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Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 65 AULA 00: Risco e Retorno SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 01 2. Cronograma 05 3. Base Estatística 07 4. Noções sobre Risco e Retorno 19 5. Questões comentadas 32 6. Escolha Ótima 43 7. Questões comentadas 57 8. Lista das questões apresentadas 61 1. Apresentação Pessoal, estou muito feliz em poder dar este curso pelo “Estratégia Concursos”! Acho que será um desafio muito bacana e prazeroso. Finanças Privadas é uma disciplina que adoro e espero poder passar para vocês o máximo de conhecimento possível, de modo a poderem arrebentar na prova do Banco Central. Antes de iniciarmos o curso, gostaria de contar um pouco da minha trajetória. Meu nome é Raul de Campos Cordeiro, tenho 32 anos e sou formado em Engenharia de Produção pela UFRJ, com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Iniciei minha trajetória no mundo dos concursos em 2007, quando passei em 5º lugar para a Eletrobras. Trabalhei lá de 2008 a 2010, sempre na Diretoria Financeira, mais especificamente na área de Gestão de Riscos Financeiros. Foi um período muito gratificante, dado que vivi intensamente o assunto de que tanto gosto, Finanças. Infelizmente a remuneração não era tão boa, então, continuei estudando para outro certame. Minha grande meta era passar para o Banco Central ou BNDES. Assim, me preparei bastante para o concurso do Banco Central de 2010, mas não o suficiente para lograr êxito, pois estava ainda fraco nas disciplinas de direito (meu ponto fraco) que foram bastante cobradas na prova. Como treinamento, acabei fazendo o concurso do IBGE um pouco Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 65 antes da prova do Bacen. As matérias eram quase as mesmas, só que não caía direito. Fui muito bem na prova e acabei aprovado em 20º lugar, dentro do número de vagas. Como o salário é maior que o da Eletrobras, pensei que o IBGE poderia ser algo intermediário, que melhoraria a minha renda a curto prazo. Mesmo gostando do trabalho na Eletrobras, resolvi assumir no IBGE com o compromisso de continuar estudando até passar para o BNDES ou para o Bacen. Dado que não havia passado para o Bacen, comecei a estudar para o BNDES, cuja prova estava prevista para o final de 2010 ou início de 2011. No meio do caminho, surgiu o concurso da CVM com matérias muito alinhadas ao meu perfil de estudo e conhecimento. A CVM era algo concreto e o BNDES era uma previsão, logo, passei a focar na CVM. Foi a decisão correta! Fiz a prova em dezembro de 2010 e em fevereiro de 2011 saiu o resultado. Fui aprovado em 9º lugar para o cargo de Analista de Mercado de Capitais do RJ. Para mim, aquilo foi a glória! Estava muito satisfeito em ter passado para um cargo top do Executivo Federal e ainda poder trabalhar com o assunto de que tanto gosto. Daí em diante, parei de estudar para concursos e estou à espera da nomeação, que está para sair, dependendo da autorização do Ministério do Planejamento. Mas, afinal, qual é o intuito dessa introdução toda? Além de vocês poderem me conhecer melhor, acho importante mostrar que muitas vezes o êxito não vem da forma que você planejou inicialmente, mas pode vir de maneira diferente. O importante é saber que não vale a pena desistir, podem ter certeza disso! Bom, depois de todo esse discurso, vamos falar um pouco da disciplina Finanças Privadas. Finanças Privadas contempla toda a parte de Finanças Corporativas e Mercado Financeiro. É uma disciplina fascinante, pelo menos eu acho! Para o pessoal de exatas, posso dizer que é uma disciplina muito Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 65 adequada ao que estamos acostumados, não tendo interpretações diversas sobre o mesmo assunto, por exemplo. Finanças Privadas é uma matéria quantitativa, as regras são claras, não há aquele problema que tem no Direito, onde uma corrente diverge da outra. Isso, a meu ver, facilita muito as coisas. Essa disciplina vem sendo cobrada em todos os concursos do Banco Central, mais especificamente para as áreas 2 e 3. A área 2 é mais voltada para o pessoal de Economia, já a 3 é uma área mais geral, voltada para fiscalização de instituições financeiras. As demais áreas do concurso de analista do Bacen não têm cobrado essa disciplina. Além do Banco Central, Finanças Privadas vem sendo cobrada em concursos como o da Susep, Previc, CVM e BNDES. O Bacen costuma cobrar a matéria de forma bem completa. Sendo assim, vocês terão aqui um curso muito abrangente, o que os deixarão preparados também para os demais certames que cobrem esta disciplina. O nosso curso terá as características abaixo: Conteúdo do último concurso do Bacen realizado pela Cesgranrio (o conteúdo permaneceu praticamente igual ao dos concursos anteriores); Resolução de questões dos últimos concursos sobre Finanças Privadas (não iremos nos prender às questões da Cesgranrio, dado que o Bacen tem o hábito de alterar a banca a cada certame); Fórum de dúvidas; Contato direto com o professor via e-mail, se preferir. O curso atende tanto às pessoas que nunca tiveram contato com a matéria, quanto àquelas que já têm um conhecimento prévio, podendo fazer aqui uma ótima revisão do conteúdo. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 65 O edital do último concurso do Banco Central traz a matéria numa disposição não muito amigável. Sem tirar nem por, rearranjei os tópicos de forma a ficarem dispostos em uma ordem mais coerente. Risco e Retorno: Determinação da média, medidas de dispersão, noções sobre risco e retorno, retorno esperado e retorno médio, análise da utilidade, curvas de indiferença, aversão ao risco, escolha ótima; Tipos de Títulos Financeiros: bônus, letras e notas do Tesouro, títulos privados de renda fixa, ações ordinárias e preferenciais, instrumentos derivativos (opções, futuros, swaps); Mercados financeiros: índices de mercados, tipos de ordem, margem, bolsas de valores, mercado de títulos de renda fixa, tipos de operadores; Teoria de Carteiras: Retornos e desvio-padrão de carteiras, fronteira eficiente, carteiras eficientes e carteiras não eficientes, diversificação e minimização de riscos; Precificação de ativos: Simplificações (modelo de um fator e modelos multifatoriais), Renda Variável (CAPM, APT, mercados eficientes, avaliação de preços de ações); Renda Fixa: teoria da taxa de juros e o preço dos bônus a diferentes taxas, estrutura a termo da taxa de juros, gerência de carteiras de renda fixa – duração e convexidade; Derivativos: Swaps, opções e futuros (definições e avaliação de preço) / Análise de Risco de Mercado: Value at Risk – VAR, Teste de estresse e cenários. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 65 2. Cronograma Pelo que vêem, é muita coisa para tratarmos no curso. Com isso, e levando em conta que o edital ainda não saiu, decidi montar o curso com 6 aulas quinzenais. Desta forma, daria tempo suficiente para vocês lerem o conteúdo com calma, fazerem os exercícios e tirarem as dúvidas antes da próxima aula. Como o assuntoé um pouco pesado para quem nunca teve contato, o período de quinze dias entre uma aula e outra se faz realmente necessário. As aulas ocorrerão da seguinte forma: Aula 00 (demonstrativa) Risco e Retorno: Determinação da média, medidas de dispersão, noções sobre risco e retorno, retorno esperado e retorno médio, análise da utilidade, curvas de indiferença, aversão ao risco, escolha ótima. Aula 01 Tipos de Títulos Financeiros: bônus, letras e notas do Tesouro, títulos privados de renda fixa, ações ordinárias e preferenciais, instrumentos derivativos (opções, futuros, swaps). Aula 02 Mercados financeiros: índices de mercados, tipos de ordem, margem, bolsas de valores, mercado de títulos de renda fixa, tipos de operadores. Aula 03 Teoria de Carteiras: Retornos e desvio-padrão de carteiras, fronteira eficiente, carteiras eficientes e carteiras não eficientes, diversificação e minimização de riscos. Aula 04 Precificação de ativos: Simplificações (modelo de um fator e modelos multifatoriais), Renda Variável (CAPM, APT, mercados eficientes, avaliação de preços de ações). Aula 5 Renda Fixa: teoria da taxa de juros e o preço dos bônus Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 65 a diferentes taxas, estrutura a termo da taxa de juros, gerência de carteiras de renda fixa – duração e convexidade. Aula 06 Derivativos: Swaps, opções e futuros (definições e avaliação de preço) / Análise de Risco de Mercado: Value at Risk – VAR, Teste de estresse e cenários. Mesmo após rearrumar os itens, como fizemos acima, teremos que tratar, ao longo das aulas, de alguns tópicos importantes e que não foram explicitados no edital, apesar de serem necessários para o seu pleno entendimento. Dentro de cada aula, iremos tratar de mais de um assunto. O esquema será apresentar a teoria e em seguida exemplos práticos e/ou questões de concursos. Ao longo da resolução das questões, mais teoria pode ser apresentada, de forma a complementar o assunto. Com isso, as questões comentadas são parte crucial do curso. Ao final das aulas, as questões abordadas serão listadas, seguidas dos respectivos gabaritos. Espero, realmente, que o curso seja muito proveitoso para vocês, que tenhamos uma troca excelente pelo fórum e que possam sair daqui preparados para fazer uma excelente prova! Vamos ao que interessa! Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 65 3. Base Estatística Vamos começar o curso cobrindo os tópicos do edital “Determinação da Média” e “Medidas de Dispersão”. Como a média e as medidas de dispersão são ferramentas da estatística muito usadas na teoria de finanças, chamaremos essa primeira parte da aula de “Base Estatística”. Porém, o edital não traz o conteúdo suficiente para que se tenha uma base estatística completa, que permita o pleno entendimento das teorias de finanças. Com isso, trataremos nesta parte, de forma mais ampla, das medidas de posição (em que a média se incluí), das medidas de dispersão e também das medidas de relação. Iremos definir e detalhar cada uma delas adiante. Como essa primeira parte se propõe a apresentar apenas ferramentas que são usadas na teoria de finanças, não abordaremos questões de concurso, somente alguns exemplos. 3.1 Medidas de Posição (tendência central) As medidas de posição são muito usadas em finanças para se calcular o retorno médio ou o retorno esperado de um ativo, ambos citados no edital do Banco Central. As principais medidas de posição a serem estudadas são a média aritmética simples, a média aritmética ponderada, a média harmônica e a média geométrica. A média aritmética simples é a medida de posição mais popular. É calculada somando-se os valores de todas as observações do conjunto de dados e dividindo tal soma pelo número de observações. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 65 Média Aritmética Simples = n i i n X 1 ; :iX Observações; :n Número de Observações. Vamos a um exemplo, o que tornará o entendimento mais claro. Supondo que uma turma com 5 alunos tenha apresentando as seguintes notas em uma prova: (7,0 9,0 8,5 5,5 4,0); Calculando-se a média aritmética simples das notas da turma tem-se: Média Aritmética Simples = 8,6 5 45,55,897 ; A média aritmética ponderada também é muito usada em finanças. Muitas vezes, além das observações, tem-se uma probabilidade associada a cada observação. Nestes casos, a média aritmética ponderada considera a probabilidade de ocorrência de cada observação, permitindo a obtenção de um resultado mais completo, usando todas as informações disponíveis. Média Aritmética Ponderada = n i i n i ii f fX 1 1 :iX Observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Vamos supor que o aluno que tirou a maior nota no exemplo anterior queira estimar a sua próxima nota. Ele sabe que tem chances de repetir o sucesso e tirar novamente 9, porém, há chances de ele tirar notas mais baixas que 9, bem como notas mais altas. Perguntado sobre suas chances de nota na próxima prova ele responde: 50% de chance de repetir a mesma nota (9,0), 30% de chance de tirar uma nota mais baixa (7,0) e 20% de chance de tirar a nota máxima (10,0). Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 65 Média Aritmética Ponderada = 6,8 2,03,05,0 2,0103,075,09 xxx . Portanto, a nota esperada para este aluno, considerando a ponderação feita pela probabilidade de cada nota, seria 8,6, para a próxima prova. Apesar de serem a média aritmética simples e a média aritmética ponderada as medidas de posição mais utilizadas em finanças, a média harmônica e a média geométrica também são importantes ferramentas, no entanto, não costumam cair em provas de finanças. Para não passar em branco, apenas abordaremos suas formulações matemáticas. A média harmônica se dá pelo inverso da média aritmética simples dos inversos das observações. Falando assim, parece impossível entender. Observando-se a fórmula abaixo, fica mais claro o seu cálculo. Média Harmônica = n i i n i i X n n X 11 11 1 ; :iX Observações; :n Número de Observações. A média geométrica é calculada pela raiz n-ésima da multiplicação dos valores observados, sendo n igual ao número de observações. Média Geométrica = n n i iX 1 ; n i iX 1 : Produto dos valores 1X , 2X , 3X , ..., nX ; Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 65 :iX Observações; :n Número de Observações. Não se espantem com essas fórmulas, essas duas últimas formas de média não são usadas na teoria de finanças, foram expostas apenas para que saibam os tipos de média que existem na literatura. 3.2 Medidas de Dispersão As medidas de dispersão revelam o grau de afastamento das observações em relação à media encontrada. Têm a ver com o nível de variação dos dados em torno da média. Como revelam a variação, ou variabilidade, as medidas de dispersão são largamente usadas no cálculo do risco de ativos. O risco de um ativo é, na realidade,o quanto o retorno deste ativo varia, ou pode variar, em relação ao seu retorno esperado, ou médio. Mas trataremos mais detalhadamente deste assunto na parte “Noções sobre Risco e Retorno”. As principais medidas de dispersão usadas em finanças são o desvio- padrão, a variância e o coeficiente de variação. Detalhamos abaixo cada uma delas. O desvio-padrão é a medida de dispersão mais importante no estudo de finanças. Ele mostra qual o desvio, em valores absolutos, de um conjunto de dados em relação à sua média. Para dados amostrais o desvio-padrão é calculado da seguinte forma: Desvio-Padrão ( ) = 1 1 2 n XX n i i ; :iX Observações; :n Número de Observações; Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 65 X : Média Aritmética das observações. Ademais, quando os dados são populacionais, devemos usar apenas o n no denominador. Voltemos ao primeiro exemplo dado nesta parte da aula referente às notas de uma turma com 5 alunos. Suponhamos que se queira calcular o desvio-padrão de tais notas. Usaremos a tabela abaixo para facilitar os cálculos: Aluno iX X ( iX - X ) 2XX i 1 7,0 6,8 0,2 0,04 2 9,0 6,8 2,2 4,84 3 8,5 6,8 1,7 2,89 4 5,5 6,8 -1,3 1,69 5 4,0 6,8 -2,8 7,84 Total 34,0 --- --- 17,3 n i i XX 1 2 = 17,3; n = 5; Desvio-Padrão ( ) = 5 3,17 = 1,86. Caso cada observação tenha uma freqüência ou uma probabilidade de ocorrência diferente, a fórmula do desvio-padrão se apresenta da seguinte forma: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 65 Desvio-Padrão ( ) = n i ii fXX 1 2 ; :iX Observações; :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações. :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Neste caso, ao invés de se dividir o numerador por n – 1, multiplica- se o mesmo pela freqüência ou probabilidade de cada uma das observações. A variância é uma medida de dispersão com conceito muito próximo ao do desvio-padrão. A única diferença entre os dois é que na variância não se extraí a raiz, sendo, portanto, igual ao desvio-padrão ao quadrado. Sendo assim, a fórmula da variância é a seguinte: Variância = 1 1 2 n XX n i i = 2 ; Caso cada observação tenha uma freqüência ou uma probabilidade de ocorrência diferente, a fórmula da variância se apresenta da seguinte forma: Variância ( 2 ) = n i ii fXX 1 2 ; :iX Observações; :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 65 Outro conceito importante no que se refere às medidas de dispersão é o coeficiente de variação (CV). O coeficiente de variação (CV) nada mais é do que o desvio-padrão ( ) dividido pela média aritmética. Tal medida expõe o quanto representa 1 desvio-padrão ( ) em relação à média ( X ) encontrada. Quanto maior for tal indicador, mais dispersa é a amostra estudada. Coeficiente de Variação (CV) = X ; X : Média Aritmética das observações; : Desvio-Padrão das observações; Indicadores como estes