Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SOTER - SISTEMA ORGANIZACIONAL TÉCNICO REGULA COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARAGOMINAS - PARÁ 2020 2 Sharley de Sousa Ferreira RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARAGOMINAS – PARÁ 2020 Este Relatório de conclusão de curso foi Supervisionado e apresentado à Coordenação, como requisito principal para a aprovação do curso técnico em Eletrotécnica. Professora orientadora: Francisca Mônica Aerre Lessa, dentre os termos, confirmamos a veracidade dos documentos. 3 Relatório de conclusão de curso apresentado ao curso TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA, no mês de maio de 2020, examinado por: __________________________________________________ Sidney Magal Lopes da Rocha Supervisor de Manutenção CREA: PA 1500606685 __________________________________________________ Francisca Mônica Aerre Lessa Coordenadora do curso 4 SUMÁRIO 1. RESUMO...............................................................................................................05 2. INTRODUÇÃO.......................................................................................................06 3. OBJETIVO.............................................................................................................07 4. O ESTAGIARIO. ...................................................................................................08 4.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO..............................................................................08 5. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA.........................................................................09 5.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO..............................................................................09 5.2 HISTÓRIA DA EMPRESA....................................................................................09 6. FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO...................................................................14 7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA ELETRICIDADE............................................16 8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL..................................................20 9. MANUTENÇÃO ELETRICA INDUSTRIAL............................................................21 10. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS....................................................26 10.1 MAQUINAS ELÉTRICAS...................................................................................26 11. MOTORES ELÉTRICOS......................................................................................28 12. COMANDOS ELÉTRICOS...................................................................................52 13. FERRAMENTAS UTILIZADAS EM MANUTENÇÃO ELÉTRICAS......................59 14. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO TRABALHO.............................................61 15. CONCLUSÃO......................................................................................................69 16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................70 5 1. RESUMO. Este trabalho demonstra a utilização da teoria e do aprendizado prático em eletricidade, instrumentação, comandos elétricos e automação industrial. Em suma importância na elétrica em geral, adquiridos no curso de Técnico em Eletrotécnica realizado no Sistema Organizacional Técnico Regular – Paragominas - Pará, para realização do estágio obrigatório na área de Elétrica. 6 2. INTRODUÇÃO. Este relatório foi elaborado como parte de estágio curricular obrigatório do Curso de Técnico em Eletrotécnica realizado no Sistema Organizacional Técnico Regular – Paragominas/PA, na área de elétrica e aborda principalmente os trabalhos realizados na empresa, com uma explanação teórica do processo, descrição dos equipamentos e dispositivos utilizados e como o trabalho auxiliou no aprendizado continuado que o estágio proporciona. A empresa possibilita o incentivo ao crescimento educativo dos colaboradores através do ensino técnico e superior, buscando assim ter profissionais qualificados e capacitados para exercer funções com o intuito de desenvolver e aumentar a performance e qualidade dentro da companhia, nas atividades ligada a elétrica. 7 3. OBJETIVO. A finalidade do relatório é apresentar uma descrição de evidencias e fatos observados nas atividades desenvolvidas no decorrer do estágio, seguindo de uma análise crítica, construtiva e conclusiva. Tudo o que foi absorvido de conhecimento e aprendizado durante o estágio deve ser analisado de forma criteriosa, em que o mesmo deverá relatar suas experiências, e demonstrar os conhecimentos adquiridos durante as aulas. Além de proporcionar a complementação do ensino e da aprendizagem. 8 4. O ESTAGIARIO. 4.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO. Nome: Sharley de Sousa Ferreira Endereço: Rua Sargento Simplício 882 Bairro: Berro D’água CEP: 68637-000 Ipixuna do Pará - Pará Telefone: 91 – 3811 2100 / 91 - 991918366 E-mail: sharley79@hotmail.com mailto:sharley79@hotmail.com 9 5. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA. 5.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO. Nome: Imerys Rio Capim Caulim SA Empresa de Mineração. Endereço: Bacia do Rio Capim, Margem Esquerda, Zona Rural CEP: 68637-000 Ipixuna do Pará – PA 5.2 HISTÓRICO DA EMPRESA. A Imerys Rio Capim Caulim, empresa pertencente ao Grupo Frances Imerys, presente em mais de 40 países, iniciou suas atividades de mineração no município de Ipixuna do Pará, Estado do Pará no ano de 1996, extraindo e beneficiando Caulim, mineral usado no revestimento de papel e demais aplicações como tinta, porcelanato, cosméticos e etc. Fig. 1- Área de extração do minério em Ipixuna do Pará. Em 2010 adquiriu a Pará Pigmentos, empresa do grupo VALE. Hoje suas operações são compostas por duas minas no município de Ipixuna do Pará e a planta de beneficiamento e o porto de embarque no município de Barcarena. Nas minas o 10 minério é transformado em polpa onde é transportada para a planta de beneficiamento em Barcarena através de dois minerodutos, um de 160 km da Rio Capim Caulim e outro de 180 km da Pará Pigmentos. Na planta de beneficiamento em Barcarena essa polpa é reprocessada de acordo com as necessidades de cada cliente. Devido sua capacidade de produção a planta de beneficiamento da Imerys no Pará é a maior do planeta. Fig. 2 – Localização das minas em Ipixuna e da planta de beneficiamento em Barcarena A Imerys tem como MISSÂO produzir caulim de forma competitiva e sustentável, respeitando clientes, colaboradores, comunidade, acionistas e fornecedores. Sua VISÂO é ser reconhecida globalmente como referência na produção sustentável de caulim. Carrega como VALORES a Segurança, Valorização das pessoas, Ética, Empreendedorismo, Conformidade legal, Competitividade, Respeito ao meio ambiente, Trabalho em equipe e Transparência. Para manter-se competitiva a Imerys preza pela conservação da política do seu Sistema de Gestão Integrada que é a combinação de processos, procedimentos e 11 práticas de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde, adotados pela organização, visando implementar suas políticas e atingir metas indispensáveis para a obtençãode um ambiente de trabalho saudável. O Sistema de Gestão Integrada da Imerys é apoiado nas normas internacionais ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e tem como base satisfazer os requisitos dos clientes através da qualidade dos produtos e melhoria continua dos processos e atividades; Atender a legislação e outros requisitos vigentes, incluindo os requisitos do sistema de gestão integrada; Prevenir a poluição, minimizar o consumo de recursos minerais e insumos importantes para o processo, controlar os resíduos gerados e trabalhar em parceria com as comunidades, visando a conservação ambiental das áreas onde atuam; Promover e preservar a integridade físicas dos colaboradores através do gerenciamento de risco, proporcionando um local de trabalho seguro e saudável; Integrar a responsabilidade social em toda a organização e suas relações, se responsabilizando pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento transparente e ético que leve em conta as partes interessadas e contribua para o desenvolvimento sustentável. O Grupo Imerys tem em suas minas na região amazônica um caulim perfeito para aplicação em papéis, tanto no preenchimento das fibras da celulose quanto na cobertura da folha devido a sua alta alvura, 97 % do caulim produzido pela Imerys é destinado a indústria papeleira, o restante é aplicado no seguimento de tintas, cosméticos e cerâmica. Nossos Clientes. A Imerys busca sempre desenvolver tecnologias para aperfeiçoamento dos seus processos para atender de maneira satisfatória seus inúmeros clientes espalhados pelo mundo. Departamento de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Imerys (EHS) A Imerys acredita que um ambiente de trabalho seguro e saudável é uma condição básica para uma empresa responsável e lucrativa. Para a Imerys segurança é princípio e não uma prioridade que seja alterada de acordo com uma situação do momento e de outras tarefas conflitantes. 