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APOSTILA JC 1

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CAMP – Centro de Formação e Integração Social
Comunicação 1
Apostila do Programa de Aprendizagem
CAMP – Centro de Formação e Integração Social
Comunicação
Apostila do Programa de Aprendizagem
Elaborada por:
CARLOS DIEGO EGYDIO
A linguagem não é apenas uma forma de representação, como expressam, por seus limites, as crianças. Mais do que isso, ela é uma forma de compreensão e ação sobre o mundo.
 (Proposta Curricular do Estado de São Paulo, p.12)
O homem é um ser social
4
Formas e expressão de comunicação: verbal, escrita e digital
5
Comunicação verbal e não-verbal
6
Texto: comunicação
6
Componentes da comunicação: receptor, emissor, meio (canal), mensagem e código
10
Comunicação em massa e segmentada
13
Conceito de texto
14
Bilhete
14
Diário
16
Receitas
16
Estórias: fábulas e contos
17
Texto: uma fábula
19
Músicas
21
Relato pessoal
23
Texto informativo
24
Notícia
24
Legendas
25
Jornal
25
Exercícios de revisão sobre pontuação
29
Exercícios de revisão sobre acentuação
31
Crase
32
Nova reforma ortográfica
35
Emprego do s
37
Emprego do z
38
Emprego do g
39
Emprego do j
40
Emprego do x
40
Emprego do ch
41
Emprego das iniciais maiúsculas e minúsculas
43
Morfologia
46
Radical
46
Vogal temática
46
Tema
47
Desinências
48
Afixos
49
Vogal e consoante de ligação
50
Palavras cognatas
50
Classes de palavras
51
Emprego dos pronomes de tratamento
56
Abreviação
57
Uso de abreviaturas
58
Regras específicas para a concordância nominal e verbal
67
Uniformização da correspondência oficial
85
Correspondência e redação oficial
86
Características da redação oficial
86
Uso de abreviaturas nos documentos oficiais
88
Requerimento
89
Ofício
91
Telegrama
92
Declaração
94
Atestado
96
Memorando
97
Recibo
99
Certidão
100
Procuração
101
Ata
103
Dicas para o bom uso de e-mail
108
Saber ouvir
111
Relato verídico: caso GM
113
Saber falar
114
Itens importantes da fala eficaz
116
Teste sua habilidade comunicativa
117
Atendimento ao cliente
120
Atendimento de qualidade
122
Porque é importante saber lidar com os clientes?
126
Teste sua habilidade em atender o cliente
128
Tipos de consumidores
131
Negociação
133
Natureza da negociação
135
Negociação nas organizações
136
Etapas do processo de negociação
136
Gestão do conflito: lidando com sentimentos e atitudes que prejudicam a negociação
137
Teste sua habilidade como negociador
139
Mídia
142
A influência da mídia em nossas vidas
144
O que é marketing?
146
Conselhos e recomendações para um bom serviço
148
Adequação do discurso a situações formais e informais
150
Valor da leitura
155
Texto: “a regreção da redassão”
156
A importância do significado das palavras para o processo de leitura
159
Tipos de leituras
160
Conceito de fonema e letra
162
Produção dos sons da fala
164
Classificação dos fonemas
165
Texto descritivo
172
Tipo de descrição técnica: objeto
174
Tipo de descrição técnica: processo
175
Tipo de descrição técnica: ambiente
176
Dicas para elaboração de manuais técnicos
177
Referências bibliográficas
179
Objetivo: Fazer com que o aprendiz reflita sobre o papel da comunicação e reconheça as formas e expressão que usamos para nos comunicar, bem como o modo verbal e não verbal da comunicação. Assim, mostrar o conceito ao aprendiz que a comunicação possui componentes que garantem sua eficiência.
O HOMEM É UM SER SOCIAL
O homem, como ser social, precisa se comunicar e viver em comunidade, que é onde troca seus conhecimentos e suas experiências. Estes, por sua vez, irão levá-lo a assimilar e compreender o mundo em que vive, dando-lhe meios para transformá-lo.
Ao acumular as experiências de sua comunidade, o homem vai construindo uma cultura própria que é transmitida de geração para geração. Para transmitir sua cultura e para suprir a necessidade de buscar a melhor expressão de suas emoções, suas sensações e seus sentimentos, o homem se viu diante de certos desafios: um deles foi o de criar r desenvolver uma maneira de comunicar-se com seus semelhantes.
Distanciou-se, então, ainda mais dos outros animais, pois foi o único que conseguiu criar símbolos e signos de vários tipos (linguísticos, picturais e gráficos) com o intuito de comunicar-se.
(Roberto Melo Mesquita, Gramática da Língua Portuguesa, p.15)
FORMAS E EXPRESSÃO DE COMUNICAÇÃO: VERBAL, ESCRITA E DIGITAL
O ser humano, ao longo de sua vida, encontra diversas maneiras para expressar aquilo que os pensamentos manifestam. Para esta ação, utilizamos a linguagem, ou seja, é o meio que usamos para a transmissão de uma mensagem, isto é, para comunicar.
O termo linguagem pode designar um vocabulário especializado (linguagem científica), os meios pelos quais certos indivíduos se comunicam (linguagem gestual), um conjunto de procedimentos técnicos (linguagem cinematográfica), um conjunto de palavras ou instruções que permitem ordenar a uma máquina que execute determinadas operações (linguagem de programação de computadores) etc.
A manifestação da linguagem pode ser dar pela expressão:
- Verbal: quando a mensagem materializa-se através da utilização da língua, ou seja, pela própria fala;
- Escrita: quando a mensagem materializa-se através de palavras, ou seja, recursos textuais;
- Digital: quando a mensagem materializa-se através da combinação dos recursos textuais alinhados a utilização da língua, como por exemplo: email, salas de bate-papo, fóruns online entre outros.
COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO-VERBAL
Durante o nosso cotidiano, fazemos o uso de variadas combinações para que a pessoa que está recebendo a mensagem compreenda da forma correta. De uma forma inconsciente ou não, utilizamos a linguagem verbal e não-verbal para nos expressarmos. 
Ao utilizarmos os recursos da fala ou escrita como meio de comunicação, estamos colocando em prática a linguagem verbal. Já quando a comunicação se faz através de imagens, figuras, símbolos, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos, temos a linguagem não-verbal, onde as palavras são dispensadas, pois o que representa já diz tudo. Além desses dois casos, a comunicação ainda pode se tornar mista, ou seja, quando a linguagem verbal e a não verbal são combinadas na transmissão da mensagem.
TEXTO: COMUNICAÇÃO
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
“Pois não?”
“Um... como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta vem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso, uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro...”
“Ora, você sabe do que eu estou falando.”
“Estou me esforçando, mas...”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro.”
“Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim, senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.”
“Sinto muito.”
“Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso,me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil metal, como você está pensando.”
“Eu não estou pensando nada, cavalheiro.”
“Chame o gerente.”
“Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feita do quê?”
“É de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
“Francamente...”
“Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.”
“Ah, tem clique. É elétrico.”
“Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
“Já sei!”
“Ótimo!”
“O senhor quer uma antena externa de televisão.”
“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...”
“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.”
“Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e...”
“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um...um... Como é mesmo o nome?
(Luis Fernando Veríssimo. Comunicação. In: Amor Brasileiro.
2. ed. Porto Alegre, L&PM, 1986.p.143-145.)
Exercícios
1. Quais problemas enfrentam as personagens do texto?
2. O vendedor sugere ao freguês que se comunique de outra maneira. Como? Por que o freguês não o faz o que lhe foi sugerido?
3. Você considerou bem claras as descrições do freguês? Procure um trecho que justifique sua resposta.
4. O freguês irrita-se com o vendedor, atribuindo-lhe a culpa pelo mal-entendido, e não à sua dificuldade de expressão. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta com base nos conceitos apresentados até o momento.
5. Já que não se lembrava do nome do objeto, a personagem poderia ter se expressado por meio de gestos, desenhos ou feito uma descrição que levasse em conta a finalidade, a utilidade do objeto pretendido.
a) O freguês procurou utilizar gestos em sua explicação? Com que resultado?
b) Se a personagem descrevesse a utilidade do objeto, seria compreendida mais facilmente. O que poderia ter dito?
