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tema 5 e 6

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Prévia do material em texto

Participação e 
Controle Social
Autor: Flávia Mello Magrini
Tema 05
A Redemocratização no Brasil e as Configurações da 
Participação Social 
Tema 06
Conselhos – Ocorrências Históricas e Emergência 
dos Conselhos Gestores
Índice
Índice
Tema 05: A Redemocratização no Brasil e as Configurações da Participação Social 4
Tema 06: Conselhos – Ocorrências Históricas e Emergência dos Conselhos Gestores 22
seç
ões
Tema 05
A Redemocratização no Brasil e as 
Configurações da Participação Social 
Como citar este material:
MAGRINI, Flávia Mello. Participação e Controle 
Social: A Redemocratização no Brasil e 
as Configurações da Participação Social . 
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera 
Educacional, 2014.
SeçõesSeções
Tema 05
A Redemocratização no Brasil e as 
Configurações da Participação Social
7
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
• A formalização das conquistas das organizações da Sociedade Civil na Constituição 
Federal de 1988.
• O papel das ONGs neste contexto de participação social.
• Os novos desafios encontrados pelas organizações da Sociedade Civil.
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Conselho Gestores e 
Participação Sociopolítica”, da autora Maria da Glória Gohn, Editora Cortez, 2011, Livro-
Texto n°.
Roteiro de Estudo:
Profa Flávia Mello MagriniParticipação e Controle Social 
8
CONTEÚDOSEHABILIDADES
A Redemocratização no Brasil e as Configurações da 
Participação Social 
Conforme você estudou na aula anterior, a participação dos indivíduos nos processos 
decisórios no Brasil só irá aparecer na década de 1980, com os movimentos sociais surgidos 
desde meados da década de 1970. Nesta aula 5, o foco será justamente esta participação 
social no Brasil a partir da década de 1980 e suas configurações. 
Sob as mazelas do autoritarismo do regime militar, e tendo como eixo a oposição a 
ele, portanto, vê-se o surgimento de movimentos substancialmente unificados de auto-
organização da sociedade. Fenômeno este responsável pela emergência de experiências 
de construção de espaços públicos em que se debatem temas e interesses até então 
excluídos de uma agenda pública, como significam espaços de ampliação e democratização 
da gestão estatal (DAGNINO, 2002).
No bojo destas transformações, surge também a figura das Organizações Não 
Governamentais (ONGs). Atuantes enquanto Assessorias de Educação Popular, elas 
acompanham e assessoram os movimentos organizados, buscando a horizontalidade 
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• Sobre as transformações que acompanharam a redemocratização brasileira, quais as 
principais conquistas dos movimentos sociais?
• E quais seus maiores desafios?
• Qual o papel das ONGs nos anos 1980?
• Este papel sofreu alterações a partir da década de 1990?
LEITURAOBRIGATÓRIA
9
LEITURAOBRIGATÓRIA
de conhecimentos para fortalecer o protagonismo e o conhecimento popular. Pautam 
sua atuação, portanto, mais no sentido da valorização e sistematização do conhecimento 
produzido pelos movimentos e organizações sociais, apresentando-se, neste momento, 
como coadjuvantes aos atores sociais populares – situação esta que passará por grande 
transformação nos anos 1990 (POLIS-INESC, 2011).
De acordo com Sallum Jr. (2003), o esgotamento deste modelo de Estado que levou à sua 
reconfiguração numa nova forma, emergida entre os anos de 1980 e 1990, foi marcado pela 
ocorrência de dois processos-chave: a democratização política e a liberalização econômica. 
De um lado, a atuação de uma sociedade civil que passava a ocupar o status de sujeito 
político, exigindo não só a volta ao regime democrático, mas uma ampliação do conceito de 
democracia e de outro um processo de descentralização institucional que, além de prezar 
pela democratização do Estado e seus aparelhos, buscava imprimir maior eficiência e 
eficácia às ações estatais. 
O marco formal da consolidação de todo este processo veio com a promulgação da 
Constituição Federal em 1988. Fortemente organizada e mobilizada em torno das discussões 
constituintes, a sociedade civil conseguiu a aprovação de diversos dispositivos jurídico-
legais que institucionalizavam suas demandas em torno de um alargamento da democracia.
A Constituição de 1988 consagrou os novos princípios de reestruturação do sistema de 
políticas sociais, segundo as orientações valorativas então hegemônicas: o direito social 
como fundamento da política; o comprometimento do Estado com o sistema, projetando 
um acentuado grau de provisão estatal pública e o papel complementar do setor privado; a 
concepção da seguridade social (e não de seguro) como forma mais abrangente de proteção 
e, no plano organizacional, a descentralização e a participação social como diretrizes do 
reordenamento institucional do sistema (DRAIBE, 2003b, p. 69).
Assim, várias foram as mudanças: por meio da aprovação das chamadas “iniciativas 
populares”, criaram-se as bases legais para a criação de mecanismos de participação dos 
cidadãos nas arenas políticas, inclusive, nos processos de formulação, implementação e 
gestão de políticas públicas (SOUZA, 2009; BARBOSA DA SILVA; JACCOUD; BEGHIN, 
2005), assim como na execução dessas políticas – principalmente por meio da atuação 
de entidades privadas de fins não lucrativos. Além disso, as políticas públicas ganharam 
destaque e centralidade nas estratégias de desenvolvimento, transformação e mudança 
social (GOHN, 2006). No que diz respeito à política social brasileira, com a incorporação 
dos princípios da seguridade social e da garantia de direitos mínimos e vitais à reprodução 
10
social, esta passa a operar sob a ideia de seguridade e universalização dos direitos – 
antes restritos ao vínculo empregatício-contributivo (IPEA, 2007).
Essas transformações no âmbito do Estado e da sociedade civil implicaram, em última 
instância, na mudança da relação estabelecida entre ambos: se antes era marcada por 
forte antagonismo e oposição, agora assumia uma postura de negociação, apostando na 
possibilidade de atuação conjunta. 
Assim, as mudanças proporcionadas pelo processo de democratização resultaram num 
deslocamento tanto do discurso quanto da atuação estratégica dos movimentos sociais: de 
uma autonomia completa em relação ao Estado (afinal tratava-se de um regime autoritário) 
passam por um processo de interlocução com o Estado - quando não de inserção institucional. 
