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FICHAMENTO - CONTABILIDADE PARA TERCEIRO SETOR- FERNANDA COSTA

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CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
	SEMESTRE: 2020.1
	DISCIPLINA: TEORIA DA CONTABILIDADE
	CICLO/MODULO: 3º PERÍODO
	PROFESSOR: 
Identificação
	Nome do aluno: 
	Assinatura: Fernanda Costa
CONTABILIDADE PARA O TERCEIRO SETOR
Terceiro setor
O Terceiro setor é constituído pelas instituições de interesse público, mantidas pela iniciativa privada, não possuindo fins lucrativos, é aquele que congrega as Organizações que embora prestem serviços públicos, produzem e comercializem bens e serviços, não são estatais, nem visam ao lucro financeiro com os empreendimentos efetivados, e sim, visam o bem estar social. Proporcionam à sociedade a melhoria na qualidade de vida, atendimento médico, eventos culturais, campanhas educacionais, entre tantas outras atividades. O crescimento das instituições do terceiro setor, com atividades que buscam desenvolver o aprimoramento social nas comunidades, carece cada vez mais de instrumentos que as tornem uma atividade confiável diante a sociedade e o governo, e a Contabilidade como ciência social que é, possui esse instrumento, isto é, fornecer transparência as instituições do terceiro setor, e através dessa credibilidade, essas organizações poderão conseguir mais investidores para realizar a consecução de seus resultados.
A importância da contabilidade para o terceiro setor
De grande importância é a contabilidade para o terceiro setor, pois, com auxilio desta, é possível demonstrar para a sociedade o trabalho que realmente vem sendo desenvolvido por parte dessas instituições sem fins lucrativos. Um dos grandes problemas encontrados por elas é a falta de confiabilidade por parte da grande maioria da sociedade, devido ao envolvimento de algumas dessas instituições em escândalos fraudulentos. Quanto mais clara for a mensuração de todo o processo operacional da entidade, mais positivamente esta será vista, e com isso, mais recursos poderão ser arrecadados. Daí a importância da transparência na contabilidade de recursos das ONG´s.
Doação
As doações representam uma importante fonte de recursos paras as entidades do terceiro setor. Ao receber uma doação, a entidade pode ter recursos para exercer sua função social.
As doações podem ser em dinheiro, alimentos, máquinas, roupas, brinquedos, sangue etc. Assim, uma doação pode ser para custeio ou até́ mesmo patrimonial, como é o caso de ativos permanentes. Uma forma de doação importante é aquela feita através da prestação de serviço. Desse modo, a doação pode implicar num aumento do ativo ou até́ mesmo numa redução no passivo, sem que exista a necessidade de uma contrapartida por parte da entidade. As receitas são “aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e não se confundem com os que resultam de contribuição dos proprietários da entidade”. Em outras palavras, a doação satisfaz à definição de receita estudada anteriormente. Para a teoria contábil, é importante verificar se a doação foi condicional ou incondicional. Uma doação condicional é aquela em que o doador impõe algum tipo de condição que deve ser cumprida pela entidade.
Doação incondicional
O registro contábil de uma doação é próximo ao registro do recebimento de recursos numa entidade do segundo setor. A diferença é que a contrapartida do aumento do ativo pela doação é o registro de uma conta de receita (doação).
Existe uma controvérsia nas normas contábeis brasileiras quanto à doação de certos tipos de ativos. A Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10 segrega as doações em custeio e patrimoniais. Para as doações de custeio, adota-se o critério exposto anteriormente. Mas para as doações patrimoniais, a NBC T 10 determina a contabilização como contrapartida no patrimônio social. Isto cria dois tratamentos distintos conforme o tipo de doação
Doação condicional
A doação condicional pode estabelecer a existência de uma restrição per manente ou provisória, também conhecida como temporariamente restrita. A restrição permanente, conforme o próprio nome já́ informa, não possui prazo de validade, o que impede uma flexibilidade no uso do ativo doado. Neste caso, o termo de doação estabelece, de forma clara e precisa, as condições para uso e as penalidades, podendo incluir a devolução do bem, caso as condições não sejam cumpridas. 
