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2020-01 - Análise da Influência de aditivos cristalizantes em argamassas

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UNIVERSIDADE FEEVALE 
 
 
 
 
 
 
LUANA PINHEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE ADITIVOS CRISTALIZANTES EM ARGAMASSAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novo Hamburgo 
2020 
 
 
LUANA PINHEIRO 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE ADITIVOS CRISTALIZANTES EM ARGAMASSAS 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção do grau de Bacharel em 
Engenharia Civil pela Universidade 
Feevale. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Prof.ª Dra. Carina Mariane Stolz 
 
 
 
Novo Hamburgo 
2020 
 
 
LUANA PINHEIRO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil, com o título “Análise da 
influência de aditivos cristalizantes em argamassas”, submetido ao corpo docente da 
Universidade Feevale, como requisito necessário para obtenção do Grau de Bacharel 
em Engenharia Civil. 
 
 
 
Aprovado por: 
 
 
_________________________ 
Professora Dra. Carina Mariane Stolz 
Professora orientadora 
 
 
_________________________ 
Professor Dr. Eduardo Polesello 
Banca examinadora 
 
 
_________________________ 
Professora Dra. Juliana Alves de Lima Senisse Niemczewski 
Banca examinadora 
 
 
 
 
Novo Hamburgo, junho de 2020. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço à professora Carina, orientadora deste trabalho, por toda a ajuda, 
pelo conhecimento e pelas ideias partilhadas ao longo dessa trajetória, não somente 
no que diz respeito ao trabalho, mas ao longo de todo o curso. 
Agradeço aos meus pais, Joel e Roseli, por todo incentivo que tive durante toda 
minha vida a cursar o Ensino Superior. Sem vocês eu nunca chegaria até aqui. O 
exemplo de valores visto em vocês ao longo de toda vida me tornou a pessoa que sou 
hoje. 
Agradeço à Letícia, minha irmã e amiga. Você é exemplo de força e 
desenvoltura ao lidar com as dificuldades da vida. Agradeço também ao Joaquim e à 
Isabela, meus sobrinhos, responsáveis por trazer luz e alegria à minha vida. 
Agradeço à Paula Streit por toda a paciência e o auxílio dados durante a reta 
final deste trabalho. Com a sua ajuda tudo se tornou mais fácil. 
À minha psicóloga, Luciane Vargas, pelo acompanhamento durante essa 
jornada, por ser minha ouvinte, por me auxiliar nos momentos de ansiedade e por me 
ajudar a vencer a depressão. Você tem minha eterna gratidão. 
Aos professores que tive durante todo o curso, pelos ensinamentos passados. 
A Alisson, Bruno, Fábio, Izaiano e Naiara, do Laboratório de Técnicas 
Construtivas, pela atenção e pelo auxílio durante os ensaios realizados neste trabalho. 
Por fim, agradeço aos amigos que me apoiaram durante todos esses anos 
assim como aos amigos conquistados nestes anos de graduação, pelo incentivo e 
pela amizade. Especialmente à Luísa, que esteve ao meu lado durante toda a 
trajetória desta pesquisa. 
 
 
 
RESUMO 
 
A utilização de argamassa é altamente difundida em todo o território brasileiro, 
sendo utilizada para diferentes finalidades, como no assentamento de tijolos, blocos 
e azulejos e na impermeabilização e regularização de superfícies. Diante da grande 
incidência de manifestações patológicas em revestimentos de argamassa, 
principalmente da fissuração, existe no meio técnico uma busca crescente de melhoria 
dos materiais e das técnicas de execução desse sistema. Nesse sentido, a 
impermeabilização tem grande importância na construção civil, visando prolongar a 
vida útil e evitar infiltrações, uma vez que o custo para resolução dessas complicações 
é alto. Em vista disso, os aditivos surgem para auxiliar na qualidade e no desempenho 
dos materiais de construção, podendo alterar as propriedades das argamassas nos 
estados fresco e endurecido e evitar, por exemplo, a passagem de água e vapores 
que causam manifestações patológicas por umidade nas construções. Nesse 
contexto, observa-se a crescente utilização do aditivo cristalizante como redutor de 
permeabilidade em estruturas de concreto, mesmo havendo poucos estudos sobre 
seu uso em argamassas. Logo, torna-se necessário o desenvolvimento de pesquisas 
nesta área. Diante desse cenário, o presente trabalho analisou a influência do aditivo 
cristalizante em argamassas através da avaliação de suas propriedades nos estados 
fresco e endurecido, com teores de aditivo de 0, 0,5 e 1% (em relação à massa de 
cimento) e examinou o comportamento das argamassas submetidas a ciclos de 
envelhecimento. As argamassas foram produzidas com dois diferentes traços, 1:1 e 
1:3 (cimento:areia, em volume), e foram submetidas à ciclos de envelhecimento de 28 
e 56 dias. Nos ensaios foram utilizadas argamassas com e sem a incorporação de 
aditivos cristalizantes com o intuito de comparar o comportamento de ambos os 
materiais. Os resultados mostraram que no estado fresco as argamassas parecem 
não ter sofrido muita influência do aditivo. Nas propriedades do estado endurecido, 
através da análise estatística, foi possível concluir que a resistência à tração na flexão 
e absorção por capilaridade foram influenciadas pelo aditivo cristalizante. A resistência 
à compressão e a densidade de massa não foram influenciadas significativamente 
pelo aditivo. 
Palavras-chave: Argamassa. Aditivo cristalizante. Propriedades. Envelhecimento 
acelerado. 
 
