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TCC obesidade infantil

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11
FAVENI FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PÓS GRADUAÇÃO EDUCACAO FÍSICA ESCOLAR E EDUCAÇÃO INFANTIL
DYENIKA DE OLIVEIRA SOUZA CAPAZ
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A EDUCAÇÃO INFANTIL NO COMBATE DA OBESIDADE
MANTENÓPOLIS
2019
OBESIDADE INFANTIL
A Atuação do Professor de Educação Física na e Educação Infantil na Prevenção da Obesidade
DYENIKA DE OLIVEIRA SOUZA CAPAZ
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no trabalho conforme se apresenta, fonte e cor vermelha”.
RESUMO- A obesidade é um mal que tem afetado a cada dia mais crianças. Uma doença que acarreta o agravamento de muitas outras patologias que prejudicam a vida dos indivíduos. A educação física, enquanto propagadora de prática de atividades/exercícios físicos , assim como, de uma forma saudável de vida, desempenha papel de grande relevância diante desse cenário. Por isso, na realização desse trabalho de conclusão de curso, busca-se entender como deve ser atuação dos professores de educação física perante a obesidade infantil, visando a sua prevenção. Um trabalho que além de refletir sobre as consequências dessa doença na vida das crianças, mostra que através de uma atuação mais dinâmica e lúdica, o professor pode resgatar seus alunos do sedentarismo que muitas vezes tem contribuído para o agravamento desse quadro ressaltado na pesquisa, assim como despertar a consciência sobre a necessidade de uma alimentação saudável, que irá resultar numa saúde de qualidade.
Palavras-Chave: Obesidade Infantil. Educação Física. Professor. Saúde.
1 INTRODUÇÃO
Há algum tempo atrás, falar de obesidade remetia-se para um mal que afetava a vida da população adulta. Na atualidade, isso deixou de ser uma realidade longe da vida das crianças. A Obesidade infantil tem crescido de forma acelerada, o que faz com que se torne uma preocupação para as diversas áreas que compõem a vida em sociedade, como em especial para a Educação Física.
A prática de atividades físicas, essencial para um melhor condicionamento do indivíduo, assim como a reeducação alimentar é algo essencial para que esse quadro preocupante possa ser revertido, sendo que o Professor de Educação Física torna-se um dos atores principais na disseminação dessa consciência nos alunos.
Na realização desse trabalho de conclusão de curso, busca-se justamente entender qual deve ser a Atuação do Professor de Educação Física na Prevenção da Obesidade Infantil. Uma pesquisa bibliográfica que ressalta o que vem a ser esse mal, e quais as suas conseqüências para a vida da criança, assim como, o papel da Escola através das aulas de Educação Física e seus respectivos profissionais no enfrentamento desse problema.
A obesidade infantil é preocupante, pois não se relaciona apenas a uma questão estética, que por si só, é algo preocupante, pois a criança com esse mal pode ser alvo de bullying, mas sim, uma questão de saúde. Junto com a obesidade, pode haver o agravamento de muitas doenças que coloca em risco o desenvolvimento e a própria vida desses indivíduos.
A educação física pode ser a impulsionadora da reversão desse quadro preocupante, em especial, através da atuação de seus profissionais enquanto professores dessa disciplina. Despertar nos alunos o interesse pela prática de atividades físicas e ressaltar a importância dela para a saúde, colabora para que o sedentarismo seja deixado de lado, e a obesidade possa ser enfrentada de forma saudável.
2 DESENVOLVIMENTO 
1 A OBESIDADE INFANTIL
A ideologia de achar as crianças fofinhas engraçadinhas e bonitas, além de ser por muito tempo, um “sinônimo” de saúde para muitos dentro da sociedade, tem sido deixada de lado. Aos poucos os problemas oriundos da obesidade começam a ser identificados também na infância, e torna-se um grave problema dentro do contexto da atualidade.
Conforme Sigulem (2003, p. 6) “a obesidade pode ser conceituada, de maneira simplificada, como uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de gordura no organismo, levando a um comprometimento da saúde”. As dobrinhas tão comemoradas pelos pais podem ser indicadores de graves problemas de saúde apresentados pelos filhos num futuro bem próximo.
Por isso, é importante estar atento para aquilo que pode ser considerado apenas um sobrepeso ou a obesidade em si, pois entre as principais conseqüências apresentadas por esse mal está a “morbidade e mortalidade”, o que justifica a sua qualificação como “um problema de nutrição em saúde”. (SIGULEM, 2013, p. 6).
