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Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 1 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Aula 05 Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Professor: Luciano Moura http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 2 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Assunto Página 1. Incorporação, Fusão e Cisão 4 2. Dissolução, Liquidação e Extinção 21 3. Demonstrações Consolidadas 24 4. Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das Demonstrações Contábeis 32 5. Filial, Agência, Sucursal ou Dependência no Exterior 40 6. Questões Comentadas 42 7. Risco Exponencial 76 8. Lista de Questões 80 9. Gabarito 102 E para facilitar sua referência, abaixo as esquematizações disponíveis nesta aula: Esquema 1 – Principais aspectos das reorganizações jurídicas de Sociedade ........................... 4 Esquema 2 – Procedimentos preliminares às reorganizações jurídicas de sociedades ............... 6 Esquema 3 – Incorporação ............................................................................................... 8 Esquema 4 – Fusão ........................................................................................................ 12 Esquema 5 – Cisão Total ................................................................................................. 15 Esquema 6 – Cisão Parcial .............................................................................................. 15 Esquema 7 – Semelhanças e diferenças entre as reorganizações jurídicas de sociedade .......... 18 Esquema 8 – Principais aspectos das Demonstrações Consolidadas ...................................... 25 Esquema 9 – Taxas aplicadas na conversão de valores à moeda funcional ............................. 36 Esquema 10 – Reconhecimento de Variação Cambial .......................................................... 38 Aula 05 – Reorganização e reestruturação de empresas: Incorporação, fusão, cisão e extinção de empresas - Aspectos contábeis, fiscais, legais e societários da reestruturação social. Consolidação das Demonstrações Contábeis: Conceito e objetivos da consolidação, procedimentos e critérios contábeis aplicados, obrigatoriedade e divulgação. Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis: Objetivo, alcance, definições, procedimentos, divulgação e demais aspectos objeto da Resolução nº 1.295/2010 do CFC. Conversão das demonstrações de uma entidade no exterior. Conceitos e procedimentos: Filiais, agências, sucursais ou dependências no exterior. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 3 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Olá meu caro aluno, Preparado para iniciarmos a última aula do nosso curso de Contabilidade Avançada? A cada dia que passa, vai ficando mais perto o momento para o qual você vem se preparando há bastante tempo. Nossa aula hoje é um pouco extensa, pois veremos as formas de reorganização jurídica das sociedades (incorporação, fusão e cisão), bem como os aspectos legais e normativos das Demonstrações Consolidadas, além dos efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e da conversão de demonstrações contábeis. Embora tenhamos grande quantidade de aspectos a abordar, tentaremos fazer com que o estudo seja o mais leve possível, intercalando a teoria com exercícios, como estamos acostumados, para que você absorva bem todos os conceitos e práticas. Contudo, infelizmente, a quantidade de questões da FCC que abordam os assuntos de hoje é escassa, motivo pelo qual complementaremos a parte de resolução das questões com outras bancas. Vamos começar? Bons estudos! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 4 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 1. Incorporação, Fusão e Cisão Incorporação, Fusão e Cisão são operações efetuadas por empresas com a finalidade de reorganizar as sociedades juridicamente, visando adequá-las ao mercado. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes (sociedade anônima, limitada etc.) e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais. No entanto, nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo. Por exemplo, em uma fusão de duas sociedades por cotas de responsabilidade limitada formando uma sociedade anônima, a criação desta sociedade deve ser feita de acordo com os dispositivos da Lei nº 6.404/76. Além disso, os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as ações que lhes couberem. Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de 120 dias, contados da data da assembleia geral que aprovou a operação, observando as normas pertinentes baixadas pela CVM. O descumprimento deste dispositivo dará ao acionista direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações, nos 30 dias seguintes ao término do daquele prazo (120 dias). Por fim, se em virtude de incorporação, fusão ou cisão surgir participação recíproca, ou seja, a companhia A possui ações da companhia B e a companhia B possui ações da companhia A, ela deverá ser mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras de ambas as sociedades e será eliminada no prazo máximo de 1 ano. Esquematizando os principais aspectos, podemos escrever: Esquema 1 – Principais aspectos das reorganizações jurídicas de Sociedade • Reorganizações jurídicas de sociedades • Tipos de sociedade iguais ou diferentes • Se envolver companhia aberta, as sociedades sucessoras serão abertas Incorporação, Fusão e Cisão http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 5 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Vejamos nossa primeira questão da nossa aula: 1- (Cespe / Banco da Amazônia - Técnico Científico - Contabilidade / 2010) Se a cisão envolver companhia aberta, as sociedades que a suceder serão também abertas, com registros próprios na CVM. Resolução: Moleza essa, não é mesmo!? Não só na operação de cisão, mas também na incorporação e na fusão, se a reorganização jurídica envolver alguma companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas. Gabarito: C 1.1. Protocolo As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas. Este protocolo possui a natureza jurídica de um contrato prévio e conterá o projeto da operação de reorganização jurídica da sociedade que se pretende realizar. Após aprovado pelas assembleias das sociedades envolvidas, ele é convertido em um contrato definitivo. O protocolo incluirá: 1. O número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição; 2. Os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão; 3. Os critérios de avaliaçãodo patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores; 4. A solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra; 5. O valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das sociedades que forem parte na operação; 6. O projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para efetivar a operação; e 7. Todas as demais condições a que estiver sujeita a operação. Os valores sujeitos a determinação serão indicados por estimativa. 