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13_Direito_Eleitoral

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MP-SP 
Analista Jurídico do MP 
 
 
Direitos Políticos. Direitos fundamentais e direitos políticos; Privação dos direitos políticos. Direito Eleitoral. 
Conceito e fundamentos; Fontes do Direito Eleitoral; Princípios de Direito Eleitoral; Hermenêutica eleitoral. 
Poder representativo. Sufrágio; Natureza; Extensão do sufrágio; Valor do sufrágio; Modo de sufrágio; Formas 
de sufrágio. Organização eleitoral. Distribuição territorial; Sistemas eleitorais .................................................. 1 
Justiça Eleitoral. Características institucionais; Órgãos e composição; Diversificação funcional das 
atividades da Justiça Eleitoral; Competências; Justiça Eleitoral e o controle da legalidade das eleições ....... 12 
Ministério Público Eleitoral. Composição; Atribuições; Ministério Público Eleitoral e lisura do processo 
eleitoral................................................................................................................................................... 24 
Capacidade eleitoral. Requisitos; Limitações decorrentes de descumprimento do dever eleitoral ..... 27 
Alistamento eleitoral. Ato de alistamento; Fases do alistamento; Efeitos do alistamento; Cancelamento 
e exclusão .............................................................................................................................................. 31 
Revisão do eleitorado ........................................................................................................................ 40 
Elegibilidade ...................................................................................................................................... 43 
Registro de candidaturas; Convenção Partidária; Coligação Partidária; Processo de Registro de 
Candidatura. Impugnações ao Registro de Candidatura ........................................................................ 44 
Inelegibilidades; Inelegibilidades constitucionais; Inelegibilidades infraconstitucionais ou legais; 
Arguição judicial de inelegibilidade ......................................................................................................... 88 
Partidos políticos. Sistemas partidários; Criação, fusão e extinção dos partidos políticos; Órgãos 
partidários; Filiação partidária; Fidelidade partidária; Financiamento dos partidos políticos, controle de 
arrecadação e prestação de contas ...................................................................................................... 100 
Garantias eleitorais. Liberdade de escolha; Proteção jurisdicional contra a violência atentatória à 
liberdade de voto; Contenção ao poder econômico e ao desvio e abuso do poder político; Transporte de 
eleitores das zonas rurais ..................................................................................................................... 116 
Campanha eleitoral. Financiamento de campanha eleitoral e prestação de contas; Modelo brasileiro 
de financiamento de campanha eleitoral .............................................................................................. 127 
Propaganda eleitoral. Conceito; Pesquisas e testes pré-eleitorais; Propaganda eleitoral em geral; 
Propaganda eleitoral em outdoor; Propaganda eleitoral na internet; Propaganda eleitoral na imprensa; 
Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão ........................................................................... 129 
Direito de resposta ........................................................................................................................... 142 
Permissões e vedações no dia da eleição; Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas 
eleitorais; Captação irregular de sufrágio ............................................................................................. 145 
Procedimento Preparatório Eleitoral. Atos preparatórios à votação. Processo de votação. Apuração 
eleitoral. Diplomação; Recurso contra expedição de diploma; Candidato eleito com pedido de registro sub 
judice e realização de eleição suplementar .......................................................................................... 149 
 
 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 2 
Ações judiciais eleitorais. Ação de impugnação de registro de candidatura. Representações por 
propaganda ilícita ou irregular; Ação de Impugnação de registro ou divulgação de pesquisas eleitorais; 
Ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder de autoridade, político e econômico; Ação por 
captação ilícita de sufrágio; Ação por conduta vedada a agentes públicos; Ação por captação ou gasto 
ilícito de recursos para fins eleitorais; Ação de impugnação de mandato eletivo. Ação por doação acima 
dos limites legais .................................................................................................................................. 161 
Recursos eleitorais. Perda do mandato eletivo e eleições suplementares ....................................... 172 
Crimes eleitorais. Princípios constitucionais aplicáveis aos crimes eleitorais; Crimes eleitorais puros ou 
específicos; Crimes eleitorais acidentais; Crimes cometidos no alistamento eleitoral; Crimes cometidos no 
alistamento partidário; Crimes eleitorais em matéria de inelegibilidades; Crimes eleitorais na propaganda 
eleitoral; Corrupção eleitoral; Coação eleitoral; Crimes eleitorais na votação; Crimes eleitorais na 
apuração; Crimes eleitorais no funcionamento do serviço eleitoral; Crimes eleitorais que podem ser 
cometidos em qualquer fase do processo eleitoral; Crimes eleitorais e sanções penais ...................... 179 
Processo penal eleitoral. Prisão e período eleitoral; Competência, conexão e continência em matéria 
eleitoral; Medidas despenalizadoras; Ação penal eleitoral .................................................................... 194 
Recursos ......................................................................................................................................... 208 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
Direitos políticos são as regras que disciplinam o exercício da soberania popular e a participação nos 
negócios jurídicos do Estado. São os direitos de participar da vida política do País, da formação da 
vontade nacional incluindo os de votar e ser votado. Os direitos políticos consistem no exercício da 
soberania popular das mais diversas formas. 
 
Conforme preceitua o doutrinador Edson de Resende Castro, os Direitos Políticos são, para o cidadão, 
o reconhecimento da lei quanto à sua capacidade de participação na formação do governo e na tomada 
de decisões estatais. 
Para Afonso Schmidt1, tendo como parâmetro a Constituição Federal de 1988, podem serdefinidos 
ainda como os direitos e garantias que permitem o exercício da soberania popular pelo cidadão (Artigo 
14 da CF/1988). 
 
Sintetizando, os Direitos Políticos são as regras estabelecidas para que o cidadão possa participar: 
* do processo de escolha dos governantes; 
* das decisões políticas do Estado. 
 
Direitos Fundamentais e Direitos Políticos 
 
Apesar dos Princípios Eleitorais admitirem interpretação relativa, já que também podem ser originários 
de legislação infraconstitucional, em sua maioria, os mesmos se originam da Constituição Federal de 
1988. 
 
Direitos Políticos na Constituição Federal de 1988 
 
Primeiramente, conceituaremos o que seria cidadão. 
Enquanto povo ou pessoa representa um termo mais genérico, cidadão refere-se ao brasileiro no gozo 
dos seus direitos políticos. É em decorrência dos direitos políticos que o cidadão pode votar, ajuizar ação 
popular, etc. 
Os Direitos Políticos têm origem no próprio conceito de democracia. 
O parágrafo único do Artigo 1º da CF/88 assinala que: “Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
 
Instrumentos para o Exercício dos Direitos Políticos 
 
Entre os principais instrumentos para o exercício da soberania popular estão, de acordo com o Artigo 
14 da CF/88: 
* sufrágio universal; 
* voto direto e secreto; 
* plebiscito, referendo e iniciativa popular. 
 
 
 
1 SCHMIDT, Afonso. Direito Eleitoral para Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p. 7 – 10. 
Direitos Políticos. Direitos fundamentais e direitos políticos; Privação dos 
direitos políticos. Direito Eleitoral. Conceito e fundamentos; Fontes do Direito 
Eleitoral; Princípios de Direito Eleitoral; Hermenêutica eleitoral. Poder 
representativo. Sufrágio; Natureza; Extensão do sufrágio; Valor do sufrágio; 
Modo de sufrágio; Formas de sufrágio. Organização eleitoral. Distribuição 
territorial; Sistemas eleitorais 
 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 2 
Observa-se, portanto, que a democracia brasileira é exercida pela participação popular: 
* indireta – exercendo o poder por meio dos representantes eleitos pelo voto; 
* direta – plebiscito, referendo e iniciativa popular. 
 