Em relação à obesidade na infância, Freitas (2010, p. 10) destaca que:
[...] Crianças obesas estão sujeitas a severo estresse psicológico devido ao estigma social. Também são frequentes as complicações respiratórias (regulação respiratória anormal, baixa oxigenação arterial), ortopédicos, dermatológicas (intertrigo, furunculose), imunológicas e os distúrbios hormonais.
O que se percebe é que não se trata apenas de uma preocupação física. A obesidade está intrinsecamente ligada a muitas complicações de saúde na vida da criança. Se para o adulto configura-se como um grande mal, quanto mais para uma criança, cujo organismo e corpo estão em pleno processo de desenvolvimento.
Diante disso, é preciso se ater aos fatores que podem ser os causadores da obesidade na infância. É possível perceber que não trata-se apenas de excesso de alimentação, mas sim uma má alimentação e problemas como sedentarismo (falta de atividades físicas), e o que muitas vezes passa despercebido, que são problemas psicológicos. Esses distúrbios e ou problemas psicológicos acabam contribuindo para que a criança acabe exagerando na ingestão de alimentos, o que acelera o processo de ganho de massa corporal e, consequentemente, aumento de seu peso.
Neste sentido, Vitolo (2008, p. 339) afirma que o sedentarismo, associado ao “excesso de ingestão de doces e gorduras, substituição de proteína vegetal por proteína animal e baixo consumo de fibras são os principais fatores ambientais responsáveis pelo aumento da obesidade”. Ou seja, reflexos de uma alimentação inadequada, o que muitas vezes passa despercebida pelos pais, ou até mesmo, é incentivada por eles, já que na infância, os filhos tendem a se espelhar no exemplo de seus genitores.
Assim, entende-se que:
A prática alimentar baseada numa dieta balanceada desde a infância é fundamental para o crescimento saudável e o desenvolvimento intelectual, visando inclusive à prevenção de distúrbios nutricionais, como anemia ferropriva e desnutrição, ou a obesidade. Além de reduzir os riscos para a manifestação de doenças futuras, como a osteoporose e de muitas doenças crônicas não transmissíveis. (SILVA, 2007, pg. 353).
Os cuidados para com a alimentação saudável das crianças deve ser uma preocupação por parte de suas famílias, assim como também, de outros segmentos sociais, como escolas por exemplo. Vale destacar que não é apenas falar e exigir que as crianças comam aquilo que é saudável, se essa não for à prática presente dentro dessas instituições sociais, em especial as famílias.
Uma boa alimentação é o primeiro passo para que a obesidade seja combatida, mas vale destacar também, a importância do incentivo para que as atividades físicas sejam uma prática constante na vida das crianças e demais indivíduos que compreende a sociedade. Esse fator não colabora apenas para o controle do peso, o que em si já é de grande relevância na vida das pessoas, masuma forma de manter um corpo sadio, e assim auxiliar a melhora em suas saúdes.
1.1 OS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA CRIANÇA OBESA
Vivemos em uma sociedade em que o culto à perfeição estética rege as relações. Uma sociedade que através da mídia estipula o que é “belo e perfeito”, e tudo aquilo que não se encaixa nesses padrões pré-estipulados torna-se motivo de exclusão.
Na atualidade, os padrões de belezas físicos se baseiam em corpos esculturais, ou em alguns casos específicos, em estereótipos “magros”. Isso faz com que a obesidade, além de representar um grave problema para a saúde das crianças, deixa sequelas para elas, também no aspecto emocional e psicológico
No que diz respeito à sua saúde, quando a obesidade se faz presente na infância, torna-se uma preocupação ainda maior. É possível perceber, não muito distante de nossa realidade, que a cada dia cresce o número de crianças com doenças antes só perceptíveis em adultos, como diabetes, colesterol alto, e assim, consequentemente, problemas cardiovasculares.
Nesse sentido, Barbosa (2009) trás que:
Assim como nos adultos, os fatores de risco, em crianças, estão diretamente relacionados ao excesso de peso e à distribuição de gordura. Estudos recentes demonstram que a doença arterosclerótica já se inicia na infância e na adolescência, e que o ganho de peso excessivo na infância pode causar o aumento do tamanho do coração no início da fase adulta. (2009, pg. 06).