12 Respeito e preservação ao meio ambiente também são parte integrante de todas as nossas atividades, por isso possui um sistema de gestão ambiental em ação e sempre atualizado com uma política ambiental definida de modo a cumprir, no mínimo, os requisitos da legislação ambiental, promover a educação ambiental dos funcionários/comunidade e a preservação e proteção do meio ambiente. A Imerys cumpre rigorosamente seus Procedimentos de Proteção do Meio Ambiente, estes procedimentos orientam nossos funcionários e nossos clientes como proceder na destinação correta de materiais/resíduos gerados na execução de nossos serviços. Visando sempre a melhoria continua, elaboramos então o nosso manual do Sistema de Proteção do Meio Ambiente, obedecendo às diretrizes da ISO 14001. A política de Meio Ambiente da Imerys encontra-se em nossa Política de Gestão Integrada. Sistema de Segurança e Saúde Ocupacional Desenvolver uma cultura de segurança e saúde proativa através da implementação dos três pilares do Sistema de Segurança da Imerys. São eles: Respeito as regras; Melhoria continua; Comunicação; Para isso disponibiliza ferramentas importantes que auxiliam seus colaboradores e terceiros na manutenção de um ambiente seguro, livre de acidentes. Departamento de Gestão de Pessoas O departamento de gestão de pessoas da Imerys oferece aos seus colaboradores um leque de oportunidades, para isso realiza o recrutamento e seleção com o objetivo de captar e selecionar os melhores profissionais no mercado de acordo com as competências necessárias para o desenvolvimento das atividades. A empresa prioriza a contratação de pessoas em sua região de influência. Prova disso é que quase todas as contratações são feitas no Pará e a empresa conta com mais de 70 % de paraenses em seu quadro. Os objetivos do departamento consistem em identificar, atrair, selecionar e reter talentos, desenvolvendo competências aos departamentos, compartilhando ideias, projetos e melhorias, assegurando a transparência e conformidade com requisitos legais. 13 O departamento conta com diversos programas de capacitação e desenvolvimento de seus colaboradores. Dentre os vários programas oferecido, podemos destacar o curso de inglês, educação de jovens e adultos, curso de informática, o Key Talent, programa que prepara o colaborador para elaborar e apresentar projetos de melhoria em sua área de trabalho e o programa de estágio que oferece aos colaboradores que estudam curso técnico e superior a oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos dentro da própria empresa e assim poder concluir seus referidos cursos. Departamento de Manutenção da Imerys O principal objetivo do departamento de manutenção é manter a planta funcionando, oferecendo aos nossos clientes condições de produzirem seus produtos e serviços com eficiência e segurança. Dentro de uma planta industrial o maior cliente do departamento de manutenção é a produção, que necessita ter disponibilidade operacional de seus equipamentos. Quando esta planta industrial fica situada em área remota como ocorre, dentro das grandes fazendas, madeireiras, laticínios, frigoríficos e no nosso caso que é a mineração, a responsabilidade do departamento de manutenção aumenta, pois além de manter a planta industrial funcionando com eficiência precisa manter também áreas anexas como alojamentos, refeitórios, lavanderias entre outras que precisam de reparos constantes principalmente na área de elétrica. Simplificando o dia a dia o departamento de manutenção, seus profissionais atendem pequenas ocorrências como a manutenção de um chuveiro elétrico, e também atividades complexas como manutenção de grandes equipamentos automatizados controlados por PLCs. Por isso a necessidade de contar com profissionais altamente capacitados com conhecimento técnico especializado. 14 6. FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO. MANUTENÇÃO: Princípios e definições. O conceito de manutenção tem origem militar, visando a necessidade de manter o efetivo humano e de equipamentos nas frentes de batalha. Na indústria os primeiros relatos sobre a utilização dessa expressão surgiram nos EUA década de 50. Quando se busca o significado teórico do que seria manutenção industrial, encontram-se referencias do tipo: ato ou ação de manter, gerir e administrar uma planta industrial. a manutenção é uma função empresarial da qual se espera o controle constante das instalações, assim como o conjunto de trabalho de reparo e revisões necessárias para garantir o funcionamento regular e o bom estado de conservação das instalações produtivas, serviços e instrumentação dos estabelecimentos. Considerando a efetiva utilização de tecnologia aplicada aos sistemas de controle da produção, melhorias significativas podem ser alcançadas dentro de um processo. E quando se fala em tecnologia, fala-se em automação e utilização crescente de instrumentos de medição e controle, e equipamentos autônomos, o que abre um vasto campo para as aplicações da manutenção não só como técnica de reparo e prevenção, mas como modelo de gestão de sistemas produtivos. TIPOS DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO CORRETIVA É um tipo de manutenção que consiste basicamente em deixar que as máquinas funcionem até que apresentem alguma falha ou algo próximo disso, para então programar a correção dos problemas. É evidente que esse método é o que acarreta maiores custos associados às perdas de produção, devido às paradas inesperadas e à impossibilidade de um planejamento eficiente. MANUTENÇÃO PREVENTIVA entende-se ser, essencialmente, a programação de intervenções nas máquinas e equipamentos com base em estimativas de períodos de tempo médios de ocorrências de falhas. Consistindo o método na substituição de componentes ainda em bom estado o que gera um desperdício e consequente custo indesejado. Manutenção 15preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos de tempo definidos. Manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento do item. MANUTENÇÃO PREDITIVA É baseada na análise de vibrações das máquinas ou equipamentos para uma futura intervenção. Através do conhecimento do estado da máquina, diante dessas medições contínuas, determina-se uma estratégia para se evitar a falha ou substituição desnecessária de uma peça. Pode também ser chamada de manutenção condicionada, “a atuação realizada com base em modificação e parâmetro de Condição ou Desempenho, cujo o comportamento obedece uma sistemática, considerando esta uma categoria da manutenção preventiva, atribuindo ainda que a manutenção preditiva permite garantir a qualidade de serviços desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizadas ou de amostragem, para reduzir ou mínimo a manutenção preventiva e consequentemente diminuir a necessidade de manutenção corretiva”. 16 7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA ELETRICIDADE. Fundamentos teóricos da eletricidade são baseados em alguns conceitos básicos como energia, potência, corrente elétrica, diferença de potencial, resistência e frequência. Uma atividade é proposta de forma a ilustrar e exemplificar, fixando de maneira mais dinâmica o conteúdo das atividades. Onde a eletricidade é uma forma de energia baseada na geração de diferenças de potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos. É uma das formas de energia que o homem mais utiliza na atualidade, graças à sua facilidade de transporte e baixo índice de perda energética durante conversões. A energia elétrica é obtida principalmente através de termoelétricas, usinas hidroelétricas, usinas eólicas, usinas termonucleares e usinas heliotérmicas. Existem 4 fundamentos quando se trata da manutenção de instalações elétricas: - Manter limpo; - Manter seco; - Manter apertado; - Manter lubrificado e/ou resfriado; MANUTENÇÃO, “Manter em ação”, é muito mais do que consertar, manter é não deixar quebrar. Além disso, quanto antes for a atuação no equipamento ou prevenção de falha, menor será o custo com a manutenção para a organização. Lembramos que quase sempre o maior custo decorrente de uma falha no sistema elétrico não é o custo do reparo e sim o lucro cessante ou custo da perda de imagem pela falta da disponibilidade do sistema ou equipamento. Isto pode ser visto na figura abaixo. 17 Fig. 3 – Indicadores de redução de custos com manutenção. Luiz Alberto Verri, Engenheiro Eletricista, Mestre em Qualidade, Ex gerente de Manutenção Elétrica em várias empresas afirma que para todos os equipamentos, mas principalmente para os elétricos, pelo potencial de dano e prejuízo, deve-se trabalhar no sentido de evitar a falha, protegendo os ativos, a produção e a imagem. A melhor forma de conseguir isso é trabalhar, na prevenção como mostra a figura abaixo. 18 Fig. 4 – Indicadores de planejamento estratégico. O sucesso da manutenção consiste em manter o parque industrial operando da melhor forma possível, atuando principalmente nas manutenções preventiva e preditiva. O profissional atuante na área da elétrica deverá demostrar a capacidade de: 1. Assumir postura profissional ética, que lhe dê condições de manter bom relacionamento com outros profissionais, clientes e fornecedores, atuando em equipes multidisciplinares e contribuindo de forma efetiva para atingir os objetivos em seu trabalho; 2. Desenvolver atividades profissionais, demonstrando iniciativa, liderança e presteza, cuidado e zelo; 3. Desenvolver habilidades interpessoais; 4. Elaborar propostas de intervenção na realidade; 5. Elaborar, acompanhar e executar projetos; 6. Ler e interpretar diagramas elétricos; 7. Planejar e executar instalações elétricas industriais e residenciais de acordo com normas técnicas e de segurança; 19 8. Planejar e executar manutenção corretiva, preventiva e preditiva nos sistemas elétricos industriais, comerciais e residenciais; 9. Elaborar documentação técnica; 10. Estabelecimento de indicadores de qualidade dos serviços; 11. Avaliar o dimensionamento de projetos elétricos; 12. Especificação de materiais e acessórios para instalação de equipamentos de sistemas elétricos, apresentando assim um ambiente onde o estagiário pode criar, construir, sugerir modificações e medir as grandezas elétricas de um circuito, instrumento, dispositivo e equipamentos dentro do ramo de manutenção industrial. Possibilitando assim o aumento do conhecimento dos princípios de elétrica, instrumentação e automação industrial. 