1.2. Justificação http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 6 de 102 www.exponencialconcursos.com.br As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da assembleia geral das companhias interessadas mediante justificação, na qual serão expostos: 1. Os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização; 2. As ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a modificação dos seus direitos, se prevista; 3. A composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir; e 4. O valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes. 1.3. Formação do Capital Social As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do Patrimônio Líquido a ser vertido para a formação de capital social é, ao menos, igual ao montante do Capital a Realizar. Isso tem por finalidade evitar a redução do capital. As ações ou quotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem de propriedade da companhia incorporadora poderão, conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas, ou substituídas por ações em tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, exceto a legal. O mesmo vale para os casos de fusão, quando uma das sociedades fundidas for proprietária de ações ou quotas de outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorporar parcela do patrimônio da cindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta. Esquematizando os procedimentos preliminares, temos: Esquema 2 – Procedimentos preliminares às reorganizações jurídicas de sociedades Observe como isso já foi cobrado em provas anteriores: •Condições em que ocorrerá a reorganização •Possui natureza jurídica de contrato prévioProtocolo •Deliberação da assembleia geral das companhias envolvidasJustificação •Determinação do valor do Patrimônio Líquido •Feita por peritos nomeados •PL menor ou igual Capital a Realizar Formação do Capital http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 7 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 2- (Cesgranrio / Petrobras - Contador / 2014) Existem operações de reorganização societária que não envolvem companhias de capital aberto em qualquer de suas modalidades: incorporação, cisão ou fusão. Nesse caso, torna-se necessária a realização de atos preliminares, comuns a todas elas, que antecedem a concretização de tais operações. Os procedimentos ou atos preliminares comuns nas operações de incorporação, fusão e cisão são: a) protocolo, justificação e formação do capital b) petição, protocolo e formação do capital c) avaliação, justificação e petição d) avaliação, justificação e formação do capital e) avaliação, formação do capital e petição Resolução: Conforme vimos há pouco, os procedimentos ou atos preliminares comuns às operações de incorporação, fusão e cisão são protocolo, justificação e formação do capital social. Gabarito: A 1.4. Incorporação A Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra sociedade, a qual lhes sucede em todos os direitos e obrigações, ou seja, se a companhia Alfa é incorporada pela companhia Beta, esta passa a ser titular de todos os bens, direitos e obrigações que eram da companhia Alfa. Além disso, os acionistas da incorporada passam a ter ações da incorporadora, na mesma proporção que tinham antes da operação. A assembleia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear os peritos que o avaliarão. Já a sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora. Aprovados pela assembleia geral da incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à incorporadora promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação. Podemos esquematizar a incorporação da seguinte maneira: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 8 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 3 – Incorporação 1.4.1. Contabilização da Incorporação A fim de exemplificarmos a contabilização de uma operação de incorporação, vamos supor a existência de duas companhias, a Cia. Incorporada S.A. e a Cia. Incorporadora S.A., as quais possuem os seguintes patrimônios: Balanço Patrimonial da Cia Incorporada S.A. ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Clientes Imobilizado Móveis 2.000 500 7.000 Circulante Fornecedores Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Lucros 1.500 7.000 1.000 Total do Ativo 9.500 Total do Passivo 9.500 Balanço Patrimonial da Cia Incorporadora S.A. ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Estoques Imobilizado Veículos 2.500 3.500 12.000 Circulante Fornecedores Financiamentos Patrimônio Líquido Capital Social 1.000 8.000 9.000 Total do Ativo 18.000 Total do Passivo 18.000 Na Cia. Incorporada S.A., a contabilização se dá por meio de uma conta transitória e híbrida, a qual chamaremos de Conta de Incorporação e que recebe todos os lançamentos de encerramento de saldo dos ativos, passivos e do PL. Veja: Lançamentos na Incorporada D Conta de Incorporação 9.500 C Caixa 2.000 A é extinta A B B A http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 9 de 102 www.exponencialconcursos.com.br C Clientes 500 C Móveis 7.000 D Fornecedores 1.500 D Capital Social 7.000 D Reservas de Lucros 1.000 C Conta de Incorporação 9.500 Após serem feitos esses lançamentos, todas as contas da Cia. Incorporada S.A. ficam zeradas, podendo a companhia ser extinta. Na Cia. Incorporadora S.A., a contabilização também se dá por meio da Conta de Incorporação. No entanto, esta recebe apenas os lançamentos referentes aos dos ativos e dos passivos. Veja: Lançamentos na Incorporadora D Caixa 2.000 D Clientes 500 D Móveis 7.000 C Conta de Incorporação 9.500 D Conta de Incorporação C Fornecedores 1.500 O valor do PL oriundo da companhia incorporada (7.000 + 1.000) é registrado com aumento de Capital Social na incorporada, correspondendo às ações da Cia. Incorporadora S.A. que os antigos acionistas da Cia. Incorporada S.A. receberão pela operação. Assim, temos: Lançamentos na Incorporadora D Contade Incorporação C Capital Social 8.000 Finalmente, após a incorporação a Cia. Incorporadora S.A. passa a ter a seguinte composição patrimonial: Balanço Patrimonial da Cia Incorporadora S.A. ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Clientes Estoques Imobilizado Móveis Veículos 4.500 500 3.500 7.000 12.000 Circulante Fornecedores Financiamentos Patrimônio Líquido Capital Social 2.500 8.000 17.000 Total do Ativo 27.500 Total do Passivo 27.500 Vejamos como isso já foi cobrado em provas: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 10 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 3- (Cespe / TJ-RR - Contador / 2012) Considere que as sociedades empresariais Alfa e Beta, que atuam no mesmo ramo de negócios e estão sob controle acionário comum, não tenham nenhuma participação de uma na outra, e que, em um processo de incorporação envolvendo essas empresas, a sociedade Alfa tenha efetuado corretamente um lançamento contábil, debitando a conta transitória conta de incorporação e creditando ativos circulantes e ativos não circulantes. Nesse caso, a sociedade Alfa é a incorporadora e Beta, a incorporada. Resolução: Em uma operação de incorporação, a contabilização a débito na conta transitória Conta de Incorporação e a crédito nas contas de Ativo sinalizam que a sociedade Alfa está tendo suas contas de ativo encerradas, mediante a transferência dos saldos para a conta transitória. Assim sendo, podemos verificar que Alfa é a sociedade incorporada. Recordando a contabilização de ambas as sociedades na operação de incorporação, temos o seguinte exemplo: Lançamentos na Incorporada D Conta de Incorporação C Contas do Ativo 2.000 D Contas do Passivo 500 D Contas do Patrimônio Líquido 1.500 C Conta de Incorporação 2.000 Lançamentos na Incorporadora D Contas do Ativo C Conta de Incorporação 2.000 D Conta de Incorporação 2.000 C Contas do Passivo 500 C Capital Social 1.500 Gabarito: E 1.4.2. Incorporação Reversa Em uma incorporação envolvendo duas companhias em que uma possui participação no capital da outra (investidora e investida), normalmente a incorporação se dá pela incorporação da companhia investida à companhia investidora, ou seja, a empresa menor é incorporada à empresa maior. Todavia, há casos em que, em uma operação de incorporação, a companhia investida incorpora a investidora, ou seja, a empresa maior é incorporada à empresa menor. Esses casos são chamados de Incorporação Reversa. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 11 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Observe como a FGV já cobrou o assunto: 4- (FGV / PROCEMPA - Analista Administrativo / 2014) Assinale a opção que representa uma incorporação reversa. a) C incorpora B, sendo que A é investida de B. b) A incorpora B, sendo que B é investida de A. c) A incorpora B, sendo que A e B são investidas de C. d) B incorpora C, sendo que C é investida de A. e) A incorpora B, sendo que A é investida de B. Resolução: Conforme acabamos de ver, a Incorporação Reversa se da nos casos em que, em uma operação de incorporação, a companhia investida incorpora a investidora. Assim, se A é investida de B e A incorpora B, temos uma operação de incorporação reversa. Gabarito: E 1.5. Fusão A Fusão é a operação pela qual duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, ou seja, as companhias Alfa e Beta se fundem, formando a companhia Charlie, que passará a ser titular de todos os bens, direitos e obrigações que eram das duas companhias. Além disso, os acionistas das sociedades fundidas passam a ter ações da nova sociedade, na proporção dos valores dos patrimônios líquidos das sociedades fundidas antes da operação. Ademais, as sociedades fundidas são extintas após a fusão. A assembleia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades. Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para uma assembleia geral, que deles tomará conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte. Por fim, uma vez constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o arquivamento e a publicação dos atos da fusão. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 12 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Podemos esquematizar a fusão da seguinte maneira: Esquema 4 – Fusão Vejamos uma questão desse tema aplicada no corrente ano: 5- (CS-UFG / Prefeitura de Goiânia - GO - Auditor Tributário / 2016) Com base na Figura a seguir, responda à questão. A situação representada na figura acima demonstra que as empresas do grupo ZYZ passaram pelo processo de a) cisão. b) fusão. c) incorporação. d) transformação. Resolução: Na figura apresentada na questão, temos três empresas (“A”, “B” e “C”) que se unem para formar uma nova empresa (“D”), a qual lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, ou seja, a empresa “D” passará a ser titular de todos os bens, direitos e obrigações que eram das três companhias anteriores. Nesta operação, estamos diante de uma fusão. Gabarito: B 1.5.1. Contabilização da Fusão A contabilização de uma operação de fusão é muito semelhante à da incorporação. Nesta, as sociedades fundidas terão o mesmo tratamento dado à Empresa "A" do grupo ZYZ Empresa "B" do grupo ZYZ As empresas "A", "B" e "C" do grupo ZYZ são extintas para a criação da empresa "D" do grupo ZYZ Empresa "D" do grupo ZYZ assumirá todos os ativos e passivos das três empresas extintas Empresa "C" do grupo ZYZ A e B são extintas A B C A B http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 13 de 102 www.exponencialconcursos.com.br sociedade incorporada (encerramento de todos os saldos em conta transitória), enquanto a nova sociedade fará os mesmos registros que a sociedade incorporadora (registro dos ativos e passivos nas respectivas contas e do PL na conta Capital Social). Vejamos: Balanço Patrimonial da Cia. Alfa ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Clientes Imobilizado Móveis 2.000 500 7.000 Circulante Fornecedores Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Lucros 1.500 7.000 1.000 Total do Ativo 9.500 Total do Passivo 9.500 Balanço Patrimonial da Cia. Beta ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Estoques Imobilizado Máquinas e equipamentos 500 1.500 5.000 Circulante Fornecedores Financiamentos Patrimônio Líquido Capital Social 1.000 2.000 4.000 Total do Ativo 7.000 Total do Passivo 7.000 Lançamentos nas sociedades fundidas D Conta de Fusão (Cia. Alfa) 9.500 C Caixa 2.000 C Clientes 500 C Móveis 7.000 D Fornecedores 1.500 D Capital Social 7.000 D Reservas de Lucros 1.000 C Conta de Fusão (Cia. Alfa) 9.500 D Conta de Fusão (Cia. Beta) 7.000 C Caixa 500 C Estoques 1.500 C Máquinas e equipamentos 5.000 D Fornecedores 1.000 D Financiamentos 2.000 D Capital Social 4.000 C Conta de Fusão (Cia.Beta) 7.000 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 14 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Após serem feitos esses lançamentos, todas as contas das companhias fundidas ficam zeradas, podendo as companhias serem extintas. Na nova companhia (Cia. Charlie), a contabilização também se da por meio de uma conta transitória, que recebe os saldos referentes aos ativos e aos passivos das duas companhias. Veja: Lançamentos na nova sociedade D Caixa 2.500 D Clientes 500 D Estoques 1.500 D Móveis 7.000 D Máquinas e equipamentos 5.000 C Conta de Fusão (Cia. Charlie) 16.500 D Conta de Fusão (Cia. Charlie) 4.500 C Fornecedores 2.500 C Financiamentos 2.000 O valor dos PL das duas companhias fundidas (7.000 + 1.000 + 4.000) será registrado com aumento de Capital Social na nova companhia. Assim, temos: Lançamentos na nova sociedade D Conta de Fusão (Cia. Charlie) C Capital Social 12.000 Por fim, após a fusão, a nova sociedade terá a seguinte composição patrimonial: Balanço Patrimonial da Cia. Charlie ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Clientes Estoques Imobilizado Móveis Máquinas e equipamentos 2.500 500 1.500 7.000 5.000 Circulante Fornecedores Financiamentos Patrimônio Líquido Capital Social 2.500 2.000 12.000 Total do Ativo 16.500 Total do Passivo 16.500 1.6. Cisão A Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 15 de 102 www.exponencialconcursos.com.br A sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão. No caso de cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados. Desta feita, notamos que há duas operações distintas de cisão, chamadas de total ou parcial, esquematizadas da seguinte maneira: Esquema 5 – Cisão Total OU Esquema 6 – Cisão Parcial Continuando, na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela assembleia geral da companhia à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os números do artigo protocolo. A assembleia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e funcionará como assembleia de constituição da nova companhia. Já a cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições sobre incorporação. A diferença existente entre as duas operações é que a cisão é parcial e a incorporação é total, sendo a sociedade incorporada extinta após a operação. Na cisão, a sociedade cindida não pode ser extinta, pois parte de seu patrimônio permanece na sociedade original. Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e publicação dos atos da operação. Já na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos administradores tanto da companhia cindida quanto da companhia que absorver parcela do seu patrimônio. A é extinta A B C A A B A http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 16 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, as ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam. A atribuição em proporção diferente requer aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto. Como de costume, vamos resolver uma questão desse assunto: 6- (Ceperj / SEFAZ-RJ - Analista de Controle Interno / 2013) A operação pela qual uma companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se ou dividindo-se seu capital, é denominada: a) aquisição total ou parcial b) fusão c) incorporação d) cisão e) alienação Resolução: Conforme acabamos de aprender, a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se ou dividindo-se o seu capital é chamada cisão. Gabarito: D 1.6.1. Contabilização da Cisão A fim de exemplificarmos a contabilização de uma operação de cisão, vamos supor a existência da Cia. Ômega S.A., que é cindida para a constituição da Cia. Lâmbida S.A. Antes da operação, a Cia. Ômega possuía a seguinte composição patrimonial: Balanço Patrimonial da Cia Ômega S.A. ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Estoques Imobilizado Móveis 4.500 3.500 7.000 Circulante Fornecedores Patrimônio Líquido Capital Social 2.500 12.500 Total do Ativo 15.000 Total do Passivo 15.000 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 17 de 102 www.exponencialconcursos.com.br A constituição da Cia. Lâmbida S.A. se deu mediante a transferência de 40% dos Ativos Circulantes e de 20% dos Ativos Não Circulantes da companhia cindida. Assim, a contabilização da operação é feita da seguinte maneira: Lançamentos na cindida D Conta de Cisão (Cia. Ômega) 4.600 C Caixa (4.500 * 40%) 1.800 C Clientes (3.500 * 40%) 1.400 C Móveis (7.000 * 20%) 1.400 Em contrapartida, é feita a baixa do valor equivalente diretamente do PL da companhia cindida: Lançamentos na cindida D Capital Social C Conta de Cisão (Cia. Ômega) 4.600 Na companhia constituída, são feitos os lançamentos inversos, registrando-se os valores cindidos da Cia. Ômega. Vejamos: Lançamentos na companhia constituída D Caixa 1.800 D Clientes 1.400 D Móveis 1.400 C Conta de Cisão (Cia. Lâmbida) 4.600 D Conta de Cisão (Cia. Lâmbida) C Capital Social 4.600 Após a cisão da Cia. Ômega e constituição da Cia. Lâmbida, ambas passam a ter a seguinte composição patrimonial: Balanço Patrimonial da Cia Ômega S.A. ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Estoques Imobilizado Móveis 2.700 2.100 5.600 Circulante Fornecedores Patrimônio Líquido Capital Social 2.500 7.900 Total do Ativo 10.400 Total do Passivo 10.400 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 18 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Balanço Patrimonial da Cia Lâmbida S.A. ATIVO 20X1 PASSIVO 20X1 Circulante Caixa Estoques Imobilizado Móveis 1.800 1.400 1.400 Patrimônio Líquido Capital Social 4.600 Total do Ativo 4.600 Total do Passivo 4.600 Finalmente, podemos esquematizar as semelhanças e diferenças entre as três operações de reorganização jurídica de sociedades: Incorporação Fusão Cisão Extinção de sociedade Sim Sim Total: Sim Parcial: Não Surgimento de nova sociedade Não Sim Sim ou Não Arquivamento e publicação dos atosIncorporadora Nova companhia Total: Sociedade que absorveu parcela do patrimônio da cindida Parcial: Sociedade que absorveu parcela do patrimônio da cindida e a cindida Esquema 7 – Semelhanças e diferenças entre as reorganizações jurídicas de sociedade 1.7. Direitos dos Debenturistas A incorporação, fusão ou cisão da companhia emissora de debêntures em circulação dependerá da prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em assembleia especialmente convocada com esse fim. Será dispensada a aprovação pela assembleia se for assegurado aos debenturistas que o desejarem, durante o prazo mínimo de seis meses a contar da data da publicação das atas das assembleias relativas à operação, o resgate das debêntures de que forem titulares. Nesse caso, a sociedade cindida e as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelo resgate das debêntures. Vamos ver como esse assunto já foi cobrado em provas anteriores: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 19 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 7- (Cespe / ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Terrestres / 2013) Acerca da fusão, cisão e incorporação de empresas, bem como da consolidação das demonstrações contábeis, julgue o item a seguir. Se houver debêntures em circulação de uma ou mais empresas envolvidas em uma combinação de negócios será necessária a autorização prévia dos debenturistas, por meio de carta de autorização individual registrada em cartório, para que a combinação de negócios possa ser realizada ou para que seja garantido o direito de resgate das debentures em até seis meses. Resolução: A primeira parte da questão está correta, pois se houver debêntures em circulação de uma ou mais empresas envolvidas em uma combinação de negócios, será necessária a autorização prévia dos debenturistas para a efetivação da incorporação, fusão ou cisão. Entretanto, tal autorização se da por meio de reunião em assembleia especialmente convocada com esse fim, e não por carta de autorização individual registrada em cartório. Além disso, caso seja garantido o direito de resgate das debentures no prazo mínimo de seis meses, a aprovação pela assembleia será dispensada. Gabarito: E 1.8. Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão Até 60 dias depois de publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação. Findo o prazo, decairá do direito o credor que não o tiver exercido. A consignação da importância em pagamento prejudicará a anulação pleiteada. Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a execução, suspendendo-se o processo de anulação. Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora ou da sociedade nova, qualquer credor anterior terá o direito de pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens das respectivas massas. Vejamos uma questão que já cobrou esse assunto: 8- (Ceperj / SEFAZ-RJ - Analista de Controle Interno / 2013) Na incorporação ou fusão de sociedades, o credor anterior por ela http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 20 de 102 www.exponencialconcursos.com.br prejudicado poderá pleitear judicialmente a sua anulação, depois de publicados os atos relativos a essas operações, em até: a) 30 dias b) 45 dias c) 60 dias d) 120 dias e) 180 dias Resolução: Conforme acabamos de verificar, até 60 dias depois de publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação. Findo o prazo, decairá do direito o credor que não o tiver exercido. Gabarito: C 1.9. Direitos dos Credores na Cisão Na cisão com extinção (cisão total) da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no prazo de 90 dias a contar da data da publicação dos atos da cisão. 1.10. Averbação da Sucessão A certidão, passada pelo registro do comércio, da incorporação, fusão ou cisão, é documento hábil para a averbação, nos registros públicos competentes, da sucessão, decorrente da operação, em bens, direitos e obrigações. 1.11. Direito de Retirada A aprovação da fusão ou cisão da companhia, ou da sua incorporação em outra companhia dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 21 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Nos casos de fusão da companhia, ou de sua incorporação em outra, não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver: a) Liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela CVM; e b) Dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação. Já nos casos de cisão da companhia, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar: a) Mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade preponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida; b) Redução do dividendo obrigatório; ou c) Participação em grupo de sociedades. 2. Dissolução, Liquidação e Extinção 2.1. Dissolução A dissolução de uma companhia é dada pela separação dos acionistas que resulte em término das atividades desenvolvidas pela empresa. Uma companhia pode ser dissolvida de pleno direito, por decisão judicial ou por decisão de autoridade administrativa competente. Dissolve-se a companhia: I. De pleno direito: a. Pelo término do prazo de duração; b. Nos casos previstos no estatuto; c. Por deliberação da assembleia-geral; d. Pela existência de um único acionista, verificada em assembleia- geral ordinária, se o mínimo de dois não for reconstituído até a assembleia-geral do ano seguinte, exceto a companhia subsidiária integral; e. Pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar. II. Por decisão judicial: a. Quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 22 de 102 www.exponencialconcursos.com.br b. Quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital social; c. Em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei. III. Por decisão de autoridade administrativa competente, nos casose na forma previstos em lei especial. Em todos os casos, a companhia dissolvida conserva a personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de proceder à liquidação. Vejamos uma questão sobre esse assunto: 9- (Cesgranrio / Innova - Contador / 2012) A reorganização societária, em termos gerais, envolve os processos de cisão, fusão e incorporação de empresas. Muitos são os motivos que levam a tais processos, podendo destacar-se, entre os mais usuais, os litígios entre os proprietários (sócios/acionistas), a conjuntura econômica, o planejamento estratégico, o planejamento tributário e as oportunidades oferecidas pelo mercado empresarial. Independente de tais aspectos técnicos, nos casos em que se manifestam os litígios entre os proprietários, é bastante comum surgir a possibilidade de dissolução da sociedade por decisão judicial. Nesse caso, essa dissolução pode acontecer por a) deliberação da assembleia b) término do prazo contratual c) ocorrência de situações previstas no estatuto d) extinção na forma da lei da autorização para funcionamento e) anulação de sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista Resolução: Conforme vimos há pouco, dissolve-se a companhia: II. Por decisão judicial: a. Quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista; (Letra E) b. Quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital social; c. Em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 23 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Todas as demais assertivas tratam de casos de dissolução de pleno direito. Gabarito: E 2.2. Liquidação A liquidação de uma companhia é caracterizada pelo conjunto de atos praticados com vistas a realizar o ativo, pagar o passivo e destinar o saldo remanescente (patrimônio líquido), se houver, aos sócios ou acionistas, na forma do estatuto ou do contrato social. Tais atos devem ser praticados por um liquidante. Nos casos de dissolução de pleno direito, o liquidante será nomeado pelo conselho de administração ou pela assembleia-geral, se não houver conselho de administração e o estatuto não dispuser o contrário, podendo o liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado. Já na dissolução por decisão judicial, o liquidante deverá ser nomeado pelo juiz. Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação. Contudo, exceto por expressa autorização da assembleia-geral, o liquidante não poderá gravar bens e contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir na atividade social da companhia, ainda que para facilitar a liquidação. Além disso, em todos os atos ou operações, o liquidante deverá usar a denominação social da companhia seguida das palavras "em liquidação", dando publicidade a todos da real situação da empresa. Durante a liquidação, respeitados os direitos dos credores preferenciais, o pagamento dos passivos deverá ser feito proporcionalmente e sem distinção entre vencidos e vincendos, mas, em relação a estes, com desconto às taxas bancárias. Todavia, se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas. Já no tocante à partilha do ativo, a assembleia-geral pode deliberar que antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos todos os credores, se façam rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os haveres sociais. Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a assembleia-geral para a prestação final das contas. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue. Todavia, o acionista dissidente terá o prazo de 30 dias, a contar da publicação da ata, para promover a ação que lhe couber. 2.3. Extinção http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 24 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, a extinção da companhia é quando a empresa deixa de existir, ou seja, deixa de ser dotada de personalidade jurídica. É a morte da empresa. Extingue-se a companhia: I. Pelo encerramento da liquidação; II. Pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades (cisão total). 3. Demonstrações Consolidadas Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de grupo econômico, em que os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade econômica. A Lei nº 6.404/76, em seu art. 249, dispõe que a companhia aberta que tiver mais de 30% do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas. No entanto, o parágrafo único do art. 291 da mesma lei conferiu à CVM a prerrogativa de reduzir tal percentual, o que foi feito pela autarquia por meio da resolução que aprovou o CPC 36 – Demonstrações Consolidadas. Nesta norma, foi estabelecido que a entidade que seja controladora deve apresentar demonstrações consolidadas, ou seja, toda companhia aberta que seja controladora de outra companhia deve apresentar demonstrações consolidadas, independente do percentual de participação. Ainda de acordo com a Lei das S.A., a CVM poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e: a) Determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia; e b) Autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas. Esquematizando as Demonstrações Consolidadas, temos: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 25 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Esquema 8 – Principais aspectos das Demonstrações Consolidadas 3.1. Normas sobre Consolidação Basicamente, a consolidação das demonstrações consiste em agregar os saldos das contas de todas as companhias do grupo econômico, formando um único demonstrativo, conforme abaixo: Conta Controladora Controlada A Controlada B Consolidado Caixa 1.000 200 350 1.550 Estoques 2.500 450 250 3.200 Móveis 5.000 1.000 2.100 8.100 Total do Ativo 8.500 1.650 2.700 12.850 Fornecedores 1.000 100 300 1.400 Financiamentos 2.500 700 950 4.150 Capital Social 5.000 850 1.450 7.300 Total do Passivo 8.500 1.650 2.700 12.850 No entanto, não se trata de apenas fazer a agregação vista acima, pois é muito comum que, em um grupo econômico, haja compras e vendas entre as sociedades do grupo. Como a finalidade das demonstrações consolidadas é de demonstrar os componentes patrimoniais das empresas como se elas fossem uma única entidade econômica, faz-se necessário que algumas transações sejam excluídas das demonstrações consolidadas. Nesse sentido, a lei define que, das demonstrações financeiras consolidadas serão excluídas: I. As participações de uma sociedade em outra; II. Os saldos de quaisquer contas entre as sociedades; e III. As parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que Demonstrações Consolidadas Finalidade Controladora + Controladascomo entidade econômica única Obrigatoriedade Lei nº 6.404/76 Companhia aberta com mais de 30% do PL representado por investimentos em controladas CPC 36 Toda companhia aberta http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 26 de 102 www.exponencialconcursos.com.br corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. Vejamos uma questão desse assunto: 10- (Cespe / MPU - Analista - Contabilidade / 2013) No que se refere à consolidação das demonstrações contábeis, julgue o item a seguir. Na consolidação das demonstrações contábeis, deverão ser excluídas as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. Resolução: Nesta questão, o examinador apresentou o texto do art. 250, inciso III, da Lei nº 6.404/76, apenas trocando a ordem das sentenças. Vamos recordar os outros dois itens que também devem ser excluídos das demonstrações financeiras consolidadas, pois eles também aparecem bastante em provas: I. As participações de uma sociedade em outra; e II. Os saldos de quaisquer contas entre as sociedades. Gabarito: C 3.1.1. Eliminação das participações de uma sociedade em outra Vamos verificar um exemplo numérico de como se procede a exclusão de saldos de transações recíprocas entre controladas e controladoras, iniciando pela eliminação das participações de uma sociedade em outra. Para isso, vamos supor a existência da Cia. Alfa, controladora, e da Cia. Beta, sua única controlada. No exercício corrente, elas apresentaram os seguintes saldos ao final do período: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 27 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Controladora Cia. Alfa Controlada Cia. Beta 9.000,00 2.300,00 Caixa 1.000,00 200,00 BCM 2.000,00 500,00 Duplicatas a Receber 3.500,00 950,00 Estoques 2.500,00 650,00 13.440,00 3.000,00 Realizável a Longo Prazo 800,00 - Empréstimos à Cia. Beta 800,00 - Investimentos 2.640,00 1.000,00 Ações da Cia. Beta (80%) 2.640,00 1.000,00 Imobilizado 10.000,00 2.000,00 Terrenos 10.000,00 2.000,00 22.440,00 5.300,00 9.940,00 1.200,00 Fornecedores 9.940,00 1.200,00 - 800,00 Empréstimos da Cia. Alfa - 800,00 12.500,00 3.300,00 Capital Social 10.900,00 2.900,00 Reservas de Lucros 1.600,00 400,00 22.440,00 5.300,00 Não Circulante Patrimônio Líquido Conta Total do Passivo Total do Ativo Circulante Não Circulante Circulante Repare que a Cia. Alfa possui 80% de participação no capital da Cia. Beta, registrado em seu ANC-Investimentos, com base no valor do Patrimônio Líquido da investida (R$ 3.300,00 * 0,8 = R$ 2.640,00). Esse valor deve ser eliminado pois, como as demonstrações consolidadas apresentam valores do grupo econômico como se todas as companhias fossem apenas uma, caso o valor não fosse excluído estaria sendo apresentado um investimento do grupo nele mesmo. 