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Graziele Medina 
RA:
Instituição de Ensino: FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, Polo Campinas.
Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Gestão de Projetos Sociais 
Orientador: 
INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, UM RESGATE HISTÓRICO
PROBLEMATICA/RESUMO:
O presente artigo pretende fazer um resgate histórico sobre a inclusão social e escolar da pessoa com deficiência a trajetória percorrida ao longo da história, o avanço da legislação sobre direitos pessoas com deficiência até os dias de hoje, principalmente no brasil no que se refere a inclusão escolar.
 Palavras-Chave: Pessoas com deficiência; História; Inclusão Social e Escolar.
Abstract: This article aims to make a historical review of the social and school inclusion of people with disabilities, the trajectory of history, the advancement of legislation on the rights of people with disabilities to the present day, especially in Brazil regarding inclusion.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é conhecer os avanços dos direitos da pessoa com deficiência através do resgate histórico e elucidar a situação da inclusão escolar da pessoa com deficiência no Brasil.
Metodologia: Pesquisa bibliográfica
PROCESSO HISTÓRICO:
Pessoas com deficiência são aquelas que apresentam significativa diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente. Como por exemplo: deficiência física, deficiência auditiva, deficiência visual, deficiência intelectual, deficiência múltiplas, autismo. Atualmente temos tais definições, porém o processo histórico da pessoa com deficiência, demonstra a legislação e a ciência vem avançando para que pessoa com deficiência seja reconhecida como sujeito de direitos e tenha tratamento adequado para suas necessidades. 
Na história antiga, verificamos relatos de extermínio, quando constatada alguma deficiência. Na Grécia Antiga e do Egito a pessoas com deficiência eram deixadas nas margens dos rios ou locais sagrados. Os famosos papiros também registram práticas médicas realizadas no Egito Antigo, sendo que dentre elas há menções a tratamentos voltados aos problemas de deficiências (SILVA, 2009). Além desses papiros, exames patológicos realizados em múmias constataram que os egípcios eram afetados constantemente por infecção nos olhos. Em virtude da alta taxa de incidência dessas doenças, o Egito ficou conhecido como a “Terra dos Cegos, existindo dentre esses, faraós, coral de cegos e até mesmo médico especializado em visão na corte de reis persas” (SILVA, 2009). Na Cidade-estado de Esparta: se a criança parecia “feia, disforme e franzina”, indicando algum tipo de limitação física, criança era jogada de um abismo. Entretanto, de acordo com Otto Marques da Silva, o tratamento dispensado às pessoas com deficiência na cultura grega era o de abandono ou sacrifício. Em Esparta, pelas leis vigentes, os pais de qualquer recém-nascido “eram obrigados a levar o bebê, ainda bem novo, a uma espécie de comissão oficial formada por anciãos de reconhecida autoridade, que se reunia para examinar e tomar conhecimento oficial do novo cidadão” (SILVA, 2009).
Após o exame da criança pelos anciãos, era determinado o seu destino. Se se considerasse que o bebê era “normal”, forte e belo, cumpria à família criá-lo até os sete anos de idade aproximadamente, para depois ser entregue aos cuidados do Estado para prepará-lo na arte de guerrear. No entanto, se o bebê fosse considerado feio, disforme e franzino, os próprios anciãos se encarregavam do sacrifício. As crianças eram atiradas num abismo de mais de 2.400 metros de altura, num local de nome Apothetai, que significava “depósitos”, situado na Cadeia de Montanhas chamada Taygetos, próximo a Esparta (SILVA, 2009).
 Na mitologia da civilização grega, algumas deidades eram representadas como portadoras de algumas deficiências, que eram muitas vezes a sua característica marcante como o caso, por exemplo, dos deuses do Amor e da Fortuna que, segundo os especialistas em mitologia grega, eram “eventualmente apresentados como pessoas cegas” (SILVA, 2009). 
Na Roma Antiga eram usadas para fins de prostituição ou entretenimento das pessoas ricas.
Idade Média as pessoas com deficiência eram tidas como místicas, mágicas e misteriosas. No cristianismo falava-se em castigo divino, punição de pecados, sinal de possessão de maus espíritos. A influência cristã e seus princípios de caridade e amor ao próximo, contribuíram, para a criação dos primeiros hospitais voltados para o atendimento dos pobres e marginalizados, dentre os quais indivíduos com algum tipo de deficiência. Verificamos registros de Filantropia e Assistencialismo como os atos de caridade que conduziria à salvação da alma, onde surgiram as primeiras iniciativas de proteção (asilos e abrigos de assistência).
Entre os Séculos XVI e XVII as pessoas com deficiência passaram a ser valorizadas enquanto seres humanos: Em diferentes países europeus, foram sendo construídos locais de atendimento específico para pessoas com deficiência, no século XVIII com a Revolução Industrial, a questão da habilitação e da reabilitação da pessoa com deficiência para o trabalho ganhou força. No Século XIX finalmente percebe-se uma grande mudança para as pessoas com deficiência, surge uma atenção especializada e não só institucional como os hospitais e abrigos, e começam os estudos científicos para os problemas de cada deficiência, sua origem e possíveis tratamentos. 
O Século XX foi marcado por muitas mudanças de paradigmas, avanços importantes, como às ajudas técnicas: cadeiras de rodas, bengalas, sistema de ensino para surdos e cegos, dentre outros que foram se aperfeiçoando. Além da conscientização dos direitos humanos e da necessidade da participação e integração na sociedade de uma maneira ativa se fez presente. 
