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Aula-05-Cont -Avcd -ICMS-PR-Demonstrações-Consolidadas-v 1

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Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR 
Teoria e Questões comentadas 
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Assunto Página 
1. Incorporação, Fusão e Cisão 4 
2. Dissolução, Liquidação e Extinção 21 
3. Demonstrações Consolidadas 24 
4. Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das 
Demonstrações Contábeis 32 
5. Filial, Agência, Sucursal ou Dependência no Exterior 40 
6. Questões Comentadas 42 
7. Risco Exponencial 76 
8. Lista de Questões 80 
9. Gabarito 102 
 
 E para facilitar sua referência, abaixo as esquematizações disponíveis nesta 
aula: 
Esquema 1 – Principais aspectos das reorganizações jurídicas de Sociedade ........................... 4 
Esquema 2 – Procedimentos preliminares às reorganizações jurídicas de sociedades ............... 6 
Esquema 3 – Incorporação ............................................................................................... 8 
Esquema 4 – Fusão ........................................................................................................ 12 
Esquema 5 – Cisão Total ................................................................................................. 15 
Esquema 6 – Cisão Parcial .............................................................................................. 15 
Esquema 7 – Semelhanças e diferenças entre as reorganizações jurídicas de sociedade .......... 18 
Esquema 8 – Principais aspectos das Demonstrações Consolidadas ...................................... 25 
Esquema 9 – Taxas aplicadas na conversão de valores à moeda funcional ............................. 36 
Esquema 10 – Reconhecimento de Variação Cambial .......................................................... 38 
 
 
Aula 05 – Reorganização e reestruturação de empresas: 
Incorporação, fusão, cisão e extinção de empresas - Aspectos 
contábeis, fiscais, legais e societários da reestruturação social. 
Consolidação das Demonstrações Contábeis: Conceito e objetivos da 
consolidação, procedimentos e critérios contábeis aplicados, 
obrigatoriedade e divulgação. 
Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de 
demonstrações contábeis: Objetivo, alcance, definições, 
procedimentos, divulgação e demais aspectos objeto da Resolução nº 
1.295/2010 do CFC. Conversão das demonstrações de uma entidade 
no exterior. Conceitos e procedimentos: Filiais, agências, sucursais 
ou dependências no exterior. 
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Olá meu caro aluno, 
Preparado para iniciarmos a última aula do nosso curso de Contabilidade 
Avançada? A cada dia que passa, vai ficando mais perto o momento para o qual 
você vem se preparando há bastante tempo. 
Nossa aula hoje é um pouco extensa, pois veremos as formas de 
reorganização jurídica das sociedades (incorporação, fusão e cisão), bem como 
os aspectos legais e normativos das Demonstrações Consolidadas, além dos 
efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e da conversão de demonstrações 
contábeis. 
Embora tenhamos grande quantidade de aspectos a abordar, tentaremos 
fazer com que o estudo seja o mais leve possível, intercalando a teoria com 
exercícios, como estamos acostumados, para que você absorva bem todos os 
conceitos e práticas. Contudo, infelizmente, a quantidade de questões da FCC 
que abordam os assuntos de hoje é escassa, motivo pelo qual 
complementaremos a parte de resolução das questões com outras bancas. 
Vamos começar? 
 Bons estudos!  
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1. Incorporação, Fusão e Cisão 
Incorporação, Fusão e Cisão são operações efetuadas por empresas 
com a finalidade de reorganizar as sociedades juridicamente, visando 
adequá-las ao mercado. 
A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades 
de tipos iguais ou diferentes (sociedade anônima, limitada etc.) e deverão 
ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos 
ou contratos sociais. 
No entanto, nas operações em que houver criação de sociedade serão 
observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo. 
Por exemplo, em uma fusão de duas sociedades por cotas de responsabilidade 
limitada formando uma sociedade anônima, a criação desta sociedade deve ser 
feita de acordo com os dispositivos da Lei nº 6.404/76. 
Além disso, os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, 
fundidas ou cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as 
ações que lhes couberem. 
Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as 
sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o 
respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das 
novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de 120 dias, contados 
da data da assembleia geral que aprovou a operação, observando as normas 
pertinentes baixadas pela CVM. O descumprimento deste dispositivo dará ao 
acionista direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das 
suas ações, nos 30 dias seguintes ao término do daquele prazo (120 dias). 
Por fim, se em virtude de incorporação, fusão ou cisão surgir 
participação recíproca, ou seja, a companhia A possui ações da companhia B 
e a companhia B possui ações da companhia A, ela deverá ser mencionada 
nos relatórios e demonstrações financeiras de ambas as sociedades e será 
eliminada no prazo máximo de 1 ano. 
 Esquematizando os principais aspectos, podemos escrever: 
 
Esquema 1 – Principais aspectos das reorganizações jurídicas de Sociedade 
 
• Reorganizações jurídicas de sociedades
• Tipos de sociedade iguais ou diferentes
• Se envolver companhia aberta, as 
sociedades sucessoras serão abertas
Incorporação, 
Fusão e Cisão
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 Vejamos nossa primeira questão da nossa aula: 
1- (Cespe / Banco da Amazônia - Técnico Científico - 
Contabilidade / 2010) Se a cisão envolver companhia aberta, as sociedades 
que a suceder serão também abertas, com registros próprios na CVM. 
Resolução: 
 Moleza essa, não é mesmo!? Não só na operação de cisão, mas também 
na incorporação e na fusão, se a reorganização jurídica envolver alguma 
companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também 
abertas. 
Gabarito: C 
 
1.1. Protocolo 
As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em 
sociedade existente constarão de protocolo firmado pelos órgãos de 
administração ou sócios das sociedades interessadas. 
Este protocolo possui a natureza jurídica de um contrato prévio e conterá 
o projeto da operação de reorganização jurídica da sociedade que se pretende 
realizar. Após aprovado pelas assembleias das sociedades envolvidas, ele é 
convertido em um contrato definitivo. O protocolo incluirá: 
1. O número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em 
substituição dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios 
utilizados para determinar as relações de substituição; 
2. Os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, 
no caso de cisão; 
3. Os critérios de avaliaçãodo patrimônio líquido, a data a que será referida 
a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores; 
4. A solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das 
sociedades possuídas por outra; 
5. O valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou 
redução do capital das sociedades que forem parte na operação; 
6. O projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que 
deverão ser aprovados para efetivar a operação; e 
7. Todas as demais condições a que estiver sujeita a operação. 
Os valores sujeitos a determinação serão indicados por estimativa. 
 
 
1.2. Justificação 
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As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à 
deliberação da assembleia geral das companhias interessadas mediante 
justificação, na qual serão expostos: 
1. Os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua 
realização; 
2. As ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a 
modificação dos seus direitos, se prevista; 
3. A composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, 
do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às 
que se deverão extinguir; e 
4. O valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas 
dissidentes. 
 
1.3. Formação do Capital Social 
As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser 
efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem 
que o valor do Patrimônio Líquido a ser vertido para a formação de capital 
social é, ao menos, igual ao montante do Capital a Realizar. Isso tem por 
finalidade evitar a redução do capital. 
As ações ou quotas do capital da sociedade a ser incorporada que 
forem de propriedade da companhia incorporadora poderão, conforme 
dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas, ou substituídas por ações 
em tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, 
exceto a legal. O mesmo vale para os casos de fusão, quando uma das 
sociedades fundidas for proprietária de ações ou quotas de outra, e de cisão 
com incorporação, quando a companhia que incorporar parcela do patrimônio 
da cindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta. 
 Esquematizando os procedimentos preliminares, temos: 
 