A restrição temporária impõe certas restrições que podem ser satisfeitas com o decorrer do tempo. O termo de doação também esclarece as condições para que a doação se torne sem restrição
Servicos voluntários
Os serviços voluntários são resultantes do trabalho de voluntários, que geral- mente ou não cobram pelo serviço ou cobram um valor abaixo do mercado. Um contador que faz a contabilidade de uma entidade do terceiro setor e não cobra pelo trabalho presta um serviço voluntário. Nesta situação, se não houvesse o serviço voluntário, a entidade deveria arcar com esta despesa contratando um profissional do mercado.
Pela descrição apresentada é natural que se possa considerar o serviço voluntário como uma doação. Neste caso, em lugar de receber um ativo, a entidade recebe a prestação de serviço como doação, mesmo que exista um pagamento simbólico para o prestador de serviço.
A relação com o doador
Um aspecto crucial para a entidade do terceiro setor é a relação da entidade com o doador, atual ou potencial. Um importante aspecto a ser destacado é que a busca da doação implica num esforço por parte da entidade em captar recursos. Um exemplo disto são as campanhas de arrecadação, comuns no setor, onde é realizado um grande esforço para incrementar a doação. Este esforço pode significar despesas, que podem assumir diferentes formas: pagamento de propaganda, gastos com pessoal, contratação de empresa de telemarketing, entre outras.
Para o doador, é importante saber qual a relação existente entre o volume de doação e esforço realizado neste sentido. Em geral, está relação é obtida através da relação entre receita de doação e despesa administrativa. Este é um índice de eficiência, pois mede o potencial de arrecadação da entidade.
Gratuidade
A doação representa tipicamente o lado da receita numa entidade do ter- ceiro setor. Já́ a gratuidade corresponde a prestação de serviço de interesse da sociedade. Considere o caso de um hospital; o atendimento a um paciente sem condições financeiras corresponde a gratuidade. No caso de uma escola, a bolsa de estudos fornecida pela instituição é a sua gratuidade.
A gratuidade, na sua forma mais pura, está associada a entrega de produtos ou serviços pela entidade do terceiro setor sem que exista uma contrapartida financeira do beneficiário. 
Assim, a gratuidade, neste contexto, não pode estar associada à não cobrança e sim à existência de um benefício social, mesmo que sob a forma da cobrança por um valor subsidiado. E o valor a ser contabilizado deverá ser aquele que representa a diferença entre o preço de mercado pelo bem similar e o valor cobrado pela entidade.
Renúncia fiscal
Em razão de sua atuação, o terceiro setor possui um conjunto de normas e leis que procuram delimitar sua ação e impedir que seu propósito seja desvirtuado. Mais do que isto, algumas destas regras tem por finalidade incentivar as entidades que atuam neste setor.
Um aspecto importante na gestão financeira de uma entidade do terceiro setor é a renúncia fiscal de tributos por parte do setor público. Como forma de incentivar a atuação do terceiro setor na sociedade, é usual que o setor público reduza ou elimine a carga tributária destas entidades. Estes incentivos podem incluir a imunidade e a isenção. A imunidade é proveniente da constituição e tem o caráter permanente, não existindo a obrigação tributária. A isenção é temporária, proveniente de lei menor, e pode ser provisória.
Geralmente, para obter estes benefícios, a entidade deve provar certos quesitos, como o seu caráter assistencial. Em alguns casos, o governo estipula certos requisitos de desempenho, como um percentualde aplicação em gratuidade sobre o valor total das receitas.
Posição do Conselho Federal de Contabilidade
O Conselho Federal de Contabilidade tem uma proposta mais avançada: a evidenciação do valor da renúncia fiscal no terceiro setor. A proposta do Conselho é que o registro permite a divulgação dos benefícios recebidos pelas entidades; para este registro, considera-se como se existisse a obrigação tributária e previdenciária. Assim, quando do encerramento do exercício, seria realizada a contabilização
do imposto de renda, por exemplo, como se existisse tal despesa, com a contrapartida no passivo, em renúncia fiscal. É inegável que a proposta é importante para a sociedade, mas a mesma não faz parte do normativo legal do Conselho Federal de Contabilidade referente as entidades do terceiro setor, a já́ citada NBC T 10.

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