COMPONENTES DA COMUNICAÇÃO: RECEPTOR, EMISSOR, MEIO (canal), MENSAGEM E CÓDIGO
Para a utilização da linguagem como representação dos nossos pensamentos, precisamos ter a percepção dos componentes que farão que a transmissão da mensagem intencionada chegue da melhor maneira possível de ser compreendida pelo ouvinte.
O ato comunicativo é feito através de uma interação, observada pelos seguintes componentes:
- Emissor: toma a iniciativa de enviar a mensagem. Pode ser individual ou coletiva;
- Receptor: é aquele que recebe a mensagem, seja ela escrita ou dita. Ao responder esta mensagem recebida, ele torna-se um emissor;
- Referente: é o contexto, a situação e os objetos aos quais a mensagem remete;
- Mensagem: é o conteúdo das informações transmitidas;
- Código: É a linguagem verbal ou não-verbal utilizada. É o conjunto de regras e combinações que o emissor e receptor devem conhecer para que a comunicação seja eficiente.
- Canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Esse meio pode ser: sons, sinais visuais, cheiros, gostos, etc.
Veja o exemplo de comunicação na frase:
Um motorista avança o sinal vermelho. O guarda de trânsito apita. O motorista para.
Para o exemplo anterior temos as seguintes situações:
Emissor: O guarda de trânsito
Receptor: O motorista
Mensagem: “Pare!”
Canal: O som do apito
Código: O conjunto das leis de trânsito
Referente: O incidente no trânsito
É perceptível que para que o ato da comunicação seja feito da forma esperada, deve-se ter a preocupação com os elementos citados acima, uma vez que eles integram de forma intencionada ou não esses componentes essenciais. Comunicar não é somente falar ou escrever, sem pensar no contexto, conteúdo, como transmitir a mensagem e sim a maneira de melhor combinar esses componentes para que o receptor compreenda com a mesma intenção que o emissor tentou realizá-la. 
Exercício
A Serpente
(COATL)
“Seu bom humor e espontaneidade a fazem popular entre os amigos. Está sempre alegre, é divertida e adora ouvir o que eles têm para contar. Faz qualquer sacrifício em nome da amizade e conquista as pessoas ao se tornar confidente delas. O trabalho não é prioridade na sua vida. Você não se deixa escravizar pela carreira, mas alcança o sucesso profissional mesmo assim. Embora não deixe transparecer, tem problemas como todo mundo e nem sempre consegue resolvê-los.
- Para ser feliz: decida impasses com mais rapidez. Sua hesitação pode emperrar projetos.”
Revista Claudia, ed. 441, out.2012/
http://claudia.abril.com.br/aberto/ch5/asteca.html. Acessado em maio 2003.
6. Indique o emissor, o destinatário, o código e o canal nessa matéria.
7. A partir das relações de concordância, podemos definir o sexo do público-alvo dessa matéria. Que palavras nos permitem isso?
8. O horóscopo asteca, ao contrário do horóscopo zodiacal, tem seus signos relacionados à data de nascimento completa (dia, mês e ano). Para que o público encontre seu signo, a revista Claudia apresenta uma relação que vai de 1º de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1977 e uma nota de rodapé (se você nasceu antes de 1962 ou depois de 1977, acesse o nosso site). A partir dessas informações, defina o destinatário com mais precisão.
9. O que vocês acreditam que signifique “COATL” e qual seria a razão de ter essa palavra acompanhando o título?
Objetivo: Fazer com que os alunos continuem compreendendo a função da comunicação, levando-os a perceberem o envolvimento com o público. Após o contato com a base conceitual da comunicação, mostrar a eles que existem o gêneros textuais e suas características individuais.
COMUNICAÇÃO EM MASSA E SEGMENTADA
Após compreender os componentes da comunicação, nesse assunto ficará mais compreensível, principalmente pelo fato de focarmos no receptor da mensagem. A comunicação pode ter duas classificações principais quanto ao público que a mensagem intencionada: a comunicação em massa e comunicação segmentada. Tanto uma, como a outra, podem ser veiculadas através do rádio, televisão, internet, jornais, revistas, cinemas, teatros e entre outras formas de levar ao público o que se deseja.
Ainda focando no receptor da mensagem, imagine uma propaganda eleitoral para eleger o presidente da república. Com certeza os componentes da comunicação serão bem analisados para convencer o eleitor a votar no tal candidato. Podemos chamar esse tipo de expressão como comunicação de massa, ou seja, a intenção é que a mensagem seja transmitida a um grande número de receptores.
Um outro recurso que está sendo muito utilizado, e que faz parte da comunicação em massa, é a comunicação segmentada. Esse tipo de transmissão da mensagem é mais restrito, ou seja, tem a pretensão de alcançar um público alvo. Podemos pegar como exemplo a estreia de um programa de TV infantil, onde a divulgação será feita pela própria TV e vários tipos de pessoas poderão ver a propaganda do tal programa, mas a verdadeira intenção é atingir e convencer o público infantil a assisti-lo.
GÊNEROS TEXTUAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS
BILHETE
É um texto simples e breve, em que se transmite algo de maneira bem informal. Geralmente, quando não escrito a mão, é feito pelo formato de correio eletrônico. Mesmo sendo informal, ainda se preza o bom senso tanto com a gramática quanto com educação na seleção das palavras.
Atividadeem Grupo
Comunicação Cifrada
Em grupos, inventem um novo código, fazendo a correspondência entre cada símbolo e uma letra do nosso alfabeto.
Escrevam um bilhete no alfabeto português e um no novo código criado, entregue para o instrutor somente o bilhete cifrado e o novo alfabeto. Já o bilhete escrito em língua portuguesa deve ficar com o grupo para verificarem se a mensagem que foi decifrada é a mesma que se tentou transmitir no bilhete.
O instrutor distribuirá aleatoriamente os bilhetes para que os grupos possam decifrar as mensagens e depois compartilhá-las com a turma e verificar se ela manteve o mesmo sentido.
DIÁRIO
É um estilo de texto que é registrado fatos do cotidiano, impressões e confissões. Um exemplo disso é o Diário de Anne Frank, onde é contada a história dela e de um grupo de pessoas que se esconderam durante a ocupação nazista nos Países Baixos. Na maioria das vezes, o emissor é o próprio receptor, sem a intenção que outros vejam e apenas fique como registro.
RECEITAS
Se pararmos para pensar, o que nos vem à mente são as receitas culinárias, onde a produção do texto é mais livre. Mas também não podemos esquecer que existem as receitas médicas. Propositalmente, devemos lembrar esses dois exemplos para mostrar que neste estilo de texto prevalecem dois tipos muito comuns: o texto injuntivo e o texto prescritivo. 
Ao analisarmos as receitas culinárias, por exemplo, logo percebemos que a intenção é de nos ajudar a realizar uma determinada tarefa. Esta é uma das características do texto injuntivo, que tem como principal finalidade: instruir o receptor a realizar um determinado procedimento, deixando espaço para refletir se algo pode ser modificado nesse processo. Vale ressaltar que este estilo apenas sugere, mesmo que em sua construção utilize-se verbos no modo imperativo.
Já na observação de receitas médicas, por exemplo, nota-se a imposição de algum procedimento a ser seguido pelo receptor. Esta é uma das características do texto prescritivo, que tem a função de mostrar como o indivíduo deve realizar tal procedimento, mas sem ter outra opção de executá-lo. Este tipo de texto está presente em editais de concursos, no código de processo penal e entre outros documentos.
ESTÓRIAS
Costuma-se diferenciar estória de história pelo fato que ela tem a função de narrar lendas, contos tradicionais de ficção, ou seja, contos inverossímeis. Já a história tem um compromisso em relatar aquilo que realmente aconteceu, ou pelo menos chegar perto.
Podemos enquadrar neste estilo os contos e fábulas, que possuem características próprias. Veja: 
Fábulas
As fábulas são narrativas ficcionais que alertam sobre fatos que podem ocorrem na vida real, criticam comportamentos humanos e chegam até ironizar o ser humano. O texto apresentam personagens que geralmente são animais que pensam, falam e agem como se fossem seres humanos, encerrando com uma lição de moral que contêm ensinamentos que chamam a atenção para o nosso modo de agir e de sentir.