Esquema 2 – Procedimentos preliminares às reorganizações jurídicas de sociedades 
 Observe como isso já foi cobrado em provas anteriores: 
•Condições em que ocorrerá a reorganização
•Possui natureza jurídica de contrato prévioProtocolo
•Deliberação da assembleia geral das 
companhias envolvidasJustificação
•Determinação do valor do Patrimônio Líquido
•Feita por peritos nomeados
•PL menor ou igual Capital a Realizar
Formação do 
Capital
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2- (Cesgranrio / Petrobras - Contador / 2014) 
Existem operações de reorganização societária que não envolvem companhias 
de capital aberto em qualquer de suas modalidades: incorporação, cisão ou 
fusão. Nesse caso, torna-se necessária a realização de atos preliminares, 
comuns a todas elas, que antecedem a concretização de tais operações. 
Os procedimentos ou atos preliminares comuns nas operações de incorporação, 
fusão e cisão são: 
a) protocolo, justificação e formação do capital 
b) petição, protocolo e formação do capital 
c) avaliação, justificação e petição 
d) avaliação, justificação e formação do capital 
e) avaliação, formação do capital e petição 
Resolução: 
 Conforme vimos há pouco, os procedimentos ou atos preliminares 
comuns às operações de incorporação, fusão e cisão são protocolo, 
justificação e formação do capital social. 
Gabarito: A 
 
1.4. Incorporação 
A Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são 
absorvidas por outra sociedade, a qual lhes sucede em todos os direitos e 
obrigações, ou seja, se a companhia Alfa é incorporada pela companhia Beta, 
esta passa a ser titular de todos os bens, direitos e obrigações que eram da 
companhia Alfa. Além disso, os acionistas da incorporada passam a ter ações 
da incorporadora, na mesma proporção que tinham antes da operação. 
A assembleia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo 
da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e 
realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e 
nomear os peritos que o avaliarão. 
 Já a sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo 
da operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos 
necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da 
incorporadora. 
Aprovados pela assembleia geral da incorporadora o laudo de avaliação e 
a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à incorporadora 
promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação. 
Podemos esquematizar a incorporação da seguinte maneira: 
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Esquema 3 – Incorporação 
 
1.4.1. Contabilização da Incorporação 
 A fim de exemplificarmos a contabilização de uma operação de 
incorporação, vamos supor a existência de duas companhias, a Cia. Incorporada 
S.A. e a Cia. Incorporadora S.A., as quais possuem os seguintes patrimônios: 
Balanço Patrimonial da Cia Incorporada S.A. 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Clientes 
Imobilizado 
Móveis 
 
2.000 
500 
 
7.000 
Circulante 
Fornecedores 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
Reservas de Lucros 
 
1.500 
 
7.000 
1.000 
Total do Ativo 9.500 Total do Passivo 9.500 
 
Balanço Patrimonial da Cia Incorporadora S.A. 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Estoques 
Imobilizado 
Veículos 
 
2.500 
3.500 
 
12.000 
Circulante 
Fornecedores 
Financiamentos 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
1.000 
8.000 
 
9.000 
Total do Ativo 18.000 Total do Passivo 18.000 
 
 Na Cia. Incorporada S.A., a contabilização se dá por meio de uma conta 
transitória e híbrida, a qual chamaremos de Conta de Incorporação e que recebe 
todos os lançamentos de encerramento de saldo dos ativos, passivos e do PL. 
Veja: 
 
Lançamentos na Incorporada 
D Conta de Incorporação 9.500 
C Caixa 2.000 
A é extinta 
A 
B B 
A 
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C Clientes 500 
C Móveis 7.000 
D Fornecedores 1.500 
D Capital Social 7.000 
D Reservas de Lucros 1.000 
C Conta de Incorporação 9.500 
 Após serem feitos esses lançamentos, todas as contas da Cia. 
Incorporada S.A. ficam zeradas, podendo a companhia ser extinta. 
 Na Cia. Incorporadora S.A., a contabilização também se dá por meio da 
Conta de Incorporação. No entanto, esta recebe apenas os lançamentos 
referentes aos dos ativos e dos passivos. Veja: 
Lançamentos na Incorporadora 
D Caixa 2.000 
D Clientes 500 
D Móveis 7.000 
C Conta de Incorporação 9.500 
D Conta de Incorporação 
C Fornecedores 1.500 
 O valor do PL oriundo da companhia incorporada (7.000 + 1.000) é 
registrado com aumento de Capital Social na incorporada, correspondendo às 
ações da Cia. Incorporadora S.A. que os antigos acionistas da Cia. Incorporada 
S.A. receberão pela operação. Assim, temos: 
Lançamentos na Incorporadora 
D Contade Incorporação 
C Capital Social 8.000 
 Finalmente, após a incorporação a Cia. Incorporadora S.A. passa a ter a 
seguinte composição patrimonial: 
Balanço Patrimonial da Cia Incorporadora S.A. 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Clientes 
Estoques 
Imobilizado 
Móveis 
Veículos 
 
4.500 
500 
3.500 
 
7.000 
12.000 
Circulante 
Fornecedores 
Financiamentos 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
2.500 
8.000 
 
17.000 
Total do Ativo 27.500 Total do Passivo 27.500 
 
 Vejamos como isso já foi cobrado em provas: 
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3- (Cespe / TJ-RR - Contador / 2012) Considere que as 
sociedades empresariais Alfa e Beta, que atuam no mesmo ramo de negócios e 
estão sob controle acionário comum, não tenham nenhuma participação de uma 
na outra, e que, em um processo de incorporação envolvendo essas empresas, 
a sociedade Alfa tenha efetuado corretamente um lançamento contábil, 
debitando a conta transitória conta de incorporação e creditando ativos 
circulantes e ativos não circulantes. Nesse caso, a sociedade Alfa é a 
incorporadora e Beta, a incorporada. 
Resolução: 
 Em uma operação de incorporação, a contabilização a débito na conta 
transitória Conta de Incorporação e a crédito nas contas de Ativo sinalizam 
que a sociedade Alfa está tendo suas contas de ativo encerradas, mediante a 
transferência dos saldos para a conta transitória. Assim sendo, podemos 
verificar que Alfa é a sociedade incorporada. 
Recordando a contabilização de ambas as sociedades na operação de 
incorporação, temos o seguinte exemplo: 
Lançamentos na Incorporada 
D Conta de Incorporação 
C Contas do Ativo 2.000 
D Contas do Passivo 500 
D Contas do Patrimônio Líquido 1.500 
C Conta de Incorporação 2.000 
Lançamentos na Incorporadora 
D Contas do Ativo 
C Conta de Incorporação 2.000 
D Conta de Incorporação 2.000 
C Contas do Passivo 500 
C Capital Social 1.500 
Gabarito: E 
 
1.4.2. Incorporação Reversa 
 Em uma incorporação envolvendo duas companhias em que uma possui 
participação no capital da outra (investidora e investida), normalmente a 
incorporação se dá pela incorporação da companhia investida à companhia 
investidora, ou seja, a empresa menor é incorporada à empresa maior. 
 Todavia, há casos em que, em uma operação de incorporação, a 
companhia investida incorpora a investidora, ou seja, a empresa maior é 
incorporada à empresa menor. Esses casos são chamados de Incorporação 
Reversa. 
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 Observe como a FGV já cobrou o assunto: 
4- (FGV / PROCEMPA - Analista Administrativo / 
2014) Assinale a opção que representa uma incorporação reversa. 
a) C incorpora B, sendo que A é investida de B. 
b) A incorpora B, sendo que B é investida de A. 
c) A incorpora B, sendo que A e B são investidas de C. 
d) B incorpora C, sendo que C é investida de A. 
e) A incorpora B, sendo que A é investida de B. 
Resolução: 
 Conforme acabamos de ver, a Incorporação Reversa se da nos casos 
em que, em uma operação de incorporação, a companhia investida incorpora 
a investidora. Assim, se A é investida de B e A incorpora B, temos uma 
operação de incorporação reversa. 
Gabarito: E 
 
1.5. Fusão 
A Fusão é a operação pela qual duas ou mais sociedades se unem 
para formar uma nova sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e 
obrigações, ou seja, as companhias Alfa e Beta se fundem, formando a 
companhia Charlie, que passará a ser titular de todos os bens, direitos e 
obrigações que eram das duas companhias. 
Além disso, os acionistas das sociedades fundidas passam a ter ações da 
nova sociedade, na proporção dos valores dos patrimônios líquidos das 
sociedades fundidas antes da operação. Ademais, as sociedades fundidas são 
extintas após a fusão. 
A assembleia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, 
deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais 
sociedades. 
Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou 
acionistas das sociedades para uma assembleia geral, que deles tomará 
conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, 
vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido 
da sociedade de que fazem parte. 
Por fim, uma vez constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros 
administradores promover o arquivamento e a publicação dos atos da 
fusão. 
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Podemos esquematizar a fusão da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
Esquema 4 – Fusão 
 
 Vejamos uma questão desse tema aplicada no corrente ano: 
5- (CS-UFG / Prefeitura de Goiânia - GO - Auditor 
Tributário / 2016) Com base na Figura a seguir, responda à questão. 
 
