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2017 Metodologia de ensino de Handebol Profª Camila da Cunha Nunes Copyright © UNIASSELVI 2017 Elaboração: Profª Camila da Cunha Nunes Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 796.312 N972m Nunes; Camila da Cunha Metodologia de ensino de handebol / Camila da Cunha Nunes: UNIASSELVI, 2017. 213 p. : il. ISBN 978-85-515-0070-5 1.Handebol. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Impresso por: III apresentação Caro acadêmico, você está começando o estudo da disciplina de Metodologia de Ensino de Handebol. A partir desse momento, convidamos você a conhecer um pouco mais do contexto do handebol e perceber porque é um dos esportes mais praticados no meio escolar. Além disso, você poderá, ao término das três unidades, exercitar o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem com seus alunos no meio escolar. Em vários momentos você será convidado a se levantar e realizar alguns gestos e, ao mesmo tempo, clicar e acompanhar vídeos, ler textos e acessar ambientes, isso devido à necessidade de aproximar você, futuro professor, da realidade do handebol! O desenvolvimento dos nossos estudos será orientado por três unidades, organizadas da seguinte forma: Na primeira unidade – Conhecendo o Handebol – apresentamos o handebol a partir do seu contexto histórico de desenvolvimento, onde você encontrará muitas explicações para compreender porque hoje o handebol é jogado de determinada forma. Também terá contato com o jogo propriamente dito e seus elementos básicos, como os fundamentos técnicos. Na segunda unidade – Defendendo e Atacando – relacionamos os conteúdos estudados na primeira unidade com o desenvolvimento de ações técnicas e táticas defensivas e ofensivas. A partir desse momento, você visualizará movimentações e deslocamentos que são fundamentais para que a estrutura do jogo de handebol possa ocorrer. Na terceira unidade – Regras e Adaptações – apresentam-se os conceitos básicos utilizados para o desenvolvimento do jogo e a linguagem empregada nas regras oficiais que regem a modalidade. Nessa unidade abordaremos, também, algumas adaptações do jogo. Está pronto? Sim! Desejamos a você bons estudos e muito sucesso! Profª Camila da Cunha Nunes IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI V VI VII suMário UNIDADE 1 - CONHECENDO O HANDEBOL ............................................................................... 1 TÓPICO 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL ......................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 A ESSÊNCIA DO HANDEBOL ......................................................................................................... 4 3 HANDEBOL DE QUADRA OU INDOOR ..................................................................................... 7 4 O CENÁRIO DO HANDEBOL BRASILEIRO NO MUNDO ..................................................... 9 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 12 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 13 TÓPICO 2 – O HANDEBOL NO BRASIL ......................................................................................... 15 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 15 2 A CHEGADA DO HANDEBOL NO BRASIL ................................................................................ 15 3 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE HANDEBOL NO BRASIL ................................................... 17 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 21 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 27 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 28 TÓPICO 3 – O JOGO ............................................................................................................................. 31 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 31 2 CARACTERÍSTICA DO JOGO ......................................................................................................... 32 3 FUNDAMENTOS BÁSICOS ............................................................................................................. 39 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 61 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 62 UNIDADE 2 - DEFENDENDO E ATACANDO ................................................................................. 65 TÓPICO 1 – SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA .............................................................................. 67 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67 2 ELEMENTOS TÉCNICO-TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS ........................................ 67 3 SISTEMAS DEFENSIVOS .................................................................................................................. 78 3.1 DEFESA INDIVIDUAL ................................................................................................................... 81 3.2 DEFESA POR ZONA....................................................................................................................... 85 3.3 DEFESA COMBINADA OU MISTA ............................................................................................. 91 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 93 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................94 TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE .......................................................................... 97 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 97 2 SISTEMAS OFENSIVOS .................................................................................................................... 97 3 MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS .................................................................................................... 104 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 111 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 112 VIII TÓPICO 3 – O GOLEIRO ....................................................................................................................... 113 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 113 2 POSIÇÕES BÁSICAS DO GOLEIRO ............................................................................................... 114 3 TIPOS DE DEFESA .............................................................................................................................. 120 3.1 DEFESAS ALTAS ............................................................................................................................. 120 3.2 DEFESAS INTERMEDIÁRIAS ....................................................................................................... 123 3.3 DEFESAS BAIXAS ........................................................................................................................... 125 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 130 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 131 UNIDADE 3 - REGRAS E ADAPTAÇÕES................................................................................. 133 TÓPICO 1 – REGRAS DO HANDEBOL INDOOR .......................................................................... 135 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 135 2 NOÇÕES BÁSICAS DE REGRAS E ARBITRAGEM .................................................................... 135 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 174 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 181 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 182 TÓPICO 2 – SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO .................................................. 185 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 185 2 A SÚMULA DE JOGO ......................................................................................................................... 185 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 195 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 196 TÓPICO 3 – O HANDEBOL ADAPTADO ......................................................................................... 199 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 199 2 O HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS .................................................................................... 200 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 204 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 207 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 208 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 210 1 UNIDADE 1 CONHECENDO O HANDEBOL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • apresentar o handebol e sua história; • caracterizar os fundamentos, deslocamentos com bola, manejo da bola; técnica da recepção, do passe, do drible e arremesso; • apresentar o contexto do handebol no Brasil; • caracterizar o desenvolvimento do jogo de handebol; • reconhecer os fundamentos básicos do handebol e sua aplicabilidade du- rante o jogo. Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você encontrará dicas, textos complementares, observações e atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas a serem abordados. TÓPICO 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL TÓPICO 2 – O HANDEBOL NO BRASIL TÓPICO 3 – O JOGO 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL 1 INTRODUÇÃO O jogo que conhecemos hoje como handebol passou por várias adaptações e modificações para se estabelecer como handebol de quadra, handebol de areia, handebol para cadeirantes, dentre outras modalidades esportivas. Verificando o contexto histórico de desenvolvimento do handebol, percebemos que algumas civilizações antigas oferecem subsídios para a prática desse esporte. Isso se deve às atividades físicas desenvolvidas na antiguidade que envolviam a utilização do corpo e da “pelota”. Diante disso, convidamos você, acadêmico(a), a caminhar em meio ao contexto histórico do handebol. Lembramos que em alguns momentos as datas de criação das práticas similares ao handebol se contradizem na bibliografia científica, por isso você poderá encontrar, em outros materiais, datações que diferem das apresentadas aqui, no entanto, elas ficarão muito próximas. O handebol é um dos esportes mais praticados no Brasil e também um dos mais praticados no contexto escolar (SILVA et al., 2011; TEIXEIRA; MYOTIN, 2001). Isso se deve ao fato de existirem diversas formas de jogar o handebol que se alteram, dependendo do público e do interesse que se tem com a sua prática. Além disso, para a prática do handebol não se necessita de muitos materiais, é necessário apenas um espaço, duas traves e uma bola. Diante disso, é um esporte de fácil adaptação. Atualmente é jogado em ambientes diferentes, como em quadra e na praia. No início da criação do esporte, embora hoje não seja comum, também era desenvolvido no campo. E ainda pode ser jogado na modalidade master, terceira idade, em cadeira de rodas, assim como encontramos diversas vezes no contexto escolar, como o mini-handebol. Isso significa que, devido aos diferentes ambientes em que pode ser realizado, é de fácil adaptação no meio escolar para o desenvolvimento do handebol enquanto rendimento. Neste tópico, iremos nos aproximar do contexto histórico de desenvolvimento do handebol. A partir disso, trataremos do handebol em alguns âmbitos, primeiramente no seu contexto histórico de desenvolvimento do jogo, para compreendermos quais os caminhos que este esporte percorreu até chegar ao seu modo de desenvolvimento atual. Em seguida, iremos apresentar o contexto do handebol indoor, aproximando você ainda mais do esporte. Para, por fim, nos situarmos quanto ao desenvolvimento do handebol brasileiro no contexto mundial. UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 4 Caro acadêmico,não se preocupe, pois na Unidade 3 será abordado o conteúdo sobre as adaptações do handebol e você terá contato com algumas dessas formas possíveis de se jogar. 2 A ESSÊNCIA DO HANDEBOL Há indícios de que um dos primeiros jogos parecidos com o handebol era realizado na China através de um jogo chamado kemari. Os historiadores datam sua gênese a 2.000 a.C., na Grécia antiga, onde era desenvolvido um jogo denominado de urânia e o epyskiros. O urânia era praticado com as mãos e uma bola que se aproximava ao tamanho de uma maçã, no entanto, não havia as balizas, popularmente conhecidas como gol. Esse jogo é citado no livro Odisseia, de Homero (NAGI-KUNSAGI, 1983). Os romanos tiveram, culturalmente, profundas influências dos gregos, e isso também ocorre nas atividades físicas. Os romanos praticavam um jogo denominado de haspartan, que se aproxima muito ao epyskiros. A bola era construída com bexiga de boi, revestida por capa de couro, chamado de follis. Mais tarde, na Idade Média, os franceses também desenvolveram jogos similares ao handebol que são referenciados por François Rabelais como atividades recreativas (VIEIRA; FREITAS, 2007). Em 1890 surgiu o raffballspiel, na Alemanha, desenvolvido pelo professor Konrad Koch. Na mesma época, mais especificamente em 1892, é criado pelo professor Kristof Antonin um jogo denominado de hazena, difundido na República Tcheca. Era praticado em uma quadra de 45 X 30 metros, com traves de dois metros de largura por 2,40 metros de altura, assemelhando-se ao futebol, mas jogado com as mãos. O jogo se popularizou na Dinamarca e, em 1908, é publicado o Primeiro Regulamento da hazena, e é também fundada a associação “Praga Hazena”. Outro indício de jogos próximos ao handebol apareceu em 1848, quando um professor dinamarquês, chamado Holger Nielser, criou o haandbold e determinou o regulamento para o desenvolvimento do jogo, o publicando em Wejdlendling Handbold (NAGI-KUNSAGI, 1983). Na América do Sul também foram desenvolvidos jogos similares, como o el balón ou salon, do uruguaio Gualberto Valetta (VIEIRA; FREITAS, 2007). Entretanto, apesar dessas diversas formas de desenvolver jogos próximos ao handebol, o esporte como hoje é conhecido ainda não havia sido criado. O início da sistematização do handebol começa na Alemanha, desencadeada pela criação de jogos pelos alemães Conrad Koch, que introduziu o raftball e o torball, inventado pelo professor alemão Herman Bachmann. O raftball surgiu em ESTUDOS FU TUROS TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL 5 1890. O torball era a diversão das mulheres que trabalhavam na fábrica da Siemens, orientadas pelo professor Max Heiser. Quem o levou para jogar no campo, em 1912, foi o secretário da Federação Internacional de Futebol, Hirschmann (NAGI- KUNSAGI, 1983; VIEIRA; FREITAS, 2007). Com o desenvolvimento do torball e a popularidade que o jogo conquistou influenciado pelos demais jogos existentes, em 1919 surge o handebol, mais especificamente o handebol de campo. Sua idealização é atribuída ao alemão Karl Schelenz, considerado o pai do handebol. Foi ele quem reformulou e aperfeiçoou o torball, tornando o handebol um esporte competitivo. Naquela época, Schelenz era professor da Faculdade de Educação Física, o que favoreceu a disseminação do esporte. As regras do esporte e as ações técnicas e táticas da modalidade também foram escritas por ele, publicadas originalmente pela Federação Alemã de Ginástica, sendo disputado com 11 jogadores e em um campo de futebol (CZERWINSKI, 1993). Mesmo que o handebol de campo possua proximidade com as características do futebol (11 jogadores e jogado no campo), um fator o distingue bastante: o futebol é jogado com os pés, já o handebol é jogado somente com as mãos. Devido a um decreto do diretor da Faculdade de Educação Física da Alemanha, em 1920, o jogo foi oficializado como handebol de campo (NAGI-KUNSAGI, 1983; TENROLLER, 2004; COLLI, 2004). Para maior aproximação de como era desenvolvido o handebol de campo, acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=THxMZygDUjc>. DICAS As ações dos alemães para o desenvolvimento do handebol ainda continuaram. Em 1928 é criada uma instituição para gerir a modalidade, nomeada de International Amateur Handball Federation (IAHF), na presença de 11 países. Isso demonstra que, rapidamente, o handebol se espalhou pelo mundo, adotando como regras oficiais as alemãs. E anos mais tarde, em 1934, o Comitê Olímpico Internacional (COI) determina a inclusão do handebol de campo nos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlin (ZAMBERLAN, 1999). Foi no formato de 11 contra 11 que apareceu pela primeira vez na programação olímpica. Em 1946, o handebol de campo e de salão passa a ser regido pela International Handball Federation (IHF). Sua difusão não para por aí. A entidade conta ainda com a parceria de federações de cinco continentes: Pan-American Team Handball Federation (PATHF), Asian Handball Federation (AHF), Confederation Africaine de Handball (CAHB), European Handball Federation (EHF) e Oceania Handball Federation (OHF) (IHF, 2010). UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 6 O handebol, popularmente como é mais difundido hoje, “de quadra”, “de salão” ou indoor, como é reconhecido – que significa a mesma coisa –, surge de adaptações do handebol de campo. Se os alemães originaram o handebol de campo, o handebol indoor não foi originado por eles. Surgiu em 1924, na Suécia, devido à impossibilidade de sua prática durante o inverno rigoroso e a disputa com o futebol pelo mesmo espaço, “o campo”. Desse modo, os suecos adaptaram o jogo para um espaço coberto, realizado nas quadras fechadas e com equipes com somente sete jogadores, modificando a quantidade deles em campo, que era de 11 jogadores. Com a redução do espaço e o número de jogadores – como já vimos acima, o handebol era jogado em um campo de futebol, e agora em uma quadra com dimensões menores –, o jogo foi adaptado, ficando mais veloz, compacto e dinâmico, o que contribuiu para lances mais emocionantes e cativou o público em geral (VIEIRA; FREITAS, 2007). Com o tempo e o aparecimento de instituições regulamentadoras do esporte, o handebol ganhou cada vez mais espaço e apareceu em outras competições esportivas. No entanto, como foi criado primeiro, o handebol de campo apareceu primeiro em competições mais expressivas, e depois o handebol indoor ocupa o seu espaço. Prova disso ocorreu nos Jogos Olímpicos, onde o handebol de campo apareceu pela primeira vez na programação dos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936. Já o handebol indoor somente 36 anos depois é inserido na programação dos Jogos Olímpicos, no ano de 1972, quando a competição foi realizada em Munique, apenas na categoria masculina. Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, no ano de 1976, em Montreal, foi introduzida a categoria feminina (VIEIRA; FREITAS, 2007). Se você imaginava que o handebol surgiu nas quadras, com regras como as que conhecemos hoje, se enganou! Você pode observar que do seu nascimento até os dias de hoje este esporte sofreu diversas alterações. ATENCAO NOTA Os Jogos Olímpicos ocorrem de quatro em quatro anos, sendo uma competição que envolve a disputa de diversas modalidades. Entre elas, atualmente, está somente o handebol indoor. O Campeonato Mundial envolve somente a disputa do handebol indoor. TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL 7 3 HANDEBOL DE QUADRA OU INDOOR Embora haja algumas controvérsias quanto à criação dos esportes, é consenso que os suecos criaram o handebol indoor em 1924, modalidade essa que se popularizou rapidamente. As duas competições mais expressivas para os países, sem dúvida, são os Jogos Olímpicos organizados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Campeonato Mundial de Handebol, organizado pela entidade máxima do handebol mundial, International Handball Federation (IHF). Apesar do handebol de campo já ser disputado nos Jogos Olímpicos, foi na edição de Munique, em 1972, que ficou marcada aentrada definitiva da modalidade indoor no programa olímpico (VIEIRA; FREITAS, 2007). Desde então, há o monopólio de conquista das medalhas pelas seleções europeias. Desde a primeira edição em que o handebol de campo foi inserido, já foi disputado no naipe masculino 13 vezes e no naipe feminino 11 vezes até 2017. No total, considerando as medalhas de ouro, prata e bronze, no naipe feminino e masculino, foram distribuídas, até 2017, 72 medalhas. No naipe masculino, os países que mais ganharam a competição são: Alemanha, União Soviética e Croácia, duas vezes cada. Já no naipe feminino, Dinamarca foi o país que mais vezes conquistou, somando três conquistas, seguida de Noruega, Coreia do Sul e União Soviética, que conquistaram duas vezes cada. As potências do handebol mundial são as equipes que figuram no pódio das competições mais importantes, Jogos Olímpicos e Campeonato Mundial. Dentre elas estão a França, Espanha, Rússia, Croácia, Suécia, Alemanha, Noruega Romênia e Dinamarca. Tratando-se do Campeonato Mundial, o primeiro Campeonato Mundial de Handebol de Campo e o primeiro de Handebol indoor em 1938, foram disputados apenas no naipe masculino. Desde a sua criação foram disputadas 25 edições (1938 a 2017) de campeonatos mundiais, sendo que a França é o país que mais títulos mundiais conquistou. Em 2017, sagrou-se hexacampeã mundial (1995, 2001, 2009, 2011, 2015 e 2017) de forma invicta e ainda possui três medalhas de bronze em outras edições, superando Suécia e Romênia, ambas com quatro títulos mundiais. Entre as mulheres foram disputadas 22 edições (de 1957 a 2015) da competição de handebol indoor, a Rússia detém a hegemonia dos títulos mundiais, com sete títulos (1982, 1986, 1990, 2001, 2005, 2007 e 2009) conquistados. Seguida por Alemanha, com quatro títulos, e Noruega com três. Como vimos até o momento, a Europa possui equipes tecnicamente e taticamente muito bem preparadas, por isso possui tantos títulos. Devido a isso, a Europa é conhecida como sendo a região onde estão localizadas as “escolas” do DICAS Para saber mais sobre o desenvolvimento do handebol nas Olimpíadas, acesse: <https://www.olympic.org/handball> e <https://www.olympic.org/international-handball- federation>. UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 8 Agora que você já visualizou como é o desenvolvimento de uma partida de handebol indoor em um Campeonato Mundial, é possível perceber as diferenças e a velocidade que o jogo ganhou a partir do momento em que migrou do campo para a quadra. Assim como no futebol e em outras modalidades esportivas, no handebol, desde 1988, também são eleitos os melhores jogadores do mundo anualmente, tanto no naipe masculino como no feminino. É concedido o título de melhor jogador do mundo àquele jogador que melhor desempenho técnico-tático obteve durante o ano. O prêmio é concedido pela Federação que rege o esporte, a IHF. A eleição do melhor do mundo é composta por votos de fãs e especialistas que participam da votação. A votação, geralmente, ocorre no início de fevereiro do ano seguinte ao ano em que será determinado o melhor do mundo, ou seja, em fevereiro de 2017 foi realizada a votação do melhor do mundo do ano de 2016. Considerando a votação desde 1988 até 2015, o país que teve mais atletas no naipe masculino eleitos foi a França – sete vezes –, sendo também a seleção atual campeã mundial. No naipe feminino, empata em cinco vezes a Noruega e a Hungria. Os atletas que ganharam mais vezes a premiação no masculino foram o croata Ivano Balić (2003 e 2006), o francês Nikola Karabatić (2007 e 2014) e o dinamarquês Mikkel Hansen (2011 e 2015), duas vezes cada. Já no naipe feminino, a húngara Bojana Radulovic (2000 e 2003) e a romena Cristina Georgiana Neagu (2010 e 2015) receberam duas vezes cada. O Brasil já foi dono desse posto duas vezes, com Alexandra Priscila do Nascimento eleita no ano de 2013, referente ao ano de 2012, e dois anos depois, em 2015, a brasileira Eduarda Amorim foi eleita a melhor do mundo referente ao ano de 2014. No ano de 2013 o país também se sagrou campeão mundial após bater a Sérvia na casa das adversárias. Além de campeão mundial, o handebol feminino handebol mundial, pois além de possuir equipes muito bem preparadas, foi onde surgiu o handebol. Esses países e suas equipes nacionais e locais figuraram entre os campeões dos campeonatos mais representativos da modalidade. É também na Europa que se disputam as competições de maior índice técnico, ditas mais fortes, como a Liga Asobal; Super Copa; Copa de S. S. “El rey”; EHF Challenge Cup; EHF Champions League; Copa EHF. DICAS Para visualizar como é desenvolvido o handebol indoor, acesse: <https://www. youtube.com/watch?v=Sv8j_t8jUp4> e acompanhe o jogo entre Hungria e Alemanha no Campeonato Mundial Masculino 2017. Essa visualização irá começar a aproximar você dos conteúdos que serão tratados adiante, como “O Jogo” e “Fundamentos Básicos” que fundamentam a realização do jogo. TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL 9 FIGURA 1 – EDUARDA AMORIM, DE AZUL, EM AÇÃO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes. asp?id=29646&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 10 fev. 2017. 4 O CENÁRIO DO HANDEBOL BRASILEIRO NO MUNDO Nos últimos anos, o handebol brasileiro passa por uma ascensão no contexto do handebol mundial, isso se deve aos resultados e conquistas individuais expressivas que vêm consolidando a modalidade em nível mundial, e também nacional. Nos Jogos Olímpicos e mundiais o handebol brasileiro masculino participou de algumas edições. Embora em ascensão crescente, não possui resultados expressivos. Em competições mundiais, o Brasil, no naipe masculino, em 2011, ficou em 21º lugar; em 2013 subiu para o 13º lugar; em 2015 terminou na 16º colocação, e em 2017 terminou novamente em 16º, após ser eliminado pela Espanha nas oitavas de final. Por outro lado, no naipe feminino, nos últimos anos vem conquistando prestígio. Desde 2009 o handebol feminino está em ascensão, ano em que conquistou o 15º lugar; em 2011, jogando em solo brasileiro, parou nas quartas de final e terminou a competição com um expressivo 5º lugar; e em 2013 venceu a Sérvia e consagrou-se campeão mundial. Já em 2015, terminou na 10º colocação. teve eleita a MVP (Most Valuable Player), a jogadora mais valiosa do campeonato, título recebido por Eduarda Amorim; e a goleira Bárbara Arenhart figurou na seleção do campeonato como melhor goleira. UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 10 FIGURA 2 – EQUIPE CAMPEÃ MUNDIAL No que se refere aos Jogos Olímpicos, o resultado mais expressivo foi a 6ª colocação do handebol feminino, em 2012. Além dessas colocações, o handebol, particularmente feminino, foi coroado com algumas conquistas individuais, já citadas anteriormente. Essas modificações e conquistas do handebol brasileiro se devem ao investimento que está sendo realizado na modalidade. Alguns dos fatores são: (1) maior investimento público e privado; (2) contratação de treinadores europeus; (3) intercâmbio de atletas; (4) fases de preparação e treinamento; (5) grande número de atletas jogando em clubes europeus etc. (NUNES; MATTEDI, 2014). Esses investimentos demonstram que para se manter entre os melhores e disputar com o handebol europeu é necessário investimento. Nos últimos anos, teve investimentos de R$ 9,4 milhões. Para 2015 foi destinado ao esporte, pela Lei Agnelo Piva e pelos recursos do COB dentro do planejamento estratégico para as Olimpíadas de 2016, um total de R$ 3.750 milhões. Isso sem contar o patrocínio dos Correios e do Banco do Brasil (GOZZER; TIBURCIO, 2015). Outras verbas são captadas por meio da Lei de Incentivo ao Esporte através do projeto Plano Medalha. Projetos do Governo Federal são desenvolvidos pelo Ministério do Esporte para apoiar os esportes que possuíam chance de pódio nos Jogos Olímpicos em 2016. Há alguns anos a Confederação Brasileira de Handebol contrata técnicosestrangeiros para as seleções feminina e masculina. No naipe masculino, o espanhol Jordi Ribeira está à frente de mais um ciclo olímpico após seu retorno ao Brasil, em 2012. Na seleção feminina o dinamarquês Morten Soubak comanda. Assim como Jordi, Morten tem vasta experiência internacional e, sobretudo, europeia. Morten FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.asp?id=29621&mod a=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 10 fev. 2017. TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL 11 também contribuiu para a implantação de uma parceria entre a equipe austríaca do Hypo No e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Naquele momento, era o técnico da equipe austríaca. O objetivo da parceria era dar oportunidade para que as jogadoras tivessem rodagem europeia. A CBHb e a equipe austríaca dividiam a despesa dos salários das atletas. No total, seis jogadoras que foram campeãs mundiais em 2013 jogavam no Hypo No. Um dos fatores que ganha destaque é a transferência de jogadores para países europeus com o intuito de melhorar o seu rendimento. Exemplo disso é a própria Eduarda Amorim, que em 2014 sagrou-se bicampeã da EHF Champions League jogando pelo Györi AUDI ETO KC da Hungria, clube em que representa desde 2009. Desde 2006 atua fora do Brasil, quando foi para o Gjorce Petrov Kometal, da Macedônia. Das 16 jogadoras que compunham a equipe campeã mundial em 2013, somente três atuavam no Brasil. O mesmo ocorre com a convocação para o mundial feminino no ano de 2015: das 16 atletas convocadas, somente cinco atuavam no Brasil. No naipe masculino, dos 16 atletas que fizeram parte do plantel do Mundial realizado em 2015, oito jogavam no Brasil. Outro fato que chama atenção é que oito dos convocados atuavam em equipes espanholas. Todas essas ações da CBHb fortalecem e fortaleceram o handebol brasileiro, e hoje o Brasil possui melhor índice técnico e tático para jogar com as melhores seleções do mundo, geralmente localizadas na Europa. NOTA Caro acadêmico, como forma de revisar os pontos principais deste tópico, peço que você atente para o resumo que será apresentado a seguir, e caso ainda sinta a necessidade de reforçar algum ponto, convido você a relê-los. Ok? 12 Neste tópico, você aprendeu que: • Antes de o handebol ser criado existiam outros jogos que se aproximavam à forma deste esporte. • O handebol foi criado pelos alemães no ano de 1919, desenvolvido no campo. • Os suecos adaptaram o handebol de campo e criaram o handebol indoor, de quadra ou, como também é conhecido, de salão, em 1924. • A IHF é a Federação Internacional que regulamenta a modalidade. • O handebol de campo foi inserido no ano de 1936, com o naipe masculino, nos Jogos Olímpicos pela primeira vez. • O handebol indoor foi inserido no ano de 1972, no naipe masculino, nos Jogos Olímpicos e no naipe feminino no ano de 1976. • O handebol brasileiro já teve duas atletas eleitas melhores do mundo: Alexandra Priscila do Nascimento, referente ao ano de 2012, e Eduarda Amorim, referente ao ano de 2014. RESUMO DO TÓPICO 1 13 1 Para você se aproximar um pouco mais do contexto histórico do handebol, procure e indique em qual país foi realizado o Campeonato Mundial de Handebol Feminino no ano de 2012 e quem foi o país campeão no ano de 2013. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2 Agora que você já sabe um pouco mais sobre o contexto histórico do handebol no naipe feminino, vamos ao naipe masculino. Procure e indique em qual país foi realizado o Campeonato Mundial de Handebol Masculino no ano de 2017 e quem foi o país campeão. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ AUTOATIVIDADE 14 15 TÓPICO 2 O HANDEBOL NO BRASIL UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O aparecimento de novas práticas esportivas no Brasil ocorre, geralmente, por inserção de outras culturas. Assim, podem ocorrer mediados pelo processo de migração de turistas, ou pessoas de outras nacionalidades que foram convidadas para ministrar cursos em outros países, entre outros fatores. No caso da inserção do handebol no Brasil, veremos que esses fatores contribuíram significativamente para esse processo. O desenvolvimento do handebol no Brasil está associado ao processo de ocupação e desenvolvimento do país. Considerando isso, a introdução do handebol foi realizada, inicialmente, nas colônias europeias. Mais tarde, o esporte é institucionalizado e criadas as entidades administrativas que contribuem para o seu fortalecimento e difusão. Para uma melhor compreensão, esse tópico está organizado, além da introdução, em dois momentos. O primeiro trata da chegada do handebol no Brasil. O segundo apresenta as principais competições realizadas no Brasil pela CBHb. Por fim, você encontrará na leitura complementar parte de um artigo que aborda o contexto do handebol em Santa Catarina. Então, convido você para me acompanhar neste tópico também. 2 A CHEGADA DO HANDEBOL NO BRASIL A introdução do handebol no Brasil foi realizada por imigrantes alemães recém-saídos dos conflitos da Primeira Guerra Mundial em meados de 1930. Há indícios de que essas colônias europeias, compostas por fugitivos da guerra, estabeleceram-se nas regiões Sul e Sudeste do país, principalmente em São Paulo. São Paulo é tido como o Estado pioneiro e maior centro de desenvolvimento do handebol brasileiro (VIEIRA; FREITAS, 2007; MELHEM, 2004). A partir disso, por meio do deslocamento populacional, o handebol expandiu-se para os outros estados e começa a institucionalizar-se com a gênese de entidades administrativas. O processo de institucionalização se inicia em 1931, com a fundação da primeira Federação de handebol, denominada Associação Alemã de Handball, que teve como primeiro filiado, em 1932, o Sport Club Germânia, que existe até hoje, sendo chamado de Esporte Clube Pinheiros (NAGY-KUNSAGI, 1983). UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 16 Lembram que no início falamos que a introdução do handebol no Brasil estava relacionada às colônias europeias? Pois é, se observarmos o nome da primeira Federação criada e do primeiro clube filiado, veremos que de fato isso acontece. Apesar desse início de institucionalização da modalidade e a criação de entidades, ainda não havia uma instituição específica responsável por gerenciar a modalidade em nível nacional. O esporte brasileiro, em geral, era organizado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que no ano de 1960 cria um departamento específico dentro da entidade para o handebol. Por meio das modificações desencadeadas pela política nacional, mais precisamente em 1º de junho de 1979, devido a uma exigência do Ministério da Educação, é fundada a Confederação Nacional de Handebol (CBHb) após a desvinculação da modalidade da até então CBD. Desde então, a CBHb é a entidade administrativa que gerencia o handebol no Brasil (CBHb, 2017a). Atualmente (até 2017), todos os estados possuem federações filiadas à CBHb, o que sinaliza a dispersão da modalidade. Outros fatores que contribuíram para a propagação do handebol em todo o território nacional estão relacionados à formação de profissionais e às competições. Quanto à formação, deve-se ao desenvolvimento, em 1952, do Curso Internacional de Formação eAperfeiçoamento de professores de Educação Física, ministrado para a Associação dos Professores de Educação Física (APEF/SP) na cidade de Santos, em São Paulo, proferido pelo professor francês Auguste Listello. Esse curso propiciou aos professores participantes a oportunidade de assistir a várias aulas de handebol, apresentado de forma didática por meio do Método Desportivo Generalizado. O curso de aperfeiçoamento técnico-pedagógico foi sobre o ensino dos esportes coletivos tendo o handebol como modelo (MELHEM, 2004; REIS, 2012). Esses professores, após o curso, disseminaram a modalidade, sobretudo no ambiente escolar, em diferentes estados. Também em 1975, um grupo de 18 professores brasileiros foi enviado à Romênia para a realização de um curso técnico (REIS, 2012). Duas ações de formação que contribuíram para o desenvolvimento do handebol no Brasil. Quanto às competições, a contribuição prestada ao esporte deve-se a uma decisão do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que determinou a inclusão do handebol na programação dos III Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), em 1971, ocorrido em Belo Horizonte. Mais tarde, também foi incluído na programação dos Jogos Universitários (JUBs) (VIEIRA; FREITAS, 2007). Essas ações ocorreram entre DICAS Acesse a página da CBHb no link: <http://www.brasilhandebol.com.br/index.asp> para saber mais sobre o handebol no Brasil. TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL 17 1960 e 1975 e impulsionaram a prática da modalidade no Brasil, contribuindo para que hoje o handebol seja uma das modalidades mais praticadas no meio escolar. Além desses eventos, diversas são as competições esportivas em nível nacional, estadual e municipal realizadas anualmente. Mais adiante falaremos delas. 