20 8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. São equipamentos diversos que protegem o trabalhador de forma individual, garantindo sua integridade física. Falaremos apenas dos que forem necessários na empresa. óculos protetores, máscara (protetor respiratório), calçados de proteção com solado isolante, luva de proteção em raspa e vaqueta, luva de cobertura para proteção da Luva de borracha, perneira de proteção contra animais peçonhentos, cinto de segurança tipo paraquedista, talabarte, protetor auricular (do tipo abafador), detectores de tensão e além de diversos outros. Sendo que a empresa é obrigada a fornecer ao estagiário, sem qualquer custo os equipamentos acima descritos. Fig. 5 - Equipamentos Proteção de Individual. 21 9. MANUTENÇÃO ELETRICA INDUSTRIAL Manter máquinas e equipamentos em ação é o princípio fundamental para o sucesso de uma indústria, por isso a importância de ter em seu quadro profissionais tecnicamente qualificados. As grandes empresas estão cada vez mais buscando modernizar seu parque industrial para otimizar sua produção, para isso buscam maquinas modernas. Manter essas maquinas funcionando adequadamente para evitar interrupções nas linhas; de produção é preciso um planejamento estratégico por parte da equipe de manutenção. Máquinas modernas automatizadas exige que o profissional da elétrica tenha conhecimentos diversos como: - Redes de alimentação de máquinas - Plantas industriais - Comandos elétricos - Automação, entre outras Somente o profissional dotado de tais conhecimentos tem a capacidade de fazer com que circuitos elétricos funcione corretamente e não leve perigo para os usuários. Durante o estágio supervisionado pude observar o quanto dinâmico e diversificado são os problemas de falhas elétricas dentro de uma planta industrial, problemas que vai de uma simples falha em um quadro de disjuntores até falhas em lógicas de CLP. Diante do conhecimento teórico adquirido durante a formação técnica, somente a pratica do cotidiano torna você um profissional diversificado. Tive a oportunidade de atuar junto da equipe de manutenção para solucionar problemas diversos. O nível de organização da manutenção reflete as particularidades do estágio de desenvolvimento industrial de um país. A partir do momento em que começa a ocorrer o envelhecimento dos equipamentos e instalações, surge a necessidade de uma racionalização das técnicas e dos procedimentos de manutenção. Foi nos países europeus e norte-americano onde a ideia de organização da manutenção iniciou, devido a maior antiguidade do seu parque industrial. Surgiu então a denominação: De uma forma geral, a manutenção constitui-se de todos os equipamentos, de forma que estejam em condições ótimas de operação quando solicitados ou, em caso de defeitos, estespossam ser reparados no menor tempo possível e da maneira tecnicamente mais correta. 22 A partir de então, todas as grandes e médias empresas na Europa e América do Norte dedicaram grande esforço ao treinamento do pessoal nas técnicas de organização e gerenciamento da manutenção. No Brasil, no início do seu desenvolvimento industrial, a baixa produtividade industrial, baixa taxa de utilização anual e os altos custos de operação e de produção, refletiam justamente um baixo nível ou até inexistência quase total de organização na manutenção. No entanto, com o passar dos anos e o amadurecimento industrial, fez-se sentir a pesada necessidade de reestruturação no nível e na filosofia da organização da manutenção, de modo que hoje, já temos um esforço maior nesse sentido, e podemos até dizer, que a manutenção ganha o seu destaque no processo produtivo, como não poderia deixar de ocorrer, em benefício próprio das empresas e indústrias. Nos últimos 20 anos a atividade de manutenção tem passado por mais mudanças do que qualquer outra. Dentre as principais causas, podemos citar: a. Aumento, bastante rápido, do número e diversidade dos itens físicos (Instalações, equipamentos e edificações) que têm que ser mantidos; b. Projetos muito mais complexos; c. Novas técnicas de manutenção; d. Novos enfoques sobre a organização da manutenção e suas responsabilidades. A tabela a seguir ilustra a evolução da manutenção, que pode ser dividida em três gerações. 23 Fig. 6 - Tabela de desenvolvimento das técnicas de manutenção. A ideia básica por trás do destaque conferido à manutenção é que não basta investir e implantar um sistema produtivo; é necessário que o tempo de utilização anual do sistema em condições de produção próximas da máxima seja o maior possível e simultaneamente sejam otimizados a duração de vida útil e os custos. A consecução desta otimização requer a existência de um grupo fortemente especializado na manutenção da empresa e implantado, dentro do organograma, em um nível adequado de chefia que lhe permita plenas condições de trabalho. O CONCEITO ATUAL DE MANUTENÇÃO: TEROTECNOLOGIA. Ainda hoje, numa grande maioria dos empreendimentos tecnológicos, os responsáveis pela manutenção se encontram ausentes dos grupos que concebem, projetam e montam as usinas e as instalações industriais e serviços. Projetar e construir uma instalação sem que ninguém, até no momento de partida, trate da 24 organização e da sistematização prévia das atividades de manutenção, constitui uma grande falha. Nestes casos, nos primeiros meses de funcionamento é normal acumularem-se problemas graves e multiplicarem-se e alongarem-se as paradas por defeitos devido às seguintes insuficiências: • Ausência de pessoal de manutenção com conhecimento inicial profundo das instalações; • Escassez de dados de consulta necessários para a correta pesquisa de anomalias e para referência dos procedimentos e peças de substituição a usar, isto é, má organização da biblioteca de manuais técnicos e de manuais de manutenção; • Escassez de desenhos de projeto detalhado correspondendo corretamente aos equipamentos instalados e às conexões efetuadas; • Ausência de estoques corretos de peças de reposição, no que se refere à qualidade ou à quantidade dos itens de almoxarifado; • Inexistência de rotinas de manutenção preventiva e de diagnóstico previamente estruturadas e racionalizadas; • Inexistência de procedimentos normalizados e racionalizados para a manutenção periódica, programada de grandes equipamentos; • Inexistência de fichários históricos para registro de tempos e ocorrências, etc. • Escolha incorreta dos equipamentos e soluções; • Negligência de aspectos de grande importância tais como: "conservabilidade" ou mantenabilidade dos equipamentos, tempo médio entre falhas, vida útil do equipamento, tempo médio de reparo dos equipamentos, e existência de meios locais humanos e materiais para a manutenção dos equipamentos. A terotecnologia é uma concepção global e integrada do modo como deve ser estudada, escolhida e construída uma nova instalação tecnológica. Os conceitos básicos são os seguintes: • Os pontos de vista sociais, econômico-financeiros, tecnológicos, de operação e produção e de manutenção de um novo empreendimento são igualmente importantes; especialistas de várias disciplinas devem fazer parte da equipe de concepção e acompanhamento, desde as fases iniciais (plano diretor, projeto básico, anteprojeto, projeto detalhado) e durante a instalação de partida; 25 • Os pareceres da manutenção estarão sempre presentes em toda a fase de concepção, escolha de equipamentos e escolha de soluções da instalação; • A manutenção deve ser previamente organizada e estruturada antes do dia da partida da instalação: nesse dia a manutenção deve ser uma "máquina" pronta a partir; • O pessoal básico de manutenção, que ficará vinculado ao sistema, deve acompanhar todas as fases do projeto e instalação de modo a conhecerem em detalhe todas as minúcias dos equipamentos e das instalações logo de início; • A chefia da manutenção deverá ocupar um nível hierárquico no organograma idêntico ao da chefia de operação. 26 10. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 10.1 Máquinas Elétricas. Definições: O universo da eletricidade é vastíssimo, se pensarmos, por exemplo, em termos de materiais, podemos encontrar: lâmpadas, fios e cabos, chaves, eletrodutos, perfilados, luminárias, interruptores, transformadores, sensores, chaves de manobra, dispositivos de proteção e segurança, abraçadeiras, conectores, isoladores, soquetes, conduletes, tomadas diversas, para-raios, haste de aterramento, eletrocalhas, canaletas, reatores, etc. Em residência, a utilização desses materiais serve basicamente com o objetivo de “transferir” a energia que chega da distribuidora para dentro da casa e essa ser utilizada para a iluminação e pelos aparelhos eletroeletrônicos usados no dia a dia. Na indústria, a utilização da eletricidade vai além das necessidades residenciais, ou seja, a prioridade de utilização da mesma é transferida para o funcionamento de máquinas e equipamentos. Um termo muito comum no meio industrial é máquinas elétricas. Mas quais são e para que servem na verdade essas máquinas? Estão reunidos sob o conceito de máquinas elétricas basicamente três equipamentos: motores, geradores e transformadores. A caraterística em comum desses equipamentos é o fato de trabalharem com transformação de energia. As máquinas elétricas estão divididas em dois tipos: ROTATIVAS: Aqui se encontram os motores e os geradores que recebem essa denominação porque possuem uma parte girante em relação a outra de repouso (rotor e estator respectivamente); ESTACIONÁRIAS: Também conhecidas como “em repouso”, recebem esse nome porque não possuem partes que se movem. Aqui estão os transformadores. Como dissemos anteriormente, as máquinas elétricas possuem a característica de transformar um tipo de energia em outro, sendo: Motores elétricos: transforma energia elétrica em mecânica; Geradores: ao contrário dos motores, transformam energia mecânica em elétrica; 27 Transformadores: esse transforma energia elétrica também em energia elétrica, porém sob outros parâmetros, seja para aumento ou diminuição de tensão elétrica. As máquinas elétricas são o principal objeto de estudo dos comandos elétricos dentro da eletrotécnica. Cada uma delas possui a sua complexidade e a estrutura mecânica de cada uma exige um estudo disciplinar que envolve elétrica, física, termodinâmica, lubrificação, refrigeração, etc. 28 11. MOTORES ELÉTRICOS. O setor industrial é responsável por cerca de40% a 50% de toda a energia elétrica consumida no país. Dentro deste setor o consumo dos motores elétricos é estimado em cerca de 70% a 80%, o que evidência a grande importância do conhecimento, por parte dos profissionais, deste tipo de equipamento. Fig. 7 – Demonstração dos diversos tipos de motores. Os motores trifásicos de indução, representam cerca de 90% da potência de motores fabricados. Aqui vamos abordar o princípio de funcionamento, as principais características técnicas e algumas informações sobre sua aplicação. São abordados, ainda, outros tipos de motores, porém com menor profundidade. Incluem-se motores síncronos, de corrente contínua e monofásicos de indução. 29 Fig. 8 - Fluxograma da evolução de motores elétricos A finalidade básica dos motores é o acionamento de máquinas e equipamentos mecânicos. Cabe ao profissional de elétrica a correta seleção do motor adequado a cada processo industrial. Existe uma gama variada de motores, que operam em corrente alternada (monofásico ou trifásico) ou contínua, porém para cada aplicação existe um motor com característica mecânica e elétrica que atende o processo da melhor maneira. O processo de seleção dos motores deve satisfazer basicamente três requisitos: a) Fonte de alimentação: tipo, tensão, frequência, etc... b) Condições ambientais: agressividade, periculosidade, altitude, temperatura, etc... c) Exigências da carga e condições de serviço: potência solicitada, rotação, conjugados, esforços mecânicos, ciclo de operação, confiabilidade exigida pelo processo industrial, etc. 30 TIPOS DE MOTORES A classificação clássica dos motores consiste em agrupá-los em motores de corrente continua e motores de corrente alternada. Os motores de corrente contínua (motor CC) são máquinas de corrente contínua (MCC), isto é, funcionam tanto como motores quanto geradores de energia elétrica. Como o próprio nome indica, os motores CC são acionados por uma fonte de corrente contínua. Eles são motores que possuem imãs permanentes ou então têm campo e armadura, neste caso não possuem ímãs permanentes. Os motores de corrente contínua são muito usados e possuem diversas aplicações como por exemplo, brinquedos, eletrodomésticos, máquinas industriais, veículos elétricos, entre outros. O motor CC possui diversas partes que são essenciais para o seu funcionamento. Abaixo temos uma imagem que apresenta a estrutura interna de um motor de corrente contínua. Fig. 9 - Estrutura interna de um motor de corrente contínua 31 A figura mostra o detalhamento de um motor de corrente continua. Para facilitar o entendimento sobre o funcionamento deste tipo de motores, ele é constituído basicamente pelo enrolamento de armadura, enrolamento de campo, comutador e as escovas, onde: Enrolamento de armadura: é localizado na parte girante do motor de corrente contínua (rotor), que é responsável por produzir o torque elétrico que o movimenta quando opera como motor, bem como a tensão de saída quando opera como gerador. Enrolamento de campo: é a parte fixa da máquina (estator), responsável por criar o fluxo magnético que irá atravessar a armadura. Nele é formado os polos magnéticos norte e sul, criando-se um campo de excitação. Além disso, é importante mencionar o estator do motor CC também pode ser feito por ímãs permanentes; Comutador: tem a função de manter a corrente circulando sempre no mesmo sentido na armadura, ou seja, faz com que o torque gerado esteja sempre no mesmo sentido. Quando estão operando como gerador, o comutador tem a função de manter a tensão gerada sempre com a mesma polaridade; Escovas: são geralmente feitas de carvão, encarregadas de fazer o contato do enrolamento de armadura para que se possa injetar energia elétrica no enrolamento. Quando está funcionando como gerador ela retira a energia elétrica do enrolamento. Vantagens e desvantagens São muitas as vantagens dos motores de corrente contínua, dentre elas podemos citar: Controle de velocidade para uma ampla faixa de valores acima e abaixo do valor nominal; É possível acelerar, frear e reverter o sentido de rotação de forma rápida; Não está sujeito à harmônicos e não possui consumo de potência reativa; Permite variar a sua velocidade mantendo seu torque constante; Possui um alto conjugado de partida, que também conhecido como torque ou força de arranque; Os conversores necessários para o seu controle são menos volumosos. Apesar das vantagens os motores de corrente contínua também apresentam algumas desvantagens, tais como: Possui maior manutenção devido aos desgastes entre as escovas com o comutador, exceto para os motores brushless. 32 Em relação aos motores de indução CA de mesma potência possuem um preço e tamanho maiores; Por causa da centelha que ocorre entre suas escovas e os comutadores, com exceção dos motores brushless, os motores de corrente contínua não podem operar em ambientes explosivos. Modelagem Um fenômeno descrito em termos de símbolos e relações matemáticas, que reproduz ou transcreve o objeto estudado, é denominado como modelo matemático. Portanto, abaixo temos representado o modelo de um motor de corrente contínua. Va =Tensão de armadura Ia = Corrente de armadura La = Indutância do enrolamento de armadura Ra = Resistência do enrolamento de armadura Ea = Tensão induzida na armadura Vf = Tensão de campo If = Corrente de campo Lf = Indutância do enrolamento de campo Rf= Resistência do enrolamento de campo ∅f = Fluxo magnético do enrolamento de campo MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA: Podemos classificar os motores de corrente contínua de acordo com o modo de conexão do indutor e das bobinas induzidas, sendo classificados como motor série, motor paralelo, motor composto e motor de excitação independente. Motor Série O motor em série possui esta definição pois os enrolamentos do indutor e da armadura são ligados em série, se destacando por conter um alto torque e rápida aceleração. Devido às suas características o motor série é muito usado em aplicações onde é necessário maior tração como por exemplo, trens elétricos, bondes elétricos e guinchos elétricos. Motor paralelo 33 Também conhecido como motor de derivação ou motor shunt, o motor paralelo este nome porque o indutor e os enrolamentos induzidos são ligados em paralelo. Ele tem como característica a fácil regulagem de sua velocidade e é um tipo de motor muito utilizado em máquinas, ferramentas, elevadores, esteiras etc. Motor composto Conhecido por alguns como motor misto, o motor composto apresenta as características dos motores série e dos motores paralelos. Ele possui dois enrolamentos de indutor, um em série com o enrolamento induzido e o outro em paralelo. Este motor tem como característica manter firme a sua velocidade ao operar com carga, por isso o motor composto é muito usado em acionamento de máquinas que são submetidas à bruscas variações de cargas, como prensas e tesouras mecânicas. Motor de excitação independente O motor de excitação independente recebe este nome pelo fato do seu indutor e a sua armadura serem alimentados por duas fontes de energia independentes. Os motores CC com excitação independente são utilizados normalmente em acionamentos de máquinas operatrizes como por exemplo, ferramentas de avanço, bombas a pistão, compressores, entre outras aplicações que é necessário um torque constante em toda a faixa de rotação. Tipos de motor: Motor de passo Os motores de passo possuem várias bobinas, que quando são energizadas de acordo com uma sequência, fazem com que o seu eixo se mova de acordo com ângulos exatos, submúltiplos de 360. Os motores de passo são usados em aplicações que exigem uma alta precisão, como exemplo de aplicação podemos citar as impressoras tradicionais, impressoras 3D eem muitos outros sistemas de controle de posição. Apesar do motor de passo ter uma alta precisão, ele possui um torque muito baixo, sendo que quanto maior sua precisão menor será o seu torque. Servo motor