Isso explica a relevância de se tratar a obesidade ainda na infância. Pensar que os quilos a mais são sinônimos de força e saúde, como predominou por muito tempo é uma atitude errônea. Trata-se justamente de um sinal de alerta para que os pais estejam atentos para com a saúde de seus filhos.
A obesidade infantil é uma grande preocupação, pois suas consequências acabam se alastrando por toda a vida adulta, caso não seja tratada. Isso, se não chegar ao extremo e se torne um motivo de morte, conforme já destacado nesse estudo.
Existem outros aspectos importantes a serem levados em consideração quando se fala em obesidade infantil. Conforme salientado acima, vivemos em sua sociedade excludente, onde a aparência rege as relações. Isso faz com que essas crianças apresentem também problemas psicológicos. O não controle sobre o peso acaba se tornado motivo de vergonha, e quando não há o apoio por parte dos pais, também de culpa.
A abordagem desse problema pelos familiares e profissionais (saúde, educação física e outros) de forma discriminatória acaba por fazer com que a criança tenha a sua autoestima abalada. Submetê-las a dietas exageradas, onde não haja resultados satisfatórios acaba por agravar ainda mais essas conseqüências psicológicas, onde um dos principais problemas, além dos apresentados até o momento, pode ser o surgimento de uma depressão.
A busca pelo controle da obesidade deve ser pautada numa alimentação adequada associada diretamente com a prática da atividade física. O importante então é demonstrar para as crianças que a reversão da situação de obesidade em que se encontra é possível e necessária, mas para isso, o esforço deve ser de todos os envolvidos, principalmente, da família.
Se para um adulto obeso a aceitação pela sociedade já é complexa, para uma criança, em especial nas escolas, acaba sendo ainda pior. Vitolo (2008) relata que:
Outro problema importante a ser considerado é o impacto que o excesso de peso promove no equilíbrio emocional de crianças e adolescentes. Um estudo mostrou que crianças de 10 a 11 anos preferem ter amigos deficientes físicos a ter amigos obesos. Existe, portanto, preconceito contra as pessoas obesas, que culturalmente são consideradas responsáveis por essa condição por serem fracas e não terem força de vontade. (2008, pg. 355.)
Esse preconceito existente com os chamados “gordinhos” destacado acima faz com que esse grupo de crianças sofra com o bullying dentro das escolas e na sociedade. Isso se torna comum, pois é difícil outras crianças dissociarem a imagem do obeso com a falta de educação alimentar, por isso, encarado como uma pessoa sem força de vontade.
Os fatores que levam à obesidade acabam sendo ignorados, e essas crianças sofrem com a exclusão e o preconceito, algo ainda mais comum no desenvolvimento de aulas de educação física, onde deveria ser o primeiro passo para elas despertem o interesse pelas atividades físicas e comecem a mudar sua vida.
Entre crianças ainda não há o entendimento de que uma educação alimentar deve ser pautada dentro de seus lares, e acabam direcionando para os obesos a exclusividade da culpa por se encontrarem assim. Diante disso, a obesidade infantil colabora para que essas crianças sofram com o bullying, e assim agrave ainda mais os efeitos psicológicos emocionais oriundos desse mal.
Dessa forma, muitas são as conseqüências que a obesidade traz para a vida da criança, e quando não é tratada com a urgência que necessidade, acaba se alastrando para a vida a adulta. Não se fala apenas de doenças graves já citadas, mas conseqüências como distúrbios psicológicos que podem originar de toda a exclusão e bullying sofridos nessa fase de sua vida.
A reeducação alimentar é entendida como de fundamental importância para que esse cenário possa ser modificado, mas a prática de atividades físicas é essencial para que isso possa se concretizar. Assim, pensar e refletir na contribuição que a Educação Física tem diante desse problema é essencial. Entender a importância do professor dessa área e como as suas ações pode contribuir para que as crianças tenham uma vida saudável é essencial.
A prática da atividade física e até mesmo a reeducação alimentar pode ser trabalhada nas aulas de Educação Física, o que contribui de forma efetiva para que a obesidade infantil e todas as suas consequências possam ser combatidas de dentro do contexto atual da sociedade.
2 EDUCAÇÃO FÍSICA E A OBESIDADE INFANTIL
A qualidade de vida está diretamente associada aos hábitos saudáveis de cada indivíduo. Uma boa alimentação, o cuidado com a saúde, a prática de exercícios/atividades físicos são passos fundamentais para que se possa viver bem.