3.1.2. Eliminação de saldos de contas entre as sociedades Continuando, a lei determina, ainda, a exclusão dos saldos de quaisquer contas entre as sociedades. Repare que a Cia. Beta possui empréstimos tomados da Cia. Alfa no valor de R$ 800,00, os quais também devem ser eliminados pelo mesmo motivo explanado no item 2.1.1. Assim, vamos verificar como fica o Balanço Patrimonial Consolidado dessas duas sociedades: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 28 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Controladora Cia. Alfa Controlada Cia. Beta Consolidado 9.000,00 2.300,00 11.300,00 Caixa 1.000,00 200,00 1.200,00 BCM 2.000,00 500,00 2.500,00 Duplicatas a Receber 3.500,00 950,00 4.450,00 Estoques 2.500,00 650,00 3.150,00 13.440,00 3.000,00 13.000,00 Realizável a Longo Prazo 800,00 - - Empréstimos à Cia. Beta 800,00 - - Investimentos 2.640,00 1.000,00 1.000,00 Ações da Cia. Beta (80%) 2.640,00 1.000,00 1.000,00 Imobilizado 10.000,00 2.000,00 12.000,00 Terrenos 10.000,00 2.000,00 12.000,00 22.440,00 5.300,00 24.300,00 9.940,00 1.200,00 11.140,00 Fornecedores 9.940,00 1.200,00 11.140,00 - 800,00 - Empréstimos da Cia. Alfa - 800,00 - 12.500,00 3.300,00 13.160,00 Capital Social 10.900,00 2.900,00 10.900,00 Reservas de Lucros 1.600,00 400,00 1.600,00 Participação de Acionistas Não Controladores 660,00 22.440,00 5.300,00 24.300,00 Não Circulante Patrimônio Líquido Conta Total do Passivo Total do Ativo Circulante Não Circulante Circulante Na tabela acima, os valores em vermelho correspondem a saldos que foram totalmente excluídos, enquanto os em laranja correspondem a valores parcialmente eliminados. Todavia, tais exclusões não são efetuadas na escrituração das companhias envolvidas, haja vista que devem ser preservadas as demonstrações individuais de cada uma. O processo de consolidação é feito extra contabilmente. 3.1.3. Participação de Acionistas Não Controladores Observe no item anterior que a demonstração consolidada possui uma linha intitulada “Participação de Acionistas Não Controladores”. Isso porque a lei determina que a participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício será destacada, respectivamente, no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. O CPC 36 (R3) disciplina que tal destaque deve se dar, no BP, dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos proprietários da controladora. Assim, no nosso exemplo numérico, o valor de R$ 660,00 corresponde aos 20% do PL da Cia. Beta que não estão sob o controle da Cia. Alfa. Desta feita, os saldos das contas do Patrimônio Líquido consolidado, exceto a http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 29 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Participação de Não Controladores, serão sempre iguais aos saldos das respectivas contas do Patrimônio Líquido da controladora. Vejamos como esse assunto já foi cobrado em provas anteriores: 11- (Cespe / TJ-AC - Contador / 2012) No exercício de 2011, a empresa ALFA auferiu juros no valor de R$ 12.500,00 e comissões sobre vendas no valor de R$ 250.000,00 de sua controlada GAMA. Considerando essa situação, julgue os itens a seguir, relacionados aos procedimentos de consolidação de balanços, em conformidade com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Para consolidar as demonstrações contábeis, a controladora ALFA efetuará lançamentos contábeis cujos débitos somam R$ 262.500,00. Resolução: Essa questão exige, em primeiro lugar, boa interpretação por parte do aluno. Vejamos que ela informa que a empresa ALFA auferiu juros e comissões sobre vendas de sua controlada GAMA. Desta feita, a controladora registrou receitas no valor de R$ 262.500,00 em suas demonstrações, enquanto a controlada registrouo mesmo valor em despesas. Assim, por ocasião da consolidação das contas, os seguintes lançamentos extra contábeis devem ser efetuados nas empresas: D Juros Ativos (Cia. ALFA) 12.500,00 D Comissões sobre Vendas Ativas (Cia. ALFA) 250.000,00 C Juros Passivos (Cia. GAMA) 12.500,00 C Comissões sobre Vendas Passivas (Cia. GAMA) 250.000,00 Portanto, para consolidar as demonstrações contábeis, a controladora ALFA efetuará lançamentos contábeis cujos débitos somam R$ 262.500,00. Gabarito: C 3.1.4. Eliminação de Resultados Não Realizados Dando continuidade ao estudo das eliminações efetuadas na consolidação das demonstrações contábeis, passaremos a verificar a exclusão das parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. Vamos supor que a Cia. Alfa tenha adquirido mercadorias por R$ 500,00 e tenha revendido à Cia. Beta por R$ 650,00, sendo que, ao final do período, tais mercadorias permaneciam no estoque da controlada. Acerca desses fatos, temos os seguintes lançamentos em cada empresa: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 30 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Venda na Controladora (Cia. Alfa) D Caixa C Receita de Vendas 650,00 D CMV C Estoques 500,00 Compra na Controlada (Cia. Beta) D Estoques C Caixa 650,00 A eliminação dos valores correspondentes a negócios entre as sociedades não realizados tem por objetivo fazer com que as demonstrações consolidadas estejam livres dos efeitos das transações entre controladas e controladora, ou seja, os valores consolidados devem corresponder apenas às transações que os integrantes do grupo econômico efetuaram com terceiros estranhos ao grupo. Note que, o lucro auferido pela Cia. Alfa, no valor de R$ 150,00, está embutido nos estoques registrados na Cia. Beta. Desta feita, como a mercadoria encontra-se nos estoques da controlada ao término do período, há que se fazer a eliminação desse lucro embutido, bem como da Receita de Vendas e da despesa com CMV, registradas na controladora. Veja: Eliminação do Lucro Não Realizado D Receita de Vendas (Cia. Alfa) 650,00 C CMV (Cia. Alfa) 500,00 C Estoques (Cia. Beta) 150,00 Assim, o valor dos Estoques apresentados no balanço consolidado deve corresponder ao valor pelo qual as mercadorias foram adquiridas de terceiros estranhos ao grupo, ou seja, R$ 500,00. A mesma lógica é seguida na eliminação de Resultados Não Realizados no Ativo Não Circulante. Vamos supor que a Cia. Alfa tenha vendido um terreno à Cia. Beta por R$ 2.000,00, tendo obtido auferido lucro na venda de R$ 500,00. Essa transação é registrada da seguinte maneira em cada empresa: Venda na Controladora (Cia. Alfa) D Caixa 2.000,00 C Terrenos 1.500,00 C Lucro na Venda de Imobilizado 500,00 Compra na Controlada (Cia. Beta) D Terrenos C Caixa 2.000,00 Novamente, o lucro auferido pela Cia. Alfa, no valor de R$ 500,00, está embutido nos terrenos registrados na Cia. Beta. Desta feita, há que se fazer a eliminação desse lucro embutido, bem como do lucro auferido na controladora. Veja: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 31 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Eliminação do Lucro Não Realizado D Lucro na Venda de Imobilizado (Cia. Alfa) C Terrenos (Cia. Beta) 500,00 Assim, o valor dos Terrenos apresentados no balanço consolidado deve corresponder ao valor pelo qual eles foram adquiridos de terceiros estranhos ao grupo, ou seja, R$ 1.500,00. Vamos resolver agora uma questão da FCC sobre o assunto: 12- (FCC / SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Gestão Tributária / 2013) A Cia. Global (controladora) possui 100% das ações da Cia. Marítima (controlada). No exercício de 2012, a Cia. Marítima vendeu produtos de sua industrialização para a controladora por R$ 480.000,00, obtendo um lucro de 20% sobre o custo das mercadorias vendidas. A Cia. Global vendeu para terceiros 80% do lote comprado, no mesmo exercício, por R$ 441.600,00. A parcela de lucros não realizados, remanescente nos estoques da controladora, a ser eliminada na consolidação das Demonstrações Financeiras do grupo, referentes ao exercício social de 2012 é, em R$: a) 7.680,00 b) 16.000,00. c) 19.500,00. d) 80.000,00. e) 96.000,00 Resolução: Segundo o enunciado, a Cia. Marítima obteve lucro de 20% sobre o CMV na venda realizada à Cia. Global, por R$ 480.000,00. Assim, temos: CMV * 1,2 = 480.000,00 CMV = 480.000,00 / 1,2 CMV = 400.000,00 Portanto, a parcela de Lucro Não Realizado na operação entre controlada e controladora é de R$ 80.000,00 (480.000 – 400.000). Continuando, no mesmo exercício, a Cia. Global vendeu 80% do lote comprado para terceiros, permanecendo 20% do lote comprado em estoque. Assim, a parcela de Lucro Não Realizado remanescente nos estoques da controladora e que deve ser eliminada na consolidação das Demonstrações Financeiras do grupo passa a ser de R$ 16.000,00 (80.000 * 0,2). Gabarito: B http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 32 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 3.2. Data das Demonstrações Contábeis A Lei nº 6.404/76 determina que, para fins de consolidação, as