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Indaial – 2021 Práticas de Máquinas elétricas Prof.ª Andrea Acunha Martin 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Andrea Acunha Martin Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: M379p Martin, Andrea Acunha Práticas de máquinas elétricas. / Andrea Acunha Martin – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 164 p.; il. ISBN 978-65-5663-969-7 ISBN Digital 978-65-5663-970-3 1. Motores de corrente contínua. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 621.31042 aPresentação Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Práticas de Máquinas Elétricas. Nós iremos estudar a respeito das máquinas elétricas, um assunto muito importante, afinal, tais máquinas são encontradas em boa parte das indústrias e também em nossas casas. Desse modo, veremos que existem vários tipos de máquinas elétricas, como o motor elétrico (presente nas indústrias) e os eletrodomésticos utilizados cotidianamente, de modo que há geradores responsáveis pela energia elétrica utilizada diariamente assim como os transformadores que podem aumentar ou diminuir a tensão. Cada uma dessas máquinas é composta de uma estrutura mecânica específica e uma determinada complexidade, como teremos a oportunidade de observar. Na Unidade 1, abordaremos os transformadores e as máquinas de indução. O primeiro equipamento a ser estudado, então, é o transformador, muito comum nas indústrias, no comércio e na distribuição de energia. Iremos conhecer os tipos de ligações e faremos, assim, alguns ensaios. Depois, estudaremos os conceitos que regem uma máquina de indução e realizaremos outro ensaio. Por fim, analisaremos os motores de indução, os tipos e as aplicações. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos o que são as máquinas síncronas, e além de conhecer sobre o seu funcionamento, faremos alguns testes e ensaios. Também observaremos como uma máquina síncrona funciona enquanto gerador. Já na Unidade 3, conheceremos os motores de corrente contínua, e notaremos que apesar da concorrência com as máquinas de indução e com as máquinas síncronas, eles apresentam algumas vantagens, como a facilidade de controle de velocidade e o fornecimento de torque em baixas velocidades. Portanto, esperamos que você, acadêmico, aprecie essa leitura. Que com esse conteúdo você possa prosseguir no aprofundamento dos estudos sobre máquinas elétricas, desenvolvendo sua aprendizagem acadêmica e formação profissional. Boa leitura e bons estudos! Prof.ª Andrea Acunha Martin Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO ..................................................... 1 TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES ............................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 2 INTRODUÇÃO AOS TRANSFORMADORES ............................................................................ 3 2.1 O QUE É UM TRANSFORMADOR? ONDE É UTILIZADO? ................................................ 4 2.2 POR DENTRO DOS TRASFORMADORES ............................................................................... 5 2.3 CIRCUITO EQUIVALENTE ....................................................................................................... 10 3 TIPOS DE LIGAÇÕES ..................................................................................................................... 11 4 ENSAIOS DOS TRANSFORMADORES .................................................................................... 15 4.1 OPERAÇÃO A VAZIO ................................................................................................................ 15 4.2 ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO .............................................................................................. 16 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 18 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 19 TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO ..................................................................................... 21 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 21 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS MÁQUINAS DE INDUÇÃO ........................... 21 2.1 MOTOR DE INDUÇÃO .............................................................................................................. 23 3 CIRCUITO EQUIVALENTE E ANÁLISE DAS MÁQUINAS DE INDUÇÃO ...................... 28 4 ENSAIO PARA OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS ................................................................. 30 4.1 ENSAIO SEM CARGA OU A VAZIO ....................................................................................... 31 4.2 ENSAIO CC PARA A RESISTÊNCIA DE ESTATOR ............................................................... 32 4.3 ENSAIO DE ROTOR BLOQUEADO ....................................................................................... 33 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 36 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 37 TÓPICO 3 — CLASSES DE MOTORES DE INDUÇÃO .............................................................. 39 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 39 2 NORMAS E ESPECIFICAÇÕES ....................................................................................................39 3 TIPOS DE CLASSES ........................................................................................................................ 40 4 APLICAÇÕES .................................................................................................................................... 41 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 45 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 51 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 54 UNIDADE 2 — PRÁTICAS COM MÁQUINAS SÍNCRONAS .................................................. 55 TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS SÍNCRONAS .................................................. 57 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 57 2 O QUE SÃO MÁQUINAS SÍNCRONAS? ................................................................................... 57 3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS ............................. 59 3.1 MOTOR ......................................................................................................................................... 60 3.2 GERADOR ..................................................................................................................................... 61 4 DIAGRAMA FASORIAL DA MÁQUINA SÍNCRONA .......................................................... 62 4.1 MOTOR ........................................................................................................................................ 63 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 68 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 69 TÓPICO 2 — TESTES E ENSAIOS ................................................................................................... 71 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 71 2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS ........................ 71 3 CIRCUITO EQUIVALENTE DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS .............................................. 72 3.1 CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM MOTOR SÍNCRONO ................................................. 73 3.2 CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM GERADOR SÍNCRONO ............................................ 77 3 TESTE EM ABERTO E TESTE EM CURTO-CIRCUITO .......................................................... 81 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 87 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 88 TÓPICO 3 — OPERAÇÃO DA MÁQUINA SÍNCRONA COMO GERADOR ....................... 91 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 91 2 CAPACIDADE DA MÁQUINA SÍNCRONA ............................................................................. 91 3 FREQUÊNCIA SÍNCRONA DE OPERAÇÃO ............................................................................ 93 4 CONTROLE DE VELOCIDADE ..................................................................................................... 94 5 APLICAÇÕES .................................................................................................................................... 97 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 103 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 109 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 110 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 112 UNIDADE 3 — PRÁTICAS COM MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA ...................... 113 TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA .................. 115 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 115 2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DAS MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA ............................................................................................................. 115 2.1 ESTRUTURA FÍSICA ................................................................................................................ 