Quando se relaciona às crianças, percebe-se que esses hábitos devem ser aguçados por seus pais, ou por todos aqueles que têm uma ligação direta com seu processo de desenvolvimento, onde se encaixam os professores, em especial, os docentes de Educação Física, pois na busca pelo bem estar físico, o “movimentar-se” torna-se essencial.
Muitas vezes, em especial dentro dessa sociedade moderna, onde as brincadeiras se restringem em jogos eletrônicos e outros dispositivos que impedem o movimento, o comodismo e sedentarismo começam fazer parte do indivíduo já na sua infância, o que colabora para o aumento dos índices de obesidade infantil. Isso faz com que seja perceptível a importância da educação física escolar diante desse cenário.
Para Santos (2000, p. 161):
Os jogos com a brincadeira representam recursos auxiliares para promover o desenvolvimento físico, mental e socioemocional da criança. Isso porque, a criança ao se desenvolver fisicamente, com a ajuda do jogo, aprende a correr, pular, saltar, se relacionar, controlar seus sentimentos no meio social de convívio.
Os métodos lúdicos utilizados por docentes capacitados levam à percepção de que o exercício físico nem sempre é doloroso. Mesmo diante de tantas inovações tecnológicas, através de jogos e brincadeiras, o professor pode resgatar o aluno para a prática da atividade física. A educação Física nesse contexto é um importante instrumento na propagação de práticas saudáveis pelas crianças.
No caso específico de crianças obesas ou com tendências à obesidade, a prática de exercícios físicos é de fundamental importância. Correr, pular, saltar, enfim, movimentar-se trás inúmeros benefícios para sua saúde, desde que ocorra de forma bem orientada e acompanhada por um profissional qualificado.
Assim, é preciso que a Educação Física Escolar, em especial na educação infantil, não se restrinja a modalidades esportivas. O docente precisa compreender quea disciplina deve visar o pleno desenvolvimento do aluno e não a prática do desporto. Se o exercício físico for trabalhado de forma lúdica, a tendência é que se torne mais prazeroso para o aluno, que sem perceber, estará contribuindo de forma eficaz para a melhora de sua saúde, e nesse caso em específico, do controle da obesidade. (NEIRA, 2012).
Dissociar a escola da função da promoção de saúde é um equívoco. A educação visa à formação do indivíduo dentro do modelo de cada época, preparando-os para o convívio em sociedade. Dessa forma, se importar com a obesidade é algo de grande relevância, pois além de comprometer sua saúde e consequente desenvolvimento, é também uma forma de evitar que essas crianças sofram com o preconceito, algo muito comum na sociedade excludente em que vivemos. (BETTI, 1981).
Menestrina (2000, p. 29, 30) fala que:
A sociedade moderna exige indivíduos cada vez mais saudáveis e sempre mais conscientes, suscitando que educação e saúde se entrelacem como necessidades decisivas e imprescindíveis para a auto-realização humana. Nessa perspectiva surge a educação para a saúde, que se caracteriza como um trânsito entre as mais diversas áreas do conhecimento, para promoção de um melhor nível na qualidade de vida, para os indivíduos, para as comunidades e para a nação. A educação para a saúde exerce influência direta sobre a existência humana, pois, compreende conhecimentos, atitudes e comportamentos que constituem o seu ser, o seu saber e o seu fazer.
Diante da afirmação de Menestrina (2000) percebe-se que educação e saúde estão intrinsecamente ligadas. Como a educação física está relacionada ao desenvolvimento da coordenação motora, da propagação dos movimentos, a sua importância dentro desse contexto é incontestável. Ao olhar diretamente para os altos índices de obesidade de crianças, onde a prática de atividades físicas se faz de grande relevância, assim como uma reeducação alimentar, a disciplina ganha ainda mais destaque dentro do cenário educacional e da sociedade em geral.
Uma educação voltada para a saúde não constitui de mais uma disciplina escolar, mas uma preocupação dos profissionais envolvidos, em garantir aos seus alunos conhecimentos que levem a uma consciência sobre os cuidados para com seus corpos. Trata-se da busca da construção de “um princípio de vida que atue na formação de uma consciência corporal saudável, visando a ações comprometidas e autônomas de integração biopsicossocial”. (MENESTRINA, 2000. p.33).