 
ABSTRACT 
 
The use of mortar is highly widespread throughout the Brazilian territory, and it 
is used for different purposes, such as laying bricks, blocks, installing tiles, 
waterproofing and leveling surfaces. In view of the high incidence of pathological 
manifestations in mortar coverings, especially cracking, people from the area have 
been looking for ways to improve material and techniques for using this kind of system. 
Thus, waterproofing is of great importance for the construction industry, in order to 
increase service life and avoid infiltration, since solving related problems is expensive. 
In this scenario, some additives are available to improve both quality and performance 
of construction material, being able to change properties of mortar in its fresh and 
hardened states and to avoid, for example, the passage of water and vapors which 
causes pathological manifestations of humidity in constructions. Therefore, there has 
been an increasing use of crystallizing additive to reduce permeability in concrete 
structures, despite the few studies carried out on its use in mortar. Hence, research 
must be carried out in this area. Based on this scenario, this study analyzed the 
influence of crystallizing additive in mortar through the assessment of its properties in 
both fresh and hardened states, with additive contents of 0, 0.5 and 1% (in relation to 
cement mass) and investigated the behavior of mortar subjected to aging cycles. 
Mortars were produced with two different mix ratios, 1:1 and 1:3 (cement:sand, in 
volume), and were subjected to aging cycles of 28 and 56 days. For the assays, 
mortars with and without the addition of crystallizing additives were used so that the 
behavior of both materials could be assessed. The results showed that in their fresh 
state mortars do not seem to have been significantly influenced by the additive. 
Regarding the properties of the hardened state, based on statistical analysis, it was 
possible to conclude that tensile strength in flexion and capillary absorption were 
influenced by the crystallizing additive. Resistance to compression and mass density 
were not significantly influenced by the additive. 
Keywords: Mortar. Crystallizing additive. Properties. Accelerated aging. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Representação esquemática da formação dos cristais .......................... 27 
Figura 2 – Fluxograma do programa experimental ................................................. 31 
Figura 3 – Ensaios de caracterização do cimento: massa unitária ......................... 32 
Figura 4 – Ensaios de caracterização do cimento: massa específica..................... 33 
Figura 5 – Ensaios nos estados fresco e endurecido das argamassas com 
diferentes teores de aditivo cristalizante ................................................ 36 
Figura 6 – Determinação do Índice de Consistência da argamassa 1:3 0% de 
aditivo cristalizante ................................................................................ 38 
Figura 7 – Ciclo de cura dos corpos de prova de argamassa ................................. 39 
Figura 8 – Ensaio de absorção por capilaridade .................................................... 40 
Figura 9 – ANOVA da resistência à tração na flexão .............................................. 45 
Figura 10 – ANOVA da resistência à compressão com diferentes teores de aditivo 
 ao logo do tempo .................................................................................. 48 
Figura 11 – ANOVA da absorção por capilaridade com diferentes teores de aditivo 
ao longo do tempo................................................................................. 50 
Figura 12 – ANOVA da densidade de massa com diferentes teores de aditivo ao 
longo do tempo ..................................................................................... 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Propriedades das argamassas .............................................................. 17 
Quadro 2 – Tipos de aditivos ................................................................................... 23 
Quadro 3 – Diferentes ciclos de cura utilizados ........................................................ 29 
Quadro 4 – Estudo de diferentes autores com a utilização do aditivo cristalizante ... 30 
Quadro 5 – Caracterização do aditivo ...................................................................... 36 
Quadro 6 – Nomenclatura da análise estatística ...................................................... 43 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Absorção de água por capilaridade de argamassas com e sem aditivo 
cristalizante ........................................................................................... 28 
Gráfico 2 – Curva granulométrica do agregado miúdo ............................................. 35 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Resultados para o ensaio de compressão aos 28 dias........................ 28 
Tabela 2 – Resultados dos ensaios realizados ..................................................... 29 
Tabela 3 – Propriedades do cimento .................................................................... 33 
Tabela 4 – Caracterização do agregado miúdo natural ......................................... 34 
Tabela 5 – Composição do agregado miúdo ......................................................... 35 
Tabela 6 – Quantitativo de materiais utilizados no preparo da argamassa ............ 38 
Tabela 7 – Resultados médios das propriedades no estado fresco ...................... 42 
Tabela 8 – Resultados médios de resistência à tração na flexão .......................... 44 
Tabela 9 – ANOVA da resistência à tração na flexão com diferentes teores de 
aditivo ao longo do tempo ................................................................... 45 
Tabela 10 – Resultados médios de resistência à compressão ................................ 47 
Tabela 11 – ANOVA da resistência à compressão com diferentes teores de 
 aditivo ao longo do tempo ................................................................... 47 
Tabela 12 – Coeficientes de capilaridade médios ................................................... 49 
Tabela 13 – ANOVA da absorção por capilaridade com diferentes teores de 
 aditivo ao longo do tempo ................................................................... 50 
Tabela 14 – Resultados médios de densidade de massa ....................................... 52 
Tabela 15 – ANOVA da densidade de massa com diferentes teores de aditivo ao 
longo do tempo ................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
a/c água/cimento 
cm centímetro 
cm2 centímetro quadrado 
cm3 centímetro cúbico 
dm2 decímetro quadrado 
g grama 
h hora 
kg quilograma 
l litro 
m3 metro cúbico 
MgO óxido de magnésio 
min. minuto 
mm milímetro 
MPa Mega Pascal 
SO3 óxido sulfúrico 
oC grau Celsius 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AC Aditivo Cristalizante 
AN Areia Natural 
ANOVA Análise de Variância 
CP Corpo de Prova 
CPI Cimento Portland sem adição de fíler calcário 
CP I Cimento Portland Comum 
CP II Cimento Portland Composto 
CP II-F Cimento Portland com adição de fíler calcário 
CP III Cimento Portland de Alto-forno 
CP IV Cimento Portland Pozolânico 
CV Coeficiente de Variação 
DP Desvio-padrão 
LABTEC Laboratório de Técnicas Construtivas 
NBR Norma Técnica Brasileira 
NM Norma Mercosul 
PCE Policarboxilato-Éster 
PF Perda ao Fogo 
PNS Polinaftaleno-Sulfonatos 
RI Resíduo Insolúvel 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
μm micrômetro 
% percentual 
± mais ou menos 
< menor 
≤ menor ou igual 
≥ maior ou igual 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14 
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................ 15 
1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................ 15 
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 15 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 16 
2.1 ARGAMASSAS ........................................................................................... 16 
2.1.1 Argamassas de cimento ........................................................................... 19 
2.1.2 Argamassas com cal ................................................................................. 20 
2.1.3 Argamassas com aditivos ........................................................................ 22 
2.2 ADITIVOS CRISTALIZANTES ..................................................................... 26 
3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 31 
3.1 MATERIAIS ................................................................................................. 32 
3.1.1 Cimento ...................................................................................................... 32 
3.1.2 Agregado miúdo natural ........................................................................... 33 
3.1.3 Água ........................................................................................................... 35 
3.1.4 Aditivo ........................................................................................................ 35 
3.2 MÉTODOS .................................................................................................. 36 
3.2.1 Ensaios no estado fresco ......................................................................... 37 
3.2.2 Ensaios no estado endurecido ................................................................. 38 
3.2.2.1 Resistência à tração na flexão e à compressão ........................................... 40 
3.2.2.2 Absorção por capilaridade ........................................................................... 40 
3.2.2.3 Densidade de massa ................................................................................... 41 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 42 
4.1 ENSAIOS NO ESTADO FRESCO ............................................................... 42 
4.2 ENSAIOS NO ESTADO ENDURECIDO...................................................... 43 
4.2.1 Resistência à tração na flexão e à compressão ...................................... 44 
4.2.2 Absorção por capilaridade ....................................................................... 49 
4.2.3 Densidade da massa ................................................................................. 51 
5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 55 
6 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............................................... 56 
 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 57 
 APÊNDICE A – RESULTADOS DO ESTADO ENDURECIDO ................... 62 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A constante busca por inovações na construção civil vem crescendo, 
principalmente na área de impermeabilização, devido aos problemas ocasionados 
pela penetração de água nas edificações, gerando manifestações patológicas. A 
Norma Técnica Brasileira (NBR) 15.575 define como manifestação patológica a não 
conformidade do produto em função de falhas de projeto, montagem, execução ou no 
uso sem devida manutenção, assim como devido à problemas que não decorram do 
envelhecimento natural da edificação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2013). As manifestações patológicas, se não resolvidas, reduzem a vida 
útil das edificações, gerando prejuízos financeiros e à saúde dos ocupantes. Um dos 
fatores necessários para que se atinja a vida útil de uma edificação é que ela atenda 
ao requisito de estanqueidade, que é a propriedade que um elemento tem de impedir 
a passagem ou penetração de fluidos, segundo a NBR 9.575 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010). 
Mesmo sendo uma das responsáveis pela proteção, durabilidade e 
estanqueidade das edificações, a argamassa ainda é objeto de poucas pesquisas. Os 
problemas provenientes da umidade, uma das principais causas de manifestações 
patológicas em argamassas, são recorrentes dentro da construção civil e podem 
prejudicar a durabilidade da construção, causar infiltrações e prejuízos à saúde dos 
ocupantes. Anilla et al. (2017) citam mofo e umidade como problemas mundiais nas 
edificações, capazes de causar os mais diversos sintomas em seus ocupantes. À vista 
disso, uma das formas de minimizar esse problema e evitar manifestações patológicas 
é através do uso de aditivos impermeabilizantes, dada sua capacidade de redução de 
permeabilidade. 
Muito promissor no mercado, o aditivo cristalizante vem sendo grande aliado 
na redução de permeabilidade, tendo resultados positivos em concreto comprovados 
através de pesquisas, como corrobora Bianchin (2018). Em suas pesquisas, o autor 
comprova a capacidade de redução da absorção de água por capilaridade do 
concreto. Igualmente, Bianchin (2018) constata o ganho de resistência à compressão 
dos corpos de prova com a presença de aditivo cristalizante, assim como Jantsch 
(2015) na incorporação dos mesmos em argamassas estabilizadas de 36 e 72 horas. 
No entanto, os fabricantes de aditivos cristalizantes não recomendam seu uso 
em argamassas, de forma que existem poucas pesquisas dessa utilização, o que foi 
 15 
comprovado através de pesquisa realizada em agosto de 2019, em plataforma 
amplamente conhecida de revistas científicas, chamada Science Direct. Através da 
pesquisa pelo termo “crystallizing additive mortar”, que significa “argamassas com 
aditivo cristalizante”, 1.980 resultados de artigos dos anos de 2014 a 2019 foram 
obtidos, sendo apenas dois desses resultados relativos a trabalhos que investigaram 
o efetivo uso de aditivo cristalizante em argamassa. Os demais resultados 
contemplavam apenas os termos pesquisados, “cristalizantes” ou “argamassas”, 
isoladamente. 
Dessa forma, o presente trabalho visa contribuir para o entendimento do 
comportamento de argamassas quando incorporado em seu proporcionamento aditivo 
cristalizante. 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
Os objetivos gerais e específicos do presente trabalho serão apresentados nos 
itens a seguir. 
 
1.1.1 Objetivo geral 
 
O principal objetivo deste estudo é avaliar a eficiência do uso do aditivo 
cristalizante em argamassas. 
 
1.1.2 Objetivos específicos 
 
Os objetivos específicos deste estudo são: 
a) avaliar a influência do aditivo cristalizante nas propriedades do estado fresco 
de argamassas; 
b) investigar a influência do aditivo cristalizante nas propriedades mecânicas 
de argamassas; 
c) analisar a influência de diferentes teores de aditivo cristalizante nas 
propriedades das argamassas; 
d) identificar o comportamento das argamassas ao longo do tempo quando 
submetidas a ciclos de envelhecimento. 
 16 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Neste capítulo será apresentado o embasamento teórico deste estudo. Serão 
abordados, portanto, aspectos como a descrição das argamassas de cimento e cal, 
os aditivos cristalizantes, suas composições, seus traços e propriedades nos estados 
fresco e endurecido. 
 
2.1 ARGAMASSAS 
 
No ano de 1985, durante a escavação de uma rua em Israel, foi encontrado o 
que é considerado o mais antigo emprego de argamassa em uma construção, que 
ocorreu há mais de 11.000 anos, sendo um registro pré-histórico. As argamassas 
desse período eram produzidas à base de cal e areia (CARASEK, 2010). 
Atualmente a NBR 13.281 define argamassa como mistura de aglomerantes ou 
mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s) e água. Nesse processo pode-se optar 
por utilizar ou não aditivos. Tal mistura pode ser dosada em obra ou, inclusive, 
industrializada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005d). 
Os principais aglomerantes utilizados nas argamassas são o cimento e a cal, 
responsáveis por inúmeras contribuições nas suas propriedades, tanto no estado 
fresco quanto endurecido. O material mais empregado na produção das argamassas 
no Brasil é o cimento Portland (BAUER; SOUSA, 2005), diretamente ligado às 
propriedades das argamassas, principalmente à resistência mecânica. O aglomerante 
é composto por finas partículas, colaborando com a retenção de água na pasta e a 
plasticidade (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2002). 
Nas argamassas onde só há a cal como aglomerante, são beneficiadas as 
propriedades de trabalhabilidade e absorção de deformações, no entanto, as 
propriedades de resistência mecânica e aderência são prejudicadas. Todavia, com o 
uso de cimento e cal nas argamassas, denominadas argamassas mistas, a cal, devido 
à sua finura, contribui para uma maior retenção de água. Desse modo, pode-se dizer 
que o uso da cal favorece a hidratação do cimento e também a trabalhabilidade e a 
capacidade de absorção de deformações do produto (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE CIMENTO PORTLAND, 2002). 
Além disso, faz-se necessário citar o agregado como importante componente 
na composição da argamassa. Segundo Yazigi (2000), o agregado é um material 
 17 
granular, sem forma e volume definidos, de dimensões e propriedades 
convencionadas para seu uso em construções, sendo classificado de acordo com sua 
origem, dimensões e peso unitário. Em argamassas, como explica o autor, utiliza-se 
o agregado miúdo, com diâmetro máximo igual ou inferior a 4,8 mm, podendo ser 
natural ou artificial resultante da britagem de rochas. 
Ademais, levando-se em conta a reação química entre os componentes, torna-
se indispensável a presença da água, utilizada nas argamassas como elemento que 
confere continuidade à mistura, possibilitando as reações com os aglomerantes. A 
água é utilizada para regular a consistência a fim de obter a trabalhabilidade desejada, 
porém é necessário utilizar uma quantidade pré-estabelecida desse elemento para 
que os requisitos estabelecidos nas normas técnicas sejam atendidos. Não é 
recomendado o uso de água contaminada e com excesso de sais solúveis, o que 
poderia influenciar o desempenho do composto elaborado (ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2002). 
Conforme Baía e Sabatini (2000), através da composição da argamassa, se 
desejam obter propriedades específicas, tanto no estado fresco quanto no endurecido. 
O Quadro 1 apresenta as principais propriedades das argamassas. 
 