Conhecidos como servo, o servo motor é muito utilizado em aplicações de robótica. Ele é basicamente um motor que podemos controlar a sua posição angular através de 34 um sinal PWM, utilizado para posicionar e manter um objeto em uma determinada posição. Diferentemente dos motores de passo que podem ser rotacionados livremente, o eixo de um servo motor não costuma ter tanta liberdade em seus movimentos, que geralmente é de apenas 180º. Motor brushless Motor brushless significa motor sem escova, ou seja, este é um tipo de motor que não precisa de escovas para funcionar. Os motores brushless são similares aos motores de corrente contínua (CC) tradicionais com escova, porém são comutados eletronicamente (ESM), de modo que podem ser alimentados por uma fonte de corrente contínua. Por possui uma comutação sem escovas (brushless) o motor brushless é mais eficiente, necessita de menos manutenção, menor geração de ruídos, possui uma maior densidade de potência e faixa de velocidade comparando com os motores de comutação por escovas. Devido às diversas vantagens do motor brushless, ele é muito usado em drones e aeromodelos, além de ser leve e ter grande velocidade de rotação Como nem tudo é perfeito, o motor brushless contém uma eletrônica que contribui para um maior custo de aquisição, além de normalmente ser mais complexo que os motores de comutação por escovas. Princípio de Funcionamento: O princípio básico de funcionamento do motor CC é o seguinte: “Sempre que um condutor conduzindo uma corrente elétrica (em vermelho) é colocado em um campo magnético (em azul), este condutor experimenta uma força mecânica (em verde)” gerando o torque e o giro do eixo do motor. 35 Fig. 10 – Principio de funcionamento de um motor de corrente contínua O princípio básico de funcionamento do motor CC é o seguinte: “Sempre que um condutor conduzindo uma corrente elétrica (em vermelho) é colocado em um campo magnético (em azul), este condutor experimenta uma força mecânica (em verde)” gerando o torque e o giro do eixo do motor. Servo Motores Fig. 11 – Servo motor. 36 O Que É Um Servo Motor? Os servo-motores (ou servos) são dispositivos elétricos autônomos que giram ou empurram peças de uma máquina com grande precisão. Os servos são encontrados em muitos lugares: de brinquedos a eletrodomésticos, carros e aviões. Se você tem um modelo de carro, avião ou helicóptero controlado por rádio, está usando pelo menos alguns servos. Em um modelo de carro ou aeronave, os servos movem as alavancas para frente e para trás para controlar a direção ou ajustar as superfícies das asas. Ao girar um eixo conectado ao acelerador do motor, um servo regula a velocidade de um carro ou avião movido a combustível. Servos também aparecem nos bastidores em dispositivos que usamos todos os dias. Dispositivos eletrônicos como reprodutores de DVD e Blu-ray Disc ™ usam servos para estender ou retrair as bandejas de disco. Nos automóveis do século XXI, os servos gerenciam a velocidade do carro: o pedal do acelerador, semelhante ao controle de volume de um rádio, envia um sinal elétrico que informa ao computador do carro até onde ele está pressionado. O computador do carro calcula essa informação e outros dados de outros sensores e envia um sinal para o servo ligado ao acelerador para ajustar a velocidade do motor. As aeronaves comerciais usam servos e uma tecnologia hidráulica relacionada para empurrar e puxar praticamente tudo no avião. Como Funciona Um Servomotor? A simplicidade de um servo está entre os recursos que os tornam tão confiáveis. O coração de um servo é um pequeno motor de corrente contínua (DC), semelhante ao que você pode encontrar em um brinquedo barato. Esses motores funcionam com eletricidade a partir de uma bateria e giram a altas RPMs (rotações por minuto), mas emitem um torque muito baixo (uma força de torção usada para trabalhar - você aplica torque quando abre um pote). Um arranjo de engrenagens leva a alta velocidade do motor e diminui a velocidade, ao mesmo tempo em que aumenta o torque. (Lei básica da física: trabalho = força x distância.) Um minúsculo motor elétrico não tem muito torque, mas pode girar muito rápido (pequena força, grande distância). O projeto da engrenagem dentro da caixa do servo converte a saída em uma velocidade de rotação muito mais lenta, mas com mais torque (grande força, pouca distância). A quantidade de trabalho real é a mesma, apenas mais útil. As engrenagens em um servo motor barato são geralmente feitas de plástico para mantê- lo mais leve e menos caro (veja a Figura 3 abaixo). Em um servo projetado para 37 fornecer mais torque para trabalhos mais pesados, as engrenagens são feitas de metal (veja a Figura 4 abaixo) e são mais difíceis de danificar. Tipos de Servomotores. Servos vêm em vários tamanhos e em três tipos básicos: rotação posicional, rotação contínua e linear. • Servo de rotação posicional: Este é o tipo mais comum de servomotor. O eixo de saída gira em torno de metade de um círculo ou 180 graus. Tem batentes físicos colocados no mecanismo de engrenagem para evitar que se ultrapasse esses limites para proteger o sensor rotacional. Esses servos comuns são encontrados em carros controlados por rádio e aviões e água, brinquedos, robôs e muitas outras aplicações. • Servo de rotação contínua: É bastante semelhante ao servo motor de rotação posicional comum, exceto que ele pode girar em qualquer direção indefinidamente. O sinal de controle, em vez de definir a posição estática do servo, é interpretado como a direção e a velocidade de rotação. O intervalo de comandos possíveis faz com que o servo gire no sentido horário ou anti-horário, conforme desejado, em velocidade variável, dependendo do sinal de comando. • Servo Linear: Este também é como o servo motor de rotação posicional descrito acima, mas com engrenagens adicionais (geralmente um mecanismo de cremalheira e pinhão) para alterar a saída de circular para frente e para trás. Estes servos não são fáceis de encontrar, mas às vezes você pode encontrá-los em lojas de hobby, onde eles são usados como atuadores em aviões Fig. 12 – Motor de passo 38 Introdução: De forma resumida um motor de passo é um tipo de motor elétrico, especialmente projetado e que é usado quando algo tem que ser posicionado muito precisamente ou rotacionado em um ângulo exato, requisito muito comum na indústria e nos dispositivos científicos em geral, a precisão pode chegar em alguns casos a milésimos de grau. O motor de passo possui um imã muito forte e é controlado por uma série de campos eletromagnéticos que são ativados e desativados eletronicamente, esses campos são produzidos por bobinas instaladas em torno do rotor. O controle computadorizado de motores de passo é uma das formas mais versáteis de sistemas de posicionamento, particularmente quando digitalmente controlado cada vez que uma bobina é acionada gera um campo eletromagnético que atrai o "rotor" fazendo com que se movimente, o movimento depende da "distancia" entre cada bobina, essa distância é dada em graus, por exemplo 1,8° por passo, isso significa, cada vez que uma bobina for energizada o motor ira girar 1,8°, assim acionando sequencialmente as bobinas poderemos alcançar o movimento desejado ou a posição desejada, para dar uma volta em um motor de 1,8° são necessários 200 passos, pois 200 x1,8° = 360°, quanto mais rápido for o acionamento mais rápido o motor gira. Tipos Básicos: Motores de passo unipolares: são caracterizados por possuírem um "fio" (center-tape) entre o enrolamento de suas bobinas. Normalmente utiliza--seeste center-tape para alimentar o motor, que é controlado aterrando-se as extremidades dos enrolamentos. Fig. 13 – Enrolamento de motores unipolares Motores bipolares: Não possui center-tape como os unipolares, mas exigem circuitos mais complexos. A grande vantagem em se usar os bipolares é prover maior torque 39 fisicamente os motores têm enrolamentos separados, sendo necessário uma polarização reversa durante a operação para o passo acontecer. Em seguida vemos uma ilustração do motor bipolar. Fig. 14 - Enrolamento de motores bipolares Funcionamento: Para o funcionamento de um motor de passo, é necessário que sua alimentação seja feita de forma sequencial e repetida de acordo com a necessidade, para isso é necessário ligá-lo em um circuito que realize tal sequência. Existem três tipos de sequência: Passo completo: ocorre energizando uma bobina por vez (1) sequencialmente, ou duas de cada vez (2) cada passo correspondera a especificação do motor independente do acionamento duplo Exemplo: 1,8° a vantagem do acionamento duplo é o aumento do torque do motor. Aplicação Os motores de passo são usados em: • Drives de disquetes • Scanners planos • Impressoras • Injeção eletrônica nos automóveis e muitos outros dispositivos • Motores de automóveis. b) Motores de Corrente Alternada 40 Motores de corrente alternada são equipamentos que convertem energia elétrica em mecânica, criando trabalho e rotação. Como o nome já diz, são alimentados por correntes elétricas alternadas. Quando falamos de motores de corrente alternada imaginamos vários tipos de motores como os de tornos, fresas, esteiras rolantes, escadas rolantes, elevadores, portões elétricos, ventiladores, aspiradores de pó, etc. Esses motores são mais comuns, podemos estimar que aproximadamente 95 % da potência instalada em motores elétricos operam em corrente alternada. Isto se dá pela disponibilidade desse tipo de fonte de alimentação e pela própria simplicidade de