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Raios - Edição 2022

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Prévia do material em texto

APRESENTAÇÃO..........................................................03 
DEPOIMENTOS.............................................................05 
DIREITO CIVIL................................................................20 
PROCESSO CIVIL..........................................................55 
DIREITO DO CONSUMIDOR.................................105 
ECA...................................................................................131 
DIREITO PENAL..........................................................155 
PROCESSO PENAL.....................................................178 
DIREITO CONSTITUCIONAL ................................203 
DIREITO ELEITORAL.................................................244 
DIREITO EMPRESARIAL..........................................282 
DIREITO TRIBUTÁRIO.............................................313 
DIREITO AMBIENTAL..............................................355 
DIREITO ADMINISTRATIVO ................................375 
PROCESSO COLETIVO.......................................416 
HUMANÍSTICA...........................................................436 
THUNDERSTORM IMAGENS...............................500 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, Amigos! 
Segue a edição do nosso trabalho Raios de fim de ano. 
Breve explicação: O Raios Retrospectiva foi uma ideia que ocorreu em final de 2020, para 
ser realizado durante o recesso. Está é a 3º Edição. Para isso reúno uma pequena Equipe de 
amigos onde fazemos a compilação, edição e revisão de dicas jurídicas para compartilhamento 
posterior de maneira voluntária e gratuita. Me baseei na ideia dos Raios anteriores que eram 
feitos para TJs específicos na semana da prova (geralmente somente com as dicas no 
WhatsApp ou no máximo algo em word). Então resolvi aprimorar a ideia e formar um compilado 
de Revisão anual, composta por dicas aleatórias e informais. Isso é possível por conhecer 
pessoas com espírito mais altruístas, com habilidades técnicas e jurídicas pois isto é necessário 
para transformar todas as dicas que são lançadas no presente Arquivo. 
O Compilado RAIOS consiste em um conjunto de dicas jurídicas montadas por vários 
concurseiros solidários e, que infelizmente não há como nominar pois é um grupo formado 
pela união de pessoas que na sua maioria não se conhecem. É inspirado no chamado 
Brainstorming (tempestade de ideias). Isto significa, aqui em nosso “juridiquês”, reunir o 
máximo de informações possíveis num curto espaço de tempo. Para tal, forma-se um Grupo 
temporário com mais de 200 pessoas onde são convidados amigos de amigos ou de pequenos 
grupos de estudo, a fim de manter a qualidade do trabalho. O “evento” este ano ocorreu dia 
18 de dezembro, no intervalo das 20h às 21.10h. Ao final começa o trabalho interno para 
elaborar a Edição final pela nossa pequena “Equipe Raios”. 
Formamos aqui um ótimo Arquivo de 
Revisão, numa leitura leve, contando com uma 
parte escrita como objeto principal do estudo e 
algumas imagens. A Edição/Sumário toma por 
base o Concurso da Magistratura, mas também 
com a matéria de Processo Coletivo tendo em 
vista a sua importância atual. Serve, claro, para 
outros concursos, especialmente Ministério 
Público, pois muitos participantes do Raios 
estudam para esta carreira e até mesmo alguns 
Depoimentos são de membros da Instituição. 
 
 
Deixamos nosso enorme agradecimento a cada um que colaborou para nosso trabalho. 
Porque o espírito do Raios e justo ser feito por vários concurseiros que lançam dicas sejam próprias 
ou retiradas de material, livros , professores , instas, etc. Não há como sabermos e nem citar as mais 
de 200 pessoas do Grupo, até porque nem todos efetivamente atuam. Quem teve o seu trabalho em 
separar uma dica carinhosamente saibam que sem vocês o trabalho não seria possível. Então os 
principais colaboradores são aqueles que voluntariamente se esforçaram em separar a sua preciosa 
dica, seja um de nós da Equipe Raios sejam os demais que compuseram o Grupo Raios. 
A Equipe de trabalho Raios foi irretocável como sempre. Este ano foram 10 pessoas muito bem 
preparadas na Revisão e aqui destaco a professora Renata Chamma que participou na matéria de 
Ambiental, aceitando gentilmente o convite feito. E o querido Yan @tecendoatoga além de revisor 
sempre ali na divisão do horário da “adrenalina” comigo Duas pessoas na parte da compilação de 
dicas e imagens. E o querido amigo Fred, impecável na arte final do trabalho e sempre fazendo o 
melhor em seus primorosos trabalhos de edição. 
Por fim, agradeço a quem dedicou seu tempo elaborando nossos lindos Depoimentos. São 
pessoas todas muito especiais e registro o quanto de carinho e preocupação que eles tiveram para 
fazer. Acredito dar um toque especial no nosso trabalho, ver pessoas que ontem estavam juntos ali 
na caminhada (muitas vezes no dia a dia em grupos de estudos) e hoje membros do Poder. Sabemos 
o quanto as palavras de cada um inspiram a todos, às vezes se amoldando a como uma luva para 
cada pessoa seja por que motivo for. 
Nota final: O presente trabalho não tem qualquer pretensão autoral. Nós, da Equipe Raios, 
elaboramos com zelo por ser natural a quem está aqui no Projeto, cientes de que tudo que fazemos 
deve ser feito com responsabilidade principalmente quando utilizados por terceiros. A maioria está 
acostumada a lidar com elaboração de material ou mesmo área acadêmica, em especial : Ana Beatriz, 
Ana Paula , Andreza, Daiane , Eduardo , Fred, Renata, Tadeu e Yan). É um humilde compilado para 
estudos que esperamos ser útil para todos que o acessem. 
FORÇA, FÉ EM DEUS E UMA CAMINHADA DE PAZ 
Rio de Janeiro (RJ), 14 de janeiro de 2022. 
BEATRIZ BARROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COORDENAÇÃO COMPILAÇÃO EDIÇÃO 
Beatriz Barros Danielle Z. Fred Cezar 
 Juliana Brancalhão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISÃO 
Ana Paula Martins Andreza Tauane 
Beatriz Barros Daiane Medino Wotkoski 
Eduardo Belisário Teixeira Luana Santana 
Renata Chamma Thadeu Guerra 
Tiago de Carvalho Bini Yan Walter 
 