116 3 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DAS MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA ............................................................................................................. 118 4 PERDAS E RENDIMENTOS ........................................................................................................ 122 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 126 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 127 TÓPICO 2 — MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA ........................................................... 129 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 129 2 CORRENTE DE PARTIDA DO MOTOR CC ............................................................................ 129 3 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO E PARTIDA ........................................................................... 130 4 CIRCUITO EQUIVALENTE ......................................................................................................... 131 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 145 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146 TÓPICO 3 — TIPOS DE MOTORES DE CC ................................................................................. 149 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 149 2 SHUNT .............................................................................................................................................. 149 3 SÉRIE ................................................................................................................................................. 151 4 COMPOSTO .................................................................................................................................... 153 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 156 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 161 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 162 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 164 1 UNIDADE 1— PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os princípios de funcionamento das máquinas de indução; • conhecer os princípios de funcionamento das máquinas síncronas; • conhecer o princípio de funcionamento dos transformadores; • aprender as aplicações dos motores de indução. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – TRANSFORMADORES TÓPICO 2 – MÁQUINAS DE INDUÇÃO TÓPICO 3 – CLASSES DE MOTORES DE INDUÇÃO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 TRANSFORMADORES 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os transformadores, que com os geradores síncronos e os motores de corrente alternada foram os responsáveis por facilitar a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em corrente alternada. Neste tópico, veremos quando surgiu o transformador e qual a sua função, ou seja, os aspectos gerais. Após esse conceito inicial, iremos conhecer o autotransformador e os tipos de conexão que são comuns em transformadores trifásicos. Compreenderemos, por fim, que os transformadores podem ser representados por meio de circuitos elétricos, sendo que os parâmetros de tais circuitos são obtidos pelos ensaios. 2 INTRODUÇÃO AOS TRANSFORMADORES Para fornecer energia para as lâmpadas incandescentes, Thomas Edison (1847-1931), em 1882, implantou nos Estados Unidos, na cidade de Nova York, a primeira estação geradora de energia elétrica, um sistema de distribuição baseado em corrente contínua de 120V (CHAPMAN, 2013). A estação geradora era boa, mas apresentava um problema, isto é, a geração e a transmissão de energia tinham tensões muito baixas, então, para fornecer a quantidade de energia necessária, era preciso que houvessem correntes bem elevadas. No entanto, essas correntes elevadas também causavam problemas, como quedas de tensão e grandes perdas de energia nas linhas de transmissão. Para reverter esses problemas, as usinas geradoras ficavam próximas umas das outras, já que os sistemas de energia em corrente contínua (CC) de baixa tensão não podiam ser transmitidos para longas distâncias. Então, como esse problema foi resolvido? Foi resolvido com a invenção dos transformadores e com o desenvolvimento de estações geradoras de corrente alternada (CA) (CHAPMAN, 2013). UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 4 2.1 O QUE É UM TRANSFORMADOR? ONDE É UTILIZADO? O transformador é tão importante como componente ou como equipamento auxiliar em diversos tipos de circuitos. Ele pode ser encontrado em aparelhos eletrônicos, mas também em sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, trabalhando com os mais diversos níveis de tensões, correntes e frequências. De maneira simplificada, podemos dizer o transformador é um equipamento utilizado para redução de tensão (transformador abaixador) ou aumento de tensão (transformador elevador). Já de modo ideal, um transformador converte um nível de tensão CA em outro nível de tensão, sem ter nenhum impacto na potência elétrica fornecida. Além disso, sua construção é relativamente simples, pois não possui peças móveis ou desgastáveis. Conforme Simone (2010), um transformador pode servir para mudar os níveis de tensão e de corrente em sistema elétrico, sem afetar a frequência da onda fundamental, sendo utilizado nas redes de distribuição e transmissão de energia. E pode realizar, assim, o casamento de impedâncias em estágio de sistema de sonorização de audiofrequência, ou então, radiofrequência, por exemplo, em circuitos de radiocomunicações, assim como na isolação elétrica de dois ou mais estágios, em planta elétrica de centro de avaliação médica, equipamentos de pesquisa, transmissão e geração de sinais, computação, eletrônica etc. Sendo assim, os transformadores são tipicamente utilizados para eliminar a interferência eletromagnética, bloqueando os sinais de corrente contínua ou de frequências muito diferentes da fundamental. Devemos observar que o transformador é um dispositivo relativamente simples, formado por dois ou mais circuitos elétricos acoplados por um circuito magnético. É uma máquina estática, ou seja, não possui partes girantes. O transformador monofásico, inclusive, pode ser considerado como a máquina elétrica mais simples. O transformador não é um dispositivo de conversão de energia, porém, é indispensável para muitos sistemas de conversão de energia. ATENCAO TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES 5 A seguir, observaremos um transformador de potência utilizado na transmissão e distribuição de energia elétrica. Esse tipo de transformador é montado em lâminas de espessura mais fina, o núcleo magnético tem uma porcentagem de silício normalmente inferior a 4%, além de laço de histerese estreito. Tais características servem para diminuir as perdas. FIGURA 1 – TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA FONTE: <https://shutr.bz/3kr32xE>. Acesso: 13 jul. 2021. 2.2 POR DENTRO DOS TRASFORMADORES O transformador monofásico é um dispositivo que converte tensão e corrente por meio de dois enrolamentos em um núcleo magnético fechado, responsável pela transformação. Normalmente, o transformador é formado por um enrolamento primário (alta tensão), nele é aplicada a tensão de entrada, ou seja, ele recebe a energia da fonte elétrica, e um enrolamento secundário (baixa tensão), nele conecta-se a carga, e assim, podemos obter a tensão de saída, conforme observaremos a seguir. Nos sistemas de energia elétrica, a energia é gerada com tensões na faixa de 12 a 25kV. Os transformadores elevam essas tensões a um nível entre 110kV e 1.000kV, aproximadamente. Tornando possível, então, começar a transmissão à longa distância. Depois, os transformadores abaixam a tensão para valores na faixa entre 12 a 34,5kV, para realizar a distribuição e permitir que a energia elétrica seja utilizada em nossas residências, nas fábricas e em outros espaços, com tensões, por exemplo, de 120V. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 6 FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR FONTE: <https://shutr.bz/3ktA7ZR>. Acesso: 28 jun. 2021. Podemos notar que o fluxo magnético está representado em apenas um sentido, porém, ele sempre acompanha o sentido imposto pela tensão aplicada ao enrolamento primário. Quando os enrolamentos estão eletricamente conectados, o transformador recebe o nome de autotransformador. Um transformador funciona de acordo com os fundamentos do eletromagnetismo, mais especificamente com a Lei de Faraday-Neumann- Lenz (ou lei da indução de Faraday). O enrolamento primário e secundário do transformador são bobinas, então, se alimentarmos um dos dois enrolamentos com sua tensão nominal, teremos um fluxo magnético no núcleo de ferro. Se, por exemplo, alimentarmos o primário com uma corrente contínua, não obteremos uma transformação de tensão constante no enrolamento secundário, porque o fluxo magnético gerado pela corrente contínua não é variável ao longo do tempo. Porém, se alimentarmos o primário com tensão alternada, ele irá produzir um fluxo magnético variável, porque a corrente alternada oscila em 60Hz, provocando o surgimento de uma tensão alternada no enrolamento secundário devido à indução magnética. Essa tensão recebe o nome de tensão induzida, sendo proporcional ao número de espiras da bobina, conforme demonstra a equação a seguir: Nesse caso, NP representa o número de espiras do lado do enrolamento primário, NS representa o número de espiras do lado do transformador secundário, VP(t) e VS(t) são, respectivamente, a tensão aplicada no enrolamento primário do transformador e a tensão produzida no lado do secundário. TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES7 Caso não tenhamos o número de espiras dos enrolamentos, podemos calcular o número de espiras do primário com equação: Nessa equação, f é a frequência (Hz), SL é a seção líquida do núcleo (cm2) e B é a densidade magnética do núcleo (gauss). Já a relação de espiras ou de transformação do transformador pode ser obtida pela equação: Também podemos relacionar as correntes do transformador com a relação de espiras de acordo com a equação: Aqui, IP(t) e IS(t) são, respectivamente, a corrente que entra no lado primário do transformador e a corrente que sai do lado secundário do transformador. Podemos reescrever as relações de correntes e tensões do transformador em termos de fasores, conforme as equações seguintes: Ou, Em um transformador ideal, a relação de espiras não afeta os seus ângulos, somente a magnitude das tensões e correntes. ATENCAO UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 8 Os dois tipos de núcleo mais utilizados nos transformadores monofásicos são os núcleos em anel (core) e o núcleo envolvente ou blindado (shell). Existem outros tipos de núcleo, como os transformadores de isolação, que possuem núcleo em toroide. FIGURA 3 – TIPOS DE TRANSFORMADORES FONTE: <https://shutr.bz/3zuOT6X>. Acesso em: 13 jul. 2021. Em um transformador, pode ocorrer o que chamamos de correntes parasitas. Geralmente, o núcleo do transformador monofásico é feito de material ferromagnético, caso esse núcleo seja maciço, surge esse tipo de corrente indesejável. A resistência do núcleo interfere nos efeitos dessas correntes parasitas, quanto menor for a resistência elétrica do núcleo, maiores serão esses efeitos, causando o aquecimento. TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES 9 Além das perdas devido às correntes parasitas, o transformador também possui perdas no cobre e perdas por histerese. As perdas no cobre estão relacionadas com o enrolamento das bobinas, isto é, as bobinas são feitas de fio de cobre esmaltado, esse fio possui uma resistência que, quando passa uma corrente elétrica, provoca aquecimento e, consequentemente, perdas de potência. No caso das perdas por histerese magnética, o problema é o atraso provocado entre o campo magnético e a indução magnética. Pode-se dizer que ela está diretamente relacionada com as perdas no ferro, material utilizado no núcleo. No projeto, a perda é um fator importante, e se ela não for considerada, a potência que o transformador é capaz de suprir acaba sendo bem menor, chegando a casos de rendimento de apenas 60%. O circuito primário fornece uma potência ativa ao transformador, podendo ser calculado com a equação: Nesse caso, θP é o ângulo entre a tensão e a corrente primária. Do mesmo modo que calculamos a potência ativa de entrada, também podemos calcular a potência ativa fornecida, porém, quem fornece a potência à carga é o circuito secundário do transformador: Na equação acima, θS é o ângulo entre a tensão secundária e a corrente secundária. Como observamos, em um transformador ideal, os ângulos entre tensão e corrente não são afetados, desse modo, podemos concluir que θP = θS, ou seja, os enrolamentos primário e secundário de um transformador ideal, possuem o mesmo fator de potência; assim, Pentrada=Psaída. O mesmo raciocínio pode ser usado para as potências reativas Q e S. Com isso, temos as equações a seguir: Para diminuir o efeito das correntes parasitas, não devemos utilizar um núcleo maciço para o transformador, mas sim chapas de ferro magnético (com uma espessura reduzida), e elas devem estar isoladas eletricamente uma da outra. IMPORTANT E UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 10 O transformador altera os níveis de tensão e de corrente, por essa razão, afeta também a impedância aparente de um elemento. Assim, vemos que a impedância na carga é dada por meio da equação: Nesse caso, ZL é a impedância na carga. A impedância aparente no primário é obtida por: 2.3 CIRCUITO EQUIVALENTE Um transformador real é diferente do modelo ideal, ou seja, ele não tem apenas duas bobinas e um núcleo de ferro. Existem alguns parâmetros que precisamos conhecer e calcular para obtermos o funcionamento adequado do transformador. A seguir, observaremos a apresentação do circuito equivalente de um transformador real. FIGURA 4 – CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM TRANSFORMADOR REAL FONTE: A autora E, No transformador ideal, as tensões são transformadas na razão direta da relação de espiras. As impedâncias, na razão direta da relação de espiras ao quadrado, e as correntes, na razão inversa. Já as potências não se alteram. IMPORTANT E TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES 11 No circuito acima, podemos identificar os seguintes parâmetros: no enrolamento primário, temos a resistência R1 e a reatância indutiva X1. No enrolamento secundário, temos a resistência R2 e a reatância indutiva X2. As perdas no ferro são representadas pela resistência de magnetização e XM representa reatância indutiva de magnetização (UMANS, 2014). 3 TIPOS DE LIGAÇÕES Normalmente, a geração de energia elétrica é realizada em corrente alternada por meio dos geradores síncronos trifásicos. Essa energia é transmitida e distribuída para os consumidores finais. Nesse caminho, temos os transformadores utilizados após a geração, para elevar e, também, para reduzir a tensão para subtransmissões e distribuição final da energia elétrica trifásica. Para todas essas funções, podemos utilizar um transformador trifásico ou um banco de três transformadores monofásicos. Se pensarmos do ponto de vista econômico, a melhor solução é utilizar um transformador trifásico. Além disso, proporciona melhor rendimento e ocupa um espaço menor. Se considerarmos a questão do custo de manutenção, um banco com três transformadores monofásicos é vantajoso. Afinal, um transformador monofásico de reserva possui valor menor do que um trifásico, com o triplo de potência. Outra vantagem é que se um dos transformadores monofásicos sofrer algum tipo de dano, é possível continuar o suprimento de energia, desde que esses dois transformadores restantes estejam ligados em Δ aberta (“em V”). Os principais tipos de ligações encontradas em um sistema trifásico são: • estrela ou Y; • triângulo ou Δ; • ziguezague ou Z. UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 12 FIGURA 5 – LIGAÇÕES TRIÂNGULO E ESTRELA FONTE: <https://shutr.bz/2W2HLkF>. Acesso em: 13 jul. 2021. Quando temos um banco trifásico de transformadores, tanto as tensões como as correntes nominais do primário e do secundário, são afetadas dependendo da conexão. Já o valor nominal da potência aparente (kVA) não depende do tipo de conexão. Como se trata de um banco trifásico, o valor é sempre três vezes o valor dos transformadores monofásicos. A conexão estrela-triângulo (Y-Δ), normalmente é utilizada para abaixar uma tensão alta para uma tensão média ou baixa. Já a conexão triângulo-estrela (Δ -Y) é o inverso da conexão estrela-triângulo, ou seja, costuma-se utilizar para elevar uma tensão. Cabe destacar que a conexão triângulo-triângulo (Δ -Δ) também é conhecida como conexão V ou delta aberto, e possui uma vantagem em relação às outras conexões, pois um dos transformadores pode ser retirado para manutenção ou conserto, enquanto os outros dois ficam funcionando como um banco trifásico, porém, com o valor nominal reduzido a 58% do valor do banco original. TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES 13 A conexão estrela-estrela (Y-Y) é muito pouco utilizada, isso ocorre devido às dificuldades dos fenômenos associados à corrente de excitação. Podemos analisar, a seguir, as conexões estrela-estrela, triângulo-triângulo e triângulo-estrela. FIGURA 6 – TIPOS DE CONEXÕES COM TRANSFORMADORES FONTE: <https://shutr.bz/3kwn75W>. Acesso em: 13 jul. 2021. Em condições equilibradas, os cálculos com bancos trifásicos de transformadores são feitos com apenas um dos transformadores ou fases, uma vez que as condições nas outras fases são iguais. A única diferença é a defasagem de 120° entreas fases. Vamos a um exemplo? Considere três transformadores monofásicos idênticos conectados delta-delta. Os dados nominais de cada transformador são: 15 kVA, 220/2200V e Zeq = 5+j40 Ω, referido ao circuito de alta. Uma carga trifásica UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 14 equilibrada de 40 kVA conectada em estrela, e fator de potência 0,90 atrasada, é ligada nos terminais de baixa do banco trifásico para ser alimentada na tensão de 220V. Iremos determinar o valor das correntes nos circuitos de baixa e de alta do circuito equivalente. O cálculo da relação de espiras de cada transformador monofásico se mantém na conexão trifásica, porque as tensões sobre cada enrolamento de fase estrela, equivalente ao delta, é calculado da seguinte forma: A impedância que representa cada fase do banco de transformadores é a impedância dada por: O valor da corrente na linha no lado da baixa, é a corrente em cada fase da carga, dada por: Já o valor da corrente na linha no lado de alta, é a corrente em cada fase da carga, dada por: ou TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES 15 4 ENSAIOS DOS TRANSFORMADORES Tanto os ensaios quanto os testes realizados em transformadores, ambos estão previstos em normas. Por meio dos ensaios e dos testes, podemos verificar, por exemplo, se os parâmetros reais do transformador estão de acordo com o projeto. Com os ensaios, também conseguimos encontrar as dimensões das variáveis definidas no modelo do transformador real, com a utilização de simulações. 