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DOUTO JUÍZO DO 12º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE NATAL, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - RN
“Com as honras de estilo”
 
PROCESSO CNJ Nº. 0805471-57.2020.8.20.5004 – COBRANÇA INDEVIDA EM CONTA CORRENTE, MOTIVADA POR CONTRATO NÃO CELEBRADO.
POLO ATIVO: ANTONIA ALVES DA SILVA
POLO PASSIVO: BANCO BRADESCO S/A. 
Intermediada por seu mandatário ao final firmado, comparece, com o devido respeito a Vossa Excelência, ANTONIA ALVES DA SILVA, já qualificada na exordial, haja vista que a Ré externou fato impeditivo do direito dessa, vem, na quinzena legal (novo CPC, art. 350), apresentar
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO,
tudo consoante as linhas abaixo explicitadas.
(1) – 	DAS CONSIDERAÇÕES FEITAS NA DEFESA. 
1.1	Dormita ao ID 56385752, a defesa da Promovida. Nessa levantam-se fatos e fundamentos jurídicos que impedem e/ou extinguem o direito da Autora (CPC, art. 350). 
1.2	Em síntese, colhemos que a essência da defesa reserva os seguintes argumentos:
( i ) A hipótese fática levada a efeito com a exordial não evidencia relação de consumo, razão qual indevida a aplicação do Código de Defesa do Consumidor;
 ( ii ) Que há retenção de 100% do seus proventos, é legal, e bem como não houve danos ocasionados à Autora, não passando de “meros aborrecimentos”;
( iii ) as cobranças indevidas em liça tem abrigo em Lei, uma vez que, à luz do art. 188, inc. I, do Código Civil, trata-se de exercício regular de um direito;
( iv ) o montante almejado a título de indenização confere pretensão de enriquecimento ilícito. 
(2) – 	DA NÃO CELEBRAÇÃO E ASSINATURA DO CONTRATO PELO REQUERENTE
2.1	Com efeito, Excelência, o Requerido não trouxeram o contrato que justifique a cobrança dos supostos contatos, nem tão pouco colecionaram a autorização para débito em conta onde de forma desarrazoada joga a responsabilidade uma para autora, contudo veem causados danos tanto de ordem moral como material onde mês a mês a postulante sofre descontos em sua conta sem que está tenha realizado pacto algum, portanto conforme a ré não juntou telas mostrando que a autora tenha autorizado os débitos em conta e bem como os contratos de empréstimos com a ré. E por quer douto juízo o Bradesco, enviou o débito para conta da autora nem autorização onde vem retendo 100% do salário da idosa.
2.2	A requerida, alega não ter responsabilidade pelo vicio no serviço, contudo não trouxe nada que mude o direito da autora, permissa Máxima Vênia, Excelência, caso o banco réu, estivesse de posse do suposto contrato era só colecionar este aos autos para que por meio de uma simples conferência da suposta assinatura no contrato, saber se pertence a autora ou não, contudo não traz nada na defesa que fora feita de forma genérica, por outro lada a parte autora acarreou dos documentos na inicial, pode-se afirmar que não se trata da assinatura da Requerente no contrato, mas sim uma falsificação grosseira dela caso houve contrato de empréstimo pessoal.
2.3	Convém salientar que a Requerente é mulher de parca instrução e, em decorrência disso, foi vítima de uso indevido de seus dados sem autorização para realização do pacto a ré autorizar débitos em sua conta a sua revelia e está retendo 100% do salário.
2.4	Desta feita, caso fosse apresentado qualquer contrato ou autorização para o débito ou contratação do serviços de empréstimo pessoal, pelo banco réu, para sustentar de forma cabal e incontroversa, que a Requerente contratou os empréstimos, contudo preferi o banco realizar uma defesa de forma genérica sem junta nada, eis que a se tiver assinatura no referido contrato fraudulento evidentemente não pertence a Requerente, pelo que, não se deve mais exigir dele as obrigações de um contrato que não celebrou nem tão pouco reter 100% de seu salário.
