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5 Aquecimento Global - uma das faces da ingerencia ecológica

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AQUECIMENTO GLOBAL: 
UMAS DAS FACES DA INGERENCIA ECOLÓGICA (?) 
 
Viviane Luchese1 
 
 
 
RESUMO: O mundo é visto de uma maneira geral de forma fragmentada, que 
nos arrasta há muito tempo para uma crise de percepção, que urge dar lugar a um 
novo paradigma holístico, que percebe o mundo como um todo integrado, também 
podendo ser denominado como “ecológico”, se em sentido mais amplo e profundo. 
Notadamente, o que se percebe há muito tempo é um paradoxo entre as ciências 
que o vislumbravam e defendem esse paradigma ecológico e o posicionamento dos 
Estados em escala global. Porquanto, partindo de um marco referencial teórico com 
ênfase na teoria dos Sistemas e da Complexidade - utilizando-se 
metodologicamente de pesquisa bibliográfica – têm-se o aquecimento global como 
uma das faces de uma cadeia de fenômeno, que embora possam estar sofrendo 
uma aceleração devido as atividades antrópicas ainda se dão em nível natural. 
Assim, merecem e devem ter atenção principalmente no que tange a diminuição das 
emissões de gazes de efeito estufa, mas que são apenas um dos diversos 
problemas ambientais que devem ser considerados e nos confiamos a dizer que não 
é o maior. 
 
PALAVRAS CHAVES: Gerencia ecológica – Mudança climática 
 
 
 
RESUMEN: El mundo es visto generalmente em forma fragmentaria, que nos 
tira larga para una crisis de percepción, que has de dar lugar a un nuevo paradigma 
holístico, que percibe el mundo como un todo integrado, también puede ser 
denominado como "ecológico" en el sentido amplio y profundo. En particular, lo que 
se percibe desde hace tiempo una paradoja entre las ciencias que buscan y 
defienden el paradigma ecológico y la posición de los Estados a escala mundial. Así, 
sobre la base de un marco teórico de referencia con énfasis en la teoría 
Sistemas y Complejidad - mediante la metodología de la investigación 
Bibliografía - tienen el calentamiento global como uno de los lados de una cadena de 
fenómenos, que a pesar de que puede estar experimentando una aceleración 
debido a actividades humanas, siguen ocurriendo en el nivel natural. Por lo tanto, 
merecen atención y deben ser especialmente sobre la reducción de 
las emisiones de gases de efecto invernadero, pero son sólo uno de varios 
los problemas ambientales que deben ser considerados y confiamos en contar 
que no es el más grande. 
 
PALABRAS CLAVE: Gerencia ecológica - Cambio climático 
 
 
 
1
 Currículo lattes - http://lattes.cnpq.br/3462571414120686 . 
Na última década do século XX, o planeta se deparou com uma importante 
realidade, apontada pelas Nações Unidas através de um painel intergovernamental 
sobre mudança climática, no qual, a dita ciência do clima, abordada a partir de uma 
ótica interdisciplinar, assinalou uma série de degradações ambientais planetárias, 
em decorrência de efeitos antrópicos sobre a natureza. Os principais fatores 
envolvendo a intervenção humana estão identificados principalmente na emissão de 
gases sobre a atmosfera da Terra, oriundos da intensa atividade industrial dos 
últimos cento e cinqüenta anos. Discutindo-se principalmente a partir da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças de Clima, em especial no Protocolo 
de Kyoto, a matriz energética utilizada pela sociedade industrial, que consubstancia 
o modelo de desenvolvimento econômico global questionado pelos movimentos 
ambientalistas, que por sua vez, redundou numa síntese de pensamentos 
contraditórios, denominado desenvolvimento sustentável. 
 
 
1. O pensamento ecológico e sua paradoxalidade à atuação política 
 
Nesse ínterim, conquanto a política se contorça globalmente numa lenta 
caminhada até efetivas práticas que venham a mudar efetivamente esse modelo 
econômico predatório, a filosofia, a sociologia e a própria economia há muito já 
intensificam seus estudos e alertam sobre a necessidade dessa mudança. Ademais, 
buscam fomentar-se em visões trans e interdisciplinares: 
 
Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais 
somos levados a perceber que eles não podem ser entendidos 
isoladamente. São problemas sistêmicos o que significa que estão 
interligados e são interdependentes.
2
 
 
O que se destaca é que o mundo é visto de uma maneira geral de forma 
fragmentada, que nos arrasta há muito tempo para uma crise de percepção,3 que 
urge dar lugar a um novo paradigma que, conforme afirma Capra, holístico, percebe 
o mundo como um todo integrado, também podendo ser denominado como 
 
2
 CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: 
Editora Cultrix - Pensamento, 1996, p.23. 
3
 O paradigma mecanicista de que fala Adam. ADAM, Roberto Sabatella. Princípios do ecoedifício: 
integração entre ecologia, consciência e edifício. São Paulo: Aquariana, 2001, p. 12. 
“ecológico”, se em sentido mais amplo e profundo.4 Tendo em vista que a usual 
ecologia rasa, antropocêntrica, “enquadra os seres humanos separadamente ou fora 
da natureza, como fonte de todos os valores e atribui apenas valor instrumental e de 
uso aos ecossistemas”5, enquanto que a percepção de “ecologia profunda”6 se 
destaca dentro do pensamento ambientalista contemporâneo, por reintroduzir o 
homem ao meio: 
 
A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental 
de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades, 
estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (e, em última 
análise, somos dependentes desses processos).
7
 
 
Assim, o que podemos depreender quando Arne Naess, citando Adam, diz que 
na ecologia profunda “o „eu‟ é ampliado, de modo que a preservação da natureza 
livre seja sentida e concebida como proteção de nós mesmos”,8 é que a maneira de 
percebermos o mundo está incorreta, pois nós mesmos nos colocamos a par desta 
consciência de unidade, quando contrariamente, de uma forma lógica, deveríamos 
compreender que o pressuposto para o antropocentrismo é antes o biocentrismo. 
Onde deveríamos delimitar nossas decisões políticas e econômicas pela nossa inter- 
relação com a Terra, conforme sugere a Biocracia de Thomas Berry.9 
 
Nesse sentido Adam contribui com o que chama de “arcabouço cognitivo”,10 
estabelecendo três princípios a serem considerados: primeiro, todos os seres tem 
direito a viver dignamente (não somente o homem); segundo, a ecologia remonta a 
um pensamento planetário; e por fim: 
 
ecologia não é uma ciência estática, de um preservacionismo estanque, 
mas pressupõe um modelo de desenvolvimento sustentado (de 
comunidades, edifícios, e cidades auto-sustentáveis); este modelo conjuga 
desenvolvimento tecnológico e progresso à gestão dos recursos naturais e 
ao equilíbrio dos ecossistemas;
11
 