Contos
Os contos são narrativas que em sua construção encontramos elementos: como narrador, personagens, enredo (ou trama), indicadores de tempo e espaço físico. Todos esses elementos, que também são encontrados num romance, numa novela policial ou mesmo numa notícia de jornal, organizam-se no conto de acordo com a unidade da ação que é apresentada. Eles devem estar voltados para a resolução do conflito proposto pelo autor – que, no caso do conto, costuma ser um só. 
Além dessas características, outra que se torna importante é a extensão reduzida. E de uma forma mais simples, o bom conto é aquele em que, com os recursos
 estritamente necessários (a caracterização das personagens, as descrições, a construção da trama e seu desfecho), conta-se uma história que impressione o leitor.
Objetivo: Fazer com que os alunos continuem compreendendo os gêneros textuais e suas respectivas características. Neste encontro serão explorados os conceitos sobre a música e o relato pessoal.
UMA FÁBULA
Certa vez os animais resolveram preparar seus filhos para enfrentarem as dificuldades do mundo atual e, por isso, organizaram uma escola.
Adotaram um currículo prático que constava de corrida, escalagem, natação e voo. Para facilitar o ensino, todos os alunos deveriam aprender todas as matérias.
O pato, exímio em natação (melhor mesmo que o professor), conseguiu notas regulares em voo, mas era aluno fraco em corridas e escalagem. Para compensar esta fraqueza, ficava retido na escola todo o dia, fazendo exercícios extras. De tanto treinar corrida ficou com os pés terrivelmente esfolados e, por isso, não conseguia mais nadar como antes. Entretanto, como o sistema de promoção era a média aritmética das notas nos vários cursos, ele conseguiu ser um aluno sofrível, e ninguém se preocupou com o caso do pobre pato.
O coelho era o melhor aluno do curso de corrida, mas sofreu tremendamente e acabou com um esgotamento nervoso, de tanto tentar a natação.
O esquilo subira tremendamente, conseguindo belas notas no curso de escalagem, mas ficou frustrado no voo, pois o professor o obrigava a voar de baixo para cima e ele insistia em usar seus métodos, isto é, em subir nas árvores e voar de lá para o chão. 
Ele teve que se esforçar tanto na natação que acabou por passar com nota mínima em escalagem, saindo-se mediocremente em corrida.
A águia foi uma criança problema, severamente castigada desde o princípio do curso, porque usava métodos exclusivos dela para atravessar o rio ou subir nas árvores. No fim do ano, uma águia anormal que tinha nadadeiras conseguiu a melhor média em todos os cursos e foi a oradora da turma.
Os ratos e os cães de caça não entraram na escola porque a administração se recusou a incluir duas matérias que eles julgavam importantes, como escavar tocas e escolher esconderijos. Acabaram por abrir uma escola particular junto com as marmotas e desde o princípio, conseguiram grande sucesso.
(Autoria não identificada)
Exercícios
10. Por que os ratos, cães de caça e marmotas tiveram sucesso enquanto os outros animais tiveram problemas?
11. O que você diria dos “alunos” que não se submeteram ao currículo da escola?
(Os ratos, cães e as marmotas).
12. Um fenômeno bastante comum no mercado de trabalho é a competição egoísta entre as pessoas. O que sua equipe e você poderiam fazer, em seu dia-a-dia, para conseguirem competir em igualdade no mercado de trabalho?
13. Reflita e discuta sobre as seguintes frases:
a) Será a escola uma escada que permite à gente subir na vida?
b) A gente não aprende só na escola, não!
c) É preciso perder o medo, levantar a cabeça, discutir, fazer as coisas juntos, descobrir que a solução dos nossos problemas está em nós mesmos.
MÚSICAS
Podemos dizer que música é a arte de combinar harmonicamente uma sequência de sons de modo agradável e, que ao mesmo tempo, exprima variáveis de épocas e civilizações. Essa arte é criada através de três elementos organizacionais: melodia, harmonia e ritmo. Através dessa organização que se integra o significado subjetivo, aquele que esses elementos fazem com que o receptor tenha auxílio na compreensão da mensagem. 
Por possuir muitas combinações de sons e ao mesmo tempo, o silêncio, existem vários gêneros musicais, cada uma com sua composição e objetivo a ser alcançado. Normalmente, costuma-se dividir em quatro grandes grupos:
- Erudita: é o estilo que comumente é chamado de “culto”, por exemplo, a música clássica. No geral, sua composição é mais elaborada e exige do ouvinte maior concentração e contemplação;
- Popular: é a música do dia a dia, que geralmente segue algum modismo da atualidade em questão. Foi consolidada após a época da industrialização e urbanização da sociedade e podemos ter como exemplo: Funk, Pagode, Eletrônica e entre outros;
- Folclórica: São as músicas associadas a eventos folclóricos ou rituais. Predominam-se elementos culturais de cada grupo social e podemos ter como exemplo as cantigas de ninar e cantigas de roda; 
- Religiosas: são as músicas usadas para adoraçãoe oração em diversas festividades religiosas. Cada religião tem suas próprias músicas dentro deste estilo, como por exemplo, o gospel das igrejas evangélicas e os tambores do candomblé.
Dois Rios
O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão
O céu que toca o chão 
É que vai no alto 
Dois lados deram as mãos 
Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer
O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão
Eu vi também
Só para poder entender
Na voz a vida ouvi dizer
Que os braços sentem
E olhos veem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
Que os braços sentem
E os olhos veem
Que os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
E o meu lugar é esse
Ao lado seu, no corpo inteiro
Dou o meu lugar pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite as quatro estações
Exercícios
14. A letra da canção apresenta várias relações binárias, isto é, pares de elementos que se aproximam ou se opõem. Identifique no texto:
a) elementos que estejam em oposição;
b) elementos que formem um tipo de relação binária diferente.
15. A linguagem da canção apresenta bastante sonoridade. É o caso, por exemplo, da sonoridade criada pela repetição do som /s/ (lê-se cê) das palavras céu, só, sol, dissolve, após, renasce, braços e sentem, entre outras. Com base na 5ª e na 6ª estrofes, identifique outras repetições sonoras.
RELATO PESSOAL
É o tipo de narrativa em que alguém conta um episódio importante de sua vida. Por esse motivo, além de o relato apresentar os elementos essenciais do texto narrativo (personagens, fatos, tempo e espaço), ele tem como narrador o protagonista, isto é, a personagem mais importante da história.
Como o narrador é personagem, os verbos e pronomes são empregados na 1ª pessoa. Veja um exemplo: “Não me lembro do amanhecer do sexto dia”. Além disso, por narrar experiências vividas, reconstituídas pela memória, o narrador-protagonista emprega os verbos quase sempre no tempo passado.
Características gerais do relato pessoal:
- narra um episódio marcante da vida pessoal;
- há predomínio do tempo passado;
- apresenta os elementos básicos da narrativa: sequência de fatos, personagens, tempo e espaço;
- o narrador é protagonista;
- verbos e pronomes são empregados predominantemente na 1ª pessoa;
- presença de trechos descritivos e, eventualmente, de diálogos;
- a linguagem empregada é compatível com os interlocutores, sendo normalmente culta.
Objetivo: Fazer com que os alunos continuem compreendendo os gêneros textuais e suas respectivas características. Neste encontro serão explorados os conceitos sobre o texto informativo (notícia e legendas) e o jornal.
TEXTO INFORMATIVO
São os textos que nos auxiliam a compreender determinados fatos, ilustrações e fotos e situações que sozinhos, talvez, pudéssemos ter variadas interpretações. Para isso, podemos tomar como exemplo as notícias e as legendas.
NOTÍCIA
Como base do jornalismo, a notícia é o seu objeto e o seu fim. Ela fixa e pereniza um acontecimento e torna-o acessível ao público. 
A notícia tem como objetivo informar. Essa informação deve ser entendida como a veiculação de um fato real que desperte interesse e chegue ao leitor de maneira rápida e direta. Por isso, o primeiro parágrafo de uma notícia apresenta, normalmente, um apanhado geral dos fatos. Aos demais parágrafos cabem a particularização dos aspectos mais importantes.