2.5	Vejamos o que nossos, tribunais entende por retenção de salário.
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL - BLOQUEIO E RETENÇÃO DE VALORES EM CONTA SALÁRIO VIA BACENJUD, NA QUAL A CORRENTISTA RECEBE OS PROVENTOS DE APOSENTADORIA - CARÁTER ALIMENTAR - LIMITAÇÃO DO VALOR DOS DESCONTOS A 30% (TRINTA POR CENTO) - PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE - POSSIBILIDADE - RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. Considerando-se os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, além das particularidades inerentes ao caso, razoável permitir que a penhora recaia sobre a quantia equivalente a 30% dos vencimentos mensais auferidos pela parte executada, destacando que tal montante não representa risco de comprometimento de renda essencial à subsistência do devedor e da sua família, mormente por inexistir informação em sentido contrário e por não se tratar de conta exclusivamente de salário. É pacífico na jurisprudência pátria que a penhora feita no salário, diante do caráter alimentar, não deve ultrapassar o limite de 30%, pena de se ferir o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, porquanto o legislador foi enfático ao dispor, expressamente, na norma prevista no art. 833 do Código de Processo Civil, que os bens são absolutamente impenhoráveis.
(TJ-MG - AI: 10024111028254001 MG, Relator: Newton Teixeira Carvalho, Data de Julgamento: 08/10/0019, Data de Publicação: 10/10/2019)
CIVIL. CONSUMIDOR. BANCO. RETENÇÃO DE VALORES NA CONTA SALÁRIO DA PARTE AUTORA, SUPERIORES A 30% DOS SEUS VENCIMENTOS. RETENÇÃO DA INTEGRALIDADE DO SALÁRIO. ILEGALIDADE. ADEQUAÇÃO DAS PARCELAS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. A Constituição Federal, em seu artigo 7 º, X, veda a retenção salarial, enquanto o art. 833, IV do Código do Processo Civil considera impenhoráveis os vencimentos e o salário, salvo para pagamento de prestação alimentícia. Configura má prestação do serviço, a apropriação de quase a integralidade de valores constantes em conta-corrente, a despeito de débitos oriundos de empréstimos, ensejando a adequação ao limite de 30% (trinta por cento) de seus vencimentos. Precedentes: 0027577-33.2016.8.03.0001, Juiz Relator: Rommel Araújo de Oliveira. Julg. em 22/11/2016.Recurso conhecido e não provido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos.
(TJ-AP - RI: 00395031120168030001 AP, Relator: REGINALDO GOMES DE ANDRADE, Data de Julgamento: 13/12/2016, Turma recursal)
RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO PATRIMONIAL E MORAL CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PORTABILIDADE DE FOLHA DE PAGAMENTO. RETENÇÃO DE VALORES NA CONTA SALÁRIO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO CORRENTISTA. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE DÍVIDA JUNTO À INSTITUIÇÃO FINANCEIRA ORIGINÁRIA. RETENÇÃO INDEVIDA DE VALORES. RETENÇÃO INTEGRAL DE SALÁRIO. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. 1. Hipótese em que a parte autora firmou contrato de conta salário perante a instituição bancária ré, tendo postulado a transferência de seus proventos recebidos na conta, para a Caixa Econômica Federal. 2. Restando incontroversa a retenção integral dos proventos recebidos pela parte autora, no mês de outubro/2017, competia ao réu demonstrar a regularidade da contratação, a teor do art. 373, II, do CPC, além da autorização da parte autora para que o valor fosse retido, ônus do qual não se desincumbiu. 3. Salienta-se que as telas do sistema interno da instituição financeira, produzidas unilateralmente, não são suficientes como prova do débito. 4. Cabe salientar que, ainda que demonstrada a existência de dívida da demandante para com a instituição bancária, não seria possível retenção integral de seu salário para adimplemento do débito. 5. Devida, portanto, a devolução dos... valores indevidamente retidos, como bem determinado na sentença. 6. Não há como deixar de reconhecer, no caso concreto, a existência de abalo moral impingido à parte requerente, passível de reparação pecuniária. 4. No que concerne à quantificação do dano moral, não merece reforma a decisão que fixou o quantum indenizatório em R$ 6.000,00(...), pois atende às circunstâncias do caso concreto e aos critérios de proporcionalidade e razoabilidade. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Recurso CívelNº 71007859127, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em 14/11/2018).