permitem que diferentes amostras sejam comparadas em termos de dispersão. O desvio-padrão e a variância, por si sós, não podem ser comparados na análise de diferentes amostras. Já o coeficiente de variação pode indicar, dentre um grupo de amostras, qual possui maior dispersão em relação à média. Suponhamos que uma turma (turma 1) com 5 alunos tenha obtido média de 6,8 e desvio-padrão de 2,08 em suas notas. Já uma outra turma (turma 2), também com 5 alunos, obteve média de 8,0 e desvio- padrão de 2,15 em suas notas. Precipitadamente, pode-se pensar que a dispersão das notas da turma 2 é maior que a dispersão das notas da turma 1, dado que o desvio-padrão da turma 2 é maior que o desvio- padrão da turma 1. Entretanto, calculando-se o coeficiente de variação, que mede a dispersão relativa à média, tem-se a correta conclusão. Coeficiente de Variação Turma 1 ( 1CV ) = ;31,0 8,6 08,2 Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 65 Coeficiente de Variação Turma 2 ( 2CV ) = ;27,0 0,8 15,2 3.3 Medidas de Relação Medidas de relação são aquelas que expressam o grau de variação conjunta entre duas ou mais variáveis. As principais medidas de relação são a covariância e a correlação. Ambas são muito usadas em finanças, principalmente na teoria de carteiras. Vejamos cada uma delas. A covariância indica a simetria existente entre duas ou mais variáveis. Se há simetria positiva, ou seja, se as variáveis se movimentam na mesma direção em torno da média, a covariância será maior que zero. Caso a simetria seja negativa, ou seja, as variáveis se movimentam em direções contrárias em torno da média, a covariância será menor do que zero. Quando a covariância é igual a zero, ou nula, não há nenhuma relação linear entre as variáveis estudadas. Vamos à fórmula da covariância entre 2 variáveis. Covariância entre as variáveis A e B ( BACOV , ) = n XXXX n i BiBAiA 1 ,, ; :,iAX Observações da variável A; :,iBX Observações da variável B; :n Número de Observações; AX : Média Aritmética das observações da variável A; BX : Média Aritmética das observações da variável B; Suponhamos que dois ativos, A e B, tenham tido retornos, mês a mês, de acordo com a tabela abaixo: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 65 Mês Ativo A Ativo B 1 2% 1% 2 5% 3% 3 -3% -1% 4 4% 1% 5 -1% 0% 6 7% 5% 7 10% 6% 8 0% -2% 9 8% 6% 10 -6% -2% 11 -7% -3% 12 11% 5% Para se calcular a covariância entre os ativos A e B no período descrito, deve-se, antes de mais nada, se obter os retornos médios dos dois ativos. %50,2 12 %11%7%6%8%0%10%7%1%4%3%5%2 AX ; %58,1 12 %5%3%2%6%2%6%5%0%1%1%3%1 BX ; A partir dos dados obtidos, podemos criar a tabela abaixo que nos auxiliará no cálculo da covariância. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 65 Mês Ativo A Ativo B AX BX AAi XX , BBi XX , BBiAAi XXXX ,, 1 2% 1% 2,50% 1,58% -0,50% -0,58% +0,0029% 2 5% 3% 2,50% 1,58% +2,50% +1,42% +0,0355% 3 -3% -1% 2,50% 1,58% -5,50% -2,58% +0,1419% 4 4% 1% 2,50% 1,58% +1,50% -0,58% -0,0087% 5 -1% 0% 2,50% 1,58% -3,50% -1,58% +0,0553% 6 7% 5% 2,50% 1,58% +4,50% +3,42% +0,1539% 7 10% 6% 2,50% 1,58% +7,50% +4,42% +0,3315% 8 0% -2% 2,50% 1,58% -2,50% -3,58% +0,0895% 9 8% 6% 2,50% 1,58% +5,50% +4,42% +0,2431% 10 -6% -2% 2,50% 1,58% -8,50% -3,58% +0,3043% 11 -7% -3% 2,50% 1,58% -9,50% -4,58% +0,4351% 12 11% 5% 2,50% 1,58% +8,50% +3,42% +0,2907% Total +2,0750% Sabemos que n = 12. Logo, o a covariância é: %1729,0 12 %075,2 , BACOV ; Pelo resultado encontrado, sabemos que existe uma relação direta entre as variações dos ativos A e B. Como acovariância pode assumir qualquer valor, sua interpretação numérica torna-se difícil. Para solucionar este problema, tem-se a correlação, ou coeficiente de correlação. A correlação procura identificar, bem como a covariância, se há relação entre as variáveis estudadas. No entanto, a correlação só assume valores entre –1 e +1, ou seja, há um intervalo limitado que permite a comparação de situações distintas. Da mesma forma que acontece com a Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 65 covariância, quando a correlação for positiva, indica que as variáveis se movimentam freqüentemente na mesma direção. Entretanto, quando a correlação for negativa, isto indica que as variáveis se movimentam em direções opostas. Existem os casos extremos em que as variáveis se movimentam sempre na mesma direção e com intensidades proporcionais (correlação igual a +1), sempre em direções opostas com intensidades proporcionais (correlação igual a –1) ou não possuem relação alguma entre si (correlação igual a 0). Vejamos abaixo a fórmula da correlação entre 2 variáveis: Correlação entre as variáveis A e B ( BACORR , ) = BA BACOV , ; :,BACOV Covariância entre A e B; :A Desvio-Padrão da variável A; :B Desvio-Padrão da variável B. Para calcularmos a correlação entre os ativos A e B do exemplo anterior, precisamos, além da covariância entre A e B, do desvio-padrão dos ativos A e B. Para calcularmos os desvios-padrões, utilizaremos a tabela abaixo. Mês Ativo A Ativo B AX BX 2, AAi XX 2 , BBi XX 1 2% 1% 2,50% 1,58% 0,0025% 0,0034% 2 5% 3% 2,50% 1,58% 0,0625% 0,0202% 3 -3% -1% 2,50% 1,58% 0,3025% 0,0666% 4 4% 1% 2,50% 1,58% 0,0225% 0,0034% 5 -1% 0% 2,50% 1,58% 0,1225% 0,0250% 6 7% 5% 2,50% 1,58% 0,2025% 0,1170% 7 10% 6% 2,50% 1,58% 0,5625% 0,1954% Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 65 8 0% -2% 2,50% 1,58% 0,0625% 0,1282% 9 8% 6% 2,50% 1,58% 0,3025% 0,1954% 10 -6% -2% 2,50% 1,58% 0,7225% 0,1282% 11 -7% -3% 2,50% 1,58% 0,9025% 0,2098% 12 11% 5% 2,50% 1,58% 0,7225% 0,1170% Total 3,9900% 1,2092% Recapitulando a fórmula do desvio-padrão, temos: Desvio-Padrão ( ) = n XX n i i 1 2 ; :iX Observações; :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações. %77,5 12 %99,3 A ; %17,3 12 %2092,1 B ; Com os desvios-padrões em mãos, basta aplicarmos a fórmula da correlação. BACORR , = BA BACOV , ; 95,0 %17,3%77,5 %1729,0 , BACORR ; Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 65 Conforme já tínhamos concluído através do cálculo da covariância, há uma relação direta entre os ativos A e B. O cálculo da correlação, além de ratificar este fato, nos mostra que o valor encontrado é próximo de 1,0, ou seja, podemos concluir que existe uma correlação positiva forte entre os ativos A e B. Pessoal, a base estatística termina por aqui. Vocês verão que usaremos estas fórmulas e conceitos por diversas vezes ao longo do nosso curso. Sei que, para os que não são de exatas, não é algo trivial. Com isso, não deixem passar as dúvidas sobre o assunto, me enviem pelo fórum. Estas ferramentas precisam estar sob domínio de vocês! 4. Noções sobre Risco e Retorno Risco e retorno são conceitos que andam juntos em finanças. Não basta avaliar o retorno de um determinado investimento, deve-se observar também o seu risco. O risco pode ser considerado de forma individual para cada ativo, como também de forma conjunta, ou seja, o risco de um grupo de ativos, mais comumente chamado de carteira de ativos. Após termos adquirido a base estatística, estudaremos agora as definições de risco e retorno, bem como sua aplicabilidade para a tomada de decisões do investidor. 4.1 Conceito de Risco Muitas pessoas associam o risco à possibilidade de perda financeira. Na realidade, este conceito não está de todo errado, está apenas incompleto. A maneira mais correta de enxergar o risco de um investimento é associa-lo à sua variabilidade, ou seja, não apenas à possibilidade de perda, como também de ganho. Portanto, risco deve ser entendido como a variabilidade de determinado investimento. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 65 Investimento sem risco é aquele que não apresenta possibilidade de variabilidade em seu retorno, quando se sabe de antemão o quanto irá se ganhar em determinada aplicação, como acontece com a poupança. Já a compra de ações é um investimento de risco, dado que o preço das ações varia ao longo do tempo. Quanto maior for a probabilidade de variação de um investimento, maior será o seu risco. Risco e incerteza andam juntos. 