Esta nova configuração impõe outros desafios aos movimentos sociais. Dentre eles, a 
necessidade de se familiarizarem e se adaptarem com uma racionalidade até então externa 
a eles, pois acabam esbarrando nos limites que a linguagem técnica e a burocracia do 
aparelho de Estado começam a representar a suas ações. 
Ainda mais árduo quando se projeta este quadro na conjuntura internacional de expansão 
do neoliberalismo na década de 1980 (conforme já estudado em aulas anteriores). Mediante 
este contexto, com a eleição de Fernando Collor para a presidência da República, em 1989, 
ocorreu a emergência de um projeto de Estado Mínimo, que se isenta progressivamente de 
seu papel de garantidor de direitos, por meio do encolhimento de suas responsabilidades 
sociais e sua transferência para a sociedade civil (DAGNINO, 2004). 
Assim, quando o governo peessedebista de Fernando Henrique Cardoso assume o governo 
federal em 1994, adota como prioridades indispensáveis de seu mandato: assegurar 
as condições de estabilidade macroeconômica, realizar a reforma do Estado e retomar 
o crescimento econômico sob as novas condições de abertura da economia e elevada 
competição. Em linhas gerais, portanto, pode-se dizer que a década de 1990 no Brasil é 
marcada pela redefinição do papel do Estado que
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela 
via da produção de bens e serviços para fortalecer-se na função de promotor e 
regulador desse desenvolvimento (BRASIL/MARE,1995, p.12). 
No que diz respeito às políticas sociais, isto propicia o fortalecimento do protagonismo 
de novos atores políticos denominados por alguns autores como Terceiro Setor – 
LEITURAOBRIGATÓRIA
11
LEITURAOBRIGATÓRIA
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Organizações Sociais 
(OSs) e Organizações Não Governamentais (ONGs) que, ocupando espaços autônomos, 
assim como espaços de cogestão com setores do Estado, passam a atuar principalmente 
enquanto parceiros do Estado na execução de políticas sociais.
Quando a questão da participação social fica restrita a esta parceria, quando um governo 
que se diz participativo está dando peso à sociedade civil apenas enquanto executor 
de políticas públicas, têm-se um reducionismo e um empobrecimento muito grande da 
participação social.
Este reducionismo do sentido da participação é o que pode ser observado na década de 
1990. 
Durante a década de 1990 fortaleceu-se no Brasil uma leitura e uma prática 
da participação social associadas menos à questão da democratização do 
processo de deliberação das políticas sociais e mais à problemática da gestão 
e da descentralização das ações. Em reação ao diagnóstico que identificava 
a baixa capacidade estatal de implementação de políticas sociais – seja 
em seus aspectos gerenciais, seja no que se refere ao seu uso político –, 
fortaleceram-se experiências de execução de projetos sociais pelo chamado 
“terceiro setor”, identificado enquanto detentor de maior competência técnica 
alternativa à capacidade de mobilização de recursos privados (BARBOSA DA 
SILVA; JACCOUD; BEGHIN, 2005, p.391).
Nesse momento, surge o campo que marcará a complexidade do processo de contínua 
construção democrática brasileira. Para Dagnino (2004), esta complexidade seria 
potencializada pelo fato de ter ocorrido uma confluência perversa entre um projeto político 
democratizante, participativo, e o projeto neoliberal, provocando deslocamentos de sentido 
em três noções, Sociedade Civil, Participação e Cidadania. Apesar de apontarem para 
direções opostas e, até, antagônicas, ambos os projetos requerem uma sociedade civil 
ativa e propositiva1. 
1 Redefinição da noção de Sociedade Civil: marginalização dos movimentos sociais e novo papel 
desempenhado pelas ONGs; cresce sua identificação com o termo Sociedade Civil e passa a assumir 
o papel de interlocução junto ao Estado; Participação: ao invés de uma participação realmente 
propositiva, “participação solidária” e a ênfase no trabalho voluntário e na “responsabilidade social” 
e em relação à Cidadania: o conceito de cidadania ampliada, que assume uma redefinição da 
ideia de direitos, cujo ponto de partida é a concepção de um direito a ter direitos, acaba passando 
por uma redefinição neoliberal e tornar-se cidadão passa a significar a integração individual ao 
mercado, como consumidor e como produtor (DAGNINO, 2004).
12
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Acesse o site: Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG). 
Disponível em: <http://abong.org.br/>. Acesso em: 2 jan. 2014. 
Neste site você terá acesso a diversas notícias sobre atuações das ONGs que fazem parte 
desta associação.
Leia o artigo: CARVALHO, Maria do Carmo. Participação Social no Brasil hoje.
Disponível em: <www.abdl.org.br/.../43/Participacao_Social_no_Brasi_Hoje.pdf>. Acesso 
em: 2 jan. 2014. 
A autora traz uma importante discussão sobre o tema.
Leia a publicação: TEIXEIRA, Ana Cláudia. Identidades em Construção: as organizações 
não governamentais no processo brasileiro de democratização.
Disponível em: <http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000214828>. Acesso em: 2 
jan. 2014. 
Neste trabalho, a autora analisa a importância das ONGs no processo de democratização 
brasileiro.
Leia a resenha: RIZEK, Cibele. Sociedade civil e espaços públicos no Brasil: um balanço 
necessário. Revista Brasileira de Ciências Sociais.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0102-69092003000100011>. Acesso em: 2 jan. 2014. 
A autora pontua e analisa as principais contribuições do livro “Sociedade civil e espaços 
públicos no Brasil” de Evelina Dagnino.
LINKSIMPORTANTES
http://abong.org.br/
www.abdl.org.br/.../43/Participacao_Social_no_Brasi_Hoje.pdf
http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000214828
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092003000100011
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092003000100011
13
LINKSIMPORTANTES
Vídeos Importantes: 
Assista o vídeo: 07- Redemocratização - História do Brasil por Boris Fausto.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=a4nuiRG52W4&feature=fvst>. Acesso 
em: 2 jan. 2014. 
Neste vídeo, o importante historiador brasileiro Boris Fausto explica todo o contexto da 
redemocratização no Brasil.
