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6 Aula - Teoria do ordenamento juridico

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Teoria do ordenamento jurídico
Seus elementos constitutivos
Teoria do Ordenamento Jurídico
Ordenamento jurídico e seus elementos constitutivos.
A validade do ordenamento jurídico.
Hierarquia e constitucionalidade das leis.
Sistema e ordenamento jurídico à luz da Constituição Brasileira.
Regras da Completude no Brasil.
Sistema e ordenamento jurídico à luz da Constituição Brasileira.
O Direito objetivo/positivo, como conjunto de normas jurídicas constitui no seu todo um sistema global que se denomina ordenamento jurídico.
E o que é ordenamento jurídico?
♦ Ordenamento jurídico é expressão utilizada comumente como sinônimo de Direito Positivo;
♦ Deriva do ordenamento jurídico a ordem jurídica;
♦ No entanto, a identidade entre ordenamento e Direito Positivo é criticada por muitos porque no ordenamento pode haver muito mais do que normas emanadas do Estado;
♦ A teoria do ordenamento contemporânea se insere no parâmetro metodológico culturalista.
O que o ordenamento expressa?
Normas, regras e princípios. Conceitos e distinções
Cumpre examinar a norma jurídica como regra de conduta (previsão de comportamento
Uma norma que revogue outra não constitui norma de conduta
O artigo 2º da Lei 7.2009/84, por exemplo, ao dispor que: “São cancelada na Parte Especial do Código Penal [...] quaisquer referência a valores de multa, substitui-se a expressão ‘multa de’ por ‘multa’”, não perde seu caráter normativo por não estar prevendo um comportamento e uma sanção para o seu descumprimento.
Segundo Canotilho (2000)
(i) é um sistema jurídico porque é um sistema dinâmico de normas;
(ii)  é um sistema aberto porque tem uma estrutura dialógica (Caliess) traduzida na disponibilidade e capacidade de aprendizagem das normas constitucionais para captarem a mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da verdade e da justiça;
(iii)  é um sistema normativo, porque a estruturação das expectativas referentes a valores, programas, funções e pessoas, é feita através de normas;
(iv)  é um sistema de regras e de princípios, pois as normas do sistema tanto podem revelar-se sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras.
Para Canotilho o sistema jurídico deve ser visto como um sistema normativo aberto de 
Regras
Princípios
Para Ronald Dworkin
Regras disciplinam situações determinadas. Ocorrendo a situação, incide a norma. Aplicam-se conforme a lógica do tudo ou nada
Princípios são exigências de justiça, de equidade ou de qualquer outra dimensão da moral e junto com as regras compõem o sistema jurídico
Robert Alexy
Regras são mandados de definição
Princípios são mandados de otimização
Exemplo
o inquérito policial destina-se a apurar a infração penal e sua autoria 
O princípio da presunção de inocência, por exemplo, cuida da forma de tratamento do acusado bem como de uma série de regras probatórias (o ônus da prova cabe a quem faz a alegação, a responsabilidade do acusado só pode ser comprovada constitucional, legal e judicialmente etc.).
Princípios
Funções dos princípios nos sistemas jurídicos:
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FUNDAMENTADORA
SUPLETIVA OU INTEGRADORA
INTERPRETATIVA
ORDENAMENTO e sistema normativo
Conceito de sistema.
Características básicas de um sistema:
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Pluralidade de elementos
Interação entre os elementos
Harmonia entre os elementos
ELEMENTOS QUE FORMAM A LEI
PROJETO - A Lei inicia-se com o Projeto de Lei – Proposta para análise do Poder Legislativo.
DISPOSIÇÕES - São as palavras, ordem, preceitos, regras, artigos da Lei.
SANÇÃO - Pena, coação, consequência prevista em norma jurídica para a hipótese de violação de preceito, penalidade, punição.
SANÇÃO – Ato pelo qual o chefe do Poder Executivo manifesta sua concordância com a lei elaborada pelo Poder Legislativo.
PROMULGAÇÃO – Ato pelo qual se declara a existência da lei, e se ordena seu cumprimento.
PUBLICAÇÃO – Ato pelo qual se torna a lei conhecida e vigente.
VIGÊNCIA - Momento em que a lei entra em vigor.
Emendas Constitucionais 
São leis constitucionais que modificam parcialmente a Constituição.
Leis Complementares 
São as leis que complementam a Constituição, regulamentando assunto nela contido. A própria CF, estabelece os casos em que deve haver a complementação (art. 59, CF).
Leis Ordinárias 
São as leis reguladoras das relações comuns entre os homens, em sua vida quotidiana, isto é, as leis sobre a aquisição, o resguardo, a transferência, a modificação ou a extinção dos direitos das pessoas. (Códigos).
Leis Delegadas 
“Delegar” significa encarregar alguém de fazer alguma coisa. Na lei delegada, o Congresso Nacional, em certos casos, encarrega o Presidente da República de elaborar determinada lei. (Essa delegação é feita através de uma Resolução). Nesse caso, o Presidente da República redigirá e promulgará a lei diretamente, ou a submeterá ao exame do Congresso Nacional, para confirmação – se assim foi determinado na Resolução.
Medidas Provisórias 
(Art. 62 CF) – Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de 05 dias. As Medidas Provisórias perderão sua eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de 30 dias, a partir de sua publicação. Foi esta lei inspirada nas CF da Itália e da Espanha.
Decretos Legislativos 
Traduzem os atos de competência exclusiva do Poder Legislativo, em que a Constituição não exige a remessa ao chefe do Poder Executivo para sanção, destinando-se a regular matéria que tenha efeito externo. (art. 49 CF). São atos de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Resoluções
Destinam-se a regular matéria de competência do Congresso, tendo caráter administrativo ou político. Assuntos de interesse interno do Legislativo.
 