 
A situação representada na figura acima demonstra que as empresas do grupo 
ZYZ passaram pelo processo de 
a) cisão. 
b) fusão. 
c) incorporação. 
d) transformação. 
Resolução: 
Na figura apresentada na questão, temos três empresas (“A”, “B” e “C”) 
que se unem para formar uma nova empresa (“D”), a qual lhes sucederá em 
todos os direitos e obrigações, ou seja, a empresa “D” passará a ser titular de 
todos os bens, direitos e obrigações que eram das três companhias anteriores. 
Nesta operação, estamos diante de uma fusão. 
Gabarito: B 
1.5.1. Contabilização da Fusão 
 A contabilização de uma operação de fusão é muito semelhante à da 
incorporação. Nesta, as sociedades fundidas terão o mesmo tratamento dado à 
Empresa "A" do 
grupo ZYZ
Empresa "B" do 
grupo ZYZ
As empresas "A", 
"B" e "C" do grupo 
ZYZ são extintas 
para a criação da 
empresa "D" do 
grupo ZYZ
Empresa "D" do 
grupo ZYZ assumirá 
todos os ativos e 
passivos das três 
empresas extintas
Empresa "C" do 
grupo ZYZ
A e B são extintas 
A 
B C 
A 
B 
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sociedade incorporada (encerramento de todos os saldos em conta transitória), 
enquanto a nova sociedade fará os mesmos registros que a sociedade 
incorporadora (registro dos ativos e passivos nas respectivas contas e do PL na 
conta Capital Social). Vejamos: 
Balanço Patrimonial da Cia. Alfa 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Clientes 
Imobilizado 
Móveis 
 
2.000 
500 
 
7.000 
Circulante 
Fornecedores 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
Reservas de Lucros 
 
1.500 
 
7.000 
1.000 
Total do Ativo 9.500 Total do Passivo 9.500 
 
Balanço Patrimonial da Cia. Beta 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Estoques 
Imobilizado 
Máquinas e equipamentos 
 
500 
1.500 
 
5.000 
Circulante 
Fornecedores 
Financiamentos 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
1.000 
2.000 
 
4.000 
Total do Ativo 7.000 Total do Passivo 7.000 
 
Lançamentos nas sociedades fundidas 
D Conta de Fusão (Cia. Alfa) 9.500 
C Caixa 2.000 
C Clientes 500 
C Móveis 7.000 
D Fornecedores 1.500 
D Capital Social 7.000 
D Reservas de Lucros 1.000 
C Conta de Fusão (Cia. Alfa) 9.500 
D Conta de Fusão (Cia. Beta) 7.000 
C Caixa 500 
C Estoques 1.500 
C Máquinas e equipamentos 5.000 
D Fornecedores 1.000 
D Financiamentos 2.000 
D Capital Social 4.000 
C Conta de Fusão (Cia.Beta) 7.000 
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 Após serem feitos esses lançamentos, todas as contas das companhias 
fundidas ficam zeradas, podendo as companhias serem extintas. 
 Na nova companhia (Cia. Charlie), a contabilização também se da por 
meio de uma conta transitória, que recebe os saldos referentes aos ativos e aos 
passivos das duas companhias. Veja: 
Lançamentos na nova sociedade 
D Caixa 2.500 
D Clientes 500 
D Estoques 1.500 
D Móveis 7.000 
D Máquinas e equipamentos 5.000 
C Conta de Fusão (Cia. Charlie) 16.500 
D Conta de Fusão (Cia. Charlie) 4.500 
C Fornecedores 2.500 
C Financiamentos 2.000 
 O valor dos PL das duas companhias fundidas (7.000 + 1.000 + 4.000) 
será registrado com aumento de Capital Social na nova companhia. Assim, 
temos: 
Lançamentos na nova sociedade 
D Conta de Fusão (Cia. Charlie) 
C Capital Social 12.000 
 Por fim, após a fusão, a nova sociedade terá a seguinte composição 
patrimonial: 
Balanço Patrimonial da Cia. Charlie 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Clientes 
Estoques 
Imobilizado 
Móveis 
Máquinas e equipamentos 
 
2.500 
500 
1.500 
 
7.000 
5.000 
Circulante 
Fornecedores 
Financiamentos 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
2.500 
2.000 
 
12.000 
Total do Ativo 16.500 Total do Passivo 16.500 
 
 
1.6. Cisão 
A Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do 
seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim 
ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de 
todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. 
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A sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida 
sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão. No caso 
de cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio 
da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos 
transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados. 
Desta feita, notamos que há duas operações distintas de cisão, chamadas 
de total ou parcial, esquematizadas da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
Esquema 5 – Cisão Total 
OU 
 
 
 
 
 
Esquema 6 – Cisão Parcial 
Continuando, na cisão com versão de parcela do patrimônio em 
sociedade nova, a operação será deliberada pela assembleia geral da 
companhia à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os 
números do artigo protocolo. A assembleia, se a aprovar, nomeará os peritos 
que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e funcionará como 
assembleia de constituição da nova companhia. 
Já a cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já 
existente obedecerá às disposições sobre incorporação. A diferença existente 
entre as duas operações é que a cisão é parcial e a incorporação é total, sendo 
a sociedade incorporada extinta após a operação. Na cisão, a sociedade cindida 
não pode ser extinta, pois parte de seu patrimônio permanece na sociedade 
original. 
 Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos 
administradores das sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu 
patrimônio promover o arquivamento e publicação dos atos da operação. Já 
na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos 
administradores tanto da companhia cindida quanto da companhia que 
absorver parcela do seu patrimônio. 
A é extinta 
A 
B C A 
A 
B 
A 
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 Por fim, as ações integralizadas com parcelas de patrimônio da 
companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, 
na proporção das que possuíam. A atribuição em proporção diferente requer 
aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto. 
 
 Como de costume, vamos resolver uma questão desse assunto: 
6- (Ceperj / SEFAZ-RJ - Analista de Controle Interno 
/ 2013) A operação pela qual uma companhia transfere parcelas do seu 
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 
existentes, extinguindo-se ou dividindo-se seu capital, é denominada: 
a) aquisição total ou parcial 
b) fusão 
c) incorporação 
d) cisão 
e) alienação 
Resolução: 
Conforme acabamos de aprender, a operação pela qual a companhia 
transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, 
constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se ou dividindo-se 
o seu capital é chamada cisão. 
Gabarito: D 
 
1.6.1. Contabilização da Cisão 
 A fim de exemplificarmos a contabilização de uma operação de cisão, 
vamos supor a existência da Cia. Ômega S.A., que é cindida para a constituição 
da Cia. Lâmbida S.A. Antes da operação, a Cia. Ômega possuía a seguinte 
composição patrimonial: 
Balanço Patrimonial da Cia Ômega S.A. 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Estoques 
Imobilizado 
Móveis 
 
4.500 
3.500 
 
7.000 
Circulante 
Fornecedores 
 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
2.500 
 
 
12.500 
Total do Ativo 15.000 Total do Passivo 15.000 
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 A constituição da Cia. Lâmbida S.A. se deu mediante a transferência de 
40% dos Ativos Circulantes e de 20% dos Ativos Não Circulantes da companhia 
cindida. Assim, a contabilização da operação é feita da seguinte maneira: 
Lançamentos na cindida 
D Conta de Cisão (Cia. Ômega) 4.600 
C Caixa (4.500 * 40%) 1.800 
C Clientes (3.500 * 40%) 1.400 
C Móveis (7.000 * 20%) 1.400 
 Em contrapartida, é feita a baixa do valor equivalente diretamente do PL 
da companhia cindida: 
Lançamentos na cindida 
D Capital Social 
C Conta de Cisão (Cia. Ômega) 4.600 
 
 Na companhia constituída, são feitos os lançamentos inversos, 
registrando-se os valores cindidos da Cia. Ômega. Vejamos: 
Lançamentos na companhia constituída 
D Caixa 1.800 
D Clientes 1.400 
D Móveis 1.400 
C Conta de Cisão (Cia. Lâmbida) 4.600 
D Conta de Cisão (Cia. Lâmbida) 
C Capital Social 4.600 
 