3 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE HANDEBOL NO BRASIL As competições esportivas são eventos que demarcam territórios por meio de confrontos e mobilização de pessoas, o mesmo ocorre no caso do handebol. Há registros do I Torneio Aberto de Handebol indoor sendo realizado em 1954, pela Federação Paulista de Handebol, criada em 1940. Atualmente, temos um cenário um pouco diferente, ainda existem as competições realizadas nos estados, mas desde a fundação da CBHb temos campeonatos em nível nacional organizados pela Confederação. Dentre os campeonatos organizados na categoria adulto, os principais são: Circuito Brasileiro de Handebol de Areia; Liga Nacional; Campeonato Brasileiro de Clubes; Copa Brasil; Taça Amazônica. Alguns desses campeonatos são realizados em mais de uma cidade durante alguns meses, e outros ocorrem durante um único evento. De todas as competições, a de maior impacto em território nacional no handebol brasileiro é a denominada Liga Nacional de Handebol, promovida pela CBHb anualmente. A Liga Nacional de Handebol ocorre desde 1997 nos naipes feminino e masculino. No decorrer de sua existência, a quantidade de clubes modificou-se. Fazem parte da disputa da competição as equipes que participaram no ano anterior e as equipes convidadas pela CBHb. Na última edição, no ano de 2016, a competição contou com a participação de um maior número de equipes, com o objetivo de promover intercâmbio entre todas as regiões do Brasil. A competição, assim como ocorre em outros esportes, foi dividida em três conferências. Uma que abrangeu os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, outra a região Nordeste e uma o Norte. As três regiões jogaram a primeira fase entre si e cruzaram a partir das quartas de final. As semifinais e finais foram disputadas em local único, indicado pela CBHb (CBHB, 2016). No caso da disputa no naipe masculino, contou com 31 equipes (15 do Nordeste, oito do Norte e oito do Sul/Sudeste/Centro). A Conferência Sul/Sudeste/ Centro foi disputada em pontos corridos e as quatro equipes melhor classificadas avançaram para as quartas de final. Já a Nordeste foi dividida em quatro grupos (chaves). Os dois melhores de cada chave passaram para a fase mata-mata da região e somente os dois primeiros colocados da Conferência avançaram para as quartas de final da Liga. A Conferência Norte funcionou da mesma forma, mas com apenas duas chaves. Enquanto isso, a Liga Nacional Feminina teve 20 times (oito do Norte, sete do Nordeste e cinco do Sul/Sudeste/Centro) e o formato das conferências foi exatamente o mesmo do naipe masculino. A única diferença é que a Conferência Nordeste Feminina contou com duas chaves na disputa. Esse novo formato de conferência aderido em 2016 oportunizou a participação de mais equipes e de todo o Brasil. UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 18 No decorrer das 20 edições já realizadas (até 2016), as equipes de São Paulo possuem a hegemonia na conquista de títulos em ambos os naipes. Como ilustrado no quadro a seguir, no feminino, apenas equipes de quatro estados conquistaram a competição, a saber, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A primeira equipe a conquistar a competição foi A. A. Guarulhos, de São Paulo, em 1997. A equipe conquistou ainda títulos nos anos de 2000, 2001, 2002. No ano de 1998, o Clube Atlético Cairu/Ulbra/Diadora, do Rio Grande do Sul, sagrou-se campeão. Em 1999, o título migra para o Rio de Janeiro, com o C. E. Mauá/Universo, e conquista novamente a competição em 2003 e 2004. Em 2005, São Paulo FC/Guarulhos quebra a sequência de vitórias e fica com o troféu. Já em 2006 começa uma hegemonia de sete anos (2006-2012) da Metodista/São Bernardo. Quebrada somente em 2013 pela UNC/Concórdia, de Santa Catarina. Em 2014, novamente Metodista/São Bernardo conquistou a competição. A equipe da Metodista/São Bernardo possui a hegemonia de títulos da Liga Nacional de Handebol, somando dez títulos. Fato que chama atenção é a sequência de finais consecutivas entre as equipes de Metodista/São Bernardo e Blumenau/Furb (em 2007, era chamada Adeblu/FURB). Foram seis títulos decididos entre as equipes no período de 2006-2011, o que demonstra o trabalho desenvolvido por ambas. Nos últimos três anos (2012-2014), isso torna a se repetir entre as equipes UNC/ Concórdia e Metodista/São Bernardo. Em períodos anteriores, o mesmo ocorreu com as equipes C. E. Mauá/Universo (C. E. Mauá/Universo/Supermercado Coelho devido à mudança de patrocinadores) e A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (C. E. Mauá/Universo/Supermercado Coelho devido à mudança de patrocinadores). A equipe A. A. Guarulhos/Abast. Super Água, além de ser pioneira na conquista do título da competição, nos primeiros nove anos (1997-2005) esteve presente em todas as finais. QUADRO 1 - EQUIPES CAMPEÃS DAS EDIÇÕES DA LIGA NACIONAL DE HANDEBOL FEMININO Ano EQUIPES Campeão Vice-campeão 1997 A. A. Guarulhos (SP) Mauá /Universo (RJ) 1998 Clube Atlético Cairu/Ulbra/Diadora (RS) A. A. Guarulhos (SP) 1999 C. E. Mauá/Universo (RJ) A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (SP) 2000 A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (SP) C.E. Mauá/Universo/Super. Coelho (RJ) 2001 A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (SP) C. E. Mauá/Universo (RJ) 2002 A. A. Guarulhos/Palmeiras (SP) Metodista/Unimed ABC/Santo André (SP) 2003 Mauá/Universo (RJ) São Paulo FC/Guarulhos (SP) 2004 C. E. Mauá/Universo (RJ) São Paulo FC/Guarulhos (SP) 2005 São Paulo FC/Guarulhos (SP) MESC/São Bernardo (SP) TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL 19 2006 Metodista/São Bernardo (SP) Adeblu/FURB (SC) 2007 Metodista/São Bernardo/Besni (SP) Blumenau/FURB (SC) 2008 Metodista/São Bernardo/Besni (SP) Blumenau/FURB (SC) 2009 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC) 2010 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC) 2011 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC) 2012 Metodista / São Bernardo (SP) UNC/Concórdia (SC) 2013 UNC/Concórdia (SC) Metodista/São Bernardo (SP) 2014 Metodista/São Bernardo (SP) UNC/Supergás/Concórdia (SC) 2015 Metodista / São Bernardo (SP) UnC/Concórdia (SC) 2016 Metodista/São Bernardo (SP) EC Pinheiros (SP) FONTE: Adaptado de CBHb (2017a). A conquista de títulos por algumas equipes sinaliza que o handebol brasileiro feminino, visualizado por meiodos ganhadores dos títulos da Liga Nacional, estabelece a centralização da modalidade e equipes mais eficientes do ponto de vista da conquista de títulos. Somente as regiões Sudeste e Sul do Brasil possuem títulos da Liga Nacional no naipe feminino. São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os únicos estados que possuem, por meio de suas equipes, a conquista de títulos. A equipe da Metodista possui dez títulos e A. A. Guarulhos vem em seguida, com cinco conquistas, comparando-se com as demais equipes. Entre os homens também foram disputadas 20 edições, como demonstra de forma ilustrativa o Quadro 2. A primeira equipe a tornar-se campeã foi a A. A. A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP). Essa equipe conquistou por oitos anos a competição, dos quais seis anos de forma consecutiva (1997-2002). Teve sua hegemonia quebrada em 2003 pela equipe IMES/Santa Maria/São Caetano. Todavia, no ano seguinte retoma o título. Em 2005, a equipe paranaense da Unifil Londrina/Sercomtel entra na disputa e coloca seu estado em foco. Em 2006 e 2007 o título volta para São Paulo, através da equipe Metodista/São Bernardo e Esporte Clube Pinheiros, respectivamente. Em 2008, o título retornou ao Paraná com a Unopar/FEL. A partir de 2009 até 2012 o Esporte Clube Pinheiros (SP) consagra-se campeão. E nos dois últimos anos, TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté conquista o título. Assim como no feminino, a Metodista é um dos grandes clubes brasileiros. Nos 18 anos de competição analisados, somente em cinco edições (2005, 2007, 2009, 2015 e 2016) não esteve presente na disputa do título. O que demarca não somente um trabalho forte, como também longínquo e contínuo. O mesmo ocorre com o Esporte Clube Pinheiros, que figurou em 12 finais. A Unifil Londrina/Sercomtel disputou seis finais e o Imes/Santa Maria/São Caetano esteve presente em três edições, juntamente com TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté (Taubaté/ UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 20 FAB/Unitau (SP), que esteve presente em quatro finais e conquistou três. O Esporte Clube Pinheiros é ainda um dos poucos clubes que mantêm o mesmo nome desde a sua primeira participação. Como ocorre no feminino, diversos são os clubes que modificam os seus nomes devido aos patrocinadores e apoiadores. QUADRO 2 - EQUIPES CAMPEÃS DAS EDIÇÕES DA LIGA NACIONAL DE HANDEBOL MASCULINO FONTE: Adaptado de Brasil (2017b) Ano EQUIPES Campeão Vice-Campeão 1997 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP) 1998 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP) 1999 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP) 2000 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Imes/Santa Maria/São Caetano (SP) 2001 A.A.A. Metodista/São Bernardo (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP) 2002 A.A.A. Metodista/São Bernardo (SP) Imes/Santa Maria/São Caetano (SP) 2003 Imes/Santa Maria/São Caetano (SP) Metodista/São Bernardo (SP) 2004 Metodista/São Bernardo (SP) Unifil Londrina/Sercomtel (PR) 2005 Unifil Londrina/Sercomtel (PR) Esporte Clube Pinheiros (SP) 2006 Metodista/São Bernardo (SP) Unifil Londrina/Sercomtel (PR) 2007 Esporte Clube Pinheiros (SP) Unifil/FEL/Sercomtel (PR) 2008 Unopar/FEL (PR) Metodista/São Bernardo/Besni (SP) 2009 Esporte Clube Pinheiros (SP) Unopar FEL/Sercomtel (PR) 2010 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP) 2011 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP) 2012 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP) 2013 TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté (SP) Metodista/São Bernardo/Besni (SP) 2014 TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté (SP) Metodista/São Bernardo (SP) 2015 Esporte Clube Pinheiros (SP) TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté (SP) 2016 Taubaté/FAB/Unitau (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP) No naipe masculino há uma maior restrição entre os estados que figuram entre os campeões da competição. No feminino, tínhamos quatro estados na disputa. Já no masculino, somente os estados de São Paulo e Paraná conquistaram TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL 21 tal feito. Nenhum outro estado brasileiro nas 20 edições apareceu como finalista. Realizando um paralelo entre os dois naipes, percebe-se que o Estado de São Paulo totaliza o maior número de equipes finalistas, juntamente com as equipes que conquistaram o maior número de títulos. Isso também se efetiva no número de equipes paulistas que figuram como finalistas e participam da competição em ambos os naipes anualmente. As demais competições ocorrem anualmente, no entanto, a que é mais popular e reune as equipes com melhor índice técnico na categoria adulto é a Liga Nacional, mas encontramos campeonatos brasileiros nas diversas categorias. LEITURA COMPLEMENTAR Para saber sobre o desenvolvimento do handebol em Santa Catarina, leia parte do artigo intitulado “Esporte e território: a territorialização do handebol no Estado de Santa Catarina”, de Camila da Cunha Nunes e Marcos Antônio Mattedi. As dimensões territoriais do handebol em Santa Catarina O handebol em Santa Catarina se espacializa por meio do processo de ocupação e desenvolvimento do Estado, mediado pelos imigrantes alemães. Assim como no contexto europeu, inicialmente, em Santa Catarina foi praticado o handebol de campo. Posteriormente, o handebol indoor se desenvolve e estabelece o seu território. Diversas foram as colônias que se formaram no período de colonização do Estado. Nas colônias, os alemães mantinham a sua tradição e seus costumes por meio de sociedades de diversas ordens (SEYFERTH, 2004; FERREIRA; ABREU, 2005). As Sociedades de Ginástica (Turnverein) e as Sociedades de Caça e Tiro (Schutzenverein) desenvolviam, sobretudo, os esportes. Neste contexto, o handebol se espacializa. Há registros de que em 1933, na cidade de Brusque (naquele momento chamado ainda de colônia), através do Turnverein Brusque (hoje é denominada Sociedade Esportiva Bandeirante), o Handebol de Campo já era desenvolvido (BADO, 2010). A primeira partida de handebol de campo realizada no Estado de Santa Catarina ocorreu em 29 de outubro de 1933, na cidade de Blumenau. A disputa foi realizada entre a Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque contra a Altona de Blumenau. Brusque obteve duas vitórias sobre a equipe blumenauense, por 3 X 2 e DICAS Acesse o site da CBHb na aba competições, disponível no link <http://www. brasilhandebol.com.br/noticias_detalhes.asp?id=29615&moda=016&ip=1> para saber sobre o andamento das competições. UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 22 3 X 1, na cidade de Blumenau (BADO, 2010). Este registro histórico demonstra que há alguns anos o handebol é desenvolvido no Estado catarinense. Uma das ações que proporcionou maior aperfeiçoamento e desenvolvimento do esporte em Santa Catarina foi a participação de um grupo de professores de Educação Física em um curso sobre handebol. O curso foi realizado em São Paulo no início dos anos setenta (GOMES; FRITSCHE, 2010). Atualmente, existem duas instituições que organizam e gerenciam as competições disputadas na modalidade, a Federação Catarinense de Handebol (FCHb) e a Fundação Catarinense de Esporte (FESPORTE). A FCHb é uma entidade filiada à CBHb. Foi fundada em 27 de outubro de 1974 por três associações, Clube Náutico Marcílio Dias/Itajaí; Grêmio Esportivo Olímpico/Blumenau, e Rio do Sul Esporte Clube/Rio do Sul. Atualmente conta com 1.409 atletas do naipe masculino e 1.065 do feminino filiados. Conta também com uma equipe de arbitragem composta por 154 integrantes. Dentre os clubes filiados na FCHB distribuídos no Estado, atualmente, 32 estão ativos, como ilustrado no Quadro 5 abaixo. Quadro 5 - Clubes ativos filiados à FCHb NOME DO CLUBE CIDADE DATA DE FILIAÇÃO A.D.R.C.E.T.C. Tubarão Tubarão 01/01/1996 ACEU/AMAJ/FME Itapema Itapema 07/05/2008 AERC Handebol São José São José 01/01/1995 AHPS – Associação de Handebol de Palma Sola Palma Sola 28/05/2009 ARCHAF/FME Fraiburgo Fraiburgo 29/04/2011 AssociaçãoDesportiva Instituto Estadual de Educação Florianópolis 01/01/1996 Associação PRO Handebol Blumenau Blumenau 28/05/2009 Associação Amigos do Handebol de Chapecó Chapecó 17/04/2006 Associação Amigos do Handebol de Itajaí Itajaí 30/04/2010 Associação de Pais e Amigos do Handebol de Seara Seara 04/05/2010 Associação de Iniciação Desportiva Chana Capinzal 04/05/2010 Associação Caçadorense de Handebol Caçador 26/03/2006 Associação Blumenauense de Handebol Blumenau 28/05/2006 Associação Atlética Universitária Concórdia 28/04/2006 Associação Desportiva de Handebol Jaraguaense Jaraguá do Sul 04/11/2003 FME Criciúma Criciúma 23/03/2006 Associação Desportiva Itajaiense - ADI Itajaí 23/03/2006 Associação Desportiva e Cultural Vale do Handebol Indaial 27/05/2013 Associação Desportiva e Cultural – ADRECHA Joaçaba 23/06/2003 Associação Desportiva Colegial Florianópolis 01/06/2006 TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL 23 Centro Educacional – SATC Criciúma 23/03/2006 BALCAM/FME Balneário Camboriú Balneário Camboriú 23/03/2006 Associação Xanxerense de Handebol Xanxerê 26/05/2006 Associação Recreativa Cultural de Handebol Videira 14/05/2011 Associação Joinvilense de Handebol – AJHA Joinville 01/12/2011 São Bento Handebol Clube/FMD São Bento do Sul 10/08/2001 PEC/Peritiba Peritiba 01/11/2013 Madegil/ Cocal do Sul Cocal do Sul 26/12/2006 Liga Serrana de Handebol/ FME Lages Lages 29/04/2011 Ideal Esporte Clube Forquilhinha 18/12/2001 HANDLAGES Lages 14/10/2009 SATC/ FME Criciúma Criciúma 29/04/2011 Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa Esses clubes estão distribuídos territorialmente pelas diversas regiões e cidades do Estado. Na Figura 6 visualizamos a localização dos clubes no território de Santa Catarina. A distribuição dos clubes caracteriza-se como polos de dispersão, ou seja, no Estado de Santa Catarina não há a concentração de clubes filiados à FCHb. Ainda podemos ressaltar que em algumas cidades existe mais de um clube ativo. Como é o caso das cidades de Blumenau, Itajaí, Lages, Florianópolis, que possuem dois clubes ativos, e Criciúma que possui três. FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO E POLARIZAÇÃO DOS CLUBES FILIADOS À FCHB Fonte: adaptado de INFOESCOLA (2014) UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 24 Já a FESPORTE foi instituída em 1993 por um ato legal (Lei nº 9.131/1993). Tem a finalidade de projetar e executar a política de desportos do Estado de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 1994). É responsável pela realização dos eventos esportivos promovidos pelo Governo do Estado. Tem no calendário anual 15 grandes eventos, que totalizam 417, entre microrregionais, regionais e estaduais. Desenvolve programas e projetos esportivos em diversas categorias (estudantes, terceira idade, deficientes, detentos, comunidade, indígenas, olímpicos etc.). Ainda, organiza e acompanha as delegações catarinenses em eventos oficiais (nacionais e internacionais) (FESPORTE, 2014). Desse modo, a espacialização promovida pela FESPORTE, por meio da participação das Fundações Municipais de Esportes (FME), nos eventos realizados pela instituição, é maior do que a estabelecida pelos clubes e associações. Dito de outra forma, os eventos promovidos pela FESPORTE possuem maior ancoragem territorial, incentivados pelas FME. Dentre os eventos que realiza anualmente, encontramos manifestações culturais, sociais e esportivas. Na área esportiva, a FESPORTE realiza competições que contemplam diversas faixas etárias, manifestas na figura do Moleque Bom de Bola; Jogos Escolares (JESC); Jogos Abertos da Terceira Idade; Jogos da Juventude Catarinense (OLESC); Joguinhos Abertos de Santa Catarina; Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC); Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJASC); Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJESC) (FESPORTE, 2014). O JASC é o de maior repercussão esportiva disputado na categoria adulto. Está na 54ª edição e é a competição amadora de maior representatividade no contexto catarinense (NUNES; MATTEDI, 2013). Nesta competição, os municípios, por meio das FME, vislumbram a conquista do título geral decorrente da somatória das colocações obtidas em todas as modalidades disputadas. O JASC tornou-se a competição de maior impacto esportivo no território catarinense. Durante seus anos de existência sua estrutura foi modificada e se complexificou. Considerando este processo, é possível estabelecermos três fases distintas de operacionalização: (1) pioneirismo; (2) consolidação; (3) expansão. A primeira fase consiste no período que compreende sua institucionalização, tendo a duração de 15 anos (1960-1975). Neste período, a competição teve a ascendência de oito para 28 modalidades disputadas. A consolidação (1976-1993) é marcada por marcos legais instituídos que determinam ações. Iniciando pela homologação da Lei nº 5.089 em 1975, que dispõe sobre a organização da Administração Estadual. O