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
AGORAÉASUAVEZ
http://www.youtube.com/watch?v=a4nuiRG52W4&feature=fvst
14
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1:
A Constituição Federal de 1988 é chama-
da por muitos estudiosos como a Consti-
tuição Cidadã. Explique o sentido desta 
denominação.
Questão 2:
Sobre as estruturas institucionais de par-
ticipação, surgidas na década de 1980, é 
correto afirmar:
a) Foram construídas a partir de 
arcabouços institucionais existentes, 
permeados por velhos hábitos populistas 
e, em alguns casos, o processo se 
resumiu a um grande discurso.
b) Foram construídas sem nenhum 
resquício institucional autoritário.
c) Desde o início, propiciaram total 
autonomia aos novos sujeitos dentro do 
aparelho de estado.
d) Conseguiram assegurar uma 
participação efetiva da sociedade no 
processo de decisão econômica no país.
e) Não enfrentaram nenhum tipo de 
resistência dos grupos políticos no poder.
Questão 3:
Considere os seguintes itens:
I. Valores como o clientelismo; o 
paternalismo.
II. Descrença na eficácia das leis.
III. Forte institucionalização de canais de 
participação.
IV. Linguagem técnica e a burocracia do 
aparelho de Estado.
A alternativa que contém apenas itens que 
se referem às dificuldades encontradas pe-
los cidadãos diante das novas práticas par-
ticipativas é: 
a) Apenas III.
b) I e IV.
c) I, II e IV.
d) Apenas I.
e) Todas as alternativas.
Questão 4:
Na participação cidadã, a categoria central 
deixa de ser a _______ e passa a ser a 
sociedade. Seu conceito está lastreado na 
________ dos direitos sociais, na amplia-
ção do conceito de cidadania e em uma 
nova compreensão sobre o papel e o ca-
ráter do ________, remetendo à definição 
das prioridades nas políticas públicas a 
partir de um __________.
Assinale a alternativa que contém as pala-
vras adequadas para preencher as lacunas 
das frases acima:
15
a) Comunidade; universalização; Estado; 
debate público.
b) Pessoa; universalização; governante; 
plebiscito.
c) Comunidade; exclusividade; governan-
te; plebiscito.
d) Pessoa; universalização; Estado; de-
bate público.
e) Comunidade; universalização; gover-
nante; debate público.
Questão 5:
Sobre as prioridades do governo peesse-
debista de Fernando Henrique Cardoso, 
assim que assumiu o governo federal em 
1994, é correto afirmar:
a) Promoção da industrialização; criação 
de agências estatais reguladoras. 
b) Promoção de políticas redistributivas; 
criação de agências estatais reguladoras.
c) Condições de estabilidade 
macroeconômica; promoção de políticas 
redistributivas; criação de agências 
estatais reguladoras.
d) Condições de estabilidade 
macroeconômica; Reforma do Estado – 
Estado Mínimo; retomar o crescimento 
econômico.
e) Criação de canais de participação; 
estatização de empresasmultinacionais.
Questão 6:
Como forma de aprofundar a análise aqui 
exposta, leia o artigo: As ONGs: origens e 
(des)caminhos, de Joana Coutinho. Dispo-
nível em: <http://www.pucsp.br/neils/down-
loads/v13_14_joana.pdf>. Acesso em: 2 
jan. 2014.
Em poucas palavras, apresente os princi-
pais pontos de mutação na configuração 
das ONGs nas décadas de 1980 e 1990.
Questão 7:
Gohn (2011) analisa algumas categorias 
dentro da Participação Social que, a partir 
da década de 1990, perdem seu conteúdo 
político. Um exemplo é a mobilização so-
cial que passa a ser vista como energia a 
ser canalizada para objetivos comuns. 
É possível analisar esta situação a partir do 
conceito de confluência perversa de Eveli-
na Dagnino?
Questão 8:
O Movimento Sanitarista, que lutava por um 
sistema de saúde universal e de qualidade 
no país, com sua demanda pela descentra-
lização da administração e dos serviços de 
saúdes, bem como por uma participação 
efetiva da população nos três níveis fede-
rativos, demarca uma importante inflexão 
para a criação de espaços de participação 
na direção da fiscalização e controle das 
políticas públicas de saúde: 
AGORAÉASUAVEZ
http://www.pucsp.br/neils/downloads/v13_14_joana.pdf
http://www.pucsp.br/neils/downloads/v13_14_joana.pdf
16
Em 1986 foi realizada a VIII Conferência 
Nacional de Saúde, que alcançou 
pelo menos duas conquistas: foi o 
primeiro momento da história em que 
o Poder Executivo brasileiro chamou a 
sociedade civil organizada para debater 
e formular políticas públicas de Saúde, 
já que as Conferências anteriores 
eram marcadamente técnicas e com 
baixíssima representação social. 
Foi também nessa Conferência que, 
por meio de grupos de trabalho, 
foram formulados dois documentos 
para contribuir com a Constituinte, 
determinando em grande medida o 
desenho institucional de participação 
em Conselhos e a o próprio Sistema 
Único de Saúde: “Propostas do 
conteúdo saúde para a Constituição” e 
“Proposta de conteúdo para uma nova 
lei do Sistema Nacional de Saúde” 
(idem). As demandas de participação 
da sociedade civil nas três esferas 
do Estado deram novos contornos ao 
debate sobre a relação da sociedade 
civil com o Estado e a questão dos 
conselhos (POLIS-INESC, 2011, p.17).
Mediante a leitura do texto acima, faça uma 
rápida pesquisa sobre a instituição do Sis-
tema Único de Saúde (SUS) e relacione 
com o que foi estudado nesta aula.
Questão 9:
Considere que você é membro de um mo-
vimento social que, após muito ativismo e 
muita luta, consegue finalmente institucio-
nalizar um canal de participação que legiti-
me o debate em torno de suas demandas.
Quais as principais limitações que você 
imagina encontrar?
Questão 10:
Aponte um argumento contrário à atuação 
das ONGs enquanto cogestoras de políti-
cas sociais.