 Após a cisão da Cia. Ômega e constituição da Cia. Lâmbida, ambas 
passam a ter a seguinte composição patrimonial: 
Balanço Patrimonial da Cia Ômega S.A. 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Estoques 
Imobilizado 
Móveis 
 
2.700 
2.100 
 
5.600 
Circulante 
Fornecedores 
 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
2.500 
 
 
7.900 
Total do Ativo 10.400 Total do Passivo 10.400 
 
 
 
 
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Balanço Patrimonial da Cia Lâmbida S.A. 
ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 
Circulante 
Caixa 
Estoques 
Imobilizado 
Móveis 
 
1.800 
1.400 
 
1.400 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
Capital Social 
 
 
 
 
4.600 
Total do Ativo 4.600 Total do Passivo 4.600 
 
 Finalmente, podemos esquematizar as semelhanças e diferenças entre as 
três operações de reorganização jurídica de sociedades: 
 Incorporação Fusão Cisão 
Extinção de 
sociedade 
Sim Sim 
Total: Sim 
Parcial: Não 
Surgimento de 
nova sociedade 
Não Sim Sim ou Não 
Arquivamento 
e publicação 
dos atosIncorporadora Nova companhia 
Total: Sociedade que 
absorveu parcela do 
patrimônio da cindida 
Parcial: Sociedade 
que absorveu parcela 
do patrimônio da 
cindida e a cindida 
Esquema 7 – Semelhanças e diferenças entre as reorganizações jurídicas de sociedade 
 
1.7. Direitos dos Debenturistas 
 A incorporação, fusão ou cisão da companhia emissora de debêntures em 
circulação dependerá da prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em 
assembleia especialmente convocada com esse fim. 
Será dispensada a aprovação pela assembleia se for assegurado aos 
debenturistas que o desejarem, durante o prazo mínimo de seis meses a 
contar da data da publicação das atas das assembleias relativas à operação, o 
resgate das debêntures de que forem titulares. Nesse caso, a sociedade cindida 
e as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão 
solidariamente pelo resgate das debêntures. 
 
 Vamos ver como esse assunto já foi cobrado em provas 
anteriores: 
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7- (Cespe / ANTT - Especialista em Regulação de 
Serviços de Transportes Terrestres / 2013) Acerca da fusão, cisão e 
incorporação de empresas, bem como da consolidação das demonstrações 
contábeis, julgue o item a seguir. 
Se houver debêntures em circulação de uma ou mais empresas envolvidas em 
uma combinação de negócios será necessária a autorização prévia dos 
debenturistas, por meio de carta de autorização individual registrada em 
cartório, para que a combinação de negócios possa ser realizada ou para que 
seja garantido o direito de resgate das debentures em até seis meses. 
Resolução: 
 A primeira parte da questão está correta, pois se houver debêntures em 
circulação de uma ou mais empresas envolvidas em uma combinação de 
negócios, será necessária a autorização prévia dos debenturistas para a 
efetivação da incorporação, fusão ou cisão. Entretanto, tal autorização se da por 
meio de reunião em assembleia especialmente convocada com esse fim, 
e não por carta de autorização individual registrada em cartório. 
 Além disso, caso seja garantido o direito de resgate das debentures no 
prazo mínimo de seis meses, a aprovação pela assembleia será dispensada. 
Gabarito: E 
 
1.8. Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão 
 Até 60 dias depois de publicados os atos relativos à incorporação ou à 
fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear judicialmente a 
anulação da operação. Findo o prazo, decairá do direito o credor que não o tiver 
exercido. 
A consignação da importância em pagamento prejudicará a anulação 
pleiteada. 
Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a execução, 
suspendendo-se o processo de anulação. 
Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora 
ou da sociedade nova, qualquer credor anterior terá o direito de pedir a 
separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens 
das respectivas massas. 
 
 Vejamos uma questão que já cobrou esse assunto: 
8- (Ceperj / SEFAZ-RJ - Analista de Controle Interno 
/ 2013) Na incorporação ou fusão de sociedades, o credor anterior por ela 
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prejudicado poderá pleitear judicialmente a sua anulação, depois de publicados 
os atos relativos a essas operações, em até: 
a) 30 dias 
b) 45 dias 
c) 60 dias 
d) 120 dias 
e) 180 dias 
Resolução: 
 Conforme acabamos de verificar, até 60 dias depois de publicados os 
atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior por ela 
prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação. Findo o 
prazo, decairá do direito o credor que não o tiver exercido. 
Gabarito: C 
 
1.9. Direitos dos Credores na Cisão 
Na cisão com extinção (cisão total) da companhia cindida, as sociedades 
que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas 
obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que 
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas 
obrigações da primeira anteriores à cisão. 
O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que 
absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis 
apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre 
si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior 
poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a 
sociedade no prazo de 90 dias a contar da data da publicação dos atos da cisão. 
 
1.10. Averbação da Sucessão 
A certidão, passada pelo registro do comércio, da incorporação, fusão ou 
cisão, é documento hábil para a averbação, nos registros públicos competentes, 
da sucessão, decorrente da operação, em bens, direitos e obrigações. 
 
1.11. Direito de Retirada 
A aprovação da fusão ou cisão da companhia, ou da sua incorporação em 
outra companhia dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, 
mediante reembolso do valor das suas ações. 
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 Nos casos de fusão da companhia, ou de sua incorporação em outra, 
não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha 
liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver: 
a) Liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a 
represente, integre índice geral representativo de carteira de valores 
mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no 
Brasil ou no exterior, definido pela CVM; e 
b) Dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou 
outras sociedades sob seu controle detiverem menos da metade da 
espécie ou classe de ação. 
Já nos casos de cisão da companhia, somente haverá direito de retirada 
se a cisão implicar: 
a) Mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido 
para sociedade cuja atividade preponderante coincida com a decorrente 
do objeto social da sociedade cindida; 
b) Redução do dividendo obrigatório; ou 
c) Participação em grupo de sociedades. 
 
2. Dissolução, Liquidação e Extinção 
2.1. Dissolução 
A dissolução de uma companhia é dada pela separação dos acionistas 
que resulte em término das atividades desenvolvidas pela empresa. Uma 
companhia pode ser dissolvida de pleno direito, por decisão judicial ou por 
decisão de autoridade administrativa competente. Dissolve-se a 
companhia: 
I. De pleno direito: 
a. Pelo término do prazo de duração; 
b. Nos casos previstos no estatuto; 
c. Por deliberação da assembleia-geral; 
d. Pela existência de um único acionista, verificada em assembleia-
geral ordinária, se o mínimo de dois não for reconstituído até a 
assembleia-geral do ano seguinte, exceto a companhia subsidiária 
integral; 
e. Pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar. 
II. Por decisão judicial: 
a. Quando anulada a sua constituição, em ação proposta por 
qualquer acionista; 
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b. Quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação 
proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital 
social; 
c. Em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei. 
III. Por decisão de autoridade administrativa competente, nos casose na 
forma previstos em lei especial. 
 Em todos os casos, a companhia dissolvida conserva a personalidade 
jurídica, até a extinção, com o fim de proceder à liquidação. 
 