ATENÇÃO A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL
Ao longo da última década, o movimento de inclusão das pessoas com deficiência ganhou importância no Brasil, repercutindo em avanços sociais para todos, inclusive com participação efetiva de pessoas com deficiência na definição de políticas públicas.
Na Constituição da República Federativa do Brasil promulgado em 5 de outubro de 1988, podemos observar assuntos relacionados a pessoa com deficiência e garantia de seus direitos, inclusive em seu Artigo 203 - Os termos “habilitação” e “reabilitação” das pessoas com deficiência surgem na seção da Assistência Social, assim como a promoção de sua integração à vida comunitária. Essa seção trata ainda do benefício de um salário mínimo mensal para as pessoas com deficiência que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, ou de tê-la provida por sua família. No Artigo 208 - Na seção sobre Educação, é garantido o atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Em 1989 a Lei nº 7.853, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, e sobre a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE. Na prática, a instituição da CORDE ocorreu somente no ano de 1993, ela foi encarregada de elaborar planos, programas e projetos, voltados para implantação da Política Nacional para Integração das Pessoas Portadora de Deficiência.
Em 2000 - Lei Federal n.º 10.048 e Lei n.º 10.098: Avançaram em relação à implantação da acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Em 2002 - Lei nº 10.436: Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Em 2004 – Lei 10.845: Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência. Em 2005 - Lei nº 11.126: Dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de cão-guia.
2008 - A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, da ONU, foi aprovada com equivalência de emenda constitucional, um marco extremamente relevante para o movimento das pessoascom deficiência. Inclusive a terminologia acompanhou a mudança de compreensão sobre a deficiência, e termos como “deficiente”, “portador de deficiência”, “portadores de necessidades especiais” estão sendo substituídos pela expressão consagrada pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: pessoa com deficiência, que busca destacar a pessoa em primeiro lugar.
2011 - O Benefício de Prestação Continuada, definido pela Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, foi alterado pela Lei nº 12.470 em 2011: Permitindo a continuidade do pagamento do benefício suspenso por ingresso no mercado de trabalho, caso a relação trabalhista viesse a ser extinta e ainda neste ano o Decreto 7.612/11: O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite. Tendo como objetivo desenvolver novas iniciativas e intensificar programas que já em andamento.
2012 - LEI Nº 12.764: Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, porém tal lei foi regulamentada apenas 2014. 2015 - LEI Nº 13.146: Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Educação inclusiva torna-se pauta constante nos debates educacionais brasileiros, impulsionando novas formulações que reorientam o apoio técnico e financeiro, no sentido de prover as condições para a inclusão escolar dos estudantes público alvo da educação especial.
Anterior a criação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, no ano de 1994 o Brasil publica o documento Política Nacional de Educação Especial. Com foco no modelo clínico de deficiência, atribuindo às características físicas, intelectuais ou sensoriais dos estudantes, um caráter incapacitante que se constitui em impedimento para sua inclusão educacional e social. A Educação especial era vista como substitutiva do ensino regular, considerada uma política frágil diante dos desafios inerentes à construção do novo paradigma educacional.
Nesse período as diretrizes educacionais brasileiras respaldam o caráter substitutivo da educação especial. Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) quanto a Resolução 02 do Conselho Nacional de Educação (2001) denotam ambiguidade quanto à organização da Educação Especial e da escola comum no contexto inclusivo. Ao mesmo tempo em que orientam a matrícula de estudantes público alvo da educação especial nas escolas comuns da rede regular de ensino, mantinha a possibilidade do atendimento educacional especializado substitutivo à escolarização.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada pelo MEC em 2008, instaura um novo marco teórico e organizacional na educação brasileira: A educação especial como modalidade não substitutiva à escolarização; o conceito de atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à formação dos estudantes; o público alvo da educação especial constituído pelos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo: Garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes com deficiência, nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais, garantindo a Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; o atendimento educacional especializado e a continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; d) Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; a participação da família e da comunidade, a acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e a articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
Um significativo avanço para a inclusão escolar da pessoa com deficiência foi o atendimento educacional especializado - AEE é o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. (Brasil, 2008). E as diretrizes em que o AEE deve integrar o projeto político pedagógico - PPP da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.
Dois importantes compromissos que a política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva visa cumprir são que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência e que as pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Da difícil e lenta luta pelo direito da pessoa com deficiência serem reconhecidas como sujeitos de direitos e passarem a ser incluídas na sociedade, vislumbramos os avanços sob uma ótica otimista.
É fato que muitas dificuldades ainda deverão ser ultrapassadas, mas muitos avanços foram obtidos. 
Ao longo desse processo pretendeu-se demonstrar que as legislações, embora lentamente e com difícil concretização em muito contribuíram para um novo pensar sobre as pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, para garantia de seus direitos e efetiva integração social, restando à sociedade entender ás suas “deficiências” com vistas a transpor barreiras e não ser uma para as pessoas com deficiência. 
Referências Bibliográficas: 
SILVA, Otto Marques da. Epopeia ignorada. Edição de Mídia. São Paulo: Editora Faster, 2009.
MARTON, Fábio. O extermínio dos diferentes: pessoas com deficiência e doentes terminais eram alvo do 3º Reich. Especial Heróis Quase Anônimos. Superinteressante. Edição nº 292-A: Abril, jun. 2011. 
MAZZOTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
PLATÃO. A República. Texto Integral. Tradução de Pietro Nassetti. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2010.
GARCIA, V. G.. As pessoas com deficiência na história do mundo. 2011 Disponível em: http://www.bengalalegal.com/pcd-mundial. Acesso em 21/10/19
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 jul. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 21 out.2019.

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