Uma notícia pode dar origem a uma crônica (quando, por exemplo, um cronista comenta um fato noticiado), a uma reportagem (quando um repórter desenvolve uma sequência investigativa, apurando origens, causas e efeitos do fato), a uma charge (desenho que faz crítica com humor), a um editorial (quando se apresenta a opinião do jornal sobre um fato noticiado) e até mesmo a um conto.
Vale lembrar que para a produção da notícia, deve-se responder as seguintes questões no lead ( que é o primeiro parágrafo informando os aspectos gerais da notícia): O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por que? E utilizar a 3ª pessoa, pois quem escreve apenas observa. Também se deve informar logo no primeiro parágrafo, chamado de lead, os dados essenciais da notícia respondendo as perguntas básicas e nos parágrafos posteriores, ou podemos chamar de corpo da notícia, dar mais detalhes sobre as informações e não se esquecer de dar à sua notícia um título bem instigante, que desperte a curiosidade de seu leitor.
LEGENDAS 
Chama-se legendas a explicação que acompanha fotos ou ilustrações. É um código verbal traduzindo o outro. O importante é a linguagem clara, sem muito “rodeios”, já que o texto deve ser explicativo.
JORNAL
É o veículo no qual se divulgam informações, comentários e imagens sobre o que acontece nas cidades, no país e no mundo. 
Os jornais tratam dos mais diversos assuntos: política, economia, esporte, tecnologia, arte, moda, negócios e entre outros temas. Veja a estrutura de um jornal:
- A primeira página
Funciona como um cartaz que o apresenta para o público. Geralmente é composta por: Selo do jornal (situado ao lado do nome), nome do jornal, manchete, chamadas, cabeçalho do jornal (local da publicação, data, ano, número, endereço, preço, editor responsável), título da notícia, fotos e os créditos, legenda das imagens e o índice. 
- Os cadernos
Geralmente um jornal possui cadernos variados. Eles são intitulados de acordo com os assuntos que abordam: economia, política, esporte etc. Outra característica é que o caderno costuma apresentar seções próprias. Já a periodicidade de cada caderno, dependerá do próprio jornal a publicar.
- As seções 
Cada um dos cadernos que constitui um jornal é formado por seções específicas. Em todo jornal há, por exemplo, um caderno reservado par colunas sociais, críticas de cinema, horóscopos etc., nomeado de acordo com suas especialidades.
- Os suplementos
São os cadernos que costumam aparecer em um dia determinado da semana. Podemos ter como exemplo: suplemento feminino, infantil, de arte e entre outros.
Atividade em Grupo nº 1
O grupo deverá desenvolver uma página que seja a primeira do jornal. Contendo:
- Os elementos citados nos conteúdos ministrados desse encontro;
- Notícias curtas de variados assuntos e seus respectivos leads;
- Criatividade;
- Pegar um jornal com o instrutor e fazer um relatório identificando cada estrutura citada neste encontro (estrutura, cadernos, e outros tópicos).
- Selecionar figuras diversas que contenham pessoas (da mídia ou não) e depois criar um suplemento sobre “fofocas” ou “esportes”.
O que deverá ser entregue ao instrutor para avaliação:
- Primeira página de um suposto jornal;
- Relatório;
- Suplemento sobre o tema escolhido.
Observação: A divisão das tarefas será de responsabilidade do grupo.
Atividade em grupo nº 2
Divida a turma em duplas para que elaborem uma apresentação criativa (quais tipos e finalidades) com uma produção escrita para os seguintes temas:
a) notícia
b) reportagem
c) editorial
d) legenda
e) quadro informativo
f) charge
g) entrevista
h) receita culinária
i) receita médica
j) manual de jogo
k) fábula
l) conto
m) música
Objetivo: Fazer uma revisão com os aprendizes quanto ao conceito de pontuação e acentuação, pois esses conceitos já foram abordados no curso de Formação Básica para o Trabalho (FBT). E em seguida, mostrar a eles as novas normas ortográficas.
Atividade em Grupo
1. Leia o poema abaixo e responda as questões propostas:
a) Justifique a presença da vírgula em “à toa, à toa”.
b) A fala da andorinha é indicada por dois sinais de pontuação. Identifique-os e verifique se é realmente necessário o emprego de ambos os sinais.
c) As vírgulas em “Andorinha, andorinha,” foram empregadas pela mesma razão que em “à toa, à toa”? Justifique.
d) As reticências no último verso indicam omissão de pensamento ou prolongamento do sentimento que está sendo expresso? Justifique.
2. Leia atentamente o textoa seguir:
a) Justifique o emprego dos dois travessões na primeira frase e substitua-os por outro sinal de pontuação que também esteja correto nessa função.
b) Se a palavra “porém” estivesse no início do período, haveria necessidade de vírgulas para isolá-la? Justifique.
c) Qual a função das aspas na palavra “façonismo”?
Exercício 
4. Acentue, se necessário, e faça a justificativa tanto para os casos que possuírem acento quanto para aqueles que não utilizarem:
Exercício prático
Faça um círculo com os aprendizes e entregue uma folha para cada um. Nesta folha que receberam, eles devem anotar as palavras que eles possuem dúvida para acentuar com o acento agudo ou circunflexo (limite no máximo 5 palavras). 
A folha de cada aprendiz será visualizada por todos os alunos (mas não precisa de identificação), pois além das palavras anotadas na folha, o aprendiz anotará o exercício no caderno e escreverá as palavras que ele viu na folha dos colegas que também lhe causa dúvida. Assim, quando o instrutor for explicar a acentuação das palavras que cada aluno escreveu no caderno e na folha, o mesmo tirará as dúvidas das próprias palavras, sem a necessidade de anotar as palavras que ele já conhece a acentuação.
CRASE
Basicamente, os alunos do FBT viram as seguintes regras: 
- que a crase só deve ocorrer antes de palavras femininas;
- que se vier antes de horas, sempre ocorrerá o acento;
- que se vier entre um intervalo de tempo, o acento não deve ser usado;
- que podemos utilizar a crase fazendo o teste de troca da palavra por ao e se fizer sentido, permanecerá com acento;
- que se fizer a troca por volta da, possuirá a crase; caso fique correto no sentido com volta de, não deverá ter crase.
Além dos casos acima, o acento torna-se obrigatório em:
1. Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas, formadas de palavras femininas: às vezes, à direita, à noite, à procura de, à proporção que. 
2. Nas expressões à moda de/ à maneira de, mesmo que essas expressões venham subentendidas: Usa temperos à mineira.
3. Nas palavras ÀQUELE (equivalendo “ a este”, “para aquele” e “naquele”), ÀQUELA ( equivalendo “a esta”, “para aquela” e “naquela”) e ÀQUILO (equivalendo “a isto”, “para aquilo” e “naquilo”). Exemplos: Não irei àquele lugar.
4. Se a expressão “a que” puder ser trocada por “ao que”, deverá ocorrer a crase. 
5. Se a expressão “a qual” puder ser trocada por “ao qual”, deverá ocorrer a crase.
Casos especiais:
1. Antes da palavra CASA: só deverá ocorrer a crase se a palavra vier acompanhada. Exemplo: Dirigiram-se à casa paterna.
2. Antes da palavra TERRA: só admitirá a crase quando não significar “terra firme”. Exemplos: Voltou à terra onde nascera / Os marinheiros vieram a terra firme.
3. Na expressão À DISTÂNCIA: deverá ter o acento quando a distância for determinada, caso contrário não deve conter a representação da crase: Vi-o a distância.