 Vejamos uma questão sobre esse assunto: 
9- (Cesgranrio / Innova - Contador / 2012) A 
reorganização societária, em termos gerais, envolve os processos de cisão, 
fusão e incorporação de empresas. Muitos são os motivos que levam a tais 
processos, podendo destacar-se, entre os mais usuais, os litígios entre os 
proprietários (sócios/acionistas), a conjuntura econômica, o planejamento 
estratégico, o planejamento tributário e as oportunidades oferecidas pelo 
mercado empresarial. 
Independente de tais aspectos técnicos, nos casos em que se manifestam os 
litígios entre os proprietários, é bastante comum surgir a possibilidade de 
dissolução da sociedade por decisão judicial. 
Nesse caso, essa dissolução pode acontecer por 
a) deliberação da assembleia 
b) término do prazo contratual 
c) ocorrência de situações previstas no estatuto 
d) extinção na forma da lei da autorização para funcionamento 
e) anulação de sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista 
Resolução: 
 Conforme vimos há pouco, dissolve-se a companhia: 
II. Por decisão judicial: 
a. Quando anulada a sua constituição, em ação proposta por 
qualquer acionista; (Letra E) 
b. Quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação 
proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital 
social; 
c. Em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei. 
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Todas as demais assertivas tratam de casos de dissolução de pleno 
direito. 
Gabarito: E 
 
2.2. Liquidação 
 A liquidação de uma companhia é caracterizada pelo conjunto de atos 
praticados com vistas a realizar o ativo, pagar o passivo e destinar o saldo 
remanescente (patrimônio líquido), se houver, aos sócios ou acionistas, na 
forma do estatuto ou do contrato social. 
 Tais atos devem ser praticados por um liquidante. Nos casos de 
dissolução de pleno direito, o liquidante será nomeado pelo conselho de 
administração ou pela assembleia-geral, se não houver conselho de 
administração e o estatuto não dispuser o contrário, podendo o liquidante 
poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado. Já na 
dissolução por decisão judicial, o liquidante deverá ser nomeado pelo juiz. 
Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os 
atos necessários à liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, 
transigir, receber e dar quitação. Contudo, exceto por expressa autorização da 
assembleia-geral, o liquidante não poderá gravar bens e contrair 
empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações 
inadiáveis, nem prosseguir na atividade social da companhia, ainda que para 
facilitar a liquidação. Além disso, em todos os atos ou operações, o liquidante 
deverá usar a denominação social da companhia seguida das palavras "em 
liquidação", dando publicidade a todos da real situação da empresa. 
 Durante a liquidação, respeitados os direitos dos credores preferenciais, 
o pagamento dos passivos deverá ser feito proporcionalmente e sem 
distinção entre vencidos e vincendos, mas, em relação a estes, com desconto 
às taxas bancárias. Todavia, se o ativo for superior ao passivo, o liquidante 
poderá, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas 
vencidas. 
Já no tocante à partilha do ativo, a assembleia-geral pode deliberar que 
antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos todos os credores, se 
façam rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os 
haveres sociais. 
Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a 
assembleia-geral para a prestação final das contas. Aprovadas as contas, 
encerra-se a liquidação e a companhia se extingue. Todavia, o acionista 
dissidente terá o prazo de 30 dias, a contar da publicação da ata, para 
promover a ação que lhe couber. 
 
2.3. Extinção 
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Por fim, a extinção da companhia é quando a empresa deixa de existir, 
ou seja, deixa de ser dotada de personalidade jurídica. É a morte da empresa. 
Extingue-se a companhia: 
I. Pelo encerramento da liquidação; 
II. Pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o 
patrimônio em outras sociedades (cisão total). 
 
3. Demonstrações Consolidadas 
Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de 
grupo econômico, em que os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, 
despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são 
apresentados como se fossem uma única entidade econômica. 
A Lei nº 6.404/76, em seu art. 249, dispõe que a companhia aberta que 
tiver mais de 30% do valor do seu patrimônio líquido representado por 
investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, 
juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações 
consolidadas. 
No entanto, o parágrafo único do art. 291 da mesma lei conferiu à CVM a 
prerrogativa de reduzir tal percentual, o que foi feito pela autarquia por meio 
da resolução que aprovou o CPC 36 – Demonstrações Consolidadas. Nesta 
norma, foi estabelecido que a entidade que seja controladora deve apresentar 
demonstrações consolidadas, ou seja, toda companhia aberta que seja 
controladora de outra companhia deve apresentar demonstrações 
consolidadas, independente do percentual de participação. 
Ainda de acordo com a Lei das S.A., a CVM poderá expedir normas sobre 
as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e: 
a) Determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam 
financeira ou administrativamente dependentes da companhia; e 
b) Autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades 
controladas. 
 
 Esquematizando as Demonstrações Consolidadas, temos: 
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Esquema 8 – Principais aspectos das Demonstrações Consolidadas 
 
3.1. Normas sobre Consolidação 
Basicamente, a consolidação das demonstrações consiste em agregar os 
saldos das contas de todas as companhias do grupo econômico, formando um 
único demonstrativo, conforme abaixo: 
Conta Controladora Controlada A Controlada B Consolidado 
Caixa 1.000 200 350 1.550 
Estoques 2.500 450 250 3.200 
Móveis 5.000 1.000 2.100 8.100 
Total do Ativo 8.500 1.650 2.700 12.850 
Fornecedores 1.000 100 300 1.400 
Financiamentos 2.500 700 950 4.150 
Capital Social 5.000 850 1.450 7.300 
Total do Passivo 8.500 1.650 2.700 12.850 
 
No entanto, não se trata de apenas fazer a agregação vista acima, pois é 
muito comum que, em um grupo econômico, haja compras e vendas entre as 
sociedades do grupo. Como a finalidade das demonstrações consolidadas é de 
demonstrar os componentes patrimoniais das empresas como se elas fossem 
uma única entidade econômica, faz-se necessário que algumas transações 
sejam excluídas das demonstrações consolidadas. 
Nesse sentido, a lei define que, das demonstrações financeiras 
consolidadas serão excluídas: 
I. As participações de uma sociedade em outra; 
II. Os saldos de quaisquer contas entre as sociedades; e 
III. As parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos 
acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que 
Demonstrações 
Consolidadas
Finalidade
Controladora + 
Controladascomo entidade 
econômica 
única
Obrigatoriedade
Lei nº 
6.404/76
Companhia aberta 
com mais de 30% 
do PL representado 
por investimentos 
em controladas
CPC 36
Toda companhia 
aberta
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corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as 
sociedades. 
 
 Vejamos uma questão desse assunto: 
10- (Cespe / MPU - Analista - Contabilidade / 2013) 
No que se refere à consolidação das demonstrações contábeis, julgue o item a 
seguir. 
Na consolidação das demonstrações contábeis, deverão ser excluídas as 
parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do 
custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, 
ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. 
Resolução: 
 Nesta questão, o examinador apresentou o texto do art. 250, inciso III, 
da Lei nº 6.404/76, apenas trocando a ordem das sentenças. Vamos recordar 
os outros dois itens que também devem ser excluídos das demonstrações 
financeiras consolidadas, pois eles também aparecem bastante em provas: 
I. As participações de uma sociedade em outra; e 
II. Os saldos de quaisquer contas entre as sociedades. 
Gabarito: C 
 
3.1.1. Eliminação das participações de uma sociedade em outra 
Vamos verificar um exemplo numérico de como se procede a exclusão de 
saldos de transações recíprocas entre controladas e controladoras, iniciando 
pela eliminação das participações de uma sociedade em outra. Para isso, 
vamos supor a existência da Cia. Alfa, controladora, e da Cia. Beta, sua única 
controlada. No exercício corrente, elas apresentaram os seguintes saldos ao 
final do período: 
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Controladora 
Cia. Alfa
Controlada 
Cia. Beta
9.000,00 2.300,00 
Caixa 1.000,00 200,00 
BCM 2.000,00 500,00 
Duplicatas a Receber 3.500,00 950,00 
Estoques 2.500,00 650,00 
13.440,00 3.000,00 
Realizável a Longo Prazo 800,00 - 
Empréstimos à Cia. Beta 800,00 - 
Investimentos 2.640,00 1.000,00 
Ações da Cia. Beta (80%) 2.640,00 1.000,00 
Imobilizado 10.000,00 2.000,00 
Terrenos 10.000,00 2.000,00 
22.440,00 5.300,00 
9.940,00 1.200,00 
Fornecedores 9.940,00 1.200,00 
- 800,00 
Empréstimos da Cia. Alfa - 800,00 
12.500,00 3.300,00 
Capital Social 10.900,00 2.900,00 
Reservas de Lucros 1.600,00 400,00 
22.440,00 5.300,00 
Não Circulante
Patrimônio Líquido
Conta
Total do Passivo
Total do Ativo
Circulante
Não Circulante
Circulante
 
 Repare que a Cia. Alfa possui 80% de participação no capital da Cia. Beta, 
registrado em seu ANC-Investimentos, com base no valor do Patrimônio Líquido 
da investida (R$ 3.300,00 * 0,8 = R$ 2.640,00). Esse valor deve ser eliminado 
pois, como as demonstrações consolidadas apresentam valores do grupo 
econômico como se todas as companhias fossem apenas uma, caso o valor não 
fosse excluído estaria sendo apresentado um investimento do grupo nele 
mesmo. 
 