AGORAÉASUAVEZ
17
Nesta aula, você estudou as conquistas das organizações da sociedade civil, 
institucionalizadas na Constituição Federal de 1988, assim como o processo de mudança 
nas configurações da participação social no país pós-redemocratização.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
SILVA, Frederico Barbosa da; JACCOUD, Luciana; BEGHIN, Nathalie. Políticas Sociais 
no Brasil: Participação Social, Conselhos e Parcerias. In: JACCOUD, Luciana (Org.). 
Questão Social e Políticas Sociais no Brasil Contemporâneo. Brasília: IPEA, p. 373-407, 
2005.
BRASIL. Presidência da República. Ministério da Administração Federal e da Reforma 
do Estado (BRASIL/MARE). Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília: 
MARE, 1995. 
DAGNINO, Evelina (org.). Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. São Paulo: Paz e 
Terra/Unicamp, 2002.
DAGNINO, Evelina. Sociedade civil, participação e cidadania: do que estamos falando? In: 
MATO, Daniel. Políticas de ciudadania y sociedad civil en tiempos de globalización. Cara-
cas: FACES - Universidad Central de Venezuela, 2004.
DRAIBE, Sônia M. A política social no período FHC e o sistema de proteção social. Tempo 
Soc. São Paulo, vol.15, n.2, p.63-101, 2003b.
REFERÊNCIAS
FINALIZANDO
18
REFERÊNCIAS
GOHN, Maria da Glória. Conselhos Gestores e Gestão Pública. SP. Ciências Sociais Uni-
sinos, n.1, vol.42, jan-abr, 2006.
INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS (IPEA). Políticas Sociais: 
Acompanhamento e Análise. Edição Especial 13, 2007.
PÓLIS-INESC. Projeto/Pesquisa: Governança Democrática no Brasil Contemporâneo: 
Estado e Sociedade na Construção de Políticas Públicas - Arquitetura da Participação no 
Brasil: avanços e desafios. Ago/2011.
SALLUM Jr, Brasílio. Metamorfoses do Estado brasileiro no final do século XX. RBCS. 
vol.18, n.52, São Paulo, 2003.
SOUZA, Rafael. Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil: Uma expe-
riência democratizante? SP: Dissertação. Universidade Federal de São Carlos, Programa 
de Pós-Graduação em Ciência Política, 2009.
Mazelas: descaso dos governos autoritários com as questões sociais resultou em condições 
de pauperização extrema da sociedade, entre outras situações brutais.
Provisão: abastecimento de coisas necessárias e úteis.
Universalização dos direitos: os direitos sociais no Brasil eram corporativos, ou seja, 
restritos a categorias profissionais e passíveis de comprovação por meio da carteira de 
trabalho. Com a universalização dos direitos, findou-se este pré-requisito e todos os 
cidadãos passaram a ter direitos mínimos garantidos constitucionalmente.
Burocracia: forma de organização caracterizada por procedimentos regularizados.
Execução de Políticas Públicas: colocar em prática, transpor para a realidade.
GLOSSÁRIO
19
Questão 1
Resposta: A CF de 1988 foi batizada de Constituição Cidadã devido à intensa mobilização 
e participação social em torno do seu processo constituinte. Envolveu diversos atores dos 
mais variados setores e realmente mobilizou o país em torno da sua elaboração. Como 
resultado, várias foram as conquistas e garantias dos grupos sociais no pacto final desta 
Carta Magna.
Questão 2
Resposta: Alternativa A.
Justificativa: como você já estudou, nenhum fenômeno surge descolado de sua realidade 
social, assim como nenhuma instituição é criada a partir do nada. Considerando, portanto, 
todo o contexto da década de 1980, com as diversas forças sociais em disputa, Gohn 
(2011) apresenta como as estruturas institucionais de participação foram criadas na década 
de 1980 permeadas por valores e vícios já enraizados no aparelho estatal.
Questão 3
Resposta: Alternativa C.
Justificativa: todos os itens trazem as dificuldades encontradas nas práticas de participação 
pelos cidadãos, exceto o item III que não traz uma dificuldade e, sim, uma necessidade para 
que a participação ocorra de forma efetiva.
Questão 4
Resposta: Alternativa A.
Justificativa: Gohn (2011) apresenta as características da participação cidadã contempladas 
na alternativa A: comunidade; universalização; Estado; debate público.
GABARITO
20
Questão 5
Resposta: Alternativa D.
Justificativa: no contexto de grave crise econômica, índices inflacionários exorbitantes, 
alinhamento do sistema internacional no sentido de políticas neoliberais que Fernando 
Henrique Cardoso assume a presidência do país, ele adota como prioridades: condições de 
estabilidade macroeconômica; Reforma do Estado – Estado Mínimo; retomar o crescimento 
econômico.
Questão 6
Resposta: Nas décadas de 1960/1970, as ONGs surgiram como centros de “educação 
popular” e de assessorias a movimentos sociais, com ênfase na “conscientização” e 
“transformação social”. A partir dos anos 1990, elas passam a estar submetidas a outra 
lógica: priorizam trabalhos em “parceria” com o Estado e/ou empresas, assumindo a função 
de executora de políticas sociais.
Questão 7
Resposta: Sim. Como Gohn (2011) ressalta, há uma transfiguração da mobilização em 
processo para atingir resultados. Ou seja, existe sim uma disputa semântica em torno 
das questõesenvolvidas na participação social e, em muitos casos, a participação será 
apartada de seu potencial transformador, sendo utilizada como parte de uma estrutura 
política conservadora.
Questão 8
Resposta: O Sistema Único de Saúde (SUS) - sistema público de saúde brasileiro - foi 
institucionalizado na CF de 1988 é resultado da forte mobilização social em torno do 
tema. Contribuindo com o alargamento do conceito de cidadania, significa a efetivação 
do direito à saúde como um “direito de todos” e um “dever do Estado”. Ou seja, foi criado 
a partir de demandas da sociedade civil organizada e no sentido de universalizar direitos 
sociais dos cidadãos.
Questão 9
Resposta: A partir do momento em que os movimentos sociais se vêem diante de formas 
institucionalizadas de participação, novos desafios são colocados. Surge a necessidade de 
GABARITO
21
GABARITO
lidar com processos burocráticos, linguagens técnicas que não faziam parte da expertise 
destes cidadãos, além de valores como o clientelismo, o paternalismo e o corporativismo, 
permeando atuações tanto de representantes do governo, como de representantes da 
sociedade civil e fazendo com que o processo não seja simples.