Quadro 1 – Propriedades das argamassas 
Estado fresco Estado endurecido 
Massa específica e teor de ar Aderência 
Trabalhabilidade Capacidade de absorver deformações 
Retenção de água Resistência mecânica 
Aderência inicial Resistência ao desgaste 
Retração na secagem Durabilidade 
Fonte: adaptado Baía e Sabbatini (2000). 
 
As propriedades citadas acima, de maior interesse nas argamassas no estado 
fresco, segundo Recena (2012), são a trabalhabilidade e a retenção de água. A 
trabalhabilidade consiste na facilidade da mistura, do transporte, da aplicação e do 
acabamento de maneira homogênea, tendo-se em vista a melhor aderência à base 
aplicada e o melhor acabamento possível. Quanto à retenção de água, Do Ó (2004) 
afirma que esta é a propriedade que proporciona a capacidade da argamassa de não 
ter seu comportamento reológico alterado de maneira a comprometer a 
trabalhabilidade, mantendo-a aplicável por um maior período de tempo, até que 
 18 
ocorram solicitações, provocando a perda de água por evaporação, sucção do 
substrato ou reações de hidratação. A retenção de água pode influenciar as principais 
propriedades reológicas das argamassas, portanto deve apresentar propriedade 
compatível com a trabalhabilidade, para que após lançada no substrato tenha coesão, 
plasticidade e consistência, para que se obtenha uma adesão inicial suficiente para 
que a argamassa se mantenha aderida ao substrato. 
Complementarmente, Santiago (2007) se refere às propriedades do estado 
endurecido afirmando que, para se ter uma argamassa com resistência mecânica e 
durabilidade adequadas, deve-se atender às seguintes propriedades: 
a) compacidade: em geral, quanto mais compacta a argamassa, mais 
resistente ela se torna; 
b) impermeabilidade: impedir a penetração de água, que é um dos maiores 
agentes de degradação das edificações; 
c) aderência: importante para que se tenha uma boa união do sistema, pois, 
caso isso não ocorra, pode haver descolamento e desplacamento. 
Assim sendo, como comprovam as pesquisas dos autores citados previamente, 
são diversas as propriedades fundamentais para que as argamassas tenham um 
satisfatório desempenho e uma boa interação com as demais camadas do sistema ao 
qual pertencem. 
Diante disso, cabe salientar que o sistema de revestimento de argamassa pode 
ser composto por diversas camadas, como: base ou substrato, chapisco (considerada 
camada de base), emboço ou regularização e camada de reboco ou acabamento. O 
sistema de revestimento mais conhecido é formado por camada de chapisco, emboço 
e reboco, porém vem perdendo mercado para o revestimento camada única devido à 
necessidade de minimizar etapas, o que possibilita prazos mais curtos de execução 
(PAGNUSSAT; STOLZ, 2017). 
A NBR 13.281 esclarece que as argamassas podem ser utilizadas para 
revestimentos internos e externos, sendo caracterizadas como uma camada de 
regularização dessas superfícies (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2005d). Também são empregadas como reboco, que é uma massa fina 
indicada para cobrimento do emboço, podendo depois receber acabamento final. É 
de grande importância na aplicação da argamassa de revestimento a interação entre 
argamassa e substrato, pois a rugosidade e a porosidade do substrato são 
fundamentais no desenvolvimento da aderência. Os substratos rugosos têm uma área 
 19 
de contato potencial maior com a argamassa, podendo aumentar a aderência. Nos 
momentos iniciais de aplicação, a porosidade é responsável pelo transporte de água, 
que influencia diretamente no tempo de sarrafeamento (BAUER, 2005). 
Além disso, através da mistura de seus materiais constituintes, a argamassa 
tem a função de unir pedras, tijolos ou blocos cerâmicos e também, através do 
revestimento, de proteger uma gama considerável de elementos construtivos 
(SANTIAGO, 2007). 
Visando aprofundar o conhecimento das propriedades das argamassas, nas 
próximas seções serão apresentadas as principais características e propriedades das 
argamassas de cimento e cal, assim como das argamassas com a incorporação de 
aditivos. 
 
2.1.1 Argamassas de cimento 
 
Segundo Franciscon (2007), na produção de argamassas os aglomerantes 
hidráulicos mais utilizados são os cimentos Portland. Conforme a NBR 16.697, o 
cimento Portland é obtido através da moagem de clínquer Portland, composto por 
sulfato de cálcio e adições minerais nos teores estabelecidos por norma 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018). No mercado há uma 
grande variedade de cimentos, mas os cimentos Portland são os mais utilizados. 
Temp (2014) indica que os tipos mais empregados são: Cimento Portland Comum (CP 
I), Cimento Portland Composto (CP II), Cimento Portland de Alto-forno e Cimento 
Portland Pozolânico (CP IV). 
Na produção de argamassas, além do cimento, são utilizados água e 
agregados miúdos. Para Temp (2014), é de suma importância a escolha cuidadosa 
dos agregados miúdos, pois representam cerca de 60 a 80% do consumo dos 
materiais da argamassa pronta, resultando em uma significativa influência no estado 
fresco e no seu desempenho. 
Além disso, é necessário cuidado na escolha de argamassas com elevado 
índice de cimento, pois, em geral, mesmo apresentando como característica 
importante a elevada resistência de aderência, são menos duráveis e possuem baixa 
extensão da aderência, revelando, portanto, maior probabilidade de desenvolver 
fissuras (CARASEK, 1996). Também, na proporção em que o teor de cimento 
aumenta, a argamassa necessita de mais água para obtenção de uma consistência 
 20 
adequada para uso (GULBE; VITINA; SETINA, 2017). 
De acordo com Fiorito (1994), as argamassas que utilizam apenas o cimento 
como aglomerante possuem maior resistência e, consequentemente, são utilizadas 
principalmente em alvenarias de alicerces, devido à sua resistência e à sua condição 
favorável de endurecimento. Ademais, são utilizadas para chapisco por sua 
resistência a curto prazo e nos revestimentos onde é necessária uma condição de 
impermeabilidade, como nas obras hidráulicas. 
Existem diversos estudos que avaliam as propriedades das argamassas de 
cimento. Barreto e Brandão (2014), por exemplo, analisaram a resistência de 
aderência à tração de argamassas de cimento Portland e mistas produzindo quatro 
painéis de alvenaria e aplicando argamassa de chapisco sobre três destes, com o 
traço 1:3 (cimento e areia), e argamassa de chapisco rolado industrializado sobre o 
quarto painel. Sobre os painéis chapiscados foram aplicadas argamassas de 
revestimento com diferentes traços, sendo eles 1:0:6 e 1:1:4 e 1:2:8 (cimento, cal e 
areia). Este último traço foi aplicado também no painel com chapisco rolado. Os 
autores avaliaram a resistência de aderência à tração das argamassas novas e 
envelhecidas por carbonatação. Com os resultados obtidos, pode-se afirmar que as 
argamassas com maior percentual de cimento possuem maior resistência de 
aderência. Quando analisados os tipos de ruptura em argamassas com maior 
percentual de cimento, a sua forma de ruptura é falha no substrato, o que indica que 
o sistema de aderência suportou adequadamente a tensão aplicada na ruptura. 
À vista disso, as argamassas de cimento são mais utilizadas na construção civil, 
principalmente por atingirem maiores índices de resistência em relação às 
argamassas que possuem cal em sua composição. Contudo, a cal é responsável por 
propriedades muito importantes nas argamassas, aspectos que são abordados no 
próximo item. 
 