3.1.2. Eliminação de saldos de contas entre as sociedades 
Continuando, a lei determina, ainda, a exclusão dos saldos de 
quaisquer contas entre as sociedades. Repare que a Cia. Beta possui 
empréstimos tomados da Cia. Alfa no valor de R$ 800,00, os quais também 
devem ser eliminados pelo mesmo motivo explanado no item 2.1.1. 
 Assim, vamos verificar como fica o Balanço Patrimonial Consolidado 
dessas duas sociedades: 
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Controladora 
Cia. Alfa
Controlada 
Cia. Beta
Consolidado
9.000,00 2.300,00 11.300,00 
Caixa 1.000,00 200,00 1.200,00 
BCM 2.000,00 500,00 2.500,00 
Duplicatas a Receber 3.500,00 950,00 4.450,00 
Estoques 2.500,00 650,00 3.150,00 
13.440,00 3.000,00 13.000,00 
Realizável a Longo Prazo 800,00 - - 
Empréstimos à Cia. Beta 800,00 - - 
Investimentos 2.640,00 1.000,00 1.000,00 
Ações da Cia. Beta
(80%)
2.640,00 1.000,00 1.000,00 
Imobilizado 10.000,00 2.000,00 12.000,00 
Terrenos 10.000,00 2.000,00 12.000,00 
22.440,00 5.300,00 24.300,00 
9.940,00 1.200,00 11.140,00 
Fornecedores 9.940,00 1.200,00 11.140,00 
- 800,00 - 
Empréstimos da Cia. Alfa - 800,00 - 
12.500,00 3.300,00 13.160,00 
Capital Social 10.900,00 2.900,00 10.900,00 
Reservas de Lucros 1.600,00 400,00 1.600,00 
Participação de Acionistas 
Não Controladores
660,00 
22.440,00 5.300,00 24.300,00 
Não Circulante
Patrimônio Líquido
Conta
Total do Passivo
Total do Ativo
Circulante
Não Circulante
Circulante
 
 Na tabela acima, os valores em vermelho correspondem a saldos que 
foram totalmente excluídos, enquanto os em laranja correspondem a valores 
parcialmente eliminados. Todavia, tais exclusões não são efetuadas na 
escrituração das companhias envolvidas, haja vista que devem ser preservadas 
as demonstrações individuais de cada uma. O processo de consolidação é feito 
extra contabilmente. 
 
3.1.3. Participação de Acionistas Não Controladores 
Observe no item anterior que a demonstração consolidada possui uma 
linha intitulada “Participação de Acionistas Não Controladores”. Isso porque a 
lei determina que a participação dos acionistas não controladores no 
patrimônio líquido e no lucro do exercício será destacada, respectivamente, no 
Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. O CPC 36 
(R3) disciplina que tal destaque deve se dar, no BP, dentro do patrimônio 
líquido, separadamente do patrimônio líquido dos proprietários da controladora. 
Assim, no nosso exemplo numérico, o valor de R$ 660,00 corresponde 
aos 20% do PL da Cia. Beta que não estão sob o controle da Cia. Alfa. Desta 
feita, os saldos das contas do Patrimônio Líquido consolidado, exceto a 
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Participação de Não Controladores, serão sempre iguais aos saldos das 
respectivas contas do Patrimônio Líquido da controladora. 
 
 Vejamos como esse assunto já foi cobrado em provas anteriores: 
11- (Cespe / TJ-AC - Contador / 2012) No exercício de 
2011, a empresa ALFA auferiu juros no valor de R$ 12.500,00 e comissões sobre 
vendas no valor de R$ 250.000,00 de sua controlada GAMA. Considerando essa 
situação, julgue os itens a seguir, relacionados aos procedimentos de 
consolidação de balanços, em conformidade com o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis. 
Para consolidar as demonstrações contábeis, a controladora ALFA efetuará 
lançamentos contábeis cujos débitos somam R$ 262.500,00. 
Resolução: 
 Essa questão exige, em primeiro lugar, boa interpretação por parte do 
aluno. Vejamos que ela informa que a empresa ALFA auferiu juros e comissões 
sobre vendas de sua controlada GAMA. Desta feita, a controladora registrou 
receitas no valor de R$ 262.500,00 em suas demonstrações, enquanto a 
controlada registrouo mesmo valor em despesas. 
 Assim, por ocasião da consolidação das contas, os seguintes lançamentos 
extra contábeis devem ser efetuados nas empresas: 
D Juros Ativos (Cia. ALFA) 12.500,00 
D Comissões sobre Vendas Ativas (Cia. ALFA) 250.000,00 
C Juros Passivos (Cia. GAMA) 12.500,00 
C Comissões sobre Vendas Passivas (Cia. GAMA) 250.000,00 
 Portanto, para consolidar as demonstrações contábeis, a controladora 
ALFA efetuará lançamentos contábeis cujos débitos somam R$ 262.500,00. 
Gabarito: C 
 
3.1.4. Eliminação de Resultados Não Realizados 
 Dando continuidade ao estudo das eliminações efetuadas na consolidação 
das demonstrações contábeis, passaremos a verificar a exclusão das parcelas 
dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do 
custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a 
resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. 
 Vamos supor que a Cia. Alfa tenha adquirido mercadorias por R$ 500,00 
e tenha revendido à Cia. Beta por R$ 650,00, sendo que, ao final do período, 
tais mercadorias permaneciam no estoque da controlada. Acerca desses fatos, 
temos os seguintes lançamentos em cada empresa: 
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Venda na Controladora (Cia. Alfa) 
D Caixa 
C Receita de Vendas 650,00 
D CMV 
C Estoques 500,00 
Compra na Controlada (Cia. Beta) 
D Estoques 
C Caixa 650,00 
 A eliminação dos valores correspondentes a negócios entre as sociedades 
não realizados tem por objetivo fazer com que as demonstrações consolidadas 
estejam livres dos efeitos das transações entre controladas e controladora, ou 
seja, os valores consolidados devem corresponder apenas às transações que os 
integrantes do grupo econômico efetuaram com terceiros estranhos ao grupo. 
 Note que, o lucro auferido pela Cia. Alfa, no valor de R$ 150,00, está 
embutido nos estoques registrados na Cia. Beta. Desta feita, como a mercadoria 
encontra-se nos estoques da controlada ao término do período, há que se fazer 
a eliminação desse lucro embutido, bem como da Receita de Vendas e da 
despesa com CMV, registradas na controladora. Veja: 
Eliminação do Lucro Não Realizado 
D Receita de Vendas (Cia. Alfa) 650,00 
C CMV (Cia. Alfa) 500,00 
C Estoques (Cia. Beta) 150,00 
 Assim, o valor dos Estoques apresentados no balanço consolidado deve 
corresponder ao valor pelo qual as mercadorias foram adquiridas de terceiros 
estranhos ao grupo, ou seja, R$ 500,00. 
 A mesma lógica é seguida na eliminação de Resultados Não Realizados 
no Ativo Não Circulante. Vamos supor que a Cia. Alfa tenha vendido um 
terreno à Cia. Beta por R$ 2.000,00, tendo obtido auferido lucro na venda de 
R$ 500,00. Essa transação é registrada da seguinte maneira em cada empresa: 
Venda na Controladora (Cia. Alfa) 
D Caixa 2.000,00 
C Terrenos 1.500,00 
C Lucro na Venda de Imobilizado 500,00 
Compra na Controlada (Cia. Beta) 
D Terrenos 
C Caixa 2.000,00 
 Novamente, o lucro auferido pela Cia. Alfa, no valor de R$ 500,00, está 
embutido nos terrenos registrados na Cia. Beta. Desta feita, há que se fazer a 
eliminação desse lucro embutido, bem como do lucro auferido na controladora. 
Veja: 
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Eliminação do Lucro Não Realizado 
D Lucro na Venda de Imobilizado (Cia. Alfa) 
C Terrenos (Cia. Beta) 500,00 
 Assim, o valor dos Terrenos apresentados no balanço consolidado deve 
corresponder ao valor pelo qual eles foram adquiridos de terceiros estranhos ao 
grupo, ou seja, R$ 1.500,00. 
 
