeções finais das peças são feitas através das características desenvolvidas pela qualidade conforme descritas numa documentação. Para Paladini (2011), a inspeção é direcionada para algumas características envolvidas na peça. Da avaliação desta característica, contudo, a inspeção pode determinar se toda a peça deve ser excluída de um processo ou de uma etapa do fluxo de produção. Tabela 8 - Alerta da qualidade Afirmação: Toda vez que houver falhas na produção ou inspeção final das peças, o alerta da qualidade é o melhor plano de melhorias na empresa? Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 10 10 11 37 22 3,57 Porcentagem 11% 11% 12% 41% 24% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Com base nos dados da tabela 8, é possível ver que 11% discordam plenamente, 11% discordam, 12% nem concordam e nem discordam, 41% concordam e 24% concordam plenamente. Sobre a questão do alerta da qualidade, vários concordam, enquanto outros discordam ou não tem opinião própria sobre o assunto. Os 3,57 são a média mais baixa. O alerta da qualidade serve para detectar falhas no processo quando algum produto é passado adiante sem ter visto tal problema e para que isto não ocorra novamente. O ciclo PDCA consiste em um modelo organizado em quatro fases como planejar, fazer, verificar e agir, sendo identificado como um método utilizado para gerenciar a qualidade em situações de melhoria e resultados. É importante ressaltar que o PDCA é um método poderoso de controle, não somente uma ferramenta para auxiliar na solução do problema, destaca Silva at al Silva (2017). Tabela 9 - Controle da qualidade total Afirmação: O controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle de processo. Esse controle é de boa garantia na qualidade do seu produto para o seu cliente externo e interno. Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 7 9 8 36 30 3,81 Porcentagem 8% 10% 9% 40% 33% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% 25 Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Como é possível reparar na tabela 9, 8% discordam plenamente, 10% discordam, 9% nem concordam e nem discordam, 40% concordam e 33% concordam plenamente. A média das respostas foi de 3,81 sendo considerada uma das mais altas. O controle total da qualidade é um método que avalia tudo quanto é produto que é passado adiante num processo de fabricação, sendo assim, evitar que certos problemas cheguem ao próximo cliente. Oliveira e Figueiredo (2018) afirmam que as empresas buscam padrões cada vez mais elevados de produtividade e qualidade dos produtos a serem entregues ao próximo cliente externo, pois a Produção Enxuta tem como foco o combate às perdas trazendo ganhos substanciais em qualidade, prazos de entrega e custos com a produção. Tabela 10 - Sete ferramentas da qualidade Afirmação: É necessário usar as sete ferramentas da qualidade na hora que aparecerem os problemas de processos de fabricação? Grau de Discordo Discordo Nem concordo, Concordo Concordo Média das Concordância Plenamente nem discordo Plenamente Respostas Nº de Participantes 6 11 12 35 26 3,71 Porcentagem 7% 12% 13% 39% 29% Total de Participantes: 90 Total das Porcentagens: 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2020). Conforme a tabela 10, 7% discordam plenamente, 12% discordam, 13% nem concordam e nem discordam, 39% concordam e 29% concordam plenamente. Os dados afirmam que muitos estão de acordo com as sete ferramentas da qualidade e alguns concordam, enquanto poucos não têm opinião ou não concordam. Os 3,71 de média são considerados razoáveis pelo nível de respostas. As ferramentas da qualidade servem para melhorar os níveis de produção ou inspeção das peças quando aparecem os problemas, então as soluções são usar as sete ferramentas da qualidade ou algumas dela. Para Silva at al Silva (2017), é possível fazer o uso de alguns recursos de qualidade ou mais conhecido como as sete ferramentas da qualidade para as padronizações da empresa que são Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Estratificação, Folha de verificação, Histograma, Diagrama de Dispersão-Correlação e Gráficos de controle. 