Questão 10
Resposta: Conforme você já estudou, a possibilidade desta forma de atuação das ONGs é 
resultado da mudança no papel do Estado brasileiro que:
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela 
via da produção de bens e serviços para fortalecer-se na função de promotor e 
regulador desse desenvolvimento (BRASIL/MARE, 1995, p.12). 
Assim, a reforma do Estado no sentido de promover um Estado Mínimo passa a comportar 
espaços de cogestão de políticas sociais. Com isso, o Estado se isenta da responsabilidade 
direta por estas políticas (que passam a ser de responsabilidade das ONGs e OSCIPs), o 
formato de seleção das ONGs para esta parceria estimula a profissionalização das mesmas 
e ocorre um afastamento dos movimentos sociais de base. Tem-se, portanto, a criação de 
verdadeiras pequenas empresas que muito pouco representam os grupos sociais, mas que 
são apontadas pelo governo como interlocutoras.
seç
ões
Tema 06
Conselhos – Ocorrências Históricas e 
Emergência dos Conselhos Gestores
Como citar este material:
MAGRINI, Flávia Mello. Participação e Controle 
Social: Conselhos – Ocorrências Históricas 
e Emergência dos Conselhos Gestores. 
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera 
Educacional, 2014.
SeçõesSeções
Tema 06
Conselhos – Ocorrências Históricas e 
Emergência dos Conselhos Gestores
25
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
• Ocorrências históricas dos conselhos.
• O surgimento dos Conselhos Gestores e a redemocratização brasileira.
• Principais características dos Conselhos Gestores.
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Conselho Gestores e 
Participação Sociopolítica”, da autora Maria da Glória Gohn, Editora Cortez, 2011, Livro-
Texto n°.
Roteiro de Estudo:
Profa Flávia Mello MagriniParticipação e Controle Social 
26
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conselhos – Ocorrências Históricas e Emergência dos 
Conselhos Gestores
A existência de “conselhos” enquanto estruturas presentes em organizações sociais, 
seja para gestão de bens públicos ou em coletivos organizados da sociedade civil, não é 
recente. Historicamente, várias foram as experiências envolvendo este tipo de instituição: 
a Comuna de Paris, os sovietes russos, conselhos na democracia norte-americana, entre 
outros. Segundo Gohn (2011), é possível afirmar que, na modernidade, os conselhos surgem 
em épocas de crises políticas institucionais, em oposição a organizações tradicionais.
A Comuna de Paris é considerada a primeira experiência de autogestão operária por meio 
de conselhos populares (ocorreu na França, em 1871, e teve a duração de dois meses). 
(GOHN, 2011).
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• Quais as principais diferenças entre a Comuna de Paris e os conselhos norte-
americanos?
• Acompanhando o período de efervescência dos movimentos sociais, a partir da 
década de 1970, e as transformações políticas e sociais a partir de então, quais os tipos 
de conselhos surgidos no Brasil?
• A redemocratização no Brasil, assim como a Constituição Federal de 1988, tiveram 
relevância no surgimento dos conselhos gestores?
• Qual a principal garantia legal que propiciou a proliferação de conselhos no Brasil a 
partir da década de 1990?
LEITURAOBRIGATÓRIA
27
LEITURAOBRIGATÓRIA
[...] novidade histórica que ela inaugurou: a autogestão da coisa pública pelos 
próprios demandatários, a possibilidade da participação direta da população na 
gestão da cidade e, principalmente, a possibilidade da gestão pública estatal, 
articulada com a gestão da produção, em um projeto político emancipatório. 
(GOHN, 2011, p. 70).
Os conselhos norte-americanos, por sua vez, desenvolveram-se em torno de grupos e 
comunidades de interesses, objetivando constituir grupos de pressão na defesa de seus 
interesses. 
Enquanto os conselhos socialistas ou as experiências revolucionárias da 
primeira metade do século XX ocorreram no setor da produção, os conselhos 
americanos acontecem na esfera do consumo de bens, serviços e equipamentos 
coletivos públicos, ou de moradia familiar. (GOHN, 2011, p. 73).
Quando se pensa na realidade brasileira no século XX, é possível observar a ocorrência 
de três tipos de conselho: criados pelo poder público; populares e institucionalizados. Os 
conselhos comunitários, criados no final dos anos 1970, são exemplos de conselhos criados 
“de cima para baixo”, ou seja, criados pelo próprio poder público executivo, muitas vezes 
esvaziado politicamente quando se pensa em sociedade civil. Os conselhos populares, por 
sua vez, foram observados no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, na conjuntura 
de emergência e efervescência de movimentos sociais no país. Compostos exclusivamente 
de representantes da sociedade civil, seu poder estava na força da mobilização e da 
pressão. E, finalmente, os conselhos institucionalizados são aqueles surgidos após pressão 
da sociedade civil por canais institucionalizados de participação. Os conselhos gestores 
surgidos a partir da redemocratização no Brasil são exemplos deste tipo de conselho.
Para maiores detalhes, informações e exemplificações acerca dos dois primeiros tipos, leia 
a ótima análise de Maria da Glória Gohn (2011) no capítulo 4 do seu Livro-Texto. A partir de 
agora você verá as especificidades dos conselhos gestores (terceiro tipo), também a partir 
de análise de Gohn (2011).
Os conselhos gestores fazem parte das conquistas das organizações da sociedade civil 
fortemente atuantes no país desde 1970 e que tiveram grande importância no sentido da 
redemocratização brasileira. A garantia constitucional – Constituição Federal de 1988 – de 
participação social na gestão e no controle de políticas públicas é uma importante inovação 
na gestão pública. Pode-se afirmar que a potencialidade deste tipo de conselho está na 
“possibilidade de reordenamento das políticas públicas brasileiras na direção de formas de 
governança democráticas.” (GOHN, 2011, p. 87).
28
Como destaca Tatagiba (2002, p. 47), esse discurso de participação “busca articular a 
democratização do processo com a eficácia dos resultados.” Assim, a democratização do 
processo em torno das políticas públicas possibilitaria também uma alteração no cenário de 
incapacidade do Estado em responder às demandas sociais. 