desporto e a Educação Física passam para o âmbito da Secretaria da Educação e Cultura do Estado. Mediado por este ato, em 1976, a realização do JASC passa a ser de responsabilidade do Governo estadual. A fase de expansão, instituída a partir de 1994, é marcada pela criação da FESPORTE (SANTA CATARINA, 1994). Dentre as 26 modalidades que compõem atualmente a disputa da competição, o handebol nos naipes feminino e masculino começou a ser disputado ainda na fase de pioneirismo, no ano de 1974. Naquele momento eram disputadas 18 modalidades no JASC. Desde então, o handebol esteve presente em 40 edições. Destas 40 edições, observamos no Quadro 6, abaixo, o predomínio na conquista da modalidade realizada por algumas cidades em alguns períodos. Itajaí possui a supremacia no naipe feminino ao conquistar 13 vezes o título de campeã, TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL 25 seguido das cidades de Blumenau, Concórdia, Florianópolis, Capinzal, Criciúma, Caçador, Joinville, Jaraguá do Sul, Curitibanos e Ouro. No naipe masculino, Chapecó conquistou também 13 vezes o título na competição, seguido de Itajaí, Florianópolis, Blumenau, Joinville, Concórdia, Joaçaba, Videira e Balneário Camboriú, que também conquistaram títulos. QUADRO 6 - MUNICÍPIOS QUE CONQUISTARAM O TÍTULO DO HANDEBOL NO NAIPE FEMININO E NO MASCULINO DO JASC E O RESPECTIVO ANO Essa variabilidade de municípios ganhadores demonstra que o handebol, a partir do contexto dos JASC, se espacializa por meio de um processo de dispersão em Santa Catarina, como ilustrado na Figura 7, a seguir. Esta verificação acompanha a lógica do esporte profissional no Estado, bem como da formação socioespacial e desenvolvimento da estrutura produtiva (TAJES JR., 2012). Isso acarreta em um contexto de desenvolvimento descentralizado da modalidade do handebol. O que implica em diversos polos da modalidade distribuídos espacialmente e a formação de diversos territórios de especialização da modalidade. Fonte: Elaborado pelos autores. UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL 26 FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO E POLARIZAÇÃO DO HANDEBOL EM SANTA CATARINA ATRAVÉS DOS MUNICÍPIOS CAMPEÕES DOS JASC No contexto catarinense, temos equipes que representam seus clubes na Liga Nacional de Handebol e que conquistaram resultados significativos em âmbito nacional nos últimos anos. A equipe Blumenau/FURB durante seis anos (2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011) foi vice-campeã da competição e a equipe SUPERGASBRAS/UnC/Concórdia conquistou um vice-campeonato (2012) e recentemente em 2013 conquistou o título da competição, quebrando a hegemonia das equipes paulistas. Ainda no que concerne ao contexto catarinense, temos a equipe ACEU/UNIVALI/FME Balneário Camboriú, que participou da última edição do evento, além de outros clubes que já participaram de outras edições. Isso demonstra que o handebol em Santa Catarina se desenvolve e espacializa em dois contextos. Por um lado, relacionado às competições que são disputadas representando as FME, subsidiadas preponderantemente por investimento público (governo municipal). E, por outro lado, aos clubesque detêm maior investimento privado e governamental (em nível nacional), gerado pelas ações de incentivo ao esporte brasileiro. FONTE: Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/Recorde/article/view/1568/1416>. Acesso em: 20 fev. 2017. Fonte: adaptado de INFOESCOLA (2014) 27 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • O handebol é introduzido no Brasil por influência de outras culturas. • A primeira Federação de handebol fundada no Brasil foi denominada Associação Alemã de Handball. • A CBHb é a Confederação brasileira que gerencia a modalidade no Brasil. • Nos estados existem Federações que administram o handebol em cada estado brasileiro. • A competição mais popular nacional é a Liga Nacional de Handebol, que é desenvolvida anualmente. • O clube atual campeão da Liga Nacional no naipe masculino é Taubaté/FAB/ Unitau (SP) e, no feminino, Metodista/São Bernardo (SP). 28 1 A partir do conteúdo estudado, crie uma linha cronológica do desenvolvimento do handebol no Brasil, identificando os seguintes acontecimentos: ano de criação e nome de fundação da primeira Federação Brasileira de Handebol; ano de realização da primeira partida de handebol no Estado de Santa Catarina; ano de fundação da Federação Paulista de Handebol; ano de realização do I Torneio Aberto de Handebol indoor; ano de fundação da Confederação Brasileira de Handebol; ano de realização da primeira Liga Nacional de Handebol. Essa sistematização irá ajudar a perceber como ocorreu a institucionalização do handebol no Brasil. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2 A introdução do handebol no mundo e no Brasil sofreu algumas influências culturais, assim como, no decorrer da sua institucionalização, o esporte teve o auxílio de algumas iniciativas para se fixar. Considerando os diferentes momentos históricos que permeiam a institucionalização do handebol no Brasil, classifique as assertivas abaixo em Verdadeiras ou Falsas. ( ) O professor francês Auguste Listello colaborou com a difusão do handebol no Brasil. ( ) A disseminação do handebol começou por iniciativas de tradição germânica. ( ) Os Jogos Estudantis Brasileiros foram a primeira competição de handebol disputada no Brasil. ( ) O Curso Internacional de Formação e Aperfeiçoamento de professores de Educação Física contribuiu para que professores de Educação Física tivessem contato com o esporte handebol. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V - V - V - F. b) ( ) F - F - V - V. c) ( ) F - V - V - F. d) ( ) V - V - F - V. 3 Uma das formas de desenvolver os esportes e os fazer conhecidos é por meio de competições esportivas. Existem competições que são internacionais, como os Jogos Olímpicos e os Campeonatos Mundiais, e há também competições de cunho nacional. As competições nacionais são disputadas por equipes dos diversos estados que compõem o país. No Brasil, diversas são as competições de cunho nacional organizadas pela Confederação Brasileira de Handebol, AUTOATIVIDADE 29 anualmente. Diante disso, assinale a alternativa que apresenta a equipe que no período de 1997 a 2016 conquistou mais títulos da Liga Nacional nos naipes feminino e masculino. a) ( ) A. A. Guarulhos. b) ( ) Esporte Clube Pinheiros. c) ( ) Taubaté/FAB/Unitau. d) ( ) Metodista/São Bernardo. e) ( ) UNC/Concórdia. 30 31 TÓPICO 3 O JOGO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Nos tópicos anteriores, foi possível perceber que o handebol é um jogo que exige determinadas características físicas de quem o pratica. Isso significa que para o desenvolvimento do jogo alguns elementos são primordiais, ainda mais no que se refere ao desenvolvimento da iniciação do handebol no ambiente escolar. Você irá observar, no decorrer da aproximação com o conteúdo sobre o jogo, suas características e fundamentos técnicos, que veremos neste tópico, e que essas exigências são necessárias tanto para a compreensão do jogo de modo prático como para a realização dos gestos técnicos do handebol. Diante disso, sugerimos que releiam os conteúdos da disciplina de Ginástica, que tratam sobre valências físicas, e também a disciplina de Crescimento e Desenvolvimento Humano. Esses conteúdos auxiliarão no entendimento e na realização dos gestos técnicos, pois esses são primordiais para a iniciação do handebol. Os elementos psicomotores que envolvem o desenvolvimento das valências físicas estão diretamente relacionados com o handebol. Por isso, sinalizamos que sem o desenvolvimento de conteúdos como lateralidade, coordenação motora ampla e fina, percepção espaçotemporal, ritmo, equilíbrio etc. durante as aulas de Educação Física escolar, os alunos poderão apresentar bastante dificuldade na execução dos gestos e, consequentemente, na aprendizagem do jogo e seus componentes. O desenvolvimento dessas habilidades motoras e capacidades motoras irá ocasionar modificações na capacidade de resposta dos jogadores a partir da exigência que necessitarem para o jogo ou, dito de outra forma, para a aprendizagem motora (MAGILL, 2002). Mais precisamente, proporcionam a melhora do desempenho hábil dos indivíduos. A importância da aprendizagem motora é dada pela relação que se desenvolve de dependência entre as capacidades motoras e habilidades motoras. Quando desenvolvidas as duas, oportunizando uma variabilidade de gestos, DICAS Para saber mais sobre aprendizagem motora, acesse: <http://unesdoc.unesco. org/images/0022/002249/224990POR.pdf>. 32 UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL os jogadores conseguem, durante a aprendizagem do jogo, resolver situações- problema que lhe são apresentadas pelas modalidades coletivas (SILVA; ROSE JR. 2005). A aprendizagem somente centrada em movimentos estereotipados próprios do jogo não possibilita esse lastro motor, o que resulta, por vezes, na dificuldade de realização de movimentos diferentes dos aprendidos. Por isso, ressaltamos a importância de o professor, durante todo o processo de ensino e aprendizagem, possibilitar a maior variabilidade de gestos possíveis. 