Importante! A Ação Popular (Artigo 5º, LXXIII, da CF/88) e o controle da administração pública, 
através de denúncia ao Tribunal de Contas da União (Artigo 74, §2º, CF/88), também são instrumentos 
que permitem a participação popular direta. 
Uma exceção ao voto direto ocorre no caso de vacância aos caros de Presidente e Vice-
Presidente, nos últimos dois anos do mandato presidencial (Artigo 81, §1º, CF/88). Neste caso, é 
realizada uma eleição indireta entre os membros do Congresso Nacional, para a escolha daqueles 
que irão encerrar os mandatos de Presidente e Vice. 
 
Sobre os instrumentos para o exercício da soberania popular, cabem algumas observações: 
* A Iniciativa Popular de leis é prevista no Artigo 61, §2º, CF/88; 
* O Sufrágio Universal representa o direito ao voto para todos. Por meio do mesmo, os cidadãos 
participa dos rumos do Estado, escolhendo os seus representantes. O sufrágio se divide em Capacidade 
Eleitoral Ativa (direito de votar) e Capacidade Eleitoral Passiva (direito de receber votos); 
* O voto secreto, direto, universal e periódico constitui cláusula pétrea, ou seja, não pode ser 
alterado nem mesmo por uma emenda à Constituição (Artigo 60, §4º, CF/88). Sua mudança somente 
poderia ocorrer no caso da promulgação de uma nova Constituição. 
 
Diferença entre Plebiscito e o Referendo: 
No Plebiscito, faz-se uma consulta prévia aos cidadãos a respeito de um determinado assunto. 
Assim, ocorrerá antes de se elaborar uma lei ou normativo. 
A competência para convocação de plebiscitos é exclusiva do Congresso Nacional. 
Exemplo de plebiscito foi o que definiu a forma e o sistema de governo, em 1993: república 
presidencialista. (Caso fosse escolhida uma monarquia parlamentarista, esta foram e sistema de governo 
seriam implantados após o plebiscito). 
Já o Referendo ocorre depois da elaboração da lei ou da constituição de determinada situação 
jurídica. O cidadão poderá então ratifica-la ou rejeita-la. 
A convocação para o referendo deve ocorrer em até 30 dias após a promulgação da lei ou adoção do 
ato administrativo. 
Exemplo de referendo foi o que rejeitou, em 2005, a proibição do comércio de armas no país. 
 
Dica para Memorizar: 
 
Plebiscito 
Prévio 
Referendo 
Depois 
 
Privação dos Direitos Políticos 
 
Outro ponto relevante sobre os direitos políticos é que os mesmos jamais podem ser cassados. 
Somente é possível a sua suspensão ou perda. 
Isto é importante, pois a Constituição fala expressamente que os direitos políticos não podem ser 
cassados. Em uma questão que trate da letra da lei, tal assunto pode ser cobrado. 
Também é fundamental compreender que a perda dos direitos políticos somente ocorrerá nos casos 
de brasileiros naturalizados. E tal perda é decorrência direta do cancelamento da naturalização (Artigo 
15, §1º, CF/88). 
Portanto, enquanto brasileiro, não há hipótese de perda dos Direitos Políticos, mas apenas da sua 
suspensão. 
Brasileiro nato, em suma, não perde os seus Direitos Políticos. Já os estrangeiros não possuem 
direitos políticos. 
 
As causas para a Suspensão dos Direitos Políticos estão no Artigo 15 da CF/88: 
“II – incapacidade civil absoluta; 
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do artigo 5º, 
VIII; 
V – improbidade administrativa, nos termos do artigo 37, §4º”. 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 3 
Com relação à condenação criminal transitada em julgado, vale destacar que envolve condenação por 
crime culposo ou doloso e até mesmo por contravenção penal. 
Além disso, os direitos políticos ficam suspensos independentemente da pena aplicada, ou seja, pena 
privativa de liberdade, restritiva de direitos, pena pecuniária. A suspensão dos direitos políticos ainda se 
mantém no caso de suspensão condicional da pena ou no caso de livramento condicional. 
Enfim, enquanto durarem os efeitos da condenação criminal transitada em julgado, os direitos políticos 
estrão suspensos. 
É importante observar que a condenação penal transitada em julgado pode até mesmo resultar da 
perda de mandato eletivo ainda em curso, conforme entendimento do STF (RE 418876 MT). 
 
Questões 
 
01. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) No que se refere às disposições da 
Constituição Federal de 1988 (CF) acerca de direitos políticos, julgue o próximo item. 
Os direitos políticos poderão ser cassados na hipótese de condenação judicial transitada em julgado 
por ato de improbidade administrativa. 
(....) Certo (....) Errado 
 
02. (TCE/CE – Analista de Controle Externo – FCC/2015) Sobre o mecanismos de controle social 
previstos pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que o 
(A) plebiscito deve ser realizado depois da aprovação do projeto de lei. 
(B) plebiscito deve ser realizado depois da elaboração do projeto de lei para dar subsídios a sua 
elaboração. 
(C) referendo deve ser realizado antes da aprovação do projeto de lei para dar subsídios a sua 
elaboração. 
(D) referendo deve ser realizado depois da elaboração do projeto de lei. 
(E) referendo deve ser realizado depois da aprovação do projeto de lei. 
 
03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) Sobre os direitos políticos, é correto afirmar que: 
(A) são inelegíveis, de acordo com o art. 14, § 4º, da Constituição Federal, os inalistáveis e os 
analfabetos. 
(B) a idade mínima de vinte e um anos é requisito de elegibilidade para candidatura a vereador. 
(C) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de setenta anos e para os maiores 
de dezesseis e menores dedezoito anos, mas não para os analfabetos. 
(D) para concorrer a outro cargo, prefeitos devem renunciar ao mandato até três meses antes do pleito. 
(E) não podem alistar-se com o eleitores os estrangeiros e os brasileiros naturalizados. 
 
04. (TRE/RR – Analista Judiciário – FCC/2015) A Constituição Federal NÃO admite a perda ou 
suspensão dos Direitos Políticos no caso de 
(A) cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado. 
(B) incapacidade civil absoluta. 
(C) militares da ativa e da reserva. 
(D) recusa de votar e de cumprir prestação alternativa, por motivo de convicção religiosa, àquele 
obrigado a tanto. 
(E) condenação criminal transitada em julgado que esteja produzindo seus efeitos. 
 
Gabarito 
01. Errado/02. E/03. A/04. C 
 
Comentários 
01. Errado. 
Art. 15, CF/88: É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos 
casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (perda); 
II - incapacidade civil absoluta (suspensão); 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos (suspensão); 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII 
(perda); 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º (suspensão). 
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. 4 
02. Resposta: E. 
O referendo é uma consulta popular feita depois da aprovação de uma lei, seja ela complementar, 
ordinária ou emenda à Constituição. No plebiscito, ao contrário, a consulta é feita antes da elaboração 
da lei. 
 
03. Resposta: A. 
Art. 14 § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos; 
 
04. Resposta: C. 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Letra A) 
II - incapacidade civil absoluta; (Letra B) 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (Letra E) 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
(Letra D) 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
Portanto militares da ativa e da reserva é a resposta: 
CF, Art., 14, § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará 
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
 
Prezados Candidatos, conteúdo referente aos Direitos Políticos será complementado na apostila de 
Direito Constitucional e o Ministério Público. 
 
 
 
Conceito e Fundamentos 
 
O Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público que tem como finalidade regular o exercício da 
soberania popular. 
É visto por muitos como uma “especialização do direito constitucional”. 
No conceito de Joel José Cândido, “O Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que trata de institutos 
relacionados com os direitos políticos e as eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos 
titulares dos mandatos políticos e das instituições do Estado” (Cândido, 2006, p. 27). 
Ao ver de Djalma Pinto, “O Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que disciplina a criação dos 
partidos, o ingresso do cidadão no corpo eleitoral para fruição dos direitos políticos, o registro das 
candidaturas, a propaganda eleitoral, o processo eletivo e a investidura no mandato” (Pinto, 2006, p.16). 
Fávila Ribeiro assevera que, “O Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e 
procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a 
que se estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental”. 
Para Afonso Schmidt2, em verdade, o Direito é uma ciência indivisível. No entanto, para facilitar o seu 
estudo, o mesmo é fracionado em diversos ramos. O Direito Eleitoral representa, em suma, o ramo 
jurídico que regula o exercício da democracia. Estabelece as regras para a escolha dos representantes 
do povo, buscando que a vontade de todos seja convertida em governantes legítimos, eleitos de forma 
transparente e de acordo com os anseios da coletividade. Em tese seria esta definição, porém, na prática, 
pode não sê-la. 
 