Crase facultativa:
1. Antes de pronome possessivo feminino: Cedi o lugar a minha avó ou Cedi o lugar à minha avó.
2. Após a palavra até: Vou até a cidade ou Vou até à cidade.
Exercícios
5. Preencha as lacunas com a, as, à, às:
a) Monumento erigido ___ memória do mestre.
b) Dirigi-me ___ piscina.
c) O Brasil manifestou ___ Argentina toda a solidariedade.
d) Fiéis ___ aspirações.
e) Chegaram ___ Estocolmo.
f) Quando voltarás ___ Curitiba da Rua das Flores?
g) Graças ___ Deus obedecemos ___ sinalização.
h) ___ minha mãe, que lhe dei eu?
i) Voltamos ___ a casa antes da chuva.
j) Após ___ compras, retornemos ___ casa de tua avó.
k) De volta ___ terra, o pescador descansou.
l) A medalha foi dada ___ aluna mais aplicada, mas não ___ qualquer aluna.
m) Pedrinho traja-se ___ antiga.
n) Fui ___ São Paulo, ___ tardinha.
o) Sentei-me ___ beira do rio e passei ___ meditar.
p) Vaguei ___ míngua e sem conforto.
q) Eis a menina ___ quem dei um presente.
r) ___ noite estava clara, e os namorados foram ___ praia ver a chegada dos pescadores que voltavam ___ terra.
s) Visava ___ vaga de chefe mais do que aspirava ___ de diretor.
t) O fenômeno ___ que aludi é visível ___ noite e ___ olho nu.
6. (UFPR) Em qual alternativa o vocábulo a deve receber acento grave?
a) Pintou o quadro a óleo.
b) Fomos a uma aldeia.
c) Dirigiram-se a Vossa Excelência.
d) Voltou a casa paterna.
e) Começou a chover.
7. (UFPR) Em qual das frases o a não deve receber acento grave?
a) Todos se referiam à casa de João.
b) Todos aspiravam à posição de João.
c) Todos visavam à exaltação de João.
d) Todos se dirigiram à casa de João.
e) Todos pretendiam à amizade de João.
NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA
De forma geral, o acordo da língua portuguesa tem como objetivo o estreitamento da unidade gráfica entre os países que possuem a língua portuguesa como meio de comunicação e além disso, facilitar a redação de documentos oficiais e a própria circulação da língua portuguesa no mundo.
Basicamente, os seguintes países falam a língua portuguesa: Brasil, Portugual, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.
Durante as significativas mudanças que já ocorreram, pode-se citar: que em 1911 teve a mudança para a ortografia simplificada (eliminação da chamada grafia etimológica), em 1943 foi estabelecido um novo sistema ortográfico da língua, em 1971 teve a abolição do acento na sílaba subtônica das palavras derivadas formadas com os sufixos “-mente”, “-zinho” e “zito”. Por fim, em 1990 teve o acordo ortográfico dos países lusófonos, que não vigorou imediatamente, mas somente a partir de 1º de janeiro de 2009 e, por enquanto, apenas no Brasil. 
Pontos já abordados no componente Comunicação Oral e Escrita – FBT (Formação Básica para o trabalho):
- Reintegração das letras k, w e y;
- Fim do trema;
- Fim do acento circunflexo nos verbos e palavras com ee e oo.
- Uso do hífen;
- Uso do acento diferencial;
Novos conceitos para aplicar neste módulo:
a) Uso inicial da letra H: não houve alteração e depende da etimologia da palavra.
Exemplo: hélice, hoje, homem e humor.
b) Sequência consonântica das letras MPC, MPÇ e MPT: teve alteração, pois na nova ortografia deve-se obedecer a pronúncia culta de cada país. Deste modo, se o p for eliminado, a letra m passa a ser n:
Exemplo: assumpção - assunção
c) O acento agudo deixou de existir nos ditongos das paroxítonas.
Exemplo: espermatozoide, heroico, debiloide, paranoico e entre outras palavras.
d) O acento til (~) não foi afetado pela nova reforma ortográfica.
Exemplo: manhã e portão
e) O acento grave, mais conhecido como crase, não sofreu alteração com esse novo acordo.
f) Criação do acento opcional na palavra forma ou fôrma. A decisão caberá a quem escreve.
g) Hifenização com os prefixos “pós-” e “pró-”: sempre terá a presença do hífen. Já no caso do prefixo “pré-” é necessário consultar um dicionário atualizado, pois com a mudança ortográfica, segundo Pasquale Cipro Neto, não existe uma regra clara de utilização desta partícula e o recomendado é realizar consultas.
Objetivo: 
Fazer com que os alunos compreendam os conceitos e aplicações das regras de ortografia de forma criteriosa para que possam aplicá-los nos ambientes profissionais e sociais.
EMPREGO DO S
- Na terminação “ês” dos vocábulos que indicam origem, naturalidade, posição social.
Exemplos: francês, marquês, cortês, montês, freguês, japonês e inglês.
- Nos femininos que tiveram o sufixo “esa”, “isa”.
Exemplos: francesa, baronesa, japonesa, princesa, sacerdotisa, poetisa (substantivo), profetisa (substantivo), duquesa e consulesa.
- Nas palavras em ASE, ISE ou OSE, procedentes do grego.
Exemplos: fase, osmose, glicose, hidrólise e catálise.
- Nos verbos derivados cujo sufixo é “AR” e cuja palavra primitiva já tenha letra “s”.
Exemplos: avisar (aviso+ar), analisar (análise+ar), alisar, catalisar, frisar, improvisar, paralisar, pesquisar, pisar e arrasar.
- Em todas as formas dos verbos POR, QUERER, USAR e seus derivados.
Exemplos: quis, pus, puseste, puséssemos, repus, compôs e usado etc.
- Depois de umditongo, usamos S e não o Z.
Exemplos: Sousa, Neusa, coisa, pausa e lousa.
- No sufixo –OSO, formador de adjetivos qualificativos.
Exemplos: grandioso, pavoroso, prazeroso, maravilhoso etc.
EMPREGO DO Z
- Nos nomes abstratos com sufixos EZ, EZA, derivados de adjetivos.
Exemplos: Certeza (de certo), escassez (de escasso), invalidez (de inválido), beleza (de belo), lucidez (de lúcido), pobreza (de pobre), leveza (de leve) etc.
- Nos verbos derivados com o sufixo IZAR.
Exemplos: canalizar (canal + izar), fertilizar (fértil + izar), civilizar (civil + izar) etc.
- Nos derivados de -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e -ZITO.
Exemplos: cafezal, cafezinho, cafezito, irmãozinho etc.
- Palavras que possuem cognatos escritos com g ou c.
Exemplos: trazer (eu trago), rapaz (rapagão), audaz (audácia), veloz (velocidade).
- Nos vocábulos derivados de outros terminados em “z”.
Exemplos: Cruzeiro (cruz + eiro), felizardo (feliz + ardo), apaziguado (de paz), enraizar (de raiz) etc.
- Nas palavras de origem arábica, oriental e italiana:
Exemplos: azeite, bazar, bizantino, gazeta etc.
EMPREGO DO G
- Os substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem, -ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio:
Exemplos: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, relógio, prestígio, refúgio etc.
Exceção: pajem.
- As palavras derivadas de outras que se grafam com g:
Exemplos: massagista (de massagem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de selvagem) etc.
- Os seguintes vocábulos:
algema
gesto
herege
rabugice
apogeu
gibi
megera
sugestão
auge
gilete
monge
tangerina
estrangeiro
gíria
rabugento
tigela
gengiva
giz
EMPREGO DO J
- Palavras derivadas de outras terminadas em -JA:
Exemplos: lojista (de loja), laranjeira (de laranja), cerejeira (de cereja).
- Todas as formas de conjugação dos verbos terminados em -JAR ou -JEAR:
Exemplos: arranjar, arranje, arranjemos, viaje, viajemos, despejar, despeje etc
- Vocábulos derivados de outros que possuem -J:
Exemplos: nojeira e nojento (de nojo), ajeitar (de jeito) etc.
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana:
Exemplo: pajé, canjica, jequitibá, jiló, jiboia etc.
- As seguintes palavras: 
 Berinjela
Jerônimo
Ojeriza
 Cafajeste
Majestade
Projeto
 Jeca
Majestoso
Sujeira
 Jegue
Manjedoura
Traje
Jeremias
Manjericão
Varejista
EMPREGO DO X
- Depois de ditongo, emprega-se X.
Exemplo: Trouxa, ameixa, faixa, afrouxar, baixela, baixo etc.
- Nos vocábulos de origem indígena ou africana:
Exemplo: Abacaxi, xavante, caxambu etc.
- Depois da sílaba EN-.
Exemplo: Enxada, enxaguar, enxaqueca, enxergar, enxofre etc.
- Palavras derivadas de –CH não utilizam X.
