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PÓS- GRADUAÇÃO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E ADEQUAÇÕES CURRICULARES AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA Cursista: Marcilene Araújo da Graça Orientadora: Mara Rubia R. Martins VALPARAÍSO/ GO 2018 RESUMO Esse trabalho tem como objetivo conhecer o desenvolvimento de um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculado na rede pública de ensino do Distrito Federal. O estudo de caso relatado nesse trabalho destaca as características do aluno relacionado à sua vida acadêmica e familiar, ressaltando sua comunicação, interação com os demais alunos, dificuldades motoras e comportamentais. O trabalho aborda os desafios dos profissionais em estabelecer a inclusão com eficiência trabalhando com em conjunto com o professor e o Atendimento educacional Especializado (AEE). Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista – inclusão escolar – Atendimento Educacional Especializado. INTRODUÇÃO O transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes características que podem manifestar-se em conjunto ou isolado, entre elas, destaca-se o padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Vale ressaltar que a pessoa com Transtorno do Espectro Autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais (PLANALTO, 2012). Em conformidade com essa questão a lei dispõe que: Para o efeito desta lei, é considerada pessoa com Transtorno do Espectro Autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma [...] de deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; padrões restritivos e repetitivos de comportamentos; interesses e atividades manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotina e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixo (PLANALTO, 2012). Na classificação Internacional de doenças (CID 10,1993) o autismo recebe a classificação F84-0 e é considerado um dos transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) (MARTINS, 2018). Segundo MELLO (2005, p. 17): As causas do autismo não são desconhecidas. Acredita-se que a origem esteja em anormalidade em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. No entanto a Constituição Federativa do Brasil dispõe que “é direito de todos o pleno desenvolvimento dos cidadãos [...] garante o direito à escola para todos (BRASIL, 1988. Art. 208). De acordo com o Ministério da Educação ( 2007): O Ministério da Educação dispõe que o AEE complementa/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais. Por tanto, é parte integrada do Projeto Político Pedagógico da escola (MEC, 2007). O trabalho é sobre um aluno com autismo na escola e o desafio da professora regente e da professora de AEE para trabalhar a inclusão e obter um melhor resultado no aprendizado do aluno, encarando os desafios e se alegrando com os resultados. RELATO DE EXPERIÊNCIA Carlos é um estudante de 6 anos cursando o 1º ano do ensino fundamental e matriculado na rede pública do Distrito Federal, é diagnosticado com autismo infantil – CID 10 F84-0; Carlos é uma criança que precisa de cuidada, necessita de dedicação, atenção e de carinho. É uma criança diferente dos demais alunos, mostra-se muito agitado, foge da sala de aula e não interage com os colegas de sala. Tem dificuldade motora e na fala, tem comportamento repetitivo e não reage bem quando é repreendido. O aluno gosta de desenhar e na sala de recursos a professora de AEE percebe que Carlos tem facilidade em desenvolver trabalhos, mas em sala de aula o aluno fica irritado e faz gestos agitados por não ter uma comunicação expressiva e não gostar da aproximação dos outros alunos. Marcos mora com sua família em uma região administrativa do DF, a relação familiar é boa e seus pais procuram ser presentes no cotidiano do seu filho. Seus pais estão sempre pesquisando e se informando sobre o autismo e são participativos na escola, mostrando interesse no desenvolvimento de seu filho e ajudando a equipe pedagógica com informações. Na escola ao começar a trabalhar com Carlos a professora viu como um desafio ensinar um aluno autista, mas usou a mesma metodologia que usava com os demais, apesar de direcionar maior atenção para Carlos. A professora junto com a professora de AEE foram pesquisando sobre Carlos para que pudessem atingir sua potencialidade dando prioridade a interação com os colegas e a compreensão, de regras e rotinas. Para a professora foi um desafio a inserção desta criança o convívio com as demais, mas viu a possibilidade com o Acompanhamento Especializado oferecido pelo AEE. Para o processo de desenvolvimento e interação do aluno, procuraram materiais e estratégias para atender as necessidades de Carlos. Trabalharam com brincadeiras como: Ciranda de roda Figura 1: Demonstrativo de brincadeira de roda Fonte: Imagens Google Bricadeira da Batata Figura 2. Demonstrativo da brincadeira da batata Fonte: Imagens Google Brincadeiras com bola Figura 3. Demonstrativo de brincadeira com bola Fonte: Imagens Google Fantoches Figura 4. Demonstrativo de fantoches Fonte: Imagens Google Quadro de rotinas Figura 5. Demonstrativo de Quadro de rotinas Fonte: Imagens Google Uso das cores Figura 6. Demonstrativo de cores Fonte: imagens Google Alfabeto com pregadores Figura 7. Alfabeto com pregadores Fonte: Imagens Google Formação de palavras Figura 8. Demonstrativo de formação de palavras Fonte: Imagens Google Pareamento de imagens Figura 9. Demonstrativo de pareamento de palavras Fonte: Imagens Google Caixa sensorial Figura 10. Demonstrativo de caixa sensorial Fonte: Imagens Google O desenvolvimento do Carlos está melhorando. Ele já reconhece algumas imagens, teve evolução na comunicação em algumas brincadeiras coletivas, o aluno mostra melhor desempenho em jogos e trabalhos na sala multifuncional do AEE. CONCLUSÃO Trabalhar com aluno autista é um desafio para os professores e experiência para a vida. Mostra que não precisa sentir medo e pode aprender em conjunto, com o apoio da equipe pedagógica, do professor de AEE e da família. A falta de informação é um obstáculo, por isso o profissional precisa se qualificar com formação, informação, pesquisa e troca de experiências. Trabalhar junto com o professor de AEE é fundamental para o desenvolvimento da criança e para a escola, Toda a escola está envolvida na evolução do aluno autista, o trabalho em equipe é essencial para o sucesso na vida da criança. Percebo que existem muitas dificuldades nas escolas com inclusão, pela falta de informação, capacitação dos profissionais e estrutura física, mas não é impossível fazer um bom trabalho usando a criatividade e amor para transformar a vida dos alunos da autistas e transforma-los em crianças alegres e produtivas. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição Brasileira. Brasília: Senado Federal, 1988. MARTINS, Mara Rubia R. Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) Transtorno do Espectro Autista (TEA). Portal Instituto Saber Cultura – Texto para o curso de Pós Graduação em AEE e Adequações Curriculares – Acesso em 20 nov 18. MEC, 2007 – www.portal.mec .gov.br/dmdocuments/rceb004_09pdf MELLO, Ana Maria S Ros. Autismo Guia Prático – 4º ed. São Paulo;AMA Brasília CORDE, 2005. 103 p. il. PLANALTO. Lei nº 12.764, 27 Dezembro 2012. Disponível em www.planalto.gov.br – Acesso em 21 nov 18
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