 
 
4
 CAPRA, CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São 
Paulo: Editora Cultrix - Pensamento, 1996, p. 25. 
5
 ADAM, ADAM, Roberto Sabatella. Princípios do ecoedifício: integração entre ecologia, consciência e 
edifício. São Paulo: Aquariana, 2001, p. 12. 
6
 Escola filosófica fundada na década de 70, pelo filósofo norueguês Arne Naess. 
7
 CAPRA, op. cit., p. 25. 
8
 NAESS apud ADAM, op. cit., p. 13. 
9
 Ibidem, p. 14. 
10
 Ibidem, loc. cit. 
11
 Ibidem, loc. cit. 
Eis o aspecto de relevância maior ao se considerar a políticas ambientais: a 
percepção ecológica nos obriga a ir adiante,12 e assumir a função do próprio homem 
num contexto biocêntrico, onde todas as suas atividade atingem a biosfera. 
 
Infelizmente, esse pensamento ecológico, nos arriscamos a afirmar, que nunca 
esteve presente na história das políticas de desenvolvimento. Notadamente, o que 
se percebe é um paradoxo entre as ciências que o vislumbravam e defendiam e o 
posicionamento dos Estados em escala global. Dando-se saliência a questão já pela 
própriahistoricidade do direito ambiental, onde é costume revigorar-se como marco 
a Conferência de Estocolmo. Justo, se considerarmos apenas a conquista, e não as 
circunstâncias, já que sobre este último aspecto dois eventos bem anteriores foram 
tão significativos quanto a própria Conferência. O Caso Trail, é o primeiro desses 
eventos e, como bem relata Guido Fernando Silva Soares: 
 
uma das primeiras manifestações do Direito Internacional do Meio Ambiente 
deu-se no entre-guerras, com a realização de uma arbitragem entre os EUA 
e o Canadá, a respeito de poluição atmosférica que, gerada por uma fábrica 
localizada em território canadense, produzia seus efeitos deletérios em 
território do Estado de Washington, nos EUA: tratou-se do Caso da 
Fundição Trail, julgado definitivamente por um tribunal ad hoc em 1941, 
empresa aquela responsável por danos causados a cidadãos norte-
americanos, cujas reivindicações não satisfeitas pelos empresários 
canadenses (dos quais se destacavam não só os pedidos de indenizações, 
parcialmente satisfeitos perante os tribunais canadenses e norte-
americanos, mas cujas fontes de danos persistiam, como também, e 
principalmente, a cessação das atividades poluidoras), acabaram por 
motivar os EUA a tomarem como seus aqueles direitos (exercício de 
proteção diplomática) e a litigarem, em nome próprio, perante o Canadá, as 
medidas cabíveis.
13
 
 
Futuramente os reflexos desta discussão jurídica se solidificariam nos textos da 
Convenção do Rio e na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do 
Clima, como um princípio norteador para as relações entre os países sendo, qual 
seja o do direito soberano de cada país de explorar seus próprios recursos segundo 
suas próprias políticas de meio ambiente e desenvolvimento, e a responsabilidade 
de assegurar que suas atividades não causem danos a meio ambiente além dos 
limites da jurisdição nacional.14 
 
12
 LEFF, Enrique (Org.). A complexidade ambiental. São Paulo: Cortez, 2003, p. 15-64, passim. 
13
 SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de Direito Internacional Público, Volume 1. São Paulo: 
Editora Atlas, 2002, p. 425-426. 
14
 Disposições iniciais da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do 
Princípio 2 da Convenção do Rio (Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), 
Já o segundo evento se dá em Roma, em 1968, onde se reuniram cerca de 30 
estudiosos da questão ambiental e, coloca-se como marco, por ser a primeira 
manifestação da preocupação européia para o possível esgotamento das reservas 
naturais em decorrência do modus vivendi então vigente, relacionado à exploração 
dos recursos naturais de modo desenfreado. As conclusões deste encontro15 foram 
registradas na obra de título “Os Limites do Crescimento”, em 1972, onde se 
concluiu que a manutenção do ritmo de crescimento nas atividades antrópicas no 
que tange ao uso os recursos naturais se mostrara inviável. Recomendando-se 
inclusive o congelamento de tais atividades sob pena do esgotamento das reservas 
naturais num prazo médio de trinta anos e apontando os fatores que determinam e 
limitam a produção quais sejam: a população, a produção agrícola, os recursos 
naturais, a produção industrial e a poluição.16 
 
Não obstante, por se contrapor aos interesses econômicos dos países tanto 
desenvolvidos quanto dos países sub-desenvolvidos e em desenvolvimento, houve 
severas críticas às disposições do Clube Roma, especialmente por suporem estes 
últimos que a obra intencionava apenas restringir-lhes o crescimento, mantendo 
indiretamente a manutenção do crescimento econômico, status quo, daqueles já 
desenvolvidos. 
 
Entretanto, apesar de todas as críticas, é impossível negar a sua importância, 
uma vez que, as questões elencadas neste evento tenham nos levado à Conferência 
de Estocolmo17, em 1972, ocasião em que se veio reconhecer o meio ambiente sadio 
e equilibrado como um direito fundamental do ser humano e onde foi criado o 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).18 Segundo Eduardo 
Sales Novaes, a Declaração de Estocolmo “pela primeira vez, introduziu na agenda 
 
assinados no Rio de Janeiro em 1992. ONU, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança 
do Clima, Disponível em: < http://www.onu-brasil.org.br/doc_clima.php>. Acesso em 27-08-2009; 
BRASIL, Legislação de direito internacional: Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 165 et. seq. 
15
 Realizado pelo Massachussets Institute of Technology – MIT. 
16
 GRAU NETO, Werner. O Protocolo de Quioto e o mecanismo de desenvolvimento limpo – MDL: 
Uma análise crítica do Instituto. São Paulo: Editora Fiuza, 2007, p. 27. 
17
 Declaração das Nações Unidas sobre Meio Ambiente. 
18
 DEMETERCO NETO, Antenor. Desenvolvimento sustentável e aquecimento global. In. SOUZA, 
Rafael Pereira de (coord.). Aquecimento Global e Créditos de Carbono – Aspectos Jurídicos e 
Técnicos. São Paulo: Quartier Latin, 2007, p. 30. 
política internacional a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora do 
modelo tradicional de crescimento econômico e do uso dos recursos naturais”.19 
 
Assim, diante de um cenário global onde as atividades humanas optaram por 
uma intensa escala industrial de bens e serviços, tornava-se impossível continuar 
ignorando as alterações antrópicas sobre as condições climáticas do planeta. Pode-
se dizer então, que nosso maior avanço se refere à própria discussão da questão 
ambiental, até então ignorada e, curiosamente, ao passo que se discutia a questão 
ambiental, os problemas ambientais começaram a se publicizar, deixando cada vez 
mais explícita a necessidade da discussão e da busca de uma nova forma de 
desenvolvimento que deveria destacar-se pela sustentabilidade. 
 