HIERARQUIA DAS LEIS
Nem todas as leis elaboradas no Brasil tem o mesmo valor, apresentando diferenças em essência e força, já que cada qual é dotada de uma elaboração peculiar e posição hierárquica diversa das demais.
 Algumas leis são mais importantes que as outras. Se duas leis vierem a tratar do mesmo assunto, a lei mais importante, a de maior hierarquia, afastará a aplicação da lei de grau inferior.
Os diferentes graus dessa hierarquia podem ser representados em geral sob a forma de uma PIRÂMIDE DE NORMAS. (Pirâmide Kelseniana)
No ápice da hierarquia constitucional, portanto, situam-se as leis constitucionais, devendo as demais subordinar-se a ela.
Constituição Federal e Emendas constitucionais
Leis complementares à Constituição Federal
Leis Federais (Ordinárias, Delegadas, MP, Decretos etc.)
Constituições Estaduais
Leis Complementares Estaduais 
Leis Municipais
Normas Individuais
Pela ordem de importância de nossas normas, estabelecemos a seguinte ordem decrescente:
 
Entre essas espécies de normas jurídicas existe uma hierarquia que pressupõe a supremacia de umas e a subordinação de outras, formando todo o conjunto de normas num sistema orgânico, harmônico e coerente. superiores.
Para que um ato inferior tenha validade no mundo jurídico, deverá estar em concordância com as normas hierarquicamente 
A Constituição Federal é a Lei Maior, Lei Mãe, Lei Suprema. Todas as outras leis são inferiores a ela, logo são de hierarquia inferior. 
PODEMOS ENTÃO AFIRMAR QUE TODAS AS LEIS QUE ESTÃO ABAIXO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SÃO LEIS INFRACONSTITUCIONAIS
A Lei de Introdução ao Código Civil
Princípio da obrigatoriedade e da continuidade das leis
Entendimento geral 
“ Os três planos do mundo jurídico são o da existência, o da validade e o da eficácia. No primeiro deles, diz-se que a lei, uma vez promulgada, tem existência jurídica; no segundo, a lei, uma vez vigente, tem validade; e no terceiro, a lei é eficaz, quando apta a produzir efeitos.”
DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário.4ªed. São Paulo: Saraiva, p. 161. 
DA PUBLICAÇÃO, VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS LEIS NO BRASIL
Para que a lei produza plenamente seus efeitos jurídicos, deve passar por vários momentos importantes que, freqüentemente, são confundidos entre si. Focalizaremos os mais importantes, como a publicação, a vigência, e a aplicação. 
Comecemos pelos seus conceitos e efeitos...
 
A PUBLICAÇÃO 
O ato de tornar público, proclamar, a existência da lei. Normalmente é feita na imprensa oficial da União, dos Estados e dos Municípios e, onde não houver imprensa oficial, nos jornais de maior circulação. A lei existe a partir de sua publicação. Tornar pública a lei, após a promulgação. A norma deverá ser publicada no Diário Oficial. 
A publicação é ato absolutamente essencial para tornar pública a existência de uma nova lei. 
Após a publicação, em tese, esta lei pertence ao domínio público, ou seja, todos têm condições de tomarem ciência desta lei e de seu conteúdo.
Outra função importantíssima da publicação é a data de vigência desta lei. 
Na própria publicação será determinada a vigência da lei. 
Exemplificação
● Em relação às leis, possui o mesmo sentido de promulgação. É ato de torná-las conhecidas;
● A lei, para casos jurídicos, que devam ser publicados ou divulgados , determina o processo;
● Assim, a publicação ora ocorre pela divulgação verbal, em audiência pública, do ato que se praticou ou da decisão proferida em um processo;
● Ocorre ainda que a afixação de editais ou anúncios em lugares públicos ou insertos na imprensa oficial ou a indicada para o caso.
A VIGÊNCIA 
É o atributo pelo qual a lei adquire aptidão para produzir efeitos jurídicos. A lei pode ter sido publicada, mas não estar, ainda, apta a produzir efeitos jurídicos. Para isso, necessita ela da vigência, que é determinada segundo as regras que estudaremos a seguir. 
A vigência é a existência social e jurídica da norma. Entrou em vigor, deve ser obedecida ou aplicada.
A vigência é o que vincula todos à lei; ela não só existe formalmente como deve ser aplicada a todo caso concreto que se enquadre na situação ali tratada.
Entrada da lei em vigor
Dizer que uma determinada lei está em vigência ou entrou em vigor significa dizer que essa lei deve, obrigatoriamente, ser respeitada. Significa que aqueles que não a observarem estarão sujeitos às penalidades previstas.
O tempo e a lei
A vigência, portanto, está relacionada com o tempo. Na publicação, verificamos quando aquela lei será considerada obrigatória ou quando aquela lei entrará em vigor.
Exemplificação
CC – Lei Nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua publicação.
Vigor
Eficácia
Força

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