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Aula 03 Legislação Aplicada ao SUS p/ EBSERH - 2017 (Todos os cargos) Professores: Adriano de Oliveira, Ana Paula de Oliveira 26274965572 - roger mendonça AULA 03 Legislação aplicada ao SUS – EBSERH – p/ todos os cargos (níveis médio e superior) Professor: Adriano de Oliveira 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 69 AULA 03: REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação da aula 2 2. Considerações preliminares sobre o Decreto 7.508 5 3. Rede de Atenção à Saúde 8 4. Organização do SUS 13 Regiões de Saúde 13 Hierarquização 19 5. Planejamento em saúde 24 Mapa da Saúde 27 6. Assistência à Saúde 29 RENASES 29 RENAME 31 7. Articulação Interfederativa 37 Comissões Intergestores 37 COAP 39 8. Sistemas de Informação no SUS 40 9. Referências 54 10. Lista de questões 55 11. Gabarito 69 APRESENTAÇÃO DA AULA Olá concurseiro(a)! É com muita satisfação que lhe entrego esta última aula do Curso Legislação Aplicada ao SUS para provas da EBSERH. Espero que você tenha sido beneficiado em seus estudos pelo uso deste material. Vamos concluir este curso com chave de ouro discutindo uma das mais importantes normativas da história recente do SUS. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 69 Toda lei de cunho operacional carece de uma regulamentação específica, e com o tempo isso foi se tornando cada vez mais necessário no caso da lei 8.080. Após mais de 20 anos de sua publicação, surge o documento que promoveu a regulamentação da lei 8.080, é o Decreto nº 7.508 expedido pela Presidente da República em 28 de junho de 2011. Durante este longo período de tempo entre a aprovação da lei 8.080 e sua regulamentação, o SUS foi operacionalizado por meio apenas de portarias ministeriais, que são atos administrativos do poder executivo com menos poder do que as leis e decretos. Por meio desses atos foram editadas, durante os anos 1990, as Normas Operacionais Básicas (NOB) e a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS). Já na década seguinte surge o Pacto pela Saúde em 2006 trazendo evoluções muito importantes, sobretudo no sentido de ser mais propositivo quanto as metas que deveriam ser assumidas por todas as esferas de gestão do SUS. Apesar de suas limitações, esses instrumentos foram muito importantes para orientar as práticas de gestores de saúde municipais e estaduais. Todavia seus princípios estão todos contemplados no decreto e, portanto deixaram de ser uma tendência enquanto tema a ser cobrado em provas de concurso. Entre outras coisas isso significa que fazemos parte de uma geração marcante na história de construção do SUS. O decreto trata de aspectos da organização do SUS, do planejamento da saúde, da assistência à saúde e da articulação interfederativa. Todos estes elementos já constavam na lei 8.080, até porque se este é um documento regulamentador não pode fugir do escopo da própria lei que motivou sua criação. Porém ele traz maior clareza a vários aspectos da lei e propõe dispositivos para operacionalizar efetivamente o ordenamento do sistema. Eu atuava no Ministério da Saúde em 2011 e participei das discussões de formulação do Decreto 7.508 e do esforço posterior a sua publicação para difundirmos seus pressupostos à todos os gestores 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 69 estaduais e municipais Brasil à fora. Por isso é um grande prazer poder retomar essa oportunidade junto à vocês por meio deste curso. Por último apresentarei para vocês os principais Sistemas de Informação do SUS, pois o SUS só se converterá em uma Rede de Atenção à Saúde integrada e eficaz se contar com tecnologias de informação adequadas para isso. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE ORGANIZAÇÃO DO SUS REGIÕES DE SAÚDE HIERARQUIZAÇÃO PLANEJAMENTO EM SAÚDE MAPA DA SAÚDE ASSISTÊNCIA À SAÚDE RENASES RENAME ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA COMISSÕES INTERGESTORES COAP SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO SUS 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 69 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES DO DECRETO Nº 7.508 Após o artigo inicial que apenas esclarece o objetivo para o qual o decreto 7.508 foi feito, encontramos o segundo artigo que apresenta uma espécie de glossário onde são definidos uma série de conceitos fundamentais para o entendimento de todo o restante do decreto. Leiam atentamente cada uma dessas definições: Região de Saúde – espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) – acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde; Portas de Entrada – serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; Comissões Intergestores – instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 69 Mapa da Saúde – descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; Rede de Atenção à Saúde (RAS) – conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; Serviços Especiais de Acesso Aberto – serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica – documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Trataremosao longo da aula de explicar melhor o que significam estas definições dos principais dispositivos listados acima de acordo com cada eixo em que os mesmos estão inseridos. Mesmo antes deste aprofundamento já temos condições de olhar para a primeira questão para começarmos a sentir qual é o tom deste tema do Decreto 7.508 nas provas da EBESERH e nos aquecermos para o mergulho na discussão de cada um destes dispositivos. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 69 AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015 23) Assinale a alternativa correta. (A) Rede de Atenção à Saúde é o conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade decrescentes, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde. (B) Serviços Especiais de Acesso Aberto são serviços de saúde específicos para atendimento da pessoa, que posteriormente ressarcirão financeiramente o Sistema Único de Saúde. (C) Região de Saúde é a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema. (D) Mapas da Saúde é o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. (E) Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica são os documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Comentário Neste tipo de questão em que são listadas diferentes definições você precisa procurar pelos detalhes, seja algo que falta ou alguma informação distorcida. Na letra A ele troca a ordem crescente dos níveis de complexidade das RAS pela ordem descendente. Na letra B ele traz 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 69 algo mais conceitual, já vimos desde a Constituição Federal a respeito da importância do SUS garantir a gratuidade de suas ações para toda a população. Na letra C e D ele brinca de troca de definições, utilizando a descrição correta de Mapa da Saúde, mas chamando-o de Região de Saúde e vice-versa. Já na letra E encontramos uma definição correta e compatível com o conceito de Protocolo Clínico e Diretriz clínica. Essa portanto é a nossa resposta correta. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Apesar de toda a formosura da estruturação teórica e normativa do SUS, sabemos que na prática ele ainda se configura em um sistema de saúde fragmentado e baseado em um modelo de atenção à saúde inadequado para a situação epidemiológica do país. Temos uma situação de saúde do século XXI sendo respondida por um sistema de atenção à saúde desenvolvido no século XX, que se volta, principalmente, para as condições e os eventos agudos, a agenda hegemônica do século passado. Isso quer dizer que precisamos considerar o atual perfil epidemiológico brasileiro, caracterizado por uma quadrupla carga de doenças que envolve a persistência de doenças parasitárias, infecciosas e desnutrição características de países subdesenvolvidos, importante componente de problemas de saúde reprodutiva com mortes maternas e óbitos infantis por causas consideradas evitáveis, e o desafio das doenças crônicas e seus fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada, obesidade e o crescimento das causas externas em decorrência do aumento da violência e dos acidentes de trânsito. Esse traz consigo a necessidade de ampliação do foco da atenção para o manejo das condições crônicas, mas atendendo, concomitantemente, as condições agudas. O modelo de atenção à saúde vigente fundamentado nas ações curativas, centrado no 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 69 cuidado médico e estruturado com ações e serviços de saúde dimensionados a partir da oferta, tem se mostrado insuficiente para dar conta dos desafios sanitários atuais e, insustentável para os enfrentamentos futuros. A Organização Mundial da Saúde tem recomendado à todos os países a implantação de sistemas de saúde mais integrados, com a adoção de um modelo de atenção que de fato atenda às necessidades de saúde da população, e que considere o fenômeno de aumento de expectativa de vida das pessoas e o consequente aumento das condições crônicas afetando a saúde destas pessoas. Esse tipo de sistema se chama Rede de Atenção à Saúde (RAS), e é o primeiro conceito que precisamos desvendar para compreender as proposições do Decreto 7.508. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) pressupõe a superação do modelo piramidal de organização do sistema de saúde e aponta que é possível e necessário horizontalizar as relações e o fluxo comunicacional entre os diferentes serviços que compõem os níveis de atenção à saúde desta rede. Após muitos debates e formulações, o Ministério da Saúde publicou, mesmos antes ao decreto, a Portaria nº 4.279/2010 que expressa um 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 69 entendimento comum de gestores de todas as esferas do SUS sobre o que é Rede de Atenção à Saúde e como devem ser organizadas no Brasil. A definição abaixo foi retirada da portaria: “As Redes de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.” Resgato aqui a definição mais simplificada do decreto 7.508, só para que você observe que no seu cerne ela representa a mesma lógica descrita na portaria ministerial supracitada. “Rede de Atenção à Saúde – conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde”. Os serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) desempenham um papel fundamental neste desenho configurando-se como: ordenadora da rede, coordenadora do cuidado e centro de comunicação. Os serviços de atenção primária são estratégicos para garantir o acesso equitativo a serviços de saúde para toda a população. Devem ser portanto a “porta de entrada preferencial” das RAS, mas não exclusiva, por serem mais próximos ao local onde as pessoas vivem. Na ilustração abaixo podemos observar como os serviços de APS se posicionam de maneira estratégica para articular intersetorialmente os recursos necessários para prestar uma atenção integral a saúde da população que lhe é adscrita, conforme os desenhos territoriais definidos para atuação de cada uma das suas equipes: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redesde Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 69 As bancas não podem em tese repetir questões entre uma prova e outra, mas às vezes elas só tapeiam mudando um detalhezinho ou outro, e no fundo perguntam a mesma coisa, quase do mesmo jeito. Confira isso nestas 2 questões iniciais. O nível de facilidade das questões que você observará nesta 1ª parte da aula não deve fazê-lo(a) subestimar o tema, porque ele é estruturante e dele podem emergir questões mais elaboradas. IBFC – EBSERH – 2013 24) Segundo o Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011, conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde é a definição de: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 69 a) Rede de Atenção à Saúde. b) Região de Saúde. c) Universalidade. d) Regionalização. IBFC – EBSERH/HU-UNIVASF – 2014 24) Considerando o decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, o conjunto de ações e serviços de saúde articulados em nível de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde corresponde à (ao): A) Polo de Saúde. B) Rede de Atenção à Saúde. C) Região de Saúde. D) Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde. E) Mapa de saúde. Comentário Nas duas questões há um resgate da definição de RAS apresentada no artigo 2º do Decreto 7.508 e em ambos os casos ele brinca entre as alternativas colocando alguns outros dispositivos/conceitos do decreto e mistura com outros princípios descritos na lei 8.080 que em geral são pertinentes, e que muito tem a ver com o decreto. Destaco porém 2 das principais características da RAS que você deve assimilar bem nesta definição – os níveis crescentes de complexidade e o objetivo de proporcionar integralidade do cuidado. As respostas então são letra A e B, respectivamente. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 69 ORGANIZAÇÃO DO SUS REGIÕES DE SAÚDE A organização da RAS exige uma definição da região de saúde, o que implica na definição dos seus limites geográficos e de sua população e no estabelecimento do rol de ações e serviços que serão ofertados nesta região de saúde. As competências e responsabilidades dos pontos de atenção (serviços de cada nível de atenção – primário, secundário, terciário) no cuidado integral estão correlacionadas com a abrangência de base populacional, acessibilidade e escala para conformação destes serviços. A definição adequada da abrangência dessas regiões é essencial para fundamentar as estratégias de organização da RAS, devendo ser observadas as pactuações entre o estado e o município para o processo de regionalização e parâmetros de escala e acesso. O decreto define o conceito de Regiões de Saúde de maneira mais simples, vamos conferir novamente: “...espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;” A região de saúde portanto deve ser bem definida, baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao atendimento dos usuários do Sistema, melhor proporção de estrutura/população/território e viabilidade operacional sustentável. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 69 Remetendo-nos novamente ao decreto, ele define que para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. O decreto diz ainda que caberá aos entes federativos (estados e municípios), por meio de seus fóruns colegiados, a definição dos seguintes elementos para determinar às Regiões de Saúde: I - seus limites geográficos; II - população usuária das ações e serviços; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. Vamos conferir mais questões. Percebam que estas bancas gostam muito de perguntar sobre regiões de saúde. É o tema desta aula que traz o maior número de questões. AOCP – EBSERH – 2015 24) Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de (A) 5.000 (cinco mil) habitantes. (B) hospital com residência em saúde pública. (C) urgência e emergência. (D) sistema de coleta seletiva de lixo. (E) hospital psiquiátrico. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 69 Comentário Apesar do decreto estabelecer que os entes federados devem considerar a concentração populacional para delimitar o desenho territorial de uma região de saúde, ele não menciona a que porte está se referindo, mas como ele lista o mínimo de serviços que esta região deve conter podemos supor que não será apenas para 5 mil pessoas. Há estudiosos que indicam uma média de 1 milhão e meio de habitantes como um parâmetro para a conformação de regiões de saúde, mas não considere isto como oficial pois não consta em nenhuma normativa do SUS. O decreto diz que é necessário contar com no mínimo uma estrutura hospitalar em cada região de saúde, mas esta estrutura não precisa necessariamente contar com um programa de residência. Apesar de todo município precisar de serviço de coleta de lixo, esse não é um critério para definir uma região de saúde. E mesmo considerando a necessidade de serviços de saúde mental ou psicossociais em uma região de saúde, esta estrutura não precisa ser hospitalar, até porque a política de saúde mental aponta para um processo de desospitalização. Assim, resta-nos apenas a letra C – serviços de urgência e emergência. AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015 23) Assinale a alternativa correta. (A) Em sua constituição, o Sistema Único de Saúde não tem a participação da iniciativa privada. (B) As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, inexistindo Regiões de Saúde interestadual. (C) A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma no Plano Plurianual do Governo Federal. (D) As Regiões de Saúde não serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. (E) Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 16 de69 psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde. Comentário Esta questão já traz um pouco mais de diversidade em suas alternativas, resgatando outros temas que já vimos em normativas anteriores. O meu destaque é que a maioria das alternativas (A, B, D) traz uma afirmação negativa, o que deve fazer você desconfiar. Destaco ainda que as regiões não podem ser definidas por parâmetros federais e sim a partir de critérios dos gestores locais (estados e municípios) e podem haver regiões de saúde que envolvam territórios de diferentes estados, contanto que guardem uma relação próxima entre si e seus gestores estejam aptos a pactuarem responsabilidades. Um exemplo disso é a região de saúde do Vale do São Francisco, mais conhecida como PEBA por ficar na fronteira de Pernambuco com a Bahia, representado pelas cidades de Petrolina e Juazeiro. A resposta correta é a letra E, que traz uma menção correta dos serviços mínimos para se compor uma região de saúde. AOCP – EBSERH/HE-UFSCAR – 2015 21) De acordo com o Decreto nº 7.508 de 28/06/2011, considera-se Região de Saúde (A) o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. (B) o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 69 transportes compartilhados, com a finalidade de interagir entre os Estados, Municípios e a União. (C) todo o território Nacional, sem delimitação de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados. (D) o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços administrativos. (E) o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, sem delimitação de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços financeiros. Comentário Aqui vai outra dica, geralmente quando a maioria das alternativas tem uma redação muito parecida, a alternativa correta costuma estar entre elas. Nesse caso ele utiliza a definição de região de saúde do artigo 2º do decreto diferenciando apenas o final. É claro que as regiões de saúde tem como finalidade maior a organização dos serviços de saúde. Portanto nossa alternativa é a letra A. AOCP – EBSERH/HE-UFSCAR – 2015 24) Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de (A) atenção primária, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância sanitária. (B) urgência e emergência, atenção psicossocial, vigilância sanitária e atenção ambulatorial especializada e hospitalar. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 69 (C) atenção primária, urgência e emergência, atenção epidemiológica, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde. (D) vigilância sanitária, atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar. (E) atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde. Comentário Nesta questão ele busca te confundir especificando as vertentes da vigilância em saúde. Já estudamos a respeito da importância da vigilância em saúde no SUS e vimos que suas partes devem estar integradas. Então eu pergunto: para quê escolher apenas perna da vigilância se nós precisamos de todas elas para compor uma região de saúde? A alternativa correta então é a letra E. IBFC – EBSERH/HU-UNIVASF – 2014 24) Considerando o decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, assinale a alternativa incorreta: a) São Portas de Entrada às ações e os serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços de atenção primária, de atenção de urgência e emergência, de atenção psicossocial e especiais de acesso aberto. b) A população indígena contará com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da Saúde. c) A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à Saúde. d) Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 69 e) O espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde, corresponde ao mapa de saúde. Comentário Eis nossa primeira questão pedindo a alternativa incorreta. Este tipo de questão sempre é uma boa revisão de conceitos, pois 4 das alternativas vão resgatar descrições corretas. A única que você poderia ficar em dúvida é sobre a população indígena, mas veremos sobre isso mais a frente. É na alternativa E que encontramos a definição correta de região de saúde, mas sendo chamada de mapa da saúde. HIERARQUIZAÇÃO Este é outro aspecto importante da organização do Sistema Único de Saúde para que ele se conforme em uma Rede de Atenção à Saúde integral. A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de organização das unidades segundo o grau de adensamento tecnológico dos seus serviços, isto é, o estabelecimento de uma rede que articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um sistema de referência e contra-referência de usuários e de informações. O processo de estabelecimento de redes hierarquizadas pode também implicar no estabelecimento de vínculos específicos entre unidades que prestam serviços de determinada natureza, como por exemplo, a rede de atendimento a urgências/emergências, ou a rede de 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 69 atenção à saúde mental. Para não deixar dúvidas a respeito de onde começa essa hierarquia o artigo 9º do decreto define quais são as Portas deEntrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde, os serviços de: atenção primária; atenção de urgência e emergência; atenção psicossocial; e especiais de acesso aberto. O decreto esclarece ainda que os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especializados, entre outros de maior densidade tecnológica, devem ser referenciados por estas Portas de Entrada, estabelecendo assim fluxos ordenados para garantir uma atenção adequada e otimização dos recursos que dispõe o sistema. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde, conforme evoca a Constituição Federal, deve ser ordenado principalmente pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo, observadas as especificidades previstas para pessoas mais vulneráveis, conforme vimos na definição da equidade em aula anterior. Conforme apareceu em uma questão no tópico anterior há uma parágrafo único no decreto que declara que a população indígena contará com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde. O que exemplifica bem este princípio da equidade. Para além de encontrar a resposta certa, tente identificar ao qual componente do decreto cada uma das alternativas da questão abaixo se refere. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 69 AOCP – EBSERH/HDT-UFT – 2015 25) De acordo com as denominações expostas no Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011, considera-se Portas de Entrada: (A) as instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS. (B) o conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde. (C) a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada. (D) os serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial. (E) os serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS. Comentários Na letra A ele se refere as Comissões Intergestores. Na letra B se refere às Redes de Atenção à Saúde. Na letra C se refere ao Mapa da Saúde. Na alternativa D faço o destaque que apesar de sua descrição não ser a definição de Porta de Entrada, esse tipo de serviço está elencado entre os que são considerados Porta de Entrada do sistema, o que talvez permitisse recurso para anulação desta questão. De qualquer forma é na alternativa E que encontramos efetivamente a definição de Porta de Entrada. As questões abaixo parecem estar identificadas como a mesma, mas foram aplicadas em provas para diferentes categorias profissionais. Até seus enunciados se parecem, mas preste atenção que uma delas pergunta a alternativa correta e a outra a incorreta. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 69 IBFC – EBSERH-HUUFMA – 2013 25) O Decreto Presidencial n° 7.508, de 28 de junho de 2011 regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Considerando as definições expressas nesse decreto, assinale a definição correta: A) Região de Saúde é descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema. B) Conselho de Saúde são - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS. C) A Estratégia de Saúde da Família é o conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde. D) Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial. E) Mapa de Saúde é o espaço geográfico contínuo construído por agrupamento de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Comentário Aqui ele novamente brinca com as definições trocando Região de Saúde por Mapa da Saúde (alternativas A e E), Conselhos de Saúde por 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 69 Comissões Intergestores, Estratégia de Saúde da Família por Redes de Atenção à Saúde. Com isso ficamos apenas com a alternativa D que define bem a especificidade de serviços especiais de acesso aberto para atenção à saúde do trabalhador. IBFC – EBSERH-HUUFMA – 2013 25) O Decreto Presidencial n° 7.508, de 28 de junho de 2011 regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Considerando esse decreto, assinale a alternativa incorreta: A) Poderão ser instituídas Regiões de Saúde Interestaduais, compostas por municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os municípios. B) O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, obvervadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente. C) A população indígena contará com os mesmos regramentos de acesso, que o conjunto da população conforme a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da Saúde. D) O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. E) Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 69 Comentário Já nesta questão ele destaca a especificidade da população indígena que em acordo com o princípio da equidade, precisa ter acesso diferenciado. Esta é uma questão difícil, pois no senso comum pode-se confundir e pensar que o acesso deve ser igual para todo mundo. PLANEJAMENTO EM SAÚDE O planejamento no âmbito do SUS configura-se como responsabilidade dos entes públicos, devendoser desenvolvido de forma contínua, articulada, integrada e solidária entre as três esferas de governo, de modo a conferir direcionalidade à gestão pública da saúde. É esperado que cada ente federado realize o seu planejamento considerando as especificidades do seu território; as necessidades de saúde da sua população; a definição de diretrizes, objetivos e metas a serem alcançados mediante ações e serviços programados pelos entes federados; a conformação das redes de atenção à saúde, contribuindo para melhoria da qualidade do SUS e impactando na condição de saúde da população. Tanto a Lei 8080 quanto o Decreto 7508, estabelecem que o planejamento da saúde deve ser ascendente e integrado, ou seja, iniciando-se no nível local até compor o nível federal. Este processo deve sempre contar com a participação dos respectivos Conselhos de Saúde. O planejamento integrado ao qual o decreto se refere é composto principalmente por 4 instrumentos que resumo abaixo. Apesar do decreto não fazer menção direta a estes instrumentos, ele aponta para diretrizes que para serem operadas precisam se traduzir em instrumentos. E hoje estes instrumentos são os mais utilizados no SUS. Além do que outros concursos de nível elevado pedem Planejamento no SUS em seu edital. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 69 Plano de Saúde O Plano de Saúde é o instrumento que, a partir de uma análise situacional, reflete as necessidades de saúde da população e apresenta as intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos, expressos em diretrizes, objetivos e metas. Constituem a base para as programações de cada esfera de governo, com o seu financiamento previsto na proposta orçamentária. Os Planos de Saúde orientam a elaboração do Plano Plurianual e suas respectivas Leis Orçamentárias, compatibilizando as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. Programação Anual de Saúde - PAS Na Programação Anual de Saúde é definida a totalidade das ações e serviços de saúde, nos seus componentes de gestão e de atenção à saúde, neste último incluída a promoção, proteção, recuperação e reabilitação em saúde, conforme disposto na RENASES e RENAME. Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde - PGASS A Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde é um processo de negociação e pactuação entre diferentes gestores em que são definidos os quantitativos físicos e financeiros das ações e serviços de saúde a serem desenvolvidos, no âmbito regional, a fim de contemplar os objetivos e metas estabelecidos no Planejamento Integrado da Saúde, bem como os fluxos de referência para sua execução. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 69 Relatório de Gestão O Relatório de Gestão é o instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução da Programação Anual de Saúde, apurados com base no conjunto de ações, metas e indicadores desta, e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários ao Plano de Saúde e às Programações seguintes. Reflete ainda os resultados dos compromissos e responsabilidades assumidos pelo ente federado no Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP), firmado na região de saúde. O Relatório de Gestão deve ser submetido à apreciação e aprovação do Conselho de Saúde respectivo até o final do primeiro trimestre do ano subsequente. IBFC – EBSERH/HU-UNIVASF – 2014 25) Pelo decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, o órgão que estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde é o (a) _________________. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. a) Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. b) Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde. c) Conselho Nacional de Saúde. d) Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. e) Conselho Nacional de Secretários da Saúde (CONASS). Comentário Esta questão não reflete adequadamente o potencial de exploração do tema Planejamento. Portanto, não se restrinja apenas a saber que os Planos de Saúde seguem diretrizes dos respectivos Conselhos de Saúde 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 69 de cada instância e não de Secretarias do Ministério da Saúde ou do CONASS. Assim a resposta é letra C. MAPA DA SAÚDE O Mapa da Saúde é a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS (próprio e privado complementar) e pela iniciativa privada (caráter suplementar), considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema. No processo de planejamento, o Mapa da Saúde é uma ferramenta que auxilia a identificação das necessidades de saúde da população, nas dimensões referentes às condições de vida e acesso aos serviços e ações de saúde. Fornece elementos para a definição de diretrizes a serem implementadas pelos gestores, contribuindo para a tomada de decisão quanto à implementação e adequação das ações e dos serviços de saúde. Dessa forma, o Mapa da Saúde orienta o planejamento integrado dos estados, municípios e União, subsidia o estabelecimento de metas de saúde a serem monitoradas pelos gestores e acompanhadas pelos Conselhos de Saúde e permite acompanhar a evolução do acesso da população aos serviços de saúde nas diversas regiões de saúde e os resultados produzidos pelo sistema. As informações que constituem o Mapa da Saúde devem possibilitar aos gestores do SUS o entendimento de questões estratégicas para o planejamento das ações e serviços de saúde, contemplando, dentre outros, o georreferenciamento de informações afetas aos seguintes temas: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 69 IBFC – EBSERH – 2013 24) Segundo o Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011, a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema é a definição de a) Pactuação Integrada em Saúde. b) Rede hierarquizada em Saúde. c) Rede de Atenção à Saúde. d) Mapa da Saúde. Comentário Esta questão no contexto da aula fica muito fácil de responder, é claro que ele está retomando no enunciado a definição de Mapa da Saúde. Ele poderia ao menos colocar o termo Região de Saúde entre as alternativas para te confundir um pouco. Lembre-se região tem a ver com a disposição do território e mapa com a capacidade instalada. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 69 ASSISTÊNCIA À SAÚDERENASES A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para o atendimento integral à saúde das pessoas. É como se fosse um “cardápio” de ofertas que o sistema disponibiliza com vistas a cobertura completa das necessidades de saúde das pessoas. Em muitos países este instrumento é chamado de “Carteira de Serviços”. Esta Relação Nacional deve orientar a construção de Relações Estaduais e Municipais, e o conjunto de Relações Municipais de uma mesma Região de Saúde deve compor o hall de ações de toda aquela Rede de Atenção à Saúde, fruto das pactuações ocorridas em determinada região por meio da PGASS, que vimos logo acima. A oferta pelos entes federados deverá considerar as especificidades regionais, os padrões de acessibilidade, o referenciamento de usuários entre municípios e Regiões de Saúde e a escala econômica adequada. Está preconizado que nestas relações devem constar as seguintes ações e serviços: • Ações e serviços da atenção primária; • Ações e serviços da urgência e emergência; • Ações e serviços da atenção psicossocial; • Ações e serviços da atenção especializada (ambulatorial, hospitalar e odontológica); • Ações e serviços da vigilância em saúde. AOCP – EBSERH/HDT-UFT – 2015 25) De acordo com as definições do Decreto Presidencial nº 7.508/2011, assinale a alternativa correta. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 69 (A) Portas de Entrada são instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS. (B) A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde. (C) A Conferência Nacional de Saúde, em conjunto com o Poder Legislativo, estabelece as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. (D) O processo de planejamento da saúde será descendente e independente, desde o nível federal até o local, devendo, no entanto, ser ouvidas as respectivas Conferências de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. (E) O Conselho de Saúde é o órgão competente para dispor sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional. Comentário Mais uma questão pouco exigente, solicitando que você distingua apenas qual a definição correta segundo o texto que consta no decreto 7508. A resposta aqui, conforme o tema que estamos apresentando, está na letra B. Na letra A ele chama de Portas de Entrada o que na verdade são as Comissões Intergestores, sobre as quais você estudará logo abaixo. Na letra C eles faz uma troca mais difícil de identificar, ele refere ser prerrogativa da Conferência Nacional o que na verdade é atribuição do Conselho Nacional de Saúde. Na letra D ele inverte o planejamento ascendente pela ideia de planejamento descendente. E na letra E ele remete ao Conselho de Saúde uma função técnica que cabe ao Ministério ou Secretarias de Saúde em sua esfera de atuação. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 69 RENAME A Relação Nacional de Medicamentos – RENAME compreende a seleção e a padronização de insumos farmacêuticos e medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS a serem financiados pelos três entes federados, de acordo com as pactuações nas respectivas comissões intergestores e as normas vigentes para o financiamento do SUS. O elenco desses medicamentos e insumos foi publicado em portaria específica com a seguinte estrutura: • Relação Nacional de Medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica. • Relação Nacional de Medicamentos do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica. • Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica. • Relação Nacional de Insumos. • Relação Nacional de Medicamentos de Uso Hospitalar. No artigo 28 do decreto encontramos uma série de condições necessárias para que um usuário possa acessar os medicamentos da RENAME. Todos estes pré-requisitos precisam ser cumpridos, não é suficiente apenas alguns. Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS; Ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; Estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 69 Ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem definir medicamentos de forma suplementar à RENAME, para atender à situações epidemiológicas específicas, respeitadas as responsabilidades dos entes. O artigo 29 do decreto esclarece ainda que: A RENAME e a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Curiosamente este é um dispositivo do decreto que apareceu de maneira mais frequente nas provas anteriores da EBSERH do que os demais, sobretudo nas provas da AOCP em 2015. Vamos conferir! AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015 25) A Assistência Farmacêutica faz parte das políticas e dos programas de saúde do SUS. Assinale a alternativa que trata dos princípios dessa assistência. (A) Política pública norteadora para a formulação de políticas setoriais, entre as quais destacam-se as políticas de medicamentos, não garantindo a intersetorialidade inerente ao sistema de saúde do país (SUS) e cuja implantação envolve o setor público de atenção à saúde. (B) Controle do avanço científico e tecnológico em relação à produção de medicamentos. (C) Manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede privada de saúde, nos diferentes níveis de atenção, considerando a necessária articulação e a observância das prioridades regionais definidas nas instâncias gestoras do SUS. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 69 (D) Parte integrante da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde e garantindo os princípios da universalidade, integralidade e equidade. (E) Política de capacitação e formação de profissionais na área farmacêutica, visando auxiliar a divulgação do uso correto dos medicamentos em atenção à saúde da família. Comentário Esta questão é muito interessante, e a natureza de sua resposta é o que me fez escolhe-la para ser a primeira deste tópico. Ao invés de perguntar simplesmente a definição da RENAME, em conformidade com o artigo 25 do decreto, ela pergunta sobre os princípiosque contextualizam a política a qual este dispositivo está vinculado, e que não está explicitamente escrito no decreto. Este é o tipo de questão que eu gosto. Na alternativa A ela nega a intersetorialidade. Na B restringe-se apenas ao aspecto tecnológico da política. Na C circunscreve a política ao âmbito do setor privado. E na E ele restringe a política ao aspecto da capacitação de profissionais e de apenas um segmento. Portanto nossa alternativa correta é a letra D, pois enquadra a Política de Assistência Farmacêutica no contexto da Política Nacional de Saúde, reafirmando em seguida todos os princípios do SUS que já estudamos. AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015 25) De acordo com o Decreto Federal nº 7.508, de 28 de junho de 2011, o acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe: (A) não estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS. (B) ter o medicamento sido prescrito por qualquer pessoa. (C) estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 69 (D) não ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. (E) estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde particular. Comentário Como vimos no texto, para se ter acesso a assistência farmacêutica no âmbito do SUS é preciso que a prescrição esteja em conformidade com a RENAME (ou relação complementar do estado ou do município), além de conformidade com que está preconizado nos protocolos clínicos destas instâncias. Portanto nossa resposta está na letra C. Sempre suspeite de uma questão que tem alternativas muito curtas e uma única maior. AOCP – EBSERH/HE-UFSCAR – 2015 25) O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente: (A) estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS, ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS, estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos e ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. (B) estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos, porém devido ao acesso universal e igualitário os medicamentos poderão ser prescritos por todos e quaisquer médicos no exercício regular da profissão e atingindo a toda a população. (C) o usuário, devido ao acesso universal e igualitário, não necessita estar assistido por ações e serviços de saúde do SUS, porém o medicamento deverá ter sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 69 suas funções no SUS, estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos e ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. (D) estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar apenas no âmbito distrital, de medicamentos e ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS, devendo estar, o usuário, assistido por ações e serviços de saúde do SUS. (E) estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS, porém, devido ao acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica, a prescrição da medicação não necessita dos Protocolos Clínicos e seguir as Diretrizes Terapêuticas. Comentário Esta questão aborda o mesmo tema da anterior, mas traz alternativas mais trabalhadas que exigem maior atenção para você identificar o que está errado em meio a outras informações que estão corretas. Aqui nossa alternativa está logo na letra A, pois traz em texto corrido aquela lista de 4 itens do artigo 28 do decreto. Na B ele amplia para prescrição de todo e qualquer médico, mesmo que fora do SUS. Na C ele vai além colocando que o usuário nem precisaria estar sendo assistido pelo SUS. Na D quase temos um texto correto também, não fosse a restrição ao âmbito distrital. E na E ele despreza a importância dos protocolos e diretrizes clínicas. AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015 25) Assinale a alternativa que NÃO está relacionada ao acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica. (A) Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 69 (B) Ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde no exercício regular de suas funções no SUS. (C) Estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos. (D) Ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. (E) Ter o ressarcimento das despesas com o atendimento e com medicamentos utilizados por profissional de saúde na rede privada. Comentário Nesta última questão a AOCP adere a moda do IBFC e nos traz uma questão pegadinha que pede a alternativa incorreta. Assim, você acompanha nas quatro primeiras alternativas as mesmas informações já vistas nas questões anteriores e percebe que é a última que nada tem a ver com a política de assistência farmacêutica ou a RENAME, apesar de ser uma afirmativa válida. A política fiscal da receita federal brasileira prevê o abatimento de despesas médicas com planos privados de saúde na declaração do imposto de renda. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 69 ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA COMISSÕES INTERGESTORES Como vimos na aula 01, a Lei nº 12.466/2011 acrescentou os artigos 14-A e 14-B à Lei nº 8.080/1990, o que conferiu maior legitimidade às representações dos entes estaduais e municipais de saúde, à saber: o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) – composto pelos Secretários Estaduais de Saúde, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) – composto pelos presidentes dos Conselhos de Secretários Municipais (COSEMS) de cada Estado. Estes artigos referem-se também as Comissões Intergestores – CIR (Comissão Intergestores Regional), CIB (Comissão Intergestores Bipartite) e CIT (Comissão Intergestores Tripartite), colaborando efetivamente para o aprimoramento do pacto federativo, adequando as atribuições a elas estabelecidas. Compete a CIR discutir aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS devendo pactuar as responsabilidades individuais e solidárias de cada ente federativo na Região de Saúde, definidas a partir da Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográficoe seu desenvolvimento econômico- financeiro. À CIB cabe pactuar as diretrizes estaduais das Regiões de Saúde e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde dos entes federados, de acordo com as diretrizes nacionais, dando posterior ciência à CIT, além de promover os processos de avaliação do funcionamento das Regiões de Saúde devendo informar à CIT qualquer mudança na conformação regional. Por fim, compete à CIT, pactuar as diretrizes nacionais para a organização das Regiões de Saúde no SUS; decidir sobre casos específicos, omissos e controversos relativos à instituição de 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 69 Regiões de Saúde; e pactuar as regras de continuidade do acesso, para o atendimento da integralidade da assistência, às ações e aos serviços de saúde integrantes da rede de atenção à saúde, mediante referenciamento em Regiões de Saúde interestaduais. Temos apenas uma única questão sobre este tema. AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015 24) O que é a Comissão Intergestores Tripartites do SUS? (A) Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional do SUS, integrada por gestores do SUS das três esferas de governo. (B) Comissão de gestores municipais, estaduais e federais que se encarregam dos planos estaduais, regionais e de regionalização das ações e serviços propostos pelos Colegiados de Gestão Regional. (C) Um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. (D) Gestão compartilhada nos âmbitos federal e estadual, com direção única em cada esfera de governo. (E) Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde. Comentário Conforme vimos no texto e em aulas anteriores, a alternativa A descreve bem no que consiste a CIT. Destaco que a letra C se refere a um dispositivo de controle social previsto pela Lei nº 8212/1991 – Lei Orgânica da Seguridade Social, que nunca foi implementado. Já as demais alternativas embaralham elementos de diferentes conceitos sem se conformar efetivamente na descrição de qualquer elemento que interesse. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 69 CONTRATO ORGANIZATIVO DE AÇÃO PÚBLICA - COAP O COAP é um acordo entre os gestores dos municípios de uma mesma região de saúde, que envolve também o estado e a união, definindo-se de forma colaborativa as responsabilidades e os recursos financeiros de cada signatário para a organização e a integração das ações e serviços em uma Região de Saúde, garantindo a integralidade da assistência aos usuários. Este documento formaliza esse compromisso entre gestores e agrega dentro dele a maior parte dos dispositivos descritos anteriormente. Estas bancas ainda não utilizaram este tópico em questões de provas anteriores, por isso me detive a trazer tão somente uma breve definição. Todavia fique a atento, o COAP é uma importante ferramenta de pactuação entre gestores e orienta o modelo de contratualização do SUS, o que envolve os Hospitais Universitários, porque em geral seu porte justifica o atendimento de vários municípios nas regiões de saúde onde se situam. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 69 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO SUS Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) podem ser definidos como um conjunto de componentes interrelacionados que coletam, processam, armazenam e distribuem a informação para apoiar o processo de tomada de decisão e auxiliar no controle das organizações de saúde. Quanto a sua caracterização, os SIS são instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, que tem como objetivo o fornecimento de informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, subsidiando gestores nos níveis municipal, estadual e federal. A seguir estão relacionados os sistemas de informação mais importantes do SUS. Vou dividi-los em duas partes – os sistemas relacionados a indicadores de saúde (SIM, SINASC, SI-PNI) e os sistemas relacionados a produção de serviços (SIH, SIA, SIAB/SISAB): Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país, possibilitou a captação de dados sobre mortalidade, de forma abrangente e confiável, para subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base nessas informações é possível realizar análises de situação, planejamento e avaliação das ações e programas da área. O SIM proporciona a produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos principais indicadores de saúde. A análise dessas informações permite estudos não apenas do ponto de vista estatístico e epidemiológico, mas também sócio- demográfico. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 69 Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SINASC Implantado pelo Ministério da Saúde em 1990 com o objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional, apresenta atualmente um número de registros maior do que o publicado pelo IBGE, com base nos dados de Cartório de Registro Civil. Por intermédio desses registros é possível subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da mulher e da criança para todos os níveis do SUS, como ações de atenção à gestante e ao recém-nascido. O acompanhamento da evolução das séries históricas do SINASC permite a identificação de prioridades de intervenção. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN O SINAN é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória, mas é opcional a estados e municípios incluir neste sistema outros problemas de saúde importantes em sua região. Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. Sistema de Informação Programa Nacional de Imunizações O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 69 são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outrolado, possibilita também o controle do estoque de imunos necessário aos gestores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. Sistema de Informações Hospitalares – SIH Foi o primeiro sistema do DATASUS a ter captação implementada em microcomputadores. A finalidade do seu principal instrumento (AIH - Autorização de Internação Hospitalar) é a de transcrever todos os atendimentos que provenientes de internações hospitalares que foram financiadas pelo SUS, e após o processamento, gerarem relatórios para os gestores que lhes possibilitem fazer os pagamentos dos estabelecimentos de saúde. Além disso, o nível Federal recebe mensalmente uma base de dados de todas as internações autorizadas (aprovadas ou não para pagamento) para que possam ser repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção de Média e Alta complexidade além dos valores de FAEC e de Hospitais Universitários. A AIH é preenchida pelo hospital após a alta hospitalar é enviada eletronicamente para a Secretaria de Saúde municipal ou estadual. Os dados são consolidados no nível nacional. Nela ficam registrados dados como a especialidade relacionada a internação, tipo de admissão (emergência ou eletiva), data da admissão, data da alta, dias de permanência, tipo e número de dias na UTI, motivo da alta, procedimentos realizados, diagnóstico primário e secundário. Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA O SIA foi implantado nacionalmente na década de 90, visando o registro dos atendimentos realizados no âmbito ambulatorial, por meio do 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 69 BPA - Boletim de Produção Ambulatorial. Ao longo dos anos, o SIA vem sendo aprimorado para ser efetivamente um sistema que gere informações referentes ao atendimento ambulatorial e que possa subsidiar os gestores estaduais e municipais no monitoramento dos processos de planejamento, programação, regulação, avaliação e controle dos serviços de saúde, na área ambulatorial. Desde sua implantação tem como finalidade registrar os atendimentos e tratamentos realizados em cada estabelecimento de saúde no âmbito ambulatorial, seja na atenção primária ou especializada. Seu processamento ocorre de forma descentralizada, ou seja, os gestores de cada estado e município podem a princípio cadastrar programar e processar a produção dos prestadores do SUS locais. Este é um universo cheio de siglas, por isso descrevo abaixo as principais que podem aparecer nas definições ou explicações acerca dos sistemas de informação para que você esteja situado: AIH: Autorização de Internação Hospitalar APAC: Autorização de Procedimentos Ambulatoriais BPA: Boletim de Produção Ambulatorial CNES: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde DATASUS: Departamento de Informática do SUS FAEC: Fundo de Ações Estratégicas e Compensação FPO: Ficha de Programação Físico-Orçamentária SCNES: Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde SIGTAP: Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos do SUS Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica - SISAB O Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB foi implantado em 1998 em substituição ao Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde – SIPACS para o acompanhamento das 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 69 ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família - ESF. O SIAB foi desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde e incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária, completamente inserido no contexto de reorganização do SUS no país, o que fez com que assumisse características distintas dos demais sistemas existentes. Tais características significaram avanços concretos no campo da informação em saúde. A Política Nacional de Atenção Básica de 2011 introduziu uma mudança nesse cenário apresentando a necessidade de aperfeiçoamento do SIAB, passando agora a denominar-se Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica – SISAB. Os Estados e Municípios tinham o mês de janeiro de 2016 como prazo máximo para implementação do novo sistema. O que quer dizer que algumas bancas desatualizadas podem ainda fazer referência ao SIAB, como veremos em questões logo abaixo. Este novo sistema preserva as características do anterior, mas apresenta como uma das grandes diferenças uma ferramenta que pode ser operada com transmissão de dados em tempo real, esta ferramenta é o e-SUS AB. A estratégia e-SUS AB busca reestruturar e integrar as informações da Atenção Básica em nível nacional. O objetivo é reduzir a carga de trabalho na coleta, inserção, gestão e uso da informação na Atenção Básica, permitindo que a coleta de dados esteja inserida nas atividades já desenvolvidas pelos profissionais. AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015 22) Qual dos itens a seguir NÃO faz parte do Sistema de Informação em Saúde de Base Nacional? (A) SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. (B) SISVA – Sistema de Vigilância Ambiental. (C) SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 69 (D) SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação. (E) SIS EAPV – Sistema de Informação sobre Eventos Adversos Pós- vacinais. Comentário Esta é uma questão que fiquei com muita dúvida se deveria inserir porque se refere a sistemas quase irrelevantes, a não ser para quem lida diretamente com eles. Seria uma questão cabível para uma vaga de concurso específica para a área de vigilância por exemplo. Isso porque 3 alternativas trazem sistemas que estudamos (A, C e D), com a ressalva apenas de que uma delas se refere ainda ao SIAB e não trouxe o SISAB. As duas alternativas que geram dúvidas são justamente relacionadas a área de Vigilância em Saúde. O SIS EAPV é uma derivação do SIS PNI, já o SISVA não existe, você poderia ter sacado que é a única alternativa que não apresenta o termo Sistema de Informação, só Sistema. Sendo assim a alternativa a ser assinalada é letra B. IBFC – EBSERH-HUUFMA – 2013 21) O sistema de informação no Brasil que é responsável pelas informações hospitalares do SUS é o A) SIH (Sistema de Informações hospitalares do SUS). B) DATA-SUS (Departamento de Informática do SUS). C) SIM (Sistema de Informação sobre Morbidade). D) CNES (Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde). E) SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação). Comentário Essa é muito facinha, se por um lado as siglas podem nos confundir por outro elas nos lembram das iniciais dos nomes dos sistemas. Todas as alternativas se referem a sistemas existentes. E a nossa alternativa é a letra A. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Redes de Atenção à Saúde e Sistemas de Informação Prof. Adriano de Oliveira ʹ Aula 03 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 69 IBFC – EBSERH/HU-UNIVASF – 2014 23) Considerando os instrumentos utilizados pelo SIA / SUS (Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS), analise os itens abaixo e assinale a alternativa na qual os itens citados correspondem a esses instrumentos. I. Programação