É importante observar que o Direito Eleitoral integra o campo do Direito Público, uma vez que regula 
as relações entre o Estado e a sociedade, ultrapassando o âmbito dos interesses particulares de cada 
indivíduo. 
Nas disciplinas de Direito Público, como o Direito Eleitoral, prevalece o interesse público sobre o 
interesse individual. 
Afonso Schmidt ilustra a localização do Direito Eleitoral no campo de Direito, com o seguinte diagrama: 
 
 
 
2 SCHMIDT, Afonso. Direito Eleitoral para Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p. 01 – 05. 
Direito Eleitoral 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 5 
Direito 
Direito Público 
 
Direito Constitucional; 
 
Direito Administrativo; 
 
Direito Eleitoral 
Direito Privado 
 
Direito Civil 
 
Pode-se compreender o objeto do Direito Eleitoral como sendo a normatização de todo o chamado 
“processo eleitoral”, que se inicia com o alistamento do eleitor e a consequente distribuição do corpo 
eleitoral e se encerra com a diplomação dos eleitos. Neste ínterim, torna-se objeto do Direito Eleitoral 
todo o conjunto de atos relativos à organização das eleições, ao registro de candidatos, à campanha 
eleitoral (principalmente no que se refere ao combate ao abuso de poder econômico por parte dos 
candidatos), à votação, à apuração e à proclamação dos resultados. 
 
O Direito Eleitoral tem como objetivo a garantia da normalidade e da legitimidade do procedimento 
eleitoral, viabilizado a democracia. A normalidade significa a plena garantia da consonância do resultado 
apurado nas urnas com a vontade soberana expressada pelo eleitorado. A legitimidade, por sua vez, 
significa o reconhecimento de um resultado justo, de acordo com a vontade soberana do eleitor. Vale 
ressaltar que a expressão “procedimento eleitoral” utilizada refere-se não apenas às eleições, mas 
também às consultas populares, a exemplo do plebiscito e do referendo, sobre as quais também incidem 
as normas de direito eleitoral. 
 
A competência privativa para legislar sobre Direito Eleitoral é da União, segundo o artigo 22 da 
Constituição Federal de 1988. 
 
Fontes do Direito Eleitoral 
 
As Fontes do Direito Eleitoral definem a origem das regras previstas para esta matéria. De forma 
objetiva, basta saber que as fontes são os elementos de onde são obtidas as normas eleitorais. 
 
Em síntese, as fontes formais do Direito Eleitoral são: 
* Constituição Federal de 1988; 
* Leis Federais; 
* Resoluções do TSE (Possuem força de Lei Ordinária). 
 
Além destas, existem as fontes não formais ou indiretas, como: a doutrina e a jurisprudência. 
No entanto, no caso de uma questão de prova, que considere apenas as fontes formais, devem ser 
consideradas somente as destacadas anteriormente. 
 
A Constituição, as Leis exclusivamente Federais e as Resoluções do TSE são, portanto, as fontes do 
Direito Eleitoral. 
Fora isso, na prática, podem ser considerados como os principais normativos de Direito Eleitoral: 
* Constituição da República Federativa do Brasil; 
* Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965); 
* Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997); 
* Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995); 
* Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/1990); 
* Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010); 
* Resoluções do TSE (possuem força de Lei Ordinária). 
 
Importante destacar que os normativos mencionados são considerados como os principais, mas não 
são os únicos. Existem diversas outras leis federais sobre Direito Eleitoral que também são importantes, 
como a leique trata dos transportes e da alimentação dos eleitores (Lei nº 6.091/1974). Esta lei, inclusive, 
é muito cobrada em provas. 
 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 6 
Recomenda-se uma leitura cuidadosa das normas relacionadas anteriormente. Com relação à 
Constituição, de início, vale destacar os artigos 1º, 14 a 17, 118 a 121, que tratam dos direitos políticos, 
órgãos e composição da Justiça Eleitoral, dentre outros. 
Quanto ao Código Eleitoral, é importante saber que possui status de lei complementar. Editado em 
1965, originalmente tinha natureza de lei ordinária. No entanto, a partir de 1988, com a promulgação da 
Constituição Federal, foi recepcionado com status de lei complementar. Assim, caso haja algum 
questionamento, o Código Eleitoral possui status de lei complementar, a partir da Constituição Federal de 
1988. 
Com relação às Resoluções do TSE, é necessário ter em mente que compõem o poder regulamentar 
da Justiça Eleitoral, e são fundamentadas, especialmente, no Código Eleitoral (Artigo 23, IX) e na Lei das 
Eleições (Artigo 105 da Lei nº 9.504/97). Normalmente, por meio dessas Resoluções, o TSE: 
* Estabelece instruções para a execução do Código Eleitoral; 
* Preenche lacunas nas leis federais e Constituição, regulamentando matérias referentes aos 
procedimentos eleitorais. 
As Resoluções podem estabelecer, por exemplo, procedimentos eleitorais como registro de 
candidaturas e propaganda eleitoral. 
Uma das principais Resoluções do TSE é a de número 21.538/2003. Ela dispõe sobre diversos 
procedimentos das eleições e é frequentemente cobrada em concursos. 
Por fim, lembramos que as Resoluções do TSE possuem força de lei ordinária, conforme jurisprudência 
do próprio TSE. 
 
Importante! Compete privativamente à União legislar sobre Direito Eleitoral (Artigo 22, I, da 
CF/88); 
A União poderá delegar aos estados, por meio de Lei Complementar, a competência para legislar 
sobre questões específicas de Direito Eleitoral (Artigo 22, parágrafo único, da CF/88); 
É proibida a edição de Medidas Provisórias sobre Direito Eleitoral (Artigo 62, §1º, I, a, da CF/88); 
Leis Delegadas não podem tratar de Direitos Eleitorais (Artigo 68, §1º, II, da CF/88). 
 
Em síntese, podemos concluir que as leis federais sobre Direito Eleitoral não podem ser elaboradas 
exclusivamente pelo Presidente da República. Elas obrigatoriamente devem ser apreciadas pelo 
Congresso Nacional. Isso porque o Direito Eleitoral não pode ser tratado por meio de medidas provisórias 
(editadas pelo Presidente da República) e leis delegadas. 
Sobre as chamadas Leis Delegadas, as mesmas são previstas no artigo 68 da Constituição, e 
representam leis elaboradas diretamente pelo Presidente da República, a partir de delegação expressa 
do Congresso Nacional. 
É importante ressaltar, sobre elas, que não podem tratar de Direitos Eleitorais, conforme o artigo 68, 
§1º, inciso II, da CF/88. O dispositivo constitucional em questão estabelece um rol de matérias que não 
podem ser delegadas pelo Congresso Nacional ao Presidente da República. Dentre elas, estão incluídas 
as matérias eleitorais. 
 
Atenção! Existe diferença entre a delegação da competência para legislar da União para os Estados 
(permitida), e a delegação do Congresso Nacional para o Presidente da República (proibida): 
 
Delegação 
União – Estados: Permitida Congresso Nacional – Presidente: Proibida 
 
Com relação ao conceito e as fontes do Direito Eleitoral, observamos que, normalmente, não são 
temas muito cobrados em concursos. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
NETO, Jaime Barreiros; BARRETO, Rafael. Direito Eleitoral. 3ª edição. Editora JusPodivm, 2015. 
 