4.2 Conceito de Retorno O retorno de um ativo pode ser entendido como a variação de preço do ativo somada ao fluxo de caixa gerado por este ativo, ambos no período de tempo analisado. Suponhamos que um investidor possua uma ação que, em janeiro de 2010, valia 10 reais. Em janeiro de 2011, a mesma ação estava cotada a 11 reais. Além disso, no período de tempo analisado, a ação proporcionou dividendos no valor de 1,5 reais. Para calcularmos o retorno obtido por este investidor entre jan/10 e jan/11, basta somarmos a variação de preço ao fluxo de caixa proporcionado pela ação, e dividir o resultado pelo preço da ação no início do período de análise. Variação de preço = Preço Final – Preço inicial = 11 – 10 = 1,00; Fluxo de Caixa gerado pela Ação = Dividendos = 1,50; Retorno do Investimento = %2525,0 10 5,2 10 50,11011 . A formulação abaixo expressa bem o conceito de retorno. 1 1 t ttt t P FCPP k Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 65 tk : Retorno do investimento no período t; tP : Preço do ativo ao final do período t; 1tP : Preço do ativo ao final do período t-1 (início do período t); tFC : Fluxo de caixa gerado pelo investimento ao longo do período t. 4.3 Retorno Esperado e Retorno Médio Após entendermos o que significa risco e retorno, podemos mostrar a diferença entre Retorno Esperado e Retorno Médio. Estes dois conceitos estão destacados no edital do Banco Central. Vamos a eles! Retorno Médio nada mais é do que a média dos retornos históricos de um determinado ativo. Normalmente, é calculado usando-se as formulações de Média Aritmética Simples ou Média Aritmética Ponderada, ambas apresentadas na parte de Base Estatística da nossa aula. Vamos a um exemplo! Um ativo obteve os retornos abaixo ao longo dos meses, de acordo com a tabela a seguir: Mês Retorno Jan 1,0% Fev 3,0% Mar -2,0% Abr 5,0% Neste caso, usaremos a Média Aritmética Simples: Média Aritmética Simples = n i i n X 1 ; :iX Observações; :n Número de Observações. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 65 Retorno Médio = %75,1 4 %0,5%0,2%0,3%0,1 Poderíamos ter usado a Média Aritmética Ponderada, caso o Retorno Médio fossecalculado observando-se um período mais longo de tempo, em que alguns meses tivessem apresentado retornos iguais. Neste caso, cada retorno seria ponderado pelo número de vezes em que aparece no período selecionado. Já o Retorno Esperado representa o retorno que o investidor espera ter ao adquirir determinado ativo. Normalmente, o investidor usa a distribuição de probabilidades de retorno do ativo para auferir o Retorno Esperado deste ativo. Neste caso, a formulação a ser usada é a Média Aritmética Ponderada. Vamos a um exemplo! Analisando-se a distribuição de probabilidades de retorno de um determinado ativo, chega-se a conclusão de que existem 5 cenários, cada um com sua probabilidade de ocorrência para o próximo ano. A tabela abaixo resume os dados: Cenário Retorno Probabilidade Péssimo -5,0% 10% Ruim -3,0% 20% Normal 1,0% 30% Bom 4,0% 25% Muito Bom 7,0% 15% Usando a Média Aritmética Ponderada para calcular o Retorno Esperado, temos: Média Aritmética Ponderada = n i i ii f fX 1 :iX Observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Retorno Esperado= %15%7%25%4%30%1%20%3%10%5 Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 65 Retorno Esperado= %25,1%05,1%1%3,0%6,0%5,0 Conclui-se que, diante das informações analisadas pelo investidor, o mesmo espera que o ativo adquirido dê um retorno de 1,25% no próximo ano. 4.4 Comportamento com relação ao Risco Vamos agora dar uma atenção ao assunto Risco. Começaremos definindo como o investidor se comporta em relação ao risco e, em seguida, mostraremos como se calcula o risco de um ativo individual. Existem 3 tipos básicos de comportamento que os investidores podem ter com relação ao risco: Aversão ao risco, indiferença ao risco e tendência ao risco. O investidor avesso ao risco é aquele que exige maiores retornos para assumir maiores riscos. Já o investidor indiferente ao risco não altera sua exigência de retorno ao se alterar o risco assumido. O investidor tendente ao risco procura investimentos que contenham maior risco, e exige retornos maiores caso o investimento tenha um risco baixo. Para investimentos de alto risco, o investidor tendente ao risco exige retornos menores. A figura abaixo exemplifica bem as preferências do investidor com relação ao risco. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 65 Iremos retomar este assunto quando falarmos sobre utilidade, o que será abordado ainda nesta aula. As definições apresentadas acima serão estudas com mais detalhe nesta parte. 4.5 Cálculo do Risco de um ativo individual Já tratamos da parte conceitual do risco e do retorno. Agora iremos abordar a parte quantitativa sobre risco de um ativo. Para isso, iremos usar os conhecimentos adquiridos no tópico já abordado sobre Base Estatística. O risco de um ativo individual é calculado através do desvio-padrão dos retornos deste ativo. O desvio-padrão pode ser calculado usando-se uma série histórica ou uma estimativa futura de retornos. Usando uma série histórica de retornos, o cálculo do risco é bem simples, basta calcularmos o desvio-padrão desta série de dados e o risco do ativo será dado pelo próprio desvio-padrão. Vamos a um exemplo: Suponhamos que um determinado ativo tenha tido os retornos descritos pela tabela abaixo nos 5 meses considerados. Risco Retorno Exigido Avesso ao Risco Indiferente ao Risco Tendente ao Risco Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 65 Mês Retorno 1 +5,0% 2 +3,0% 3 -2,0% 4 -1,0% 5 +7,0% Usando a fórmula do desvio-padrão, exposta abaixo, chegamos ao risco deste ativo considerando os 5 meses da tabela. Desvio-Padrão ( ) = 1 1 2 n XX n i i ; :iX Observações; :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações. Complementando os dados da tabela acima, fica mais fácil esquematizar o cálculo do desvio-padrão. Mês Retorno X 2XX i 1 5,00% 2,40% 0,0676% 2 3,00% 2,40% 0,0036% 3 -2,00% 2,40% 0,1936% 4 -1,00% 2,40% 0,1156% 5 7,00% 2,40% 0,2116% Total X = 2,40% --- 0,5920% Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 65 %85,3 15 %5920,0 ; Logo, o risco deste ativo é igual a 3,85%. Basicamente, essa é a conclusão. Mais a frente, veremos que a periodicidade em que os dados foram coletados, neste caso mensal, é uma informação importante para se descrever o resultado obtido no cálculo do risco. Vamos calcular agora o risco de um ativo baseando-se na expectativa de rentabilidade futura do mesmo. Da mesma maneira como fizemos com os dados históricos, iremos usar a fórmula do desvio-padrão. Porém, neste caso, iremos trabalhar com probabilidades associadas às estimativas de retorno. Sendo assim, a fórmula do desvio-padrão a ser utilizada é aquela que usa as probabilidades de ocorrência dos retornos, conforme abaixo: Desvio-Padrão ( ) = n i ii PXX 1 2 ; :iX Observações; :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações. :iP Probabilidade das Observações. A tabela abaixo retrata a expectativa de retorno futura de um ativo com suas respectivas probabilidades de ocorrência: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 65 Expectativa Retorno Probabilidade de Ocorrência Muito Pessimista -2,0% 10% Pessimista 1,0% 15% Neutra 3,0% 40% Otimista 5,0% 30% Muito Otimista 10,0% 5% Usando-se a fórmula abaixo, calcula-se o retorno esperado para este ativo, o qual será usado no cálculo do desvio-padrão. Média Aritmética Ponderada = n i i ii f fX 1 :iX Observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Retorno Esperado = %5%30%40%15%10 %5%10%30%5%40%3%15%1%10%2 = 3,15%; A partir do retorno esperado do ativo, podemos construir a tabela que nos auxiliará no cálculo do risco. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 65 Expectativa Retorno Probabilidade de Ocorrência Retorno Esperado ii PXX 2 Muito Pessimista -2,00% 10% 3,15% 0,0265% Pessimista 1,00% 15% 3,15% 0,0069% Neutra 3,00% 40% 3,15% 0,0001% Otimista 5,00% 30% 3,15% 0,0103% Muito Otimista 10,00% 5% 3,15% 0,0235% Total --- --- --- 0,0673% Com a tabela em mãos, fica fácil calcularmos o desvio-padrão para este ativo, baseando-se nos retornos esperados e suas probabilidades de ocorrência. = Risco = %59,2%0673,0 . Uma outra maneira de avaliar o risco de um ativo é através do coeficiente de variação. Como já mencionamos no tópico sobre embasamento estatístico, o coeficiente de variação permite que os riscos de diferentes ativos sejam comparados, mesmo que possuam retornos diferentes. Vamos a um exemplo para relembrar o seu cálculo. A tabela abaixo mostra o retorno e o riscode 2 ativos, A e B. Como os retornos são diferentes, não há como comparar seus riscos diretamente. Nestes casos, o uso do coeficiente de variação (CV) se mostra muito útil. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 65 Dados Ativo A Ativo B Retorno Esperado ( X ) 10% 4% Risco ( ) 5% 2,5% Usando a fórmula do coeficiente de variação, temos: Coeficiente de Variação (CV) = X ; X : Média Aritmética das observações; : Desvio-Padrão das observações; Coeficiente de Variação Ativo A ( ACV ) = ;5,0 %10 %5 Coeficiente de Variação Ativo B ( BCV ) = ;625,0 %4 %5,2 Conclui-se que, apesar de o ativo A ter um desvio-padrão 2 vezes maior que o ativo B, o risco do ativo B, em relação ao seu retorno, é maior que o risco do ativo A. Portanto, o coeficiente de variação é, também, uma importante medida de risco de um ativo, porém, muito mais usada na comparação do risco entre ativos. Vamos abrir parênteses agora para explicar uma parte importante da estatística que tem implicação direta no entendimento da teoria de finanças. Deixei para tratar deste assunto neste momento, e não no tópico sobre embasamento estatístico, exatamente porque agora já temos um conhecimento mais apurado do que significa o risco de um ativo. A curva normal padrão é muito usada em finanças por retratar bem a disposição dos retornos de um ativo ao longo do tempo. O que ela retrata Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 65 é que tais retornos tendem a se situar no entorno de uma média e que podem ficar mais ou menos dispersos em relação a esta média. Mostra também que a dispersão costuma ser simétrica, tanto abaixo como acima da média. Normalmente, plotando em um gráfico um histórico longo de retornos de um ativo, se chegará a uma figura que se parece muito com uma curva normal padrão, como se vê abaixo: A figura acima nos mostra que os retornos de um ativo costumam se concentrar em torno do retorno médio. De acordo com a curva normal padrão, essa disposição dos dados segue uma lógica de simetria em que considerando 1 desvio-padrão acima e abaixo do retorno médio, tem-se 68,26% dos retornos encontrados. Da mesma forma que considerando 2 desvios-padrões acima e abaixo do retorno médio, concentra-se 95,44% dos retornos de um ativo. E, para fecharmos essa análise, considerando 3 desvios-padrões acima e abaixo do retorno médio, encontram-se 99,74% dos retornos observados. Devemos ter em mente essa lógica de -1 +1 +2 +3 -2 -3 68,26% 95,44% 99,74% Curva Normal Padrão Probabilidade Retorno r Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 65 tratamento de dados para retornos de ativos, visto que tal raciocínio será usado ao longo deste curso em outras ocasiões. Uma outra consideração importante a ser feita em relação ao risco de um ativo é a sua relação com o período de tempo da projeção a ser feita. Caso se esteja calculando o risco de um ativo para o período de um mês, o valor encontrado será menor do que se esta mesma projeção fosse feita para períodos maiores. Isso ocorre porque quanto maior o tempo a ser considerado na previsão, maior a probabilidade de que essa previsão não se concretize. Pode-se perceber, através da figura abaixo, que à medida em que as previsões são mais longas, a curva de probabilidade dos retornos se torna mais dispersa em relação à média, demonstrando assim o efeito do tempo sobre o risco. Vamos agora resolver algumas questões desta parte da matéria. É difícil achar questões sobre esse início, as questões que envolvem estes conceitos costumam vir associadas a outros assuntos que veremos na Tempo Retorno (Distribuição de Probabilidade) Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 65 próxima aula, como a Teoria de Carteiras. Porém, fazendo um esforço, consegui selecionar algumas questões, boa parte não muito recentes. Aliás, iremos usar muitas questões antigas e novas aqui neste curso, dado que não são muitos os certames que cobram Finanças Privadas. Vamos a elas! 5.1 Questões comentadas 01. (ESAF - CVM 2010 – ANALISTA MERCADO DE CAPITAIS) Entende-se por volatilidade preço de ativos: a) variações sazonais, segundo as curvas de oferta e demanda. b) desvio padrão representativo do risco. c) variações abruptas e incontroláveis do preço de ativos. d) variação de preço visada por especuladores. e) redução de preço de ativos, quando a venda é urgente. Comentários: Pessoal, vocês irão ler muito a palavra volatilidade ainda ao longo das aulas. Volatilidade e risco, em finanças, são exatamente a mesma coisa. Como já vimos o que é risco, sabemos bem o que é volatilidade. A questão pede o que se entendo por volatilidade dos preços de ativos. Então ela pede o que se entende por risco de tais ativos. Vamos analisar as afirmativas: a) Variações sazonais são aquelas que ocorrem em determinados períodos do ano ou da semana, como o Natal, a Pascoa, o Dia das Mães, etc. Não é isso que se entende por risco, não é, pessoal? As variações sazonais não representam o conceito exato de risco ou volatilidade. Logo, essa está errada. b) Já vimos que o risco é calculado através do desvio-padrão, correto? Logo, essa alternativa é o gabarito da questão. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 65 c) As variações abruptas e incontroláveis entram no cálculo do risco de um ativo? Sim, entram, mas não só elas como qualquer variação que esse ativo vier a sofrer, por menor que tenha sido. Logo, essa alternativa não está de acordo com o que pede o enunciado. d) Os especuladores são aqueles que estão no mercado para ganhar com o sobe e desce dos ativos. Eles são super atuantes, compram e vendem o tempo todo. A variação que interessa a eles depende da posição em que eles estão, comprados ou vendidos. Mas para o cálculo da volatilidade ou risco interessa toda a variação dos ativos. Logo, esta alternativa também não é correta. e) Quando muitos agentes querem vender um ativo específico ao mesmo tempo, por algum motivo qualquer, essa venda pode ser dita como urgente. Nestes casos, como há uma pressão muito maior dos ofertantes do que dos demandantes, o ativo tende a sofrer uma queda acentuada de preço. Porém, para se calcular o risco ou volatilidade de um ativo se considera qualquer tipo de variação no preço deste ativo, não apenas a queda por venda urgente. Logo, afirmativa incorreta. 02. (CESPE – PREVIC 2011) Considere que, para tomar a decisão de comprar determinado ativo cuja distribuição dos retornos está descrita na tabela abaixo, um investidor enfrente o dilema de escolher entre o risco e o retorno esperado. Nessa situação, ao avaliar esse ativo, esse investidor encontra o retorno esperado e a variância iguais a 7 e 210/36, respectivamente. Comentários: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br34 de 65 Essa é uma questão do tipo CERTA ou ERRADA. Teremos que calcular o retorno esperado e a variância usando o que aprendemos na parte de Base Estatística. Como se trata do retorno esperado com probabilidades diferentes para cada um dos retornos possíveis, iremos usar a fórmula abaixo: Média Aritmética Ponderada = n i i ii f fX 1 :iX Observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Logo, o retorno esperado fica: Retorno Esperado = 36 1 36 2 36 3 36 4 36 5 36 6 36 5 36 4 36 3 36 2 36 1 36 1 12 36 2 11 36 3 10 36 4 9 36 5 8 36 6 7 36 5 6 36 4 5 36 3 4 36 2 3 36 1 2 Retorno Esperado = 7 36 252 36 12 36 22 36 30 36 36 36 40 36 42 36 30 36 20 36 12 36 6 36 2 Já vimos que o retorno deu exatamente o que a questão afirmou. Vamos agora ao cálculo da variância. Usaremos a fórmula abaixo: Variância ( 2 ) = n i ii fXX 1 2 ; :iX Observações; :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Iremos construir a tabela abaixo para facilitar os cálculos da variância: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 65 Retorno Probabilidade X XX i 2 XX i ii fXX 2 2 1/36 7 -5 25 25/36 3 2/36 7 -4 16 32/36 4 3/36 7 -3 9 27/36 5 4/36 7 -2 4 16/36 6 5/36 7 -1 1 5/36 7 6/36 7 0 0 - 8 5/36 7 1 1 5/36 9 4/36 7 2 4 16/36 10 3/36 7 3 9 27/36 11 2/36 7 4 16 32/36 12 1/36 7 5 25 25/36 210/36 O valor da variância é o somatório da última coluna da tabela, ou seja, 210/36, o que bate perfeitamente com o que a alternativa apresenta. Com isso, chegamos à conclusão que a alternativa está correta! 