4.1 OPERAÇÃO A VAZIO O ensaio a vazio dos transformadores tem como objetivo determinar as perdas no núcleo ou perdas por histerese e de Foucault, além de calcular os parâmetros magnéticos para a construção do circuito equivalente do transformador. Faremos um exemplo montando o circuito da figura 4, utilizando um transformador comercial de 500 VA disponível na maioria das lojas de produtos para eletricidade. Os mesmos testes são válidos em qualquer tipo de transformador. Os transformadores de pequeno porte costumam ser construídos com as duas bobinas acopladas, para um equipamento mais compacto, lembrando que essa configuração é chamada de autotransformador. De posse desse transformador, o teste a vazio será conectar o primário na rede de alimentação 220V e deixar o secundário sem conexões. Com essas ligações, são utilizadas medidas de tensão, corrente e potência para determinar os parâmetros. É importante lembrarmos como devem ser ligados os instrumentos. Portanto, devemos configurar o multímetro para leituras de corrente alternada (valores eficazes) na faixa de tensão conveniente. Nesse passo, é importante ligar todos os instrumentos corretamente e deixar o secundário aberto. Agora, faremos tais procedimentos: • conectar os terminais 1 e 2 em uma fonte CA ajustável para tensão nominal de 220V; • medir a potência ativa absorvida fazendo a leitura do wattímetro; • medir a tensão no primário com a ajuda do voltímetro: a leitura deve seguir a rede de alimentação, próximo de 220V; • medir a corrente no primário com o amperímetro: uma vez que não há carga no secundário e a dissipação de potência se deve quase completamente à resistividade dos condutores, esse valor deve variar bastante entre um transformador comercial e outro, e será da ordem de centenas de miliamperes; UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO 16 • calcular a potência aparente absorvida pelo primário utilizando a equação: S0 = VpoIpo, lembrando que essas medidas devem ser realizadas em valores eficazes; • calcular os parâmetros de magnetização do transformador com as equações. TABELA 1 – PARÂMETROS DE MAGNETICAÇÃO FONTE: A autora Nesse caso, cos φ é o fator de potência do transformador, IRm é a corrente da resistência de magnetização do ferro, Imag é a corrente da reatância de magnetização, Zm é a impedância do circuito magnético, Rm é a resistência do circuito magnético, Xmag é a reatância de magnetização e Qvar é a potência reativa do transformador. Assim, determinam-se os parâmetros de resistência e indutância do transformador para a magnetização. Tais parâmetros estão relacionados à distribuição e à perda de fluxo magnético no entreferro. 4.2 ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO O ensaio em curto-circuito dos transformadores visa determinar as perdas no cobre nos enrolamentos primário e secundário. As perdas no cobre são a resistividade desse elemento utilizado para fabricar o fio magnético. Para realizar tal teste, recomenda-se o uso de uma fonte de tensão alternada ajustável. Desse modo, é possível aumentar e diminuir gradativamente o valor de pico (consequentemente o valor eficaz) para atingir o valor nominal de corrente. As conexões dos instrumentos devem respeitar os terminais, como no teste anterior, para permitir medidas de tensão, corrente e potência. Os valores nominais de um transformador são encontrados na sua placa de descrição ou até na embalagem. TÓPICO 1 — TRANSFORMADORES 17 Começaremos, então, montando o circuito da figura 4, e seguir as seguintes etapas: • ajustar a fonte de tensão alternada e alimentar o primário do transformador de acordo com a figura; • verificar que a tensão de saída inicial da fonte seja 0V, e aumentar de forma gradativa a tensão aplicada ao primário, por meio da fonte, até que a corrente indicada no amperímetro seja a corrente nominal do transformador; • anotar os valores da Pcc, Vccp e In medidos; • calcular os dados do circuito equivalente utilizando as equações. TABELA 2 – CIRCUITO EQUIVALENTE FONTE: A autora Nesse caso, Rcc é a resistência de curto-circuito, Zcc é a impedância de curto-circuito, Xcc é a reatância indutiva, cos φ é a potência dos enrolamentos e Np/Nc é a relação de transformação. 18 Neste tópico, você aprendeu que: • Os transformadores, junto aos geradores síncronos e aos motores de corrente alternada foram responsáveis por facilitar a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em corrente alternada. • Os principais tipos de conexão são estrela e triângulo, e a conexão estrela- triângulo, normalmente é utilizada para abaixar uma tensão alta para uma tensão média ou baixa, enquanto a conexão triângulo-estrela costuma ser utilizada para elevar uma tensão. • É possível realizar os ensaios a vazio e em curto-circuito dos transformadores. RESUMO DO TÓPICO 1 19 1 O transformador é importante tanto como componente ou quanto como equipamento auxiliar em muitos circuitos. Tal componente pode ser encontrado em aparelhos eletrônicos, em sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, trabalhando, assim, com os mais diversos níveis de tensões, correntes e frequências. Sobre os transformadores, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A resistência equivalente do transformador é determinada no ensaio a vazio. b) ( ) Para se realizar o ensaio a vazio, aplica-se corrente nominal nos enrolamentos. c) ( ) A resistência do ramo magnetizando é determinada a partir do ensaio em curto-circuito. d) ( ) O ensaio em curto-circuito dos transformadores busca determinar as perdas no cobre nos enrolamentos primário e secundário. 2 Frequentemente, a geração de energia elétrica é realizada em corrente alternada com geradores síncronos trifásicos. Essa energia é transmitida e distribuída para os consumidores finais, para isso, utilizamos os transformadores. Sobre os transformadores, analise as sentenças a seguir: I- A conexão delta aberto possui uma vantagem em relação às outras conexões, pois, um dos transformadores pode ser retirado para manutenção ou conserto, mas os outros dois ficam funcionando como um banco trifásico. II- A conexão estrela-triângulo (Y-Δ) costuma ser utilizada para aumentar uma tensão baixa ou média para uma tensão alta. III- A conexão estrela-estrela não é muito utilizada em decorrência das dificuldades dos fenômenos associados à corrente de excitação. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estãocorretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 Os ensaios e os testes realizados em transformadores estão previstos em normas. Com os ensaios e os testes, é possível verificar se os parâmetros reais do transformador estão em conformidade com o projeto. Sobre os transformadores, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: AUTOATIVIDADE 20 ( ) A resistência do ramo magnetizando é determinada a partir do ensaio a vazio. ( ) Nos transformadores, a escolha do enrolamento a ser aplicado o curto- circuito no ensaio é arbitrária. ( ) Por meio do ensaio de curto-circuito, encontramos a resistência em série dos enrolamentos do transformador e a reatância de magnetização do núcleo desse mesmo transformador. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – V – F. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Um transformador possui diversas funções, como mudar os níveis de tensão e de corrente em um sistema elétrico, realizar o casamento de impedâncias, em estágio de sistema de sonorização de audiofrequência ou radiofrequência, na isolação elétrica, eliminar a interferência eletromagnética e muitas outras. A seguir, temos a representação de um transformador de tensão ideal. Descreva o cálculo do valor da tensão de saída. FONTE: A autora 5 Em um transformador pode ocorrer algumas perdas, como perdas em decorrência das correntes parasitas, as perdas no cobre e as perdas por histerese. O circuito apresenta um transformador ideal. Descreva o cálculo do valor da corrente I1 sabendo que o resistor R tem valor de 20Ω e potência dissipada de 50KW. FONTE: A autora 21 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 MÁQUINAS DE INDUÇÃO 1 INTRODUÇÃO No Tópico 2, abordaremos as máquinas de indução, também conhecidas como máquinas CA assíncronas. Esse tipo de máquina pode ser utilizado como gerador ou motor. A máquina de indução como gerador ainda não é muito utilizada, mas desde que surgiu a geração de energia eólica, essa função ficou em destaque. Ainda assim, o motor elétrico continua sendo a principal aplicação. Iremos estudar, portanto, o que é uma máquina de indução, os aspectos gerais e o seu princípio de funcionamento, podemos adiantar que a máquina de indução é, basicamente, um transformador com um secundário grande. Depois do conceito inicial, observaremos que as máquinas elétricas podem ser representadas por um circuito, assim, poderemos realizar uma análise. Por fim, aprenderemos como realizar um ensaio para obter os parâmetros do circuito equivalente das máquinas de indução. 