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Contabilidade Empresarial 1 Contabilidade Empresarial 1 Contabilidade Empresarial Professor José Carlos Moreira Contabilidade Empresarial 2 Introdução 4 Tributos federais 4 Imposto sobre a Importação 5 Imposto sobre a Exportação 6 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 7 Imposto sobre Produtos Industrializados 8 Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) 9 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 10 Tributos estaduais 10 Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação 10 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 11 Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor 12 Tributos municipais 12 Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana 12 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 13 Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis 13 Contabilidade tributária 14 Elementos fundamentais do tributo 16 Elementos fundamentais da obrigação tributária 16 Obrigação tributária principal 18 Obrigação tributária acessória 18 Processo de escrituração contábil 19 Formalidades da escrituração contábil 20 Processo de escrituração fiscal 23 Espécies de escrituração fiscal 24 Documentos fiscais 24 Notas fiscais modelo 1 ou 1 A 26 Nota fiscal de venda a consumidor 28 Nota fiscal de produtor 29 Nota fiscal/conta de energia elétrica 30 Nota fiscal de serviço de transporte 31 Conhecimento de transporte rodoviário de cargas 33 Conhecimento de transporte aquaviário de cargas 34 Conhecimento aéreo 35 Conhecimento de transporte ferroviário de cargas 36 Bilhete de passagem rodoviário 37 Bilhete de passagem aquaviário 38 Bilhete de passagem e nota de bagagem 39 Bilhete de passagem ferroviário 40 Livros fiscais 40 Livro de Registro de Entradas modelos 1 e 1-A 43 Livro de Registro de Saídas modelo 2 e 2-A 46 Livro de Registro de Controle da Produção e do Estoque 47 Livro Registro de Selo Especial de Controle, modelo 4 48 SUMÁRIO Contabilidade Empresarial 3 Livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5 49 Livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6 49 Livro Registro de Inventário, modelo 7 51 Livro de Registro de Apuração do IPI, modelo 8 53 Livro Registro de Apuração do ICMS, modelo 9 55 Processo de escrituração fiscal eletrônica 57 Dacon – Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais 58 DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais 63 DIPJ - Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica 65 Demonstrações financeiras 69 Balanço Patrimonial 72 Ativo 73 Passivo 75 Patrimônio líquido 76 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 78 Regime de competência 78 Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) 82 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 83 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 85 Referências bibliográficas 87 Contabilidade Empresarial 4 INTRODUÇÃO Este trabalho está focado na contabilidade tributária. Mais especificamente, abordaremos o processo de escrituração contábil e o de escrituração fiscal. Ambos estão a cargo da contabilidade, contudo, as escriturações envolvidas são diferentes, uma vez que na contábil seu objetivo é o registro das informações e eventos ocorrido no dia a dia das empresas, que devem ser registradas. Já o processo de escrituração fiscal está ligado intimamente com a contabilidade tributária, uma vez que seus objetivos principais são as aplicações de regras e princípios para interpretar e aplicar as normas legais proveniente da legislação tributária com o fim específico de apurar o resultado econômico dentro do exercício social., gerando as obrigações tributárias principais, representadas por impostos, taxas e contribuições. Ocorre que essas obrigações tributárias principais apoiam-se em documentos e livros fiscais que devem ser preenchidos com o fim de registrar e apurar todos os atos e fatos administrativos que definiram os fatos geradores e os valores dos tributos. Esse processo de escrituração em documentos e livros fiscais é denominado pela legislação tributária de obrigação tributária acessória. Para demonstrarmos o processo de escrituração fiscal, este trabalho mostra, em seus três primeiros capítulos, os tributos da forma como são apresentados pela nossa Constituição, ou seja, divididos entre federais, estaduais e municipais, discorrendo de forma superficial sobre aqueles em espécie. No quarto capítulo, está o foco de nosso trabalho, a contabilidade tributária e os processos de escrituração contábil e fiscal. Demonstramos de maneira abrangente o processo de escrituração fiscal, abordando em especial todas as obrigações acessórias, inclusive os modelos disponíveis de documentos e livros fiscais e os demonstrativos e declarações fiscais eletrônicos. Finalizando, o quinto capítulo traz as demonstrações financeiras que as empresas estão obrigadas a apresentar para público em geral, acionistas, fornecedores e em especial Fisco. Nelas, são registrados todos esses impostos, taxas e contribuições, proporcionando para o operador do Direito conhecer e interpretar os registros contábeis compactados nesses documentos, representados por Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados e Demonstração do Valor Adicionado. TRIBUTOS FEDERAIS A Constituição em vigor assim distribui a competência federal de estabelecer tributos: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; Contabilidade Empresarial 5 IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Nossa Constituição Federal, com objetivo de financiar a seguridade social, instituiu as contribuições ao Programa de Integração Social (PIS) e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), bem como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Todas elas são de competência da União, estando dispostas no art. 195 da CF: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhepreste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; [...] Imposto sobre a Importação O Imposto sobre a Importação é de competência da União, tendo como função principal não a arredação e sim a regulação. É utilizado para a normatização da economia de mercado, prestando-se como instrumento de controle de políticas econômicas cambiais e de comércio exterior. Tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no território nacional. No Código Tributário Nacional, encontramos suas regras nos arts. 19 a 22. Sua definição está insculpida no art. 19: “O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional”. O contribuinte do imposto é o importador ou quem a ele a lei equiparar. Em alguns casos, é o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. Em virtude de sua função regulatória ter natureza extrafiscal, não está obrigado ao princípio da anterioridade. As alterações em suas alíquotas podem entrar em vigor imediatamente, conforme art. 150, § 1º, da Constituição Federal: Contabilidade Empresarial 6 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] III – cobrar tributos [...] b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os institui ou aumentou, observado o disposto da alínea b; [...] § 1º A vedação do inciso III, b não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V e 154, II e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V e V e 154, II, nem a fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. O tributo desfruta de algumas particularidades: • O fato gerador, por decisão do Supremo Tribunal Federal, será considerado quando do desembaraço aduaneiro do produto estrangeiro. • O bem importado poderá ter sua tributação suspensa, isenta ou a restituir em virtude de algumas operações: * Drawback, representada por matérias-primas estrangeiras importadas que irão compor produto nacional a ser exportado. Isso proporciona a competitividade do produto nacional no mercado externo, com reduções consideráveis nos custos de produção, incentivando as exportações. * Franquias temporárias, representadas por produtos de procedência estrangeira que entram no país por tempo determinado para eventos ou demonstrações, tais como os veículos da Fórmula 1 e os produtos destinados a demonstrações em feiras de negócios. Imposto sobre a Exportação O Imposto sobre a Exportação é de competência da União. Também tem função fiscal e regulatória, sendo predominantemente extrafiscal. Igualmente ao Imposto sobre a Importação, é utilizado para a normatização da economia de mercado, prestando-se como instrumento de controle de políticas econômicas cambial e de comércio exterior. O contribuinte do imposto é o exportador ou quem a ele a lei equiparar. O fato gerador é a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional, destinados ao mercado exterior. Contabilidade Empresarial 7 No Código Tributário Nacional, suas regras estão dispostas nos arts. 23 a 28, e encontramos sua definição no art. 23: “O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional”. Em virtude de sua função regulatória, tendo natureza extrafiscal, não está obrigado ao princípio da anterioridade. As alterações em suas alíquotas podem entrar em vigor imediatamente, conforme o art. 150, § 1º, da Constituição Federal. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza é de competência da União, tendo como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda. A renda é todo produto do capital, do trabalho ou de ambos; proventos de qualquer natureza tem-se como quaisquer acréscimos patrimoniais. O Código Tributário Nacional dispõe sobre esse imposto nos arts. 43 a 45, definindo o imposto no art. 43: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. O contribuinte do imposto é todo aquele, pessoa física ou jurídica, que obteve aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica ou de qualquer acréscimo patrimonial, podendo ser tanto material, representado por bens corpóreos e incorpóreos, quanto financeiro, ou seja, a disponibilidade física de recursos em caixa. A disponibilidade jurídica é representada pelos acréscimos patrimoniais tanto materiais como financeiros adquiridos de forma lícita, ou seja, dentro dos preceitos legais. Cabe salientar que os acréscimos patrimoniais ilícitos só representarão aquisição econômica e não jurídica. As pessoas físicas terão incidência do imposto em todos e quaisquer rendimentos aferidos, tais como de salários, pro labore, aluguéis, juros de aplicações financeiras etc. Na base de cálculo para as pessoas físicas, alguns tipos de despesas poderão ser abatidos, tais como assistência médica, educação, dependentes etc., calculando-se o imposto pelo valor líquido apurado. As pessoas jurídicas que optarem pela tributação pelo lucro real calculam o imposto sempre sobre o lucro, representado pela diferença entre a receita e as despesas incorridas para as empresas. Para as que optarem Contabilidade Empresarial 8 pela tributação pelo lucro presumido, de acordo com o ramo de atividade, haverá uma presunção do lucro a ser tributado. Imposto sobre Produtos Industrializados O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é de competência da União e tem como fato gerador os produtos industrializados nacionais ou estrangeiros. Considera-se industrializado todo produto submetido a qualquer operação que modifique sua natureza, finalidade ou aperfeiçoamento para o consumo, tais como: • Transformação: a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtenção de espécie nova. • Beneficiamento: a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto. • Montagem: a que consista na reunião de produtos, peças ou partes de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal. • Acondicionamento ou reacondicionamento: a que importe em alterar a apresentação do produto pela colocação de embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando ela se destine apenas ao transporte da mercadoria. • Renovação ou recondicionamento: a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove-o ou restaure-o para utilização. O Código Tributário Nacional trata do impostos nos arts. 46 a 51, dispondo sua definição no art. 46: Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III - a sua arrematação,quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Sua regulamentação está disposta no Decreto nº 7.212/10. Seu campo de incidência abrange os vários produtos especificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi). São obrigados ao pagamento do IPI os seguintes contribuintes: • O importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Contabilidade Empresarial 9 • O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem como aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar. • O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem como quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar. • Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançados pela imunidade prevista na Constituição Federal. Atenção: considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar. Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) O PIS e a Cofins, de competência da União, são contribuições com finalidade social que incidem sobre o faturamento das pessoas jurídicas de Direito Privado. O PIS foi criado pela Lei Complementar nº 7/70, com a finalidade de promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas, conforme disposto no art. 1º: Art. 1º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa de Integração Social, destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. § 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a pessoa jurídica, nos termos da legislação do Imposto de Renda, e por empregado todo aquele assim definido pela legislação trabalhista. § 2º - A participação dos trabalhadores avulsos, assim definidos os que prestam serviços a diversas empresas, sem relação empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á nos termos do Regulamento a ser baixado, de acordo com o art. 11 desta Lei. A Cofins foi criada pela Lei Complementar nº 70/91, com a finalidade de financiamento da seguridade social, como definido em seu art. 1º: Art. 1º Sem prejuízo da cobrança das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), fica instituída contribuição social para financiamento da Seguridade Social, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, devida pelas pessoas jurídicas inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, destinadas exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assistência social. A tributação do PIS e da Cofins pode se dar de duas formas, o regime de incidência cumulativo e o não cumulativo. Este último destina-se às pessoas jurídicas optantes pela tributação do Imposto de Renda pelo lucro real. Contabilidade Empresarial 10 A tributação do faturamento das empresas pelo PIS/PASEP e pela COFINS pode se dar de duas formas: a. no regime de incidência cumulativa, as alíquotas são aplicadas ao valor da receita bruta, ajustada por algumas exclusões permitidas pela legislação, em geral relacionadas a itens que não se configuram como receitas (devoluções, abatimentos, reversões de provisões); b. no regime de incidência não cumulativa, as alíquotas são aplicadas à receita ajustada na mesma forma da base cumulativa, mas permite-se também que o contribuinte reduza o valor da contribuição devida no montante relativo à mesma alíquota aplicada aos valores de compras de bens para revenda, insumos utilizados na produção de produtos ou serviços, e as despesas e custos com energia elétrica, alugueis pagos a pessoa jurídica, arrendamento, depreciação e amortização, dentro das condições estabelecidas na legislação (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010, p. 71). Contribuição Social sobre o Lucro Líquido A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de competência da União, é também uma contribuição social destinada ao custeio da seguridade social, atendendo ao disposto no art. 195 da Constituição Federal. Foi criada pela Lei nº 7.689/88. Tem sua incidência sobre o lucro das pessoas jurídicas e de entidades equiparadas a elas pela legislação do Imposto de Renda, seja no regime de lucro real, presumido ou arbitrado. TRIBUTOS ESTADUAIS Segundo o art. 155 da Constituição Federal: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; III - propriedade de veículos automotores. Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação é de competência dos estados e do Distrito Federal, ocorrendo sua incidência sobre a transmissão de bens e direitos por herança (causa mortis) ou na doação. Tem função predominantemente fiscal, e seu fato gerador ocorre: 1. na transmissão de qualquer bem ou direito havido por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória; 2. na transmissão por doação, a qualquer título, de quaisquer bens ou direitos; Contabilidade Empresarial 11 3. na aquisição de bem ou direito em excesso pelo herdeiro ou cônjuge meeiro, na partilha, em sucessão causa mortis ou em dissolução de sociedade conjugal. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre as Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação é de competência dos estados e do Distrito Federal, conforme estabelecido pelo art. 150, II, da Constituição Federal, observadas as disposições previstas na Lei Complementar nº 87/96, conhecida como Lei Kandir. A partir da lei complementar, cada estado institui o tributo mediante seu próprio regulamento, chamado de Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – RICMS, criados por meio de decretos dos governadores dos estados. O imposto só existirá se houver circulação de mercadorias ou serviços. Ele será calculado na cadeia econômica toda vez que houver valor agregado, razão pela qual é um imposto não cumulativo, havendo sempre a compensação do montante que resulte da diferença a maior da operação anterior, conferindo ao contribuinte o direito de descontar os valores já pagos na etapa anterior. Toda etapa da cadeia econômica em que haja circulação de mercadorias deverá estar acompanhada da devida nota fiscal ou cupom fiscal, destacando-se o valor devido do ICMS. O principal fato gerador é a circulação de mercadoria e a prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, mesmo para as operações iniciadas no exterior, calculadas sobre o valor agregado. O art. 2° da Lei Kandir dispõe sobre os fatos geradores do imposto: Art. 2º O imposto incide sobre: I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III - prestações onerosasde serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. § 1º O imposto incide também: Contabilidade Empresarial 12 I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. § 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o constitua. Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor O Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) é de competência dos estados e do Distrito Federal. Seu fato gerador é a propriedade de veículo automotor. A incidência do imposto é anual e será pro- rata quando da compra de veículo novo. Sua base de cálculo para veículos novos é o valor da nota fiscal de venda e, no caso de veículos usados, o valor venal, valor de mercado em função da marca, do modelo e do ano de fabricação, estabelecido pela autoridade tributária estadual. TRIBUTOS MUNICIPAIS Segundo o art. 156 da Constituição Federal: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana O Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU) é de competência municipal, incidente sobre a propriedade, a posse ou o domínio útil de prédios e terrenos localizados na área urbana municipal. O contribuinte são todas as pessoas físicas ou jurídicas que detenham a propriedade do bem imóvel. Sua base de cálculo é o valor venal do imóvel, apurado por critérios municipais, e sua alíquota deve ser determinada por legislação municipal, variando de acordo com cada município. Contabilidade Empresarial 13 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) é de competência dos municípios e do Distrito Federal. Desde 1º de agosto de 2003, é regido pela Lei Complementar nº 116/03. O fato gerador é a prestação de serviços, conforme definida pelo art. 1º da LC nº 116/03, por empresas ou profissionais autônomos. Esses serviços constam de lista anexa à Lei Complementar. Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. § 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. § 3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. § 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a Eles Relativos é de competência municipal e tem função fiscal. Incide sobre a transmissão de bens imóveis ou de direitos a eles relativos de forma onerosa, sendo seu fato gerador: 1. a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso: a. de bens imóveis, por natureza ou acessão física; b. de direitos reais sobre bens imóveis, exceto os de garantia; 2. a cessão, por ato oneroso, de direitos relativos a aquisição de bens imóveis. Contabilidade Empresarial 14 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Antes de definirmos contabilidade tributária, vamos conceituar contabilidade. O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro de 17 a 27 de agosto de 1924, definiu: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica”. Devemos observar que qualquer evento envolvendo valores realizado nas empresas é registrado na contabilidade. Isso significa que todas as operações de compra, venda, pagamento de fornecedores, contas, salários, encargos e impostos são escrituradas nela. Na contabilidade, todas essas operações são registradas, acumuladas, resumidas e interpretadas. Tudo de maneira ordenada, dentro de princípios contábeis, dando transparência aos serviços do profissional da contabilidade, uma vez que respondem civil e criminalmente pelas informações prestadas no exercício de suas funções. O contador tem a obrigação funcional de informar à sociedade como a empresa utilizou os recursos disponíveis. Demonstramos um conceito mais contemporâneo, do prof. Sergio de Iudícibus (2009, p. 21): A Contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresas, seja mesmo pessoa de Direito Público, tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo. No entendimento do prof. José Carlos Marion, a contabilidade posiciona-se como instrumento de tomada decisão gerencial interna no âmbito empresarial, bem como auxilia externamente os acionistas, fornecedores que aplicam recursos nessas empresas, por meio das demonstrações financeiras, que analisam a rentabilidade e a liquidez do negócio. Finalmente, serve para o governo, que se utiliza muito dos demonstrativos contábeis para apurar e arrecadar impostos, taxas e contribuições. Devemos deixar claro que o objetivo da contabilidade é fornecer informações de natureza econômica, financeira, produtiva e social aos usuários internos e externos da empresa. A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas (MARION, 2009, p. 28). Os usuários que se utilizam da contabilidade são pessoas que se interessam pela situação econômica e patrimonial da empresa. Elas incluem os administradores, que usam as informações geradas para tomada de decisões definindo as estratégias de curto e longo prazo da entidade. Os investidores, representados por sócios ou acionistas que aplicam fundos monetários na empresa,tendo interesse no retorno do capital investido, utilizam-se dos relatórios contábeis para análise da rentabilidade da empresa. Os fornecedores de insumos e o sistema financeiro, que aplicam mercadorias e capitais, respectivamente, têm interesse na liquidez da empresa para saldar suas dívidas. O governo tem duplo interesse nas informações Contabilidade Empresarial 15 geradas pela contabilidade, uma vez que a mantença do Estado deve-se a tributação e arrecadação de impostos, taxas e contribuições. Contudo, os dados contábeis empresariais também fornecem informações para análises microeconômicas setoriais que levam o governo a tomada de decisões de ordem socioeconômicas. Para tanto, são elaboradas demonstrações financeiras obrigatórias para atender aos usuários externos, representadas por Balanço Patrimonial, Demonstrações de Resultados do Exercício e Demonstrações do Fluxo de Caixa. Os usuários internos também fazem uso dessas demonstrações, contudo, como a contabilidade armazena todas as informações da empresa, ela também elabora relatórios gerenciais extracontábeis para tomada de decisão da alta gerência. As repartições e os economistas governamentais têm duplo interesse nas informações contábeis. Em primeiro lugar, baseando-se frequentemente em tais informações é que se exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições. Isto é especificamente verdadeiro no caso das empresas cujo imposto de renda é taxado a partir dos balanços, embora alguns ajustes tenham que ser feitos ao lucro contábil para se apurar o lucro