operação e construção de certos tipos de motores corrente alternada, que lhe conferem grande campo de aplicação, confiabilidade e baixo custo. Existem muitos tipos de motores (CA), sendo eles monofásicos ou trifásicos, cada um deles com suas características e aplicações distintas, como veremos a seguir. Motores de corrente alternada: Monofásicos Os motores monofásicos são aqueles motores alimentados apenas por um condutor de fase e que geralmente são usados quando não há uma rede trifásica disponível na instalação. Por esse motivo que eles são amplamente utilizados para fins domésticos, comerciais e em poucas situações eles são usados na indústria. Normalmente os motores elétricos monofásicos são utilizados em aplicações que exigem menores potências, geralmente inferiores a 3KW. Fig. 15 - Motores Monofásico 41 A construção dos motores monofásicos é relativamente simples, pois possuem um menor custo e são fáceis de reparar se comparados com os motores trifásicos. Por causa dessa e outras vantagens, o motor monofásico possui muitas aplicações, sendo usados em aspiradores de pó, ventiladores, máquinas de lavar, geladeiras, algumas bombas centrífugas, etc. É importante destacar que os motores monofásicos não conseguem dar partida por conta própria como acontece com os motores trifásicos, então é necessário um componente auxiliar que permita com que o motor inicie a. sua operação. Este componente que auxilia o motor monofásico a dar partida é o capacitor, sendo que alguns motores possuem um capacitor permanente e outros usam um capacitor exclusivo na partida. Podemos citar como exemplo os motores que possuem uma chave centrífuga, que retira o capacitor após o motor atingir uma determinada velocidade. TIPOS DE MOTORES MONOFÁSICOS Motor de Fase Dividida Este tipo de motor possui um enrolamento principal e um auxiliar, ambos com defasagem de 90 graus, o principal serve para partida e regime permanente de trabalho, o enrolamento auxiliar tem utilidade somente na hora de dar a partida, com isso, quando o motor atinge uma determinada rotação o enrolamento auxiliar é desconectado da rede. Como o auxiliar é utilizado somente para dar partida a máquina, caso ocorra o seu não desligamento poderá provocar a queima do motor. 42 Fig. 16 – Motor de fase dividida O enrolamento auxiliar cria uma defasagem produzindo o torque essencial para iniciar a rotação, rompendo o conjugado de partida e a sua aceleração até se aproximar da velocidade síncrona. Este tipo de motor apresenta um conjugado de partida igual ou um pouco superior que o nominal, o que limita a sua aplicação em potências fracionárias e em cargas que exigem baixo conjugado de partida. É um motor indicado para aplicações específicas, como por exemplo em ventiladores, exaustores, máquinas de escritórios, entre outras. Motor de Capacitor de Partida Este tipo de motor é o mais utilizado e conhecido, ele se parece com o de fase dividida, porém o que diferencia esse modelo é a introdução de um capacitor eletrolítico, ligado em série, como um enrolamento auxiliar para a partida dos motores monofásicos. Com a inclusão do capacitor o ângulo de defasagem entre as correntes dos enrolamentos aumenta, com isso, proporcionando levados conjugados de partida. Fig. 17 – Motor com capacitor de partida Quando o motor atinge cerca de 75% a 80% da velocidade síncrona, o circuito auxiliar é desconectado, nesse momento o seu funcionamento é igual a um motor de fase dividida. Este motor monofásico possui um elevado conjugado de partida (entre 200% e 350% do conjugado nominal), o motor de capacitor de partida pode ser utilizado em uma diversidade de aplicações que precisam de um elevado conjugado de partida. Esse tipo motor é fabricado em potências que vão de ¼ cv a 15 cv. 43 Motor com Capacitor Permanente Fig. 18 - Motor com Capacitor Permanente Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e o capacitor ficam energizados durante todo o tempo de funcionamento e não exclusivamente na partida, o capacitor é do tipo eletrostático. O efeito do capacitor é o de proporcionar condições em que o fluxo fique semelhante aos dos motores trifásicos, com isso, aumentando o conjugado máximo, o fator de potência e o rendimento do motor. MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA: TRIFÁSICOS Fig. 19 – Motor de corrente alternada trifásico. Quando necessitamos de um motor com potência superior a 2 CV se faz necessário que sua construção seja para conexão em uma rede trifásica, assim, os motores 44 trifásicos são amplamente encontrados na indústria, em linhas de produção e máquinas elétricas, por conta de sua alta eficiência e vastas aplicações. Portanto, temos como objetivo mostrar como funcionam os motores elétricos trifásicos, quais as suas aplicações e como dar partida nesse tipo de motor. Os motores trifásicos são do ponto de vista da engenharia, que apresentam maior importância, por ser aqueles mais frequentes em aplicações de potência. Estes tipos de motores são agrupados em: - Motores Síncronos, que apresentam rotação rigorosamente constante e, - Motores Assíncronos, que cuja rotação é função da carga mecânica (conjugado resistente) a que é submetido. Os motores síncronos, pela sua própria característica, requerem cuidados especiais na operação em potências mais elevadas, devem partir sem carga mecânica, apresentam construção mais elaborada e tem campo de aplicação restrito. A propósito, conceitualmente motores e geradores diferem principalmente, pela natureza da fonte primária de energia: no motor se injeta energia elétrica e o equipamento disponibiliza energia mecânica e, no gerador ocorre o contrário, injeta- se energia mecânica e o equipamento disponibiliza energia elétrica. Assim, todos os geradores de sistemas trifásicos (inclusive os de usinas hidroelétricas) são máquinassíncronas, semelhantes a motores síncronos trifásicos, daí sua grande importância. Por outro lado, os motores assíncronos, também chamados de “motores de indução”, são os realmente mais difundidos e utilizados nas aplicações de engenharia, por sua simplicidade de utilização, versatilidade e custo. A característica básica desse tipo de motores é que apresentam a velocidade variável, em função do valor carga mecânica que os solicita. MOTORES TRIFÁSICOS DE INDUÇÃO Considerações Gerais Neste capítulo, são apresentados os principais elementos referentes a motores de indução trifásicos, quais sejam: a) princípio de funcionamento; b) detalhes construtivos; c) tipos de ligação; 45 d) conjugado e; e) métodos de partida. Princípio De Funcionamento Campo Girante Consideramos uma superfície cilíndrica, sobre a qual dispomos de 3 espiras (constituídas por condutores de mesma impedância), cujos eixos de simetria normais à superfície cilíndrica formam ângulos de 120º entre si. como mostra a figura a seguir. Fig. 20 – Defasagem em 120 graus. Entendendo os sistemas trifásicos Os aparelhos que temos em casa, e aparelhos de pequena potência são alimentados com apenas uma fase, um sistema monofásico. Quando temos aparelhos que demandam maior potência, alimentamos eles com Sistemas Trifásicos. O fornecimento de um sistema trifásico é feito por 4 fios: Um neutro e 3 fases, sendo elas R, T e S. Isso quer dizer, que vamos ter três ondas senoidais trabalhando em conjunto, com uma defasagem de 120 graus (um terço do comprimento de onda) entre cada uma delas. https://athoselectronics.com/corrente-alternada-continua/ 46 No mundo, a maior parte da energia elétrica é distribuída dessa forma, por conta das vantagens de um sistema trifásico em relação a um sistema monofásico. O sistema trifásico também permite um melhor aproveitamento dos campos eletromagnéticos usados para movimentar motores elétricos, aumentando a eficiência dos motores. Vantagens de um Sistema Trifásico ▪ Geradores trifásicos usam seus enrolamentos com mais eficiência – isso faz com que eles sejam mais leves e compactos; ▪ Motores trifásicos também possuem tamanho reduzido em relação a um motor monofásico equivalente; ▪ A secção transversal, ou seja, diâmetro do cabo necessário em um sistema trifásico é metade da secção necessária em um sistema monofásico equivalente; ▪ Uma linha trifásica pode oferecer tensões diferentes ao usuário. Funcionamento de Motores Elétricos Trifásicos Os motores elétricos trifásicos são muito encontrados nas industrias, por conta das suas vantagens e maior eficiência em relação a outros tipos de motores. Assim como todo motor elétrico, são compostos de um estator, que é a parte que fica fixa e possui enrolamentos que recebem a rede elétrica e o rotor, parte que é acionada pelo campo magnético girante. As bobinas, que ficam no estator, são ligadas a cada uma das fases. Assim, a alternância da tensão nas fases gera campos eletromagnéticos variáveis que induzem a rotação do rotor do motor. Assim, a velocidade que um motor trifásico gira depende de dois fatores: ▪ Frequência da rede elétrica, normalmente 60Hz; ▪ Polos magnéticos gerados no interior do motor. Com isso, temos a seguinte fórmula para determinar a velocidade de um motor trifásico: A partir dessa fórmula, é possível ver que utilizando um inversor de frequência para variar a frequência que chega ao motor elétrico, é possível controlar a sua velocidade. 