No sentido de trabalhar as práticas corporais, percebe-se que historicamente, essa função está associada à Educação Física. É uma disciplina que através de atividades e exercícios visa o desenvolvimento motor e físico do aluno, sendo, portanto, um importante instrumento no combate à obesidade infantil, pois diante das especificidades que a permeiam, delega-se a ela grande responsabilidade no tocante à criação de um estilo de vida saudável pelo aluno.
Na sociedade moderna em que vivemos a escola não é mais apenas uma propiciadora de mão de obra qualificada. A educação visa uma formação ampliada, ou seja, a preparação do indivíduo para a vida, nos seus mais amplos sentidos. Trabalhar os problemas que constituem o cotidiano dos alunos é uma necessidade dentro desse contexto, assim, a obesidade infantil, algo muito preocupante em nossos dias, deve se constituir em uma preocupação dentro das unidades escolares.
A obesidade é um mal, que senão for tratado trás sérias consequências para a criança, conforme já destacado nesse trabalho. Por isso, deve ser uma preocupação estar proporcionando a elas, informações acerca da doença, assim como a importância de uma alimentação saudável, e da prática de atividades físicas para o seu desenvolvimento, função que transforma-se numa competência dos profissionais de Educação Física, associado às demais disciplinas.
2.1 O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA FRENTE À OBESIDADE INFANTIL
Com o tempo, o professor deixou de ser aquela pessoa responsável por ser um transmissor de conhecimento acerca de determinados conteúdos necessários para a alfabetização/formação dos indivíduos. Aos poucos a função social dispensada à escola passa a pautar a atuação do docente, que precisa fazer com que o cotidiano faça parte do processo de ensino, no intuito de preparar seus alunos para a vida em sociedade.
Ensinar fórmulas ou exercícios por meio de repetição de sua execução é algo ultrapassado. No exercer profissional, o docente precisa ter ciência de que estimular seus alunos é uma necessidade. Um bom professor, através de suas aulas, é capaz de levar o aluno à reflexão, aguçar a sua curiosidade e seu espírito crítico, a assumir uma postura questionadora, e assim desenvolver a sua cidadania. (LOPES, 2004).
Assim também deve ser o professor de Educação Física. Pensar a disciplina enquanto uma prática recreativa é abdicar de sua função social. Despertar os alunos para os cuidados com seus corpos, e principalmente, com sua saúde é algo de grande importância. Quando esse trabalho começa a ser desenvolvido já na educação Infantil, os resultados tendem a ser mais positivo, o que demonstra a importância da atuação desses profissionais frente à obesidade infantil.
Diante de todos os atrativos tecnológicos que constituem o universo das crianças na atualidade, e que contribuem de forma significativa para o agravamento do quadro em relação à obesidade infantil, a atuação do profissional de Educação Física ganha maior destaque e importância.
Segundo Viuniski (2005, p. 189):
O sedentarismo é um dos maiores fatores que produzem e mantêm a obesidade. É muito mais fácil encontrar gordos sedentários do que obesos ativos. Sabemos também que mais sedentários sofrem de problemas cardiovasculares do que pessoas que praticam atividade física. (...) Além disso, a nossa sociedade moderna é altamente desencorajadora para a prática de atividade física, não só pelos avanços tecnológicos que nos poupam trabalho, mas também pela violência urbana. Ninguém mais pode andar e brincar livremente nas ruas das grandes cidades.
Diante dessa perspectiva, o professor de Educação Física através de seus métodos e ações deve estimular os alunos para a prática de atividade física. Trabalhar os movimentos, fazer com que a criança entenda que uma simples “brincadeira” pode reverter-se em melhoria para a sua saúde. Apesar de ser um desafio diante de todos os brinquedos modernos e tecnológicos, motivar os alunos para a prática de atividade física é uma das funções primordiais desse profissional.
Em relação às crianças que sofrem com a obesidade infantil, a aversão contra as atividades físicas acabam sendo mais nítidas. A rigidez e obrigação a acerca de dietas e programas de exercícios faz com que o interesse delas acaba sendo bem menor que o necessário. Cabe ao professor de educação física demonstrar aos seus educandos que praticar exercícios físicos pode ser também divertido.
De forma lúdica e divertida, o professor precisa fazer com que seu aluno seja “colocado em contato com uma cultura corporal de movimento, o que possibilitará o usufruto de uma aptidão física. Essa ação será benéfica na qualidade de vida, tanto efetiva e social, quanto cognitiva e motora. (BARBOSA, 2009, p. 32).