 Vamos resolver agora uma questão da FCC sobre o assunto: 
12- (FCC / SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - 
Gestão Tributária / 2013) A Cia. Global (controladora) possui 100% das 
ações da Cia. Marítima (controlada). No exercício de 2012, a Cia. Marítima 
vendeu produtos de sua industrialização para a controladora por R$ 480.000,00, 
obtendo um lucro de 20% sobre o custo das mercadorias vendidas. A Cia. Global 
vendeu para terceiros 80% do lote comprado, no mesmo exercício, por R$ 
441.600,00. A parcela de lucros não realizados, remanescente nos estoques da 
controladora, a ser eliminada na consolidação das Demonstrações Financeiras 
do grupo, referentes ao exercício social de 2012 é, em R$: 
a) 7.680,00 
b) 16.000,00. 
c) 19.500,00. 
d) 80.000,00. 
e) 96.000,00 
Resolução: 
Segundo o enunciado, a Cia. Marítima obteve lucro de 20% sobre o CMV 
na venda realizada à Cia. Global, por R$ 480.000,00. Assim, temos: 
CMV * 1,2 = 480.000,00 
CMV = 480.000,00 / 1,2 
CMV = 400.000,00 
Portanto, a parcela de Lucro Não Realizado na operação entre controlada 
e controladora é de R$ 80.000,00 (480.000 – 400.000). 
Continuando, no mesmo exercício, a Cia. Global vendeu 80% do lote 
comprado para terceiros, permanecendo 20% do lote comprado em estoque. 
Assim, a parcela de Lucro Não Realizado remanescente nos estoques da 
controladora e que deve ser eliminada na consolidação das Demonstrações 
Financeiras do grupo passa a ser de R$ 16.000,00 (80.000 * 0,2). 
Gabarito: B 
 
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3.2. Data das Demonstrações Contábeis 
A Lei nº 6.404/76 determina que, para fins de consolidação, as 
sociedades controladas, cujo exercício social termine mais de 60 dias antes da 
data do encerramento do exercício da companhia, elaborarão, com observância 
das normas desta Lei, demonstrações financeiras extraordinárias em data 
compreendida nesse prazo. 
 Sobre o assunto, o CPC 36 dispõe que as demonstrações contábeis da 
controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações 
consolidadas devem ter a mesma data-base. Quando o final do período das 
demonstrações contábeis da controladora for diferente do da controlada, a 
controlada deve elaborar, para fins de consolidação, informações contábeis 
adicionais de mesma data que as demonstrações contábeis da controladora para 
permitir que esta consolide as informações contábeis da controlada, a menos 
que seja impraticável fazê-lo. 
Se for impraticável fazê-lo, a controladora deve consolidar as informações 
contábeis da controlada usando as demonstrações contábeis mais recentes da 
controlada, ajustadas para refletir os efeitos de transações ou eventos 
significativos ocorridos entre a data dessas demonstrações contábeis e a data 
das demonstrações consolidadas. Em qualquer caso, a diferença entre a data 
das demonstrações contábeis da controlada e a das demonstrações 
consolidadas não deve ser superior a dois meses, e a duração dos períodos 
das demonstrações contábeis e qualquer diferença entre as datas das 
demonstrações contábeis devem ser as mesmas de período para período 
(comparabilidade). 
 
3.3. Políticas Contábeis Uniformes 
Se um membro do grupo utilizar políticas contábeis diferentes 
daquelas adotadas nas demonstrações consolidadas para transações similares 
e eventos em circunstâncias similares, devem ser feitos ajustes apropriados às 
demonstrações contábeis desse membro do grupo na elaboração das 
demonstrações consolidadas para garantir a conformidade com as políticas 
contábeis do grupo. 
 
4. Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das 
Demonstrações Contábeis 
Uma entidade pode manter atividades em moeda estrangeira de duas 
formas: por meio de transações em moedas estrangeiras ou efetuando 
operações no exterior. Adicionalmente, aentidade pode apresentar suas 
demonstrações contábeis em uma moeda estrangeira. Neste contexto, quais 
taxas de câmbio devem ser usadas e como os efeitos das mudanças nas taxas 
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de câmbio devem ser reportados nas demonstrações contábeis? É isso que 
veremos a partir de agora. 
 Para tal, vamos aprender alguns conceitos relativos a esse assunto: 
 Entidade no exterior é uma entidade, que pode ser controlada, 
coligada, empreendimento controlado em conjunto ou filial, sucursal ou 
agência de outra entidade que reporta a informação, por meio da qual 
são desenvolvidas atividades que estão baseadas ou são conduzidas em 
um país ou em moeda diferente daquelas da entidade que reporta a 
informação. 
 Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a 
entidade opera. 
 Moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da 
entidade. 
 Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações 
contábeis são apresentadas. 
 Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número 
específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes 
taxas cambiais. 
 Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas. 
 Taxa de câmbio à vista é a taxa de câmbio normalmente utilizada para 
liquidação imediata das operações de câmbio; no Brasil, a taxa a ser 
utilizada é a divulgada pelo Banco Central do Brasil. 
 Taxa de fechamento é a taxa de câmbio à vista vigente ao término do 
período de reporte. 
Na elaboração das demonstrações contábeis, cada entidade − seja ela 
uma entidade única, uma entidade com operações no exterior (como uma 
controladora) ou uma entidade no exterior (como uma controlada ou filial) – 
deve determinar sua moeda funcional e converter os itens expressos em moeda 
estrangeira para sua moeda funcional, conforme veremos a seguir: 
 
 
4.1. Apresentação de transação em moeda estrangeira na moeda 
funcional 
Uma transação em moeda estrangeira é a transação que é fixada ou 
requer sua liquidação em moeda estrangeira, incluindo transações que são 
originadas quando a entidade: 
a. Compra ou vende bens ou serviços cujo preço é fixado em moeda 
estrangeira; 
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b. Obtém ou concede empréstimos, quando os valores a pagar ou a 
receber são fixados em moeda estrangeira; ou 
c. De alguma outra forma, adquire ou desfaz-se de ativos, ou assume 
ou liquida passivos fixados em moeda estrangeira. 
Uma transação em moeda estrangeira deve ser reconhecida 
contabilmente, no momento inicial, pela moeda funcional, mediante a 
aplicação da taxa de câmbio à vista entre a moeda funcional e a moeda 
estrangeira, na data da transação, sobre o montante em moeda estrangeira. 
Por motivos práticos, a taxa de câmbio média semanal ou mensal pode 
ser aplicada a todas as transações, em cada moeda estrangeira, ocorridas 
durante o período. Contudo, se as taxas de câmbio flutuarem 
significativamente, a adoção da taxa de câmbio média para o período não é 
apropriada. 
Ao término de cada período: 
a. Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, 
usando-se a taxa de câmbio de fechamento; 
b. Os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico 
em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de 
câmbio vigente na data da transação; e 
c. Os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em 
moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de 
câmbio vigentes nas datas em que o valor justo tiver sido 
mensurado. 
 
4.2. Alteração na moeda funcional 
Quando há alteração na moeda funcional da entidade, a entidade deve 
aplicar, prospectivamente, os procedimentos de conversão requeridos à nova 
moeda funcional a partir da data da alteração. Objetivamente, a entidade deve 
converter todos os itens para a nova moeda funcional, utilizando a taxa de 
câmbio observada na data da alteração. Os montantes resultantes da 
conversão, no caso dos itens não monetários, devem ser tratados como se 
fossem seus custos históricos. 
Contudo, como a moeda funcional da entidade reflete as transações, os 
eventos e as condições subjacentes que são relevantes para a entidade, uma 
vez determinada sua moeda funcional, ela somente pode ser alterada se houver 
mudança nas transações, nos eventos e nas condições subjacentes. Por 
exemplo, uma alteração na moeda que influencia fortemente os preços de venda 
de bens e serviços pode conduzir a alteração na moeda funcional da entidade. 
 