tributável. Em segundo lugar, os economistas encarregados de análises globais ou setoriais de nossa economia interessam-se pelos dados contábeis das diversas unidades microeconômicas, os quais, convenientemente agregados e tratados estatisticamente, podem fornecer bases adequadas para as análises econômicas. (IUDÍCIBUS, 2009, pp. 23-4). Partindo desses pressupostos, vamos posicionar a contabilidade tributária como o ramo que tem como principais objetivos e funções a aplicação de regras e princípios próprios para interpretar e aplicar as normas legais provenientes da legislação tributária, gerenciar e apurar rigorosamente os tributos incidentes nas diversas atividades das empresas. O professor Láudio Camargo Fabretti (1999, p. 27) assim define, de forma específica e detalhada: O objeto da contabilidade tributária é apurar com exatidão o resultado econômico do exercício social, demonstrando de forma clara e sintética, para, em seguida, atender de forma extracontábil às exigências das legislações do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o lucro (CSL) determinando a base de cálculo fiscal para formação das provisões destinadas ao pagamento desses tributos, as quais serão abatidas do resultado econômico (contábil), para determinação do lucro liquido à disposição dos acionistas, sócios ou titular de firma individual. Nosso Código Tributário Nacional, em seu art. 96, define o termo legislação tributária. Cabe lembrar que os atos editados pelos entes tributantes obedecem a uma hierarquia: somente a lei institui, extingue, majora ou reduz os tributos, o decreto regulamenta-os, e as portarias, as instruções normativas e as resoluções complementam-nos. Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Contabilidade Empresarial 16 Elementos fundamentais do tributo É a relação de Direito Público na qual o estado (sujeito ativo) pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação em razão de prévia determinação legal, correspondente a uma obrigação tributária. Esta se divide em principal e acessória, conforme definição do Código Tributário Nacional: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Elementos fundamentais da obrigação tributária a. A lei – é o principal elemento da obrigação, pois cria, modifica e extingue tributos e determina as condições de sua cobrança, obedecendo ao princípio da legalidade. b. O objeto – representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte) deve cumprir, segundo as determinações legais. Basicamente, as prestações consistem em obrigação principal definida por lei, a partir do fato gerador, para pagamento do valor pecuniário referente ao tributo devido ou à multa imposta por não atendimento à determinação legal. As obrigações acessórias são representadas pelo cumprimento de formalidades complementares, destinadas a comprovar a observância da legislação aplicável. Exemplo: a escrituração de livros fiscais, a apresentação da declaração de rendimentos etc. É importante registrar que qualquer inobservância de obrigação acessória é possível de ser convertida em obrigação principal em razão da aplicação de multas previstas na legislação específica. c. Fato gerador – denomina-se assim a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação tributária. Por exemplo: • prestar serviços (ISS); • fazer circular mercadorias (ICMS); • receber renda (IR) etc. A concretização do fato gerador pode fazer nascer uma obrigação principal, que é sempre de natureza pecuniária, isto é, pagar um tributo, ou uma obrigação acessória, que é um dever administrativo. Por exemplo: Contabilidade Empresarial 17 emitir notas fiscais, escriturar livros fiscais, fazer inscrição no CNPJ, manter e conservar livros e documentos, prestar declarações em formulários próprios etc. O CTN define o fato gerador nos arts.114 e 115: Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art.115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a praticam ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. d. Contribuinte ou responsável – denomina-se contribuinte o sujeito passivo da obrigação tributária que tem relação pessoal e direta com o fato gerador. Denomina-se responsável a pessoa que a lei escolher para responder pela obrigação tributária, em substituição ao contribuinte de fato, dada a maior complexidade para alcançá-lo. Os responsáveis não arcam com o ônus tributário, que é suportado pelo contribuinte de fato. Atuam como uma espécie de agente arrecadador do Fisco e como seus depositários. Cabe-lhes recolher as importâncias descontadas ou cobradas do contribuinte de fato ao Fisco, nos prazos de lei. Não o fazendo, serão declarados depositários infiéis, sujeitos à pena de prisão (Lei nº 8.866/94). Exemplos: • Imposto de Renda retido na fonte; • contribuição ao INSS descontada dos empregados; • IPI cobrado do comprador na nota fiscal. e. Base de cálculo – é o valor sobre o qual se aplica o percentual com a finalidade de apurar o montante a ser recolhido. A base de cálculo, conforme a Constituição Federal, deve ser definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios constitucionais da legalidade (mudança somente por outra lei), da anterioridade (a lei deve estar vigente antes de iniciada a ocorrência do fato gerador) e da irretroatividade (a norma não pode atingir fatos passados). Assim, a lei complementar deve definir com muita clareza os critérios para a determinação da base de cálculo. Exemplos: • Cofins – faturamentomensal: art. 2º, LC nº 70/91. • Imposto de Renda – montante real, presumido ou arbitrado da renda ou proventos de qualquer natureza: art. 44, CTN. f. Alíquota – é o fator definido em lei aplicado sobre a base de cálculo. Determina o montante do tributo a ser pago. A lei pode estabelecer uma tabela progressiva, em que a alíquota vai sendo elevada, incidindo sobre faixas de valores cada vez maiores. Contabilidade Empresarial 18 Assim como a base de cálculo, a alteração da alíquota também está sujeita aos princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade. Após o entendimento da contabilidade tributária e da legislação tributária, vamos nos ater ao estudo do objeto, a obrigação tributária. Conforme demonstra o art. 113 do Código Tributário Nacional, divide-se em principal e acessória, sendo que o fator fundamental que as diferencia é que o objeto da obrigação tributária principal é o pagamento. Obrigação tributária principal A obrigação tributária principal é o pagamento do tributo ou de penalidade pecuniária ao Estado, tendo sempre conteúdo patrimonial. É a obrigação de dar, ou seja, efetuar o pagamento ao sujeito ativo do tributo definido pelo fato gerador esculpido na lei. A obrigação tributária principal decorre sempre de lei, ou seja, somente esta poderá instituir, extinguir, modificar ou majorar um tributo, bem como somente ela gerará uma obrigação tributária principal. Assim, as obrigações de pagar ao Estado os tributos deverão ser necessariamente instituídas por lei. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Obrigação tributária acessória As obrigações tributárias acessórias são os deveres instrumentais representados por atos e fatos administrativos exigidos pelo sujeito ativo com o intuito de assegurar o interesse da arrecadação dos tributos e também para facilitar a atividade de fiscalização no sujeito passivo. A obrigação acessória decorrente da legislação tributária não é pecuniária e sim prestações positivas ou negativas representadas por obrigação de fazer ou não fazer. Serve para viabilizar o cumprimento das obrigações principais. Exemplos incluem obrigação de emitir nota fiscal e escriturar os livros de entrada e saída, apuração etc., sempre no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. [...] § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação tributária acessória será convertida em principal no que se refere ao pagamento de multa, caso o contribuinte não cumpra com seu dever de fazer ou não fazer. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. Contabilidade Empresarial 19 [...] § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Processo de escrituração contábil No atual momento de globalização econômica, o processo da escrituração mercantil, que faz a transformação dos dados em informações e relatórios, é imprescindível para os gestores empresariais. Os relatórios contábeis e extracontábeis, extraídos das informações centralizadas na contabilidade, são de suma importância para a alta gerencia das entidades. Cabe salientar que qualquer tipo de empresa, independentemente do porte ou da tipicidade jurídica, necessita de escrituração contábil para controlar o seu patrimônio e gerenciar adequadamente os negócios, inclusive para atender à legislação e à fiscalização tributária, já que a contabilidade não se faz necessária apenas para o atendimento de necessidades empresariais. A escrituração contábil, ainda que de forma simplificada, e as demonstrações contábeis são exigências que devem ser atendidas pelas empresas com vista ao atendimento dos diversos dispositivos da legislação em vigor. “Escrituração é uma técnica contábil que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa, etc.) todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial” (RIBEIRO, 2010a, p. 78). A escrituração contábil pode servir de base para distribuir lucros, compensar prejuízos, elaborar as demonstrações contábeis, provar em juízo a situação patrimonial, resolver questões que possam existir com herdeiros e sucessores de sócio falecido, requerer concordata por insolvência financeira, provar a sócios que se retiram da sociedade a verdadeira situação patrimonial da empresa para fins de restituição de capital ou venda de participação societária etc. A escrituração contábil está inserida no Código Civil. Os arts. 1.179 e 1.180 trazem em seu bojo a obrigatoriedade para o empresário e a sociedade empresária de fazê-lo. Contudo, não podemos confundi- la com a escrituração fiscal, que está atrelada às obrigações acessórias. Deve ser elaboradas para atender aos órgãos fiscalizadores, uma vez que os agentes públicos, nas suas atribuições funcionais, dependem dos registros para aferir e atestar como as obrigações decorrentes das relações tributárias foram satisfeitas pelo contribuinte. Em vista do exposto, devemos diferenciar as duas escriturações, a contábil e a fiscal, sem confundi-las. Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. Contabilidade Empresarial 20 Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. Formalidades da escrituração contábil A entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, por intermédio de processo manual, mecanizado ou eletrônico. A escrituração será executada: a. em idioma e moeda corrente nacionais; b. em forma contábil; c. em ordem cronológica de dia, mês e ano; d. com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens; e. com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos. A terminologia utilizada deve expressar o verdadeiro significado das transações. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas nos históricos dos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar, em elenco identificador, no Diário ou em registro especial revestido das formalidades extrínsecas. Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises e mapas demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusivas do contabilista legalmente habilitado, segundo o art. 1.182 do Código Civil. O balanço e as demais demonstrações contábeis, no encerramento de exercício, serão transcritos no “diário”,completando-se com as assinaturas do contabilista e do titular ou de representante legal da entidade. Igual procedimento será adotado quanto às demonstrações contábeis, elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou estatutárias. O Diário e o Razão constituem os registros permanentes da entidade. Contabilidade Empresarial 21 Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil, observadas as peculiaridades da sua função. No Diário, serão lançadas, em ordem cronológica, com individuação, clareza e referência ao documento probante, todas as operações ocorridas, incluídas as de natureza aleatória, e quaisquer outros fatos que provoquem variações patrimoniais. Observado o disposto no caput do art. 1.184, admite-se: a. a escrituração do Diário por meio de partidas mensais; b. a escrituração resumida ou sintética do Diário, com valores totais que não excedam a operações de um mês, desde que haja escrituração analítica lançada em registros auxiliares. Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. § 1º Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. § 2º Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. Quando o Diário e o Razão forem feitos por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deverá ser adotado o registro Balancetes Diários e Balanços. No caso de a entidade adotar para sua escrituração contábil o processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro. O livro Diário será registrado no Registro Público competente, de acordo com a legislação vigente. Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele. Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que registre: I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários; II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício. As Normas Brasileiras Contábeis (NCB) espelham o exato teor do Código Civil com relação à escrituração contábil. Para tanto, reproduzimos as NBC T 2 – Da Escrituração Contábil: NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL NBC T 2.1 - DAS FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL Contabilidade Empresarial 22 2.1.1 – A Entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, através de processo manual, mecanizado ou eletrônico. 2.1.2 – A escrituração será executada: a) em idioma e moeda corrente nacionais; b) em forma contábil; c) em ordem cronológica de dia, mês e ano; d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens; e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos. 2.1.2.1 – A terminologia utilizada deve expressar o verdadeiro significado das transações. 2.1.2.2 – Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas nos históricos dos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar, em elenco identificador, no “Diário” ou em registro especial revestido das formalidades extrínsecas. 2.1.3 – A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises e mapas demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusivas de Contabilista legalmente habilitado. 2.1.4 – O Balanço e demais Demonstrações Contábeis de encerramento de exercício serão transcritos no “Diário”, completando-se com as assinaturas do Contabilista e do titular ou representante legal da Entidade. Igual procedimento será adotado quanto às Demonstrações Contábeis elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou estatutárias. 2.1.5 – O “Diário” e o “Razão” constituem os registros permanentes da Entidade. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil, observadas as peculiaridades da sua função. No “Diário” serão lançadas, em ordem cronológica, com individuação, clareza e referência ao documento probante, todas as operações ocorridas, incluídas as de natureza aleatória, e quaisquer outros fatos que provoquem variações patrimoniais. 2.1.5.1 – Observado o disposto no “caput”, admite-se: a) a escrituração do “Diário” por meio de partidas mensais; b) a escrituração resumida ou sintética do “Diário”, com valores totais que não excedam a operações de um mês, desde que haja escrituração analítica lançada em registros auxiliares. 