Exemplo: encharcar (de charco).
- Depois do -ME inicial.
Exemplo: mexilhão e mexer. 
- Exceções: encher e cognatos, enchova, enchamboado, mecha e seus derivados.
EMPREGO DO CH
- Deve-se considerar a origem da palavra, veja os seguintes vocábulos:
Bucha
charque
chávena
chimarrão
Chuchu 
cochilo
cochilar
fachada
ficha
flecha
mochila
pechincha
tocha
chute
debochar
fantoche
Exercícios
8. Complete com S ou Z:
a) extrava___ ar
b) anali___ar
 c) an___ioso
 d) mai___ena
e) bu___inar
f) fu___il
 g) lambu___ar h) sínte___e
i) grani___o
j) catali___ar
 k) vi___inho l) bali___a
m) aneste___ia
n) avi___ar
 o) corte___ia p) pra___o
q) trapé___io
r) va___io 
s) desli___ar
t) co___inha
u) fregue___ia
 v)avestru____ 
w) obe___idade
x) a___ar
y) capa___
z) quero___ene
9. Complete com G ou J:
a) mon___e 
b) ___ejum
c) ____esto
d) ti___ela
e) berin___ela
f) la___e
g) regur___itava
h) gen___iva
i) ar___ila
j) via___em (verbo)
 k) via___em (substantivo) 
l) ___eringonça
m) estran___eiro
n) su___estão
o) ma____estade
p) sar___ento
q) ru___ido
r) li___eiro
s) cafa___este
t) ___iló
u) tan___erina
v) pa___é
w) can___ica
x) su___eira
y) tra___e
z) fria___em
10. Preencha o espaço vazio com H, se for o caso:
a) ___élice
b) ___óbito
c) ___úmido
d) ___umildade
e) ___ábil
f) ___erva
g) ___ábito
h) ___óstia
i) ___álito
j) ___erbívoro
11. Complete com CH ou X:
a) abaca___i
b) amei___a
c) bru___a
d) bu___a
e) bo___e___a
f) boli___e
g) ___arque
h) ca___umba
i) col___ão
j) co___ilo
k) en___ada
l) en___ugar
m) fanto___e
n) la___ante
o) me___er
p) salsi___a
q) ve___ame
r) bai___ada
s) ___aruto
t) ___urrasco
u) ca___aça
v) ___erife
w) guin___o
x) en___er
EMPREGO DAS INICIAIS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
Uso das letras maiúsculas:
- Atos governamentais (leis, decretos e portarias):
Exemplo: Decreto-Lei nº4.707, Lei nº 8.069, Portaria nº 3.220/MEC
- Conceitos políticos, filosóficos, sociais e jurídicos importantes:
Exemplo: Constituição Federal, Estado (significando nação), Poderes Executivo, Parlamento etc.
- Datas e feriados importantes.
Exemplos: Dia do Trabalho, Ano Novo etc.
- Fatos históricos.
Exemplos: Revolução Francesa, Conjuração Mineira etc.
- Festa e festividades religiosas.
Exemplos: Natal, Páscoa, Ramadã etc.
- Instituições, órgãos, repartições, corporações e unidades administrativas.
Exemplos: Câmara dos Deputados, Distrito Federal, Ministério da Cultura, Estado de Santa Catarina (se não tivesse o nome, seria minúscula), Prefeitura de Belo Horizonte (mesmo caso de Santa Catarina), Presidência da República.
- Nomes próprios, incluindo seres mitológicos e entidades religiosas.
Exemplos: Pedro, Sandra, Zeus, Shiva, Thor, Espírito Santo, Jesus Cristo, Virgem Maria etc. 
- Período histórico ou geológico.
Exemplo: Idade Moderna, Período Neolítico etc.
- Prêmios distinções e honrarias.
Exemplo: Medalha Chico Mendes de Resistência, Prêmio Nobel da Paz, Ordem do Mérito Cultural etc.
- Siglas com até três letras. Siglas com mais de quatro letras também são grafadas em maiúsculas, desde que não formem palavra.
Exemplo: ONU, INSS, BNDES, Fiesp, Sebrae, Petrobras etc.
- Título de eventos.
Exemplo: Semana de Arte Moderna, Corrida Internacional de São Silvestre etc.
- Topônimos reais ou fictícios, regiões, acidentes geográficos. Já para nas palavras “ interior”, “exterior”, “litoral”, “zona leste” etc. deve-se grafar com letras minúscula.
Exemplo: Portugal, Ocidente e Oriente, Hemisfério Sul e Norte, Vale do Jequitinhonha, Península Ibérica etc.
Uso das letras minúsculas
- Adjetivos pátrios ou gentílicos.
Exemplo: baiano, brasileiro, chinês, europeu etc.
- Calendário (dias da semana, meses e estações do ano).
Exemplo: sexta-feira, dezembro, primavera etc.
- Designação de ciclo escolar.
Exemplo: ensino fundamental, ensino médio, ensino superior etc.
- Festas e celebrações pagãs, populares ou folclóricas.
Exemplo: carnaval, boi-bumbá etc.
- Personagens e entidades do folclore.
Exemplo: curupira, cuca, iara, saci, boitatá e etc.
- Pontos cardeais e seus intermediários. Já nas abreviaturas, deve-se grafar com maiúsculas.
Exemplo: norte, sul, sudeste, sudoeste, nordeste etc.
Uso opcional entre maiúscula e minúscula
- Denominação de artes, ciências ou disciplinas.
Exemplo: Matemática ou matemática, Biologia Marinha ou biologia marinha etc
- Formas de tratamento, reverência e cortesia (em cartas, ofícios, petições etc).
Exemplo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República ou excelentíssimo senhor Presidente da República etc.
- Hagiônimos (denominação de santos).
Exemplos: Santo Antônio ou santo Antônio.
- Título de produções artísticas, literárias e científicas ou citações bibliográficas. Caso o título possua mais de uma palavra, a primeira deve conter letra maiúscula.
Exemplo: Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Memórias póstumas de Brás Cubas etc.
- Vias e lugares públicos.
Exemplo: Rodovia dos Bandeirantes ou rodovia dos Bandeirantes, Rua Veneza ou rua Veneza etc.
Objetivo: 
Fazer com que os alunos compreendam os conceitos e aplicações das classes morfológicase uso adequado dos verbos. 
MORFOLOGIA
Para identificar os morfemas que compõem uma palavra, procedemos a uma análise mórfica ou análise morfológica, ou seja, decompomos as unidades de significação da palavra, destacando seus morfemas ou elementos mórficos.
Os elementos mórficos, ou morfemas, são: radical, tema, vogal temática, afixos (prefixos e sufixos) e desinências.
Radical
Radical é elemento mórfico que fornece a significação da palavra. Veja os exemplos:
PEDRA
 PEDRINHA
PEDRADA
 RADICAL
Vogal temática
Vogal temática é o elemento mórfico que se agrega ao radical de uma palavra para que ela possa receber outros morfemas. As vogais temáticas podem ser nominais ou verbais.
a) nominais: são as vogais átonas a, e e o em final de substantivos e adjetivos:
ROSA 
POETA
LIVRO
TRISTE
VOGAL TEMÁTICA
b) verbais: são as vogais a, e e i, que agrupam os verbos nas três conjugações (1ª – verbos terminados; 2ª – verbos terminados em er; 3ª – verbos terminados em ir):
 CANTAR
 BEBER
 CAIR
VOGAL TEMÁTICA
Observação: as palavras que terminam com consoantes são denominadas atemáticas.
Tema
É o radical acrescido de vogal temática.
Nos verbos, obtém-se o tema destacando-se o r do infinitivo.
AMA-R
RECEBE-R
PARTI-R
 TEMA
MES-A
PRAT-O
LEV-E
radical
radical
radical
 vogal temática
 vogal temática
 vogal temática
Em palavras como luz, mar, azul, tatu, que terminam em consoante ou vogal tônica, há a coincidência entre radical e tema; ou seja: não havendo vogal temática, o tema coincide com o radical.
Desinências
São elementos mórficos que identificam as flexões das palavras, isto é, apresentam categorias gramaticais como gênero (masculino/ feminino), número (singular/ plural), tempo (passado/ presente/ futuro) etc.
a) desinências nominais: indicam gênero e número nos nomes. As vogais -o e -a são marcas de gênero. A ausência ou presença de -s são, respectivamente, marcas de singular e de plural.