(TJ-RS - Recurso Cível: 71007859127 RS, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Data de Julgamento: 14/11/2018, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 19/11/2018)
2.6	Há um enorme problema neste pacto haja vista que a autora não o autorizou e bem como não tinha conhecimento da retenção total de valores em sua conta, veja que o banco não traz qualquer prova documental de que as cláusulas que regem seu contrato seriam no sentido de permitir o desconto total dos vencimentos.
2.7	Mas mesmo que se admita, apenas para argumentar, que o Banco agiu mal ao reter valores salariais, sem autorização, há evidencias concretas de que a autora teve consequências periclitantes para sua sobrevivência digna, ou seja, não está conseguindo contornar eventual dificuldade.
(3) – 	DA RESPONSABILIDADE DO REQUERIDO E DA SUA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR A REQUERENTE
3.1	O Requerido, alega em sua contestação que inexiste ato ilícito imputável a ele e que a responsabilidade pela evidente fraude na contratação do deveria se invocar de terceiro, assim, não teria a obrigação de indenizar a Requerente.
3.2	Entretanto, tal alegação não merece guarida.
3.3	Certo é que nas atividades praticadas por Bancos e instituições financeiras prevalece a aplicação da responsabilidade objetiva.
APELAÇAO CÍVEL. AÇAO DE RESTITUIÇAO DE IMPORTÂNCIA C/C DANOS MORAIS. APELAÇAO CÍVEL. CONSUMIDOR. EMPRÉSTIMO REALIZADO POR TERCEIRO, MEDIANTE FRAUDE. INSCRIÇAO EM ROL DE INADIMPLENTES. RELAÇAO DE CONSUMO CONFIGURADA. FALHA NA PRESTAÇAO DO SERVIÇO. INSTITUIÇAO FINANCEIRA QUE NAO COMPROVOU A REALIZAÇAO DE NEGÓCIO JURÍDICO ENTRE AS PARTES. ÔNUS QUE LHE COMPETIA. ART. 333, INCISO II, DO CPC. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇAO DE VONTADE. NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE. DEVER DA INSTITUIÇAO DE CAUTELA NA AFERIÇAO DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS POR TERCEIROS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRECEDENTE DO STJ. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. DANO MORAL CONFIGURADO. FIXAÇAO DEVE ATENDER AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. VALOR ADEQUADO. IMPERATIVA MANUTENÇAO. RESTITUIÇAO DA QUANTIA. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍVIOS. IMPORTE RAZOÁVEL. CÔNSONO COM O PARÂMETRO FIXADO POR ESTA CORTE EM CASOS ANÁLOGOS. SENTENÇA QUE NAO MERECE REFORMA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISAO UNÂNIME. - RESPONSABILIDADE DO PRESTADOR DE SERVIÇOS. As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno. Precedente do STJ; - O recorrente não se desincumbiu do ônus de comprovar que efetivamente a recorrida realizou negócio jurídico com a instituição financeira para um empréstimo em consignação, restando caracterizada a falha na prestação do serviço, nos termos do art. 14, do CDC; - Incumbia ao recorrente o ônus probatório, ex vi do disposto nos artigos 333, inciso II, do CPC e 6º, inciso VIII, do CDC, que consagram a inversão do ônus da prova, em se tratando de relação de consumo e diante da verossimilhança das alegações da recorrida, ainda mais quando a instituição bancária não provou a existência de negócio jurídico travado entre as partes; - Restou patente a comprovação do nexo causal, e, consequentemente, a responsabilidade do apelante, diante da conduta de incluir indevidamente o nome da autora em cadastro de restrição de crédito em virtude de débito nunca contraído, fato que atinge a honra e agride a dignidade da pessoa; - DANO MORAL. Montante arbitrado a título de danos morais cumpre sua dúplice finalidade de reparar o dano sofrido pelo lesado de forma justa e punir o.
