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1 Metodologia do Ensino de Arte Prof. Marcelo Cabarrão tutoriapedagogia@grupouninter.com.br Pedagogia Teleaula 4 Apresentação do Professor � Graduado em Artes Cênicas – FAP • Especialista em Tecnologias Aplicadas à Educação – FIE • Atua no ensino público na Educação Básica e com Formação Continuada de professores Organização da Aula � O que é teatro? � A linguagem do teatro � Teatro e educação � O jogo dramático � A improvisação � O espaço, o tempo e a palavra � Trabalho com um grupo de teatro Contextualização O que Significa “Teatro”? 1. Espaço físico de um teatro 2. A peça (obra) teatral assistida ou lida 3. Um determinado momento da história do teatro. Exemplo: Teatro Grego 2 Teatro X Educação � Existe um paradoxo nas relações entre teatro e educação � Educação: papel formador, pilares racionalistas, objetivos e finalidades determinadas � Arte (teatro): espaço de experimentação e liberdade � Professor/orientador: espaço de liberdade e experimentação de um trabalho de criação e cumplicidade � O trabalho de criação não tem fim utilitário � O orientador trabalha com: sentimentos, imaginação, sonhos, delicadeza e sensibilidade Teatro = Educação Conceitualização O Jogo Dramático � O jogo dramático é uma parte vital da vida jovem, não é ócio, mas uma maneira da criança pensar, comprovar, trabalhar, lembrar, ousar, relaxar, experimentar, criar e absorver � Por que a distinção entre jogo e teatro é importante? O Jogo Dramático Infantil � Livro de Peter Slade (1912-2004), básico para compreensão das relações entre “jogo dramático” e educação � “O jogo dramático infantil é uma forma de arte por direito próprio, não é inventada por alguém” � Sem palco, plateia ou apresentação � Jogo direto e projetado Improvisação � No teatro profissional, as improvisações são utilizadas, muitas vezes, com o objetivo de descontrair o ambiente ou auxiliar na construção dos personagens � Nos EUA, Viola Spolin (1906- 1994) desenvolveu um método de criação de personagem a partir da improvisação 3 Improvisação para o Teatro, Livro de Viola Spolin “Tanto a ‘pessoa média’ quanto a ‘talentosa’ podem ser ensinadas a atuar quando o processo de ensino é orientado no sentido de tornar as técnicas teatrais tão intuitivas que sejam apropriadas pelo aluno” O Espaço no Teatro � Muitas formas diferentes: • Palco Italiano: plateia frontal, palco elevado • Teatro Grego: ao ar livre • Idade Média: dentro das igrejas • Teatro Elisabetano • Teatro de Rua • Espaços alternativos O Tempo no Teatro � O tempo no teatro é o tempo cênico, coerente com a concepção do texto � Diferente da medida de tempo que temos da realidade � Tempo fictício A Palavra � A arte de escrever textos – Dramaturgia � Dramática: obra dialogada, atuam os próprios personagens � Criada pelo dramaturgo, chega aos espectadores por intermédio do diretor e dos atores Aplicação Prática O Jogo Dramático com Crianças na Pré-Escola � Todas as crianças são artistas criativos. O trabalho nessa faixa etária (5 anos) exige delicadeza na introdução da relação com a arte 4 � A criança cria com estímulos, a partir da improvisação � Use sons: tambores e apitos � Sugestão: livro Gramática da Fantasia, de Gianni Rodari Propostas de Rodari e Slade � Técnica: “criação de histórias” � Objetivo: estimular a criatividade da criança � Formação: sentados no chão, em círculo � Palavra dita ao acaso � Duas palavras ao acaso � Criar uma história em que o protagonista é ele próprio O Jogo Dramático com Crianças de 7 a 11 Anos � Slade subdivide este grupo em: • 7 a 9 anos – a proposta deve prosseguir, porém, com cenas mais longas, e menos intervenção do orientador sobre o que fazer • 9 a 11 anos – o jogo dramático já está consolidado. Sugere-se o trabalho com mitos e lendas • Ainda sem a utilização de peças escritas. A literatura é usada como temática Regras para Nortear o Jogo Dramático 1. Não ter por objetivo um espetáculo 2. Partir sempre de um trabalho coletivo de criação 3. O professor estimula, mas não limita o jogo com sua lógica própria 4. Não ter tempo determinado para acontecer 5. Preparar o jogo com ideias, livros, histórias etc. 6. No jogo projetado pode-se trabalhar com bonecos construídos pelas crianças ou objetos do cotidiano 7. Não deve existir palco ou plateia 8. Não deverá existir distinção entre quem está jogando e quem observa, e sim, momentos para observação 5 O Jogo Dramático com Grupos de 11 a 13 anos e 14 a 16 � Slade subdivide em: • 11 a 13 anos – o processo de criação é o mesmo, porém, com histórias mais elaboradas e espaços mais determinados • Observação: estar atento ao problema da timidez. Não utilizar, ainda, o palco • Jovens, 14 a 15 anos – peças escritas ou adaptadas e ensaios, visando uma apresentação • Ainda utilizando os jogos A Oficina teatral com Adolescentes e Jovens � Estabelecer regras claras � Foco no trabalho com o corpo � Sequência diária de atividades: • aquecimento • relaxamento e concentração • divisão em grupos • definir tema e objetivos da improvisação • definir o uso ou não da palavra • criação de imagens individuais ou coletivas sobre o tema • estabelecer, no final de cada encontro, um espaço para consolidar a relação do grupo • divisão de tarefas – figurino, maquiagem, som, cenário etc. Regras Gerais � Respeitar a capacidade e limitações dos alunos � Não utilizar termos de julgamento com os alunos � Não julgar se o exercício foi “bom” ou “ruim” � Não estabelecer comparação entre os alunos � Perceber se os “objetivos” foram ou não alcançados 6 Trabalho com um Grupo de Teatro 1. Leitura de uma peça de teatro (trabalho de mesa) 2. Pesquisa sobre o período histórico em que se passa a peça 3. Discussão sobre os resultados da pesquisa 4. Jogos, improvisações e ensaios 5. Definir música, figurino etc. 6. Debater fatos da peça com a atualidade Síntese � Teatro é a arte que mescla palavra, imagem, som, ação, luz, poesia e dramaticidade � Teatro na escola é jogo dramático � Não tem como objetivo um espetáculo � Estímulo à descoberta da expressividade de cada aluno � O papel do professor é: • orientar, e não o de ordenar • respeitar as características de cada criança, adolescente ou jovem • estimular um ambiente de criação e vivência teatral Referências de Apoio � BERTHOLD, M. História Mundial do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2005. � BOAL, Augusto. Jogos para atores e não atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. 7 � BOGART, A. A Preparação do Diretor. São Paulo: Martins Fontes, 2011. � MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. São Paulo: Editora Ática, 2004. � PAVIS, P. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2003. � RODARI, Gianni. Gramática da Fantasia. São Paulo: Summus, 1982. � ROUBINE, J. J. A Linguagem da Encenação Teatral. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. � SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978. � SPOLIN, V. O Jogo Teatral no Livro do Diretor. São Paulo: Perspectiva, 2001. � _________. Jogos Teatrais na Sala de Aula: O livro do professor. São Paulo: Perspectiva, 2007.
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