4.3. Conversão das Demonstrações Contábeis 
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A entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer 
moeda (ou moedas). Se a moeda de apresentação das demonstrações contábeis 
difere da moeda funcional da entidade, seus resultados e sua posição financeira 
devem ser convertidos para a moeda de apresentação. 
Por exemplo, quando um grupo econômico é composto por entidades 
individuais com diferentes moedas funcionais, os resultados e a posição 
financeira de cada entidade devem ser expressos na mesma moeda comum a 
todas elas, para que as demonstrações contábeis consolidadas possam ser 
apresentadas. 
Os resultados e a posição financeira da entidade cuja moeda funcional 
não é moeda de economia hiperinflacionária devem ser convertidos para 
moeda de apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos: 
a. Ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado devem 
ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na 
data do respectivo balanço; e 
b. Receitas e despesas para cada demonstração do resultado 
apresentada devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas 
datas de ocorrência das transações. Por razões práticas, a taxa média 
para o período pode ser normalmente utilizada para converter itens de 
receita e despesa. Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem 
significativamente, o uso da taxa de câmbio média para o período é 
inapropriado. 
Já os resultados e a posição financeira da entidade cuja moeda funcional 
é a moeda de economia hiperinflacionária devem ser convertidos para moeda 
de apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos: 
a. Todos os montantes (ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e 
despesas) devem ser convertidos pela taxa de câmbio de fechamento 
da data do balanço patrimonial mais recente. 
Quando as demonstrações contábeis da entidade no exterior são 
levantadas em data diferente da data em que são levantadas as demonstrações 
contábeis da entidade que reporta a informação, a entidade no exterior deve 
normalmente elaborar demonstrações adicionais referentes à mesma data 
das demonstrações contábeis da entidade que reporta a informação. 
Quando isso não for feito, as normas contábeis permitem a utilização de 
data diferente, contanto que a diferença não seja maior do que dois meses e 
que os ajustes sejam feitos para os efeitos de quaisquer transações 
significativas ou outros eventos que possam ocorrer entre as diferentes datas. 
Nesse caso, ativos e passivos da entidade no exterior devem ser convertidos 
pela taxa de câmbio em vigor na data de encerramento do período de reporte 
da entidade no exterior. Os ajustes devem ser feitos para mudanças 
significativas nas taxas cambiais até a data de encerramento do período de 
reporte da entidade que reporta a informação. 
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 Esquematizando as taxas que devem ser aplicadas na conversão 
de itens à moeda funcional, podemos escrever: 
 
Esquema 9 – Taxas aplicadas na conversão de valores à moeda funcional 
 
 Vejamos como esse assunto já foi cobrado em provas anteriores: 
13- (FCC / TRE-RO - Analista Judiciário - Contabilidade 
/ 2013) Desconsiderando economia hiperinflacionária, em relação ao processo 
de conversão das demonstrações contábeis, é correto afirmar que 
a) o balanço patrimonial e a demonstração de resultados são convertidos à taxa 
de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração. 
b) as receitas e as despesas devem ser convertidas à taxa de câmbio de 
fechamento na data da respectiva demonstração. 
c) os ativos e os passivos devem ser convertidos às taxas de câmbio históricas 
nas datas das respectivas operações. 
d) os ativos e os passivos devem ser convertidos à taxa de câmbio de 
fechamento na data do respectivo balanço. 
e) os aumentos de capital devem ser convertidos à taxa média anual em que a 
operação foi realizada. 
Resolução: 
Apresentação 
de transação 
em moeda 
estrangeira
Item monetário Taxa de fechamento
Item não
monetário
Mensurado pelo Custo Histórico
Taxa da data da transação
Mensurado pelo Valor Justo
Taxa da data do valor justo
Alteração da 
moeda 
funcional
Todos os itens Taxa de fechamento
Conversão das 
Demonstrações 
Contábeis
Economia não
Inflacionária
Ativos, Passivos e PL
Taxa de fechamento
Receitas e Despesas
Taxa Média
(ou da data da transação)
Economia 
Inflacionária
Todos os itens
Taxa de fechamento
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Conforme vimos há pouco, quando a economia não é 
hiperinflacionária, os resultados e a posição financeira da entidade devem ser 
convertidos para moeda de apresentação diferente da seguinte maneira: 
a. Ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado devem 
ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na 
data do respectivo balanço; 
b. Receitas e despesas para cada demonstração do resultado 
apresentada devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes 
nas datas de ocorrência das transações; e 
Assim, analisando-se as assertivas: 
a) o balanço patrimonial e a demonstração de resultados são convertidos à taxa 
de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração. Incorreta 
b) as receitas e as despesas devem ser convertidas à taxa de câmbio de 
fechamento na data da respectiva demonstração às taxas de câmbio vigentes 
nas datas de ocorrência das transações. Incorreta 
c) os ativos e os passivos devem ser convertidos às taxas de câmbio históricas 
nas datas das respectivas operações à taxa de câmbio de fechamento na data 
da respectiva demonstração. Incorreta 
d) os ativos e os passivos devem ser convertidos à taxa de câmbio de 
fechamento na data do respectivo balanço. Correta 
e) os aumentos de capital devem ser convertidos à taxa média anual em que a 
operação foi realizada. Tais transações não possuem tratamento específico na 
conversão à moeda funcional, devendo seguir a regra geral dos itens do BP. 
Incorreta 
Gabarito: D 
 
 
 
4.4. Reconhecimento de variação cambial 
Quando itens monetários são originados de transações em moeda 
estrangeira e há mudança na taxa de câmbio entre a data da transação e 
a data da liquidação, surge uma variação cambial. 
Quando a transação é liquidada dentro do mesmo período contábil em 
que foi originada, toda a variação cambial deve ser reconhecida nesse mesmo 
período. Entretanto, quando a transação é liquidada em período contábil 
subsequente, a variação cambial reconhecida em cada período, até a data de 
liquidação, deve ser determinada pela mudança nas taxas de câmbio ocorrida 
durante cada período. 
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As variações cambiais advindas da liquidação ou da conversão de itens 
monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram convertidos 
quando da mensuração inicial, devem ser reconhecidas na demonstração do 
resultado no período em que surgirem. 
Entretanto, as variações cambiais advindas de itens monetários que 
fazem parte do investimento líquido em entidade no exterior da entidade 
que reporta a informação (registro, na controladora, do lucro da controlada no 
exterior, por exemplo) devem ser reconhecidas, inicialmente, em conta 
específica do patrimônio líquido (Ajustes Acumulados de Conversão), 
devendo ser transferidas para o resultado quando da baixa do investimento 
líquido. 
 
 Esquematizando o reconhecimento da variação cambial, temos: 
 
Esquema 10 – Reconhecimento de Variação Cambial 
 
 Novamente, vamos ver uma questão em provas anteriores: 
14- (FCC / INFRAERO - Contador / 2011) A Cia. Gama 
criou uma subsidiária integral no exterior, investindo a quantia de 500.000 
dólares americanos a título de integralização de capital, sendo que a cotação do 
dólar, na época, era de R$ 1,50. No final do exercício, essa subsidiária 
apresentou um lucro de 100.000 dólares americanos, data em que a cotação do 
dólar havia aumentado para R$ 1,60. A contabilização do ajuste, segundo o 
Pronunciamento Técnico do CPC, deverá ser, em R$, 
a) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 210.000,00 
 C Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido)................... 50.000,00 
 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 160.000,00 
b) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 150.000,00 
 D Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido). 50.000,00 
 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 200.000,00 
Variação 
Cambial
Liquidação ou 
Conversão de 
Itens monetário 
(regra)
Resultado
Investimento em 
Entidade no 
Exterior 
(exceção)
Conta específica no PL
(Ajustes Acumulados de 
Conversão)
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c) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 210.000,00 
 D Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido). 50.000,00 
 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 260.000,00 
d) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 100.000,00 
 C Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido)................... 50.000,00 
 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 150.000,00 
e) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 160.000,00 
 D Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido). 50.000,00 
 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 210.000,00 
Resolução: 
Novamente, a questão pergunta o valor do registro que é gerado, na 
companhia investidora, por ocasião do ajuste efetuado em 31/12/x1. Para tal, 
devemos fazer a conversão do valor investido pela diferença entre a taxa de 
câmbio do fechamento e a taxa do dia da transação. O registro será feito a 
débito na conta de Investimentos e a crédito em conta específica do PL 
(Ajustes Acumulados de Conversão). Assim, temos: 
 Capital Social da investida: US$ 500.000 * (R$ 1,60 – R$ 1,50) / US$ 
1,00 = R$ 50.000,00 
Já o valor do lucro líquido deve ser convertido pela taxa

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