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INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

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CENTRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE SANTA JULIANA
INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA
CENTRO CIRÚRGICO
MACEIÓ
2020
APRESENTAÇÃO
O centro cirúrgico é uma área específica que necessita de profissionais altamente preparados e treinados para cumprir o exercício da enfermagem com responsabilidade e competência.
Este livro tem por finalidade ajudar os alunos de enfermagem, auxiliar e técnicos a atuarem nessa área. 
1. CENTRO CIRÚRGICO
O centro cirúrgico é a área específica que necessita de profissionais altamente preparados e treinados para cumprir o exercício da enfermagem com responsabilidade e competência, pois são grandes as implicações para a vida do paciente cirúrgico se não houver pessoas qualificadas na prestação de assistência a esta categoria. O profissional que trabalha em centro cirúrgico necessita tanto da habilidade técnica como do conhecimento sobre princípios de esterilização, manuseio e conservação de equipamentos e materiais, entre outros.
O centro cirúrgico compreende uma área física dentro do hospital destinada a procedimentos invasivos. Como os procedimentos anestésico-cirúrgicos e de recuperação pós-anestésica acontecem no conjunto de ambientes do Centro Cirúrgico (CC), e essa unidade hospitalar precisa ser dotada de uma estrutura física, de pessoal e de material que favoreça o sucesso dos procedimentos, minimizando as ocorrências e situações que possam colocar em risco a integridade física e psicológica do paciente. Uma unidade cirúrgica que conte com uma infraestrutura adequada oferece maior segurança e conforto não só ao paciente, mas também às equipes que aí trabalham, o que, certamente, contribui para êxito da cirurgia.
	O CC deve estar situado em local livre do trânsito de pessoas e de materiais estranhos ao serviço, pois constitui uma área onde, segundo o Ministério da Saúde “existe risco aumentado de transmissão de infecção, se realizam procedimentos de risco e onde se encontram pacientes com o sistema imunológico deprimido”.
	Ao CC chegam pacientes provenientes das várias unidades (Clínica cirúrgica, de Emergência, Ambulatório, Terapia Intensiva). Por isso é preciso que o acesso seja fácil e que haja comunicação direta com outros setores de apoio às cirurgias, tais como banco de sangue, anatomia patológica, serviço de diagnóstico por imagens, lavanderia, almoxarifado e centro de material, caso ele não faça parte do CC.
1.2. ESTRUTURA FÍSICA
	O ambiente cirúrgico precisa possuir canalização de água fria e quente, de oxigênio (O2), de óxido nitroso e de ar comprimido medicinal. Também deve contar com um sistema elétrico com opção de gerador próprio (para caso de falta de energia), coleta de efluentes, telefone, equipamento de combate a incêndio, podendo-se incluir cabeamento para internet e uso de equipamentos de telemedicina.
	O CC precisa ser dotado de uma série de componentes físicos, cujas denominações podem variar em função de fatores como o tamanho do hospital, a filosofia do serviço, o tipo de assistência a ser prestada e a clientela a ser atendida.
De modo geral, as dependências básicas são as citadas a seguir.
1.2.1. Vestuário masculino e feminino
Devem estar situados na entrada do CC, de modo que tanto profissionais quanto outras pessoas que venham da circulação externa só possam entrar na unidade por intermédio deles. Essa localização tem como objetivo possibilitar que os vestiários funcionem como verdadeiras barreiras físicas ao trânsito livre de pessoal. É nos vestiários que os profissionais trocam a roupa pelo uniforme privativo da unidade, que é composto por calça comprida, jaleco, propés, gorro e máscara. Por essa razão, os vestiários precisam dispor de armários para a guarda de uniformes, roupas e outros pertences das equipes, além de sanitários e chuveiros.
1.2.2. Secretaria 
É o local onde é feita a comunicação interna e externa do CC. Precisa contar com mesas, cadeiras e computadores que facilitem a elaboração da programação cirúrgica, de relatórios e levantamentos estatísticos. Como os computadores também possibilitam o preenchimento dos formulários exigidos pelos convênios e outras instâncias, muitas vezes a secretaria contém ou é contígua à área de prescrição médica.
1.2.3. Posto (ou área) de enfermagem
Nesse local é feito o controle administrativo da unidade. Deve, portanto, ser dotado de mesas, cadeiras, telefone e interfone que permitam comunicação efetiva entre os enfermeiros e os componentes da equipe de enfermagem, quer estejam nas salas de operação ou em outra área do CC. Serve também para passagem de plantão e/ou turno).
1.2.4. Área de recepção e transferência 
Espaço onde o paciente é transferido da maca em que cegou para a maca privativa do CC. Essa área deve contar com acesso a oxigênio e vácuo e um sistema de comunicação com as salas de operação e a chefia de enfermagem, além de armários com cobertores e roupa de cama.
1.2.5. Lavabos 
Tanques, geralmente de aço inoxidável, onde a equipe cirúrgica realiza a degermação das mãos e antebraços antes da cirurgia.
1.2.6. Corredores 
Por serem uma área de trânsito no CC, os corredores precisam ter uma largura que permita a passagem d duas macas simultaneamente. Algumas instituições foram projetadas com dois corredores: um interno, por onde circulam o paciente, a equipe cirúrgica e o material esterilizado; e o outro externo, por onde são retirados, das salas de operação, as roupas e os materiais usados no procedimento anestésico-cirúrgico, assim como o lixo resultante.
1.2.7. Sala de guarda de medicamentos e materiais estéreis descartáveis
Como o nome diz, é o local onde são armazenados medicamentos diversos, soluções antissépticas, desinfetantes e materiais estéreis descartáveis, como seringas, agulhas, equipos de soro, luvas, lâminas de bisturi e fios de sultura.
1.2.8. Sala de para estocagem de material esterilizado 
Nela ficam guardados pacotes de campo, aventais cirúrgicos, compressas, gazes, bandejas com instrumental e outros materiais que foram recebidos do Centro de Material e Esterilização e que serão utilizados na montagem das salas de operação.
1.2.9. Rouparia 
Destinada à armazenagem da roupa limpa não estéril utilizada na unidade, como uniformes cirúrgicos, lençóis de mesa cirúrgica e de maca.
1.2.10. Áreas de apoio
A unidade de CC deve contar ainda com outros ambientes de apoio como sala de guarda de aparelhos e equipamentos, sala de guarda de material de anestesia, sala de depósito de cilindros de gases, expurgo, sala de estar, sala de espera para acompanhantes.
1.2.11. Sala de recuperação pós-anestésica
 	Será apresentada no decorrer do módulo.
1.2.12. Sala de operação ou de cirurgia 
Deve ter cantos arredondados para facilitar a limpeza; as paredes, o piso e as portas devem ser laváveis e de cor neutra e fosca. O piso, particularmente, deve ser de material condutivo, ou seja, de proteção contra descarga de eletricidade estática; as tomadas devem possuir sistema de aterramento para prevenir choque elétrico e estar situadas a 1,5m do piso. As portas devem ter visor e tamanho que permita a passagem de macas, camas e equipamentos cirúrgicos. As janelas devem ser de vidro fosco, teladas e fechadas quando houver sistema de ar condicionado. A iluminação do campo operatório ocorre através do foco central ou fixo e, quando necessário, também pelo foco móvel auxiliar).
1.2.13. Áreas restrita, semirrestrita e não restrita 
1.2.13.1. Não restrita - As áreas de circulação livre são consideradas áreas não-restritas e compreendem os vestiários, corredor de entrada para os clientes e funcionários e sala de espera de acompanhantes. O vestiário, localizado na entrada do CC, é a área onde todos devem colocar o uniforme privativo: calça comprida, túnica, gorro, máscara e propés; 
1.2.13.2. Semirrestritas - nestas áreas pode haver circulação tanto do pessoal como de equipamentos, sem contudo provocarem interferência nas rotinas de controle e manutenção da assepsia. Como exemplos temos as salas de guarda de material, administrativa, de estar para os funcionários, copa e expurgo.A área de expurgo pode ser a mesma da Central de Material Esterilizado, e destina-se a receber e lavar os materiais utilizados na cirurgia; 
1.2.13.3. Restrita - o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação (SO) são consideradas áreas restritas dentro do CC; para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e materiais).
Figura 1- Sala de operação com itens básicos
Figura 2- Planta física de um CC
1.3. SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
	Sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) é o local devidamente projetado e equipado para receber o paciente que foi submetido a um tipo de procedimento anestésico-cirúrgico. Aí ele fica em observação até recuperar a consciência e ter os sinais vitais estabilizados.
	Uma equipe de profissionais presta os cuidados que o estado do paciente exige, previne complicações e é capaz de realizar pronto atendimento, caso haja necessidade, uma vez que 1/3 das complicações relacionadas à anestesia desenvolve-se na SRPA, e os outros 2/3 começam na sala de operações e persistem na SRPA.
	A criação das SRPA contribuiu para reduzir a morbidade e a mortalidade dos pacientes submetidos os procedimentos anestésico-cirúrgicos, diminuindo também o período de hospitalização.
	O técnico em enfermagem tem várias atribuições na SRPA. Entre elas citamos:
· Preparar, sob orientação do enfermeiro, a cama ou a unidade do paciente de acordo com a cirurgia, a anestesia e o estado do paciente.
· Admitir o paciente em recuperação pós-anestésica em conjunto com o enfermeiro.
· Prestar cuidados de enfermagem ao paciente que foi designado pelo enfermeiro, cumprindo a prescrição médica e de enfermagem.
· Avaliar o estado do paciente
· Comunicar ao enfermeiro as condições do paciente e, em especial, as eventuais intercorrências.
· Realizar a alta e a transferência do paciente para sua unidade de origem, zelando por sua segurança, principalmente durante as mobilizações.
· Manusear os equipamentos corretamente, tendo o cuidado de limpá-los após o uso.
· Manter a ordem e a limpeza no setor, zelando pela segurança do ambiente, do paciente e da equipe multiprofissional.
· Opinar a respeito dos processos de trabalho realizados no setor, sugerindo melhoras contínuas.
· Participar ativamente de reuniões e treinamentos realizados pelo enfermeiro, sugerindo assuntos a serem abordados.