Acidentes ambientais como ocorrido na cidade de Tchernobyl, na Ucrânia, em 
1986 (onde o vazamento de uma usina núcleo-elétrica, atingiu com sua 
radioatividade países limítrofes ou relativamente próximos da então URSS) e o 
acidente na Basiléia, em uma unidade do grupo Sandoz, em 1986 (que contaminou 
o Rio Reno e que, por conseqüência, atingiu 5 países diferentes) mais do que 
grandes prejuízos econômicos, movimentaram a opinião pública e deixaram claro a 
transnacionalidade dos efeitos da poluição.20 
 
Infelizmente constatamos, através desses incidentes, que podemos até 
diagnosticar em alguns casos a “nacionalidade” dos poluentes, mas o fato mais 
relevante, é que a poluição não respeita barreiras fronteiriças, não se delimita e, 
portanto, é e sempre será, um problema de interesse internacional. De modo que, 
embora a Convenção de Estocolmo tenha representado um grande progresso no 
debate ambiental (principalmente se considerarmos que foi o primeiro evento que 
reunira os Estados para esta questão), ela mesma mostrou que era preciso não só 
uma maior discussão técnica e política sobre o tema, mas também, autenticou a 
necessidade de criar um novo plano de desenvolvimento o que pode ser visto no 
conjunto de recomendações do Plano de Ação para o Meio Ambiente aprovado no 
 
19
 NOVAES, Eduardo Sales. Agenda 21. Disponível em: 
<http://www2.mre.gov.br/cdbrasil/itamarati/web/port/meioam/agenda21/anteced/index.htm>. Acesso 
em 13-10-2008. 
20
 SOARES, Guido Fernando Silva. A Proteção Internacional do Meio Ambiente. Entender o Mundo. 
Volume 2. Barueri: Manole, 2003, p. 48-52. 
citado evento, das quais afirma Guido Fernando Silva Soares, estarem centradas em 
três grandes tipos de políticas: 21 as relativas à avaliação do meio ambiente mundial, 
o denominado Plano de Vigia (Earthwatch); as direcionadas à gestão do meio 
ambiente; e as relacionadas às medidas de apoio (como a informação, educaçãoe 
formação de especialistas).22 
 
No entanto, entre o discutir os problemas ambientais e apontar soluções que 
realmente sejam tomadas com seriedade no campo das políticas 
desenvolvimentistas e coloca-las em prática no plano econômico, existe uma grande 
disparidade. Tanto o é, que o informe “Estado do Mundo 1997”, realizado pelo 
Instituto Worldwatch, denunciava que a maioria dos países ignoravam as 
recomendações estabelecidas pelos tratados e convenções que sobrevieram ao de 
Estocolomo, especialmente os da ECO-92, considerada por muitos como um dos 
maiores eventos sobre ambientalismo, cinco anos após a sua realização, incluindo-
se o aumento populacional em 450 milhões, desmatamentos e emissões de 
poluentes nos níveis mais elevados, apontando oito países como principais 
“transgressores”: EUA, Indonésia, China, Brasil, Rússia, Japão, Alemanha e índia, 
 
21
 Ibidem, p.44. 
22
 Outros encontros aprimorariam esse debate e futuramente corroborariam para a efetivação dessas 
políticas. São eles: a Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979, que colocaria a questão do 
aquecimento global como um problema de fundamental importância para todos os Estados; o Informe 
da Comissão Brandt (Programa para a Sobrevivência Comum), em 1982, a qual realçou que, como a 
nos apresentamos num sistema de interdependências os problemas mesmo que locais (relacionados 
ao meio ambiente, energia, ecologia e setores econômicos e sociais), só poderão ser resolvidos em 
nível internacional; a criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas 
(Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC), em 1988, pelo Programa das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM),
22
 que com o 
objetivo de reunir os principais cientistas do mundo, viria a se tornar a organização com maior 
autoridade científica internacional sobre mudanças do clima, ajudando a entender o sistema climático 
da Terra através da elaboração de pesquisas científicas;
22
 a Segunda Conferência Mundial do Clima, 
em 1990, que com base no primeiro relatório do IPCC publicado neste mesmo ano, como já 
mencionado, apesar de não assumir nenhum compromisso,
22
 entendeu a importância de se negociar 
um acordo quadro sobre as alterações do clima; e a Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), 
22
 em 1992, onde “acrescenta-se ao debate a noção de 
desenvolvimento sustentável como algo indissociável no tratamento das questões ambientais”
22
. 
Neste evento três documentos que serviriam para a fixação dos princípios normativos do direito 
internacional do meio ambiente foram subscritos: a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração de Princípios sobre as Florestas e a Agenda 21. Além 
deles, e principalmente, houve a abertura para assinatura dos Estados de duas convenções 
multilaterais a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção-Quadro das Nações Unidas 
sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), cuja assinatura deste último veio a consolidar as tratativas da 
Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a adoção da Convenção sobre 
Mudanças do Clima, que haviam começado em 1990, e que desencadearia uma nova série de 
debates e reuniões importantes sobre a questão ambiental
22
 que infelizmente não é possível exaurir 
aqui, mas que vieram a se chamar Conferência das Partes (COPs), entre elas a mais conhecida a 
COP1, ocasião em que criou-se o Protocolo de Kyoto. 
países estes que representam 56% da população mundial, 53% da superfície 
florestal da Terra e 58% das emissões de CO2. 
 
Diga-se que os resultados do relatório do Instituto Worldwatch apesar de 
causarem desconforto não podem ser considerados inesperados, uma vez que, ao 
que parece, todas as políticas ambientais desde sua origem tiveram cunho muito 
mais paliativo, no sentido de conter aquilo que causava prejuízo as nações, do que 
de proteção ao meio ambiente propriamente dito. O exemplo mais típico é o próprio 
Brasil, considerado por muitos um exemplo em termo de legislação ambiental. 
 