(TJ-SE - AC: 2011214568 SE, Relator: DES. CEZÁRIO SIQUEIRA NETO, Data de Julgamento: 27/03/2012, 2ª.CÂMARA CÍVEL).
Conforme nos ensina Maria Helena Diniz:
3.4	A responsabilidade objetiva funda-se num princípio de equidade, existente desde o direito romano: aquele que lucra com uma situação deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela resultantes (ubi emolumentum, ibi onus; ubi commoda, ibi incommoda) (2004, p. 48, grifo nosso).
Em consonância, Caio Mário da Silva Pereira destaca que:
3.5	A doutrina objetiva, ao invés de exigir que a responsabilidade civil seja resultante dos elementos tradicionais (culpa, dano, vínculo de causalidade entre uma e outro) assenta na equação binária cujos polos são o dano e a autoria do evento danoso. Sem cogitar da imputabilidade ou de investigar a antijuridicidade do fato danoso, o que importa para assegurar o ressarcimento é a verificação se ocorreu o evento e se dele emanou prejuízo. Em tal ocorrendo, o autor do fato causador do dano é o responsável (1990, p. 35, grifo nosso).
3.6	Nesse sentido, a jurisprudência pátria pacificou o entendimento pela aplicação da responsabilidade objetiva às atividades exercidas pelos Bancos e instituições financeiras, bem como assentou a sua obrigação em indenizar o agente prejudicado por danos causados por essas atividades, ainda que decorra de ilícitos praticados por terceiros, senão vejamos:
Ementa: ADMINISTRATIVO. CIVIL. CONTRATUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. SEGURADO DO INSS. CDC. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. BANCOS. INSS. QUANTIFICAÇÃO. HONORÁRIOS. 1. O Código de Defesa do consumidor é aplicável às instituições financeiras, nos termos da Súmula 297 do STJ. 2. As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno (REsp 1199782/PR, julgado pelo rito dos recursos repetitivos). 3. A responsabilidade civil do Estado pressupõe a coexistência de três requisitos essenciais à sua configuração, quais sejam: a) a comprovação, pelo demandante, da ocorrência do fato ou evento danoso, bem como de sua vinculação com o serviço público prestado ou incorretamente prestado; b) a prova do dano por ele sofrido; e c) a demonstração do nexo de causalidade entre o fato danoso e o dano sofrido. 4. Se a instituição bancária, ao dar seguimento a contrato de empréstimo consignado fraudulento, apossou-se indevidamente de parcelas descontadas do benefício previdenciário da autora, deve ressarcir, incidindo a correção monetária e os juros moratórios desde os descontos indevidos, pois estes definem a data do efetivo prejuízo (Súmula 43 do STJ). 5. Para que se caracterize a ocorrência de dano moral, deve a parte autora demonstrar a existência de nexo causal entre os prejuízos sofridos e a prática pela ré de ato ou omissão voluntária - de caráter imputável - na produção do evento danoso. 6. Na quantificação do dano moral devem ser sopesadas as circunstâncias e peculiaridades do caso, as condições econômicas das partes, a menor ou maior compreensão do ilícito, a repercussão do fato e a eventual participação do ofendido para configuração do evento danoso. A indenização deve ser arbitrada em valor que se revele suficiente a desestimular a prática reiterada da prestação de serviço defeituosa e ainda evitar o enriquecimento sem causa da parte que sofre o dano. [...]. (TRF-4 - AC 50482270720124047100 RS 5048227-07.2012.404.7100 Relator (a): LUÍS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE Julgamento: 17/12/2013 Órgão Julgador: QUARTA TURMA Publicação: D. E. 18/12/2013) (grifo nosso).