1.4. EQUIPAMENTOS DO CENTRO CIRÚRGICO
	Os equipamentos de um CC são considerados fixos e móveis.
· Fixos: são aqueles equipamentos adaptados à sala de cirurgia, tornando-se fixos nas salas, e geralmente padronizados em todas, entre eles, armário, balcão, painel de controle para oxigênio, vácuo, ar comprido e mais uma saída para gás, tomadas em voltagens diferentes (112 e 220 V) e identificadas, negatoscópio, foco central, ar condicionado, suporte de soro fixo.
· Móveis: são aqueles equipamentos úteis para todas as salas e podem ser deslocados, entre eles: mesas auxiliares e de mayo, mesa para instrumental, caixas de extensão, suporte de soro, suporte se braço, bancos giratórios, mesa de cirurgia, suporte para ramper, foco auxiliar, aparelho de anestesia, aspirador, bisturi, monitores, microscópio de vídeo.
1.4.1. MATERIAIS
 	Para iniciar uma cirurgia, alguns materiais são básicos e essenciais, entre eles:
· Pacote de eventuais: roupas específicas para equipe que irá atuar.
· Pacote de Lao: são campos operatórios, em tamanhos e medidas padrão.
· Pacote impermeável: é um campo, geralmente de borracha, impermeável, que o instrumentador usa para a mesa; também pode ser descartável.
· Pacote de compressas grandes e pequenas: são materiais de tecido absorvente, utilizados durante o ato cirúrgico, para absorver o sangue da área operada.
· Cúpulas, cuba-rim, bacias: materiais de diversos tamanhos de inox, utilizados de acordo com a necessidade de cada ato cirúrgico.
· Caixas de instrumentais: geralmente as salas são preparadas com uma caixa básica, ou seja, de instrumental básico para qualquer ato cirúrgico, e uma caixa de instrumental especifica para o ato cirúrgico.
· Bandeja para material de anestesia: essa bandeja deve conter todo material necessário para a anestesia do paciente, e deve ir acompanhada de bandeja especifica para cada anestesia.
· Os armários devem conter todo material de uso da enfermagem, como: equipamentos, soro, material para acesso venoso, sondas, seringas, agulhas etc.
· Soluções: PVPI, álcool 70%, clorexidina e outros
· Material para curativo: adesivos – esparadrapos, micropore; e específicos – malha tubular, tegaderm, atadura de gesso e outros.
1.5. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
	 A central de Material Esterilizado (CME) compreende uma unidade de apoio técnico a todas as áreas do hospital, responsável pelo processamento dos artigos, como instrumental, roupas e outros.
 	 A resolução RDC nª 307, de 14 de novembrode 2002, considera CME “uma unidade de apoiotécnico, que tem como finalidade o fornecimento de artigos medico-hospitalares adequadamente processados, proporcionando, assim, condições para atendimento direto e a assistência á saúde dos indivíduos enfermos e sadios”.
	A maior parte dos hospitais integra o Centro de Material e Esterilização (CME) à área do CC. Entretanto, há uma tendência em desvinculá-lo do ambiente físico do CC, porque o CME é responsável por fornecer produtos para a saúde adequadamente processados não apenas para as cirurgias, mas também para as demais unidades da instituição.
	Na Central de Material Esterilizado (CME) é realizado o preparo de todo o material estéril a ser utilizado no hospital. Para tanto, é composta pelas áreas de recepção, limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição dos materiais esterilizados utilizados pela equipe de saúde no atendimento ao cliente. Na estrutura do estabelecimento de saúde, a CME é uma unidade importante porque oferece à equipe de saúde materiais estéreis em condições adequadas ao seu desempenho técnico, bem como proporciona ao cliente um atendimento com segurança e contribui para que a instituição proporcione uma assistência com efetiva qualidade. Alguns estabelecimentos de saúde preparam e acondicionam os materiais que cada unidade utiliza de forma descentralizada; outros, centralizam todo o seu material para preparo na Central de Material – o qual, geralmente, constitui-se no método mais comumente encontrado. Uma outra tendência é a terceirização da esterilização de materiais, principalmente por óxido de etileno, haja vista a necessidade de condições de segurança especiais para sua instalação e manuseio. Esta centralização do processo - limpeza, seleção, acondicionamento, esterilização e distribuição do material esterilizado para as unidades e centro cirúrgico – apresenta a vantagem de padronização das técnicas de processamento de material estéril, contribuindo para a qualidade deste e favorecendo a economia de pessoal, material e tempo.
1.5.1. ESTRUTURA FÍSICA
	A infraestrutura física desses ambientes, assim como os equipamentos e materiais que fazem parte deles, devem estar em acordo com os regulamentos técnicos dispostos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária- Anvisa.
· Área para recepção, separação e limpeza de artigos:
Como o nome sugere, é o local onde são recebidos e lavados os artigos provenientes das diversas unidades, especialmente do CC. É aí também que o material é separado, de acordo com a rotina estabelecida pelo setor. Por ser considerada suja, essa área deve ser separada e isolada, principalmente da área de distribuição do material esterilizado. Por essa mesma razão, o funcionário que nela trabalhar deverá utilizar paramentação adequada.
· Áreas fundamentais (Composta por vários ambientes):
· Área para recepção de roupas limpas: Nesse local são recebidas as roupas limpas provenientes da lavanderia, para posterior empacotamento e esterilização.
· Área para preparo de artigos e roupas limpas: Nessa área se realizam-se o preparo e o acondicionamento do material a ser esterilizado. Dependendo da organização e do tamanho d hospital, aárea de preparo pode ser formada por várias bancadas. O importante é que haja um espaço especial para cada tipo de material. Assim, é possível encontrar uma sala para o preparo de roupas, do material de anestesia, de material variado.
· Área para esterilização e desinfecção: Onde se realiza a esterilização ou desinfecção por meio dos diversos métodos, devendo conter os equipamentos e as instalações necessários para tal.
· Sala de armazenagem e distribuição de artigos desinfectados ou esterilizados: É a partir dessa sala que os materiais desinfectados ou esterilizados, inclusive os descartáveis, são encaminhados às diversas unidades do hospital. Enquanto não são requeridos, os artigos ficam armazenados em prateleiras, preferencialmente fechadas.
· Ambientes de apoio (Além das áreas fundamentais e já descritas, são necessários, ainda, outros ambientes chamados de apoio):
· Sala administrativa: Local onde um enfermeiro realiza o controle administrativo do CME.
· Almoxarifado ou sala de reserva: Onde se guarda o material de consumo, como gaze em fola e em rolo, algodão, agulhas, fitas adesivas, fitas teste etc. Ter um almoxarifado próprio do CME só se justifica se o almoxarifado do hospital estiver localizado muito distante da unidade.
· Vestiários masculino e feminino: Devem ser dotados de sanitários e chuveiro para uso das equipes, além de armários para a guarda de uniformes, roupas e outros objetos de uso pessoal.
· Sala de estar: Local onde trabalhadores podem usufruir alguns momentos de descanso durante o turno de trabalho. É interessante que esteja acoplada a uma pequena copa.
· Depósito de material de limpeza: Pode ser comum às áreas “limpas” e “suja”, se o acesso a ele for externo. Em todas as áreas do CME devem estar disponíveis, além de pias para lavagem das mãos, dispensadores de solução alcoólica em gel a 70%.
1.5.2. O TRABALHO DA ENFERMAGEM NO CME
	Vamos iniciar relembrando alguns conceitos básicos oriundos da microiologia e diretamente relacionados às atividades realizadas no CME. Depois relacionaremos tais conceitos com a classificação dos artigos, segundo seu risco pontencial de transmitir infecções para os pacientes. Acreditamos que, dessa maneira, os futuros profissionais compreenderão melhorar a razão de ser dos cuidados específicos relacionados à prevenção e ao controle da infecção hospitalar.
1.6. O PROCESSO CIRÚRGICO
O processo cirúrgico, que compreende as etapas pré, trans e pós-operatórias, traz à tona inúmeros sentimentos ao paciente, incluindo principalmente a ansiedade, o medo e suas dúvidas. Esses sentimentos sempre estão presentes, uma vez que a cirurgia por menor que seja representa um evento complexo, causador de estresse e que normalmente está associado ao desenvolvimento de riscos de complicações secundárias tanto ao agente anestésico, ao tipo de procedimento realizado, à idade do paciente ou às suas condições clínicas coexistentes (TENANI, PINTO; 2007).
Além desses fatores, considera-se a própria hospitalização como uma variável traumatizante para o cliente, já que é capaz de provocar-lhe a ruptura da sua rotina, modificar seus hábitos e costumes, além de proporcionar o afastamento do indivíduo do seu ambiente familiar. É relevante reconhecer que ao se submeter a um procedimento cirúrgico, o ser humano tem suas funções orgânicas e psicológicas sujeitas a alterações. Seja devido à anestesia, ao próprio ato cirúrgico em si, ou devido alterações permanentes decorrentes do procedimento, mas principalmente, porque envolve mudança da rotina diária, afastando o indivíduo de suas atividades, expondo-o ao estresse de uma hospitalização
1.6.1. O PACIENTE CIRÚRGICO
Um paciente se torna cirúrgico após a avaliação pelo médico de sua história clínica, seus exames, seu diagnóstico inicial e suas condutas já realizadas. Ao saber que seu caso se tornou cirúrgico, o paciente enfrenta uma serie de dúvidas sobre a cirurgia, devendo ser esclarecidas antes de ir para o Centro Cirúrgico (CC). Entre elas, estão:
· Informação insuficiente ou inadequada quanto ao ato cirúrgico e ao agente anestésico;
· Desconhecimento de um CC ou até mesmo do interior de um hospital;
· Causa ansiedade e até mesmo depressão;
· Medo quanto ao resultado esperado da cirurgia;
· Preocupação quanto à infecção hospitalar ou até mesmo o que ela representa.
	Sabemos que a cirurgia reduziu significativamente as doenças, e que seu processo é planejado e irá alterar os processos fisiológicos do corpo, na tentativa de diminuir ou eliminar a doença. Mas, geralmente a palavra “cirurgia”, para muitos, é um termo assustador. Mesmo para aquelas pessoas mais preparadas, trata-se de “invasão de privacidade”, por isso é preciso que a equipe médica e de enfermagem transmita ao paciente segurança e conforto. Daí a necessidade de a enfermagem conhecer e ocupar seu espaço no CC.