De fato, se considerarmos apenas a questão legal o Brasil esteve sempre um 
passo a frente da maioria do outros países, mas então como justificar estarmos 
entre os oito transgressores dos acordos que somos signatários? Talvez a 
explicação esteja na própria posição histórica brasileira, que assim como outros 
países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento carregava como slogan que: “a 
maior poluição é a pobreza” e “a industrialização suja é melhor do que a pobreza 
limpa”.23 O que veio a corroborar com o documento norte-americano . "Brazil - If 
Development Brings Pollution, so Be It", lançado antes da Conferência de Estocolmo 
e, cujo enunciado maior traduzia-se por: "Brasil - Se o Desenvolvimento Traz 
Poluição, Que Assim Seja".24 
 
Obviamente que se de um lado a Europa levantava seus olhos para a questão 
ambiental, por ela mesma ter sentido os prejuízos e os efeitos do uso indiscriminado 
e descuidado dos recursos naturais nos vários desastres ambientais ocorridos, por 
outro lado, potências cujas bases econômicas se fizeram através da submissão 
extrema dos ecossistemas, como o caso dos EUA, e países que encontravam-se ou 
estão entre os emergentes economicamente não poderiam ver razão para abrir mão 
do direito de poluir uma vez que dentro de um pensamento arcaico isso 
comprometeria o seu crescimento econômico. Nesse sentido, é que 
compreendemos de certo modo as palavras de Upton Sinclair: “é difícil conseguir 
 
23
 MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. 4ª Ed. Revista dos Tribunais, 2005, p. 140 passim. 
24
 O documento produzido pelo Departamento de Estado Norte-americano, foi escrito por Ruth 
M.Schimel e aprovado por Godfrey H. Summ, da Chancelaria Norte-americana. FOLHA DE 
S.PAULO. Na íntegra de documento oficial dos EUA sobre poluição no Brasil, Folha de São Paulo 
online, São Paulo, nov. 2007. Disponível em: 
<http://media.folha.uol.com.br/ambiente/2007/11/20/poluicao.pdf>. Acesso em 29-09-2009 
que uma pessoa compreenda alguma coisa quando o salário dela depende de não 
compreender isso”. 25 
 
De todo modo, observa-se que de ambos os lados, seja por querer normas 
mais protetoras ao meio ambiente ou não, o que se evidencia é o tópico econômico 
que se vincula à idéia de desenvolvimento. E deste modo, depara-se diretamente 
com um problema cultural/civilizacional e com o problema ecológico, tendo em vista 
que o sentido da palavra desenvolvimento, tal como foi acolhido, “contém nele e 
provoca subdesenvolvimento”.26 
 
 
2. Pertinentes elucidações da ecologia para um mínimo entendimento dos 
seus sistemas. 
 
Inicialmente, registre-se que podemos dizer que a palavra Ecologia passou a 
ter uso geral somente no fim dos anos 1800, quando cientistas americanos e 
europeus começaram a se autodenominar de ecólogos. De fato, se o rápido 
crescimento da população humana e sua crescente tecnologia e materialismo 
aceleraram a deterioração do ambiente terrestre, a Ecologia27 se torna importante 
porque analisa e produz um imenso corpo de conhecimento acerca deste mundo 
que nos rodeia 
 
Por ecologia, queremos dizer o corpo do conhecimento referente a 
economia da natureza, a investigação das relações totais dos animais tanto 
com o seu ambiente orgânico quanto com seu ambiente inorgânico 
incluindo, acima de tudo, suas relações amigáveis e não amigáveis com 
aqueles animais e plantas com os quais vêm direta ou indiretamente a 
entrar em contato numa palavra, ecologia é o estudo de todas as inter-
relações complexas denominadas por Darwin como as condições da luta 
pela existência (grifo nosso). 
 
Dessa forma, é indiscutível que, mais do que ser ambientalista, engajado em 
políticas de preservação ou de conservação, necessário se faz entender com a25
 GORE, Albert. Uma verdade inconveniente: o que devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento 
global. Barueri: Manole, 2006, p. 266. 
26
 MORIN, Edgar; KERN, A. B. Terra Pátria, Porto Alegre: Editora. Sulina, 1995, p. 40-60 passim. 
27
 Ecologia vem do grego oikos, significando casa, e assim se refere a nossa circunvizinhança 
imediata, ou ambiente. Em 1870, o zoólogo alemão Ernest Haeckel deu a palavra este significado 
mais abrangente. Conforme RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro Ed. 
Guanabara Koogan, 2003. p. 02. 
ecologia o porquê se preservar ou conservar. Há toda uma gama de relações de 
competição estabelecida por organismos variados em um ecossistema natural, que 
permitem dizer da importância de cada um no processo da vida, e que atualmente 
as alterações provocadas pela espécie humana promovem um desequilíbrio 
igualmente importante neste cenário, considerando os problemas em escala 
espacial e temporal, do ponto de vista micro ou macro o ambiente. 
 
Como conseqüência, a compreensão ecológica torna-se fundamental para 
aprendermos as melhores políticas de manejar, por exemplo, as bacias 
hidrográficas, as terras cultivadas, os alagados e outras áreas geralmente chamadas 
de sistema de suporte ambiental, dos quais a humanidade depende para 
alimentação, suprimento de água, proteção contra catástrofes naturais e saúde 
publica. 
 
Os referidos sistemas de suporte ambiental estão sendo atingidos 
paulatinamente pelas intervenções antrópica, que têm contribuído com a mudança 
climática da Terra. Somente o manejo dos recursos propicia o que os ecólogos 
denominam de compreensão do controle populacional por predadores, da influencia 
da fertilidade do solo no crescimento das plantas, das respostas evolutivas dos 
micróbios aos contaminantes ambientais, da dispersão dos organismos sobre a 
superfície da Terra e de uma multiplicidade de questões semelhantes28. 
 
A perspectiva ecológica vai além da ambientalista, ruma para corroborar 
cientificamente o manejo de recursos bióticos numa forma que sustente uma 
razoável qualidade de vida humana e que depende do uso inteligente dos princípios 
ecológicos para resolver ou prevenir problemas ambientais. Assim, embora a 
extensão e complexidade dos sistemas ecológicos variem de um único micróbio a 
cobertura da biosfera da superfície terrestre, todos os sistemas ecológicos 
obedecem a alguns conceitos semelhantes e que focalizam os atributos físicos e 
químicos dos sistemas, a regulação de sua estrutura e função, bem como das 
mudanças evolutivas. 
 