sociedades controladas, cujo exercício social termine mais de 60 dias antes da data do encerramento do exercício da companhia, elaborarão, com observância das normas desta Lei, demonstrações financeiras extraordinárias em data compreendida nesse prazo. Sobre o assunto, o CPC 36 dispõe que as demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações consolidadas devem ter a mesma data-base. Quando o final do período das demonstrações contábeis da controladora for diferente do da controlada, a controlada deve elaborar, para fins de consolidação, informações contábeis adicionais de mesma data que as demonstrações contábeis da controladora para permitir que esta consolide as informações contábeis da controlada, a menos que seja impraticável fazê-lo. Se for impraticável fazê-lo, a controladora deve consolidar as informações contábeis da controlada usando as demonstrações contábeis mais recentes da controlada, ajustadas para refletir os efeitos de transações ou eventos significativos ocorridos entre a data dessas demonstrações contábeis e a data das demonstrações consolidadas. Em qualquer caso, a diferença entre a data das demonstrações contábeis da controlada e a das demonstrações consolidadas não deve ser superior a dois meses, e a duração dos períodos das demonstrações contábeis e qualquer diferença entre as datas das demonstrações contábeis devem ser as mesmas de período para período (comparabilidade). 3.3. Políticas Contábeis Uniformes Se um membro do grupo utilizar políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas demonstrações consolidadas para transações similares e eventos em circunstâncias similares, devem ser feitos ajustes apropriados às demonstrações contábeis desse membro do grupo na elaboração das demonstrações consolidadas para garantir a conformidade com as políticas contábeis do grupo. 4. Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das Demonstrações Contábeis Uma entidade pode manter atividades em moeda estrangeira de duas formas: por meio de transações em moedas estrangeiras ou efetuando operações no exterior. Adicionalmente, aentidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em uma moeda estrangeira. Neste contexto, quais taxas de câmbio devem ser usadas e como os efeitos das mudanças nas taxas http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 33 de 102 www.exponencialconcursos.com.br de câmbio devem ser reportados nas demonstrações contábeis? É isso que veremos a partir de agora. Para tal, vamos aprender alguns conceitos relativos a esse assunto: Entidade no exterior é uma entidade, que pode ser controlada, coligada, empreendimento controlado em conjunto ou filial, sucursal ou agência de outra entidade que reporta a informação, por meio da qual são desenvolvidas atividades que estão baseadas ou são conduzidas em um país ou em moeda diferente daquelas da entidade que reporta a informação. Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera. Moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da entidade. Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são apresentadas. Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais. Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas. Taxa de câmbio à vista é a taxa de câmbio normalmente utilizada para liquidação imediata das operações de câmbio; no Brasil, a taxa a ser utilizada é a divulgada pelo Banco Central do Brasil. Taxa de fechamento é a taxa de câmbio à vista vigente ao término do período de reporte. Na elaboração das demonstrações contábeis, cada entidade − seja ela uma entidade única, uma entidade com operações no exterior (como uma controladora) ou uma entidade no exterior (como uma controlada ou filial) – deve determinar sua moeda funcional e converter os itens expressos em moeda estrangeira para sua moeda funcional, conforme veremos a seguir: 4.1. Apresentação de transação em moeda estrangeira na moeda funcional Uma transação em moeda estrangeira é a transação que é fixada ou requer sua liquidação em moeda estrangeira, incluindo transações que são originadas quando a entidade: a. Compra ou vende bens ou serviços cujo preço é fixado em moeda estrangeira; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 34 de 102 www.exponencialconcursos.com.br b. Obtém ou concede empréstimos, quando os valores a pagar ou a receber são fixados em moeda estrangeira; ou c. De alguma outra forma, adquire ou desfaz-se de ativos, ou assume ou liquida passivos fixados em moeda estrangeira. Uma transação em moeda estrangeira deve ser reconhecida contabilmente, no momento inicial, pela moeda funcional, mediante a aplicação da taxa de câmbio à vista entre a moeda funcional e a moeda estrangeira, na data da transação, sobre o montante em moeda estrangeira. Por motivos práticos, a taxa de câmbio média semanal ou mensal pode ser aplicada a todas as transações, em cada moeda estrangeira, ocorridas durante o período. Contudo, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, a adoção da taxa de câmbio média para o período não é apropriada. Ao término de cada período: a. Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio de fechamento; b. Os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data da transação; e c. Os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de câmbio vigentes nas datas em que o valor justo tiver sido mensurado. 4.2. Alteração na moeda funcional Quando há alteração na moeda funcional da entidade, a entidade deve aplicar, prospectivamente, os procedimentos de conversão requeridos à nova moeda funcional a partir da data da alteração. Objetivamente, a entidade deve converter todos os itens para a nova moeda funcional, utilizando a taxa de câmbio observada na data da alteração. Os montantes resultantes da conversão, no caso dos itens não monetários, devem ser tratados como se fossem seus custos históricos. Contudo, como a moeda funcional da entidade reflete as transações, os eventos e as condições subjacentes que são relevantes para a entidade, uma vez determinada sua moeda funcional, ela somente pode ser alterada se houver mudança nas transações, nos eventos e nas condições subjacentes. Por exemplo, uma alteração na moeda que influencia fortemente os preços de venda de bens e serviços pode conduzir a alteração na moeda funcional da entidade. 4.3. Conversão das Demonstrações Contábeis http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 35 de 102 www.exponencialconcursos.com.br A entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer moeda (ou moedas). Se a moeda de apresentação das demonstrações contábeis difere da moeda funcional da entidade, seus resultados e sua posição financeira devem ser convertidos para a moeda de apresentação. Por exemplo, quando um grupo econômico é composto por entidades individuais com diferentes moedas funcionais, os resultados e a posição financeira de cada entidade devem ser expressos na mesma moeda comum a todas elas, para que as demonstrações contábeis consolidadas possam ser apresentadas. Os resultados e a posição financeira da entidade cuja moeda funcional não é moeda de economia hiperinflacionária devem ser convertidos para moeda de apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos: a. Ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado devem ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na data do respectivo balanço; e b. Receitas e despesas para cada demonstração do resultado apresentada devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas de ocorrência das transações. Por razões práticas, a taxa média para o período pode ser normalmente utilizada para converter itens de receita e despesa. Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa de câmbio média para o período é inapropriado. Já os resultados e a posição financeira da entidade cuja moeda funcional é a moeda de economia hiperinflacionária devem ser convertidos para moeda de apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos: a. Todos os montantes (ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas) devem ser convertidos pela taxa de câmbio de fechamento da data do balanço patrimonial mais recente. Quando as demonstrações contábeis da entidade no exterior são levantadas em data diferente da data em que são levantadas as demonstrações contábeis da entidade que reporta a informação, a entidade no exterior deve normalmente elaborar demonstrações adicionais referentes à mesma data das demonstrações contábeis da entidade que reporta a informação. Quando isso não for feito, as normas contábeis permitem a utilização de data diferente, contanto que a diferença não seja maior do que dois meses e que os ajustes sejam feitos para os efeitos de quaisquer transações significativas ou outros eventos que possam ocorrer entre as diferentes datas. Nesse caso, ativos e passivos da entidade no exterior devem ser convertidos pela taxa de câmbio em vigor na data de encerramento do período de reporte da entidade no exterior. Os ajustes devem ser feitos para mudanças significativas nas taxas cambiais até a data de encerramento do período de reporte da entidade que reporta a informação. http://www.exponencialconcursos.com.br/Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 36 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Esquematizando as taxas que devem ser aplicadas na conversão de itens à moeda funcional, podemos escrever: Esquema 9 – Taxas aplicadas na conversão de valores à moeda funcional Vejamos como esse assunto já foi cobrado em provas anteriores: 13- (FCC / TRE-RO - Analista Judiciário - Contabilidade / 2013) Desconsiderando economia hiperinflacionária, em relação ao processo de conversão das demonstrações contábeis, é correto afirmar que a) o balanço patrimonial e a demonstração de resultados são convertidos à taxa de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração. b) as receitas e as despesas devem ser convertidas à taxa de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração. c) os ativos e os passivos devem ser convertidos às taxas de câmbio históricas nas datas das respectivas operações. d) os ativos e os passivos devem ser convertidos à taxa de câmbio de fechamento na data do respectivo balanço. e) os aumentos de capital devem ser convertidos à taxa média anual em que a operação foi realizada. Resolução: Apresentação de transação em moeda estrangeira Item monetário Taxa de fechamento Item não monetário Mensurado pelo Custo Histórico Taxa da data da transação Mensurado pelo Valor Justo Taxa da data do valor justo Alteração da moeda funcional Todos os itens Taxa de fechamento Conversão das Demonstrações Contábeis Economia não Inflacionária Ativos, Passivos e PL Taxa de fechamento Receitas e Despesas Taxa Média (ou da data da transação) Economia Inflacionária Todos os itens Taxa de fechamento http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 37 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Conforme vimos há pouco, quando a economia não é hiperinflacionária, os resultados e a posição financeira da entidade devem ser convertidos para moeda de apresentação diferente da seguinte maneira: a. Ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado devem ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na data do respectivo balanço; b. Receitas e despesas para cada demonstração do resultado apresentada devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas de ocorrência das transações; e Assim, analisando-se as assertivas: a) o balanço patrimonial e a demonstração de resultados são convertidos à taxa de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração. Incorreta b) as receitas e as despesas devem ser convertidas à taxa de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração às taxas de câmbio vigentes nas datas de ocorrência das transações. Incorreta c) os ativos e os passivos devem ser convertidos às taxas de câmbio históricas nas datas das respectivas operações à taxa de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração. Incorreta d) os ativos e os passivos devem ser convertidos à taxa de câmbio de fechamento na data do respectivo balanço. Correta e) os aumentos de capital devem ser convertidos à taxa média anual em que a operação foi realizada. Tais transações não possuem tratamento específico na conversão à moeda funcional, devendo seguir a regra geral dos itens do BP. Incorreta Gabarito: D 4.4. Reconhecimento de variação cambial Quando itens monetários são originados de transações em moeda estrangeira e há mudança na taxa de câmbio entre a data da transação e a data da liquidação, surge uma variação cambial. Quando a transação é liquidada dentro do mesmo período contábil em que foi originada, toda a variação cambial deve ser reconhecida nesse mesmo período. Entretanto, quando a transação é liquidada em período contábil subsequente, a variação cambial reconhecida em cada período, até a data de liquidação, deve ser determinada pela mudança nas taxas de câmbio ocorrida durante cada período. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 38 de 102 www.exponencialconcursos.com.br As variações cambiais advindas da liquidação ou da conversão de itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram convertidos quando da mensuração inicial, devem ser reconhecidas na demonstração do resultado no período em que surgirem. Entretanto, as variações cambiais advindas de itens monetários que fazem parte do investimento líquido em entidade no exterior da entidade que reporta a informação (registro, na controladora, do lucro da controlada no exterior, por exemplo) devem ser reconhecidas, inicialmente, em conta específica do patrimônio líquido (Ajustes Acumulados de Conversão), devendo ser transferidas para o resultado quando da baixa do investimento líquido. Esquematizando o reconhecimento da variação cambial, temos: Esquema 10 – Reconhecimento de Variação Cambial Novamente, vamos ver uma questão em provas anteriores: 14- (FCC / INFRAERO - Contador / 2011) A Cia. Gama criou uma subsidiária integral no exterior, investindo a quantia de 500.000 dólares americanos a título de integralização de capital, sendo que a cotação do dólar, na época, era de R$ 1,50. No final do exercício, essa subsidiária apresentou um lucro de 100.000 dólares americanos, data em que a cotação do dólar havia aumentado para R$ 1,60. A contabilização do ajuste, segundo o Pronunciamento Técnico do CPC, deverá ser, em R$, a) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 210.000,00 C Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido)................... 50.000,00 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 160.000,00 b) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 150.000,00 D Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido). 50.000,00 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 200.000,00 Variação Cambial Liquidação ou Conversão de Itens monetário (regra) Resultado Investimento em Entidade no Exterior (exceção) Conta específica no PL (Ajustes Acumulados de Conversão) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Contabilidade Avançada p/ ICMS PR Teoria e Questões comentadas Prof. Luciano Moura - Aula 05 Prof. Luciano Moura 39 de 102 www.exponencialconcursos.com.br c) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 210.000,00 D Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido). 50.000,00 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 260.000,00 d) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 100.000,00 C Ajuste de conversão cambial (Patrimônio Líquido)................... 50.000,00 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 150.000,00 e) D Investimentos no exterior (Ativo Não Circulante).................. 160.000,00 D Ajuste de conversão cambial (redutora do Patrimônio Líquido). 50.000,00 C Receita da equivalência patrimonial (Resultado)................... 210.000,00 Resolução: Novamente, a questão pergunta o valor do registro que é gerado, na companhia investidora, por ocasião do ajuste efetuado em 31/12/x1. Para tal, devemos fazer a conversão do valor investido pela diferença entre a taxa de câmbio do fechamento e a taxa do dia da transação. O registro será feito a débito na conta de Investimentos e a crédito em conta específica do PL (Ajustes Acumulados de Conversão). Assim, temos: Capital Social da investida: US$ 500.000 * (R$ 1,60 – R$ 1,50) / US$ 1,00 = R$ 50.000,00 Já o valor do lucro líquido deve ser convertido pela taxa
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