2.1.2 Argamassas com cal 
 
Até metade do século XX, o tipo mais empregado de argamassa era a 
argamassa de cal. Essa argamassa é obtida através da misturade cal e agregado 
miúdo e tem como características a baixa resistência mecânica e um endurecimento 
lento. Devido à essa baixa resistência mecânica e ao módulo de deformação baixo, 
esse tipo de argamassa apresenta uma grande capacidade de absorver deformações 
 21 
(RECENA, 2012). 
Baía e Sabbatini (2000) ressaltam que as argamassas de cal desenvolvem 
lentamente a resistência mecânica e que os valores de resistência obtidos são baixos, 
sendo que para atingir tais valores elas necessitam de condições ambientais 
específicas, como manutenção da umidade e acesso ao dióxido de carbono durante 
o tempo de endurecimento. As argamassas de cal não são recomendadas para o uso 
em alvenaria com blocos estruturais, além disso, o endurecimento inicial se dá por 
meio de perda de água para os elementos e por evaporação. 
Segundo a NBR 7.175, através do pó de cal virgem, mistura de hidróxido de 
cálcio e hidróxido de magnésio é obtida a cal hidratada, podendo também ser 
produzida pela mistura de hidróxido e óxido de magnésio (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003a). A cal hidratada tem propriedades 
aglomerantes e juntamente com a água forma uma mistura pastosa que penetra nos 
vazios dos blocos. Na medida em que a água evapora, as partículas finas de hidróxido 
se unem formando cristais (GUIMARÃES, 1998). 
Além disso, no que diz respeito à composição das argamassas com cal, a areia 
apresenta um papel fundamental, sendo responsável pelo ganho de coesão na ligação 
dos seus grãos ao ligante. Na mistura, a areia separa as partículas de cal facilitando 
a reação química de carbonatação, permitindo a distribuição das fissuras que podem 
ocorrer na argamassa. A dureza, a forma dos grãos, a porosidade e a granulometria 
são fatores que podem comprometer ou favorecer seu desempenho (MARGALHA; 
VEIGA; BRITO, 2006). 
Da mesma forma, de acordo com Santiago (2007), a água denota um essencial 
componente, uma vez que o percentual de água e cal está ligado à retração da 
argamassa. Além dessa proporção ter influência na velocidade da carbonatação, é 
fator de classificação da argamassa quanto à consistência. Portanto, as argamassas, 
conforme a necessidade da construção, podem ser secas, plásticas ou fluidas. 
Atualmente a cal é utilizada como aglomerante nas argamassas de cimento por 
conter uma elevada finura dos grãos (2 μm de diâmetro), proporcionando fluidez, 
coesão e retenção de água e, consequentemente, melhorando a qualidade das 
argamassas, conhecidas como argamassas mistas. Esse tipo de composto confere 
maior plasticidade, permite maiores deformações, evitando fissuração, e proporciona 
melhor aderência através do aumento de plasticidade (MIRANDA, 2009). Devido à 
maior plasticidade, às condições mais favoráveis de endurecimento e de elasticidade 
 22 
e ao melhor acabamento oferecidos pela cal, as argamassas mistas são muito 
utilizadas para emboço e reboco, além de serem aplicadas no assentamento de 
alvenarias de vedação (FIORITO, 1994). 
Segundo Yazigi (2000), outra particularidade da utilização da cal é a possível 
economia na produção de argamassa, por se tratar de um aglomerante com menor 
custo do que o cimento. O autor também descreve o material como responsável por 
proporcionar melhores condições de resistência diante do surgimento de fissuras e 
trincas, oferecendo durabilidade e maior resistência à penetração de água. 
Portanto, a utilização da cal nas argamassas tem como vantagens o fato de 
perderem lentamente a água, evitando as retrações iniciais, a melhoria na 
trabalhabilidade e, por serem mais compactas, a redução das chances de infiltrações. 
Ademais, as argamassas produzidas com cal hidratada possuem baixa resistência 
tanto à flexão quanto à compressão, mas quando necessária boa trabalhabilidade e 
boa aderência a variações térmicas, seu uso se torna vantajoso. Miranda (2009), ao 
analisar dois diferentes traços em volume de argamassa, 1:1:6 e 1:1:7 
(cimento:cal:areia), com a utilização de cal hidráulica e cal hidratada, verificou que nos 
traços de cal hidráulica as argamassas possuem resistência igual àquelas de cimento. 
No entanto, conforme a quantidade de cal hidráulica aumenta, a resistência da 
argamassa tanto à tração quanto à compressão diminui. 
Tendo em vista a preocupação com a qualidade dos materiais, em geral, 
utilizados na construção civil, nota-se a contribuição dos aditivos incorporados nas 
argamassas para que se obtenham algumas propriedades melhoradas, como afirma 
Santiago (2007). No próximo subcapítulo, o uso de diferentes tipos de aditivos e suas 
funções nas argamassas são abordados. 
 
2.1.3 Argamassas com aditivos 
 
Os aditivos têm como finalidade melhorar uma ou mais propriedades da 
argamassa no estado fresco ou endurecido, sendo estes utilizados em pequenas 
quantidades. Através do seu uso busca-se diminuir a retração por secagem e, por 
consequência, diminuir a fissuração, aumentar o tempo de pega, mantendo a 
plasticidade, aumentar a retenção de água e aumentar a aderência da argamassa ao 
substrato (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2002). O Quadro 
2 apresenta os principais aditivos comercializados para materiais cimentícios, 
 23 
podendo ser fornecidos na forma de solução ou em pó. 
 
Quadro 2 – Tipos de aditivos 
Tipos de aditivos Finalidade 
Redutores de água 
(plastificantes) 
São utilizados para melhorar a trabalhabilidade da 
argamassa sem alterar a quantidade de água. 
Retentores de água 
Reduzem a evaporação e a exsudação da água da 
argamassa fresca e conferem capacidade de retenção de 
água frente à sucção por bases absorventes. 
Incorporador de ar 
Formam microbolhas de ar, estáveis homogeneamente e 
distribuídas na argamassa, aumentando a trabalhabilidade 
e atuando a favor da permeabilidade. 
Retardadores de pega 
Retardam a hidratação do cimento, proporcionando um 
tempo maior de utilização. 
Aumentadores de aderência Proporcionam aderência química ao substrato. 
Hidrofugantes 
Reduzem a absorção de água da argamassa, mas não a 
tornam impermeável e permitem a passagem de vapor 
d’água. 
Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Cimento Portland (2002). 
 
Os aditivos incorporadores de ar são materiais orgânicos que produzem uma 
quantidade de bolhas microscópicas de ar uniformemente dispersas. São adicionados 
às argamassas com a função de melhorar a trabalhabilidade, principalmente em 
argamassas somente de cimento e areia. O ar incorporado altera a suspensão 
cimentícia nos estados fresco e endurecido. Alves e Do Ó (2005) destacam os 
seguintes benefícios nas propriedades da argamassa: 
a) o módulo de deformação normalmente é reduzido, aumentando a 
capacidade de deformação do sistema de revestimento; 
b) a retração, na maioria dos casos, é reduzida; 
c) a exsudação é menor; 
d) a massa especifica é reduzida. 
Ao discorrer sobre esse tipo de substância, Pagnussat e Stolz (2017) ressaltam 
que os aditivos incorporadores de ar melhoram a trabalhabilidade das argamassas, 
pela incorporação de ar à mistura, enquanto os aditivos estabilizadores de hidratação 
têm como efeito retardar o endurecimento. Em pesquisa realizada por Biava, Carneiro 
e Irrigaray (2018), foram analisadas as propriedades mecânicas e físicas de 
argamassas de cimento sem presença de cal com a adição do aditivo incorporador de 
ar. Foram produzidas 18 amostras de argamassa com a utilização de areia de 
britagem como agregado miúdo e 18 amostras com areia natural, com variação de 0 
 24 
a 0,5% de aditivo. Dentre os resultados obtidos, observou-se que na medida em que 
o teor do aditivo incorporador de ar aumentou, a resistência mecânica das amostras 
e a densidade aparente reduziram. Já nas argamassas produzidas com areia de 
britagem as resistências obtiveram resultados mais elevados devido à menor 
incorporação do aditivo. 
Quanto aos aditivos hidrofugantes, que têm a função de diminuir o percentual 
de água porabsorção capilar, Nascimento e Antunes (2017) afirmam que estes podem 
alterar a relação água/cimento (a/c) adicionada na mistura, tornando-se de grande 
importância por esse fator estar ligado diretamente à resistência da argamassa. A 
utilização desses aditivos não causa alterações consideráveis em relação às 
propriedades da argamassa nos estados fresco e endurecido, somente nas 
propriedades de absorção, indicando que é possível produzir argamassas menos 
permeáveis através do seu uso (GAVA; GASQUES; RIGO, 2016). 
Gava, Gasques e Rigo (2016) analisaram a influência de aditivos 
impermeabilizantes e hidrofugantes nos estados fresco e endurecido. Para isso, foram 
produzidas argamassas mistas de cimento Portland, cal hidratada e areia natural nos 
traços 1:2:6 e 1:0,5:6 (cimento:cal:areia, em volume) com a incorporação de quatro 
diferentes aditivos, sendo um hidrofugante e outros três impermeabilizantes. Foram 
testados dois teores para cada aditivo, sendo eles, respectivamente: 0,5%, 0,75%, 
1%, 1,5%, 4%, 4,5%, 4% e 4,5%. A quantidade de água das misturas foi definida de 
forma que a argamassa de referência obtivesse índice de consistência 250±5mm, 
sendo mantida constante a relação água/cimento nas demais argamassas. Nas 
propriedades no estado fresco, os aditivos não tiveram grande influência, já nas 
propriedades do estado endurecido, o aditivo hidrofugante apresentou significativa 
redução nos índices de absorção por capilaridade, mostrando que é possível produzir 
argamassas menos permeáveis com tais aditivos. Os aditivos impermeabilizantes não 
apresentaram o desempenho desejado. 
Nesse cenário, há também os aditivos superplastificantes, conhecidos como 
aditivos redutores de água de alta eficiência devido à sua capacidade de reduzir a 
água de amassamento de determinada mistura. O seu desenvolvimento ocorreu por 
volta de 1970, e até hoje observa-se sua ampla aceitação na construção civil. 
Argamassas que contêm esse aditivo apresentam um aumento da retenção de água, 
assim como redução das tensões indutoras de fissuras na sua camada superior da 
argamassa, diminuindo o risco de ruptura plástica (MEHTA; MONTEIRO, 2008). 
 25 
Bastos (2016) verificou a influência de três diferentes tipos de aditivos 
superplastificantes, polinaftaleno-sulfonatos (PNS) e policarboxilatos-éster (PCE), em 
argamassas de cimento Portland com adição de fíler calcário (CP II-F) e sem a adição 
de fíler calcário (CPI). O autor utilizou, para sua análise, o ensaio de resistência à 
compressão uniaxial e mini-slump, técnicas de calorimetria isotérmica de condução, 
resistência à compressão e espalhamento, utilizando-se de matriz experimental de 14 
traços. Concluiu que a incorporação de aditivos à base de PNS e PCE nas 
argamassas de CPI e CP II-F reduziu o pico de desenvolvimento da hidratação para 
todas as dosagens testadas, obtendo um retardo de aproximadamente 12 horas para 
a argamassa com 0,8% de aditivo PNS. 
Os três tipos de aditivos influenciaram no ganho de resistência mecânica à 
compressão. Já o CPI com adição de PCE com teor de 0,4% teve resistência 118% 
superior à argamassa com referência aos 28 dias, atingindo máximo de 59 MPa. No 
entanto, o sistema com a utilização do CP II-F com teor de 0,4% de aditivo 
naftalenosufonatos diminuiu cerca de 42% a resistência à compressão aos 28 dias. 
Por outro lado, quando incorporado 0,8% do mesmo aditivo, observou-se um aumento 
de 22% de resistência na mesma idade. 
De acordo com Do Ó (2004), os aditivos retentores de água são polímeros, cuja 
função, em contato com a água, é aumentar consideravelmente a viscosidade e a 
retenção de água. Oliveira et al. (2015) realizaram um estudo no qual foram 
produzidas argamassas mistas de cimento e cal, com o uso de aditivo retentor de 
água à base de éter de celulose em diferentes teores (0,00%, 0,03%, 0,06% e 0,09%) 
em relação à massa total de materiais secos para a avaliação das propriedades da 
argamassa nos estados fresco e endurecido. Os autores verificaram que o aditivo 
retentor de água pode ser utilizado para argamassas de assentamento de bloco, visto 
que houve um aumento da capacidade de retenção de água e que este não influenciou 
a resistência à compressão das argamassas. 
Quanto aos aditivos retardadores de pega, Rodriguez (2015) afirma que são 
utilizados quando há necessidade de longo tempo de transporte, quando se deseja 
utilizar as argamassas por maior tempo ou, também, quando a temperatura do 
ambiente for muito alta. A utilização desses aditivos permite maior versatilidade devido 
à possibilidade de regular os tempos de pega. Porém, eles tendem a aumentar a 
retração plástica devido ao maior tempo no estado plástico, causando exsudação da 
água, sem afetar a retração por secagem (NEVILLE; BROOKS, 2013). 
 26 
Como foi possível observar, os aditivos cristalizantes, tema deste trabalho, não 
fazem parte do Quadro 1, pois ainda não há qualquer regulamentação normativa 
brasileira que especifique sua utilização. Tendo em vista resultados de estudos em 
concreto e a grande contribuição que tal aditivo gera nas propriedades, principalmente 
em relação à permeabilidade, o presente trabalho visa aprofundar a análise do uso de 
aditivo cristalizante em argamassas, visto que com sua aplicação em concreto 
obtiveram-se resultados positivos nas pesquisas até então realizadas, como nos 
estudos de Bianchin (2018) e Cappellesso (2016). Portanto, o próximo capítulo é 
dedicado às propriedades e aos estudos do aditivo cristalizante. 
 