 
28
 TOWNSEND, Colin R BEGON, Michael John L. Harper. Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre 
Artmed, 2006. p. 28 e segs. 
Por isso, temos que 
 
Um sistema ecológico pode ser um organismo, uma população, um conjunto 
de populações vivendo juntos (comunidades), um ecossistema ou mesmo a 
biosfera da Terra... Cada sistema ecológico menor e um subconjunto de um 
próximo maior, e assim os diferentes tipos de sistemas ecológicos formam 
uma hierarquia de tamanho...Cada sistema ecológico reúne diferentes tipos 
de processos...o organismo grifo nosso pode referir-se a reprodução e 
sobrevivência de uma espécie, a unidade da seleção natural... a população 
trata da dinâmica das populações, demarcando a unidade da 
evolução...comunidade é a interação entre populações... ecossistemas 
predomina o fluxo de energia e ciclo de nutrientes...biosfera é o processo 
global
29
. 
 
Dessa forma, temos que organismo é a unidade mais fundamental da ecologia, 
que se caracteriza por ser limitado por uma membrana ou outra cobertura, através 
da qual ele troca energia e matéria com seus arredores. Esta fronteira separa os 
processos e estruturas internas daqueles recursos e condições externos da 
circunvizinhança. Ao longo de suas vidas, devem adquirir energia e nutrientes dos 
seus arredores e se livrarem de produtos de rejeito indesejado. 
 
Ao fazer isso, os organismos modificam as condições do ambiente e os 
recursos disponíveis para outros organismos, contribuindo para os fluxos de energia 
e para o ciclo de elementos no ecossistema. Por sua vez, ecossistema compreende 
um conjunto de organismos que com seus ambientes químicos e físicos formam 
sistemas ecológicos complexos de populações em comunidade30. 
 
Contudo, pode ser estabelecida analogia entre organismo e ecossistema, eis 
que os dois podem ser vistos como sistemas ecológicos, pois possuem o mesmo 
principio de processos internos e trocas com os arredores externos. Em ultima 
instância, todos os ecossistemas estão interligados numa única biosfera que se 
apresenta interligada através da energia e dos nutrientes transportados pelas 
correntes de vento e de água e pelos movimentos dos organismos. Como exemplo, 
podemos afirmar que a água que flui de uma nascente até um estuário conecta os 
ecossistemas terrestres e aquáticos da bacia hidrográfica com os do reino marinho. 
 
 
29
 RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro Ed. Guanabara Koogan, 2003. p. 
03. passim. 
30
 LEVÊQUE, Cristian. Ecologia, do Ecossistema a Biosfera. Porto Alegre Instituto Piaget, 2001, 
p.169 e segs. 
Em razão disso, necessitamos fixar ainda algumas categorias que envolvem 
fluxo de energia e matéria através dos ecossistemas 
 
A vida […] requer basicamente matéria e energia. O conceito de matéria é 
algo que ocupa lugar no espaço. Já o conceito de energia é a capacidade 
de realização de trabalho. Nesse sentido, quanto maior for a capacidade de 
realizar trabalho, melhor será a qualidade de energia associada. Em 
qualquer sistema natural, matéria e energia são conservadas, ou seja, não 
se criam nem se destroem matéria nem energia. Duas leis da física 
explicam esse comportamento a lei da conservação da massa e a lei da 
termodinâmica
31
. 
 
Então, conforme nos ensina Benedito Braga, pela lei da conservação da 
massa, em qualquer sistema físico ou químico, nunca se cria nem se elimina 
matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma em outra. Portanto, não se 
pode criar algo do nada nem transformar algo em nada, pois tudo que existe provém 
de matéria pré-existente, mas em outra forma. Tudo o que se consome apenas 
perde a forma original, passando a adotar uma outra. 
 
Ainda seguindo este raciocínio, pode ser dito que o fato de não poder ser 
possível consumir a matéria até sua aniquilação implica a geração de resíduos em 
todas as atividades dos seres vivos, resíduos esses indesejáveis a quem os 
eliminou, mas que pode novamente ser incorporado ao meio, para serem 
posteriormente reutilizados através de processos biogeoquímicos que reciclam a 
matéria. Atualmente a intervenção antrópica gera resíduos em um ritmo muito mais 
acelerado que a capacidade de reciclagem do meio natural, sobretudo quando 
tratamos de resíduos oriundos de materiais sintéticos não biodegradáveis. Por outro 
lado, a termodinâmica também apresenta duas leis fundamentais ao tratamento dos 
mecanismos de desenvolvimento limpo. A primeira lei enuncia que a energia pode 
se transformar de uma forma em outra, mas não pode ser criada ou destruída 
 
As diversas formas de energia podem ser enquadradas genericamente em 
energia cinética e potencial. Energia cinética é aquela que a matéria adquire 
em decorrência de sua movimentação e em função de sua massa e 
velocidade. A energia potencial é a energia armazenada na matéria em 
virtude de sua posição ou composição
32
. 
 
 
31
 BRAGA, Benedito e outros. Introdução a Engenharia Ambiental, o desafio do desenvolvimento 
sustentável. São Paulo Pearson Prentice Hall, 2005. p. 07-08. passim. 
32
 Ibidem, p.08. 
Já no que diz respeito a segunda lei da termodinâmica, temos que todo 
processo de transformação de energia se dá a partir de uma maneira maisnobre 
para uma menos nobre, ou de menor qualidade. Quanto mais trabalho se conseguir 
realizar com uma mesma quantidade de energia, mais nobre será esse tipo de 
energia. Embora a quantidade de energia seja preservada primeira lei da 
termodinâmica, a qualidade nobreza é sempre degradada. Toda transformação de 
energia envolve sempre rendimentos inferiores a 100%, sendo que uma parte da 
energia disponível transforma-se em uma forma mais dispersa e menos útil, em 
geral na forma de calor transferido para o ambiente. 
 
A conseqüência é que todo corpo que possui uma forma ordenada 
necessita de energia de alta qualidade para manter sua entropia baixa. 
Como a tendência é o aumento de dispersão da energia na forma de calor, 
destruindo a ordem inicial e levando a um estado final mais estável, para se 
manter qualquer sistema organizado, é necessário o fornecimento continuo 
de energia. As leis físicas são apresentadas para o entendimento dos 
problemas ambientais. A lei da conservação da massa mostra que nunca 
estaremos livres de algum tipo de poluição residuos...da segunda lei da 
termodinâmica é o fato de ser impossível obter energia de melhor qualidade 
do que aquela disponível inicialmente, ou seja, não existe reciclagem 
completa de energia. Logo, a energia dispersada em qualquer 
transformação será perdida para sempre
33
. 
 