	Diante do desconhecimento, que é o ato cirúrgico, o paciente desenvolve alguns efeitos negativos quanto á cirurgia. Como estresse, aumento do risco de infecção, as mudanças no corpo, alterando sua imagem, preocupação excessiva quanto à civilização, dificuldade no estilo de vida já constituído, efeitos sobre sua profissão, alterando seu desempenho.
	A principal deles é o estresse, pois pode alterar todo o estado psicológico e emocional do paciente, podendo provocar anseio e receio, associação á dor e outras complicações.
	A partir do momento que a equipe cumpre seu papel, orientando o paciente quanto aos procedimentos a serem realizados, o paciente terá melhores condições de colaborar e participar de todo planejamento que foi realizado para ele.
	Embora exista um grande número de unidades ambulatórias, em que a cirurgia ambulatorial predomina, as cirurgias são geralmente realizadas em hospitais ou clinicas especializada, nas quais o paciente esteja previamente internado.
1.6.2. PREPARO DO PACIENTE CIRÚRGICO
	Os cuidados de enfermagem a serem planejados e realizados variam de paciente para paciente, de acordo com a cirurgia proposta e realizada, bem como grau de dependência de cada um, visando ás necessidades básicas afetadas de cada individuo. Esses cuidados são planejados pela enfermeira, através de SAE e das normas e rotinas existentes em sua instituição de trabalho, e devem ser realizados e checados pelo auxiliar ou técnico responsável pelo paciente.
 É importante lembrar que todo procedimento a ser realizado deve ser esclarecido ao paciente, facilitando assim sua colaboração.
 Além dos cuidados, as necessidades afetadas, o paciente cirúrgico requer cuidados específicos de acordo com cirurgia que realizou. Chamamos essa assistência de enfermagem de perioperatória, que é o conjunto a serem prestados nas fases pré-operatória e pós-operatória.
 Qualquer que seja o profissional de enfermagem e a fase operatória em que o paciente se encontra, a responsabilidade da equipe consiste em proporcionar uma assistência de enfermagem segura e eficiente.
 O preparo psicológico do paciente é de extrema importância, pois qualquer acontecimento não esperado resulta em reação emocional tanto para o paciente como para seus familiares, como por exemplo, o tempo de espera que pode haver para realização da cirurgia já com o paciente dentro do CC, daí a necessidade de explicar tudo para o paciente antes de sua internação, e esclarecer todas suas dúvidas quando internado, antes da cirurgia.
1.6.3. PRÉ-OPERATÓRIO
	O período pré-operatório abrange desde o momento pela decisão cirúrgica até a transferência do cliente para a mesa cirúrgica; a partir desse momento inicia-se o trans e intra-operatório, que termina com a saída do cliente do centro cirúrgico; o pós-operatório vai desde o momento da recepção do cliente que retornou da cirurgia até a alta médica. Esse período tem como objetivo geral preparar física e psicologicamente o paciente para a cirurgia e também cuidar dos aspectos psicológicos que envolvem a família.
	O período pré-operatório divide-se em:
a) Mediato: No pré-operatório mediato o cliente é submetido a exames que auxiliam na confirmação do diagnósticoe que auxiliarão o planejamento cirúrgico, o tratamento clínico para diminuir os sintomas e as precauções necessárias para evitar complicações pós-operatórias, ou seja, abrange o período desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior à mesma; Dois preparos importantes fazem parte dessa fase. São eles: 
· Preparo psicoespiritual: Explicar ao paciente todo o procedimento que envolve a cirurgia, desde aos exames antecedentes, como os procedimentos propriamente ditos, como por exemplo, as lavagens intestinais, a tricotomia, as sondagens, algum medicamento específico.
· Diminuir a preocupação com anestesia e o anestésico a ser feito. Tentar esclarecer suas dúvidas quanto a eles.
· Diminuir a preocupação e o medo quanto á dor e á morte.
· Explicar como será sua ida ao Centro Cirúrgico e como funciona o ambiente, tentando tranquilizá-lo.
· Manter o ambiente calmo e tranquilo.
· Explicar como será seu retorno do Centro Cirúrgico, e as primeiras sensações que podem ocorrer.
· Atender também as necessidades dos familiares ali presentes esclarecendo suas dúvidas
· Preparo físico
· Realizar um exame físico na admissão do paciente, observando e anotando “pontos” que podem desencadear negativamente na cirurgia; como, por exemplo, a idade, hipertensão, ausência se um membro ou acuidade, como a cegueira.
· Providenciar o preparo de exames complementares
· Função respiratória: manter sua respiração boa, orientar para evitar o fumo algumas semanas antes do procedimento; orientar a realizar exercícios respiratórios.
· As funções cardiovascular, hepática e renal, endócrina e imunológico devem ser também avaliados, para não termos complicações, como, por exemplo, ser comunicado anteriormente á equipe médica problemas alérgicos ou com fígado, uma vez que este tem função direta nos anestésicos. 
· Atenção aos idosos, pois suas funções cardíacas são menores, bem como a hepática é deprimida e a gastrintestinal é reduzida. Os idosos são em geral considerados pacientes de maior risco cirúrgico.
b) Imediato: O período imediato corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para o ato cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e aplicação de medicação pré-anestésica. 
	 Nesta fase o paciente está parcialmente anestesiado, uma vez que já deve ter sido administrado o pré-anestésico no quarto, antes de ser encaminhado ao Centro cirúrgico. O cuidado deve ser redobrado, pois ele se encontra fora de seu estado normal de percepção, o que pode ser prejudicado se a enfermagem não der a atenção adequada paciente.
· Orientação quanto exercícios que podem ser realizados no pós-operatório.
· Mudança de posição no leito para ativar e melhorar a circulação.
· Orientação quanto a jejum e seu objetivo principal é prevenir aspiração para o pulmão, caso apresente vomito, o que pode ser normal.
· Preparo da pele para reduzir a bactéria preexistente.
· Preparo intestinal, prevenindo a eliminação de fezes na sala.
· Higiene corporal e sua importância.
· Cuidados com o cabelo, unhas, adereços como joias.
· Administrador o pré-anestésico.
· Anotar e checar todo procedimento realizado.
· Transportar o paciente ao Centro Cirúrgico quando solicitado.
1.6.4. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO
	Na atenção ao paciente pré-cirúrgico, a equipe de enfermagem é responsável pelo seu preparo, estabelecendo e desenvolvendo diversas ações de cuidados de enfermagem, de acordo com a especificidade da cirurgia. Esses cuidados, por sua vez, são executados de acordo com conhecimentos especializados, para atender às necessidades advindas do tratamento cirúrgico. Estes cuidados incluem, ainda, orientação, preparo físico e emocional, avaliação e encaminhamento ao centro cirúrgico com a finalidade de diminuir o risco cirúrgico, promover a recuperação e evitar complicações no pós-operatório, uma vez que estas geralmente estão associadas a um preparo pré-operatório inadequado.
	A equipe de enfermagem deve lidar com vários aspetos pertinentes á competência técnica, ao relacionamento e aos recursos materiais, além da interação com o paciente e sua família. “O medo do desconhecimento e a ansiedade são fatores agravantes” tanto para o paciente como para o ambiente e a equipe.
	O auxiliar ou técnico de enfermagem que optar por atuar em Centro Cirúrgico (C.C) deve estar bem preparado para assumir tal setor. Por se tratar de um setor específico o profissional técnico deve ser treinado por um enfermeiro para assumir e desempenhar seu papel quer seja como circulante de sala, instrumentador ou auxiliar de anestesista.
	Dentre as funções exercidas pelo profissional de enfermagem, ele também precisa conhecer os efeitos da cirurgia sobre as necessidades básicas do paciente. Entre elas:
· Necessidades de oxigenação: o oxigênio é a preocupação prioritária da equipe, pois durante uma anestesia geral, o Sistema Nervoso Central (SNC) é deprimido e ocorre o relaxamento da musculatura, por isso é necessário aplicar uma via respiratória artificial.
· Temperatura: os anestésicos, em geral, causam vasodilatação e consequentemente perda da temperatura corpórea, ocorrendo calafrios.
· Necessidade hidroeletrólitos: durante o ato cirúrgico ocorre perda de líquidos orgânicos pelos vasos sanguíneos, pelas células e pelos tecidos que foram seccionados, e também perda de potássio (K), que em grande quantidade é liberado pelas células lesadas.
· Necessidade institucional: o organismo aumenta sua força, para poder reparar o tecido que foi lesado, por isso, a necessidade de aumentar a ingestão de proteínas.
· Eliminação: a perda de líquido que ocorre durante a cirurgia estima a secreção do hormônio antidiurético, para reduzir a eliminação de urina, acarretando também a retenção de sódio (NA). Por isso uma oligúria relativa é comum até três dias pós-operatório. Já no gastrointestinal o período pode ser maior, pois ocorre uma diminuição na ingestão de sólidos, não tendo volume suficiente para a estimulação do intestino.
· Conforto, repouso e sono: a dor pode interferir no conforto, repouso e sono do paciente; dependendo do órgão lesado, a dor é inevitável mesmo com uso de medicamentos, o que pode complicar o pós-operatório.
· Movimento e exercício: qualquer paciente cirúrgico tem sua mobilidade afetada, quer seja pela anestesia realizada ou pelo órgão seccionado. O tecido lesado requer um período longo para ser restaurado e a dor, mais uma vez, afeta essa necessidade.
· Necessidades sensoriais: qualquer tipo de anestésico ou até mesmo os sedativos (pré) e analgésicos (pós), que são utilizados para o ato cirúrgico, causam depressão sensorial, causando inconsciência durante o ato cirúrgico, confusão e até desequilíbrio.
· Proteção e segurança: o auxiliar ou técnico deve dar uma atenção especial a esta necessidade, pois enquanto o paciente estiver sob o efeito do anestésico, sua percepção estará afetada e consequentemente, não poderá ser capaz de cuidar de sua própria segurança.