A partir da década de 1990, leis orgânicas específicas passaram a regulamentar este 
direito constitucional à participação através da criação de conselhos gestores. Como forma 
de estimular a criação, assim como de consolidar a existência e o desenvolvimento dos 
conselhos gestores enquanto realidade política brasileira, garantias jurídicas passaram a 
articular a existência de conselhos ao repasse de recursos financeirosdo nível federal ao 
estadual e ao municipal. Com isso, é possível verificar que desde a década de 1990 houve 
uma proliferação na criação de conselhos pelo país (importante ressaltar, mais uma vez, 
que sua implementação depende de leis ordinárias estaduais e municipais). 
Como destaca Gohn (2011, p. 92):
Trata-se de um novo padrão de relações entre Estado e sociedade, porque eles 
viabilizaram a participação de segmentos sociais na formulação de políticas 
sociais e possibilitam à população o acesso aos espaços nos quais se tomam 
as decisões políticas.
Esta forma de ação política teria, portanto, grande potencial emancipatório no combate 
às políticas neoliberais que marginalizam as políticas sociais, reduzindo-as ao campo do 
assistencialismo. Isso porque essa maior proximidade do Estado através da participação 
das organizações da sociedade civil “provocaria um tensionamento nas agências estatais, 
tornando-as mais transparentes, mais responsáveis, mais suscetíveis ao controle da 
sociedade.” (TATAGIBA, 2002, p. 47) Ou seja, possibilitariam também uma maior efetividade 
na fiscalização e controle do Estado pela Sociedade Civil.
Você passará a estudar agora, de forma pontual, as principais características gerais dos 
conselhos gestores – sistematizadas em estudo de Luciana Tatagiba (2002). 
A legislação impõe que os conselhos gestores sejam criados com composição paritária 
entre representantes do poder público e de instituições da sociedade civil (GOHN, 2011), 
como mecanismo de equilíbrio nas decisões (TATAGIBA, 2002).
A representação governamental é feita normalmente por agentes públicos responsáveis pelas 
áreas das políticas sociais em questão ou que atuem em áreas afins. Os representantes da 
sociedade civil são escolhidos por seus pares – entre organizações relevantes na área; as 
LEITURAOBRIGATÓRIA
29
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Leia o artigo Conselhos Gestores e gestão Pública, de Maria da Glória Gohn (2006). 
Disponível em: <http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/Publicacoes/
ciencias_sociais_v42n1/maria_gohn.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste artigo a autora 
analisa os conselhos no contexto da construção da democracia e da participação popular.
Leia o artigo A gestão descentralizada e participativa das políticas públicas no Brasil, de 
Roberto Rocha (2009).
Disponível em: <http://www.ppgcsoc.ufma.br/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=318&catid=72&Itemid=114>. Acesso em: 2 jan. 2014. O autor contribui com uma 
análise deste novo formato da gestão das políticas públicas. 
LINKSIMPORTANTES
LEITURAOBRIGATÓRIA
especificidades na composição destes representantes devem ser previstas por lei específica 
que leve em consideração a particularidade de cada contexto. 
A função de conselheiro não deve ser remunerada (com exceção dos membros do conselho 
tutelar), uma vez que é considerada como atividade de “relevância pública”. E suas reuniões 
devem ser abertas à comunidade – que não tem direito a voto (TATAGIBA, 2002).
O funcionamento dos conselhos é regido por um regimento interno – elaborado por cada 
conselho – que deve ser aprovado em plenária e posteriormente apreciado e aprovado 
através de decreto pelo Poder Executivo. Suas decisões devem ter a forma de resolução e 
precisam ser publicadas em Diário Oficial (TATAGIBA, 2002).
O entendimento acerca dessas características e de seu funcionamento será importante, 
principalmente para entender os limites e as dificuldades enfrentadas pelos conselhos 
gestores. Discussão que será realizada na próxima aula.
http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/Publicacoes/ciencias_sociais_v42n1/maria_gohn.pdf
http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/Publicacoes/ciencias_sociais_v42n1/maria_gohn.pdf
http://www.ppgcsoc.ufma.br/index.php?option=com_content&view=article&id=318&catid=72&Itemid=114
http://www.ppgcsoc.ufma.br/index.php?option=com_content&view=article&id=318&catid=72&Itemid=114
30
Leia o artigo Perfil da produção acadêmica sobre os Conselhos Gestores de Políticas 
Públicas no Brasil, de Carla Cecília Rodrigues Almeida e Domitila Costa Cayres (2012). 
Disponível em: <http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_
view&gid=7867&Itemid=76>. Acesso em: 2 jan. 2014.
Neste artigo as autoras trazem importantes análises sobre a produção acadêmica brasileira 
no tema abordado nesta aula.
Acesse o site do Núcleo de Pesquisa em Movimentos Sociais (NPMS) da Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC).
Disponível em: <http://www.npms.ufsc.br/>. Acesso em: 2 jan. 2014.
Neste site você terá acesso a diversas informações sobre as pesquisas realizadas pelo 
Núcleo, assim como de suas importantes publicações.
Vídeos Importantes: 
Assista ao programa Política em Foco sobre “Política e Conselhos Gestores”.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=f7rDYCb31j8>. Acesso em: 2 jan. 2014. 
Neste vídeo você poderá acompanhar a discussão muito relevante sobre o tema dos 
conselhos gestores.
LINKSIMPORTANTES
http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=7867&Itemid=76
http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=7867&Itemid=76
http://www.npms.ufsc.br
http://www.youtube.com/watch?v=f7rDYCb31j8
31
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1:
Em poucas palavras, descreva as princi-
pais características da Comuna de Paris.
Questão 2:
Considerando os Conselhos que se torna-
ram famosos na história, é incorreta a al-
ternativa:
a) Conselhos Iugoslavos.
b) Sovietes Russos.
c) Comuna de Paris.
d) Conselhos Operários de Turim.
e) Comunidades Eclesiais de Base
Questão 3:
Considere os seguintes itens:
I. Sua criação teve forte influência de um 
encontro de entidades cujo resultado foi a 
elaboração do documento Carta de São 
Paulo.