PAT-A
PAT-O-S
desinência de 
desinência de 
desinência de
gênero feminino
gênero masculino
 
número plural
Não se deve confundir a vogal temática -a com a desinência de gênero feminino -a. Na palavra rosa, por exemplo, o -a é vogal temática, porque não se opõe a roso (a palavra nem existe); o mesmo, entretanto, não acontece com a palavra garota: o -a é desinência de gênero feminino, pois se opõe a garoto, onde o -o é desinência de gênero masculino. Veja outros casos:
PEDR-A
CAM-A
MOÇ-A
MOÇ-O
 vogal 
desinência de
 temática
 gênero
b) desinências verbais: as quatro principais categorias gramaticais dos verbos (tempo, modo, número e pessoa) apresentam-se na forma de duas desinências, uma para tempo e modo e, outra, para número e pessoa. Mas há desinências especiais também para as forma nominais dos verbos (infinitivo, particípio e gerúndio).
LEMBR-A-VA-S
Vogal temática
desinência modo-temporal
 desinência 
 (pretérito imperfeito do indicativo) 
 número-pessoal
 (2ª pessoa do singular)
LEMBR-A-R
LEMBR-ADO
LEMBR-A-NDO
 vogal
desinência
 
desinência do
vogal 
 desinência de
temática
do infinito
 particípio
temática
 gerúndio
(1ª conjugação)
Nem sempre as formas verbais possuem a vogal temática, pois tem casos que a desinência adere diretamente como o radical:
CANT-O
VEND-O
PART-O
CANT-E
VEND-A
PART-A
desinências de
 desinências
número-pessoa
modo-temporais
Afixos
São elementos mórficos que não se relacionam às flexões (quem identifica flexão é a desinência), mas criam palavras novas. Os afixos se agregam a uma raiz ou a um radical a fim de:
- mudar o sentido de uma palavra: fazer / desfazer
- estabelecer uma ideia acessória: gordo/ gorducho
- mudar a classe da palavra
Os afixos subdividem-se em sufixos e prefixos. Os prefixos são antepostos ao radical. Os sufixos são pospostos ao radical.
Vogal e consoante de ligação
Desprovidas de significação, a vogal e a consoante de ligação unem dois elementos mórficos para desfazer encontros desagradáveis ao ouvido e facilitar a pronúncia. Não são morfemas.
CHA-L-EIRA
CAFÉ-T-EIRA
consoante de ligação
HORT-I-CULTOR
CRON-Ô-METRO
vogal de ligação
Palavras cognatas
Exemplo: Flor, florzinha, floresta etc.
Exercícios
12. Identifique os morfemas que compõem as palavras a seguir:
a) guerras
b) morreria
c) viverá
d) sujo
13. Forneça algumas palavras cognatas de guerra.
14. Que elementos mórficos identificamos nas palavras se, também e menos?
15. A partir do radical frequent-, crie outras palavras, de acordo com o significado dado:
a) verbo: ir com freqüência, visitar amiudadas vezes
b) substantivo: aquele que freqüenta algum lugar
c) substantivo: ação ou efeito de freqüentar
d) adjetivo: local que pode ser freqüentado
e) adjetivo: assíduo num lugar ou numa coisa
CLASSES DE PALAVRAS
São dez as principais classes de palavras. Veja as dez classes gramaticais e suas características gerais:
Substantivo
- Designa os seres de modo geral: reais, imaginários, fenômenos etc;
- Assume desinências de gênero e número;
- Em orações, desempenha funções importantes como agente, alvo e destinatário da ação.
Exemplo:
O homem olha o rosto de uma bela mulher.
 substantivo masculino
 substantivo masculino
 pratica a ação
 alvo da ação
Artigo
- Define ou indefine um substantivo, indicando-lhe gênero e número;
- Em orações, acompanha os nomes e pode transformar qualquer palavra em substantivo.
Exemplo: 
O homem olha o rosto de uma bela mulher.
Artigo que define o substantivo e marca
artigo que indefine o substantivo e marca
o gênero masculino e o número singular
 o gênero feminino e o número singular
O estripador analisa e classifica as vítimas.
 artigo que anteposto ao adjetivo transforma-o em substantivo.
Adjetivo
- Qualifica os seres, indicando propriedade, característica ou estado;
- Assume o mesmo gênero e número do substantivo a que se refere;
- Dentro de uma oração, acompanha os substantivos ou a eles se relaciona por meio dos verbos, indicando as qualidades do nome.
Exemplo:
O homem olha o rosto de uma bela mulher.
qualifica e acompanha o substantivo mulher
Aquela mulher é bela.
Qualifica o substantivo por meio do verbo (é)
Numeral
- Quantifica os seres ou dinca a ordem em que eles se apresentam;
- Alguns numerais aceitam desinência de gênero;
- Em orações, geralmente o numeral acompanha um substantivo.
Exemplo:
O homem olha para três mulheres. A primeira é muito bela.
 numeral que quantifica indica a ordem em que aparece o substantivo
o substantivo
Pronome
- Designa uma das três pessoas do discurso: emissor, receptor ou referente (assunto) que, em gramática, são chamados respectivamente de primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa.
- O pronome apresenta desinências de número e indica gênero.
- Em orações, pode acompanhar ou substituir um nome. Portanto, pode ter a mesma função de um substantivo ou pode acompanhá-lo, assumindo seu gênero e seu número.
Exemplo:
Aquele homem está observando as mulheres. Ele está curioso.
 pronome que acompanha
pronome que substitui homem
o substantivo homem
Verbo
- Indica processo, exprimindo ação, fenômeno, estado ou mudança de estado.
- É palavra que apresenta o maior número de desinências, assumindo diversas categorias gramaticais (tempo, modo, número, pessoa, voz, aspecto).
- Quando expressa ação ou fenômeno, o verbo é elemento nuclear da oração; quando expressa estado ou mudança de estado, relaciona um nome a uma qualidade.
Exemplo:
Aquele homem está observando as mulheres. Ele está curioso.
 
locução verbal que expressa ação
verbo que expressa estado
 presente executada por homem,
 presente de ele, por isso 
 por isso está no singular
 está no singular
Advérbio
- Expressa as circunstâncias, por exemplo, tempo, lugar, modo, intensidadeetc.
- Não aceita desinências, portanto, é uma palavra invariável;
- Dentro de uma oração, pode modificar um verbo, um adjetivo, o próprio advérbio ou toda a oração.
Exemplo:
Ontem, um homem observava aquela mulher que é muito bela.
advérbio que expressa cirscuntância
 advérbio que expressa circunstância
 de tempo, é invariável
 de intensidade, é invariável, está 
 e ligado ao verbo
 ligado ao adjetivo
Preposição
- Ao unir palavras, designa relações, por exemplo, posse, material, tempo, finalidade.
- Não aceita desinências, sendo portanto uma palavra invariável.
- Em orações é mero conectivo.
Exemplo:
As pernas da mulher eram belas.
 preposição que relaciona os substantivos perna e mulher 
Conjunção
- Une palavras da mesma função e une orações;
- Não aceita desinências, ou seja, é uma palavra invariável;
- Quando liga orações, pode estabelecer entre elas uma relação de igualdade sintática ou de dependência sintática.
Exemplo:
O homem observava, mas não emite um pensamento sequer.
 conjunção que relaciona as orações, 
 é invariável, expressa oposição de ideias 
Interjeição
- Expressa emoção, apelo ou chamamento;
- Não aceita desinências;
- Muitas vezes, constitui frases completas e não desempenha função sintática nas orações.
Exemplo:
Oh! Que bela mulher é aquela!
interjeição que expressam admiração
Exercício
16. Classifique todas as palavras das frases abaixo conforme as classes de palavras da morfologia:
a) A roupa ficou suja com a brincadeira que fizeram
b) Luiz comprou um carro novo, mas ainda não chegou.
c) Ah! Foi ela que ganhou o primeiro lugar?
d) Minhas crianças estão bem comportadas.