Princípios de Direito Eleitoral3 
 
Relevante destacarmos a conceituação de que os princípios são verdadeiros alicerces do ordenamento 
jurídico, servindo como inspiração à elaboração e interpretação das normas, trazendo em sua essência 
não só uma característica filosófica, mas alta carga valorativa e histórica de uma sociedade. 
 
3 CHALITA, Savio. Manual Completo de Direito Eleitoral. Editora Foco. 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 7 
A palavra “princípio”, neste enfoque, não deve refletir a ideia de início ou começo, mas sim a noção de 
“mandamento nuclear de um sistema”. 
Citando Miguel Reale, GOMES leciona que “sob o enfoque lógico, os princípios são identificados como 
verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de 
juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos a dada porção da realidade”. 
Ainda que a doutrina cuide de explorar características e classificações dos princípios, bem como 
elencar inúmeros outros já conhecidos em diversos ramos (princípios da oralidade, contraditório, 
isonomia, identidade física do juiz, publicidade etc.) trataremos aqui, de maneira objetiva, dos principais 
princípios do direito eleitoral, que facilmente poderemos visualizá-los neste pré-conceito de “mandamento 
nuclear de um sistema”. Vejamos: 
 
Princípio da vedação da restrição de direitos políticos 
Este princípio possui conceituação semelhante ao do já conhecido in dubio pro reo, amplamente 
abordado no Direito Processual Penal e no estudo do Direito Constitucional (Direitos e Garantias, art. 5º 
da CF), uma vez que traz a ideia de que não poderá o intérprete da lei estender sua aplicação além do 
que efetivamente se presta, de maneira a aumentar restrição de direitos políticos do indivíduo (seja do 
candidato ou do eleitor). 
Diante da dúvida deverá o intérprete ou julgador (juiz ou tribunal) prezar pela não restrição de direitos 
políticos, aplicando-se a norma restritivamente. 
 
Princípio da democracia 
Como bem assevera a melhor doutrina, ainda que a democracia tenha sido experimentada por diversos 
povos e culturas, é reservada à Grécia a identificação de berço da democracia. Pelo sentido do vocábulo, 
originado de demokratia, compreendemos “o poder ao povo”. 
Caberiam laudas numerosas em interpretação aprofundada sobre a democracia propriamente. No 
entanto, alcançando a objetividade compreendemos que não se trata tão somente de um princípio, mas 
um verdadeiro fundamento e valor essencial das sociedades ocidentais, como assinala Jairo José Gomes. 
O princípio da democracia estaria associado a esta verdadeira premissa da sociedade, vez que a partir 
dele é que se desenvolverá diversos institutos e objetos de estudo que são comportados pelo Direito 
Eleitoral. 
Historicamente percebemos notável citação de Habermas, onde na oportunidade comemorativa de 
seus 80 anos, classificou a democracia como sendo a responsável necessária da existência de suas 
grandes obras (Teoria do Agir Comunicativo e Democracia e Direito), pois foi quem possibilitou que tudo 
transcorresse como fora. Aliás, uma das maiores contribuições deste grande pensador contemporâneo é 
construído sobre os fundamentos e reflexões democráticos (HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: 
entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Edições Tempo brasileiro, 1997). 
 
Princípio da democracia partidária 
Como vimos, a democracia remonta a concepção grega de “o poder ao povo”. Desta forma podemos 
compreender a efetividade da democracia implantada sob 3 óticas distintas: Democracia direta, indireta 
e semidireta (ou temperada). 
A democracia direta é ilustrada pela organização, deveras eficiente, observada em Atenas durante os 
séculos V e VI, onde efetivamente os cidadãos participavam das decisões, o chamado autogoverno, 
completamente inviável se pensarmos nossa realidade. 
Na democracia indireta os cidadãos elegem seus representantes, que investidos em um mandato 
específico, desempenharão a respectiva função pública, representando seu eleitorado até o final do seu 
mandato. 
Na democracia semidireta ou temperada ocorre um temperamento, como sugere sua classificação, 
sendo o modelo que experimentamos no Brasil. 
Aqui os cidadãosnão encerram participação na vida pública simplesmente na escolha de seus 
representantes, mas têm a seu dispor outros instrumentos representativos como a participação em 
plebiscitos, referendos e iniciativa popular. 
Contudo, tanto na democracia indireta como na semidireta (adotada no Brasil), necessariamente 
percebemos a figura do partido político (criado e difundido pelos movimentos socialistas na Inglaterra) 
como um intermediário ao complexo funcionamento do sistema democrático. 
 
 
 
 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 8 
Princípio da anualidade eleitoral ou da anterioridade da lei eleitoral 
Também podemos encontrá-lo na nomenclatura de “antinomia eleitoral” ou “conflito de leis no tempo”. 
É a expressão do princípio do rules of game (traz a ideia de que não se pode mudar as “regras do jogo” 
durante o campeonato). 
O art. 16 da CF consolida o princípio da anualidade ao dispor que “a lei que alterar o processo eleitoral 
entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data 
de sua vigência”. Por este princípio, toda lei que vier a alterar o processo eleitoral entrará em vigor na 
data de sua publicação, porém apenas será aplicada ao pleito que correr até um ano após a data de sua 
vigência. 
Segundo o STF, a concepção de lei abrangeria tanto leis infraconstitucionais quanto leis constitucionais 
(Emendas Constitucionais). 
 
Princípio da celeridade da justiça eleitoral 
Quando tratamos de Direito Eleitoral, especificamente quanto aos mandatos, exigências e etc., 
verificamos a questão temporal como grande constante. Por esta razão, o Poder Judiciário (Justiça 
Eleitoral) tratará com maior prioridade, aos demais casos, as questões que tratem acerca de matéria 
eleitoral, com exceção da natural prioridade do habeas corpus e mandado de segurança. 
Como reflexo deste princípio na norma eleitoral, podemos destacar o prazo de 3 dias para a 
interposição da maioria dos Recursos (art. 258 do Código Eleitoral), o prazo de 24 horas para recorrer às 
instâncias superiores no caso de decisão sobre o exercício do direito de resposta (art. 58, § 5º, da Lei das 
Eleições), a irrecorribilidade da decisões do Tribunal Superior Eleitoral (observadas as exceções: art. 121, 
§ 3º, da CF), bem como a preclusão instantânea, salvo matéria de ordem constitucional ou legal de ordem 
pública (concluída uma fase, dentre as previstas a um assunto hipotético – registro de candidatura, 
propaganda eleitoral, votação etc., não se pode mais impugnar ocorridos pretéritos). 
 
Princípio da periodicidade da investidura nas funções eleitorais 
O § 2º art. 121 da CF dispõe que “os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão 
por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos 
na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria”. 
Ou seja, os magistrados são “emprestados” à Justiça Eleitoral ao serem investidos nas funções 
eleitorais, pelo interregno de 2 anos, sendo admitidos uma recondução consecutiva (ele poderá servir por 
mais que dois biênios, desde que respeitado o limite de única recondução consecutiva). 
Por esta razão, quando tratamos das garantias aos juízes eleitorais (e aqui compreendemos os 
advogados nomeados para esta função) dizemos que gozarão, no exercício de suas funções, de plenas 
garantias, com algumas exceções, além de vedações, como se verá ao destacarmos especificidades 
acerca da justiça eleitoral e sua composição orgânica. 
 