Do que podemos depreender que se não forem tomadas medidas de controle 
ambientais eficientes, a previsão é de que haverá um aumento da poluição global, 
eis que desprezando o problema da possível falta de energia, mesmo que exista 
uma alta taxa de reciclagem da matéria, se o crescimento industrial continuar a uma 
taxa incompatível, por mais que se recicle sempre haverá necessidade de se obter 
mais matéria e sempre sobrará detrito não reciclável. 
 
O exemplo típico e oportuno para ilustrar esses problemas é uma possível 
alteração do efeito estufa, em função do aumento da concentração de dióxido de 
carbono CO2 na atmosfera. O consumo inadvertido e rápido de combustíveis 
fósseis resulta em quantidades de CO2 que a natureza não consegue absorver 
totalmente. As quantidades de CO2 liberadas na atmosfera, embora pequenas em 
comparação com a quantidade total em circulação natural, levam a previsão de um 
 
33
 BRAGA, Benedito e outros. Introdução a Engenharia Ambiental, o desafio do desenvolvimento 
sustentável. São Paulo Pearson Prentice Hall, 2005, p.09. passim. 
aumento de 170% sobre essa quantidade de gás existente na natureza, quando todo 
o combustível fóssil na Terra tiver sido consumido34. 
 
A atmosfera terrestre é composta de inúmeros gases e emanação de calor 
dentro de certo parâmetro aceitável pelas espécies vivas. Nesse sentido, para a 
Ecologia o que interessa verificar nos processos que governam os fluxos de energia 
e matéria nas comunidades e dentro delas, são os modos pelos quais as áreas de 
terras e a água, recebem e processam radiação incidente, e nutrientes inorgânicos, 
ou seja, qual o desempenho integrado das comunidades e seu ambiente abiótico. É 
a preocupação com o entendimento dos processos dos ecossistemas e produção de 
alimento para a humanidade. Para tanto, temos que 
 
Lindemann em 1942 lançou os fundamentos de uma ciência denominada de 
energética ecológica. Ele tentou quantificar o conceito de cadeias e teias 
alimentares ao considerar a eficiência de transferência entre níveis tróficos, 
da radiação incidente recebida por uma comunidade, passando por sua 
captação por plantas verdes em fotossíntese, até sua utilização 
subseqüente por bactérias, fungos e animais...com isso, se estimulou o 
Programa Biológico Internacional PBI...e o Programa Internacional 
Geosfera-Biosfera IGBP que instituiu um projeto central sobre Mudanças 
Globais e Ecossistemas Terrestres GCTE...foi reconhecido que o 
conhecimento cientifico é exigido para o manejo racional dos recursos...os 
programas de cooperação internacional focalizaram áreas de terras, águas 
doces e mares...visando a base biológica da produtividade e bem-estar 
humano...para prever os efeitos de mudanças no clima e na composição 
atmosférica sobre ecossistemas terrestres, incluindo os sistemas agrícolas e 
de produção florestal
35
. 
 
Dessa forma, para se examinar os processos dos ecossistemas, precisamos 
dominar alguns termos que são chave para a compreensão da dimensão dos 
acontecimentos ambientais que envolvem a questão climática. 
 
Por primeiro, a energética ecológica estabelece os corpos dos organismos 
vivos dentro de uma unidade de área como suprimento permanente de biomassa, 
eis que ela é entendida como a massa de organismos por unidade de área de solo 
ou água e isso é expresso em unidades de energia joules por metro quadrado ou 
matéria orgânica seca toneladas métricas por hectare36. 
 
34
 LEVÊQUE, Cristian. Ecologia, do Ecossistema a Biosfera. Porto Alegre Instituto Piaget, 2001, p. 
309-354. 
35
 TOWNSEND, Colin R BEGON, Michael HARPER, John L. Fundamentos em ecologia. Porto 
Alegre 2006, p. 409. passim. 
36
 Ibidem, p.408. 
Na prática, os ecólogos incluem na classificação de biomassa, todas aquelas 
partes vivas ou mortas que estão vinculadas ao organismo vivo. Desse modo, é 
convencional considerar todo o corpo de uma árvore como biomassa, a despeito do 
fato de a maior parte da madeira ser morta. Em geral, os organismos ou suas 
partes deixam de ser vistos como biomassa quando morrem ou são mortos e se 
tornam componentes de matéria orgânica morta37. 
 
Importante também é perceber as implicações que envolvem o conceito de 
produção primaria 
 
A produtividade primária (grifos nosso de uma comunidade é a taxa em 
que a biomassa é produzida por unidade de área pelos vegetais 
(produtores primários). Ela pode ser expressa em unidade de energia ou de 
matéria orgânica seca. A fixação total de energia pela fotossíntese é 
referida como produtividade primária bruta PPB. Uma proporção desse 
total, no entanto, é respirada pela própria planta, e é perdida pela 
comunidade como calor respiratório R. A diferença entre PPB e R é 
conhecida como produtividade primária liquida PPL, e representa a taxa 
real de produção de nova biomassa que está disponível para o consumo de 
organismos heterotróficos bactérias, fungos e animais. A taxa de produção 
de biomassa por heterótrofos é denominada produtividade secundária
38
. 
 
A partir disso, podemos dizer então, que o funcionamento da biota da Terra e 
das comunidades existentes na sua superfície dependem decisivamente dos níveis 
de produtividade que os vegetais são capazes de alcançar 
 
A produtividade primária liquida global terrestre é estimada em cerca de 115 
x 10
9
 toneladas métricas de massa seca por ano, e no mar é de 55 x 10
9
 
toneladas ano
(-1)
. Uma grande parte do globo produz menos do que 400 
gm
(-2 ano
-1. Isso inclui acima de 30% da superfície da terra e 90% dos 
oceanos. No outro extremo, os sistemas mais produtivos são 
encontrados entre os banhados e pântanos, estuários, bancos de 
algas e recifes, florestas tropicais e terras cultivadas (grifo nosso). 
Existe uma tendência latitudinal geral de produtividade crescente, 
partindo das boreais, passando pelas temperadas, ate as tropicais
39
. 
 
A tendência relacionada a latitude se explica pelo fato de sugerir que a 
radiação (um recurso) e a temperatura (uma condição) podem ser fatores 
geralmente limitantes da produtividade de comunidades. Na verdade, em 
 
37
 RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro Ed. Guanabara Koogan, 2003, 
p.150-164. 
38
 TOWNSEND, Colin R BEGON, Michael HARPER, John L. Fundamentos em ecologia. Porto 
Alegre 2006, p. 409. passim. 
39
 Ibidem, p. 410. 
comunidades terrestres, o que limita a produtividade primária é a escassezde 
radiação solar, dióxido de carbono, água e nutrientes do solo, enquanto que a 
temperatura (uma condição) tem uma forte influencia sobre a taxa de fotossíntese. 
 