2 CARACTERÍSTICA DO JOGO O jogo é um fenômeno de múltiplas possibilidades (MARQUES, 2001). Para caracterizar o desenvolvimento do jogo de handebol, iremos primeiro lançar algumas das características próprias do esporte e, em seguida, abordaremos algumas peculiaridades do handebol. No entanto, o handebol ainda pode ser classificado devido a outros fatores ocorridos durante o jogo (RODRÍGUEZ; ROBLES; FUENTES-GUERRA, 2009). Destacamos que, embora iremos tratar de algumas características do jogo, não pretendemos descartar ou diminuir os demais recursos possíveis em sua prática pedagógica e a iniciação ao esporte, apenas destacamos a versatilidade que o jogo oferece. O handebol é um esporte coletivo. Isso significa que para ocorrer depende do coletivo, de vários jogadores. Desse modo, não tem como ocorrer um jogo de handebol se não houver várias pessoas. Pode-se justificar isso por dois âmbitos: (1) tendo como parâmetro as regras oficiais, é necessário haver duas equipes com um determinado número mínimo de participantes de cada lado para que ocorra a partida; (2) outra delimitação da modalidade é um fundamento, por exemplo, para iniciar uma partida, após o apito inicial do árbitro, é necessário ser lançada a bola de um membro da equipe para outro por meio de um fundamento denominado passe. Esses dois âmbitos ressaltam a necessidade de haver mais indivíduos que tornam o esporte de caráter coletivo. O handebol é um esporte invasivo. Os esportes invasivos “são aqueles em que o atleta e/ou a equipe invadem o campo adversário para chegar ao objetivo”(SILVA NETO et al., 2013, p. 8). Relacionando isso ao handebol, o campo seria o outro lado da quadra. Desse modo, isso ocorre quando a equipe passa do lado da quadra em que está realizando a defesa para o outro lado, chamado de ataque. Em outras palavras, o jogo de handebol se desenvolve por meio de ações entre ataque e defesa. O handebol é um esporte de transição, a transição ocorre quando passamos do ataque para a defesa ou vice-versa. Durante o ataque, a equipe que está atacando tem como objetivo fazer o gol, e a equipe que está defendendo impedir, por meio de ações defensivas, que isso ocorra. TÓPICO 3 | O JOGO 33 O jogo do handebol possui velocidade acíclica. Agora, iremos relembrar alguns conteúdos desenvolvidos em outras disciplinas. Velocidade acíclica é designada quando há diversas trocas de velocidade durante uma ação, ou seja, em alguns momentos durante uma partida de handebol os jogadores correm mais rápido, em outros param, depois voltam novamente a correr e assim sucessivamente. Isto se caracteriza ainda como um esforço de natureza intermitente e aleatório. Isto é, não possui um tempo determinado para ocorrer, ou seja, irá ocorrer de acordo com a movimentação do próprio jogo e envolvendo diferentes tipos de exigências de caráter físico, por isso é aleatório. Realizando uma ponte com essas primeiras características, podemos já sinalizar que sua fonte energética é mista, em alguns momentos de natureza aeróbico e em outros anaeróbico. A fonte energética utilizada durante uma partida de handebol está associada a um processo metabólico de utilização de oxigênio que efetiva em anaeróbia alática, a anaeróbia lática e a aeróbia. Durante uma partida predominam a anaeróbia alática e a aeróbia, pois dão suporte energético às exigências do jogo de natureza intermitente. Além disso, diversas são as qualidades físicas solicitadas no decorrer de uma partida, como: força, velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, entre outras que são imprescindíveis aos jogadores (ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002). Sugerimos, ainda, você resgatar os estudos realizados na disciplina de Anatomia e Fisiologia Humanas para relembrar como é o funcionamento dos sistemas energéticos recrutados durante a realização de exercícios físicos. Após essa caracterização inicial do esporte handebol, iremos indicar algumas peculiaridades do handebol quanto ao seu desenvolvimento enquanto jogo e a sua forma de ocorrer: DICAS DICAS Para você observar na prática, em uma partida de handebol no naipe feminino, como isso ocorre, acesse <https://www.youtube.com/watch?v=DybcuUot-Bs>. Para relembrar sobre esses conteúdos em maior profundidade e sua relação com o handebol, faça a leitura do artigo intitulado “Tipos de esforço e qualidades físicas do handebol”, disponível no seguinte link: <http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/ view/343/298>. 34 UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL a) É praticado em um local específico, ou seja, na quadra, no campo ou na areia. b) Possui regras oficiais que determinam a sua forma de ocorrer. c) É um jogo de oposição, para jogar uma partida é necessário ter uma equipe adversária. d) É um jogo de disputa, envolve disputa direta para obter o domínio do jogo. e) É um jogo de contato, envolve o contato corporal. f) É um jogo coletivo, desenvolvido por meio de ações individuais e coletivas. g) O jogo envolve ações de ataque e defesa. h) Exige sucessivas tomadas de decisão. i) É jogado com as mãos, isso significa que não se pode chutar a bola. j) Para o seu desenvolvimento necessita uma bola; durante o jogo, um dos objetivos das equipes é conquistá-la e fazer o gol com as mãos. A partir da caracterização dessas peculiaridades, agora falaremos sobre cada uma delas. (a) Local específico, o handebol indoor, segundo as regras oficiais é realizado em uma quadra retangular demarcada por linhas (Figura 3). Já no caso do handebol de areia, são adotadas outras regras e é realizado, como o próprio nome já se refere, na areia. FIGURA 3 - QUADRA DE HANDEBOL FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-kor%20rus-W%20 F-arena-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017. TÓPICO 3 | O JOGO 35 Se você acessou o link sugerido, percebeu que o jogo de handebol é composto por regras. (b) As regras oficiais são determinadas pela IHF. A IHF é a Federação Internacional da modalidade que regulamenta o esporte denominado de handebol. No Brasil, a CBHb é responsável por gerenciar o handebol de acordo com as regulamentações desenvolvidas pela IHF. Assim, as regras oficiais são traduzidas para o português e adotadas em todo o território nacional (IHF, 2010). A partida de handebol ocorre por meio da disputa entre duas equipes, ou seja, é um (c) jogo de oposição, em que são necessários os adversários, que se enfrentam durante a partida com o objetivo de realizar o maior número de gols (MENEZES, 2010). De maneira ilustrativa, apresentamos uma situação desse gênero na Figura 4. A oposição ocorre entre a equipe de uniforme branco (claro) e a equipe de uniforme vinho (escuro). FIGURA 4 – PARTIDA DE HANDEBOL Como é um jogo de oposição, é também um (d) jogo de disputa, a disputa se estabelece na medida em que as duas equipes que estão participando da partida tentam, por meio de ações técnico-táticas, conquistar o domínio do jogo e, consequentemente, o maior número de gols. Assim, envolve cooperação e ao mesmo tempo competição. A cooperação ocorre por ser um jogo coletivo, então, FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-qat%20nor-M%20 BF-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017. DICAS Para saber mais sobre a quadra utilizada, acesse <http://www.brasilhandebol. com.br/noticias_detalhes.asp?id=27182>. 36 UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL necessito do outro para jogar, já a competição ocorre pela disputa proporcionada pelo jogar contra o outro (MONTEIRO, 2011). A disputa ocorre também através do contato, por isso é considerado um (e) jogo de contato. No handebol, uma das formas de parar as ações durante o ataque ou defesa dos adversários é realizando uma falta. Para haver uma falta, em alguns casos, envolve o contato corporal. Isso porque, no handebol, é permitido, segundo as regras oficiais, “usar os braços flexionados para fazer contato corporal com um adversário, e desta maneira controlá-lo e acompanhá-lo”, além disso, “usar o tronco para bloquear o adversário na luta pela posição” (IHF, 2010, p. 21). Na figura a seguir é possível perceber o contato ocorrendo, o jogador da equipe de uniforme branco (claro) faz o contato no jogador de camisa vermelha (escura). FIGURA 5 – CONTATO NO HANDEBOL Esse jogo de disputa é também um jogo coletivo. O handebol é um (f) jogo coletivo, desenvolvido por meio de ações individuais e coletivas. No decorrer do andamento de uma partida serão desenvolvidas ações técnicas individuais, como passes, arremessos, dribles, fintas etc., e em alguns momentos ocorrerão ações coletivas. Durante as ações coletivas cada jogador possuirá uma função específica que depende da ação dos demais jogadores. Vejamos um exemplo que pode ocorrer durante uma partida: para a realização de um gol foi necessário o passe de um companheiro de equipe para o indivíduo que fez o gol penetrar (entrar) em um espaço livre no meio da defesa. Caso algum companheiro de equipe estivesse ocupando esse espaço, não seria possível o jogador penetrar nesse espaço, também FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/_MG_0842_1.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017. TÓPICO 3 | O JOGO 37 não ocorreria se o companheiro de equipe não tivesse realizado o passe. Desse modo, cada jogador contribuiu para que o gol ocorresse mesmo não fazendo o gol. Isso ocorre durante todo o jogo de handebol, seja em ações ofensivas (no ataque) ou defensivas (na defesa). O jogo de handebol ocorre em sucessivas (g)
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