47 Assim, frequentemente inversores de frequência são ligados em conjunto com motores elétricos trifásicos, para controlar a sua velocidade. Componentes de um motor elétrico trifásico Apesar de existirem diversos modelos de motores elétricos trifásicos, no geral, a maioria deles possui componentes parecidos, que são: Fig. 21 – Partes de um motor de corrente alternada trifásico. ▪ Rotor: É a parte do motor que gira, fixada a um eixo. Ele fica encaixado entre o estator, já que a interação dos dois faz o motor girar; ▪ Estator: Consiste na parte fixa do motor elétrico, onde ficam as bobinas. Quando energizadas, as bobinas geram os campos eletromagnéticos capazes de fazer o rotor girar; ▪ Mancal: É um sistema de rolamentos que tem como função prender o eixo na carcaça do motor evitando também infiltrações de água, conforme a certificação do motor; ▪ Carcaça: É o que comporta todos os componentes do motor. Possui furos para fixação e alça para carregar o motor, sendo que normalmente também possui estrutura projetada para dissipar o calor da máquina; 48 ▪ Ventilador: Ajuda a circular o ar no interior do motor, garantindo uma boa dissipação de calor; ▪ Caixa com ligações: Recebe os cabos de conexão do motor e faz a ligação deles com as bobinas. Índices de rendimento de motores elétricos trifásicos: De acordo com a norma NBR 17094-1, existem níveis mínimos de rendimento que os motores elétricos trifásicos devem respeitar. O rendimento consiste na relação entre a quantidade de energia utilizada pelo aparelho e a quantidade de energia liberada, sendo muito importante já que o motor não deve perder muita energia em sua atuação. Os níveis de rendimento dos motores elétricos trifásicos são 5. Assim, a norma que foi atualizada em 2019, exige no mínimo motores com rendimento IR3, ou seja, todos produtos comercializados devem atender no mínimo esse nível de rendimento. São cinco os níveis de rendimentos disponíveis no mercado, sendo que algumas fabricantes como a WEG já disponibilizam motores com níveis de rendimento IR5. Eles são divididos em IR1, IR2, IR3, IR4 e IR5, sendo o IR1 o menos eficiente que só foi permitido até 2009, e o IR5 o mais eficiente. Assim, motores IR5 superam em dois níveis o rendimento mínimo exigido por lei. Quando o motor é energizado, ele funciona como um transformador com o secundário em curto-circuito, portanto exige da rede elétrica uma corrente muito maior que a nominal, podendo atingir cerca de 8 vezes o valor da mesma. As altas correntes de partida causam inconvenientes, pois, exige dimensionamento de cabos com diâmetros bem maiores do que o necessário. Além disso, pode ocorrer quedas momentâneas do fator de potência, que é monitorado pela concessionária de energia elétrica, causando elevação das contas de energia. Para evitar estas altas correntes na partida, existem métodos de acionamentos de motores elétricos que proporcionam uma redução no valor da corrente de partida dessas máquinas, tais como: → Partida estrela-triângulo; 49 → Partida série-paralela; → Partida compensadora. Os motores de indução podem ser adquiridos com 3, 6, 9 ou 12 terminais externos. No caso do motor de 6 terminais existem dois tipos de ligação: 1 → Triângulo: Com a tensão nominal do enrolamento de fase igual a 220. → Estrela: Com o enrolamento conectado em estrela a tensão de linha passa a ser √3 vezes a tensão do enrolamento em Δ (√3 . 220 = 380V). 2 → Triângulo: Com a tensão nominal do enrolamento de fase igual a 380 V; → Estrela: Com o enrolamento conectado em estrela a tensão de linha passa a ser √3 vezes a tensão do enrolamento em Δ (√3 . 380 = 660V). No caso do motor de 12 terminais, existem quatro tipos possíveis de ligação: → Triângulo em paralelo: a tensão nominal é 220 V. → Estrela em paralelo: a tensão nominal é 380 V. → Triângulo em série: a tensão nominal é 440 V. → Estrela em série: a tensão nominal é 760 V. Abordaremos no capitulo Comandos Elétricos, tópicos mais aprofundados sobre partida de motores incluindo os Soft Start e Inversores de Frequência. A união dos terminais segue uma determinada ordem padrão. Existe uma regra prática para fazê- lo: numera-se sempre os terminais de fora com 1, 2 e 3 e ligam-se os terminais 50 restantes. No caso do motor de 12 terminais deve-se ainda associar as séries e osparalelos com as bobinas correspondentes, como por exemplo (1-4 com 7-10). Uma última característica importante do motor de indução a ser citada é a sua placa de identificação, que traz informações importantes e, algumas estão listadas a seguir: CV: Potência mecânica do motor em cv. É a potência que o motor pode fornecer, dentro de suas características nominais. Ip/In: Relação entre as correntes de partida e nominal; Hz: Frequência da tensão de operação do motor; RPM: Velocidade do motor na frequência nominal de operação V: Tensão de alimentação A: Corrente que o motor absorve da rede quando funciona à potência nominal, sob tensão e frequência nominais. F.S: Fator de serviço: Fator que aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor, sob condições especificadas. IP: Grau de proteção. 51 Fig. 22 – Placa de informações de motores elétricos. 52 12. COMANDOS ELÉTRICOS. Um dos pontos fundamentais para o entendimento dos comandos elétricos é a noção de que “os objetivos principais dos elementos em um painel elétrico são: a) proteger o operador e b) propiciar uma lógica de comando”. Partindo do princípio da proteção do operador, uma sequência genérica dos elementos necessários à partida e manobra de motores é mostrada na figura abaixo. Nela podem-se distinguir os seguintes elementos: A) Seccionamento: Só pode ser operado sem carga. Usado durante a manutenção e verificação do circuito. B) Proteção contra correntes de curto-circuito: Destina-se a proteção dos condutores do circuito terminal. Fig. 23 – Representação de um esquema de partida direta. No estudo de comandos elétricos é importante ter a sequência mostrada na figura anterior em mente, pois ela consiste na orientação básica para o projeto de qualquer circuito. Ainda falando em proteção, as manobras (ou partidas de motores) convencionais, são divididas em dois tipos, segundo a norma IEC 60947: I. Coordenação do tipo 1: Sem risco para as pessoas e instalações, ou seja, desligamento seguro da corrente de curto-circuito. 53 Porém, pode ocorrer dano no contator e no relé de sobrecarga. II. Coordenação do tipo 2: Sem risco para as pessoas e instalações. Não pode haver dano ao relé de sobrecarga ou em outras partes, com exceção de leve fusão dos contatos do contator e estes permitam uma fácil separação sem deformações significativas. Em comandos elétricos usamos bastante um elemento simples denominado CONTATOR. Este é constituído de contatos de força e contatos auxiliares e irei detalhar de forma mais aprofundada mais adiante. A partir do mesmo é que se forma toda lógica de um circuito e também é ele quem dá ou não a condução de corrente. Basicamente existem dois tipos de contatos, listados a seguir: I. Contato Normalmente Aberto (NA): não há passagem de corrente elétrica na posição de repouso, desta forma, a carga não estará acionada. II. Contato Normalmente Fechado (NF): onde há passagem de corrente elétrica na posição de repouso, desta forma, a carga estará acionada. A combinação desses conta é que permite a construção de uma lógica de comando, é através deles que contamos os circuitos como mostra a figura abaixo. Fig. 24 – Combinações de contatos abertos e fechados. - Botoeiras Partindo do princípio da montagem de uma logica de comando, são as botoeiras as responsáveis pelo acionamento do comando, a botoeira faz parte da classe de componentes denominada “elementos de sinais”. Estes são dispositivos pilotos e nunca são aplicados no acionamento direto de motores. Botoeiras são dispositivos de comando, que tem como função estabelecer ou interromper a carga em um circuito de comando, a partir de um acionamento manual. Os sinalizadores, servem para o operador do painel poder visualizar com sinais 54 luminosos o que acontece no circuito. Esses equipamentos seguem as normas NR 26 e NR 12 para a segurança dos usuários. Os tipos de botoeira variam quanto as cores, formatos e aplicações e seguem um padrão, de acordo com sua função como mostra a figura abaixo. Fig. 25 – Representação das botoeiras de acordo com tipos e funções. - Relés Os relés são os elementos fundamentais de manobra de cargas elétricas, pois permitem a combinação de lógicas no comando, bem como a separação dos circuitos de potência e comando. Os mais simples constituem-se de uma carcaça com cinco 55 terminais. Os terminais (1) e (2) correspondem a bobina de excitação. O terminal (3) é o de entrada, e os terminais (4) e (5) correspondem aos contatos normalmente fechado (NF) e normalmente aberto (NA), respectivamente. Uma característica importante dos relés, como pode ser observado na figura é que a tensão nos terminais (1) e (2) pode ser 5 Vcc, 12 Vcc ou 24 Vcc, enquanto simultaneamente os terminais (3), (4) e (5) podem trabalhar com 110 Vca ou 220 Vca. Ou seja, não há contato físico entre os terminais de acionamento e os de trabalho. Este conceito permiti a criação de dois circuitos em um painel elétrico: I. Circuito de comando: neste encontra-se a interface com o operador da máquina ou dispositivo e, portanto, trabalha com baixas correntes (até 10 A) e/ou baixas tensões. II. Circuito de Potência: é o circuito onde se encontram as cargas a serem acionadas, tais como motores, resistências de aquecimento, entre outras. Neste podem circular correntes elétricas da ordem de 10 A ou mais, e atingir tensões de até 760 V. Fig. 26 – Diagrama esquemático de um relé. Atualmente no mercado existem 3 gerações de relés e a variação destas gerações depende dos