Objetivo: 
Fazer com que os alunos compreendam os conceitos e aplicações das regras de concordância verbal e nominal. Além disso, que eles compreendam as recomendações para abreviações e emprego dos pronomes de tratamento.
EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO
Os pronomes pessoais de tratamento, embora sejam de segunda pessoa, exigem verbos, pronomes oblíquos e possessivos na terceira pessoa.
ABREVIAÇÃO
A abreviatura é um recurso convencional da língua escrita que consiste em representar de forma reduzida certas palavras ou expressões. A regra geral para abreviatura das palavras é simples. Basta escrever a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba, seguidas de ponto abreviativo. Veja os exemplos:
bras. (brasileiro)
num. (numeral)
Observações:
a) Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, as duas farão parte da abreviatura. Exemplos:
pess. (pessoa)
constr. (construção)
secr. (secretário)
diss. (dissílabo)
b) O acento gráfico ou hífen existente na palavra original deve ser mantido na abreviatura. Exemplos:
séc. (século)
dec.-lei (decreto-lei)
adm.-financ. (administrativo-financeiro)
c) Algumas palavras apresentam abreviatura por contração, ou seja, pela supressão de letras no meio da palavra. Exemplos:
bel. (bacharel)
cel. (coronel)
cia. (companhia)
dr. (doutor)
Ilmo. (Ilustríssimo)
ltda. (limitada)
d) Algumas palavras não seguem a regra geral para abreviatura. Exemplos:
a.C. ou A.C. (antes de Cristo)
ap., apart. ou apto (apartamento)
btl. (batalhão)
cx. (caixa)
D. ( digno, Dom, Dona)
f. ou fl. ou fol. (folha)
id. (idem)
i.e. (isto é)
p. ou pág. (página)
pg. (pago)
pp. ou págs. (páginas)
P.S. (pós-escrito)
Q.G. (quartel-general) 
S.A. (Sociedade Anônima)
S.O.S. (Save Our Soul = Salve nossa alma, em apelo de socorro) 
u.i. (uso interno)
U.S.A. (United States of America = Estados Unidos)
SOBRE O USO DE ABREVIATURAS
A abreviatura deve ter metade ou menos da metade da palavra original, caso contrário, é preferível escrever a palavra por extenso.
Deve-se evitar ao máximo o uso de abreviaturas em textos corridos, utilizando-as preferencialmente em quadros, tabelas, listas, ou em documentos específicos, como dicionários, manuais técnicos e almanaques;
Antes de abreviar uma palavra, deve-se consultar dicionários e outras fontes de informação, a fim de verificar se já existem formas padronizadas; se isso não for possível, a palavra abreviada deve terminar em consoante e não em vogal. Ex.:
ed. (edição)
mús. (música)
Deve-se evitar a utilização de abreviaturas que remetem a mais de uma palavra, ou a um grupo de palavras que têm a mesma raiz, tal como bibl., raiz de bibliografia, bibliologia, biblioteconomia; nesse caso, deve-se abreviar de forma a não ocasionar dúvidas quanto ao significado. Ex.:
Bibliogr. (bibliografia)
Bibliol. (bibliologia)
Bibliotecon. (biblioteconomia)
Deve-se evitar o uso de etc. no fim de uma enumeração de itens, pois este não acrescenta outra informação senão a de que está incompleta, recomendando-se, para tanto, o uso de entre outros e de e outros. 
Ex.:
Os ingredientes utilizados na preparação do bolo foram: açúcar, farinha, fermento, ovos, leite, entre outros.
Nas abreviaturas de caráter internacional, não se utiliza o ponto abreviativo.
Ex.:
h, kg, km, kw, l.
As abreviaturas dos nomes dos estados brasileiros são constituídas de duas letras, ambas maiúsculas e sem ponto. Ex.:
BA (Bahia) 
SC (Santa Catarina)
Abreviaturas e a pontuação
O ponto da abreviatura também serve para indicar o final do período. Ex.:
"O professor respondeu a Pedro Marcolino Jr." (Não há a necessidade de repetir a pontuação.)
Abreviaturas e o dia a dia
Você já deve ter reparado nos jornais que possuem cadernos do tipo "Classificados", que o recurso da abreviatura é constantemente utilizado. Desta forma, o cliente economiza espaço e paga menos pelo seu anúncio.
Lista das principais abreviaturas, em ordem alfabética
Abreviaturas – A
17. Qual o pronome de tratamento que seria adequado utilizar com o seu superior imediato?
18. Qual seria a forma correta, através da gramática, a abreviação das palavras abaixo?
a) averiguação 
d) lamparina 
g) apressado
j) assassinato
b) especificar
e) estabilizador 
h)ressuscitar
c) professora
f) doutora 
i) casamento
REGRAS ESPECÍFICAS PARA A CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Observe:
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas  está concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
 
  Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito. 
Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. 
Veja os exemplos:
A orquestra tocou  uma valsa longa.
Os pares    que   rodeavam a nós dançavam bem.
 
Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Por Exemplo:
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:
Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu/ destruíram o monumento.
Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe: 
Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:
Por Exemplo: 
Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural. 
Exemplos: 
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:
Quais de nós são / somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular.
Por Exemplo: 
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. 
Exemplos:
25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Veja:
25% querem a mudança.
1% conhece o assunto.
6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.
7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural.
Por Exemplo:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome. 
Exemplos: 
Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo: 
Vossa Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos: 
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:
Exemplos: 
Pai e filho    conversavam longamente.
Pais e filhos   devem conversar com frequência.
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja: 
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
              Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
   
    Segunda Pessoa do Plural (Vós) 
Pais e filhos     precisam     respeitar-se. 
     
    Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural.  Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação. 
Por Exemplo:
             Faltaram coragem e competência.
             Faltou coragem e competência.
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe: 
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
 
Casos Particulares
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo: 
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular. 
Por Exemplo: 
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural também seja praticado.
Por Exemplo: 
Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao de "e". Veja: 
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
 
 Obs.:  com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões"com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: 
"O pai montou o brinquedo com o filho." 
"O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural. 
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.
Outros Casos
 O Verbo e a Palavra "SE"
Dentre as diversas funções  exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância verbal: 
a) quando é índice de indeterminação do sujeito; 
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando  pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Exemplos: 
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
O Verbo "Ser"
A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância pode ocorrer também entre o verbo e o  predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes  - isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver no plural.
Exemplos: 
Isso são lembranças inesquecíveis.
Aquilo eram problemas gravíssimos.
O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos.
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo no plural.
Exemplos:
Nosso piquenique   foram      só     guloseimas.
       Sujeito                            Predicativo do Sujeito
                    
Sua rotina     eram    só      alegrias.
 Sujeito                 Predicativo do Sujeito
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito.
Por Exemplo: 
Gustavo era só decepções.
Minhas alegrias é esta criança.
Obs.: admite-se a concordância no singular quando se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro.
Por Exemplo:
A vida é ilusões.
c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem.
Por Exemplo: 
Que são esses papéis?
Quem são aquelas crianças?
d) Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o verbo ser concorda com o numeral.
Exemplos:
É uma hora.
São três da manhã.
Eram 25 de julho quando partimos.
Daqui até a padaria são dois quarteirões.
e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplos: 
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. 
Duas semanas de férias é muito para mim. 
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo.
Por Exemplo: 
 No meu setor, eu sou a única mulher.
            Aqui os adultos somos nós.
Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o pronome sujeito.
Por Exemplo: 
Eu não sou ela.
Ela não é eu.  
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo ser concordará com o predicativo.
Por Exemplo: 
A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.
O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.
Por Exemplo: 
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre  flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a  primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção: 
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo: 
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)
 
A Expressão "Haja Vista"
A expressão haja vista admite as seguintes construções:
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).
Por Exemplo: 
Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo)
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)
b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Por Exemplo: 
Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos,  pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se  da relação entre nomes.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.
Por Exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos: 
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. 
Por Exemplo:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor  e a roupa. 
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
Por Exemplo: 
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. 
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino).
Exemplos: 
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.
Exemplos:
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
Por Exemplo:
Água é bom para saúde. 
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.
Por Exemplo:
Esta água é boa para saúde.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.
Por Exemplo:
Juliana as viu ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo,

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