· Segurança e autoestima: é outra necessidade afetada, pois está relacionada ao medo, à ansiedade, ao estresse, podendo levar o paciente a se questionar quanto a sua forma física, quanto a sua aceitação na sociedade; daí a necessidade de proporcionar ao paciente assistência, conforto e tranquilidade após a cirurgia.
1.6.5. CONSENTIMENTO E O ATO CIRÚRGICO
	O consentimento livre e esclarecido, por escrito, é necessário para a realização de toda e qualquer cirurgia, exceto a de emergência, pois nessa o paciente corre o risco de morte, e a cirurgia poderá ser realizada como uma medida salvadora, mesmo sem o consentimento, conforme orientam os Códigos de Ética do Profissional.
	Pode acontecer do paciente se recusar a ser submetido a um procedimento cirúrgico, apesar das explicações recebidas. Ele possui legalmente esse direito. Caberá a enfermagem documentar e transmitir a decisão ao cirurgião, e ambos deverão respeitá-la, pois certamente foi baseada em crenças, aspirações e valores diferentes dos adotados pelos profissionaisde saúde.
1.6.6. TRANSOPERATÓRIO
Transoperatório se inicia quando o paciente é recebido no Centro Cirúrgico (CC) e vai até o momento em que ele é encaminhado à sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). Considera-se como intraoperatório o período em que o paciente, já na sala de operação (SO), é submetido à cirurgia.
Nesta fase o paciente costuma chegar ao CC em estado de “alerta”, geralmente demostra “medo”, por mais que tenha sido orientado quanto ao procedimento e a tudo que o cerca. O “imaginário” está mais ativo nesta fase. A enfermagem deve ficar atenta ao paciente e confortá-lo no que for necessário para que sua ansiedade diminua.
O técnico em enfermagem que desempenha a função de instrumentador cirúrgico primeiramente deve saber em que SO irá trabalhar e quais as operações previstas para sua sala. Caso não conheça a rotina dos cirurgiões, ele precisa informar-se a respeito dos fios cirúrgicos, agulhas, materiais e equipamentos especiais requeridos pelas cirurgias previstas.
	Quando a cirurgia termina, encerra-se e período transoperatório. Tem início, então, o pós-operatório, terceira etapa da experiência cirúrgica vivenciada pelo paciente. Essa fase compreende todo o período que se segue à cirurgia e vai até a última consulta com o cirurgião.
	O período do pós-operatório é variável em função da complexidade da cirurgia e de outras circunstâncias, como o estado do paciente, possíveis complicações, entre outros, e pode durar até vários meses.
	Essa etapa subdivide-se em recuperação pós-anestésica, pós-operatório imediato, pós-operatório mediato e pós-operatório tardio.
1.6.7. RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
	Essa fase tem início com a chegada do paciente à sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) e termina quando ele deixa esse local. Nessa fase, os cuidados de enfermagem visam ajudar no restabelecimento do equilíbrio fisiológico do paciente, no alívio da dor, nos frequentes desconfortos consequentes à cirurgia e prevenir e debelar complicações. Para que esses objetivos possam ser atingidos, é fundamental que o paciente chegue à SRPA acompanhado de todas as anotações relativas aos períodos pré e transoperatório, feitas em instrumentos próprios.
	Ao receber o paciente na SRPA, o auxiliar ou técnico de enfermagem deve acompanhar e observar o seguinte:
· Estado geral do paciente: Verificar nível de consciência, sinais vitais, oxigenação, local de incisão cirúrgica, tipo de curativo e aspeto, locais de dreno e condições dele, acesso venoso e tipo de medicamento infundido;
· Verificar a cirurgia realizada e a equipe que atuou;
· Verificar o anestésico utilizado, bem como a quantidade e o tempo;
· Verificar se durante o ato cirúrgico houve algum tipo de intercorrência, como hemorragia, hipotensão e outros;
· Anotar as intercorrências;
· Seguir a prescrição e orientação do anestesista.
	O paciente permanece na SRPA até que tenha passado o efeito anestésico, ou parte dele, de acordo com a evolução de seu quadro e avaliação do anestesista; é importante a enfermagem saber que além do efeito anestésico, a pressão deve estar estável, a respiração deve ter se normalizado sem o uso de oxigênio e o nível de consciência deve estar parcialmente recuperado. Veja a seguir o índice de recuperação pós anestésica Aldrete e Korulik:
 
	Durante a permanência do paciente na SRPA, auxiliar ou técnico de enfermagem deve estar atento a qualquer intercorrência, especificamente quanto a:
· Queda de PA e pulso, pois pode ser indicação de sinais de choque
· Alteração na oxigenação
· Alteração no nível de consciência 
· Vômitos 
· Dor intensa
· Desconforto generalizado
· Distensão abdominal
	Toda e qualquer intercorrência deve estar bem anotada, e deve ser comunicada imediatamente ao anestesista, para que ele possa avaliar o paciente e tomar as medidas necessárias. O auxiliar ou técnico de enfermagem só pode liberar o paciente para os eu setor de origem quando houver alta da SRPA prescrita pelo anestesista; deve ser anotado o horário de saída do paciente, bem como as condições em que ele se encontra para quem está sendo entregue.
	Assim como em todos os setores em que há atuação da enfermagem, os cuidados de enfermagem devem seguir as normatizações e rotinas locais, inclusive a SAE.
	A equipe de enfermagem deve ser treinada e habilitada para prestar cuidados de alta complexidade e individualizados ao paciente no período pós-operatório imediato, assegurando a prevenção de riscos e complicações decorrentes do ato anestésico-cirúrgico.
1.6.8. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
Vai da alta do paciente da SRPA até as primeiras 24h após a cirurgia, mesmo que ele já tenha deixado o hospital. Em geral, nessa fase, o paciente encontra-se outra vez na UCC. Segue alguns cuidados básicos para essa fase:
· Transferência do paciente da maca para o leito;
· Mantê-lo aquecido;
· Manter a função respiratória favorável;
· Observar nível de consciência ;
· Orientar o paciente quanto ao local em que se encontra. Se está na SRPA ou já foi transferido para seu quarto;
· Tranquilizá-lo quanto á cirurgia que realizou e sua desenvoltura;
· Atenção especial a drenos, sondas, curativos e infusão venosa;
· Observar as necessidades básicas afetadas e trabalhar assistência específica;
1.6.9. PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO
	Começa ao final das primeiras 24 horas após a cirurgia e vai até a alta hospitalar. O tempo de internação vai depender do tipo de operação e da evolução do paciente.
	Os cuidados de enfermagem, tanto no pós-operatório imediato quanto no mediato, têm por objetivo ajudar o paciente se recuperar totalmente dos efeitos da anestesia, avaliar seu estado fisiológico, controlar a dor, prevenir complicações e incentivar o autocuidado a fim de que o paciente possa se reintegrar à vida familiar e às suas atividades normais o mais rapidamente possível.
1.6.10. PÓS-OPERATÓRIO TARDIO
	Tem início com a alta hospitalar e dura o tempo que o paciente precisar de atenção especial. É nessa fase que ele retorna à consulta para avaliação da cirurgia e sua eficácia. É também nessa fase que os pontos são retirados, o que acontece em média, sete a dez dias após a cirurgia. O ideal é que o paciente continue recebendo assistência, seja por visitas domiciliares ou acompanhamento ambulatorial. Dessa forma é possível avaliar como está sendo realizado o autocuidado, favorecendo uma recuperação sem complicações.
2. ATUANDO NA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NO PRÉ-OPERATÓRIO 
	O preparo físico do cliente é importante para o bom andamento do ato cirúrgico, bem como para evitar complicações posteriores ao mesmo. Evitar estas complicações requer alguns cuidados de enfermagem específicos relacionados com o preparo intestinal, vesical e da pele, além de uma avaliação da equipe, do ambiente e do cliente para prevenir a ocorrência de infecções.
	 Em vista da maior incidência de infecções hospitalares nos clientes cirúrgicos, o pessoal de enfermagem pode contribuir para sua prevenção utilizando uniformes limpos e unhas curtas e limpas, lavando as mãos antes e após cada procedimento, respeitando as técnicas assépticas na execução dos cuidados, oferecendo ambiente limpo e observando os sinais iniciais de infecção. A ocorrência ou não de infecção no pós-operatório depende de vários fatores, mas principalmente da quantidade e virulência dos microrganismos e da capacidade de defesa do cliente. O uso de esteroides, desnutrição, neoplasias com alterações imunológicas e clientes idosos ou crianças pequenas são fatores de risco de infecção no pós-operatório devido à redução na capacidade imunológica. Outros fatores são o diabetes mellitus, que dificulta o processo de cicatrização; a obesidade, em vista da menor irrigação sanguínea do tecido gorduroso; o período pré-operatório prolongado, que faz com que o cliente entre em contato maior com a flora hospitalar; e infecções no local ou fora da região cirúrgica, que podem causar contaminação da ferida operatória. O risco de infecção cirúrgica pode ser diminuído quando se trata ou compensa as doenças e os agravos que favorecem a infecção,tais como a obesidade, focos infecciosos, presença de febre e outros. Também no pré-operatório imediato alguns cuidados são implementados, tais como o banho com antissépticos específicos (clorexidina ou solução de iodo PVPI) na noite anterior e no dia da cirurgia, tricotomia, lavagem intestinal, retirada de objetos pessoais, próteses e outros. 
a)Esvaziamento intestinal: O esvaziamento intestinal no pré-operatório diminui o risco de liberação do conteúdo intestinal durante a cirurgia, provocado pelo efeito de medicamento relaxante muscular. 
b) Esvaziamento da bexiga: Recomenda-se seu esvaziamento espontâneo antes do pré-anestésico. Em cirurgias em que a mesma necessite ser mantida vazia, ou naquelas de longa duração, faz-se necessário passar a sonda vesical de demora, o que é feito, geralmente, no centro cirúrgico. 
c) Preparo da pele: O banho e a rigorosa limpeza da região onde será feita a incisão cirúrgica devem ser realizados para diminuir a possibilidade de contaminação. De acordo com o tipo de cirurgia, o cliente pode necessitar ser encaminhado para a cirurgia sem pelos na região operatória, sendo então necessária uma tricotomia da região. Existem controvérsias se a tricotomia aumenta ou diminui o potencial de infecção da ferida operatória. Por esse motivo, recomenda-se que sua realização ocorra o mais próximo possível do momento da cirurgia (no máximo 2 horas antes) ou no próprio centro cirúrgico, em menor área possível e com método o menos agressivo. Também há controvérsia em relação às áreas da tricotomia, que variam conforme as técnicas e tecnologias usadas no processo cirúrgico. Entretanto, existem cirurgias nas quais a tricotomia é absolutamente necessária, como as cranianas. Para exemplificar, listamos as áreas de tricotomia segundo a região da cirurgia: 
· Cirurgia craniana – raspa-se o couro cabeludo total ou parcialmente, e o pescoço. Nas cirurgias de pescoço, deve-se incluir o colo e as axilas; 
· Cirurgia torácica - raspa-se os pelos do tórax anterior e posterior até a cicatriz umbilical, podendo-se estender tal processo até a axila e região inguinal;
· Cirurgia cardíaca - as áreas a serem raspadas são o tórax, metade do dorso, punhos, dobras dos cotovelos e região inguinal, acrescentando-se a face interna das coxas quando das cirurgias de revascularização do miocárdio;
· Cirurgia abdominal - recomenda-se a tricotomia da região mamária até a região pubiana anterior (posterior no caso das cirurgias renais); nas cesáreas e cirurgia abdominal via baixa, raspa-se a região pubiana;
· Cirurgia dos membros – raspa-se o membro a ser operado, acrescentando-se ou não as regiões axilar e pubiana. 