03. (NCE - CVM 2008 – ANALISTA MERCADO DE CAPITAIS) O risco de mercado está diretamente relacionado ao conceito de volatilidade que, em geral, pode ser obtida por meio de: (A) desvio-padrão da variação dos preços; (B) média aritmética dos preços praticados; (C) segunda derivada do preço do ativo; (D) média móvel simples dos dividendos esperados; (E) somatório das rentabilidades esperadas. Comentários: Pessoal, essa é moleza! Sabemos que o risco ou a volatilidade são calculados através do desvio-padrão dos retornos do ativo. Logo, a letra A é o gabarito da questão! Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 65 04. (ESAF - BACEN 2001) Um analista acredita que a tabela apresentada a seguir é uma descrição satisfatória da distribuição de probabilidades da taxa de retorno de uma certa ação. De acordo com os dados contidos na tabela, o retorno esperado e o desvio-padrão da taxa de retorno da ação são, respectivamente: a) 5,5% e 10,86% b) 5,5% e 8,66% c) 4,0% e 25% d) 4,0% e 10,86% e) 4,0% e 8,66% Comentários: Pessoal, já estamos ficando calejados neste tipo de questão, não é mesmo? Basta calcularmos o Retorno Esperado e o Risco. Vamos recapitular as fórmulas: O retorno é calculado através da fórmula da média ponderada. Média Aritmética Ponderada = n i i ii f fX 1 :iX Observações; :if Freqüência ou Probabilidade das Observações. Já o risco é calculado através da fórmula do desvio-padrão quando há probabilidade envolvida. Desvio-Padrão ( ) = n i ii PXX 1 2 ; :iX Observações; Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 65 :n Número de Observações; X : Média Aritmética das observações. :iP Probabilidade das Observações. Vamos começar a resolução calculando o Retorno Esperado: Retorno Esperado = 30,030,025,015,0 30,0%1530,0%525,0%215,0%10 Retorno Esperado = %4 1 %5,4%5,1%5,0%5,1 Como existem 3 respostas possíveis, letras C, D e E, teremos que calcular também o Risco. Para o cálculo do Risco, usaremos a tabela abaixo que facilita muito as contas: Cenário Probabilidade Retorno X XX i 2 XX i ii PXX 2 1 0,15 -10% 4% -14% 1,96% 0,2940% 2 0,25 -2% 4% -6% 0,36% 0,0900% 3 0,30 5% 4% 1% 0,01% 0,0030% 4 0,30 15% 4% 11% 1,21% 0,3630% Total 0,7500% Sendo o Risco = n i ii PXX 1 2 , temos: Risco = %6603,8%75,0 Com isso, matamos a questão e o gabarito é a letra E! 05. (ESAF – BACEN 2001) Um investidor com aversão a risco a) jamais aceita fazer aplicações com risco. b) faz aplicações com risco somente se o retorno esperado for superior à taxa de juros livre de risco. c) prefere fazer aplicações nas quais a taxa de retorno é garantida. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 65 d) só faz aplicações com risco quando o retorno esperado é pelo menos igual ao prêmio por risco exigido. e) não sabe medir riscos e faz qualquer tipo de aplicação. Comentários: Já vimos que o investidor que possui aversão ao risco exige mais retorno para assumir mais risco. Vamos analisar as proposições: a) O investidor aceita fazer aplicações com risco, contanto que tais aplicações tenham retorno suficiente para cobrir esse risco. Portanto, incorreta! b) Parece coerente a alternativa! Realmente, o investidor avesso ao risco, além de exigir um retorno maior quanto maior for o risco assumido, também exige que esse retorno seja sempre acima da taxa de juros livre de risco. Sendo assim, essa assertiva é correta! c) Também não se trata disso! O investidor avesso ao risco não tem preferência por investimentos de menor risco, é bom que isso fique bem claro! A palavra “avesso” pode ser sugestiva, mas entendam que não é por aí. O mais importante conceito que vocês precisam ter em mente é que o investidor avesso ao risco exige que o retorno cubra o risco percebido por ele. Se há um risco alto, que o investimento dê um retorno alto também! Nada impede que o investidor avesso ao risco prefira um investimento de maior risco, caso ele ache que o retorno é bem atraente. Portanto, afirmativa incorreta! d) Essa assertiva também parece ser correta! O investidor avesso ao risco exige mais retorno para assumir mais risco. E esse retorno deverá ser suficiente para cobrir o risco percebido por ele. Aí é que vem o conceito de prêmio pelo risco, que é exatamente o retorno acima da taxa livre de risco que o investidor exige para assumir o risco do investimento. Vamos detalhar mais esse conceito de prêmio pelo risco na terceira aula. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 65 e) Essa é totalmente absurda! Nem merece comentários! Rsrs! Como podemos ver, temos 2 opções de resposta para essa questão, a letra B e a letra D. É isso mesmo, pessoal! A questão foi anulada pela banca! Mas valeu a pena trazermos essa questão, pois pudermos analisar como o assunto pode ser cobrado pela banca. 06. (ESAF – STN 2005) O coeficiente de correlação entre as séries de retornos de duas ações deve ser calculado a) subtraindo-se a média da primeira série de retornos da média da segunda série de retornos. b) dividindo-se a covariância entre os retornos das duas ações pela variância dos retornos do índicede mercado de ações. c) estimando-se o coeficiente de determinação da regressão linear entre as séries de retornos das duas ações. d) dividindo-se a covariância entre os retornos das duas ações pelo número de observações nas duas séries. e) dividindo-se covariância entre os retornos das duas ações pelo produto entre os desvios-padrão de cada uma das séries. Comentários: Pessoal, questão dada! Quem sabe a fórmula da correlação, vista na parte de Base Estatística do nosso curso, mata essa com os pés nas costas! Vamos recapitular a fórmula da correlação: Correlação entre as variáveis A e B ( BACORR , ) = BA BACOV , ; :,BACOV Covariância entre A e B; :A Desvio-Padrão da variável A; Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 65 :B Desvio-Padrão da variável B. Ficou fácil, não ficou? Vejam o que diz a alternativa E: “e) dividindo-se covariância entre os retornos das duas ações pelo produto entre os desvios-padrão de cada uma das séries.” Gabarito da questão letra E! 07. (VUNESP - BACEN 1998) No diagrama abaixo Risco x Retorno a seguir, temos 5 ativos de risco: Então, para um investidor racional, a) A é preferível a B, pois ambos têm o mesmo retorno e o risco de A é maior. b) D é preferível a E. c) E é preferível a C, pois tem maior retorno e menor risco. d) C e A são equivalentes, pois ambos têm o mesmo coeficiente de variação. e) A é preferível a todos os outros, pois no gráfico é o que se situa mais longe da origem. 12% 9% 6% Retorno Risco E C B D A 6% 4% 9% Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 65 Comentários: O investidor racional nada mais é do que um investidor avesso ao risco. Ou seja, ele vai exigir que se aumente o retorno, caso o risco seja elevado. Nesta questão, nós temos um gráfico com 5 possibilidades de investimento. Cada uma delas tem um risco (eixo X) e um retorno (eixo Y) associado. Precisamos descobrir qual a alternativa é correta levando-se em conta que o investidor é racional. Já estudamos na parte de Base Estatística que, caso se tenha investimentos com diferentes retornos e riscos associados, uma maneira de compará-los seria usar o Coeficiente de Variação (CV). O CV é o resultado da divisão do desvio-padrão (risco) pela média (retorno). Ele nos mostra o quanto de risco há associado à cada unidade de retorno. Portanto, sugiro que calculemos o coeficiente de variação de cada um dos investimentos para que possamos, com esses dados em mãos, julgar as alternativas da questão. 75,0 %12 %9 Re A A A torno CV 50,0 %12 %6 Re B B B torno CV 00,1 %6 %6 Re C C C torno CV 50,1 %6 %9 Re D D D torno CV Portanto, os melhores investimentos são aqueles que possuem os menores coeficientes de variação, ou seja, a menor relação risco x retorno. São eles: 1ºE, 2ºB, 3ºA, 4ºC e 5ºD 44,0 %9 %4 Re E E E torno CV Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 65 Com esses dados em mãos, vamos comentar as afirmativas: a) Já vimos que B é preferível a A. Logo, incorreta! b) Já vimos que E é a melhor opção para o investidor. Também incorreta! c) Está corretíssima! Esse é o gabarito da questão! d) Já vimos que os coeficientes de variação de C e A são diferentes. Incorreta! e) Já vimos que E é preferível a todos os outros, e não A. Icorreta! 