Princípio da responsabilidade solidária entre candidatos e partidos políticos 
O art. 241 do Código Eleitoral ilustra o princípio da responsabilidade solidária entre os candidatos e 
seus respectivos partidos políticos, especificamente quanto à propaganda eleitoral, ao dispor que: “Toda 
propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-lhes 
solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e adeptos.” 
Importante notar que tal responsabilidade não é extensiva às coligações partidárias, não apenas pela 
falta de previsão legal neste sentido (sabemos que a solidariedade não pode ser presumida), mas também 
pela confirmação trazida pelo legislador através da minirreforma eleitoral (Lei 12.891/2013) ao incluir o 
parágrafo único naquele dispositivo do Código Eleitoral no sentido de que “A solidariedade prevista neste 
artigo é restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo 
quando integrantes de uma mesma coligação”. 
Podemos observar outras incidências deste princípio na Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) quando na 
ocasião dos arts. 17, 21 e 38, caput, por exemplo. 
A minirreforma eleitoral (Lei 12.891/2013) além de introduzir limitação quanto à solidariedade tratada 
no art. 241 do Código Eleitoral, também alterou o disposto no art. 15-A da LOPP (Lei 9.096/1995), 
incluindo solidariedade quanto à responsabilidade trabalhista e inserindo o parágrafo único, como se vê 
com nossos grifos: 
“Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário 
municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de 
direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção 
partidária. (Redação dada pela Lei 12.034, de 2009) 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 9 
Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente poderá ser 
demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de 
natureza cível ou trabalhista. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013) 
Importante consideração é feita por Roberto Moreira de Almeida ao tratar sobre a eventualidade de 
responsabilidade criminal e a impossibilidade de ser assumida pelo partido político (pessoa jurídica de 
direito privado, nos termos do art. 1º da Lei 9.096/1995): “Incumbe acrescentar, por último, que, eventual 
responsabilidade penal por crime eleitoral será individual do infrator (sempre pessoa física), pois não há 
previsão legal de punição por prática de aludido delito por pessoa jurídica.” 
 
Hermenêutica eleitoral4 
 
Hermenêutica é a ciência que tem por objeto a pesquisa dos pressupostos e das condições de 
compreensão da linguagem e do sentido. Discute, portanto, as possibilidades e condições da 
interpretação. Esta, por sua vez, constitui objeto da hermenêutica, traduzindo-se no complexo processo 
pelo qual se conhece ou se alcança a inteligibilidade e o sentido de algo. 
Pode-se dizer que a interpretação busca tornar o objeto em que incide – evento, documento – claro e 
inteligível, permitindo a fixação de seu sentido, ou de seus sentidos possíveis. Nesse processo, destaca-
se a participação ativa do intérprete, porquanto ele próprio se insere na perspectiva da compreensão. 
Ademais, não se pode descurar do contexto, ou seja, das circunstâncias em que se manifesta o objeto 
considerado. Uma adequada compreensão só pode ser alcançada criticamente, o que implica a 
percepção das múltiplas relações do objeto conhecido com o mundo circundante, com o ambiente em 
que se encontra imerso. Em jogo também se encontra a pré-compreensão que o intérprete traz consigo, 
não havendo neutralidade absoluta nesses domínios. 
Assinala Dworkin (2010, p. 69-71) que a interpretação expressa um relato no qual é proposta “uma 
forma de ver o que é interpretado – uma prática social ou uma tradição, tanto quanto um texto ou uma 
pintura – como se este fosse o produto de uma decisão de perquirir um conjunto de temas, visões e 
objetivos, uma direção em vez de outra. [...]”. 
O quadro delineado pelo intérprete inserir-se-á no âmbito da intenção do autor da obra se a esta se 
ajustar ou com ela for compatível, de maneira a iluminá-la, torná-la melhor ou otimizá-la. Aí, portanto, é 
abandonada a concepção de quea intenção do autor deve ser perscrutada em seu “estado mental 
consciente”, pois, tal intenção não é propriamente o que o autor quis conscientemente, mas o que se 
ajusta ao contexto e propósito de sua obra. 
Quanto à interpretação jurídica, tradicionalmente, firmaram-se quatro cânones com o escopo de traçar 
caminhos seguros para a determinação do direito. Trata-se dos métodos gramatical, lógico, histórico e 
sistemático. Formulados pelo pandectista Friedrich Karl von Savigny, foram desenvolvidos sob o signo de 
um sistema jurídico fechado e tinham por fim propiciar a reconstrução do pensamento imanente à norma. 
Não se pode negar que ainda hoje são muito relevantes na argumentação e na prática jurídicas. 
Todavia, com a superação do positivismo legalista, passou-se a proclamar a insuficiência – o equívoco, 
para alguns – de tais métodos, próprios de uma concepção objetivista do Direito como sistema fechado 
de normas. Para além do extraordinário desenvolvimento experimentado pela hermenêutica jurídica, 
outras correntes de pensamento disputam a primazia na fundamentação do Direito, a exemplo da tópica 
(teoria do pensamento problemático), das doutrinas da argumentação jurídica, dos “general principles of 
law” (Ronald Dworkin), da analítica. 
O Direito contemporâneo é pensado da ótica de um sistema aberto, sendo os princípios admitidos 
como normas vinculantes, e a criação judicial do direito, aceita. Chega-se mesmo a duvidar que a 
determinação do direito possa ser levada a cabo com exatidão lógica e alcançada tão só pela via racional. 
Nesse contexto, a par dos cânones aludidos, relevam novos argumentos na fundamentação dos juízos 
jurídicos, a exemplo do princípio da segurança jurídica, da ponderação, da finalidade, das consequências, 
da equidade, dos precedentes, da razoabilidade, da proporcionalidade. 
Em linhas gerais, a interpretação jurídica volta-se sempre para duas realidades bem distintas, a saber: 
a norma (que comumente é veiculada em um texto legal) e os fatos da vida submetidos a exame. O labor 
interpretativo – que, certamente, não está imune à subjetividade do intérprete-juiz – desenvolve-se com 
a conjugação dessas duas realidades: o ser (fato) e o dever-ser (norma). 
De sorte que o caso e a norma devem ser aproximados um do outro, estabelecendo-se entre eles um 
fecundo diálogo. A intermediar essa relação, está o ingrediente axiológico (valorativo) haurido no 
ambiente sócio-jurídico-cultural; daqui emerge o sentido jurídico da resposta a que se chega. Não se trata, 
está claro, de uma asséptica operação silogística, de pura subsunção do fato à norma. Esta, na verdade, 
 
4 GOMES, José Jairo. Direito eleitoral / José Jairo Gomes. – 11. ed. rev. atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2015. 
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. 10 
é apenas o ponto de partida da interpretação, e não a sua chegada. Cuida-se antes de uma complexa 
interação axiológica entre o caso concreto e a hipótese normativa, donde resulta o direito a ser observado 
in concreto. Este não é propriamente dado, mas construído na realidade da experiência jurídica. 
Note-se que a interpretação não constitui atividade totalmente livre, pois o raciocínio e a decisão do 
intérprete-juiz devem sempre ser guiados por determinados cânones, a exemplo da plausibilidade, da 
coerência, da juridicidade, da ética, da racionalidade, da hierarquia legal, dos princípios e conceitos 
atinentes ao setor jurídico a que o caso examinado encontra-se referido. Além desses fatores regulatórios, 
o próprio texto normativo (intentio operis) e o contexto em que ele se insere delimitam os sentidos 
hauríveis pela interpretação jurídica. 
Naturalmente, o Direito Eleitoral não está alheio a tudo isso. Não lhe é estranho o uso dos argumentos 
aludidos, sejam clássicos ou contemporâneos. Quanto a isso, não se pode olvidar inexistirem critérios 
que obriguem o uso de qualquer deles, estando, pois, a escolha da via hermenêutica a depender das 
convicções e da subjetividade do intérprete. 
A qualidade da interpretação apoia-se em sua melhor justificação racional. E tal ocorre não só nos 
domínios do Direito Eleitoral, mas em todos os ramos do Direito. 
 
Questões 
 
01. (TRE/RR – Técnico Judiciário – FCC/2015) Incluem-se dentre as fontes diretas do Direito 
Eleitoral: 
(A) os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral. 
(B) as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral. 
(C) as leis estaduais. 
(D) as leis municipais. 
(E) os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais. 
 
