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EPIDEMIOLOGIA AULA 04 MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇAS Incidência: Existem duas medidas de incidência que são mais utilizadas em epidemiologia: a taxa ou densidade de incidência e a incidência acumulada (número de casos novos/população de risco). Ambas são expressões numéricas do conceito de risco, que será abordado adiante. Taxa ou densidade de incidência: Acompanhar um indivíduo em um determinado tempo, estudando um fator. Estudo de Coorte. Há o tempo inicial e o tempo final de medição. É uma relação entre o número de casos novos e o total de pessoas-tempo de observação. Pessoa-tempo é o período durante o qual um indivíduo esteve exposto ao risco de adoecimento e, caso viesse a adoecer, seria considerado um caso novo ou incidente. Se a população em estudo for grande e estável e a doença de baixa incidência, esse método é razoavelmente acurado. Uma população estável é aquela que tem um número constante de entradas e saídas. Pessoa-tempo: Uma pessoa acompanhada por um ano=1 pessoa-ano Duas pessoas acompanhadas por seis meses cada uma=1 pessoa-ano Uma pessoa acompanhada por 6 meses=0,5 pessoa-ano Quatro pessoas acompanhadas por 3 meses cada uma =1pessoa-ano 100 pessoas acompanhadas por um ano cada uma=100 pessoas-ano Tem a ver com densidade, tempo de acompanhamento, não é relacionado principalmente ao número de pessoas. Perdas ou censura: Interrupção no seguimento de um indivíduo por migração, recusa em continuar participando do estudo, morte por outra causa diferente da doença estudada, intervenções médicas que tornem a pessoa não exposta ao risco de adoecer (por ex, histerectomia em um estudo sobre fatores associados ao câncer de colo uterino). Considerar sempre na metade do tempo previsto de estudo. Ex, dados hipotéticos sobre uma população de 20 indivíduos do sexo masculino com idade entre 50 e 59 anos no início do estudo, acompanhados ao longo de um período de 10 anos em um estudo sobre a incidência de infarto agudo do miocárdio. População fixa é quando no primeiro ano já se determina do número de acompanhados no estudo, mantendo sempre estes. E dinâmica é quando ao longo do tempo vão entrando no estudo outros indivíduos (estudos de segmentos, em que se usa a variável de idade). Taxa de incidência = nº de casos / pessoa-tempo x 100 Incidência acumulada ou proporção de incidência: A medida do tipo proporção acumulada dividindo-se o número de casos novos pelo número de pessoas não doentes no início do período de observação. Ela é uma medida masi simples de se obter do que a taxa ou densidadede incidência, e representa o risco médio de adoecimento. Também é chamada de proporção de incidência, incidência acumulativa ou taxa de ataque (por ser muito utilizada em surtos epidêmicos), muito utilizada em estudos sobre surtos de doenças infecciosas. Ex, após um jantar comemorativo do qual participaram 75 pessoas, foram atendidos no setor de emergência do hospital mais próximo, 46 casos de gastroenterite aguda. A incidência acumulada ou taxa de ataque de gastroenterite aguda, entre os participantes desse jantar foi igual a 46/75 = 61,3%. Prevalência: Medida do tipo proproção. Estudo seccional, faz um corte no tempo e naquele momento analisa casos. Número de casos existentes em uma população em um dado momento. Casos existentes são aqueles que adoeceram em algum momento do passado mais os casos novos que ainda estão vivos. Os doentes que faleceram antes do início do período de observação não são computados, porque não é um estudo de acompanhamento. Para medir a prevalência, os indivíduos são observados uma única vez. Estudos comparativos. Podem haver participantes já acometidos previamente pelo fator estudado. Prevalência pontual: casos antigos + casos novos. Não diferencia os casos existentes. Não citar como “risco” Prevalência = nº de casos existentes em determinado período / nº de pessoas na população, no mesmo período X constante Prevalência = Incidência X duração da doença Ex, entre as mesmas 400 crianças submetidas a exame parasitológico de fezes, foram encontradas 40 com exame positivo para Áscaris. Fatores que influem na magnitude dos coeficientes de prevalência: aumentando, introdução de fatores que prolongam a vida dos pacientes sem curá-los (cronicidade terapêutica), aumento da incidência, aprimoramento de técnicas de diagnóstico, imigração de doentes de outras áreas, imigração de pessoas suscetíveis. E agem reduzindo, a introdução de fatores que previnam a doença (profilático) diminuindo a incidência, elevado coeficiente de letalidade da doença, introdução de fatores que permitam o aumento da cura de uma doença (terapêutica), menor duração da doença, imigração de pessoas sadias e emigração de doentes para outras áreas. Se a prevalência é baixa e não varia de forma significativa com o tempo, pode ser calculada com o valor da incidência multiplicado pela duração média da doença. Incidência - Doenças aguda Nem sempre a doença com maior número de casos será a que apresenta mais óbitos. Isso depende da letalidade da doença (quantos do afetados realmente chegam a óbito e quantos se curam). Pode haver doenças com baixa incidência e alta letalidade ( leucemia aguda, meningococemia, raiva), baixa incidência e cura rápida (clamidíase, pediculose), alta incidência e alta letalidade (cólera, doença meningocócica), alta incidência e com cura rápida (gripe, conjuntivite). Prevalência - Doenças crônicas Doenças transmissíveis com baixa letalidade e baixo índice de cura (AIDS, tuberculose, hanseníase). Permanece doente. Doenças não transmissíveis (diabetes, doença cardiovascular, câncer). Uso das medidas de prevalência e incidência Prevalência: Planejamento de ações e serviços de saúde, previsão de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos. Não leva em conta casos novos, aumenta com a maior duração do “acompanhamento”. Incidência: Investigações etiológivas, relações de causa efeito, estudos de prognóstico (sobrevida). Aumenta com mais novos casos. Fontes de dados de morbidade Prontuários e estatísticas de estabelecimento de saúde Notificações compulsórias de doenças (SINAN) Registros especiais de doenças (tuberculose e câncer) Arquivos de bancos de sangue Arquivos de laboratórios de patologia clínica Registros da prevalência social Arquivos médicos de empresas, sindicatos, escolas e creches Fichas de consultórios particulares Arquivos de alistamento militar Registros policiais Bancos de dados de pesquisas (PNAD, inquéritos especiais)
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