08. (ESAF – INSS 2002) No caso de encontrar alternativas de investimento com retornos esperados iguais, supõe-se que a escolha a ser feita por um investidor com aversão a risco consistirá em optar pela alternativa que apresente: a) risco igual a zero. b) variância mínima. c) desvio-padrão menor que o retorno esperado. d) probabilidade nula de retornos negativos. e) retornos positivos mais prováveis do que retornos negativos. Comentários: A questão fala em alternativas de investimento com retornos esperados iguais. Se os retornos esperados forem iguais, o que diferenciará os investimentos? Será exatamente o risco. E o investidor com aversão ao risco prefere mais ou menos risco para um mesmo retorno? Obviamente que menos, dado que isso melhorará a sua relação risco x retorno, a tornará mais vantajosa! Sabendo que o risco é medido através do desvio- padrão dos retornos e que a variância é o quadrado do desvio-padrão, se o desvio-padrão for menor, a variância também será menor, ambos são diretamente proporcionais. Logo, o gabarito da questão é a letra B. Para Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 65 um mesmo retorno, o investidor preferirá o investimento com menor risco, menor desvio-padrão ou menor variância, tanto faz! Vamos tratar agora de uma outra parte da matéria. 6. Escolha Ótima O processo de escolha do investidor passa por muitas questões. Primeiramente, iremos tratar do processo de escolha do investidor desconsiderando o aspecto risco. Iremos demonstrar como se constrói o conjunto de oportunidades do investidor e como se encontra o equilíbrio do investidor através de suas curvas de indiferença. Posteriormente, introduziremos a questão do risco na escolha do investidor, juntamente com a idéia de utilidade. Nos próximos tópicos, iremos abordar esses assuntos com maior profundidade. Porém, a título de introdução, podemos adiantar que o equilíbrio do investidor se encontra no ponto onde se maximiza a satisfação do investidor dentro do conjunto de possibilidades que ele tem. Já as preferências com relação ao risco passam pelas questões de aversão, neutralidade ou tendência ao risco, já vistas anteriormente. A teoria da utilidade explica que cada investidor possui valores e crenças diferentes e, por isso, tomam decisões diferentes em relação aos investimentos. O que tem valor pra um investidor, pode não significar muito para outro. As curvas de utilidade são uma maneira de representar matematicamente as preferências de cada investidor. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 65 6.1 Escolha sem risco Curva de Oportunidades do Investidor Começaremos nossa análise pela teoria da escolha do investidor sem levar em conta o aspecto risco. Para entendermos como ocorre a escolha do investidor, temos que usar algumas simplificações. A primeira delas se refere ao tempo. Iremos supor que as opções de escolha devem se situar no Ano 1 ou no Ano 2. Outra simplificação a ser feita é em relação à taxa de juros. Iremos supor que existe apenas uma taxa de juros no mercado e ela serve tanto para aplicações como para a tomada de empréstimos. Suponhamos então que um investidor tenha renda de 100.000 por ano. Caso este mesmo investidor queira pegar um empréstimo, será cobrada uma taxa de 5% ao ano. Da mesma maneira, caso o investidor queira fazer poupança, aplicando seus recursos excedentes, ele poderá obter um rendimento de 5% ao ano. Diante desses dados, somos capazes de construir a curva de possibilidades do investidor. Pensando nas situações extremas, podemos dizer que o investidor poderia consumir tudo oque pudesse dentro do Ano 1. Para isso, ele deveria consumir os 100.000 recebidos no Ano 1 e, além disso, obter empréstimos no mercado de forma que possa pagá-los no Ano 2 com os 100.000 que irá receber no segundo período. Sabe-se que a taxa de juros para empréstimos é de 5% ao ano, como já mencionamos anteriormente. Podemos, então, calcular o consumo do investidor no Ano 1, dado que ele irá consumir tudo o que puder neste ano e não consumirá no Ano 2. 238.195238.95000.100 05,01 0000.100 000.100 1 22 11 i CR RC ; 1C : Consumo no Ano 1; 2C : Consumo no Ano 2; Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 65 1R : Renda no Ano 1; 2R : Renda no Ano 2. Pela equação, vemos que o consumo no ano 1 sempre será igual à renda do ano 1 somada ao que sobrar (faltar) de renda no ano 2 trazida a valor presente. Como, na situação descrita acima, não há consumo no período 2, apenas no período 1, o consumo do período 1 fica sendo igual à renda do período 1 + a renda do período 2 trazida a valor presente pela taxa de juros do empréstimo. Caso façamos o exercício de alocar todo o consumo para o período 2, teríamos o consumo do período 1 sendo igual a zero e a renda do período 1 sendo investida de forma a render 5% para o período 2. Usando a mesma fórmula apresentada acima, podemos calcular o consumo do período 2, basta rearrumarmos a equação de forma a isolar o consumo no período 2. ;11 1 11 11221122 112211 2222 11 CRiRCRCiRC RCiCRRC i CR i CR RC Aplicando a formulação encontrada acima à situação de consumo apenas no período 2, temos: ;000.205 0000.10005,01000.1001 2 21122 C CCRiRC Encontramos então o consumo para as situações extremas, onde, ou consome-se tudo no período 1 ou tudo no período 2. Plotando essas situações em um gráfico, temos o seguinte: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 65 Através dos pontos A e C, obtidos anteriormente, conseguimos traçar o conjunto de oportunidades do investidor. O ponto B, que descreve a situação onde se consome exatamente a renda recebida em ambos os períodos, também aparece na reta traçada. Interpretando o gráfico acima, podemos concluir que o investidor possui um conjunto de oportunidades e que este conjunto é definido por sua renda nos períodos 1 e 2, bem como pela taxa de juros de investimento e empréstimo. Mas, na realidade, como decidirá o investidor se situar ao longo da reta AC? Essa resposta iremos construir agora, através do entendimento sobre curvas de indiferença. Curvas de Indiferença As chamadas curvas de indiferença descrevem um conjunto de opções igualmente atraentes ao investidor. Ou seja, o investidor não vê diferença alguma em escolher qualquer um dos pontos sobre uma mesma curva de indiferença. Através do gráfico abaixo, poderemos entender melhor este conceito e fazer algumas análises. 205.000 195.238 Consumo Período 1 Consumo Período 2 100.000 100.000 Conjunto de Oportunidades do Investidor A B C Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 65 Reparem na curva de indiferença I1, os pontos A, B e C são opções do investidor onde o consumo nos períodos 1 e 2 se modificam. No entanto, como estão sobre a mesma curva de indiferença, o investidor será indiferente quanto a estas 3 opções. Entendido o conceito básico de curvas de indiferença, vamos falar sobre a preferência do investidor em relação a um conjunto de curvas de indiferença. Vejam no gráfico que temos 3 curvas de indiferença, a I1, I2 e I3. Pois bem, como saber qual delas é a preferida do investidor? Basta pensarmos que o investidor sempre vai decidir consumir mais a menos. Suponha que o investidor decida consumir um valor fixo no período 1, sendo este valor apontado no gráfico com a letra O. Se observarmos a reta OM, cortando as 3 curvas de indiferença, fica claro que ao se estar na curva de indiferença I1, se consome mais no período 2 do que estando-se em I2 e em I3. Logo, podemos dizer que o investidor prefere I1 a I2 e I2 a I3, bem como I1 a I3. Chega-se a conclusão que o investidor prefere sempre a curva de indiferença mais distante da origem. É muito importante que este conceito fique guardado! Consumo no período 2 Consumo no período 1 O M A B C Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 65 Agora vocês devem estar se perguntando: Por que as curvas de indiferença são convexas em relação à origem? Isso é simples! Ao se situar em um ponto de uma curva de indiferença onde se consome muito no período 1, obviamente que estará se consumindo pouco no período 2. Com isso, o consumo do período 2 fica sendo mais escasso. Ao contrário, o consumo do período 1 está abundante. É de se esperar que o investidor estaria disposto a abrir mão de uma boa quantidade de consumo no período 1 para consumir um pouquinho a mais no período 2, concordam? Essa é uma lógica importante! O mesmo raciocínio valeria para uma situação de escassez no período 1 e abundância em 2. Veja que, para que este raciocínio seja válido, a curva de indiferença deverá ser convexa em relação à origem. Observe que as variações e , bem como e , descrevem no gráfico as situações que expressamos