26 4.4 Análise exploratória dos resultados Ao final da pesquisa quantitativa, havia uma única questão aberta para os colaboradores responderem, exigindo análise exploratória a partir da técnica de análise de conteúdo. Tal questão versava sobre quais os outros métodos que poderiam ser empregadosna hora de verificar um problema de inspeção, padronização ou fabricação das peças metálicas. As respostas foram agrupadas por similaridade nas respostas. 4.4.1 Transferência de responsabilidades Dos trinta e oito (38) colaboradores que responderam à questão aberta, nove (9) deles ao se depararem com problemas de inspeção, padronização ou fabricação das peças metálicas, afirmaram que iriam repassar o problema à liderança, para a área de qualidade ou de engenharia, como pode ser visualizado em suas respostas. “Relatar o problema ao meu supervisor.” (E1) “É separando e chamando o facilitador.”(E2) “Acionamento de engenharia e qualidade e parar produção, botando em prática isso, diminuiria os problemas.” (E3) “Acionar a área da qualidade.”(E4) “Acionar o facilitador, logo em seguida a área da qualidade para solucionar devidos problemas.”(E5) “Avisar imediatamente o seu Facilitador/ Líder de produção para ele ficar a par do acontecimento e assim podendo acionar a qualidade”.(E6) “E separado as peças e chamar o facilitador.” (E7) “Avisar a qualidade, parar a produção e ver onde está o erro e se for necessário avisar a engenharia.” (E8). “Primeiro a qualidade depois a quantidade.” (E9) Analisando as respostas, denota-se que estes colaboradores desconhecem o que vem a ser metodologia de análise e solução de problemas (MASP) ou se conhecem, preferem ignorar e simplesmente repassar o problema para que outros resolvam. Neste sentido, sugere-se uma pesquisa de clima para avaliar o grau de motivação e comprometimento das equipes. Estas sugestões se deparam com o que diz Pacheco (2015), os indicadores de desempenho na indústria podem ser um fator decisivo para o sucesso da empresa e para estabelecer os indicadores de desempenho é necessária a dedicação da equipe multidisciplinar, definindo metas e compreendendo as variáveis envolvidas nos processos de fabricação. 4.4.2 Análise por documentações Sete (7) colaboradores dos trinta e oito (38) observaram outros métodos e soluções de verificar um problema de inspeção, padronização ou fabricação das peças metálicas como avaliar as peças metálicas acompanhando as documentações e planilhas existentes no setor, que identifica o passo a passo das montagens e fabricações das peças, como também as inspeções. 27 “Alguma ferramenta de memorização visual seria importante para fixar melhor o TP como vídeos por exemplo.”(E1) “A necessidade de criar um treinamento específico para inspecionar com qualidade e não somente seguindo um manual que não coincidir com os verdadeiros critérios solicitados pelos clientes.”(E2) “Pode ser aplicado um Mapeamento de Fluxo de Valor, árvore de falhas ou mesmo o método 8D para atacar com mais certeza o que deve ser melhorado.”(E3) “Plano de Controle.”(E4) “8D , MASP.”(E5) “Verificar as documentações no posto de trabalho e seguir conforme o que se pede.”(E6) “Referente à inspeção manter os planos de controle atualizados e os treinamentos em dia. Padronizar é fundamental em qualquer modelo de produção.”(E7) Observando as respostas dos colaboradores, demonstra-se que a maioria deles conhecem outros tipos de métodos para verificação de um problema nas peças metálicas como o MASP (metodologia de análise e solução de problemas) e o Mapeamento de Fluxo de Valor, além das documentações para análise e inspeção. Com isso, verifica-se fazer um diagrama de causa e efeito ou apontar um dos pilares da qualidade para a solução de problemas. Como diz Silva (2017), é possível fazer o uso de alguns recursos de qualidade ou o Diagrama de Causa e Efeito que é mais conhecido como diagrama de espinha do peixe, que sua finalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas do problema. 