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Roteiro de estudos-3ano sociologia magna 15 06

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Diretoria de Ensino de Itapevi
E.E. Dorvalino Abílio Teixeira
Roteiro de Estudos Remoto (de 15/06 á 22/06 )
Disciplina: Sociologia - 3° ano Turmas: A,B e C 
Professor: Magna Cássia 
Sequência Didática
Tema: FORMAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR NA HISTÓRIA DO BRASIL
Habilidades: 
Interpretar e analisar criticamente fatos e eventos históricos; identificar conteúdos e temas em processos históricos de diferentes épocas e compará-los de forma crítica. 
Estratégia: Leitura, interpretação e análise de textos de naturezas diversas, orientados de acordo com os procedimentos passo a passo;
Recursos: Aplicativo de celular grupal ( Whatsapp) e redes sociais, bem como vídeo-aulas disponíveis no youtube na plataforma CMSP e reproduzidas em diferentes redes sociais;
Avaliação: Mediante participação, interação e realização das atividades propostas que serão verificados conforme recebimento, apreciação e devolutiva do professor nos canais disponíveis e previamente combinados;
Procedimentos Passo a Passo
1- Leia o texto abaixo para responder as questões. Texto explicativo
É importante lembrar que o sufrágio universal, inclusive a sua extensão aos analfabetos e aos jovens maiores de 16 anos, é uma conquista recente. Mas a participação política em uma sociedade democrática não se resume apenas ao ato de votar. Embora o voto seja um direito fundamental segundo a concepção de cidadania contemporânea, há outras formas de participação política dos membros de uma sociedade na decisão de quem serão seus governantes, no modo como desejam ser governados e nos desígnios sobre seus objetivos. A forma como essa participação política se dará vai depender das regras estabelecidas para o funcionamento do Estado e da sociedade de forma organizada. Como vimos, a Constituição de 1988, bem como as Constituições anteriores, prevê regras de elegibilidade, ou seja, é preciso ter pelo menos 16 anos para votar e pelo menos 18 anos para se candidatar a vereador, por exemplo. É preciso ter em mente que há formas legítimas e ilegítimas de participação política. No decorrer de nossa história, tais formas variaram dependendo do tipo de regime (Colônia, Império, República, Ditadura), dos grupos políticos que estavam no poder (oligarquias, Estado Novo, presidentes democraticamente eleitos) e do grau de participação política a que a população tinha direito. O papel dos cidadãos brasileiros na conquista dos seus direitos de cidadania, portanto, está marcado pelo contexto em que elas ocorreram.
O responsável pelas decisões do governo da nossa cidade é o prefeito, mas ele não é o único responsável pelo governo da cidade, além do prefeito, o governo municipal conta com o conjunto de vereadores da Câmara Municipal eleitos pelos cidadãos do município. Portanto, todos são responsáveis, mesmo que indiretamente, pelo governo da cidade. As formas de participação podem contribuir para o modo como a sociedade é organizada ou, então, como a cidade é governada. 
O voto é uma forma de participação política estabelecida legalmente pela Constituição e auxilia na escolha dos governantes e legisladores. O abaixo-assinado, a assembleia e a manifestação expressam de forma espontânea a insatisfação e também são formas de participação política em uma sociedade democrática
Vamos analisar alguns dos mais importantes movimentos de participação popular da história brasileira ocorridos após a Independência, atentando para a capacidade de articulação, mobilização e atuação de diversos setores da população em torno de suas reivindicações, levando à reflexão acerca dos seguintes aspectos:
✔  Quais tipos de participação popular podem ser identificados na história do Brasil;
✔  Como esses movimentos podem ser comparados às formas modernas de participação política em termos da defesa de interesses de grupos sociais particulares, da reivindicação de direitos e da integração de minorias no conjunto da sociedade em condições de igualdade.
Revoltas populares dos séculos XIX e XX. Os conflitos que geraram movimentos de natureza nitidamente popular, ou seja, que envolveram as camadas da população que não tinham acesso aos processos de decisão política, mas se organizaram de alguma forma, sob lideranças, em defesa de territórios, bens, membros dos grupos, ideias e objetivos. Para discutirmos as formas de mobilização, atuação e reivindicação dos diversos setores da sociedade escravista de vários pontos de vista, enfatizar a capacidade de articulação, as formas de negociação de interesses em uma época em que as relações entre Estado e sociedade não se davam em um contexto democrático, ou seja, não havia igualdade na participação das decisões de poder, a exploração, e a opressão de determinados grupos sociais. 
Na passagem da Monarquia para a República, o foco das rebeliões passa a ser a disputa pela terra. É o período em que os movimentos camponeses se voltam contra o poder dos “coronéis”, como eram conhecidos os líderes políticos locais, que, mesmo com o fim da escravidão, continuavam a subjugar o trabalho dos homens livres.