Ementa: Direito do Consumidor. Responsabilidade civil. Abertura de conta corrente em nome do autor sem seu conhecimento. Empréstimos fraudulentos consignados junto ao réu. Descontos indevidos no benefício previdenciário do autor. Danos morais. Repetição do indébito. Sentença de parcial procedência.Recursos. Primeiro recurso. Pedido de retificação do valor da condenação por danos materiais e majoração do valor por danos morais. Cabimento em parte. Valor dos danos materiais incompletos. Repetição em dobro. Reparação por danos morais aplicada com razoabilidade. Precedentes desta Corte de Justiça Segunda apelação. Pedido de reforma do julgado. Alegação de validade da contratação e inexistência de provas dos danos alegados. Redução do valor dos danos morais. Descabimento. "Direito do Consumidor. Responsabilidade objetiva. Descontos indevidos por empréstimos não realizados pela correntista. Fato de terceiro. Fraude. Nexo de causalidade. Risco do empreendimento. Não exclusão da responsabilidade por conduta fraudulenta de terceiros. Aplicação do art. 927, parágrafo único, do Código Civil reafirmando a parêmia ubi emolumentum ibi onus. Dano moral. Cabimento. Arbitramento adequado. Desprovimento do recurso". [...] Provimento parcial de plano do primeiro recurso (art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil). Negativa de seguimento à segunda apelação por sua manifesta improcedência (art. 557,"caput", do Código de Processo Civil). (Apelação Cível 0013578-17.2006.8.19.0066, Desembargador Nagib Slaibi Flho, Sexta Cãmara Cível, j. Em 12/05/2011) (grifo nosso).
Ementa: Autor diz que vem sofrendo descontos em seu contracheque referentes a empréstimo consignado que jamais contratou. Requereu: 1) que o réu se abstenha de efetuar débitos no benefício do autor; 2) restituição em dobro da quantia indevidamente descontada, que já totaliza R$ 66,68; 3) indenização por danos morais. Fls. 08/12 comprovação dos descontos. CONTESTAÇÃO - fls. 25 alega que a contratação se aperfeiçoou, ainda que possa ter sido eivada de fraude. SENTENÇA - fls. 15 - JULGOU EXTINTO O PROCESSO, SEM EXAME DO MÉRITO, EM RAZÃO DA NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL PARA SE VERIFICAR A AUTENTICIDADE DA ASSINATURA CONSTANTE DO DOCUMENTO JUNTADO PELA RÉ. Recurso do autor. JG. Contrarrazões apresentadas. Sentença que deve ser reformada. Causa madura para julgamento e demanda que exige tão somente o exame de prova documental para ser solucionada. A assinatura de fls. 46 e 52 se trata de falsificação grosseira, não guardando nenhuma identidade com a assinatura do autor nos demais documentos que instruem esta demanda. Tal fato inclusive foi percebido pela ré, que apesar de contestar o feito, lança logo de início a probabilidade de ocorrência de fraude. O banco invoca excludente de responsabilidade (culpa exclusiva de terceiro), pois assim como o autor, também teria sido vítima da fraude. A responsabilidade da ré é objetiva e independentemente de culpa, devendo responder pelos danos que causou (arts. 6, VI e 14 da Lei 8.078/90). A responsabilidade pelo ocorrido é do banco, pela teoria do risco do seu empreendimento. Ao oferecer serviços aos seus clientes, o banco deve garantir a segurança e responder pelos problemas que decorram do serviço ofertado. São frequentes as demandas que envolvem o problema que hoje se aprecia. [...] O banco, como já dito, responde pelo risco do seu negócio, devendo arcar com os ônus decorrentes da falta de diligência na contratação dos empréstimos que oferece. No caso dos autos, os descontos no contracheque do autor restaram documentados, e em se tratando de descontos revestidos de total ilegalidade, impõe-se a aplicação da regra prevista no art. 