II. Sua finalidade era discutir o orçamen-
to municipal e participar na elaboração de 
programas e projetos dos órgãos da muni-
cipalidade.
III. Eram estratégias de organização de 
um poder popular autônomo, estruturado a 
partir de movimentos sociais da sociedade 
civil. 
IV. Foram criados na administração petista.
AGORAÉASUAVEZ
32
A alternativa que contém apenas itens que 
se referem aos Conselhos comunitários em 
São Paulo é:
a) Apenas I.
b) Apenas I e IV.
c) I, II e IV.
d) Apenas I e II.
e) Nenhuma alternativa.
Questão 4:
Sobre os Conselhos Gestores assinale a 
alternativa INCORRETA:
a) Fruto de lutas e demandas populares.
b) Devem possuir composição paritária 
entre representantes do poder público e 
representantes da sociedade civil.
c) Trazem como novidade a possibilidade 
de estabelecer formas de governança 
democráticas no que diz respeito às 
políticas públicas.
d) O repasse de recursos federais aos 
estados e municípios está articulado à 
existência de conselhos gestores.
e) Todas as suas experiências permitem 
afirmar que são conselhos inoperantes 
criados pelo poder Executivo como forma 
de controle da dinâmica social.
Questão 5:
Os Conselhos Populares devem _________ 
a administração pública no processo de 
gestão para _________ do serviço público; 
ser restauradores da influência ______ do 
cidadão comum nos negócios da cidade.
Assinale a alternativa que contém as pala-
vras adequadas para preencher as lacunas 
das frases acima:
a) fiscalizar e auxiliar; melhoria; direta.
b) observar e respeitar; melhoria; indireta.
c) contemplar e elogiar; melhoria; indireta.
d) fiscalizar e auxiliar; eficiência; indireta.
e) observar e respeitar; eficiência; direta.
Questão 6:
Todos os conselhos que existiram até hoje 
são iguais?Explique a partir de uma análi-
se entre os conselhos socialistas e os con-
selhos norte-americanos.
Questão 7:
Imagine que você faz parte de um movi-
mento social na década de 1980 em São 
Paulo – estando organizado e atuante des-
de meados da década de 1970 – em uma 
realidade de repressão política, de inexis-
tência de canais de participação e expres-
são das demandas da sociedade civil junto 
AGORAÉASUAVEZ
33
ao poder público. Após muita luta e mobili-
zação, você e os demais membros de mo-
vimentos sociais verificam uma sinalização 
de alterações nesse cenário com a criação 
pelo poder executivo de um conselho co-
munitário. Você veria com descrédito esta 
alteração institucional ou apostaria suas fi-
chas, buscando participar deste conselho? 
Justifique.
Questão 8:
Você estudou em sua Leitura Obrigatória 
que:
A função de conselheiro não deve ser remu-
nerada (com exceção dos membros do con-
selho tutelar), uma vez que é considerada 
como atividade de “relevância pública”.
Explique o que é um conselho tutelar e faça 
uma rápida pesquisa a respeito do direito à 
remuneração de seus conselheiros.
Questão 9:
Maria da Gloria Gohn (2011) traz no seu Li-
vro-Texto uma análise a respeito dos Con-
selhos Populares na administração petista 
(1989-1992). 
Ao assumir o governo federal em 2003, 
Luiz Inácio Lula da Silva – o primeiro pre-
sidente do Partido dos Trabalhadores (PT) 
eleito no país –, em diversos discursos, as-
sim como em diversas práticas, estimulou 
a criação de mecanismos participativos, 
dentre eles os Conselhos.
Faça um texto pequeno que contextualize 
o PT dentro desse período de transforma-
ções políticas e sociais ocorridas no Brasil 
desde a década de 1970.
Questão 10:
Quando se pensa no contexto de refor-
mas neoliberais que ocorreram no Estado 
brasileiro, quais as maiores críticas que 
podem ocorrer em relação aos conselhos 
gestores?
AGORAÉASUAVEZ
34
Nesta aula você estudou algumas ocorrências históricas do conselho, até chegar 
ao modelo de Conselho Gestor. Passando por uma rápida contextualização sobre sua 
emergência, estudou as suas principais características e sua importância enquanto 
instrumento de controle social.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, H.; PASQUINO, G. Dicionário de Política. 5ª Ed. Brasília: Edi-
tora Universidade de Brasília, 2000.
GOHN, Maria da Glória. Conselhos Gestores e Participação Sociopolítica. Editora Cortez, 
2011.
MORI, Celso Cintra. Lei complementar não se confunde com Lei orgânica. Revista Con-
sultor Jurídico. 2006. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2006-set-29/lei_comple-
mentar_nao_confunde_lei_organica?pagina=7>. Acesso em: 2 jan. 2014. 
TATAGIBA, Luciana. Os conselhos gestores e a democratização das políticas públicas 
no Brasil. In: DAGNINO, Evelina (org.). Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. São 
Paulo: Paz e Terra; 2002. p. 47-103.
REFERÊNCIAS
FINALIZANDO
http://www.conjur.com.br/2006-set-29/lei_complementar_nao_confunde_lei_organica?pagina=7
http://www.conjur.com.br/2006-set-29/lei_complementar_nao_confunde_lei_organica?pagina=7
35
Sovietes: a palavra russa soviete significa exatamente “conselho”. Os sovietes russos 
consistem nos conselhos operários instituídos pela primeira vez durante a revolução russa 
de 1905, e foram fortalecidos mais tarde, na revolução de 1917. (BOBBIO et al., 2000).
Lei Orgânica: é identificada pelo seu conteúdo. Ela confere estrutura e organização à 
determinada atividade do Estado ou instituto de Direito Público. (MORI, 2006).
Composição Paritária: pressupõe a equivalência entre os representantes que comporão o 
conselho. Ou seja, 50 % do total de conselheiros deverão ser de representantes do poder 
público e 50% de representantes da sociedade civil.
Eficácia: está relacionada ao nível gerencial, neste contexto, das políticas públicas. Ou seja, 
diz respeito à decisão do caminho a seguir (planejamento) para que no fim os resultados – 
das políticas – correspondam às necessidades reais – da sociedade.