2.2 ADITIVOS CRISTALIZANTES 
 
Segundo Biparva e Yuers (2010), a impermeabilização por cristalização vem 
sendo utilizada na Europa e América do Norte há mais de 50 anos e, atualmente, é 
empregada em quase todos os países do mundo. Os autores citam como função 
básica desses aditivos impedir o movimento de água dentro da superfície cimentícia. 
Portanto, os aditivos cristalizantes são responsáveis por atenuar o surgimento de 
fissuras, pois têm a capacidade de impedir a entrada de água. Tais aditivos reagem à 
umidade da matriz fresca e com os subprodutos de hidratação do cimento, gerando 
cristais não solúveis dentro dos poros capilares, promovendo um selamento 
permanente (RODRIGUEZ, 2015). 
Pereira e Nascimento (2017) explicam que a principal vantagem da 
impermeabilização por cristalização está relacionada à capacidade de o aditivo 
proporcionar estanqueidade na matriz, no que diz respeito ao efeito de preenchimento 
dos poros capilares. Isso auxilia no aumento das características impermeáveis do 
material, diminuindo a penetração de líquidos e gases. 
Assim sendo, esse processo se dá através da adição do cristalizante na pasta 
ou na aplicação dele na superfície já pronta. Os cristalizantes possuem, em sua 
composição, produtos químicos hidrofílicos que, ao entrar em contato com a água e 
reagir com as partículas do cimento, produzem as estruturas cristalinas. Enquanto a 
matriz está em contato com a água ou em presença de umidade, os cristais continuam 
a crescer; no momento em que estão secos e curados, os cristais param de crescer e 
ficam adormecidos até que haja outra dose de água, podendo ser através de uma 
nova fissura, por exemplo, que reiniciaria o ciclo de crescimento dos cristais 
 27 
(BIPARVA; YUERS, 2010). A Figura 1 ilustra a formação de cristais em caso de 
fissura. 
 
Figura 1 – Representação esquemática da formação dos cristais 
 
Fonte: Biparva e Yuers (2010). 
 
Somado a isso, Ferreira e Pinheiro (2017) analisaram a utilização do aditivo 
cristalizante em argamassas. Nesse estudo, investigaram o seu desempenho 
mecânico à compressão no processo de incorporação do aditivo na matriz cimentícia, 
assim como sua aplicação posterior a pré-fissuração das argamassas. O traço 
utilizado pelos autores foi 1:2:0,45 (cimento:areia:água). Foram moldados corpos de 
prova (CPs) referência sem adição do cristalizante e com a adição de 3% de 
cristalizante.Na análise em questão, foi realizada uma pré-fissuração de dois 
diferentes tamanhos de abertura de fissura nos corpos de prova, criada através de 
ensaio de compressão diametral com uma prensa manual. Em seguida, após a 
aplicação do aditivo cristalizante tanto por colmatação de fissuras quanto por adição 
mineral, verificou-se que a autocicatrização das fissuras ocorreu de forma parcial. No 
que diz respeito à verificação de permeabilidade realizada por ensaio de absorção de 
água por capilaridade, observou-se uma menor absorção de água nos corpos de 
prova com a presença de aditivo cristalizante na argamassa, conforme apresentado 
no Gráfico 1. 
 28 
Gráfico 1 – Absorção de água por capilaridade de argamassas com e sem aditivo cristalizante 
 
 Fonte: elaborado pela autora com base no estudo de Ferreira e Pinheiro (2017). 
 
Como pode-se observar no Gráfico 1, os resultados obtidos pelos autores 
demonstram que o aditivo cristalizante é eficiente quanto à redução de 
permeabilidade, pois nos corpos de prova com a presença de aditivo ocorreu a 
redução de absorção de água. Quanto à compressão, os autores não obtiveram o 
resultado esperado, pois os corpos de prova, tanto por adição mineral (self-healing), 
quanto por colmatação (self-sealing), apresentaram resistência à compressão menor 
do que a argamassa de referência, conforme apresentado na Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Resultados para o ensaio de compressão aos 28 dias 
CP Imersão em água contínua Ciclos úmidos/secos 
Referência 39,33 MPa 38,46 MPa 
CP 
Imersão em água contínua Ciclos úmidos/secos 
Abertura de 
0,1 cm 
Abertura de 
0,2 cm 
Abertura de 
0,1 cm 
Abertura de 
0,2 cm 
Self-healing 31,77 MPa 29,55 MPa 31,44 MPa 28,54 MPa 
Self-sealing 26,57 MPa 22,93 MPa 21,13 MPa 19,93 MPa 
Fonte: adaptado Ferreira e Pinheiro (2017). 
 
Diferentemente de Ferreira e Pinheiro (2017), Jantsch (2015) obteve resultados 
positivos nas argamassas estabilizadas 36h e 72h aos 40 dias após a moldagem com 
a aplicação de dois tipos de aditivos cristalizantes P e R distintos em relação ao ensaio 
de compressão. Na Tabela 2 são apresentados os resultados obtidos. 
0,28
0,35
0,44
0,59
0,65
0,39
0,51
0,83
1,10
1,14
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
3 6 24 48 62
A
b
s
o
rç
ã
o
 d
e
 á
g
u
a
 p
o
r 
c
a
p
il
a
ri
d
a
d
e
 d
e
 
C
P
 (
g
/c
m
²)
Tempo (horas)
Com aditivo cristalizante
Sem aditivo cristalizante
 29 
Tabela 2 – Resultados dos ensaios realizados 
Tipo de argamassa 
36 h 72 h 
Referência P R Referência P R 
Absorção por capilaridade (g/dm².min1/2) 0,30 0,50 1,30 2,30 0,80 0,20 
Resistência à compressão (MPa) 12,71 13,87 15,71 4,13 6,19 6,65 
Resistência à tração na flexão (MPa) 3,68 4,91 4,41 3,27 2,96 3,02 
Fonte: adaptado de Jantsch (2015). 
 
Nesse contexto, pode-se acrescentar, conforme Jiang, Li e Yuan (2015), a 
influência das condições ambientais no processo de autocicatrização, que ocorre por 
efeito dos íons responsáveis pela cristalização serem drenados pelo fluxo de água no 
entorno das fissuras. Sobre essa questão, no Quadro 3 estão relacionados diferentes 
autores que utilizaram cristalizante e são indicados os ciclos de cura analisados. 
 
Quadro 3 – Diferentes ciclos de cura utilizados 
Autor 
Material 
cimentício 
Traço (cimento: 
agregado miúdo: 
agregado graúdo: 
a/c) 
Condições de cura Ensaios 
J
a
n
ts
c
h
 (
2
0
1
5
) 
Argamassa 
estabilizada 
36h e 72h 
11,12%:77,87%:0: 
10,85% 
 
13,84%:74,67%:0: 
11,24% 
-Seca 20ºC e umidade 
65% 
-Absorção por capilaridade 
-Desgaste por abrasão 
-Permeabilidade à água 
-Permeabilidade ao vapor 
-Resistência de aderência; 
-Resistência à compressão 
-Resistência à tração na 
flexão 
C
a
p
p
e
lle
s
s
o
 
(2
0
1
6
) 
Concreto 1:1,5:2,34:0,41 
-Câmara úmida 23±2ºC 
e umidade maior que 
95% 
-Resistência à compressão 
-Absorção total 
-Penetração de água sob 
pressão 
-Carbonatação 
-Penetração de íons de 
cloreto 
F
e
rr
e
ir
a
 e
 
P
in
h
e
ir
o
 
(2
0
1
7
) 
Argamassa 1:2:0,45 
-Imersão contínua em 
água a 22ºC 
-Ciclos úmidos/secos: 
3,5 dias de imersão em 
água à 22ºC e 3,5 dias 
exposto ao ar 
-Absorção de água por 
capilaridade 
-Resistência à compressão 
axial 
C
a
p
p
e
lle
s
s
o
 
e
t 
a
l.
 (
2
0
1
9
) 
Concreto 
1:0,85:1,71:0,30 
1:1,37:2,18:0,40 
1:1,88:2,66:0,50 
-Ciclos úmidos/secos: 2 
dias em imersão e 12 
dias de cura seca a 
30ºC e umidade 75% 
-Medição da cicatrização 
de trincas por ondas 
ultrassônicas 
-Análise de imagem 
realizada com microscópio 
óptico 
Fonte: elaborado pela autora (2020). 
 
 30 
Devido ao grande número de trabalhos relacionados ao uso de aditivo 
cristalizante em concreto, no Quadro 4 são apresentados os resultados obtidos por 
diferentes trabalhos. 
 