2.1.5.2 – Quando o “Diário” e o “Razão” forem feitos por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deverá ser adotado o registro “Balancetes Diários e Balanços”. Contabilidade Empresarial 23 2.1.5.3 – No caso de a Entidade adotar para sua escrituração contábil o processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro. 2.1.5.4 – O Livro Diário será registrado no Registro Público competente, de acordo com a legislação vigente. Processo de escrituração fiscal Para o Fisco, a escrituração é o meio destinado a alcançar o resultado de interesse da tributação, atingindo o fim, que é a arrecadação. Enquanto isso, para a contabilidade, ela tem por finalidade registrar, preservar e garantir a verdade econômico-financeira da entidade. Como nos referimos anteriormente, não podemos confundir a escrituração contábil e a escrituração fiscal, pois esta faz parte das obrigações acessórias que serão elaboradas para atender aos órgãos da fiscalização. Estes dependem dela para verificar, avaliar e atestar a veracidade dos lançamentos das relações tributárias. A obrigação tributária acessória decorre da legislação e tem por objeto uma prestação, um ato, positivo ou negativo, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O objeto da obrigação de servir, portanto, é a prestação de fazer ou não fazer, que está disposta no Código Tributário Nacional, em seu art. 115: “Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal”. O objeto da prestação de fazer ou não fazer na obrigação tributária é qualquer situação estabelecida pela legislação tributária no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (escriturar uma nota fiscal, escriturar os livros de entrada e saída, fazer as apurações os livros de inventário, fazer a declaração de rendimentos etc.). A inadimplência em relação à obrigação acessória de fazer ou não fazer enseja a aplicação da penalidade pecuniária correspondente a multa pelo não cumprimento da obrigação. Devemos observar que o fato de o contribuinte deixar de adimplir a obrigação de fazer ou não fazer determinada atividade estabelecida pela legislação tributária a converte numa obrigação principal de dar em pagamento o valor correspondente à penalidade fixada em lei, ou seja, a multa pelo não cumprimento, como determina o art. 113, § 3º, do Código Tributário Nacional: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. [...] § 3º A obrigação acessória, pelo simples fatoda sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. Nas obrigações tributárias acessórias, seu conteúdo será sempre a obrigação de fazer ou não fazer. Elas terão conteúdo econômico somente quando da inadimplência pelo contribuinte, quando a legislação tributária fixará uma penalidade pecuniária. Contabilidade Empresarial 24 A legislação tributária, portanto, é que define o conteúdo econômico da obrigação acessória, mediante a fixação do valor que o ente tributante poderá exigir do contribuinte que deixou de cumpri-la. Espécies de escrituração fiscal Para começarmos nossos estudos sobre escrituração fiscal, vamos iniciar por aquelas que são comuns as todas as empresas obrigadas pela legislação tributária, independentemente de seu ramo de atividade - indústria, comércio ou prestação de serviços. São elas a emissão de nota fiscal e os livros de entrada e saída. Cabe salientar que, no âmbito estadual, nossa pesquisa restringiu-se aos modelos de documentos e livros fiscais do governo do estado de São Paulo. Contudo, eles não têm expressiva mudança em outros estados, uma vez que existe uma padronização. Para tanto, utilizamos o Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS), aprovado pelo Decreto Estadual nº 45.490, de 30 de novembro de 2000. Documentos fiscais São documentos que comprovam a transação de compra e venda, propiciando a responsabilidade e a garantia do comprador. Eles cobrem a circulação de mercadorias ou a prestação de serviços, permitindo a apuração de receita, bem como seu débito relativo a imposto sobre venda para o emitente ou o crédito tributário para o destinatário de acordo com a legislação tributária. Existem diversos documentos fiscais, tais como nota fiscal, nota fiscal de venda a consumidor, nota fiscal de produtor rural, conhecimento de transporte rodoviário, aquaviário, ferroviário e aéreo de cargas, bilhete de passagem rodoviário, aquaviário, ferroviário e aéreo e tantos outros. Nosso trabalho irá descrever os principais e também apresentar seus modelos, de acordo com o RICMS-SP. Para tanto, começaremos por apresentar o art. 124 do RICMS-SP, que define esses documentos em seus incisos, de acordo com as operações ou prestações que cada ramo de atividade empresarial realizar: Artigo 124 - A pessoa inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS emitirá, conforme as operações ou prestações que realizar, os seguintes documentos fiscais I - Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A; II - Nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2; III - Cupom Fiscal emitido por Equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF; IV - Nota Fiscal de Produtor, modelo 4; V - Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica, modelo 6; VI - Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7; VII - Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8; Contabilidade Empresarial 25 VIII - Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9; IX - Conhecimento Aéreo, modelo 10; X - Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11; XI - Bilhete de Passagem Rodoviário, modelo 13; XII - Bilhete de Passagem Aquaviário, modelo 14; XIII - Bilhete de Passagem e Nota de Bagagem, modelo 15; XIV - Bilhete de Passagem Ferroviário, modelo 16; XV - Despacho de Transporte, modelo 17; XVI - Resumo de Movimento Diário, modelo 18; XVII - Ordem de Coleta de Carga, modelo 20; XVIII - Nota Fiscal de Serviço de Comunicação, modelo 21; XIX - Nota Fiscal de Serviço de Telecomunicações, modelo 22; XX - Manifesto de Carga, modelo 25; XXI - Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas, modelo 26; XXII - Documento Fiscal Eletrônico - DFE; XXIII - Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica – DANFE; XXIV - Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário, modelo 27; XXV - Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico - DACTE § 1º - A Secretaria da Fazenda pode determinar 1 - o uso de impresso de documento fiscal ou de outro impresso fiscal por ela fornecido, ficando-lhe facultado cobrar retribuição pelo custo; 2 - a adoção e utilização, por parte dos contribuintes, de dispositivos de controle, inclusive eletrônicos, que visem monitorar ou registrar as suas atividades de produção, armazenamento, transporte e suas operações ou prestações, no interesse da fiscalização do imposto. § 2º - É obrigatória a manutenção de impresso de Nota Fiscal em cada estabelecimento, ainda que exclusivamente varejista, excetuado o estabelecimento rural de produtor. Contabilidade Empresarial 26 § 3° - Os documentos referidos neste artigo, exceto os previstos nos incisos III, XXII, XXIII e XXV, obedecerão aos modelos contidos no Anexo/Modelos. § 4º - É vedada a utilização simultânea dos modelos 1 e 1-A do documento fiscal de que trata o inciso I, salvo quando adotadas séries distintas, nos termos do artigo 196. Notas fiscais modelo 1 ou 1 A A nota fiscal modelo 1 ou 1 A é um documento fiscal que se destina a registrar as transferências de propriedade sobre um bem produzido na indústria ou comercializado no segmento atacadista ou varejista. É utilizada tanto para operações de entrada como de saída de mercadorias ou produtos entre duas empresas ou entre uma empresa e uma pessoa física. Foi criada com intuito fiscal, e sua escrituração demonstra o valor monetário do bem e o valor relativo aos impostos incidentes sobre ele. O art. 125 do RICMS-SP dispõe quando deverão ser emitidas: Artigo 125 - O contribuinte, excetuado o produtor, emitirá Nota Fiscal: I - antes de iniciada a saída da mercadoria; II - no momento do fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria, em qualquer estabelecimento; III - antes da tradição real ou simbólica da mercadoria: [...] IV - relativamente à entrada de mercadoria ou bem ou à aquisição de serviços nas hipóteses e nos momentos definidos no artigo 136. V - nas hipóteses expressamente previstas na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. O RICMS-SP, nos arts. 125 a 131, disciplina toda a utilização das notas fiscais modelo 1 ou 1 A. Para melhor elucidar, demonstramos a seguir os modelos dessas notas fiscais modelo 1 ou 1 A, disponíveis nos anexos do RICMS. Contabilidade Empresarial 27 Figura 1. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Contabilidade Empresarial 28 Figura 2. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Nota fiscal de venda a consumidor A nota fiscal de venda ao consumidor, modelo 2, é um documento fiscal utilizado em comércio varejista não obrigado ao uso de equipamento emissor de cupom fiscal. Destina-se a venda de produtos e mercadorias para consumidores finais, que os retiram ou os consomem no local, conforme disciplina o art. 123-A do RICMS-SP: Artigo 132-A - Ressalvado o disposto no artigo 132, nas demais hipóteses previstas na legislação, tais como não- obrigatoriedade de uso de Equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF ou na impossibilidade de seu uso, poderá ser emitida, nas vendas à vista a pessoa natural ou jurídica não-contribuinte do imposto, em que a mercadoria for retirada pelo comprador ou por este consumida no próprio estabelecimento, a Nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2. I - mediante utilização de impressos fiscais, na forma de talonário, formulário contínuo ou jogos soltos, observado o disposto no artigo 212-P; Contabilidade Empresarial 29 II - por meio eletrônico, na forma prevista no § 4° do artigo 212-O. Parágrafo único: É vedada a emissão do documento fiscal de que trata este artigo nas operações com valores acima de R$ 10.000,00 (Dez mil reais), hipótese em que deverá ser emitida a Nota fiscal, modelo 1 ou 1-A, referida no inciso I do artigo 124, ou a Nota Fiscal Eletrônica - NF-e, modelo 55, referida no inciso I do artigo 212-O. O RICMS-SP, nos arts. 132 a 134, disciplina toda a utilização das notas fiscais de venda a consumidor modelo 2. Apresentamos a seguir o modelodas notas fiscais de venda a consumidor os modelos delas: Figura 3. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Nota fiscal de produtor Os estabelecimentos rurais também estão obrigados a emitir nota fiscal em suas operações de entrada e saída de produtos. O art. 139 do RICMS-SP define quando elas deverão ser emitidas: Artigo 139 - O estabelecimento rural de produtor emitirá Nota Fiscal de Produtor, modelo 4: I - sempre que promover a saída de mercadoria; II - na transmissão da propriedade de mercadoria; III - sempre que, no estabelecimento, entrarem bens ou mercadorias, real ou simbolicamente, nas hipóteses previstas no inciso I do artigo 136; IV - em outras hipóteses previstas na legislação. Contabilidade Empresarial 30 § 1º - Fica dispensada a emissão da Nota Fiscal de Produtor no transporte manual de produto da agricultura ou da criação ou seus derivados, excluída a condução de rebanho. § 2º - Poderá a Secretaria da Fazenda estender a dispensa da emissão da Nota Fiscal de Produtor a outras hipóteses. O RICMS-SP, nos arts. 139 a 145, disciplina toda a utilização das notas fiscais de produtor, modelo 4. Apresentamos a seguir o modelo das notas fiscais de venda a consumidor delas: Figura 4. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Nota fiscal/conta de energia elétrica As empresas concessionárias ou permissionárias de energia elétrica também estão obrigadas a apresentar nota fiscal. Contudo, o documento fiscal exigido pela legislação tributária é a conta que recebemos em nossas empresas ou residências, na qual estão discriminados o consumo e os impostos relativos ao fornecimento do período. O art. 146, caput, do RICMS-SP dispõe sobre a nota fiscal/conta de energia elétrica: Artigo 146 - A pessoa jurídica que, na condição de contribuinte ou de substituta tributária, praticar, sob regime de concessão ou de permissão, operação relativa à circulação de energia elétrica, objeto de saída por ela promovida, destinando-a diretamente a estabelecimento ou domicílio situado no território paulista, para nele ser consumida pelo respectivo destinatário, deverá, observada disciplina específica estabelecida pela Secretaria da Fazenda, emitir Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica, modelo 6, para acobertar a respectiva operação [...] Contabilidade Empresarial 31 Figura 5. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Nota fiscal de serviço de transporte A nota fiscal de serviços de transporte, modelo 7, deverá ser emitida por agência de viagem ou por transportador, em veículo próprio ou fretamento destinado ao transporte interestadual ou intermunicipal de pessoas com fim específico de turismo ou fretamento por período determinado. Deve ser utilizada: I. pelas agências de viagem ou por quaisquer transportadores que executarem serviços de transporte intermunicipal, interestadual e internacional de turistas e de outras pessoas, em veículos próprios ou fretados; II. pelos transportadores de valores, para englobar, em relação a cada tomador de serviço, as prestações realizadas, desde que dentro do período de apuração do imposto; III. pelos transportadores ferroviários de cargas, para englobar, em relação a cada tomador de serviço, as prestações executadas no período de apuração do imposto; IV. pelos transportadores de passageiros, para englobar, no final do período de apuração do imposto, os documentos de excesso de bagagem emitidos durante o mês; V. pelos transportadores que executarem serviços de transporte intermunicipal, interestadual ou internacional de bens ou mercadorias utilizando-se de outros meios ou formas em relação aos quais não haja previsão de documento fiscal específico. Contabilidade Empresarial 32 Sua obrigatoriedade está disposta no art. 147 do RICMS-SP, e o art. 148 determina que os transportadores de valores também deverão utilizá-la. Artigo 147 - A Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, será emitida, antes do início da prestação do serviço, por agência de viagem ou por transportador, sempre que executar, em veículo próprio ou fretado, serviço de transporte interestadual ou intermunicipal de pessoas, tal como do tipo turismo ou fretamento por período determinado. § 1º - Considera-se veículo próprio, além daquele registrado em nome do prestador do serviço, o utilizado em regime de locação ou por outra forma contratual. § 2º - A Nota Fiscal de Serviço de Transporte será emitida em relação a cada veículo e a cada viagem contratada. § 3º - Em excursão com contrato individual referente a cada passageiro, será facultada a emissão de uma única Nota Fiscal de Serviço de Transporte, por veículo. § 4º - Quando a Nota Fiscal de Serviço de Transporte acobertar a prestação por modal dutoviário, esta deverá ser emitida mensalmente e em até 2 (dois) dias úteis após o encerramento do período de apuração Artigo 148 - A Nota Fiscal de Serviço de Transporte será, também, emitida: I - por transportador de valores, para englobar, em relação a cada tomador de serviço, as prestações realizadas, desde que dentro do período de apuração do imposto; A seguir, apresentamos o modelo da nota fiscal de serviço de transporte, modelo 7, disponível nos anexos do RICMS-SP. O regulamento disciplina toda a utilização das notas fiscais de serviço de transporte nos arts. 147 a 151. Contabilidade Empresarial 33 Figura 6. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Conhecimento de transporte rodoviário de cargas O conhecimento de transporte rodoviário de cargas é um documento fiscal obrigatório que deve ser emitido pelas transportadoras de cargas para acompanhar as mercadorias no transporte rodoviário interestadual ou intermunicipal. O art. 152 do RICMS-SP regula sua obrigatoriedade: Artigo 152 - O Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte rodoviário interestadual ou intermunicipal de carga [...]. Contabilidade Empresarial 34 Figura 7. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Conhecimento de transporte aquaviário de cargas O conhecimento de transporte aquaviário de cargas, modelo 9, é o documento fiscal exigido das empresas transportadoras de cargas que executam esses serviços por meio de transportes marítimos, lacustres ou fluviais, no âmbito interestadual ou intermunicipal. Está disposto no art. 155 do RICMS-SP: Artigo 155 - O Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte aquaviário interestadual ou intermunicipal de carga [...]. Contabilidade Empresarial 35 Figura 8. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Conhecimento aéreo O conhecimento aéreo, modelo 10, é o documento fiscal obrigatório exigido nas operações de transporte de cargas interestadual ou intermunicipal em que as empresas se utilizam da via aérea. Sua obrigatoriedade está definida no art. 158 do RICMS-SP: “O Conhecimento Aéreo, modelo 10, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte aeroviário interestadual ou intermunicipal de carga [...]”. Contabilidade Empresarial 36 Figura 9. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Conhecimento de transporte ferroviário de cargas O Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11, é o documento fiscal exigido nas operações de transporte ferroviário de cargas interestaduais ou intermunicipais. Está disposto no art. 161 do RICMS-SP: Artigo 161 - O Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte ferroviário interestadual ou intermunicipal de carga [...]. Contabilidade Empresarial 37 Figura 10. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Bilhete de passagem rodoviário O bilhete de passagem rodoviário,modelo 13, é o documento fiscal que será exigido dos prestadores de serviços de transporte rodoviário interestadual e intermunicipal de passageiros. O art. 168 do RICMS-SP dispõe sobre sua obrigatoriedade: Artigo 168 - O Bilhete de Passagem Rodoviário, modelo 13, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte rodoviário interestadual ou intermunicipal de passageiros [...]. Contabilidade Empresarial 38 Figura 11. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Bilhete de passagem aquaviário O bilhete de passagem aquaviário, modelo 14, é o documento fiscal utilizado pelas empresas que prestam serviços de transportes de passageiros no âmbito interestadual e intermunicipal utilizando-se dos meios transportes marítimos, lacustres ou fluviais. Tem no art. 170 do RICMS-SP sua exigência legal: Artigo 170 - O Bilhete de Passagem Aquaviário, modelo 14, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte aquaviário interestadual ou intermunicipal de passageiros [...]. Contabilidade Empresarial 39 Figura 12. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Bilhete de passagem e nota de bagagem O bilhete de passagem e nota de bagagem é o documento fiscal utilizado pelas empresas aéreas que prestam serviços de transporte aeroviário interestadual e intermunicipal de passageiros. Sua obrigatoriedade está disposta no art. 171 do RICMS-SP: Artigo 171 - O Bilhete de Passagem e Nota de Bagagem, modelo 15, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte aeroviário interestadual ou intermunicipal de passageiros [...]. Figura 13. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Contabilidade Empresarial 40 Bilhete de passagem ferroviário O bilhete de passagem ferroviário, modelo 16, é o documento fiscal obrigatório para as empresas que prestam serviços de transportes de passageiros utilizando-se da malha ferroviária interestadual e intermunicipal. O art. 172 do RICMS-SP traz em seu bojo sua exigibilidade: Artigo 172 - O Bilhete de Passagem Ferroviário, modelo 16, será emitido antes do início da prestação do serviço por transportador, sempre que executar serviço de transporte ferroviário interestadual ou intermunicipal de passageiros [...] Figura 14. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/legislacao. Livros fiscais Os livros fiscais são mais uma das exigências das obrigações acessórias que devem ser observadas pelo contribuinte. Eles deverão ter suas folhas encadernadas e numeradas sequencialmente, bem como conter termo de abertura e encerramento. Têm ainda que ser autenticados pela repartição fiscal competente, conforme dispõe o art. 224 do RICMS-SP: Artigo 224 - Os livros fiscais serão impressos e terão folhas numeradas tipograficamente em ordem crescente, costuradas e encadernadas, de forma a impedir sua substituição. § 1º - O livro terá termos de abertura e de encerramento, conforme modelos constantes do Anexo/ Modelos, lavrados e assinados pelo contribuinte, termos esses de cuja ocorrência se fará assentamento no livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, consignando-se o respectivo número de ordem e data do evento. Contabilidade Empresarial 41 § 2º - Poderá a Secretaria da Fazenda disciplinar a aposição de visto autenticador nos livros fiscais no momento de sua apresentação à fiscalização, em qualquer situação prevista na legislação ou para atendimento de exigência fiscal. De acordo com o art. 213 do RICMS-SP e o art. 444 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Ripi), as empresas devem manter em seus estabelecimentos os seguintes livros fiscais, de acordo com as operações ou prestações de serviços desenvolvidos por elas. Segundo o RICMS-SP: Artigo 213 - Salvo disposição em contrário, o contribuinte deverá manter, em cada estabelecimento, conforme as operações ou prestações que realizar, os seguintes livros fiscais: I - Registro de Entradas, modelo 1; II - Registro de Entradas, modelo 1-A; III - Registro de Saídas, modelo 2; IV - Registro de Saídas, modelo 2-A; V - Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3; VI - Registro do Selo Especial de Controle, modelo 4; VII - Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5; VIII - Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6; IX - Registro de Inventário, modelo 7; X - Registro de Apuração do IPI, modelo 8; XI - Registro de Apuração do ICMS, modelo 9; XII - Livro de Movimentação de Combustíveis - LMC. XIII - Livro de Movimentação de Produtos – LMP (RICMS-SP). No Ripi: Art. 444. Os contribuintes manterão, em cada estabelecimento, conforme a natureza das operações que realizarem, os seguintes livros fiscais: I - Registro de Entradas, modelo 1; II - Registro de Saídas, modelo 2; Contabilidade Empresarial 42 III - Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3; IV - Registro de Entrada e Saída do Selo de Controle, modelo 4; V - Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5; VI - Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6; VII - Registro de Inventário, modelo 7; e VIII - Registro de Apuração do IPI, modelo 8. § 1º Os livros Registro de Entradas e Registro de Saídas serão utilizados pelos estabelecimentos industriais e pelos que lhes são equiparados. § 2º O livro Registro de Controle da Produção e do Estoque será utilizado pelos estabelecimentos industriais, e equiparados a industrial, e comerciantes atacadistas, podendo, a critério da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ser exigido de outros estabelecimentos, com as adaptações necessárias. § 3º O livro Registro de Entrada e Saída do Selo de Controle será utilizado pelo estabelecimento que fabricar, importar ou licitar produtos sujeitos ao emprego desse selo. § 4º O livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais será utilizado pelos estabelecimentos que confeccionarem documentos fiscais para o uso próprio ou para terceiros. § 5º O livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências será utilizado pelos estabelecimentos obrigados à emissão de documentos fiscais. § 6º O livro Registro de Inventário será utilizado pelos estabelecimentos que mantenham em estoque matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem e, ainda, produtos em fase de fabricação e produtos acabados. § 7º O livro Registro de Apuração do IPI será utilizado pelos estabelecimentos industriais e equiparados a industrial. § 8º Aos livros de que trata esta Seção aplica-se o disposto no art. 382. Os livros Registro de Entradas, modelo 1, e Registro de Saídas, modelo 2, serão utilizados por contribuinte sujeito, simultaneamente, à legislação do IPI e à do ICMS. Os livros Registro de Entradas, modelo 1-A, e Registro de Saídas, modelo 2-A, serão utilizados por contribuinte sujeito apenas à legislação do Imposto de Circulação de Mercadorias e de Prestação de Serviços. O livro Registro de Controle da Produção e do Estoque será utilizado por estabelecimento industrial ou a ele equiparado pela legislação federal e por atacadista. Pode, a critério do Fisco, ser exigido de estabelecimento de contribuinte de outro setor, com as adaptações necessárias. Contabilidade Empresarial 43 O livro Registro do Selo Especial de Controle será utilizado pelo estabelecimento que fabricar, importar ou licitar produtos sujeitos ao emprego desse selo, hipóteses previstas na legislação do IPI. O livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais será utilizado por estabelecimento que confeccionar impressos de documentos fiscais para terceiro ou para uso próprio. Os livros Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências e Registro de Inventário serão utilizados por todos os estabelecimentos. O livro Registro de Apuração do IPI será utilizado por estabelecimento industrial
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