Potencial emancipatório: neste contexto, o termo remete à possibilidade de transformações 
sociais.
GLOSSÁRIO
36
Questão 1
Resposta: Você deverá destacar algumas das principais características da Comuna de 
Paris:
- Considerada a primeira experiência histórica de autogestão operária por meio de conselhos 
populares.
- Propunha substituir a organização de trabalho capitalista por uma organização nova (ideais 
anarquistas).
- Projeto político emancipatório.
Para aprofundar sua exposição sobre o tema, leia o texto A Comuna de Paris, 1971, de 
Peter Kropotkin, disponibilizado pelo prof. Luiz Arnaut. Disponível em: <http://www.fafich.
ufmg.br/~luarnaut/Kropotkin_Comuna%20de%20Paris.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014.
Questão 2
Resposta: Alternativa E.
Todas as alternativas possuem exemplos históricos de conselhos (apresentados por 
Gohn (2011) no capítulo 4 do seu Livro-Texto), exceto a alternativa E. As Comunidades 
Eclesiais de Base (CEB) foram comunidades ligadas principalmente à Igreja Católica. 
Espalharam-se sobretudo na década de 1970, tendo influência da Teologia da Libertação, 
e impulsionaram diversos movimentos sociais na época – clubes de mães, associações 
de moradores, entre outros.
Questão 3
Resposta: Alternativa D.
Apenas as alternativas I e II dizem respeito aos conselhos comunitários. Conforme você 
estudou, as alternativas III e IV dizem respeito aos conselhos populares.
GABARITO
http://www.fafich.ufmg.br/~luarnaut/Kropotkin_Comuna de Paris.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/~luarnaut/Kropotkin_Comuna de Paris.pdf
37
Questão 4
Resposta: Alternativa E.
Todas as alternativas dizem respeito aos conselhos gestores, exceto a alternativa E. Apesar 
de todos os limites encontrados na atuação dos conselhos gestores (que serão estudados 
na próxima aula), não é correto afirmar que são conselhos inoperantes. Além disso, mesmo 
institucionalizados, não são prerrogativas do poder Executivo, e sim direitos participativos 
garantidos constitucionalmente.
Questão 5
Resposta: Alternativa A.
Os conselhos gestores visam, mediante participação direta dos cidadãos, garantir uma 
melhoria nas políticas públicas.
Questão 6
Resposta: Como já estudado, não se pode generalizar processos sociais. Todas as 
ocorrências históricas devem ser analisadas a partir de seu contexto sócio-político para 
que não sejam cometidos etnocentrismos com prejuízo de valor nas análises. Dessa 
forma, não é possível afirmar que todas as ocorrências de conselhos são iguais. Todas 
devem ser analisadas a partir do contexto em que ocorreram. Um bom exemplo para 
compreender essas variações é justamente pensar nas ocorrências dos conselhos 
socialistas e os conselhos norte-americanos. Enquanto estes acontecem na esfera do 
consumo de bens, serviços e equipamentos coletivos públicos (funcionando a partir de 
grupos de interesse), os conselhos socialistas ocorreram no setor da produção, buscando 
transformações sociais profundas.
Questão 7
Resposta: O acerto desta questão não está na resposta afirmativa ou negativa, e sim 
na justificativa que você construir. Esta questão da institucionalização dos movimentos 
sociais foi ponto de intensa discussão e controvérsia. Muitos eram os movimentos sociais 
que pregavam a necessidade de afastamento total do aparelho de estado (aproximando-
se das experiências de conselhos populares), mas muitos eram os movimentos que viam 
as possibilidades de participação como uma possibilidade real de iniciar um processo de 
democratização dos espaços públicos. Claro que, na realidade apontada, muitas foram 
GABARITO
38
as experiências mal sucedidas, de espaços que se mostraram inoperantes, frustrando as 
expectativas dos movimentos sociais. De qualquer forma, a escolha para a participação ou 
não foi uma realidade do período, resultado da heterogeneidade dessa sociedade civil – 
heterogeneidade e pluralidadetão necessárias ao exercício democrático.
Questão 8
Resposta: O Conselho Tutelar foi criado junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) e instituído pela Lei n. 8.069/1990. Trata-se de um órgão municipal, autônomo, 
responsável por zelar pelos direitos da criança e do adolescente. Recentemente foi 
sancionada a Lei n. 12.696/2012, que torna obrigatória a remuneração e o pagamento de 
direitos trabalhistas aos conselheiros tutelares. 
Para maiores informações, leia o artigo Conselheiros Tutelares terão direito à remuneração 
e direitos sociais. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/07/27/
conselheiros-tutelares-terao-direito-a-remuneracao-e-direitos-sociais>. Acesso em: 2 jan. 
2014. E consulte a referida lei na íntegra: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12696.htm>. Acesso em: 2 jan. 2014.
Questão 9
Resposta: O Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado em 1980, em São Paulo. Surgiu 
da organização sindical autônoma de operários paulistas, liderados por Luiz Inácio Lula da 
Silva e outras lideranças de trabalhadores, no final da década de 1970. A criação desse 
partido, portanto, também se encontra inserida no contexto de emergência de movimentos 
sociais, sendo, na verdade, fruto de segmentos destes movimentos. Dada essa realidade, 
pode-se pensar o porquê do PT partilhar de valores participativos.
Questão 10
Resposta: Como você já estudou em aulas anteriores, a reforma neoliberal do Estado, 
ocorrida na década de 1990, aconteceu com o objetivo de construir um modelo de Estado 
Mínimo. Dessa maneira, ele se retira como responsável pelas políticas sociais e, utilizando 
do artifício de mecanismos ditos participativos, passa estas responsabilidades para a 
sociedade civil – mais especificamente, terceiriza estas atividades deixando sob tutela do 
Terceiro Setor. Nesse contexto todo, os conselhos podem vir a funcionar como uma válvula 
de escape, atuando diretamente junto a esse processo.
GABARITO
http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/07/27/conselheiros-tutelares-terao-direito-a-remuneracao-e-direitos-sociais
http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/07/27/conselheiros-tutelares-terao-direito-a-remuneracao-e-direitos-sociais
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12696.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12696.htm

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