De fato, com relação a fotossíntese podemos dizer que dependendo da 
posição, algo entre 0 e 5 j de energia solar atinge cada metro quadrado da superfície 
da Terra a cada minuto. Se toda essa energia fosse convertida em biomassa vegetal 
através da fotossíntese (com eficiência fotossintética de 100%) haveria uma 
extraordinária geração de material vegetal, de 10 a 100 vezes maior do que os 
valores já registrados40. 
 
No entanto, somente cerca 44% de radiação de ondas curtas incidentes ocorre 
em comprimentos de onda apropriados para a fotossíntese. Além disso, a escassez 
de água é muitas vezes o fator crítico, intimamente relacionado com a produtividade 
de uma região. Outra relação é a produtividade primária líquida acima da superfície 
do solo e a temperatura media anual. Observa-se que as temperaturas mais altas 
estão associadas com transpiração rápida e, desse modo, elas aumentam as taxas 
nas quais, escassez de água pode se tornar importante, pois tem efeitos diretos 
sobre a taxa de crescimento vegetal, podendo levar a uma menor densidade da 
vegetação. Afinal, vegetação esparsa intercepta menos radiação, que acaba 
incidindo sobre solo descoberto41. 
 
Mesmo que haja grande incidência de luz, que as precipitações sejam 
freqüentes e que a temperatura seja uniforme, a produtividade será baixa, se não 
houver solo em uma comunidade terrestre ou se o solo for deficiente em nutrientes 
minerais essenciais. Nesse sentido, o nutriente que tem maior influência sobre a 
produtividade de uma comunidade é o nitrogênio fixado, pois não há sistema 
agrícola ou silvicultural que não responda a sua aplicação, podendo esse 
comportamento ser verdadeiro até mesmo para a vegetação nativa. 
 
 
40
 LEVÊQUE, Cristian. Ecologia, do Ecossistema a Biosfera. Porto Alegre Instituto Piaget, 2001, p. 
457-483. 
41
 RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro Ed. Guanabara Koogan, 2003. p. 
117 e segs. 
De uma maneira geral, o destino da produtividade primária segue uma 
conseqüência do consumo da vegetação, ou seja, os fungos, os animais e a maioria 
das bactérias são heterótrofos, pois obtém sua matéria e energia diretamente por 
consumo de material vegetal ou indiretamente de vegetais pelo consumo de outros 
heterótrofos. Os vegetais, os produtores primários, compreendem o primeiro nível 
trófico em uma comunidade, os consumidores primários ocorrem em um segundo 
nível trófico, os consumidores secundários (os carnívoros) no terceiro, e assim por 
diante. 
 
Assim, para corroborar ainda mais a fragilidade nas relações que envolvem o 
ecossistema, podemos referir que: 
 
A produtividade de herbívoros é invariavelmente menor do que as plantas 
que eles consomem. Para onde vai a energia perdida? Em primeiro lugar, 
nem toda a biomassa vegetal é consumida viva por herbívoros. Boa parte 
morre mesmo antes de ser pastejada, e sustenta uma comunidade de 
decompositores (bactérias e fungos) e animais detritivoros. Em segundo 
lugar, nem toda a biomassa vegetal comida por herbívoros (nem toda a 
biomassa de herbívoros comida por carnívoros) é assimilada e disponível 
para ser incorporada a biomassa do consumidor. Parte é perdida nas fezes, 
o que passa também para os decompositores. Terceiro, nem toda a energia 
que foi assimilada foi convertida em biomassa. Uma porção dela é perdida 
como calor respiratório. Isso acontece porque nenhum processo de 
conversão de energia é 100% eficiente, devido a segunda lei da 
termodinâmica e também porque os animais realizam trabalho que requer 
energia, novamente liberada como calor
42
. 
 
Essa cadeia de relações tênue pode ser quebrada a qualquer momento, devido 
a intervenção humana em suas atividades empreendedoras. Assim é que, conceitos 
como organismo, população, comunidade, ecossistemas e biosfera corroboram a 
idéia de que os organismos vivos ao longo de suas vidas, dependem da aquisição 
de energia e nutrientes de seus entornos, livrando-se de rejeitos indesejados. 
Denotando que, do ponto de vista da biosfera os ecossistemas interligam energias e 
transportam nutrientes através do trabalho dos organismos e do movimento das 
correntes de vento e do ciclo da água no planeta o que usa de energia cinética. 
 
 
 
 
42
 TOWNSEND, Colin R BEGON, Michael HARPER, John L. Fundamentos em ecologia. Porto 
Alegre 2006, p. 414 e 415. passim. 
CONSIDERAÇÕES 
 
A história do ambientalismo demonstra que discussão da questão ambiental, 
publicizou conceitos e idéias que vieram a se tornar pilares para diversos acordos 
em função do meio ambiente, bem como o reconhecimento do ambiente sadio e 
ecologicamente equilibrado como um direito fundamental do ser humano, 
introduzindo por sua vez, a necessidade da discussão e da busca de uma nova 
forma de desenvolvimento com base na sustentabilidade. 
Tal debate, paralelo as catástrofes que ocorreram na Ucrânia e na Basiléia, 
entre tantas outros que não mencionamos neste trabalho, mas puros reflexos do 
descasos com o meio ambiente, evidenciaram a transnacionalidade dos efeitos da 
poluição, pondo-a em Xeque como um problema internacional, tornando exigível 
uma readequação da política de desenvolvimento de todos os países. 
As conferências mundiais sobre o clima mais especificamente, trouxeram 
importantes recomendações que servirão de base para a criação e adesão da 
Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima, que por sua vez, influenciou e trouxe 
um grande avanço, servindo como base para a relação entre os países signatários, 
principalmente por estimulá-los a optar por sistemas de produção não tão 
predatórios. 
O objetivo final da referida Convenção é de num prazo razoável, neutralizar ou 
pelo menos diminuir a interferência antrópica perigosa no meio ambiente e, 
buscando a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa, permitir que 
os ecossistemas possam se adaptar de maneira natural as mudanças climáticas, 
permitindo assim, que a produção de alimentos não seja afetada e que ainda se 
permita a continuidade do desenvolvimento econômico de uma maneira sustentável. 
Neste ínterim, à luz da ecologia não podemos ignorar as relações de 
competição estabelecidas pelos organismos no ecossistema, que permitem entender 
a importância de cada um deles no processo da vida, contribuindo para o 
aprendizado das melhores políticas de manejamento de matérias e energias, 
sobretudo, para a busca desta chamada sustentabilidade. 
O que se vê é que os sistemas de suporte ambiental estão sendo atingidos 
pela intervenção humana, que contribui com a mudança climática da terra. Por isso, 
foi necessário estabelecer e fixar conceitos e categorias na área da ecologia que 
denotassem a importância dos sistemas ecológicos e que explicitassem os atributos 
físicos e químicos desses sistemas, a regulação de sua estrutura e suas funções em 
relação as mudanças evolutivas. 
Destarte é que, conceitos como organismo, população, comunidade, 
ecossistemas e biosfera surgiram ao longo do trabalho para corroborar a idéia de 
que os organismos vivos ao longo de suas vidas, dependem da aquisição de energia 
e nutrientes de sés entornos, livrando-se de rejeitos indesejados. 
Então, do ponto de vista da biosfera os ecossistemas interligam energias e 
transportam nutrientes através do trabalho dos organismos e do movimento das 
correntes de vento e do ciclo da água no planeta. Por isso, foi necessário distinguir 
os conceitos de matéria e energia, trazendo as noções de conservação de massa e 
das leis de termodinâmica, para definir a realização de trabalhos dos organismos 
vivos que envolvem a energia cinética em potencial. 
Diante do elencadoaté aqui, temos que a termodinâmica nos ensina que 
sempre haverá, inafastávelmente, a perda de energia e a produção de resíduos da 
matéria, independente do processo antrópico que utilizemos. Nesse sentido, a 
emanação do dióxido de carbono e a composição dos gases de efeito estufa na 
atmosfera proporcionam a idéia de que certos parâmetros são perfeitamente 
aceitáveis pelas espécies vivas dentro dos ecossistemas. 
 