acima. Bom, entendemos bem a curva de possibilidades do investidor, bem como o conceito de curva de indiferença. Basta agora agruparmos as duas coisas e chegarmos ao equilíbrio do investidor ou solução ótima! Equilíbrio do Investidor (Solução Ótima) O equilíbrio do investidor acontece no ponto em que a curva de indiferença mais distante possível da origem tangencia a curva de possibilidades do investidor. Vamos visualizar isso graficamente! Consumo no período 2 Consumo no período 1 Curva de possibilidades do investidor C1 C2 Escolha Ótima Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 65 Veja que o investidor irá procurar a curva de indiferença mais distante da origem possível. A curva de indiferença mais distante da origem é a I1, porém, ela não toca a curva de possibilidades do investidor, logo não é possível atingi-la. A curva de indiferença mais afastada e que toca a curva de possibilidades do investidor é I2. A escolha ótima se situa no ponto de tangência entre as duas curvas, coordenadas (C2, C1) do gráfico. Agora, vamos lembrar que a curva de possibilidades do investidor é construída em função da renda nos períodos 1 e 2 e da taxa de juros de empréstimo e aplicação. Para simplificar o problema, consideramos que essas taxas seriam iguais. Recapitulando a fórmula que define o consumo no período 2 em relação ao consumo no período 1 e as taxa de empréstimo e aplicação, iremos mostrar o que acontece com o equilíbrio do investidor caso a taxa de juros se altere. 1122 1 CRiRC Pela fórmula, fica claro que o termo 1+i representa a inclinação da reta que define acurva de possibilidades do investidor. Como o termo “i” representa a taxa de juros de aplicação ou empréstimo, caso esta taxa seja alterada, o termo 1+i também sofrerá alteração, modificando assim a inclinação da curva de possibilidades do investidor. Suponhamos que a taxa “i” suba, vamos observar no gráfico como isso alteraria o equilíbrio do investidor. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 65 Vejam que a curva de possibilidades do investidor girou no sentido horário, passando da curva preta para a azul. O novo ponto de equilíbrio mostra um consumo maior no período 2 e menor no período 1. Isso é bem razoável, dado que houve um aumento na taxa de juros. Se a taxa de juros aumentou, o investidor se sente mais atraído a aplicar seus recursos do que a pegar emprestado. E como ele tem que decidir apenas sobres os períodos 1 e 2, ele prefere aplicar mais recursos recebidos em 1 para consumir mais em 2. 6.2 Análise da Utilidade (escolha com risco) No tópico anterior, sobre Escolha sem Risco, mostramos que o equilíbrio do investidor ocorre no ponto onde a curva de indiferença mais afastada possível da origem tangencia a curva de possibilidades do investidor. Essa foi uma conclusão muito importante. Agora, iremos estudar mais a fundo sobre as curvas de indiferença, que também são conhecidas como Função Utilidade do Investidor. C2’ C1’ Consumo no período 2 Consumo no período 1 Curva de possibilidades do investidor C1 C2 Escolha Ótima Escolha Ótima (após aumento da taxa de juros) Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 65 A Função Utilidade, também chamada de função de preferências do investidor, se aplica tanto ao caso estudado no item passado (Escolha sem Risco), como no caso onde existe o fator risco envolvido. Um exemplo poderia ser a escolha de ativos e suas quantidades para se formar uma carteira que agrade ao investidor. Estudaremos Teoria de Carteiras na próxima aula, mas podemos adiantar que uma carteira de ativos nada mais é do que um conjunto de ativos. Normalmente, a Função Utilidade do Investidor é uma equação que explica qual é a Utilidade do Investidor – U(W) - em função da Riqueza (W) gerada por uma decisão. A Utilidade pode ser entendida como o grau de satisfação do investidor. As Funções de Utilidade têm o formato abaixo: )()( WvbAWU ; Porém, o termo que importará mesmo para a escolha do investidor é o )(Wv . Os valores de A e b não influenciarão em nada. A escolha do investidor é feita baseando-se no Valor Esperado da Utilidade. Esse valor é calculado multiplicando-se as Utilidades possíveis por suas respectivas probabilidades de ocorrência, conforme abaixo: )()()( WPWUUE onde, )(UE : valor esperado da Utilidade; )(WU : utilidade de cada um dos resultados possíveis para uma decisão do investidor; )(WP : probabilidade de ocorrência de cada um dos resultados possíveis para uma decisão do investidor. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 65 Vamos a um exemplo: Suponhamos que a Função Utilidade do Investidor seja: 2)10/1(4)( WWWU Suponhamos também que o investidor tenha 3 possibilidades de investimento, cada uma com alguns resultados (W) possíveis em termos de riqueza gerada e suas respectivas probabilidades de ocorrência. Investimento A Investimento B Investimento B Resultado (W) Probabilidade Resultado (W) Probabilidade Resultado (W) Probabilidade 20 3/15 19 1/5 18 1/4 18 5/15 10 2/5 16 1/4 14 4/15 5 2/5 12 1/4 10 2/15 8 1/4 6 1/15 Vamos calcular as utilidades possíveis para o investimento A: 2)10/1(4)( WWWU ;4020)10/1(204)20( 2 U ;6,3918)10/1(184)18( 2 U ;4,3614)10/1(144)14( 2 U ;3010)10/1(104)10( 2 U 4,206)10/1(64)6( 2 U . Fazendo o mesmo exercício para os investimentos B e C, formamos a tabela abaixo: Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 65 Investimento A Investimento B Investimento B Resultado Utilidade Probabilidade Resultado Utilidade Probabilidade Resultado Utilidade Probabilidade 20 40,0 3/15 19 39,9 1/5 18 39,6 1/4 18 39,6 5/15 10 30,0 2/5 16 38,4 1/4 14 36,4 4/15 5 17,5 2/5 12 33,6 1/4 10 30,0 2/15 8 25,6 1/4 6 20,4 1/15 Desta forma, podemos calcular o Valor Esperado da Utilidade para cada investimento, mostrando qual seria escolhido pelo investidor. )()()( WPWUUE 3,36 15 1 4,20 15 2 30 15 4 4,36 15 5 6,39 15 3 40)( AUE ; 0,27 5 2 5,17 5 2 30 5 1 9,39)( BUE ; 3,34 4 1 6,25 4 1 6,33 4 1 4,38 4 1 6,39)( CUE . Pelo Valor Esperado da Utilidade de cada uma das opções de investimento, o investidor escolheria o investimento A. Essa é a lógica no processo de escolha do investidor. Recapitulando, o investidor possui uma Função de Utilidade. Essa Função de Utilidade permite a ele julgar cada resultado possível que um investimento pode dar. A Função Utilidade é uma função do resultado financeiro do investimento (W). Para fazer a sua escolha final, o investidor pondera todos os resultados possíveis de cada uma das opções de investimento calculando o Valor Esperado da Utilidade para cada um dos investimentos. Vamos agora comentar sobre as propriedades econômicas da Função Utilidade. Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 65 Primeiramente, podemos dizer que a Função Utilidade sempre cresce com o aumento da riqueza. Isso é meio que intuitivo, quando a riqueza do investidor aumenta, também aumenta a sua Utilidade ou a sua satisfação. Ninguém ficaria menos satisfeito com sua riqueza sendo aumentada, concordam? Isso implica dizer que a primeira derivada da Função Utilidade será sempre positiva, ou seja: 0)(' WU , sempre, para qualquer valor de W. Não vamos adentrar aqui no que é derivada de uma função e nem em como se calcula uma derivada. Só esse assunto iria requerer um curso inteiro. O que faremos aqui é, caso haja questões de concurso que exijam este cálculo, o mostraremos detalhadamente. Já vimos que o investidor será avesso, neutro ou tendente ao risco. Podemos chamar de tendente ou propenso a risco. Podemos também dizer que o investidor possui gosto por risco. São formas diferentes de dizer a mesma coisa. Para cada uma destas 3 situações, existem considerações a serem feitas sobre a segunda derivada da Função Utilidade. Temos 3 opções possíveis em relação ao valor da segunda derivada de U(W): caso esta seja menor do que zero, o investidor será avesso ao risco. Caso seja igual a zero, o investidor será neutro com relação ao risco. E caso seja maior do que zero, o investidor será tendente ou propenso ao risco. O quadro abaixo resume bem as 3 possibilidades: Condição Implicação 1. Avesso ao risco U’’(W)<0 2. Neutro ao risco U’’(W)=0 3. Tendente ao risco U’’(W)>0 Finanças Privadas p/ Banco Central Teoria e exercícios comentados Prof Raul Cordeiro – Aula 00 Prof. Raul Cordeiro www.estrategiaconcursos.com.br
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