Quadro 4 – Estudo de diferentes autores com a utilização do aditivo cristalizante 
Autor Objetivos Ensaios Resultados 
C
a
p
p
e
lle
s
s
o
 (
2
0
1
6
) 
Verificar o comportamento 
de concretos com 
tratamento superficial de 
cristalizante para redução 
de permeabilidade através 
do fechamento da 
porosidade capilar, 
impedindo os mecanismos 
de transporte e gerando 
autocicatrização de 
fissuras. 
Resistência à 
compressão, 
absorção total, 
penetração de 
água sob pressão, 
carbonatação, 
penetração de íons 
de cloreto e 
autocicatrização de 
fissuras. 
Adição de sílica ativa é mais eficiente 
que o impermeabilizante por 
cristalização, contribuiu com o aumento 
da resistência à compressão, reduziu a 
absorção, a penetração de água sob 
pressão e a penetração de cloretos. 
Porém, em relação ao concreto 
referência, os concretos com adição de 
cristalizante obtiverem um aumento na 
resistência à compressão. Todavia, o 
tratamento superficial de cristalizante na 
autocicatrização das fissuras se mostrou 
superior ao concreto com a adição. 
C
o
s
ta
 (
2
0
1
8
) 
Avaliar a influência do 
aditivo cristalizante no 
concreto com agregados 
comercializados na cidade 
de Manaus por meio de 
propriedades nos seus 
estados fresco e 
endurecido. 
Abatimento do 
tronco de cone, 
resistência à 
compressão axial e 
absorção. 
A adição de cristalizante não interferiu na 
trabalhabilidade e na consistência do 
concreto. Até os 28 dias não ocorreu 
ganho de resistência à compressão, em 
relação ao traço referência. Apresentou 
melhores índices de absorção em 
relação ao concreto convencional. O 
aditivo proporcionou um aumento de 
durabilidade e vida útil do material, com 
a redução da permeabilidade. 
B
ia
n
c
h
in
 (
2
0
1
8
) 
Avaliar o potencial de 
autocicatrização de fissuras 
características das 
primeiras idades em 
concretos produzidos com 
e sem aditivo cristalizante. 
Resistência à 
compressão 
uniaxial e 
penetração de íons 
de cloreto. 
Concretos com aditivo cristalizante 
obtiveram aumento em relação à 
resistência à compressão. Porém, 
quanto à penetração de íons cloreto, o 
aditivo não teve influência nos dados 
obtidos. O cristalizante contribuiu para o 
aumento do potencial de 
autocicatrização apenas em relação às 
matrizes cimentícias dos concretos com 
relações água/cimento mais baixas. Nas 
demais relações água/aglomerante o 
autor constatou aumento da resistência à 
compressão nos CPs fissurados. 
Fonte: elaborado pela autora (2020). 
 
Através dessa revisão bibliográfica foi desenvolvido o programa experimental 
deste estudo, apresentado no próximo capítulo, com o intuito de analisar a influência 
do aditivo cristalizante em argamassas. 
 
 31 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
A presente pesquisa tem natureza aplicada, de caráter experimental, e visa 
analisar a influência de aditivos cristalizantes em argamassas através do método 
hipotético-dedutivo. À vista disso, foram realizados uma pesquisa experimental, 
através da caracterização dos materiais e da moldagem dos corpos de prova, e 
determinados ensaios, com o intuito de obter comprovação ou não das hipóteses de 
pesquisaatravés de abordagem quantitativa e objetivo exploratório. Os ensaios foram 
realizados no Laboratório de Técnicas Construtivas (LABTEC) da Universidade 
Feevale. 
No presente capítulo são apresentados os materiais e os métodos empregados 
no programa experimental, detalhado na Figura 2. 
 
Figura 2 – Fluxograma do programa experimental 
 
Fonte: elaborada pela autora (2019). 
 
PROGRAMA 
EXPERIMENTAL
Caracterização 
dos materiais
Definição dos 
traços e teores 
de aditivo
Dosagem da 
argamassa
Ensaios no 
estado 
fresco 
Índice de 
consistência
Densidade 
de massa
Teor de ar 
incorporado
Moldagem dos 
corpos de prova
Ciclos de cura
Ensaios no 
estado 
endurecido
Resistência 
à tração na 
flexão
Resistência 
à 
compressão
Absorção de 
água por 
capilaridade
Densidade 
de massa
 32 
Após os ensaios, a análise de variância (ANOVA) foi realizada com o uso do 
software Statistica 8.0, com intervalo de confiança de 95%, a fim de verificar se o teor 
de aditivo cristalizante influencia significativamente as propriedades do estado 
endurecido das argamassas. 
 
3.1 MATERIAIS 
 
Nas seções a seguir estão relacionados os materiais que foram utilizados nesta 
pesquisa. Além disso, as propriedades físicas e químicas desses itens são 
caracterizadas e detalhadas. 
 
3.1.1 Cimento 
 
O cimento utilizado neste estudo é o cimento Portland composto por fíler (CP 
II-F 32). A massa unitária e específica do cimento foi determinada em laboratório, 
conforme a Norma Técnica Brasileira e a Norma Mercosul (NM) 45 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT, 2006), adaptada para o cimento, e em 
consonância com a NBR 16.605 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS ABNT, 2017), resultando em 0,99 g/cm3 e 3,03 g/cm3, respectivamente. 
As imagens a seguir ilustram os ensaios de massa unitária (Figura 3) e de massa 
específica (Figura 4) do cimento. As demais características físicas, químicas e 
mecânicas do cimento foram fornecidas pelo fabricante, apresentadas na Tabela 3. 
 
Figura 3 – Ensaios de caracterização do cimento: massa unitária 
 
Fonte: elaborada pela autora (2019). 
 33 
Figura 4 – Ensaios de caracterização do cimento: massa específica 
 
Fonte: elaborada pela autora (2019). 
 
Tabela 3 – Propriedades do cimento 
Características físicas e químicas 
CP II-F 40 
Dados do fabricante NBR 16.697/18 
Perda ao fogo (PF) (%) 5,4 ≤ 12,5 
MgO (%) 6,2 * 
SO3 (%) 3,3 ≤ 4,5 
Resíduo Insolúvel (RI) (%) 1,2 ≤ 7,5 
Finura (%) #200 0 ≤ 10,0 
Finura (%) #325 0,3 * 
Blaine (cm²/g) 4780 ≥ 2800 
Água de consistência (%) 30,4 * 
Início da pega (min.) 230 ≥ 60 
Fim da pega (min.) 290 ≤ 600 
Resistência à compressão (MPa) 
1 dia 24,1 * 
3 dias 34,4 ≥ 15 
7 dias 42,3 ≥ 25 
28 dias 49 ≥ 40 
Fonte: elaborada pela autora com base em dados fornecidos pelo fabricante e na NBR 16.697 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018). 
Nota: (*) Informação indisponível. 
 
3.1.2 Agregado miúdo natural 
 
O agregado miúdo utilizado foi areia quartzosa, comercialmente disponível na 
região do Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul. A massa unitária da areia foi 
determinada em laboratório, conforme a NBR NM 52 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
 34 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2009b), e o valor obtido foi de 1,49 g/cm3. A granulometria 
do agregado miúdo foi determinada de acordo com a NBR NM 248 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003b). Na Tabela 4, a seguir, está 
apresentada a distribuição granulométrica da areia natural. 
 
Tabela 4 – Caracterização do agregado miúdo natural 
Abertura da 
peneira (mm) 
Peso 
peneiras (g) 
Massa retida 
Massa retida 
(%) 
Massa 
acumulada (%) 
4,75 411,5 7,45 0,74 0,74 
2,36 377,8 51 5,09 5,84 
1,18 451,1 135,3 13,52 19,36 
0,6 427,4 189,65 18,95 38,31 
0,3 374,6 367,35 36,71 75,026 
0,15 417,1 213,2 21,31 96,33 
< 0,15 377 36,7 3,67 100 
 Total 1000,65 
Diâmetro máximo (mm) 4,8 
Módulo de finura 2,35 
Fonte: elaborada pela autora (2019). 
 
Visando um maior controle sobre a composição granulométrica da areia e 
buscando ajustá-la o mais próximo possível dos limites estabelecidos pela NBR 7.211 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2019a), a mesma passou por 
uma composição manual. Para essa composição se utilizaram valores similares aos 
percentuais retidos nas peneiras de abertura 1,18 mm, 0,6 mm, 0,3 mm e 0,15 mm, 
da granulometria da areia natural, com percentuais de 20, 25, 35 e 20 para cada 
peneira, respectivamente. A massa unitária da areia composta foi determinada em 
laboratório, em consonância com a NBR NM 52 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2009b). A areia apresentou massa unitária de 1,51 g/cm3, e 
para o valor da massa específica utilizou-se 2,68 g/cm3, conforme encontrado por 
Celistre (2019) em ensaio realizado pelo método da NBR NM 52 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009b). Na Tabela 5 são apresentados os 
percentuais de composição da areia para a dosagem das argamassas. 
 
 
 
 35 
Tabela 5 – Composição do agregado miúdo 
Abertura 
da peneira 
 (mm) 
Limite inferior 
(NBR 7.211) 
(%) 
Limite superior 
 (NBR 7.211) 
(%) 
Composição do 
agregado miúdo 
(%) 
Percentual 
acumulado do 
agregado miúdo (%) 
1,2 10 45 20 20 
0,6 41 65 25 45 
0,3 70 92 35 80 
0,15 90 100 20 100 
Diâmetro máximo (mm) 2,36 
Módulo de finura 1,45 
Fonte: elaborado pela autora (2019). 
 
No Gráfico 2 está representada a curva granulométrica da areia natural e da 
areia composta em laboratório, assim como os limites estabelecidos pela NBR 7.211 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2019a). 
 
Gráfico 2 – Curva granulométrica do agregado miúdo 
 
Fonte: elaborado pela autora (2019). 
 
3.1.3 Água 
 
A água utilizada na produção das argamassas é proveniente de poço artesiano 
da Universidade Feevale. 
 