· Realizando a tricotomia (rever marcador das cirurgias anteriores para não ficar igual).
	Antes de iniciar a tricotomia em áreas de grande pilosidade, recomenda-se cortar o excesso de pelo com uma tesoura.
3. BIOSSEGURANÇA- TRABALHADORES E PACIENTES
	Segundo o Ministério da Saúde, biossegurança “é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o ambiente”.
	Sem dúvidas o paciente é uma das principais fontes de microrganismos nos serviços de saúde, especialmente no ambiente hospitalar. Entretanto, compete a quem trata ou cuida, como é o caso da enfermagem, evitar a infecção cruzada.
4. PARAMENTAÇÃO E DEGERMAÇÃO CIRÚRGICA 
A Paramentação e a Degermação da equipe cirúrgica exigem a realização de procedimentos específicos executados em passos padronizados e com observação rigorosa dos princípios científicos com atenção para a biossegurança. Vale ressaltar que o uso da paramentação cirúrgica objetiva principalmente a proteção dos clientes/pacientes contra contaminação do sítio cirúrgico por microrganismos liberados pelo ambiente, pessoas, materiais e equipamentos em sala de operações (SO). Com a ênfase atual na proteção também dos profissionais contra exposição ao sangue e outros fluidos, essas barreiras ganharam nova dimensão, sendo objeto de inúmeras investigações para a sua melhor qualificação.
	Uma avaliação da paramentação deve começar pelas respostas às questões: 
a) O que é paramentação cirúrgica? 
	A paramentação é um conjunto de barreiras contra a invasão de microrganismos nos sítios cirúrgicos dos clientes/pacientes e para proteção de exposição dos profissionais a sangue e outros fluidos orgânicos de clientes. Constituem-se de: propés, uniforme privativo (jaleco e calça), gorro, máscara, capote , luvas estéreis e protetor ocular. 
b) a paramentação é realmente necessária para prevenir riscos biológicos em cirurgia?
	A infecção no cliente/paciente caracteriza-se pela sua variedade quanto aos agentes etiológicos e formas de transmissão. A infecção do sítio cirúrgico é uma das causas mais comuns de infecção hospitalar. Apesar de se manifestar após a cirurgia, a maior chance de contaminação é durante a cirurgia, já que os sítios anatômicos são invadidos por tempo prolongado, com intensa manipulação. Portanto, é durante a cirurgia que o controle de infecção deve ser redobrado. A maioria das infecções que acometem o paciente são provocadas pela flora humana (endógena). Em SO ela origina-se do próprio paciente e dos profissionais, além do ar ambiente, materiais e equipamentos. As vias onde o paciente está mais susceptível são: contato (direto e indireto), aérea (gotículas e aerossol) e veículo comum. 	Os riscos nos profissionais também existem. A principal forma de transmissão é o contato com sangue e outros fluidos do cliente.	O reconhecimento dos modos de transmissão em SO para clientes/ pacientes e profissionais e os riscos decorrentes justificam plenamente a utilização da paramentação. Do lado dos pacientes, contendo a liberação dos microrganismos da sua própria flora e evitando sua transmissão por contato, gotículas e ar ambiente nos sítios invadidos. Do lado dos profissionais, evitando o contato de pele e mucosas com o sangue e outros fluidos do paciente. 
c) Se ela é necessária, quais os critérios para considerar seu uso adequado? 
	A paramentação adequada se refere tanto às especificações técnicas de sua confecção, quanto à forma como é utilizada.
4.1. PARAMENTAÇÃO I E II
	O uso adequado da paramentação inicia-se pela sequência de sua colocação, quando a touca, seguida do pijama cirúrgico (blusa e calça comprida), são colocados no vestiário. O propé é calçado ao sair do vestiário ou da área comum de pessoas sem propés. A máscara, transportada no bolso do uniforme (e não no pescoço, para evitar sua colonização antecipada), é usada por todos os membros da equipe apenas para entrar na área restrita (SO). Os outros componentes da paramentação são colocados quando se inicia a cirurgia, conforme a função de cada categoria e o momento do ato operatório. Os óculos são usados em toda a cirurgia por cirurgiões e instrumentadores; em alguns momentos, por anestesistas e circulantes (em procedimentos com risco de respingos de substâncias orgânicas como indução anestésica, aspiração, etc.). O avental (ou capote cirúrgico) é vestido pelos cirurgiões e instrumentadores na SO, após a degermação e secagem das mãos, permanecendo até o final das cirurgias. As luvas são calçadas pelos cirurgiões e instrumentadores, em seguida aos aventais. Os anestesistas e circulantes calçam luvas em situações específicas (realização de procedimentos assépticos ou em que há riscos de exposição ocupacional com substâncias orgânicas dos clientes). Tais componentes não devem ser usados fora da área restrita. Joias (adornos) não são recomendadas.
4.2. Paramentação I:
1)Touca: barreira de proteção contra microrganismos do cabelo e couro cabeludo, em tamanho adequado para a cobertura total do cabelo e sem solução de continuidade (furos, rasgos) para não "quebrar" a barreira asséptica. Por ser apenas limpa, não pode tocar em superfícies estéreis. 
2)Uniforme privativo: evita liberação de microrganismos da pele, tronco e membros, fornecido em tamanhos que atendam os diferentesmanequins dos usuários. A blusa do pijama precisa cobrir todo o tronco, do final do pescoço até o início da pélvis. Devido a riscos de contato dos braços com fluidos orgânicos, deve ter manga mais longa. Isso também protege contra a liberação de microrganismos das axilas. A calça precisa cobrir totalmente os membros inferiores, protegendo o trabalhador e também evitando a liberação ao ambiente da flora de suas pernas e períneo. Por ser apenas limpo, o uniforme não pode tocar em superfícies estéreis. 
3)Propé e/ou sapato privativo: justificado na prevenção de contaminação do chão de áreas críticas por microrganismos que são carreados nas solas dos sapatos e podem ser liberados ao ambiente. Porém, sua eficácia no controle de infecções tem sido questionada em vários estudos, cujo resumo de suas conclusões é apresentado a seguir: - diferença não significativa de contaminação do chão entre calçados comuns e propés; - não é habitual a troca de propés, mesmo após pisotear secreções orgânicas presentes no chão, que se disseminam por todas as áreas do centro cirúrgico; - o ato de caminhar é a mais importante causa da dispersão bacteriana do chão do que o tipo de cobertura de sapatos utilizado; - microrganismos do chão dificilmente se dissipam ao ar ambiente e não são aqueles causadores de infecção do sítio cirúrgico; - a chance de contaminação de uma ferida com microrganismos oriundos do chão se dá antes pela sua veiculação e por contato do que pela sua disseminação do chão para o ar ambiente. Mesmo assim, coberturas de sapatos ou sapatos privativos continuam sendo recomendados para proteção do trabalhador contra contaminação com fluidos. Entretanto, há que se atentar também para a sua eficácia como barreira, uma vez que esses dispositivos atualmente utilizados (tamancos com orifícios para transpiração e propés) não evitam ferimento dos pés com objeto pérfuro-cortante. Nesse caso, o ideal seriam sapatos privativos fechados, pois os modelos anteriormente citados não contribuem para o controle de infecções e ainda determinam custos desnecessários. 
4) Máscara cirúrgica ou protetor respiratório: evita a liberação de microrganismos oriundos do nariz e da boca dos profissionais, protegendo o paciente de contaminação na incisão cirúrgica. Do lado do profissional, protege suas mucosas de respingos de sangue e outros fluidos do cliente. Para isso, a máscara deve apresentar capacidade mínima de filtração por certo período de tempo. Importante lembrar que quaisquer protetores respiratórios não têm eficácia alguma se não forem usados corretamente. Isso significa que devem ser colocados por todos que entram e permanecem na SO, com cobertura completa do nariz e da boca, aderindo à pele nas regiões superior, inferior e laterais do rosto. Por serem apenas limpas, não devem entrar em contato com superfícies estéreis. 
4.3. Paramentação II: 
1) Avental cirúrgico ou Capote Cirúrgico: evita a liberação de microrganismos provenientes do corpo dos profissionais e a contaminação dos sítios invadidos dos pacientes. Com relação ao profissional, protege a pele do corpo da exposição ao sangue e outras substâncias orgânicas do paciente. Características do paramento: - tamanhos adequados aos diferentes manequins dos usuários, com cobertura completa do tronco (a partir do final do pescoço, membros superiores até o punho e inferiores até os joelhos); - esterilizados, o que inclui abrir o pacote, desdobrar e vestir o avental tocando somente no lado interno (que ficará em contato com o corpo). O lado externo não deve tocar em superfícies não estéreis. É retirado pelo avesso, sendo tocado somente em seu lado interno, dessa vez, para proteger o profissional contra contaminação ocorrida do lado externo.