02. (TRE/AC – Técnico Judiciário – AOCP/2015) Em relação à legislação eleitoral, assinale a 
alternativa correta. 
(A) O Código Eleitora! é a legislação central do regime jurídico eleitoral, sendo as demais legislações 
acessórias naquilo em que ele for omisso. 
(B) A Lei que alterar o processo eleitoral deve respeitara regra da anualidade eleitoral. 
(C) É inaplicável, dentro do sistema processual eleitoral, qualquer disposição do código de processo 
civil, em razão da sua incompatibilidade com o que dispõe o código eleitoral. 
(D) A cada eleição, será publicada, pelo Tribunal Superior Eleitoral, Lei específica dispondo a respeito 
do pleito a ser realizado. 
(E) Além das disposições constitucionais, somente Lei complementar pode dispor acerca de matéria 
eleitoral. 
 
03. (TRE/RS – Analista Judiciário – CESPE/2015) Quando se trata de direito, os primeiros desafios 
que enfrentam os seus operadores e estudiosos são as questões relacionadas às fontes e aos princípios 
utilizados para que o juiz tenha condições de decidir sobre quaisquer matérias que lhe forem propostas. 
Em se tratando de matéria relacionada mais especificamente a direito eleitoral, também não é pequeno 
o esforço que se faz para deixar claro à sociedade as funções precípuas que exerce a justiça eleitoral. 
Com relação a esse assunto, assinale a opção correta. 
(A) As resoluções do TSE, por tratarem de legislação mais específica, devem prevalecer sobre 
quaisquer das demais fontes do direito eleitoral, em se tratando de matérias relacionadas às eleições. 
(B) O princípio da anterioridade tem como escopo proteger o processo eleitoral, garantindo que 
qualquer lei que altere esse processo somente entrará em vigor na data de sua publicação, não se 
aplicando à eleição seguinte à data de sua vigência. 
(C) Os juízes eleitorais são órgãos da justiça eleitoral, juntamente com as juntas eleitorais, os tribunais 
regionais eleitorais e o TSE. 
(D) A transferência de domicílio do eleitor, a adoção de medidas para coibir a prática de propaganda 
eleitoral irregular e a emissão de segunda via do título eleitoral são exemplos de funções judiciárias da 
justiça eleitoral que devem ser apreciadas por juiz eleitoral e, na ausência deste, por um juiz da respectiva 
seccional. 
(E) As fontes do direito eleitoral têm como objetivo principal assegurar que não haja mudanças no 
ordenamento jurídico, mantendo-o estático, como deveria ser desde o princípio, pois se exige, cada vez 
mais, um ambiente legislativo seguro e simplificado. 
 
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. 11 
04. (TRE/SP – Técnico Judiciário – FCC/2017) Acerca das fontes de Direito Eleitoral, 
(A) a função normativa da Justiça Eleitoral autoriza que sejam editadas Resoluções Normativas pelo 
Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de criar direitos e estabelecer sanções, possibilitando a 
revogação de leis anteriores que disponham sobre o mesmo objeto da Resolução Normativa. 
(B) as normas eleitorais devem ser interpretadas em conjunto com o restante do sistema normativo 
brasileiro, admitindo-se a celebração de termos de ajustamento de conduta, previstos na Lei n° 7.346/85, 
que disciplina a Ação Civil Pública, desde que os partidos políticos transijam, exclusivamente, sobre as 
prerrogativas que lhes sejam asseguradas. 
(C) o Código Eleitoral define a organização e a competênciada Justiça Eleitoral, podendo ser aplicado 
apesar de a Constituição Federal prever a necessidade de lei complementar para tanto. 
(D) as Resoluções Normativas do TSE, as respostas às Consultas e as decisões do Tribunal Superior 
Eleitoral são fontes de Direito Eleitoral de natureza exclusivamente jurisdicional e aplicáveis apenas ao 
caso concreto dos quais emanam. 
(E) o Código Eleitoral, a Lei de Inelegibilidades, a Lei dos Partidos Políticos, a Lei das Eleições, as 
Resoluções Normativas do TSE e as respostas a Consultas são fontes de Direito Eleitoral de mesma 
estatura, hierarquia e abrangência, podendo ser revogadas umas pelas outras. 
 
Gabarito 
 
01. B/02. B/03. C/04. C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B. 
São as principais fontes formais do direito eleitoral, conhecidas como fontes diretas, com superioridade 
hierárquica: 
Os preceitos constitucionais [Arts. 14 a 17 e 118 a 121]; 
Ademais, fazem parte do rol o Código Eleitoral [Lei 4.737/1965], a Lei das Eleições [Lei 9.504/1997], a 
Lei das Inelegibilidades [Lei Complementar 64/1990] e a Lei dos Partidos Políticos [Lei 9.096/1995]; 
Também possuem a natureza de fonte formal do direito eleitoral as respostas às consultas elaboradas 
pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal Superior Eleitoral. Da mesma forma, as Resoluções do Tribunal 
Superior Eleitoral. Vale citar também as denominadas fontes indiretas do direito eleitoral, que são a 
doutrina e a jurisprudência sobre a matéria".5 
 
02. Resposta: B. 
A regra ou princípio da anualidade eleitoral ou da anterioridade da lei eleitoral está encartada no art. 
16 da CF, assim redigido: “a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, 
não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência”. Destarte, a lei que alterar 
o processo eleitoral deve respeitar a regra da anualidade eleitoral. 
 
03. Resposta: C. 
Art. 118, CF. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I - o Tribunal Superior Eleitoral; 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; 
III - os Juízes Eleitorais; 
IV - as Juntas Eleitorais. 
 
04. Resposta: C. 
O Código Eleitoral, apesar de ser lei ordinária, na parte que trata da Justiça Eleitoral foi recepcionado 
com status de lei complementar. Isso porque a CF/88 exige que haja a edição de lei complementar para 
tratar de organização e competências da Justiça Eleitoral. 
 
 
 
5 Autor: Andrea Russar Rachel, Juíza de Direito - Tribunal de Justiça do Paraná. 
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. 12 
 
 
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
CÓDIGO ELEITORAL - LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 
 
Institui o Código Eleitoral. 
 
(....); 
 
PARTE SEGUNDA 
DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I – o Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País; 
II – um Tribunal Regional, na capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do 
Tribunal Superior, na capital de Território; 
III – Juntas Eleitorais; 
IV – Juízes Eleitorais. 
 
Art. 13. O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado até 
nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida. 
 
Art. 14. Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por dois 
anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. 
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem 
mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º. 
§ 2º Os Juízes afastados por motivo de licença, férias e licença especial, de suas funções na Justiça 
comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente, exceto 
quando, com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento 
de alistamento. 
§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes 
do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o 
cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado 
na circunscrição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
§ 4º No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades 
indispensáveis à primeira investidura. 
 
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma 
ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
 
TÍTULO I 
DO TRIBUNAL SUPERIOR 
 
Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral: 
I – mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) de três Juízes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; e 
b) de dois Juízes, dentre os membros do Tribunal Federal de Recursos (taxado nosso); 
 
IMPORTANTE! 
Gostaríamos de esclarecer que apesar da Constituição Federal de 1988 ser posterior ao Código 
Eleitoral, atualmente, a norma reguladora é o Código Eleitoral, que foi pela CF recepcionado como lei 
material complementar em algumas de suas partes. 
Assim, a letra da lei (Código Eleitoral) continua a mesma, aplicando-se porém, a CF/88 nesses casos 
específicos. 
Justiça Eleitoral. Características institucionais; Órgãos e composição; 
Diversificação funcional das atividades da Justiça Eleitoral; Competências; 
Justiça Eleitoral e o controle da legalidade das eleições 
1489363 E-book gerado especialmente para MONICA BORGES MARTINS
 
. 13 
Observe a interpretação correta para o Art. 16, I, b, do Código Eleitoral: → CF/1988, art. 119, I, b: 
eleição entre os ministros do Superior Tribunal de Justiça. 
 