42, parágrafo único do CDC. Considerando que restaram comprovados 04 descontos no valor de R$ 16,67, a ré deve restituir ao autor a quantia de R$ 133,36. Com relação aos danos morais, também restaram configurados, pois a imposição de empréstimo, comprometendo verba de natureza salarial, enseja aborrecimentos que transbordam da esfera do mero aborrecimento, pois angustia o consumidor e o priva de parte de sua renda. Valor da indenização que deve ser arbitrado em R$ 4.000,00. Posto isso, anulo a sentença proferida, dando provimento ao recurso para condenar a ré a: 1) pagar ao autor a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a título de indenização por danos morais, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais de 1% ao mês a contar da publicação da presente; 2) condenar a ré a restituir ao autor a quantia de R$ 133,36 (cento e trinta e ter reais e trinta e seis centavos), corrigida monetariamente a contar do desembolso e acrescida de juros legais de 1% ao mês a contar da citação; 3) condenar a ré a se abster de efetuar novos descontos no contracheque do autor que se refiram ao contrato de mutuo que é objeto desta demanda, sob pena de incidir em multa de R$ 100,00 por cobrança em desacordo [...]. (TJ-RJ - RI 2013700005417 RJ 2013.700.005417 Relator (a): ALEXANDRE CHINI NETO Órg. Julg.: Terceira Turma Recursal Publicação: 19/03/2013) (grifo nosso).
3.7	Posto isso, a contratação fraudulenta de serviço ou empréstimo bancário não autorizado pela autora com a Instituição Ré, em nome da Requerente, a fez enfrentar descontos de 100% de seus proventos, sua conta de forma indevida o que, evidentemente, lhe acarretou em danos materiais e, consequentemente, em danos morais.
3.8	Isso, pois o Requerido, além de ter dado espaço a ocorrência de evidente fraude, se manteve inerte e se omitiu no momento de resolver um problema criado por ele próprio, que ainda lhe trouxe benefícios com os descontos já efetuados na conta da Requerente.
4.	DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE
4.1	Com efeito, o artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil estabelece que:
Art. 355. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença:
I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência (grifo nosso).
4.2	Concessa Vênia, Excelência, os documentos anexados nos autos por ambas as partes, demonstram, de forma cabal e incontroversa, que autora não contratou os empréstimos pessoais, e bem como não foram utilizado pela autora com a Instituição Ré, eis que não consta a assinatura no contrato e nos demais documentos caso fosse apresentado não pertence a Requerente.
4.3	Posto isso, necessário se faz o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil.
	
5.	DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
	
Diante do exposto, tudo suprido pelo notável saber jurídico de Vossa Excelência requer-se:
a) 	RATIFICANDO NA ÍNTEGRA O CONTIDO NA EXORDIAL, Requer digne-se Vossa Excelência em considerar TOTALMENTE IMPROCEDENTES OS PEDIDOS E ALEGAÇÕES, formuladas pela Impugnadas, BANCO BRADESCO S.A., em sua contestação, e julgando TOTALMENTE PROCEDENTE, a presente medida judicial nos termos da inicial, com a decretação da responsabilidade da ré, e como demais pedidos constantes na peça inaugural. 
b)	Requer ainda o julgamento antecipado do feito.
Natal, Assinatura Eletrônica
Termos em que, Pede Deferimento
______________________________
Armando Costa Neto - Advogado - OAB/RN 14.437
8
Rua Nelson Geraldo Freire, N°800, Natal - RN, CEP: 59064-160. Fones: (84) 9.9430-0333/9.9821-5121, Whatsapp (84) 9.8118-0446 
E-mails: intimacoes@acassociados.adv.br/armandocosta@acassociados.adv.br

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