2) Luvas cirúrgicas: servem como barreira tanto para proteger o cliente/paciente da flora microbiana das mãos da equipe cirúrgica, como para evitar infecção ocupacional pelo contato com sangue do paciente. Para tanto, as preocupações se iniciam com sua qualidade (flexibilidade, impermeabilidade e resistência ao tempo e movimentos cirúrgicos). Mesmo assim, não estão livres de sofrerem desgastes, furos e rasgos, por decorrência do tempo e do tipo de cirurgia.
	4.4. Técnica para vestir o avental
Pegar o avental com a ponta dos dedos pelo seu lado interno e, depois, elevá-lo, trazendo-o para fora da mesa. A maneira correta de pegar o capote vai depender do modo como ele é dobrado. o que varia de uma região para outra. Qualquer que seja o modo, no entanto, é imprescindível observar o princípio fundamental de só tocar a parte interna do capote e nunca pela parte externa; abrir o capote com movimentos delicados e firmes, tendo o cuidado de não tocar sua face externa;
Segurar o capote afastado do corpo e introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, com um movimento para cima;
Dar as costas ao circulante de sala para que as tiras da parte posterior e da cintura (lateral) sejam amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar a ação.
Obs.: Em cirurgias de grande porte onde a assepsia é ainda mais rigorosa, a equipe protege as costas do capote usando a opa esterilizada. A opa é uma espécie de sobrecapa, sem mangas, amarrada na frente, onde um dos membros da equipe, já vestido e enluvado auxilia os demais a vestir.
5. TEMPOS CIRÚRGICOS
	As etapas que constituem o ato operatório, desde o seu início até o fim, são chamadas de tempos cirúrgicos. Em cada um deles o cirurgião realiza determinados procedimentos ou manobra. De modo geral, uma cirurgia tem quatro tempos: diérese, hemostasia, exérese e síntese.
5.1. Diérese: Nessa etapa o cirurgião rompe os tecidos para poder abordar uma região ou um órgão. A diérese pode ser mecânica ou física.
5.2. Hemostasia: O cirurgião utiliza um conjunto de medidas para prevenir, deter ou evitar o sangramento durante a cirurgia. A hemostasia pode ser temporária ou definitiva; nesta última, a circulação de sangue de determinado vaso é interrompida definitivamente. Na hemostasia temporária, o cirurgião utiliza, por exemplo, pinças especiais, faixa elástica de borracha (faixa de smarch) e torniquete. Na hemostasia definitiva são utilizados fios cirúrgicos, eletrocautérico, ultrassom, laser, grampos metálicos de diversos materiais, ceras e esponjas de gelatina, entre outros.
5.3. Exérese: É o tempo principal, Já que consiste na realização do tratamento cirúrgico, tenha ele finalidade diagnóstica, curativa, paliativa ou plástica. Por essa razão é a etapa que exige os maiores cuidados por parte da equipe cirúrgica. Nessa fase são utilizados instrumentos de preensão, afastadores e outros instrumentos especiais, que variam de acordo com a cirurgia.
5.4. Síntese: É o último tempo da cirurgia, que consiste na aproximação das bordas dos tecidos que foram seccionados, com a finalidade de facilitar o processo de cicatrização. A síntese mais utilizada é feita por planos e une tecidos idênticos entre si. A sutura manual é a mais frequente, e para realizá-la o cirurgião usa porta-agulhas, pinças, agulhas e fios, mas existe também a sutura mecânica, que é feita com grampos metálicos. 
6. INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
	Os instrumentos cirúrgicos foram criados para auxiliar os cirurgiões e realizarem cada um dos tempos que compõem o ato operatório. Assim, existem cinco grupos distintos de instrumentos: de diérese, de hemostasia, de apoio ou auxiliares, especiais e de síntese. As figuras a seguir apresentam exemplos de cada grupo de instrumentos.
 Tesoura de Mayo reta
Tesoura de Metzenbaum reta
Lâminas de bisturi
 Osteótomos e martelo ortopédico
	Os bisturis possuem tipos e tamanhos variados, mas todos são compostos de um cabo onde é acoplada uma lâmina móvel. Atualmente são muito utilizados os bisturis descartáveis, que já vêm montados e esterilizados de fábrica. Assim como os bisturis, as tesouras possuem formatos e tamanhos variados e suas pontas podem ser finas ou rombas.
 Cabos de bisturi e tenta-cânula
	As Pinças hemostáticas, fabricadas em diferentes tipos e tamanhos, podem ser retas ou curvas, Geralmenterecebem o nome de seus criadores: Crille, Kelly, Halstead, Kocher, Rochester e Mixter. A maior diferença entre elas está nas ranhuras de suas ramas e na presença ou ausência de dentes.
Pinças de Halstead curva e reta
Pinças de Kelly reta e curva
Pinça de Kocher curva e reta
	Os instrumentos mais utilizados na síntese são os porta-agulhas e as agulhas de sutura. Eventualmente podem ser substituídos por instrumentos que realizam suturas mecânicas, como skin stapler.
Porta-agulha montado com agulha e fio+agulhas isoladas reta e curvas
Skin stapler
6.1. SUTURAS MECÂNICAS 
	São chamados “grampeadores” clips metálicos que fazem a sutura de região. Existem vários tipos de grampeadores, de acordo com a área a ser operada. As suturas mecânicas são consideradas material de alto custo.
	Os grampeadores são de aplicação interna ou externa, com ou sem lâmina cortante, lineares ou circulares. Cada um possui tamanho e calibre diferentes específicos para cada área. Os grampos também acompanham a especificidade dos grampeadores. Tecidos espessos pedem grampos com hastes longas, já o tecido vascular exige o uso de grampeadores com hastes finas e curtas.
	Estão divididos em três grupos. Veja a seguir os tipos de grampeador e suas características.
· Grampeadores simples: São utilizados para aproximar superfícies ou fixar estruturas. O grampeador cutâneo é usado para fechamento da pele e tem configuração diferente dos que são utilizados nas vísceras.
· Grampeadores que suturam: Utilizados quando hã necessidade de sutura continua, como, por exemplo, em fechamento de segmento ou coto. Bastante usado em cirurgias do aparelho digestivo e também em cirurgia de tórax.
· Grampeadores que suturam e cortam: Associam a capacidade de corte com a sutura, permitindo anastomose em vísceras ocas. Estão divididos em lineares cortantes e circulares. Os lineares cortantes servem para seccionar e suturar ao mesmo tempo, e também permitem anastomose. Utilizados na execução de gastroentero-anastomoses e enteroanatomoses, cirurgias que necessitam de um grande número de suturas, como gastrectomia e cirurgia bariatria. Os circulares são compostos de duas partes, uma menor removível, chamada de ogiva, que é fixada em um dos segmentos a serem anastomosados, e outra maior, circular, introduzida pelo outro segmento a ser anastomizado, encaixando na ogiva. Esse encaixe entre as partes permite que, ao mesmo tempo em que se sutura, uma lâmina circular interna corte o tecido a ser anastomosado. Geralmente se utiliza para vísceras, anastomose colorretal e esofagojejunais.
As suturas mecânicas também podem trazer complicações. Destacamos três complicações, consideradas as mais importantes.
· Sangramento: É o mais comum e habitual. Costuma ser limitado e não requer nova intervenção.
· Fístula: Complicação mais séria, podendo aparecer do terceiro ao sétimo dia do pós-operatório. Pode ser evitada se após a confecção da sutura, o cirurgião verificar a integridade dos aneis que ficam nos grampeadores, corrigindo com suturas simples.
· Estenose: Complicação mais tardia e mais séria. Está diretamente ligada ao uso inadequado do grampeador, como, por exemplo, calibres não compatíveis com órgão ou tecido a ser operado, ou com reação cicatricial.
6.2. ESPONJAS ABSORVÍVEIS – HEMOSTÁTICOS ABSORVÍVEIS
	São hemostáticos do tipo esponja, de material próprio e estéril, tecido trançado de celulose regenerada, utilizados em áreas de difícil acesso, com sangramento interno proveniente de capilares, veias ou pequenas artérias, fazendo ocorrer a hemostasia entre dois e oito minutos. Absorvem-se naturalmente entre uma ou duas semanas.
6.3. ELETROCOAGULAÇÃO
	Procedimento realizado através do bisturí elétrico, para interromper o sangramento proveniente de capilares, veias ou pequenas artérias.
	A eletrocoagulação acontece quando ocorre a oclusão dos vasos sanguíneos e linfáticos por solidificação das substâncias proteícas, resultando em desidratação, ruptura e carbonização das células.
6.4. PINÇAS HEMOSTÁTICAS
	São pinças utilizadas durante o ato cirúrgico pelo próprio cirurgião que auxiliam no controle do sangramento, ocorrendo a hemostasia dos vasos.
	O método de hemostasia por pinçamento é temporário, podendo transformar-se em definitivo por ligadura, cauterização ou angiotripsia.
	São pinças utilizadas geralmente são atraumáticas, para não ocorrer dano nas paredes dos vasos. Exemplos de pinças são Satinsky ou Buldogue.
	Quando se faz necessário usar pinças traumáticas, em seguida deve-se fazer a eletrocoagulação ou ligadura dos vasos. Exemplos de pinças são Kelly (curva ou reta), Rochester, Mixter.
	É aconselhável que na mesa do instrumentador exista mais de um meio de hemostasia, levando em consideração a classificação das cirurgias.
6.5. A MESA DO INSTRUMENTADOR
	Os instrumentos na mesa podem variar de acordo com o tipo de mesa e a técnica adotada. Independentemente desses aspectos, entretanto, eles precisam ser organizados obedecendo à ordem de uso, para racionalizar o trabalho da equipe cirúrgica.
	Intrumentos especiais
	Intrusmentos de síntese
	Intrumentos dee apoio ou auxiliares
	Pinças de Backhaus ou “de campo”
	Instrumentos de hemostasia
	Instrumentos de diérese
6.5.1. Montagem da mesa
· Como regra geral, todos os instrumentos, com exceção dos porta-agulhas, ficam com a ponta voltada para o instrumentador; as agulhas, já presas no porta-agulhas, deverão ficar com as pontas para cima, pois isso evita perfuração do campo e, consequentemente, a contaminação da agulha.