II – por nomeação do Presidente da República de dois dentre seis advogados de notável saber jurídico 
e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, 
ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o 
que tiver sido escolhido por último. 
§ 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo 
público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada 
com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que 
exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. 
 
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu Presidente um dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, cabendo ao outro a Vice-Presidência, e para Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral um 
dos seus membros. 
§ 1º As atribuições do Corregedor-Geral serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. 
§ 2º No desempenho de suas atribuições, o Corregedor-Geral se locomoverá para os Estados e 
Territórios nos seguintes casos: 
I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral; 
II – a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais; 
III – a requerimento de partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral; 
IV – sempre que entender necessário. 
§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria-Geral, vinculam os Corregedores Regionais, que lhes 
devem dar imediato e preciso cumprimento. 
 
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador-Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador-
Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. 
Parágrafo único. O Procurador-Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, 
com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal 
Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento. 
 
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da 
maioria de seus membros. 
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do Código Eleitoral em faceda Constituição e cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que 
importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de 
todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum Juiz, será convocado o substituto ou 
o respectivo suplente. 
 
Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá arguir a suspeição ou impedimento 
dos seus membros, do Procurador-Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei 
processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em 
regimento. 
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada 
a causa, praticar ato que importe aceitação do arguido. 
 
Art. 21. Os Tribunais e Juízes inferiores devem dar imediato cumprimento às decisões, mandados, 
instruções e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral. 
 
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: 
I – processar e julgar originariamente: 
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus Diretórios Nacionais e de 
candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; 
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes Eleitorais de Estados diferentes; 
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador-Geral e aos funcionários da sua 
Secretaria; 
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios Juízes e 
pelos Juízes dos Tribunais Regionais; 
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e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da 
República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver 
perigo de se consumar a violência antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetração; 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua 
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; 
g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma 
na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República; 
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias 
da conclusão ao Relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente 
interessada; 
i) as reclamações contra os seus próprios Juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, 
não houverem julgado os feitos a eles distribuídos; 
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte 
dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado; 
II – julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do art. 276 
inclusive os que versarem matéria administrativa. 
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do art. 281. 
 
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: 
I – elaborar o seu Regimento Interno; 
II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou 
extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da 
lei; 
III – conceder aos seus membros licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos 
efetivos; 
IV – aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos Juízes dos Tribunais Regionais 
Eleitorais; 
V – propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios; 
VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos Juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, 
indicando a forma desse aumento; 
VII – fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, Senadores e 
Deputados Federais, quando não o tiverem sido por lei; 
VIII – aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de novas Zonas; 
IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 
X – fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da 
sede; 
XI – enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça, nos termos 
do art. 25; 
XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com 
jurisdição federal ou órgão nacional de partido político; 
XIII – autorizar a contagem dos votos pelas Mesas Receptoras nos Estados em que essa providência 
for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo; 
XIV – requisitar força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das 
decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração; 
XV – organizar e divulgar a súmula de sua jurisprudência; 
XVI – requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do 
serviço de sua Secretaria; 
XVII – publicar um boletim eleitoral; 
XVIII – tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral. 
 
Art. 24. Compete ao Procurador-Geral, como chefe do Ministério Público Eleitoral: 
I – assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões; 
II – exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do 
Tribunal; 
III – oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal; 
IV – manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do 
Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se entender 
necessário; 
V – defender a jurisdição do Tribunal; 
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VI – representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua 
aplicação uniforme em todo o País; 
VII – requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas 
atribuições; 
VIII – expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais; 
IX – acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de 
Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas. 
 
TÍTULO II 
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS 
 
Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
I – mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) de dois Juízes, dentre os Desembargadores do Tribunal de Justiça; e 
b) de dois Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
II – do Juiz Federal e, havendo mais de um, do que for escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos; 
III – por nomeação do Presidente da República, de dois dentre seis cidadãos de notável saber jurídico 
e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
§ 1º A lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será enviada ao Tribunal Superior Eleitoral. 
§ 2º A lista não poderá conter nome de Magistrado aposentado ou de membro do Ministério Público. 
§ 3º Recebidas as indicações o Tribunal Superior divulgará a lista através de edital, podendo 
os partidos, no prazo de cinco dias, impugná-la com fundamento em incompatibilidade. 
§ 4º Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista será devolvida 
ao Tribunal de origem para complementação. 
§ 5º Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhará a lista ao Poder 
Executivo para a nomeação. 
§ 6º Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que 
por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso a que tiver sido 
escolhida por último. 
§ 7º A nomeação de que trata o nº II deste artigo não poderá recair em cidadão que tenha qualquer 
das incompatibilidades mencionadas no art. 16, § 4º. 
 
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão eleitospor este dentre 
os três Desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro Desembargador será o Corregedor Regional 
da Justiça Eleitoral. 
§ 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter 
supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir. 
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Regional se locomoverá para as Zonas 
Eleitorais nos seguintes casos: 
I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional Eleitoral; 
II – a pedido dos Juízes Eleitorais; 
III – a requerimento de partido, deferido pelo Tribunal Regional; 
IV – sempre que entender necessário. 
 
Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da 
República no respectivo Estado, e, onde houver mais de um, aquele que for designado pelo Procurador-
Geral da República. 
§ 1º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador Regional Eleitoral exercidas pelo Procurador-
Geral da Justiça do Distrito Federal. 
§ 2º Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas ou impedimentos, o seu substituto legal. 
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais junto aos quais servirem, as 
atribuições do Procurador-Geral. 
§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador-Geral, podendo os Procuradores Regionais requisitar, 
para auxiliá-los nas suas funções, membros do Ministério Público local, não tendo estes, porém, assento 
nas sessões do Tribunal. 
 
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença 
da maioria de seus membros. 
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§ 1º No caso de impedimento e não existindo quórum, será o membro do Tribunal substituído por outro 
da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição. 
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário para o Tribunal Superior qualquer 
interessado poderá arguir a suspeição dos seus membros, do Procurador Regional, ou de funcionários 
da sua Secretaria, assim como dos Juízes e escrivães eleitorais, nos casos previstos na lei processual 
civil e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento. 
§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior será observado o disposto no parágrafo único do art. 20. 
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que importem cassação de registro, 
anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos 
os seus membros. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
§ 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o suplente da mesma 
classe. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais: 
I – processar e julgar originariamente: 
a) o registro e o cancelamento do registro dos Diretórios Estaduais e Municipais de partidos políticos, 
bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro do Congresso Nacional e das 
Assembleias Legislativas; 
b) os conflitos de jurisdição entre Juízes Eleitorais do respectivo Estado; 
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros, ao Procurador Regional e aos funcionários da 
sua Secretaria assim como aos Juízes e Escrivães Eleitorais; 
d) os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais; 
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades que 
respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os 
denegados ou concedidos pelos Juízes Eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de 
se consumar a violência antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetração; 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua 
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; 
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos Juízes Eleitorais em trinta dias da sua 
conclusão para julgamento, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente 
interessada, sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo; 
II – julgar os recursos interpostos: 
a) dos atos e das decisões proferidas pelos Juízes e Juntas Eleitorais; 
b) das decisões dos Juízes Eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de 
segurança. 
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis, salvo nos casos do art. 276. 
 