1832 a 1835 Revolta dos Cabanos Pernambuco e Alagoas - Pequenos proprietários, índios, brancos pobres sem-terra e sem-trabalho e negros fugidos, liderados pelo mulato Vicente Ferreira de Paula. Os rebelados tinham como principais demandas sociais a libertação dos escravos e a posse da terra na região das matas entre o sertão e a zona litorânea de Pernambuco e Alagoas, reivindicada pelos grandes senhores de terras, de onde os cabanos tiravam seu sustento. A revolta durou três anos e foi enfrentada pelas tropas do governo em forma de guerrilha, nas matas da região.
1835 a 1840 Cabanagem Belém (PA), na então província do Grão-Pará Índios chamados de “tapuios”, negros libertos e mestiços, liderados pelo lavrador Francisco Vinagre e pelo seringueiro Eduardo Angelim. A principal motivação para a revolta foram as ações do governo da província do Grão-Pará, considerado impopular e responsável pela miséria em que essas populações viviam. Os cabanos tomaram a capital, Belém (PA), mataram o governador e decretaram independência em relação ao Império brasileiro. A luta continuou até 1840; foi a rebelião mais sangrenta da história do Brasil, com cerca de 30 mil mortos (20% da população).
1835 Revolta dos Malês Salvador (BA) - Negros alforriados e escravos muçulmanos nagôs, que se uniram a outros das nações iorubá, hauçá, jeje e tapa. Embora não tivessem um projeto político definido, pretendiam tomar o governo e se tornar livres, a fim de professar suas crenças religiosas e vivenciar suas identidades étnicas em um país predominantemente católico e fortemente dominado por um regime senhorial escravocrata.
1838 a 1840 Balaiada Maranhão e Piauí - Vaqueiros, artesãos e escravos fugitivos, liderados pelo fabricante de balaios Manoel Francisco Gomes. As origens da Balaiada estão nos desmandos e abusos de poder perpetrados pelas autoridades locais que, em um momento de forte crise da economia maranhense, conduziram ao levante das populações locais contra o governo provincial. Os “balaios” chegaram a reunir 11 mil homens armados e tomaram a cidade de Caxias (MA), mas foram derrotados em 1840 por Luís Alves de Lima e Silva, que veio a se tornar o Duque de Caxias.
1851 a 1852 Revolta contra o Censo Geral do Império e o Registro Civil de Nascimentos e Óbitos Todas as províncias do Nordeste e norte de Minas Gerais Camponeses e trabalhadores rurais pobres. Até 1850, o único registro que havia era dos escravos que entravam no país. Por isso, a população temia que o governo estivesse estabelecendo um novo tipo de escravidão ao impor o censo. O registro civil de nascimentos foi interpretado como uma sobreposição do poder do Estado em relação à Igreja, o que era considerado inadmissível. 1874 Revolta do Quebra-Quilos Rio de Janeiro, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte Pequenos proprietários, comerciantes e consumidores. Ao mudar o velho sistema de pesos e medidas, o governo do Visconde de Rio Branco introduziu também a cobrança de aluguéis e taxas dos novos sistemas de aferição dospesos e medidas, o que onerava os comerciantes, aumentando ainda mais o descontentamento da população com relação às mudanças, provocando inúmeras reações de rebelião.
1896 a 1897 Guerra de Canudos Sertão da Bahia Jagunços, camponeses e ex-escravos. Rejeitando as medidas secularizadoras adotadas pela República, o líder Antônio Conselheiro tentou criar uma comunidade de santos, onde as pessoas viveriam unidas pela fé, exercendo práticas religiosas tradicionais. Ele acreditava que a cobrança de impostos e o casamento civil eram práticas contrárias ao que a Igreja preconizava e que o modo de vida defendido por ele poderia acabar com as diferenças sociais. Canudos foi inteiramente destruída pelas forças republicanas em 1897.
1912 a 1916 Guerra do Contestado - Paraná e Santa Catarina. Trabalhadores sem-terra, liderados pelo monge José Maria. Os moradores da região reivindicavam o direito de propriedade das terras que cultivavam, ocupadas por oligarquias regionais e duas empreendedoras estadunidenses que operavam ali, responsáveis pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo, e uma madeireira. As empresas tinham interesse em explorar a floresta nativa, de onde a população tirava seu sustento, mas o governo apoiava a expulsão de José Maria e seus seguidores, que foram severamente reprimidos por um grande contingente de soldados equipados com fuzis, canhões, metralhadoras e até aviões.
O aspecto mais relevante a ser enfatizado em relação aos movimentos estudados refere-se ao contexto social e político em que eles ocorreram. As mudanças introduzidas durante o Primeiro e o Segundo Reinados não podiam ser debatidas, questionadas, defendidas ou deliberadas por representantes do povo. Durante o Império, em que vigorou a Monarquia Constitucional, e, posteriormente, após a proclamação da Primeira República, parcela significativa da população estava excluída do processo de decisão eleitoral.
“A esmagadora maioria da população vivia nas áreas rurais e estava submetida aos desígnios dos grandes proprietários. Em 1920, apenas 16,6% dos brasileiros residiam em cidades com vinte mil habitantes ou mais, enquanto a taxa de analfabetismo girava em torno dos 70%. ”
O conflito pela terra por que elas ocorreram?