· O bisturi montado ocupa a parte da mesa mais acesssível ao instrumentador, porque é utilizado com muita frequência pelo cirurgião. Deve ser colocado com a lâmina voltada em direção ao instrumentador e o corte para esquerda.
· As tesouras curvas devem ter as pontas voltadas para baixo.
· As pinças hemostáticas são dispostas em grupos do mesmo tipo e em ordem crescente, sempre da direita para esquerda; as pinças curvas devem ficar com a curvatura voltada para superfície da mesa.
· Os afastadores são ordenados pelo tamanho e pela ordem em que são empregados.
· As pinças Backhaus, ou de campo, estão presentes na mesa somente no ínicio da operação. Depois, o espaço que elas ocupavam é utilizado para melhor acomodar os instrumentos especiais, as compressas, gazes, etc.
6.6. CONSIDERAÇÕES GERAIS SORE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA
	Existe uma sinalização manual tradicionalmente usada pelos cirurgiões para solicitar os instrumentos ao insturmentador. Ele lembra a ação que o cirurgião realiza quando usa o instrumento. Entretanto, ele pode não usá-la e pedir os instrumentos pelos respectivos nomes.
	Os instrumentos devem ser passados com firmeza e de forma correta, para evitar que caiam ou que o cirurgião precise virá-los antes do uso. Instrumentos perigosos, como o bisturi, a pinça anatômica e o porta-agulhas montado, devem ser manejados com cautela e segurança para evitar acidentes. O bisturi deve ser entregue pelo cabo, com o dorso da lâmina na palma da mão do instrumentador; de maneira que o cirurgião o retire na posição de uso, sem risco para o instrumentador. As pinças de dissecção, principalmente a pinça “dente de rato”, devem ser alcançados pelo cabo, mas com os ramos fechados. Já o porta-agulhas montado é passado de maneira que o semicírculo da agula fique voltado para a palma da mão do insturmentador. Agindo dessa forma, evita-se a possibilidade de o cirurgião, ao receber os instrumentos, perfurar a luva ou ferir o instrumentador.
	Na medida do possível, o insturmentador deve se colocar numa posição que facilite a passagem dos instrumentos e, ao mesmo tempo, lhe permita visualizar o campo operatório e acompanar os tmepos cirúrgicos. Assim, poderá antecipar-se às solicitações do cirurgião, á que existem regras gerais de uso sequencial dos instrumentos. 
7. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS
	As cirurgias podem ser classificadas de acordo com o momento em que serão realizadas, conforme sua finalidade e também de acordo com o potencial de contaminação.
	A classificação que leva em consideraçãoo tempo que é possível aguardar desde a indicação da cirurgia pelo médico até sua efetiva realização é também chamada de momento operatório, porque é determinado o momento mais propício para realização da cirurgia.
	MOMENTO DE REALIZAÇÃO
	Eletiva
	Quando pode ser programada para uma data que convenha tanto so paciente quanto ao médico.
	De urgência
	Precisa ser realizada tão rapidamente quanto possível , embora se possa preparar o paciente adequadamente.
	De emergência
	Precisa ser realizada imediatamente, mesmo sem preparo algum porque o paciente está correndo risco de morte.
	FINALIDADE
	Diagnóstiva
	Retirada de fragmentos de tecido para serem examinados ao microscópio, como acontece nas biópsias.
	Curativa
	Quando adevolve a saúde do paciente, mesmo que para isso seja necessário retirar parte de um órgão ou todo ele, como acontece na própria colecistectomia.
	Paliativa
	Não cura a doença, apenas alivia o mal que ela causou.
	Plásticas
	Tem objetivo de melhorar estética do paciente. Podendo também reparar, restaurar partes do corpo, como acontece na reconstrução de mama em paciente mastectomizada. 
	POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO
	Cirugias limpas
	São chamadas de limpas quando ssão realizadas em áreas do corpo em que não haja nenhum processo inflamatório ou infeccioso, como acontece nas cirurgias cardíacas, em que o risco de infecção é muito pequeno.
	Cirurgias potencialmente contaminadas
	São as realizadas em tecidos que normalmente, já possuem alguns microorganismos, como é o caso das histerctomias pelo abdome.
	Cirurgias contaminadas
	Realizadas em tecidos traumatizados recentemente ou que normalmente possuem uma grande quantidade de microorganismos , como as cirurgias de intestino.
	Cirurgias infectadas
	Realizadas em tecidos que estão sofrendo processo infeccioso, com presença de secreção purulenta no loca, ou em tecidos já necrosados ou ainda que possuam corpos estranhos. Pertencem a essa classificação os desbridamentos de escaras, as amputações de pés diabéticos e as cirurgias de reto e ânus com fezes e secreção.
8. TERMINOLOGIA MÉDICO-CIRÚRGICA
	Para que os profissionais de saúde possam comunicar-se entre si, de maneira mais fácil, foi criada uma terminologia específica com o objetivo é padronizar a utilização de termos que sejam do conhecimento coletivo, de forma a possibilitar melhor entendimento entre as pessoas que utilizam.
	Primeiro elemento da composição
	Significado
	Adeno-
	Glândula
	Angio-
	Vaso
	Arterio-
	Artérias
	Artro-
	Articulação
	Blefaro-
	Pálpebra
	Cardio-
	Coração
	Cefalo-
	Cabeça
	Cisto-
	Bexiga
	Colecisto-
	Vesícula
	Colo-
	Cólon
	Colpo-
	Vagina
	Entero-
	Intestino
	Espleno-
	Baço
	Flebo-
	Veia
	Gastro-
	Estômago
	Hepato-
	Fígado
	Histero-
	Útero
	Laparo-
	Cavidade adominal
	Laringo-
	Laringe
	Masto-
	Mamas
	Meningo-
	Meninges
	Nefro-
	Rim
	Neuro-
	Nervo
	Oftalmo-
	Olho	
	Ooforo-
	Ovário
	Orqui-
	Testículo
	Osteo-
	Osso
	Oto-
	Ouvido
	Procto-
	Reto
	Rino-
	Nariz
	Salpingo-
	Trompa
	Traqueo-
	Traqueia
	Segundo elemento da composição
	Significado
	-algia/algo
	Dor
	-cele
	Tumor; hérnia
	-centese
	Punção; orifício
	-ectomia
	Remoção parcial ou total
	-oma
	Tumor
	-pexia
	Fixação de um órgão
	-plastia
	Reconstituição de uma parte do corpo
	-rafia
	Sutura
	-scopia
	Ato de ver, observar
	-stomia
	Comunicação entre dois órgãos ocos ou entre um órgão e a pele 
	-tomia
	Corte
	
	A partir dessas duas listas, você pode tentar identificar alguns termos técnicos e perceber como se torna simples compreendê-los, quando se conhece o sentido dos elementos que os formam.
	Pense na palavra blefaroplastia, por exemplo. Qual o seu significado? Procure identificar outros termos formados a partir da associação de alguns elementos da primeira tabela com outros da segunda.
	A seguir, conheça os principais nomes de procedimentos cirúrgicos em que o segundo elemento da composição é ectomia (remoção).
	Procedimentos
	Para remoção de
	adenoamigdalectomia
	Adenoides e das amígdalas
	apendicectomia
	Apêndice
	Cistectomia
	Bexiga
	colecistectomia
	Vesícula biliar
	Colectomia
	Cólon
	Embolectomia
	Êmbolo
	esofagectomia
	Esôfago
	esplenectomia
	Baço
	Facectomia
	Cristalino
	Gastrectomia
	Estômago
	Hemorroidectomia
	Hemorroidas
	Histerectomia
	Útero
	Laminectomia
	Lâmina vertebral
	Lobectomia
	Lobo de um órgão
	Mastectomia
	Mama
	Miomectomia
	Mioma
	Nefrectomia
	Rim
	Ooferectomia
	Ovário
	pancreatectomia
	Pulmão
	Postectomia
	Pele do prepúcio para exposição da glande
	prostatectomia
	Próstata
	retosigmoidectomia
	Reto e sigmoide
	Safenectomia
	Veia safena
	salpingectomia
	Trompa
	simpatectomia
	Seguimentos selecionados do sistema nervoso simpático
	tireoidectomia
	Tireoide
	Outras cirurgias são nomeadas a partir da terminação pexia (fixação).
	Procedimento
	Para fixação de 
	cistopexia
	Bexiga
	histeropexia
	Útero
	nefropexia
	Rim
	retinopexia
	Retina
	Orquiopexia ou orquidopexia
	Testículo
	
	O termo plastia (reconstituição) é usado para designar diversos procedimentos cirúrgicos, como mostramos a seguir.
	procedimento
	Para reconstituição de 
	blefaroplastia
	Pálpebra
	mamoplastia
	Mama
	perineoplastia
	Períneo
	piloroplastia
	Piloro
	queiloplastia
	Lábio
	rinoplastia
	Nariz
	ritidoplastia
	Face
	salpingoplastia
	Trompa
	
	Algumas denominações de procedimentos têm como segundo elemento rafia (sutura). Mas, atenção! Dependendo da situação, nem sempre esses procedimentos são cirúrgicos.
	Procedimento
	Para sutura de 
	blefarorrafia
	Pálpebra
	colporrafia
	Vagina
	gastrorrafia
	Estômago
	herniorrafia
	Hérnia
	osteorrafia
	Osso
	palatorrafia
	Fenda palatina
	perineorrafia
	Períneo
	tenorrafia
	Tendão
	Vamos analisar agora outros nomes de procedimentos, desta vez compostos com o elemento scopia (observação).