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS MÁQUINAS DE INDUÇÃO No século XIX, foi criada a máquina de indução por Nikola Tesla (1856- 1943). Essa máquina opera em corrente alternada, possuindo uma construção simplificada, formada basicamente por um rotor (parte rotativa) e um estator (parte estacionária). A máquina de indução tem muitas aplicações, principalmente devido à sua simplicidade, robustez e seu valor baixo, quando comparado com o valor de uma máquina de corrente contínua ou de uma máquina síncrona de mesma potência (FREITAS; SILVA, 2018). 22 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO FIGURA 7 – ROTOR DO MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO FONTE: <https://shutr.bz/3nX2DVW>. Acesso: 16 jul. 2021. A máquina de indução tem muitas aplicações, principalmente devido à sua simplicidade, robustez e seu valor baixo, quando comparado com o valor de uma máquina de corrente contínua ou de uma máquina síncrona de mesma potência (FREITAS; SILVA, 2018). FIGURA 8 – ESTATOR DE UM MOTOR DE INDUÇÃO FONTE: <https://shutr.bz/3o1W18K>. Acesso: 16 jul. 2021. O formato da máquina de indução depende da função para a qual é construída, de modo que pode funcionar como motor, freio e gerador. Essas máquinas também possuem esse nome porque a tensão do rotor é induzida nos enrolamentos ao invés de ser fornecida por uma conexão física de fios. A diferença principal de um motor de indução em relação a outros motores, consiste no fato de não ser necessário uma corrente de campo CC para que o motor opere. A máquina de indução como gerador possui grande aplicação em sistemas eólicos, mas para sua aplicação, é preciso que a turbina eólica eleve a velocidade de rotação acima de sua velocidade nominal (velocidade síncrona). TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 23 O principal uso dessa máquina é como motor, já que o motor de indução é o tipo de motor mais utilizado na indústria, pois possui a melhor potência específica (maior volume de potência por peso de equipamento). Pelo fato de ser mais frequente como motor, muitas vezes as máquinas de indução são chamadas como motor de indução. No funcionamento como motor, o rotor gira no mesmo sentido do campo girante do estator, porém, com uma velocidade menor e dependente da frequência da rede. Como freio, o rotor gira no sentido contrário ao campo girante. Vale ressaltar que a tendência do rotor é seguir o campo girante, dessa forma, será gerado um torque contrário da rotação do eixo. Esse modo é mais utilizado em sistemas de frenagem de veículos. Veremos, a seguir, as partes de um motor trifásico de indução. FIGURA 9 – MOTOR TRIFÁSICO DE INDUÇÃO FONTE: <https://shutr.bz/3kx0Zbt>. Acesso em: 13 jul. 2021. 2.1 MOTOR DE INDUÇÃO Um motor de indução tem fisicamente o mesmo estator que uma máquina síncrona, no entanto, a construção do rotor é diferente. Um material muito interessante para compreendermos o funcionamento das máquinas de indução (como gerador) é o trabalho Uso do Gerador de Indução Du- plamente Alimentado como Gerador Eólico (TAVARES, 2017). Disponível em: https://bit.ly/2XUdvJs. Acesso em: 17 jul. 2021. NOTA 24 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO Chamamos de rotor a parte da máquina que possui uma certa velocidade angular em relação ao estator. ATENCAO Para construir um estator, utilizamos lâminas de aço magnético, as quais ficam empilhadas para reduzir ao máximo as perdas por corrente de Foucault e histerese magnética. O núcleo é constituído de um material com alta permeabilidade magnética, para facilitar a formação de um alto campo magnético e forças eletromotrizes baixas. O enrolamento do estator da máquina se liga à rede elétrica trifásica, assim, temos um enrolamento trifásico chamado de enrolamento de campo primário. O enrolamento trifásico do estator é constituído de três bobinas defasadas de 120o mecânicos, que podem ser ligadas em estrela ou triângulo. Nos motores de indução, podemos encontrar o rotor bobinado e o gaiola de esquilo. O rotor gaiola de esquilo possui os anéis em curto-circuito e um conjunto de barras condutoras feitas de alumínio, cobre ou latão. Devemos compreender também, que os anéis e as barras formam uma única peça. Além disso, as barras condutoras são encaixadas dentro de ranhuras na própria superfície do rotor. O rotor gaiola de esquilo possui esse nome porque os seus condutores são semelhantes a rodas, em tais condutores, os esquilos correm “fazendo exercícios”. INTERESSA NTE TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 25 FIGURA 10 – ROTOR GAIOLA DE ESQUILO FONTE: <https://shutr.bz/2XIApDS>. Acesso em: 16 jul. 2021. O rotor denominado bobinado possui um conjunto completo de enrolamentos trifásicos parecidos com os enrolamentos do estator. Os enrolamentos desse rotor ficam em curto-circuito por meio de escovas apoiadas nos anéis deslizantes, e as correntes no rotor são acessadas por escovas. Por esse motivo, eles são menos utilizados. FIGURA 11 – ROTOR E ESTATOR DE UM MOTOR DE INDUÇÃO FONTE: <https://bit.ly/3ksHErT>. Acesso em: 13 jul. 2021. 26 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO A velocidade do rotor pode ser expressa de dois modos: em radianos por segundo ou NR em rotações por minuto. Precisamos notar que a velocidade angular do rotor no motor de indução é menor do que a velocidade angular docampo magnético girante do entreferro, ou seja, não são iguais, e por essa razão, provoca um escorregamento, isto é, a diferença de velocidade, como demonstra a equação a seguir: Nesse caso, s é o escorregamento, NR é a velocidade angular do rotor e NS é a velocidade do campo magnético girante estabelecido no entreferro. As correntes trifásicas do motor de indução com gaiola de esquilo, quando circulam no estator após uma aplicação de tensão trifásica, produzem um campo magnético girante, BS, o qual gira em sentido anti-horário. A velocidade de rotação desse campo magnético (nsinc) é dada pela equação: Nesse caso, fse é a frequência em hertz do sistema aplicada ao estator, e P é o número de polos da máquina. A tensão induzida provocada pelo campo magnético, que atravessa as barras do rotor, pode ser calculada pela equação a seguir: Sendo assim, V é a velocidade da barra em relação ao campo magnético, B é o vetor densidade de fluxo magnético e l é o vetor que representa o comprimento do condutor dentro do campo magnético. Em um motor de indução com rotor gaiola de esquilo, o escorregamento não pode ser superior a 5%. IMPORTANT E TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 27 Se considerarmos o formato da espira retangular, devemos calcular a tensão induzida em cada um dos segmentos e realizar a soma. Caso haja variação no número de polos, ou até mesmo na frequência de uma rede elétrica, também há alteração na velocidade de rotação mecânica. Com construções diferentes, é possível ter mais de uma velocidade de rotação. Para que isso ocorra, é necessária uma variação do número de polos, mas esse não é o modo mais comum, pois para realizar o controle de velocidade, normalmente utilizamos os inversores de frequência. Quando alimentados o circuito de enrolamento do estator com uma fonte trifásica CA, considerando que o enrolamento do rotor está em aberto, surgirá um campo magnético girante no entreferro que irá apresentar a mesma frequência síncrona de rotação e induzirá tensão no enrolamento do rotor na mesma frequência. Diferentemente dos motores síncronos, a partida dos motores de indução, em muitos casos, pode ser realizada ligando-os diretamente na linha de potência. No entanto, existem alguns motivos para que não se dê partida dessa maneira, por exemplo, a corrente de partida pode causar uma queda de tensão temporária no sistema de potência. Nos motores de indução com rotor bobinado, a partida é realizada inse- rindo resistências no rotor, procurando manter a corrente baixa, diferentemente do que acontece nos motores com gaiola de esquilo, nos quais a corrente de par- tida pode variar amplamente. Devido a essa característica, esse tipo de motor possui na placa de identificação uma letra de código para especificar os limites de corrente que o motor pode consumir na partida. Esses limites são dados em termos da potência aparente de partida do motor em função da sua especificação nominal de potência (HP). A potência aparente do motor pode ser obtida por: Spartida = (potência nominal em HP) (fator da letra de código) A tensão induzida em uma máquina depende de alguns fatores, como o fluxo da máquina, a velocidade angular da espira, as características construtivas da máquina e o número de espiras. ATENCAO 28 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO E a corrente de partida, pela equação a seguir: Adiante, iremos verificar uma tabela com as letras de código NEMA, indicando os quilovolts-amperes por HP do valor nominal de partida de um motor: TABELA 3 – LETRAS DE CÓDIGOS NEMA FONTE: CHAPMAN (2013, p. 358). 