componentes estruturais e da forma de funcionamento. Relés eletromecânicos – Primeira geração Relés de estado sólido – Segunda geração Relés digitais – Terceira geração Seguindo com os tipos de relés, eles ainda podem ser classificados de acordo com a função é muito importante não fazer confusão quanto a função de cada componente. O relé em si, apenas liga ou desliga algum circuito, mas existem diversos componentes eletrônicos que fazem com que cada relé atue em uma determinada função. Relés temporizadores – As temporizações podem variar de menos de 1 segundo até vários minutos, dependendo da aplicação e do modelo deste relé escolhido. Eles são 56 usados com grande frequência nos quadros de comando, mas também estão presentes em lâmpadas e vários eletrônicos com programação para desligar. Relés térmicos – Podem ser utilizados em qualquer ambiente onde seja necessário controlar a temperatura. Neste caso a lista de exemplos é enorme, por exemplo: chocadeiras, sistemas de ar condicionado, ventilação, incubadoras, frigoríficos, aquários e etc. Relés de proteção – Esse tipo de relé trabalha de acordo o funcionamento das correntes elétricas, podendo criar campos eletromagnéticos que podem causar mudanças de estados dos contatos, ligando ou desligando aquele dispositivo. Na maioria dos casos, estes relés são de terceira geração e podem medir grandezas de tensão, isolamento, sequência de fase e outros. A figura abaixo demostra alguns dos modelos de relés existentes no mercado. Fig. 27 – Modelos de relé existente no mercado. - Contatores O contator é um dispositivo eletromecânico, que é usado para controlar cargas em um circuito de potência a partir de um circuito de comando. Os contatores são os dispositivos de manobra mais utilizados em aplicações industriais e prediais. Contatores permitem, por exemplo, realizar partida direta em motores trifásicos, e permitem ser arranjados para constituir uma partida indireta. Apesar de amplamente utilizado para o acionamento de motores elétricos, o contator pode ser usado em diversas outras aplicações. Portanto, o objetivo desse artigo é mostrar o que são os contatores, como funcionam, quaissuas aplicações e os tipos de contator. O contator é um dispositivo eletromecânico (assim como um relé) que permite o acionamento de cargas a partir da polarização de uma bobina. Dessa forma, é 57 possível realizar o acionamento de cargas trifásicas a partir de um acionamento monofásico, realizando a comutação de sinais completamente isolados entre si. O componente possui ampla aplicação em comandos elétricos, sendo muito utilizado na partida de motores e carga trifásicas de potência e em sistemas de proteção. O dispositivo é composto por uma bobina enrolada em torno de um núcleo, contatos e os terminais que receberão os fios. A partir do acionamento da bobina, ela gera um campo eletromagnética que atrai os contatos, que alternam sua posição. Dessa forma, existem os mais diversos tipos de contatores disponíveis no mercado, para as mais diversas cargas e aplicações. Suas correntes de trabalho, bem como as tensões, variam conforme modelos e fabricantes. O funcionamento do componente é muito parecido com o relé, já que ele possui uma bobina e contatos normalmente aberto e normalmente fechado. A grande diferença é que o contator é desenvolvido para trabalhar em altas tensões de corrente alternada, comutando sinais para acionamentos trifásicos de potência. O funcionamento do componente ocorre da seguinte forma: inicialmente, os contatos metálicos do dispositivo encontram-se em uma posição inicial, de repouso. Assim, quando a bobina é polarizada, ela gera um campo eletromagnético, que atrai os contatos, já que eles são metálicos. Dessa forma, isso gera um deslocamento nos contatos, levando-os a outra posição do que seria a “chave”. Assim, é possível acionar cargas trifásicas a partir de um sinal monofásico, que estará conectado a bobina. Os contatos trabalham com as 3 fases do sistema trifásico, permitindo a atuação do contator como um interruptor. Isso possibilita também o acionamento de uma máquina a distância, evitando perdas por longas distâncias, já que somente o sinal de acionamento percorrerá uma longa distância. Além de tudo, os contatores proporcionam segurança aos operadores das máquinas trifásicas de potência, já que os contatos com grandes cargas estarão longe e isolados do operador, que apenas manuseará uma botoeira de comando. Os principais componentes internos são: Contatos: Tem a função de conduzir as correntes de carga do circuito. São constituídos por lâminas de metal; Bobina: Serve como eletroímã. Quando acionada, tira os contatos da posição de repouso; 58 Núcleo: Serve como núcleo para a bobina, divido em duas partes. Uma parte do núcleo também se movimenta junto com os contatos quando o dispositivo é acionado. Os contatos são acoplados a essa parte do núcleo. Os componentes internos podem variar de acordo com o fabricante e modelo do dispositivo, já que eles podem possuir diferentes aplicações. Em diagramas, os terminais da bobina são nomeados como A1 e A2. Os contatos principais, são nomeados com as letras L e T (numerados de acordo com as fases) e os contatos auxiliares com a letra N. Existem dois tipos principais de contatores, cada um com suas funções e aplicações: Os contatores de potência e os contatores auxiliares. O que diferencia os contatores é basicamente a corrente que eles suportam. Contator de Potência Esses possuem contatos de carga, eles normalmente possuem 3 contatos normalmente abertos de potência, geralmente usados para o acionamento de motores trifásicos, e possuem um ou mais contatos auxiliares. Temos também os contatos A1 e A2 para a alimentação da bobina. Veja um exemplo na imagem abaixo: Fig. 28 – Diagrama esquemático de um contador. 59 13. FERRAMENTAS UTILIZADAS EM MANUNTENÇÕES ELETRICAS. • Detector de tensão por aproximação • Frequencímetro • Osciloscópio • Capacímetro • Indutímetro • Wattímetro • Ohmímetro • Termômetro • Amperímetro • Voltímetro • Chave de Fenda • Chave Philip • Chave de regulagem • Chave Allen • Serra copo • Chave de boca • Alicate • Cortador de tubo • Furadeira • Kit flangeador • Fita isolante • Fita de auto fusão • Ferro de solda • Solda estanho 60 Fig.29 – Algumas ferramentas usadas pela manutenção elétrica. 61 14. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO TRABALHO. O setor de atuação do estágio foi a área industrial, social e comunidades assistidas pela empresa Imerys nos arredores da mina da Rio Capim Caulim SA. Na área industrial os trabalhos são realizados em equipamentos diversos como misturadores tipo blung, centrifugas, bombas centrifugas e de deslocamento positivo, todos esses equipamentos constituídos por motores e sistemas automatizados. As atividades variam de uma simples troca de lâmpadas até calibração de instrumentos sensíveis utilizados no controle do processo de beneficiamento. Daí a importância da qualificação dos profissionais de elétrica na indústria. Descrição de manutenção na usina de beneficiamento durante o estágio: • Desligamento elétrico para manutenção do disjuntor de alta tensão na subestação principal de 34,5 kV. Fig. 30 – Disjuntor de alta tensão. 62 • Manutenção e calibração de válvula de controle 4 a 20 mA; Fig. 31 – Válvula de controle de 4 a 20 mA. • Troca de Soft Start modelo SSW 07; Fig. 32 – Soft Start modelo SSW 07. 63 • Manutenção de sensores de temperatura PT 100 das Bombas GEHO modelo TZP 800; Fig. 33 – Instrumentos de temperatura PT 100. • Substituição de bomba Flygt usada nos SAMP; Fig. 34 – Bombas Flygt. 64 • Manutenção de válvula pneumática para controle de fluxo de água; Fig. 35 – Válvula pneumática para controle de fluxo de líquidos. • Manutenção no sistema de iluminação da área industrial; Fig. 36 – Sistema de iluminação da área industrial 65 • Troca e fechamento de motor trifásico; Fig. 37 – Manutenção em motores trifásicos. • Manutenção e montagem de gavetas em CCM; Fig. 38 – Manutenção de gavetas em CCM. 66 • Manutenção nos instrumentos de temperatura das centrifugas GEA Westfalia Separator; Fig. 39 – Manutenção em sensores de temperatura. • Troca de transformador de corrente da subestação principal 34,5 kV; Fig. 40 – Troca de TC em subestação de 34,5 kV. 67 • Instalação da prensa hidráulica na baia de resíduo; Fig. 41 – Instalação de uma prensa hidráulica. • Montagem de um quadro com monitoramento do consumo de energia para Vila Bacuri; Fig. 42 – Montagem de quadro de distribuição. 68 • Troca das chaves fim de curso da Ciclonagem; Fig. 43 – Substituição de chave fim de curso. • Manutenção em atuadores pneumáticos; Fig. 44 – Manutenção em atuadores pneumáticos. 69 11. CONCLUSÃO. Neste estágio obrigatório foram realizados trabalhos nas áreas de elétrica, instrumentação e automação industrial. O aprendizado veio complementar o conhecimento teórico adquirido em sala de aula, principalmente no sentido de executar corretamente os passos de determinado processo, além de exercitar os conhecimentos da NR10, dimensionamento, interpretação de diagrama elétrico, montagem de equipamentos, instrumentos de medições de variáveis e além de outros diversos serviços. Tudo é de vital importância para um bom aproveitamento do tempo e materiais disponíveis, propiciando um grande desenvolvimento e conhecimento técnico do profissional na área a qual estejam designados. Com a prática adquirida que se soma ao aprendizado anterior em sala de aula e leituras, sinto-me capacitado e motivado para executar
Compartilhar