	Procedimento
	Para observação de 
	artroscopia
	Articulação
	broncoscopia
	Brônquios
	cistoscopia
	Bexiga
	colonoscopia
	Cólon
	colposcopia
	Vagina
	endoscopia
	Órgãos internos
	esofagoscopia
	Esôfago
	gastroscopia
	Estômago
	laringoscopia
	Laringe
	laparoscopia
	Cavidade abdominal
	retossigmoidoscopia
	Reto e sigmoide
	ureteroscopia
	Ureter
	uretroscopia
	Uretra
	Vejamos a seguir os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de formação é stomia (comunicação entre dois órgãos ocos ou entre um órgão e a pele).
	procedimento
	Órgão em comunicação com a pele
	Cistostomia
	Bexiga
	Colostomia
	Cólon
	gastrostomia
	Estômago
	jejunostomia
	Jejuno
	traqueostomia
	Traqueia
	Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos terminadas em tomia (corte).
	procedimento
	Corte da(o)
	Episiotomia
	Vulva
	Laparotomia
	Abdome
	Toracotomia
	Tórax
	traqueotomia
	Traqueia
	ureterotomia
	Ureter
	vasectomia
	Canal deferente
	Concluindo esse assunto, apresentamos alguns termos cirúrgicos que não seguem as normas descritas anteriormente, mas que merecem ser conhecidos e entendidos porque possuem largo emprego.
	Termo 
	Significado
	Amputação
	Remoção total ou parcial de uma parte do corpo
	Anastomose
	Conexão de dois órgãos tubulares, geralmente por sutura
	Artrodese
	Fixação cirúrgia de articulações
	Biópsia
	Remoção de um tecido vivo para exame
	Cauterização
	Destruição de tecido por meio de agente cáustico ou de calor, através do bisturi elétrico, por exemplo
	Cesariana
	Retirada do feto através da incisão na parede abdominal e no útero
	Circuncisão 
	Ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande
	Cistocele
	Hérnia da bexiga por fefeito na musculatura do períneo
	Curetagem uterina
	Raspagem e remoção do conteúdo uterino
	Deiscência
	Separação de bordas previamente suturadas de uma ferida
	Dissecção
	Corte e separação de tecidos do corpo
	Divertículo
	Abertura no formato de bolsa em um órgão com a forma de saco ou de tubo
	Enxerto
	Inserção de material autógeno, homólogo, heterólogo ou sintético para correção de defeito em tecido ou órgão
	Evisceração
	Saída de víscera de sua cavidade
	Exérese
	Extirpação cirúrgica total ouparcial de um segmento corpóreo (tecido, órgão, tumor ou cisto)
	Fístula
	Passagem anormal que liga um órgão, uma cavidade ou um abscesso a uma superfície interna ou externa do corpo
	Hérnia
	Saída total ou parcial de um órgão do espaço que normalmente o contém
	Incisão
	corte
	Litíase
	Cálculo
	Paracentese
	Denominação genérica de punção para esvaziamento de cavidade
	Prolapso
	Queda de órgão, especialmente quando este surge em um orifício natural
	Ptose
	Queda de um órgão
	Ressecção
	Remoção cirúrgica de parte de órgão
	Retocele
	Hérnia da parede do reto por defeito da musculatura do períneo
	Toracocentese
	Punção cirúrgica na cavidade torácica
	Varicocele
	Veias dilatadas no escroto
9. POSIÇÕES CIRÚRGICAS
 	Posição dorsal (ou supina): é aquela em que o paciente se encontra deitado de costas, com as pernas estendidas e os braços estendidos e apoiados em talas. O dorso do paciente e a coluna vertebral estão repousando na superfície do colchão da mesa cirúrgica. Ex: cesariana.
	
Posição ventral (ou prona): o paciente fica deitado de abdome para baixo, com os braços estendidos para frente e apoiados em talas. O sistema respiratório fica mais vulnerável na posição de decúbito ventral. Ex: cirurgias da coluna, hérnia de disco.
Posição lateral (ou de Sims): o paciente permanece em decúbito lateral, esquerdo ou direito, com a perna que está do lado de cima flexionada, afastada e apoiada na superfície de repouso. Ex: cirurgias renais, de reto, lobotomia.
Posição de litotomia (ou ginecológica): o paciente permanece em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas, afastadas e apoiadas em perneiras acolchoadas, e os braços estendidos e apoiados. Ex: histerectomia.
Posição de Trendelemburg: é uma variação da posição de decúbito dorsal onde a parte superior do dorso é abaixada e os pés são elevados. Mantém as alças intestinais na parte superior da cavidade abdominal. Ex: cirurgias de órgãos pélvicos, laparotomia de abdome inferior.
Posição de Fowler (ou sentada): o paciente permanece semi-sentado na mesa de operação. Posição utilizada para conforto do paciente quando há dispneia. Ex: dreno de tórax.
Posição de canivete (ou de Kraske): o paciente se encontra em decúbito ventral, com as coxas e pernas para fora da mesa e o tórax sobre a mesa, a qual está levemente inclinada no sentido oposto das pernas, e os braços estendidos e apoiados em talas. Ex: hemorroidectomia. 
10. MESA CIRÚRGICA
11. ENFERMAGEM E ANESTESIA
 Para a enfermagem, as atividades a serem desenvolvidas devem estar restritas ao que diz a lei 7498\06, regulamentada pelo Decreto-lei 94406\87, sob supervisão do enfermeiro responsável pelo centro cirúrgico. A referência ao final do livro traz a resolução com bases legais para atuação da enfermagem de acordo com as normas de COREN e o parecer técnico do COREN sobre o assunto.
	É expressamente vetado ao profissional de enfermagem induzir anestésicos, pois a atividade de anestesiologia é privativa do médico. Cabe á enfermagem auxiliá-lo no procedimento e na manutenção dos equipamentos e medicamentos necessários.
 Partindo desse princípio, vem a necessidade do paciente ser bem orientado quanto ao procedimento que irá receber; orientação que deve ser feita pelo médico anestesista durante sua visita e completada pela enfermagem.
 A enfermagem deve saber qual anestesia o paciente vai receber, e dar todas as orientações necessárias para que ele possa ser tranquilizado.
 O importante que a enfermagem tenha conhecimento sobre os anestésicos e seus efeitos, para que o auxílio ao anestesista seja de maneira satisfatória, não interferindo na sua conduta, ou até mesmo na colocação dos materiais a serem utilizados, de modo que não seja desperdiçado ou venha a faltar algum tipo de material na hora do procedimento.
 Algumas funções importantes do técnico de enfermagem, com relação á anestesia, são:
· Controlar os anestésicos em sala, verificando quantidade, receitas, frascos para troca, data de validade dos medicamentos.
· Verificar as saídas e controle do painel de gases.
· Checagem do funcionamento de carro de anestesia, este sob a supervisão do anestesista.
· Verificar materiais usados como cânulas, bandejas, seringas e outros.
· Identificar a necessidade de troca de equipamentos e materiais necessários para continuidade do procedimento.
· Informar ao supervisor as ocorrências relacionadas com o procedimento e os equipamentos.
· Controlar os entorpecentes quanto ao uso e sua reposição.
· Prestar parecer técnico juntamento com o seu superior.
· Auxiliar o circulante de sala, quando necessário, a posicionar o paciente.
· Verificar e anotar os sinais vitais iniciais.
· Registrar todos os procedimentos realizados em sala em impresso próprio.
· Manter a limpeza e a ordem dos equipamentos.
11.1. TIPOS DE ANESTESIA
11.1.1. GERAL
	Considera-se anestesia geral a capacidade que os anestésicos têm de bloquear toda a sensibilidade do corpo. Podem ser inalatórios, ou por injeção endovenosa.
 A anestesia geral compreende um estágio inconsciente reversível, caracterizado por amnesia (sono, hipnose), analgesia (ausência de dor) e bloqueio dos reflexos autónomos. Os anestésicos líquidos produzem anestesia quando seus vapores são inalados, juntamente com oxigénio e usualmente com o óxido nitroso. Já os anestésicos gasosos são administrados através da inalação sempre associados ao oxigénio.
11.1.1.1. Fases da Anestesia Geral
 A anestesia geral pode ser dividida em quatro estágios ou fases, como mostramos a seguir.
1. Indução: é o primeiro estágio de anestesia geral. O paciente inala a mistura anestésica, podendo ocorrer sensação de calor, tontura e formigamento, porém o paciente consegue movimentar-se. Inicia-se com a administração do anestésico até atingir um grau de depressão do sistema nervoso central (S.N.C.), sem correr perda da consciência, sem sentir dor, preservando as funções vitais.
2. Alteração: é o segundo estágio, caracterizado por agitação psicomotora, gritos, falas, risos, ou mesmo choro; o pulso torna-se acelerado e a respiração irregular. Pode ser controlado pela administração suave e rápida do anestésico.
3. Manutenção: é o terceiro estágio da anestesia geral. Obtido pela administração contínua de vapor ou gás, onde o paciente permanece inconsciente. É quando se mantém o sistema nervoso central deprimido. Ocorre com a administração de doses complementares á dose inicial. Esse tipo de anestesia é administrado em cirurgias de grande porte, entre as quais destacamos: gastroplastia, gastrectomia, histerectomia total abdominal, enterectomia, mamoplastia, e outras.
4. Recuperação: é o quarto e ultimo estágio, quando o processo começa a reverter, ou seja, o efeito do anestésico vai perdendo sua função.
	Os anestésicos por inalação fazem ocorrer o estado de inconsciência do paciente, e consequentemente inibem a dor provocando relaxamento muscular e fim da ansiedade. As drogas por inalantes são administradas em conjunto com oxigénio ou ar, através de mascara de oxigénio ou tubo endotraqueal. A entubação endotraqueal garante que as vias aéreas superiores permaneçam livres, desobstruídas.
 Para melhor entender como a anestesia geral é realizada, observa a descrição do procedimento a seguir:
1. O anestesista instala soro fisiológico através de acesso venoso e injeta medicamento que induzem o sono.
2. Através de um tubo na laringe ou uma máscara, a pessoa passa a receber oxigénio.
3. O anestésico pode ser aplicado junto com o oxigénio (anestesia inalatória), na forma gasosa. Ao chegar ao pulmão, é absorvido e entra na corrente sanguínea.
4. Outra maneira de aplicar a anestésico é a forma líquida, por meio de doses repetidas na veia (anestesia venosa).
	É indicado para operações no abdómen superior, tórax, cabeça, pescoço, cirurgias cardíacas e neurológicas. Cirurgias em crianças normalmente são realizadas com anestesia geral, para evitar traumas ou que se movimentem durante a cirurgia.
11.1.2. LOCAL 
	Também conhecida como anestesia regional,

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