3 CIRCUITO EQUIVALENTE E ANÁLISE DAS MÁQUINAS DE INDUÇÃO Para estudar uma máquina de indução, assim como estudamos os transformadores, podemos utilizar um circuito elétrico equivalente, porque nos traz mais segurança, já que suas propriedades são conhecidas, além de ser possível aplicar diretamente as equações fundamentais da eletricidade. Um dos motivos para obter o circuito equivalente de um motor de indução é determinar a resposta do motor quando existem mudanças de carga. Esse modelo é usado para uma máquina real, então, é preciso determinar os valores dos elementos que irão fazer parte desse modelo de circuito. Se prestarmos atenção, notaremos que a máquina de indução é muito parecida com um transformador, pois sem conexão física, a energia presente no estator (análogo ao primário do transformador) induz tensões e correntes no rotor (análogo ao secundário do transformador com carga). TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 29 No entanto, há uma diferença entre a frequência induzida no estator e a induzida do rotor. Se o rotor estiver parado, a frequência será a mesma do estator, caso contrário, podemos calcular a frequência do sinal induzido do rotor pela equação: Assim, f2 é a frequência do sinal induzido no rotor, f1 a frequência do sinal de excitação do estator e s e o escorregamento da máquina. O circuito elétrico equivalente da máquina de indução trifásica tem como diferença, em relação aos transformadores, a substituição do ramo de força por um ramo conversor de energia elétrica em energia mecânica. O ramo conversor de energia de um conversor de indução rotativo tem um valor de conjugado, dado: Desse modo, Psaída é a potência entregue à carga associada à potência, a qual é dissipada nos atritos mecânicos e na ventilação da máquina, e ωR é a velocidade angular do rotor, dada por: Ou seja, ωmec é a velocidade angular do campo magnético. A velocidade angular do sinal elétrico que chega ao enrolamento da armadura e a velocidade angular do campo magnético estão relacionados com a equação a seguir: No circuito elétrico equivalente, as perdas são estudadas por fase, assim em um circuito trifásico, temos: Para representar o circuito equivalente de um motor de indução, devemos começar representando o circuito do estator. Como vimos anteriormente, temos a tensão terminal por fase, V1, a resistência do enrolamento, R1, e a indutância de dispersão, que produz uma reatância de dispersão X1. No núcleo de ferro ocorre os fenômenos magnéticos, os quais também devem ser representados. No circuito equivalente, esses fenômenos são apresentados por Xm, representando a reatância de magnetização e a resistência, Rc, representando as perdas pelas correntes de Foucault. 30 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO O circuito do rotor, além disso, possui alguns parâmetros definidos por uma resistência R’2 em série com uma reatância X’2, no circuito X’2 = a2 X2 e R'2 = a2 R2. A seguir, veremos o circuito equivalente completo da máquina de indução, ou seja, os circuitos do estator e rotor: FIGURA 12 – CIRCUITO EQUIVALENTE DA MÁQUINA DE INDUÇÃO FONTE: A autora A seguir, observaremos o circuito recomendado pelo IEEE. Tal circuito é utilizado quando a reatância de dispersão X1 for significativa, de um modo que o deslocamento da reatância Xm afete os valores de tensão e corrente nessa reatância. FIGURA 13 – CIRCUITO EQUIVALENTE SIMPLIFICADO DA MÁQUINA DE INDUÇÃO FONTE: A autora 4 ENSAIO PARA OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS Agora, é necessário descobrir como determinar os parâmetros R1, R’2, X1, X’2 e XM de um motor real. Essas informações são obtidas executando testes ou ensaios. Os testes são bem parecidos com os ensaios de curto-circuito e a vazio de um transformador. TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 31 É muito importante atentar para o fato de que os ensaios devem ser realizados em condições controladas, pois, como sabemos, as resistências variam com a temperatura, e a resistência do rotor com a frequência do rotor. 4.1 ENSAIO SEM CARGA OU A VAZIO O ensaio a vazio é utilizado para medir as perdas rotacionais do motor e também para fornecer a informação sobre sua corrente de magnetização. Esse ensaio é realizado com tensão nominal. O motor deve permanecer ligado durante um tempo com operação em vazio para lubrificar os mancais. Somente após esse tempo é medido a tensão, a corrente ea potência ativa absorvida. Quando o motor gira em vazio, o escorregamento fica praticamente nulo. O pequeno conjugado que é gerado serve para compensar as perdas rotacionais. FIGURA 14 – CIRCUITO EQUIVALENTE PARA O ENSAIO SEM CARGA FONTE: A autora No circuito de teste para o ensaio a vazio, será utilizado wattímetros, um voltímetro e três amperímetros conectados a um motor de indução. Esse motor irá girar livremente, ou seja, a única carga no motor são as perdas por atrito e ventilação. Cabe lembrar que o modelo de circuito equivalente se aplica por fase, portanto, o modelo completo do motor inclui três circuitos, como os descritos defasados em suas grandezas elétricas de 120 graus. ATENCAO 32 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO FIGURA 15 – CIRCUITO PARA O ENSAIO SEM CARGA FONTE: A autora Desse modo, conhecendo-se a potência de entrada do motor, podemos determinar as perdas rotacionais da máquina. A conexão apresentada de dois wattímetros para medida de potência, sendo permitida pelo teorema de Blondel, para cargas polifásicas equilibradas. 4.2 ENSAIO CC PARA A RESISTÊNCIA DE ESTATOR Para tal tipo de ensaio, utiliza-se um motor de indução de qualquer porte disponível. A resistência R2’ é a resistência do rotor, muito importante para o funcionamento do motor de indução, pois, a partir dela, forma-se o gráfico que representa a curva de conjugado X velocidade. Essa curva determina a velocidade na qual o conjugado máximo ocorre. O ensaio CC determina o valor do R1. Tal ensaio consiste em uma tensão CC aplicada aos enrolamentos do estator de um motor de indução. Utilizando CC, o valor da reatância do motor é nula e não há tensão induzida no rotor. Assim, a única grandeza que pode limitar o fluxo de corrente no motor é a resistência de estator. No circuito para a realização do ensaio em curto-circuito que podemos observar, temos representado um motor de indução ligado em Y e uma fonte de tensão CC conectada a dois dos três terminais desse motor. O ensaio de rotor bloqueado é usado para determinar a resistência total do circuito do motor. Para obter com precisão a resistência R 2 ’, é preciso conhecer R 1 , para que ela seja subtraída do total. ATENCAO TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 33 Portanto, no ensaio de curto-circuito, a tensão entre os terminais do estator é medida após a corrente nos enrolamentos do estator ser ajustada para o valor nominal, de modo que os enrolamentos fiquem com a mesma temperatura. Analisando a imagem a seguir, podemos verificar que a corrente circula em dois dos enrolamentos. Sendo assim, a resistência total é 2R1, então, podemos encontrar R1 por meio da equação: FONTE: A autora Depois de encontrar o valor de R1, precisamos determinar as perdas no cobre do estator a vazio e as perdas rotacionais, por meio da diferença entre a potência de entrada a vazio e as perdas no cobre do estator. Devemos utilizar, então, apenas uma tensão alternada para determinar as resistências internas, pois os motores são equilibrados por construção, ou seja, os circuitos são iguais por fase. 4.3 ENSAIO DE ROTOR BLOQUEADO O ensaio de rotor bloqueado de um motor de indução é parecido com o ensaio de curto-circuito do transformador. Ele tem como objetivo determinar o valor das reatâncias de dispersão e de resistência do enrolamento de rotor. Neste ensaio, o eixo do motor é travado, enquanto o enrolamento do rotor é curto-circuitado. Um dos modos de travar o motor em laboratório é com a ajuda de uma barra, impedindo, assim, o movimento do eixo. Desse modo, a tensão é aplicada ao motor e mede-se a tensão, a corrente e a potência resultante. Geralmente, aplica-se tensão de 10% a 20% de seu valor nominal. Vejamos, a seguir, o circuito equivalente para o ensaio de rotor bloqueado: FIGURA 17 – CIRCUITO EQUIVALENTE PARA O ENSAIO DE ROTOR BLOQUEADO FONTE: A autora 34 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO Podemos observar as ligações usadas para realizar o ensaio com o rotor bloqueado. Para iniciar o ensaio, primeiramente, uma tensão alternada é aplicada ao estator. O próximo passo é ajustar a corrente para um valor próximo de plena carga. Por fim, mede-se a corrente, a tensão e a potência do motor. O ensaio de rotor bloqueado exige que o eixo seja preso por algum esquema de freios. Nesse caso, um motor de menor porte facilita o experimento, caso o teste seja apenas para fins didáticos, então, um freio com uma alavanca de sapatas é suficiente para conter o movimento. Em uma situação mais preparada, o freio pode ser a disco, acionado por uma alavanca. FIGURA 18 – CIRCUITO PARA O ENSAIO DE ROTOR BLOQUEADO FONTE: A autora Nesse ensaio, o rotor não se move, portanto, o escorregamento é igual a 1. Assim, R2’/s é igual a R2’. Já que os valores de R2’ e X2 são bem pequenos, praticamente toda a corrente de entrada irá circular por elas, de modo que irá passar pela reatância de magnetização, pois é bem maior. A potência, a tensão e a corrente de entrada devem ser medidas antes que o rotor aqueça muito. A potência