3.1.4 Aditivo 
 
Nos ensaios realizados nesta pesquisa foi utilizado um aditivo cristalizante 
disponível no comércio local. No Quadro 5 são apresentadas as características desse 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 <0,15
%
 R
e
ti
d
o
 A
c
u
m
u
la
d
o
Abertura das peneiras (mm)
Areia Natural
Limite Inferior
 NBR 7211
Limite
Superior
 7211
Composição
do agregado
miúdo
 36 
aditivo, conforme ficha técnica fornecida pelo fabricante. 
 
Quadro 5 – Caracterização do aditivo 
Massa específica 
aparente (kg/l) 
Massa específica 
absoluta (kg/l) 
Faixa de dosagem 
referencial (%) 
Cura com 
água 
Aspecto 
/ Cor 
1,02 2,90 0,5, 0,8 e 1 
3 vezes por dia 
durante 3 dias 
Cinza 
Fonte: elaborado pela autora com base em dados fornecidos pelo fabricante. 
 
3.2 MÉTODOS 
 
No presente item estão apresentados os ensaios realizados no programa 
experimental, a fim de verificar a influência dos aditivos cristalizantes (ACs) em 
argamassas. A Figura 5 detalha os ensaios que foram realizados nos estados fresco 
e endurecido, assim como o número dos CPs e as respectivas normas técnicas. 
 
Figura 5 – Ensaios nos estados fresco e endurecido das argamassas com diferentes teores de 
aditivo cristalizante 
 
Fonte: elaborado pela autora (2019). 
 
As argamassas que foram produzidas neste programa experimental têm os 
proporcionamentos 1:1 e 1:3 (cimento:areia, materiais secos, em volume). A escolha 
do proporcionamento 1:1 foi baseada no fato de o processo de reação do aditivo 
 37 
ocorrer em contato com o cimento, de forma que uma argamassa rica em cimento 
poderia induzir essa reação. Além disso, argamassas ricas costumam fissurar mais 
facilmente, devido ao processo de retração por secagem e ao seu alto módulo de 
elasticidade, o que tornaria o fenômeno de cicatrização das fissuras mais facilmente 
observável. Já o proporcionamento 1:3 foi escolhido para ser utilizado na pesquisa 
por ser bastante usual em canteiros de obra e recorrente em trabalhos acadêmicos. 
Neste estudo foram testadas argamassas com diferentes teores de cristalizante 
(0,0,5 e 1%) em relação a massa de cimento. Como argamassa de referência foi 
utilizado o teor de 0%, e os demais teores de aplicação representam o máximo e o 
mínimo indicados pelo fabricante para concretos. 
 
3.2.1 Ensaios no estado fresco 
 
As argamassas foram preparadas com um misturador adaptado, em 
conformidade com a NBR 16.541 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2016b), devido à indisponibilidade do misturador indicado pela norma no 
momento da moldagem dos corpos de prova. A quantidade de água nas misturas foi 
definida de forma que o índice de consistência da argamassa 1:3 de referência fosse 
de 250±5 mm, conforme utilizado por Gava, Gasques e Rigo (2016). Para a 
determinação do índice de consistência das argamassas foi utilizada a média das três 
medidas obtidas através do espalhamento da argamassa. 
Após a determinação do índice de consistência da argamassa foram 
determinados a densidade de massa e o teor de ar incorporado, de acordo com a NBR 
13.278 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005a). A relação 
água/cimento dos corpos de prova foi fixada em 0,76 a partir da moldagem da 
argamassa intermediária (1:3), com o percentual de 0% de aditivo cristalizante. Essa 
argamassa apresentou um índice de consistência de 248 mm, valor dentro do limite 
de 250±5 mm. Na Tabela 6 estão apresentados os traços em volume e os quantitativos 
de massas utilizadas nas misturas realizadas. 
 
 
 
 
 38 
Tabela 6 – Quantitativo de materiais utilizados no preparo da argamassa 
Argamassa 
Traço em 
volume 
Traço em massa (g) 
Cimento Areia Cristalizante Água a/c 
A1 0 
1:1 2178,00 3322,00 
0 
1650,92 
 
0,76 
 
A1 0,5 10,89 
A1 1 21,78 
A3 0 
1:3 
 
986,41 
 
4513,6 
 
0 
747,49 A3 0,5 4,93 
A3 1 9,86 
Fonte: elaborada pela autora (2020). 
 
Para determinação do índice de consistência das demais argamassas foi 
adotado o método descrito na NBR 13.276 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2016a). O resultado final é expresso pela média das três 
medidas obtidas no espalhamento da amostra, ilustrado na Figura 6. 
 
Figura 6 – Determinação do Índice de Consistência da argamassa 1:3 0% de aditivo 
cristalizante 
 
Fonte: elaborada pela autora (2020). 
 
Após a determinação da consistência da argamassa, foram determinadas a 
densidade da massa e o teor de ar incorporado, através dos procedimentos descritos 
na NBR 13.278 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005a). Os 
resultados dos ensaios estão apresentados no Capítulo 4 do presente trabalho. 
 
3.2.2 Ensaios no estado endurecido 
 
Logo após a realização dos ensaios no estado fresco, foram moldados os CPs, 
conforme especificação da NBR 13.279 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2005b), com dimensões de 4 cm x 4 cm x 16 cm. Tais CPs foram 
 39 
desmoldados 24 a 48 horas após a moldagem. 
Foram realizados os ensaios de resistência à tração na flexão, resistência à 
compressão e absorção de água por capilaridade nas idades de 28 e 56 dias. A cura 
dos CPs foi realizada através de ciclos de molhagem e secagem, conforme adaptado 
de Cappellesso et al. (2019), porém, diferentemente do sugerido pela autora, foram 
utilizados 2 dias em cura úmida e não 2 dias de imersão. Após a desmoldagem, os 
corpos de prova foram armazenados durante 2 dias em uma câmara úmida, com 
temperatura de 23±2ºC e umidade de 95% aproximadamente. Em seguida, os CPs 
ficaram 12 dias em câmara com temperatura de 30±2ºC e umidade relativa de 75±5%. 
A Figura 7 ilustra o ciclo de cura dos corpos de prova. 
 
Figura 7 – Ciclo de cura dos corpos de prova de argamassa 
 
Fonte: adaptado de Cappellesso et al. (2019). 
 
Após passarem pelos ciclos de envelhecimento de 28 e 56 dias descritos, os 
corpos de prova foram submetidos aos ensaios de resistência à tração na flexão e à 
compressão e de absorção por capilaridade, conforme descritos nos itens a seguir. 
 
 
 
 40 
3.2.2.1 Resistência à tração na flexão e à compressão 
 
Para análise da resistência à tração na flexão e à compressão das argamassas, 
os corpos de prova foram rompidos, primeiramente à flexão e depois à compressão, 
conforme a NBR 13.279 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2005b). Tais ensaios foram realizados no equipamento de aplicação de carga 
disponível no LABTEC da Universidade Feevale. Os ensaios determinaram as 
resistências para as idades de 28 e 56 dias, e três corpos de prova foram rompidos 
para cada argamassa, em cada idade. 
 
3.2.2.2 Absorção por capilaridade 
 
O ensaio de absorção por capilaridade foi determinado através da NBR 15.259 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005e), nas idades de 28 e 
56 dias, conforme Figura 8. O ensaio foi realizado através da aferição da massa seca 
de cada CP (três por proporcionamento) e, aos 10 e 90 minutos, das massas dos CPs 
em contato com uma lâmina de água de 5 mm, com o auxílio de uma balança de 
precisão 0,01g. Com os valores obtidos, foi determinado o coeficiente de capilaridade 
médio das argamassas. 
 
Figura 8 – Ensaio de absorção por capilaridade 
 
28 dias (traço 1:3) 
 
28 dias (traço 1:1) 
 
56 dias (traço 1:3) 
Fonte: elaborada pela autora (2020). 
 
 
 41 
3.2.2.3 Densidade de massa 
 
Foi determinada a densidade de massa aparente conforme procedimentos 
descritos na NBR 13.280 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2005c). Os corpos de provas foram medidos com o auxílio de um paquímetro, e suas 
massas foram aferidas com a finalidade de calcular a densidade de massa, que é a 
relação de massa por volume. O ensaio foi realizado aos 28 e 56 dias. 
Através dos ensaios propostos neste capítulo, foram encontrados resultados 
pertinentes para esta pesquisa sobre a utilização do aditivo cristalizante em 
argamassas de cimento. Diante disso, foi possível analisar a influência do aditivo 
cristalizante nas propriedades nos estados fresco e endurecido das argamassas. No 
capítulo seguinte tais resultados são apresentados. 
 42 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
No presente capítulo são apresentados os resultados obtidos nos ensaios 
propostos na metodologia desta pesquisa, conforme descrito no Capítulo 3, assim 
como a análise estatística de variância realizada pelo software Statistica 8.0. A análise 
desses dados possibilita a reflexão a respeito da influência do aditivo cristalizante em 
argamassas nos estados fresco e endurecido. Destaca-se que os resultados com o 
teor de 1% aos 56 dias são apresentados ao fim do trabalho. 
 
4.1 ENSAIOS NO ESTADO FRESCO 
 
Com o intuito de analisar as propriedades no estado fresco, foram realizados 
os ensaios de índice de consistência, densidade da massa e teor de ar incorporado. 
Os resultados obtidos nos três ensaios são apresentados na Tabela 7. 
 
Tabela 7 – Resultados médios das propriedades no estado fresco 
Argamassa 
Teor de 
cristalizante 
(%) 
Índice de 
consistência 
(mm) 
Densidade de 
massa (kg/m3) 
Teor de ar 
incorporado 
(%) 
1:1 0,0 - 913,30 53,90 
1:1 0,5 - 920,59 53,47 
1:1 1,0 - 930,08 52,92 
1:3 0,0 248 986,43 56,46 
1:3 0,5 228 986,19 56,43 
1:3 1,0 232 986,27 56,39 
 Fonte: elaborada pela autora (2020). 
Notas: (-) Não se aplica dado numérico. 
 