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: 
I – elaborar o seu Regimento Interno; 
II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional, provendo-lhes os cargos na forma da lei, e 
propor ao Congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e 
a fixação dos respectivos vencimentos; 
III – conceder aos seus membros e aos Juízes Eleitorais licença e férias, assim como afastamento do 
exercício dos cargos efetivos, submetendo, quanto àqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior 
Eleitoral; 
IV – fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vice-
Prefeitos, Vereadores e Juízes de Paz, quando não determinada por disposição constitucional ou legal; 
V – constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; 
VI – indicar ao Tribunal Superior as Zonas Eleitorais ou Seções em que a contagem dos votos deva 
ser feita pela Mesa Receptora; 
VII – apurar, com os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais das 
eleições de Governador e Vice-Governador, de membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos 
diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia 
das atas de seus trabalhos; 
VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade 
pública ou partido político; 
IX – dividir a respectiva circunscrição em Zonas Eleitorais, submetendo esta divisão, assim como a 
criação de novas Zonas, à aprovação do Tribunal Superior; 
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X – aprovar a designação do ofício de Justiça que deva responder pela Escrivania Eleitoral durante o 
biênio; 
XI – (Revogado); 
XII – requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões e solicitar ao Tribunal Superior a 
requisição de força federal; 
XIII – autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu Presidente e, no interior, aos 
Juízes Eleitorais, a requisição de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem 
os Escrivães Eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço; 
XIV – requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em cada Estado ou Território, 
funcionários dos respectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas 
Secretarias; 
XV – aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30 (trinta) dias aos Juízes 
Eleitorais; 
XVI – cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior; 
XVII – determinar, em caso de urgência, providências para a execução da lei na respectiva 
circunscrição; 
XVIII – organizar o fichário dos eleitores do Estado; 
XIX – suprimir os mapas parciais de apuração, mandando utilizar apenas os boletins e os mapas 
totalizadores, desde que o menor número de candidatos às eleições proporcionais justifique a supressão, 
observadas as seguintes normas: 
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional que suprima a exigência dos 
mapas parciais de apuração; 
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou partido poderá, no prazo de três dias, 
recorrer para o Tribunal Superior, que decidirá em cinco dias; 
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida até seis meses antes da data da 
eleição; 
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelosTribunais Regionais, depois de aprovados 
pelo Tribunal Superior; 
e) o Tribunal Regional ouvirá os partidos na elaboração dos modelos dos boletins e mapas de apuração 
a fim de que estes atendam às peculiaridades locais, encaminhando os modelos que aprovar, 
acompanhados das sugestões ou impugnações formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal 
Superior. 
 
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional, ficará a respectiva circunscrição eleitoral sob a 
jurisdição do Tribunal Regional que o Tribunal Superior designar. 
 
TÍTULO III 
DOS JUÍZES ELEITORAIS 
 
Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das Zonas Eleitorais a um Juiz de Direito em efetivo exercício 
e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze das prerrogativas do art. 95 da Constituição. 
Parágrafo único. Onde houver mais de uma Vara, o Tribunal Regional designará aquela ou aquelas, a 
que incumbe o serviço eleitoral. 
 
Art. 33. Nas Zonas Eleitorais onde houver mais de uma serventia de Justiça, o Juiz indicará ao Tribunal 
Regional a que deve ter o anexo da Escrivania Eleitoral pelo prazo de dois anos. 
§ 1º Não poderá servir como Escrivão Eleitoral, sob pena de demissão, o membro de Diretório de 
partido político, nem o candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente consanguíneo ou afim até o 
segundo grau. 
§ 2º O Escrivão Eleitoral, em suas faltas e impedimentos, será substituído na forma prevista pela lei 
de organização judiciária local. 
 
Art. 34. Os Juízes despacharão todos os dias na sede da sua Zona Eleitoral. 
 
Art. 35. Compete aos Juízes: 
I – cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional; 
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a 
competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; 
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III – decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa 
competência não esteja atribuída privativamente à instância superior; 
IV – fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e presteza do serviço eleitoral; 
V – tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-
as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir; 
VI – indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de Justiça que deve ter o anexo da 
Escrivania Eleitoral; 
VII – (Revogado); 
VIII – dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores; 
IX – expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor; 
X – dividir a Zona em Seções Eleitorais; 
XI – mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada Seção, para remessa à 
Mesa Receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação; 
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais e 
comunicá-los ao Tribunal Regional; 
XIII – designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das Seções; 
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 
5 (cinco) dias de antecedência, os membros das Mesas Receptoras; 
XV – instruir os membros das Mesas Receptoras sobre as suas funções; 
XVI – providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas Mesas Receptoras; 
XVII – tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições; 
XVIII – fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do 
alistamento, um certificado que os isente das sanções legais; 
XIX – comunicar, até as 12 horas do dia seguinte à realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos 
Delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das Seções da 
Zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da Zona. 
 
TÍTULO IV 
DAS JUNTAS ELEITORAIS 
 
Art. 36. Compor-se-ão as Juntas Eleitorais de um Juiz de Direito, que será o Presidente, e de 2 (dois) 
ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. 
§ 1º Os membros das Juntas Eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição, depois 
de aprovação do Tribunal Regional, pelo Presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede. 
§ 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação, os nomes das pessoas indicadas para compor as Juntas 
serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em 
petição fundamentada, impugnar as indicações. 
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: 
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim 
o cônjuge; 
II – os membros de Diretórios de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham 
sido oficialmente publicados; 
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de 
confiança do Executivo; 
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral. 
 
Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permitir o número de Juízes de Direito que 
gozem das garantias do art. 95 da Constituição, mesmo que não sejam Juízes Eleitorais. 
Parágrafo único. Nas Zonas em que houver de ser organizada mais de uma Junta, ou quando estiver 
vago o cargo de Juiz Eleitoral ou estiver este impedido, o Presidente do Tribunal Regional, com a 
aprovação deste, designará Juízes de Direito da mesma ou de outras Comarcas, para presidirem as 
Juntas Eleitorais. 
 
Art. 38. Ao Presidente da Junta é facultado nomear, dentre cidadãos de notória idoneidade, 
escrutinadores e auxiliares em número capaz de atender à boa marcha dos trabalhos. 
§ 1º É obrigatória essa nomeação sempre que houver mais de dez urnas a apurar. 
§ 2º Na hipótese do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo Presidente nomeará um 
escrutinador para servir como Secretário em cada Turma. 
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§ 3º Além dos Secretários a que se refere o parágrafo anterior será designado pelo Presidente da 
Junta um escrutinador para Secretário-Geral competindo-lhe: 
I – lavrar as atas; 
II – tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionando como Escrivão; 
III – totalizar os votos apurados. 
 
Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o Presidente da Junta comunicará ao Presidente do 
Tribunal Regional as nomeações que houver feito e divulgará a composição do órgão por edital publicado 
ou afixado, podendo qualquer partido oferecer impugnação motivada no prazo de 3 (três) dias. 
 
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral: 
I – apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas Zonas Eleitorais sob a sua jurisdição; 
II – resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da 
apuração; 
III – expedir os boletins de apuração mencionados no art. 179; 
IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais. 
Parágrafo único. Nos Municípios onde houver mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas 
será feita pela que for presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos 
da eleição. 
 
Art. 41. Nas Zonas Eleitorais em que for autorizada a contagem prévia dos votos pelas Mesas 
Receptoras, compete à Junta Eleitoral tomar as providências mencionadas no art. 195. 
 
Justiça Eleitoral - Introdução6 
 
A Justiça Eleitoral é um órgão de jurisdição especializada que integra o Poder Judiciário e cuida da 
organização do processo eleitoral (alistamento eleitoral, votação, apuração dos votos, diplomação dos 
eleitos, etc.). Logo, trabalha para garantir o respeito à soberania popular e à cidadania. 
Para que esses fundamentos constitucionais – previstos no art. 1º da CF/1988 – sejam devidamente 
assegurados, são distribuídas competências e funções entre os órgãos que formam a Justiça Eleitoral. 
Aliás, são eles: o Tribunal Superior Eleitoral, os tribunais regionais eleitorais, os juízes eleitorais

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