de entrada do motor é calculada por: O valor da impedância total do circuito do motor (rotor bloqueado) pode ser calculado por meio da equação a seguir: E o fator de potência é calculado por: TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE INDUÇÃO 35 Assim, Φ é o ângulo da impedância total. Desse modo, temos em: Já a resistência para o rotor bloqueado é dada pela equação: E a reatância, pela equação: Nesse caso, X1’é a reatância do estator e X2’ é a reatância do rotor na frequência do ensaio. Agora, podemos calcular a resistência R2 da maneira a seguir: Sendo assim, R1 é determinada no ensaio CC. Por fim, a reatância total do rotor referida ao estator pode ser encontrada pela equação: 36 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • O formato da máquina de indução depende da função para a qual é construída, podendo funcionar como motor, freio e gerador. • Utilizar um circuito elétrico equivalente traz mais segurança, uma vez que suas propriedades são conhecidas. Assim, podemos aplicar diretamente as equações fundamentais da eletricidade. • O circuito equivalente de um motor de indução é utilizado para determinar a resposta do motor (quando ocorre mudanças de carga). • Os ensaios realizados na máquina de indução são semelhantes aos realizados nos transformadores. • É possível realizar um ensaio a vazio e outro com rotor bloqueado em uma máquina de indução, buscando determinar alguns parâmetros importantes. 37 1 Os motores de indução, diferentemente dos motores síncronos, não apresentam problema de partida. Em muitos casos, inclusive, a partida desses motores pode ser feita ligando-os diretamente na linha de potência. Entretanto, existem motivos para não recorrer esse tipo de ligação. Sobre os motores de indução, assinale a alternativa CORRETA que apresenta a potência aparente de um motor de indução trifásico de 20 HP, 250 V e letra de código H. a) ( ) 142kVA. b) ( ) 1800 kVA. c) ( ) 20kVA. d) ( ) 250kVA. 2 Os motores elétricos de indução trifásico são muito utilizados nas grandes máquinas industriais. Eles possuem duas partes, o rotor e o estator. Portanto, é rotativo e funciona por meio de corrente elétrica alternada, assíncrona. Com base na teoria dos motores de indução, analise as sentenças a seguir: I- Uma das características construtivas do motor trifásico de indução, diz respeito aos enrolamentos do estator, os quais são conectados a uma fonte trifásica equilibrada, e os enrolamentos do rotor, curto-circuitados. II- No teste a vazio realizado em um motor de indução trifásico, o eixo gira sem carga e o escorregamento para essa situação é praticamente igual a um. III- O motor de indução trifásico atinge velocidade nominal no ensaio com o rotor bloqueado. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) () Somente a sentença I está correta. 3 Para que o motor elétrico de indução trifásico funcione corretamente, ele irá depender de algumas informações, por exemplo, o tipo de carga do motor, a tensão constante de alimentação dessa carga, a velocidade, a potência do motor, o rendimento e outros fatores. De acordo com a teoria das máquinas de indução, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A potência medida no ensaio a vazio de um motor de indução representa as perdas magnéticas, e por atrito, ventilação. ( ) O motor de indução trifásico não atinge velocidade nominal no ensaio com o rotor bloqueado. AUTOATIVIDADE 38 ( ) Com o teste do rotor bloqueado em um motor de indução, podemos calcular todos os parâmetros apresentados no circuito equivalente completo. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – V – F. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Nos motores de indução com gaiola de esquilo, a corrente de partida pode variar largamente. Para ajudar os usuários, esse tipo de motor possui em sua placa de identificação uma letra de código para especificar o limite de corrente que aquele motor poderá consumir na partida. Sobre os motores de indução, assinale a alternativa CORRETA que apresenta o valor da corrente de partida de um motor de indução trifásico de 25 HP, 220 V e letra de código F. 5 Um motor de indução apresenta, fisicamente, o mesmo estator de uma máquina síncrona, porém a construção do rotor é diferente. Chamamos de rotor a parte da máquina que possui uma certa velocidade angular em relação ao estator. Descreva o cálculo da velocidade síncrona do motor de indução trifásico com rotor gaiola de quatro polos, 8 HP, 220 V, 50 Hz, fator de potência 0,75 e rendimento 0,9, operando com escorregamento de 3%. 39 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 CLASSES DE MOTORES DE INDUÇÃO 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos inicialmente as normas e as especificações dos motores, afinal, um motor, quando opera de forma adequada, tem a sua durabilidade maior. Em seguida, veremos as classes dos motores, criadas pela NEMA, nos Estados Unidos e pela International Electrotechnical Comission (IEC), na Europa. Ambas definiram de forma padronizada um conjunto de classes de projeto por meio de várias curvas de conjugado X velocidade. Por fim, iremos conhecer as aplicações que envolvem os motores de indução. 2 NORMAS E ESPECIFICAÇÕES Um motor bem especificado significa que em condições operacionais normais, a carga é acionada de forma adequada. Para determinar as especificações de forma correta, precisamos conhecer as características da carga. De acordo com Filippo Filho (2013), essas características são: • tipo de carga e característica operacional; • potência mecânica nominal; • rotação nominal; • curva do conjugado resistente; • características do acoplamento; • momento de inércia; • regime de funcionamento; • forças axiais e radiais atuantes sobre o motor. Depois dessas primeiras informações, as próximas se referem à tensão e frequência nominal, ou seja, às características elétricas da rede de alimentação. Após todas essas informações, podemos realizar uma pré-seleção do motor, isto é, determinaremos a potência mecânica e o número de polos, e logo em seguida, veremos a capacidade do motor de acelerar a carga no tempo previsto, para que, assim, evitemos o sobreaquecimento das bobinas. 40 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO O terceiro bloco de informações se refere às condições do ambiente, como temperatura, condições de poeira, umidade e altitude. Também é necessário identificar o grau de proteção do motor (IP), e algumas vezes, uma revisão da potência mecânica, da classe de isolamento e do fator de serviço. Após determinar esses parâmetros, é preciso especificar o tamanho da carcaça e o sentido de rotação. 3 TIPOS DE CLASSES Com a variação das características dos rotores (dos motores de indução), é possível criar uma série de curvas de conjugado versus velocidade. Contudo, devido ao grande número de possibilidades em relação aos motores de potência elevada, a NEMA e a IEC padronizaram e definiram o que chamamos de classes de projeto. Consideremos, por exemplo, que um motor individual pode ser reconhecido como um motor da classe X. Na placa do motor trifásico, encontra- se, então, a letra do projeto. Vejamos mais detalhadamente: • Classe de projeto A: o motor tem barras do rotor grandes, por esse motivo, precisa de uma alta corrente de partida e torque moderado de partida, mas quando próximo da velocidade nominal, o torque é elevado. Devido ao tamanho das barras do rotor, esse tipo de motor mantém a velocidade a plena carga próxima da velocidade síncrona, mantendo a sua carga a uma velocidade praticamente constante. O motor com projeto A sobreaquece mesmo abaixo de sua classificação na placa de identificação, isto é, possui um torque maior em velocidade baixa. Apresenta, também, alta potência de saída, mas perde um pouco da eficiência em decorrência do escorregamento do rotor, mesmo assim, a curva de torque é parecida com a de um motor de alto rendimento. Para especificações equivalentes, o escorregamento a plena carga dos motores da classe A deve ser sempre 5% menor do que o escorregamento de um motor da classe B. • Classe de projeto B: esse tipo de motor é o padrão utilizado na indústria, de modo que possui torque de partida médio e corrente de partida moderada. A plena carga, o motor projeto B tem velocidade menor a plena carga do que o projeto A, além dos motores de alto rendimento. Os motores da classe B substituíram os motores da classe A. • Classe de projeto C: os motores de classe de projeto C possuem um torque de partida e um escorregamento mais alto do que o motor da classe B, porém, inferior a 5%. Sobre o rotor, as suas barras possuem dois tamanhos, sendo que a parte menor fornece ao rotor um alto torque de partida, e a parte mais profunda reduz o escorregamento. A corrente de partida é moderada e mais susceptível a quebra, devido ao material das barras (cobre ou bronze). Os rotores são do tipo dupla gaiola de esquilo, mas são mais caros do que os motores das classes anteriores. Essa classe é utilizada quando há cargas com elevados conjugados de partida, por exemplo, bombas e compressores. TÓPICO 3 — CLASSES DE MOTORES DE INDUÇÃO 41 • Classe de projeto D: os motores dessa classe são utilizados para cargas que exigem um torque de partida muito alto, mas não próximo da velocidade nominal. O escorregamento a plena carga é na ordem de 7 a 11%, podendo chegar acima de 17%. O motor de projeto D pode acionar cargas de volante pesadas, sem apresentar um calor excessivo, até atingir a velocidade nominal. Por exemplo, uma guilhotina de metal que armazena potência no peso no movimento do volante. O torque e a corrente não são excessivamente elevados quando a velocidade do motor é reduzida, suportando grandes oscilações de RPM sem produzir muito calor nos enrolamentos do estator. Os motores da classe D são basicamente os motores de indução da classe A, em que as barras do rotor são menores e o material possui uma resistividade maior. Algumas aplicações são: os grandes volantes usados em prensas de perfuração, estampagem ou corte (CHAPMAN, 2013). Existem também as classes de motores E e F, conhecidos como motores de indução de partida suave, e tais classes eram reconhecidas pela NEMA, mas hoje estão em desuso. 