4.4.4 Dispositivos Poka Yokes Quatro (4) dos trinta e oito (38) colaboradores que responderam a questão aberta abordaram que a melhor solução para verificação das peças metálicas é o dispositivo poka yoke, que é um dispositivo a prova de erros destinados a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos. “Uso de poka yoke. Em caso de constantes falhas.”(E1) “Uso te técnicas estatísticas no processo, pra evitar controle excessivo. Principalmente o uso sempre que possível, do sistema a prova de erro Poka yoke.”(E2) “Poka yokes, dispositivos padronizados, melhorias continuas nas linhas.”(E3) “Em minha opinião uma das ferramentas mais importantes é o Poka Yoke, que quando bem utilizado impede a produção do defeito, impedindo assim que peças defeituosas cheguem até a inspeção.”(E4) Com base nas respostas dos colaboradores, as melhores sugestões seriam em que todas as máquinas tivessem o poka yoke, pois na maioria das vezes o teste desse dispositivo é verificar uma peça padrão na máquina e pedir a avaliação da qualidade todo começo de turno. O Poka-Yoke é um serviço automotivo considerado um conjunto de técnicas e mecanismos que permitem prevenir, detectar e eliminar erros de fabricação num processo, podendo ser aplicados tanto à qualidade produtiva como à segurança dos trabalhadores, destaca Marques (2014). 28 4.4.5 Análise por outros métodos Dezessete (17) colaboradores dos trinta e oito (38) abordaram outros métodos de soluções de verificar um problema de inspeção, padronização ou fabricação das peças metálicas como treinamentos, retrabalhos, comunicações na equipe de trabalho e outros diversos métodos de análises. “Não atropelar o processo”. (E1) “Mais inspeções”. (E2) “Treinamento”. (E3) “Já trabalhamos com praticamente todos os pilares da qualidade”. (E4) “Verificar sempre 100%”. (E5) “Programação de análise de causa com equipe multidisciplinar, proteção imediata de peças enviadas para o cliente e segregação de lote suspeito”. (E6) “No nosso cotidiano, o ultrassom e destrutivo nos pontos de solda suspeitos”. (E7) “Atenção e análise da causa sobre a falha”. (E8) “Manter sempre informações do acontecimento para que seja resolvido dentro da fábrica evitar que nunca chegue ao nosso cliente”. (E9) “A manutenção preventiva dos robôs e ouvir o operador de como esta a maquina e como o operador gostaria de produzir seria alguns métodos bom para isso melhorar”. (E10) “Parada total para a verificação”. (E11) “Observar, conversar, verbalizar, com quem está diretamente com o processo no dia a dia para descobrir onde de fato está a falha”. (E12) “Padronização.” (E13) “Tentar retrabalhar a peça da melhor maneira possível”. (E14) “Atenção foco e determinação”. (E15) “Minha opinião é que deve ter uma inspeção em cada processo em que a peça passa, sem falhar nenhum”. (E16) “Visual, para evitar avarias e ausência de componentes.” (E17) Analisando as respostas dos colaboradores, percebe-se que o maior foco é ter certeza que foram conferidos todos os pontos de verificação da peça metálica antes de passar para a próxima operação, assim evitando que nenhum problema chegue ao cliente. Neste sentido, a proposta é averiguar um melhor consenso entre as equipes para chegar a alguma conclusão sobre os problemas a serem averiguados no setor. Segundo Oliveira (2018), a inclusão do trabalho padrão como uma prática integral da equipe de liderança elevará a chance de sucesso nos negócios para alcançar ótimos resultados. 29 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho padronizado é um dos fatores da gestão da qualidade que levam a crer que a inspeção final das peças metálicas seja a maneira mais correta para a avaliação de desempenho dos produtos a serem entregues ao próximo cliente interno e externo. Em visto disso, o presente estudo teve o objetivo geral de identificar possíveis falhas sobre o trabalho padronizado das peças metálicas em uma
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