Não foi possível obter resultados do índice de consistência das argamassas de 
traço 1:1 devido à relação água/cimento ser elevada, pois, foi determinada a partir do 
traço 1:3, impossibilitando sua determinação. Quanto às argamassas do traço 1:3, 
pode-se notar que a presença do aditivo cristalizante mostrou uma tendência de 
redução dos índices de consistência, com o aumento do seu teor. O índice de 
consistência do traço 1:3 teve uma variação média de 7,9% entre teores. 
Santos e Santos (2018), ao examinarem argamassas de traço 1:1:6 com a 
utilização de três diferentes tipos de aditivos impermeabilizantes, encontraram uma 
variação de 4% no seu índice de consistência. Nessa pesquisa realizada pelas 
 43 
autoras,foi utilizado 4% de aditivo em relação à massa de cimento para os diferentes 
aditivos utilizados, diferentemente do presente estudo, que utilizou os teores de 0% e 
0,5% de aditivo cristalizante, o que pode sugerir a menor variação encontrada. As 
autoras explicam que o uso de aditivos impermeabilizantes diminui o teor de ar 
incorporado nas argamassas e aumenta a densidade de massa, tendendo a reduzir 
os vazios capilares da argamassa. 
Nos resultados obtidos, tanto para o traço 1:1 quanto para o traço 1:3, pode-se 
notar uma diminuição do teor de ar incorporado na medida que elas recebem maior 
percentual de aditivo. Em relação à densidade de massa, as argamassas de traço 1:1 
tiveram um aumento em relação ao teor de 0%, já as argamassas de traço 1:3 
mantiveram valores muito aproximados de densidades, em consonância com o 
observado por Santos e Santos (2018). Apesar das argamassas dos traços 1:1 e 1:3 
possuírem densidades diferentes, todas se enquadraram na classificação D1, 
conforme a NBR 13.281 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2005d). 
 
4.2 ENSAIOS NO ESTADO ENDURECIDO 
 
Para verificar as propriedades no estado endurecido das argamassas, foram 
realizados os ensaios de resistência à tração na flexão e à compressão, absorção por 
capilaridade e densidade de massa, aos 28 e 56 dias. A fim de diminuir a variabilidade 
entre os resultados obtidos, realizou-se o tratamento dos dados espúrios, sendo 
considerados espúrios os valores que estão acima da média mais o desvio padrão e 
abaixo da média menos o desvio padrão (Apêndice A). Os valores espúrios não foram 
considerados na análise de variância (ANOVA) e nos resultados apresentados nos 
próximos itens. A nomenclatura utilizada na análise estatística é apresentada no 
Quadro 6. 
 
Quadro 6 – Nomenclatura da análise estatística 
Nomenclatura 
Traço em volume 
(cimento:areia) 
Nomenclatura Teor de aditivo 
Traço 1 1:1 T0 0% 
Traço 2 1:3 T05 0,50% 
 T1 1% 
Fonte: elaborado pela autora (2020). 
 44 
4.2.1 Resistência à tração na flexão e à compressão 
 
A fim de analisar as propriedades no estado endurecido, foram realizados os 
ensaios de tração na flexão e de compressão aos 28 e 56 dias. Os resultados médios, 
obtidos na resistência à tração na flexão, assim como o desvio-padrão (DP) e o 
coeficiente de variação (CV), encontram-se na Tabela 8. 
 
Tabela 8 – Resultados médios de resistência à tração na flexão 
Idade Traço Variável 
Teor de aditivo cristalizante 
0% 0,50% 1% 
28 dias 
1:1 
Resistência à tração na flexão (MPa) 0,42 0,27 1,39 
Desvio-padrão (MPa) 0,01 0,02 0,04 
Coeficiente de variação (%) 1,70 8,66 2,55 
1:3 
Resistência à tração na flexão (MPa) 1,38 1,42 1,37 
Desvio-padrão (MPa) 0,03 0,01 0,01 
Coeficiente de variação (%) 1,82 1,00 0,84 
56 dias 
1:1 
Resistência à tração na flexão (MPa) 0,35 0,35 0,21 
Desvio-padrão (MPa) 0,03 0,05 0,03 
Coeficiente de variação 7,56 13,01 12,60 
1:3 
Resistência à tração na flexão (MPa) 1,31 1,36 1,37 
Desvio-padrão (MPa) 0,00 0,02 0,01 
Coeficiente de variação (%) 0,00 1,47 1,03 
Fonte: elaborada pela autora (2020). 
Notas: (-) Não se aplica dado numérico. 
 
Conforme a ANOVA, apresentada na Tabela 9 e na Figura 9, é possível 
identificar que ao longo do tempo (28 e 56 dias) o traço, o teor de aditivo e idade 
exerceram influência significativa sobre a resistência à tração na flexão, assim como 
a interação entre eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Tabela 9 – ANOVA da resistência à tração na flexão com diferentes teores de aditivo 
ao longo do tempo 
Variáveis 
Soma 
quadrática 
(SQ) 
Graus de 
liberdade 
(GLD) 
Média 
quadrática 
(MQ) 
Valor 
calculado 
de F 
Fator p Significativo 
Traço 5,68811 1 5,68811 9031,27 0,000000 Sim 
Teor de aditivo 0,34162 2 0,17081 271,20 0,000000 Sim 
Idade (dias) 0,34786 1 0,34786 552,32 0,000000 Sim 
Traço x Teor de 
aditivo 
0,35172 2 0,17586 279,22 0,000000 Sim 
Traço x Idade 
(dias) 
0,21666 1 0,21666 344,01 0,000000 Sim 
Teor de aditivo x 
Idade (dias) 
0,52168 2 0,26084 414,15 0,000000 Sim 
Traço x Teor de 
aditivo x Idade 
(dias) 
0,64092 2 0,32046 508,81 0,000000 Sim 
Erro 0,01197 19 0,00063 
Fonte: elaborada pela autora (2020). 
 
Figura 9 – ANOVA da resistência à tração na flexão 
 TRAÇO
 Traço 1
 TRAÇO
 Traço 2
Idade (dias): 28
T
e
o
r 
d
e
 a
d
it
iv
o
:
T
0
T
0
5
T
1
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
R
e
s
is
tê
n
c
ia
 à
 t
ra
ç
ã
o
 n
a
 f
le
x
ã
o
 (
M
P
a
)
Idade (dias): 56
T
e
o
r 
d
e
 a
d
it
iv
o
:
T
0
T
0
5
T
1
 
Fonte: elaborada pela autora (2020). 
 
 46 
Através dos resultados obtidos no ensaio realizado de resistência à tração na 
flexão, pode-se identificar que as argamassas do Traço 2 apresentaram resistência 
maior do que as argamassas do Traço 1. A única exceção identificada é a argamassa 
do Traço 1 T1, cuja resistência foi superior às demais. Esse resultado necessita de 
uma investigação mais aprofundada com a finalidade de explicar tal comportamento, 
considerando-se a diferença significativa que foi encontrada em relação aos outros 
teores. 
Com base nos dados apresentados na Figura 9, notam-se comportamentos 
diferentes em relação à argamassa T0 de ambos os traços. Além disso, observa-se 
que o Traço 1 T05 obteve menor resistência à tração se comparado ao T0 e que, no 
caso do Traço 2 T05, houve um aumento na resistência, com um comportamento 
inverso no T1 dos dois diferentes traços. O aumento na resistência à tração com o 
uso de cristalizante também foi observado por Jantsch (2015) em sua análise de 
argamassas estabilizadas com a aplicação de aditivo cristalizante. 
Com base nos resultados da ANOVA, na Figura 9 nota-se diminuição da 
resistência à tração na flexão ao longo do tempo em ambos os traços analisados. Em 
seu estudo, Silva, Santos e Almeida (2019) utilizaram o teor de aditivo de 1% de 
diferentes aditivos cristalizantes em concretos de mesmo traço. Os autores 
analisaram, aos 28 e 56 dias, a resistência à tração e, assim como ocorreu nesta 
investigação, um dos aditivos empregados interferiu na resistência, diminuindo em 
27% os resultados, o que justificaria considerar a possibilidade de tal resultado ter sido 
uma anomalia devido à redução significativa observada. Em contrapartida, na análise 
de dois aditivos cristalizantes, Silva, Santos e Almeida (2019) obtiveram um aumento 
na resistência na ordem de 9%. 
Na Tabela 10 encontram-se os resultados médios obtidos aos 28 e 56 dias no 
ensaio de resistência à compressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
Tabela 10 – Resultados médios de resistência à compressão 
Idade Traço Variável 
Teor de aditivo cristalizante 
0% 0,50% 1% 
28 dias 
1:1 
Resistência à compressão (MPa) 17,46 18,92 17,82 
Desvio-padrão (MPa) 0,94 1,45 1,37 
Coeficiente de variação (%) 5,37 7,65 7,67 
1:3 
Resistência à compressão (MPa) 22,53 24,14 23,22 
Desvio-padrão (MPa) 0,74 0,79 2,73 
Coeficiente de variação (%) 3,27 3,25 11,76 
56 dias 
1:1 
Resistência à compressão (MPa) 14,02 14,91 17,54 
Desvio-padrão (MPa) 1,60 0,64 1,38 
Coeficiente de variação 11,38 4,26 7,88 
 1:3 
Resistência à compressão (MPa) 20,06 18,93 18,33 
Desvio-padrão (MPa) 1,95 2,14 1,29 
Coeficiente de variação (%) 9,74 11,29 7,05 
 Fonte: elaborada pela autora (2020). 
 Notas: (-) Não se aplica dado numérico. 
 
De acordo com a ANOVA, apresentada na Tabela 11 e na Figura 10, para a 
resistência à compressão ao longo do tempo (28 e 56 dias), somente o traço e a idade 
exerceram influência significativa na propriedade, assim como a interação entre o 
traço, teor de aditivo e idade. As demais variáveis influenciaram significativamente na 
resistência à compressão das argamassas analisadas. 
 
Tabela 11 – ANOVA da resistência à compressão com diferentes teores de aditivo ao 
longo do tempo 
Variáveis 
Soma 
quadrática 
(SQ) 
Graus de 
liberdade 
(GLD) 
Média 
quadrática 
(MQ) 
Valor

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