Por outro lado, além de todos os benefícios oriundos por parte da prática de atividade física para a criança obesa, cabe ao docente estar atuando de forma que sua integração e socialização dentro da turma aconteçam. A preocupação com estado físico é de suma importância, mas ignorar os efeitos psicológicos nessas crianças é contribuir para que a reversão do quadro em que esse aluno se encontra não ocorra, ou se agrave ainda mais.
A atuação do professor de Educação Física na Educação Infantil de forma eficaz, contribui para que esse problema tão presente em nossos dias possa ser enfrentado. Através de sua atuação, o aluno pode ser despertado criticamente sobre a necessidade do movimentar-se como prática propícia para a construção de um estilo de vida saudável.
CONCLUSÃO
A obesidade infantil constitui-senum dos graves problemas na atualidade, cujas consequências são percebidas também na vida adulta do indivíduo, desde que não haja interferência da família e de profissionais ligados diretamente ao processo de desenvolvimento das crianças que sofrem com esse mal.
Não se trata apenas de uma preocupação estética. É entendida como uma doença, pois trás consigo o agravar de muitos riscos para a saúde humana, como hipertensão, doenças pulmonares, artrite, gota, toxemia na gravidez, problemas psicológicos, baixa tolerância a calor, função e tamanho do coração dentre outros fatores. (POWERS e HOWLEY, 2005).
O aumento de casos de obesidade na infância justifica-se perante um hábito alimentar não saudável, aliado ao sedentarismo tão presente não atualidade. O avanço tecnológico e todos seus atrativos fazem com que a prática de atividade/exercícios físicos por crianças seja cada vez menor.
Diante desses fatores enaltecidos nessa pesquisa, percebe-se que Educação Física tem papel de suma importância para que as crianças que sofrem com a obesidade tenham outra perspectiva de vida. Os profissionais dessa área devem ser motivadores para que o público alvo passe a se interessar pelas atividades físicas, entendendo que trata-se de uma questão de saúde, assim como a reeducação de seus hábitos alimentares.
Mas, essa função somente será bem sucedida, se houver dinamismo e versatilidade do professor de educação física no exercer de sua função. A ludicidade e o dinamismo devem revestir suas aulas, para que através de brincadeiras, seu aluno possa entender a importância e se interessar na prática de atividades físicas.
A obesidade infantil é uma preocupação da sociedade nos dias atuais, e o professor de educação física é um grande aliado da família no sentido de proporcionar às crianças o interesse por práticas saudáveis de alimentação e exercícios físicos que possam reverter essa triste situação com que nos deparamos.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Vera Lúcia Perino. A prevenção da Obesidade na Infância e na Adolescência. Barueri, SP: Editora Manole, 2009.
BETTI, Mauro. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Editora Movimento, 1991
FREITAS, Andréa Silva de Souza. Obesidade Infantil: Influência de Hábitos Alimentares Inadequados. Revista Saúde e Ambiente, 2010. Disponível em http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Biologia/artigos/obesoinfantil.pdf . Acesso em 03 de setembro de 2014.
LOPES, Antonia Osima. Planejamento do ensino numa perspectiva crítica de educação. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (Coord.). Repensando a didática. 21° ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.
MENESTRINA, Eloi. Educação física e saúde/ Eloi Menestrina; 2.ed. ver ampl. Injuí: Ed. Unijuí, 2000.
NEIRA, Marcos Garcia. As situações didáticas da Educação Física. Nova Escola, São Paulo, 2012.
POWERS, S. K. e HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5. ed. Barueri: Manole, 2005.
SANTOS, Santa Marli Pires. Brinquedoteca: A criança o adulto e o lúdico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
SIGULEM, Dirce Maria. Obesidade na Infância e na Adolescência. Compacta Nutrição. Editora de Projetos Médicos (EPM), 2013, disponível em http://sweetlift.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Sweet-Lift-3.pdf. Acesso em 03 de setembro de 2014.
SILVA, Sandra Maria Chemin Seabra da. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo – SP. Editora Roca, 2007.
VITOLO, Márcia Regina. Nutrição da Gestação ao Envelhecimento.Editora Rubio, Riode Janeiro –RJ, 2008.
VIUNISKI, Nataniel. Obesidade Infantil-Guia Prático para Prevenir Enfrentar e Tratar deste Problema. Editora de Publicações Biomédicas Ltda – EPUB. 2ª Ed. Rio de Janeiro – RJ, 2005.
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