4 APLICAÇÕES O motor de indução trifásico é o mais utilizado em aplicações industriais. As aplicações desse tipo de motor são bem vastas, de modo que tais motores podem ser usados em manufatura e produção, estando também presentes nos prédios e nas residências, realizando tarefas como acionamentos de ventiladores, elevadores, bombas, compressores e esteiras. As informações mais importantes são: a potência mecânica e a rotação exigidas pela carga. Com essas informações, conseguimosencontrar a potência e a rotação do motor. Um ponto importante é que a rotação da carga e a rotação do motor podem ser bem diferentes, caso entre eles exista algum dispositivo de acoplamento que varie a velocidade. Os motores são utilizados para três finalidades: deslocamento de fluídos, manipulação de cargas e processamento de materiais. Para selecionarmos o tipo de motor de indução, devemos, primeiramente, conhecer o tipo de carga que o motor acionará. ATENCAO 42 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO No deslocamento de fluidos, a realização ocorre com ventiladores, bombas e compressores. Segundo Filippo Filho (2013), de modo geral, a potência da carga será proporcional ao produto da vazão do fluído pela diferença de pressão entre a saída e a entrada da máquina. Para determinar a potência, no caso de compressores, a temperatura é importante e a manipulação de cargas é realizada por talhas, guinchos, escadas e/ou pontes rolantes, elevadores etc. Nesses exemplos, a potência mecânica, na maioria das vezes, é proporcional ao produto da força pela velocidade. Além disso, podemos dividir o processamento de materiais em metálicos e não metálicos. Alguns exemplos de máquinas que fazem o processamento de materiais são: máquinas operatrizes, moinhos, máquinas agrícolas, entre outras. A potência mecânica para essas máquinas é obtida por meio do produto da força exigida pelo processamento e a velocidade de processamento. Quando se trata de movimento rotativo ou circular, o conjugado mecânico possui uma analogia com a força em movimento retilíneo, do mesmo modo que a velocidade angular tem com a velocidade linear. Após determinarmos a potência mecânica e a rotação da carga, obteremos a potência e a rotação do motor. A potência mecânica da carga e do motor é dada pela equação: Assim, ηAC é o rendimento mecânico do acoplamento. Um motor aciona uma carga de forma adequada quando o seu conjugado for igual ao conjugado exigido pela carga (conjugado resistente). Como já observamos, a máquina de indução funciona como motor, gerador e freio, desse modo, o que determina as operações é a velocidade. Então, se o rotor girar com velocidade menor do que o campo girante do estator na mesma direção, a máquina funcionará como motor. Para a máquina funcionar como gerador, basta que o rotor gire com uma velocidade maior que a do campo magnético girante, também na mesma direção. E quando o rotor gira na direção oposta do campo magnético do estator, temos o modo freio. Existem, ainda, outras aplicações importantes que utilizam motores, como o deslocamento de fluídos, ocorrendo em diferentes atividades industriais, comerciais, rurais e até nas residências. A máquina capaz de realizar o deslocamento de fluídos incompressíveis é conhecida como bomba. Além do deslocamento do fluído para consumo, também existe o deslocamento para a realização de processo, como nos sistemas óleo-hidráulicos. Geralmente, as bombas são TÓPICO 3 — CLASSES DE MOTORES DE INDUÇÃO 43 acionadas pelos motores de indução. Desse modo, as bombas transformam a energia mecânica recebida do motor em energia para deslocamento dos fluídos. A potência mecânica, PMEC, exigida pelo motor que aciona a bomba é dada pela equação: Assim, γ é o peso específico do fluido dado em kgf/m3, Q é a vazão do fluído dado por m3/s, H é altura de elevação dado em m, e ηb é a eficiência. Uma das máquinas mais simples para suspensão de peso é o sarilho, ou seja, um cilindro no qual é enrolado um cabo de suspensão. A potência mecânica depende da velocidade de içamento e do peso, podendo ser calculada da maneira a seguir: PMEC = P . v Assim, P é o peso, e v a velocidade. Na imagem a seguir, temos a apresentação do rotor e do enrolamento de um motor de indução de 480V usado em uma indústria. Os motores de indução com rotor de gaiola são utilizados para o acionamento de pequenos elevadores, guindastes, sistemas transportadores por correia, talhas, guinchos e escadas rolantes. ATENCAO 44 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO Os motores de indução também são muito utilizados no acionamento de máquinas para processamento de materiais. Além disso, podemos dividir o processamento de materiais em: materiais metálicos e não-metálicos. Por fim, as máquinas de processamento se baseiam no acionamento hidráulico ou pneumático. Nesses casos, o motor de indução irá acionar uma bomba ou um compressor, sem aplicação direta ao processamento. FONTE: <https://shutr.bz/3u4NxPp>. Acesso em: 18 jul. 2021. FIGURA 19 – ROTOR E ENROLAMENTO DO MOTOR DE INDUSTRIAL TÓPICO 3 — CLASSES DE MOTORES DE INDUÇÃO 45 MOTORES EFICIENTES NA INDÚSTRIA Roberval Bulgarelli As atividades industriais requerem quase sempre um motor robusto, de alta confiabilidade, boa eficiência, que reaja bem a variações de carga, e de baixo custo, alguns processos requerem variação de velocidade, com um bom controle, e áreas classificadas exigem um equipamento que não provoque centelhas. Há máquinas que existem em praticamente qualquer tipo de indústria, e o motor que melhor tem se adaptado a todo tipo de serviço é o motor de indução trifásico, com rotor em gaiola de esquilo. De construção robusta, sem partes faiscantes, com rendimento na casa de 90% (facilmente superando este valor para potências maiores), exigindo quase nenhuma manutenção, barato, tem poucas desvantagens: não varia a velocidade, operação degradada em baixa carga (baixos rendimento e fator de potência), alta corrente de partida. O maior obstáculo para algumas aplicações foi a variação de velocidade, quando perdia em muito para o motor de corrente contínua, motor caro, que exige muita manutenção e cuidado. A solução veio há mais de 20 anos, com o avanço da eletrônica de potência, que produziu os conversores de frequência, equipamentos que convertem a corrente alternada da rede de frequência fixa (no Brasil, 60 Hz) em variável (que pode ir de 6 a 120 Hz). Adicionalmente, esta aplicação pode também servir para economizar energia. O MIT, motor de indução trifásico, responde por 75% dos motores existentes no Brasil – dos 25% restantes, grande parte é de motores menores que 1 cv, monofásicos, com aplicação em equipamentos residenciais como geladeira, ar-condicionado, máquina de lavar, ventiladores etc. – mas na indústria, este número é seguramente maior. Um motor é dimensionado pela carga mecânica que acionará, mas é comum haver incertezas sobre esta carga no momento do dimensionamento, ampliações ou situações que peçam um pouco mais de potência. Além do mais, fora o aspecto do rendimento, não há inconveniente técnico para um motor sobre dimensionado também operar com baixo fator de potência, sendo em muitos casos o responsável por multas observadas na fatura. Os motores elétricos existem há pouco mais de um século, e quando surgiram, eram grandes, pesados e custavam caro. Ao longo do tempo, foi-se reduzindo seu custo de fabricação, com menos ferro, menos cobre, além de melhores materiais e técnicas de construção. A busca por eficiência energética levou a motores com maior custo de fabricação, mas com menor custo de vida útil, motores de alto rendimento, com desempenho otimizado pelo uso de LEITURA COMPLEMENTAR 46 UNIDADE 1 — PRÁTICAS COM MOTORES DE INDUÇÃO chapas magnéticas de melhor qualidade, maior volume de cobre, enrolamentos especiais, núcleos dos rotores e estatores tratados termicamente, melhor desenho da ventilação, entre outras modificações. Essas melhorias tornaram o motor de alto rendimento cerca de 20% a 30% mais caros, só que a sua utilização em lugar de um motor padrão pode ser economicamente viável, em função do custo de energia economizado ao longo de sua vida útil, já que o custo da energia elétrica consumida por um motor chegar a mais de 100 vezes o seu preço de aquisição. É quase sempre viável, economicamente, instalar um novo motor de alto rendimento em comparação com um motor tradicional, pois,
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