Do mesmo modo é que corroboramos a fragilidade das relações que envolvem 
os seres vivos, que graças a intervenção humana através de sua atividades 
empreendedoras, alteram drasticamente a biosfera como um todo. É curioso notar 
que a partir da escala invisível dos olhos humanos nada parece ser danoso ao meio 
ambiente, tornando ainda mais difícil a sensibilização humana à questão do 
gerenciamento ecológico em escala global e o exercício político de administração de 
demandas conflitantes entre os interesses econômicos e o equilíbrio ambiental. 
 
O aquecimento global é um fato, contudo, como afirma Aziz ab‟Saber, 
considerado o mais importante geomorfologista brasileiro e um dos cinco melhores 
geógrafos do mundo, seus efeitos serão sentidos somente nos próximos cinqüenta, 
cem, duzentos anos.43 A mudança climática em si é um processo natural que pode 
ser acelerado por ação do homem, mas não deve ser considerado em si como o 
problema do século. Outro sim, a atuação do homem é que deve ser reavaliada em 
todas as esferas, como refere o mesmo autor e, no que concordamos, o ambiente e 
os organismos hão de se adaptar as mudanças de clima como sempre o fizeram, 
mas é atuação indiscriminada e predatória do homem que interfere de fato nos 
biomas, e modifica significativamente os ecossistemas. 
 
Nessa seara, chancela-se como condição e limite para o crescimento 
econômico o uso racional dos recursos naturais e uma nova postura geopolítica, e 
por conseqüência, a modificação do modelo de desenvolvimento em prol de uma 
política econômica que leve em consideração o meio ambiente. É necessário reduzir 
as emissões de gazes de efeito estufa, mas a degradação ambiental tem faces 
muito mais alarmantes que não ocupam diariamente nossas manchetes, como por 
exemplo a contínua emissão de CFCs que destroem a camada de ozônio, camada 
esta necessária a manutenção da vida na Terra; 44 O desenvolvimento insustentável 
e fragmentado das cidades criando, entre outros, verdadeiras ilhas de calor e a 
proliferação de doenças de da miséria;45 O uso insustentado da terra e dos recursos, 
que gera milhões de refugiados ambientais46; e a superpopulação que segundo 
alguns cientistas excede a capacidade dos recursos disponíveis; 47 
 
Estes exemplos, isto só para citar alguns, demonstram os efeitos da gerencia 
meramente antropocêntrica e através deles, evidencia-se a necessidade urgente de 
 
43
 Ver entrevista de Aziz ab‟Saber , Aquecimento Global é fato,por Cláudio Blanc. In. Aquecimento 
Global. Ano 1 – Nº 4. São Paulo: Ed. Online, p. 18-19. 
44
 Vide. Um buraco no céu: destruição do filtro que permite a vida na Terra, por Cláudio Blanc. In. 
Aquecimento Global. Ano 2 – Nº 2. São Paulo: Ed. Online, p. 19-20. 
45
 Ilhas de urbanas de calor, por Gustavo Macedo de Mello Baptista. In. Scientific American Brasil. 
Ano I – Nº 2. São Paulo: Ediouro Duetto Editorial, 2010, p. 24-30. 
46
 “Em 1995 era 25 milhões de refugiados ambientais contra 27 milhões de refugiados políticos, 
religiosos ou de guerra.” Segundo a Cruz Vermelha, em escala global os problemas ambientais 
desalojam mais pessoas que as guerras. Alguns estimam que até o final da década serão 50 milhões 
de refugiados e 200 milhões nos próximos 30 anos. Ver: Refugiados ambientais – vítimas do 
aquecimento global ou protagonistas da destruição do meio ambiente?, por Cláudio Blanc. In. 
Aquecimento Global. Ano 1 – Nº 3. São Paulo: Ed. Online, p. 30-35. 
47
 Mais detalhes em Praga humana, por Cláudio Blanc. In. Aquecimento Global. Ano 1 – Nº 3. São 
Paulo: Ed. Online, p. 36-41. 
uma reavaliação do “crescimento” que buscamos. Racionalizando de uma vez por 
todas, a transnacionalidade dos efeitos da poluição e da degradação dos recursos 
naturais e os seus reflexos em todo o sistema planetário, vez que, mais cedo ou 
mais tarde, indiscriminadamente, todos os sentiremos. 
 
 
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American Brasil. Ano I – Nº 2. São Paulo: Ediouro Duetto Editorial, 2010. 
 
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Paulo: Ed. Online. 
 
_____________. Praga humana. Aquecimento Global. Ano 1 – Nº 3. São Paulo: Ed. 
Online. 
_____________. Refugiados ambientais – vítimas do aquecimento global ou 
protagonistas da destruição do meio ambiente? Aquecimento Global. Ano 1 – Nº 3. 
São Paulo: Ed. Online. 
 
_____________. Um buraco no céu: destruição do filtro que permite a vida na Terra. 
Aquecimento Global. Ano 2 – Nº 2. São Paulo: Ed. Online. 
 
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