✔  A utilização do trabalho escravo, tanto do indígena como do negro africano, provocou um profundo impacto nas relações sociais no Brasil. As populações que viviam sob esse regime sofreram com a opressão do trabalho compulsório, dos maus-tratos, das punições e dos castigos, com as doenças e com o extermínio. Muitos escravos procuraram fugir da condição de cativos, refugiando-se em comunidades com organização própria (quilombos), onde buscavam preservar certa autonomia econômica e cultural, produzindo alimentos e estabelecendo relações comerciais com outras comunidades vizinhas, ou se rebelando no interior das próprias fazendas, negociando melhores condições de vida com seus senhores. Em algumas cidades, como Salvador, essas revoltas reuniram cativos e libertos de diversas origens étnicas, que lutaram pela libertação dos escravos, pela liberdade de professar suas religiões e crenças e pelo controle do poder local; 
✔  Os proprietários de terras sem escravos, homens livres pobres, fossem eles brancos, mestiços, indígenas, negros libertos, escravos fugidos, pequenos comerciantes ou trabalhadores que viviam do que cultivavam nos espaços de terra cedidos pelos grandes proprietários, ou do que extraíam das matas e margens dos rios, sofriam a opressão dos grandes senhores de escravos, que geralmente detinham as maiores extensões de terra e também o poder político local. Essas populações tinham relações diferentes com a terra. Alguns viviam na condição de posseiros, cultivando roças e mantendo sítios em áreas que muitas vezes eram reivindicadas por grandes proprietários, que obtinham direito a elas por meio do sistema de concessão de sesmarias: Antigo sistema de concessão de terras consideradas incultas ou abandonadas pela Coroa portuguesa aos colonos. Perdurou até o século XIX. Outros viviam como agregados nas fazendas, sem direito à propriedade da terra, obrigados ao pagamento de tributos, em forma de trabalho ou produtos, dependendo da época e das condições impostas pelo fazendeiro;
✔  As relações de poder no século XIX e início do século XX eram extremamente desiguais. A luta política era intensa e violenta. O que estava em jogo não era o exercício de um direito de cidadão, mas o domínio político local. O chefe político local, também conhecido como coronel: Na época do Império, a Guarda Nacional era uma instituição militar cujo posto mais alto era o de coronel. Geralmente, a pessoa que ocupava essa posição hierárquica exercia grande influência política, sobretudo nos municípios. Com o tempo, a Guarda perdeu sua natureza militar, mas aqueles que ocupavam a posição de coronel continuaram a ter muito poder. Desse modo, passou a se usar o termo “coronel” para designar o chefe político local, não podia perder poder: a derrota representava o desprestígio e a perda de controle de cargos públicos, como os de delegados de polícia, juiz municipal e postos na Guarda Nacional, por exemplo. Assim, a manutenção das relações de dependência entre chefes locais e seus “clientes”, oriundos geralmente dos segmentos mais pobres da população, garantia aos primeiros os votos necessários nas eleições legislativas para o Senado e para a Câmara dos Deputados durante o período da República Velha, perpetuando assim a manutenção do poder das oligarquias rurais;  f As tensões sociais foram se aprofundando e os conflitos se tornaram mais agudos nos dois episódios explicitados no quadro apresentado, as Guerras de Canudos e do Contestado.  Em Canudos, havia a rejeição à secularização promovida pela República. Ambos se destacam por uma forte reação à injustiça dos proprietários de terra e das oligarquias rurais, representadas pelo poder da República. Por essa razão, o governo atribuiu a esses movimentos o caráter de monarquistas e reacionários e os repreendeu violentamente.
✔  Porém, deve-se ter em mente que essas revoltas, embora muito diferentes entre si, ocorreram em um contexto histórico e político em que as camadas mais pobres da população não tinham representantes no governo que defendessem seus interesses; a maioria não detinha a posse ou o direito à propriedade da terra e precisava negociar espaços e condições para a produção de roças e alimentos comercializáveis. As condições de vida eram muito precárias, e o autoritarismo dos líderes políticos locais, bem como dos governos provinciais, não favorecia a negociação das demandas sociais dessas populações.
Responda as questões abaixo de acordo com o texto
1. Por que a participação política em uma sociedade democrática não se resume apenas ao ato de votar
2. Quem são os responsáveis pelas decisões do governo da nossa cidade?
3. A utilização do trabalho escravo, tanto do indígena como do negro africano, provocou um profundo impacto em que? Explique.
4.As relações de poder no século XIX e início do século XX eram extremamente desiguais, porquê? Explique
5. Em Canudos, havia a rejeição à que? Explique
Quaisquer dúvidas poderão (deverão) ser sanadas mediante envio para o nosso canal do whatssap , classroom ou ainda pelo e-mail.
Magnacassia01@gmail.com 
As tarefas deverão ser enviadas , assim que completadas, para os canais disponíveis para apreciação, correção, devolutivas e avaliações finais.

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