 
 
 
 
 
MENÇÃO HONROSA 
Antes de iniciar os Depoimentos deste ano, gostaria de fazer uma pequena homenagem a duas 
pessoas tendo em conta que foram importantes na jornada concurseira de muitas pessoas de um jeito 
ou de outro. 
Uma é a conhecida de muitos e muitos concurseiros pelo seu hoje extinto 
instagram, chamado @conquistandoatoga. A querida Carol, posso dizer que teve 
uma passagem rápida pela vida concurseira pois alcançou o tão sonhado cargo de 
Promotora de Justiça onde hoje se encontra realizada. Ajudou demais a comunidade 
enquanto esteve no instagram disponibilizando gratuitamente muito material de 
estudo, foi um trabalho lindo e altruísta, deixando saudades para muitos. Logrou êxito 
em chegar até a fase oral de três MP praticamente ao mesmo tempo, onde hoje está 
no Amapá. 
E já a Tatiane pela participação aqui no nosso lindo trabalho de fim de ano que é o RAIOS onde 
foi revisora nestes dois anos e....agora é Juíza no Rio Grande do Sul, com posse em 2022. Pois sendo o 
Raios um trabalho voluntario que acontece durante o Recesso não são todas as pessoa que querem 
“perder” um tempo ali para nada ganhar em troca. Mas é o tal negócio: perder ou ganhar? Hehehe. 
Enfim e as duas apresentam a mesma história de resiliência tendo um ponto peculiar em comum, 
embora em tempos diferentes, atingiram a meta! No mais todos os depoimentos são escolhidos como 
uma maneira de prestigiar a trajetória de uma pessoa querida e especialmente quem esteve junto ali 
em nosso grupo de estudos. Até porque a jornada não é fácil para ninguém. 
Vamos lá! (Bia) 
 
 
 
LOCAIS ONDE O ARQUIVO PODE SER ENCONTRADO 
O arquivo pode ser compartilhado abertamente, em grupos, drives públicos, amigos, enfim... Seguem alguns DRIVES 
PÚBLICOS onde este trabalho poderá ser encontrado: 
 
 
Renata: @ems_concurseira / Thadeu: @brocandoasbancasJoão: @cadernomagis / Francisco: @compartilhando_magis 
Eduardo: @eduardobelisarios.teixeira / Juliana: @concurdiva 
Gracelia: @graceliamenezes 
 
 
 
Olá, amigos, tudo bem? Meu nome é Átilla de Oliveira, sou Procurador do Estado 
na PGE-CE, empossado no dia 10/06/2022, aprovado em 4º lugar. Também fui aprovado 
em 1º lugar para Promotor de Justiça do MPCE, certame concluído no ano de 2022, após 
uma longa jornada de suspensões e retomadas em decorrência da pandemia. 
Atualmente, sou um dos Procuradores integrantes da Procuradoria de Execuções 
e Precatórios, mas também atuo na advocacia privada (principalmente no ramo de 
servidores e concursos públicos) e ministro aulas/mentorias voltadas para os concursos 
jurídicos de MP, TJ e PGE. 
Há poucos dias, eu estava conversando com meus pais e disse que, há um ano, no 
final de 2021, eu jamais imaginaria que estaria onde estou hoje, tampouco que seria 
possível alcançar resultados tão expressivos em dois concursos jurídicos de áreas 
distintas (Promotor de Justiça e Procurador do Estado). Sem sombra de dúvidas, eu estou 
vivendo a realidade de um sonho que “foi sonhado” com muita luta e abdicação. 
Falo com tranquilidade que, hoje, as noites mal dormidas, as lágrimas derramadas 
por pífios resultados em provas passadas, o dinheiro gasto com bilhetes aéreos e hotéis 
em concursos que reprovei, as ausências nas saídas com amigos e familiares, bem como 
todo o “pacote de dificuldades” que acompanha o concurseiro que almeja passar em 
concursos de alto rendimento, não passam de uma vaga lembrança que ficou ofuscada 
pelo sentimento de realização que sinto no exercício da minha profissão. Eu não tenho 
como falar outra coisa, a não ser: CONTINUEM NA LUTA, POIS VAI VALER A PENA! 
Um dos grandes desafios de todo concurseiro é saber organizar toda a gama de 
conhecimento que lhe será necessário para marcar o gabarito correto, para escrever boas 
respostas e para responder perguntas orais com desenvoltura e assertividade. Cada vez 
mais, a quantidade de conhecimento exigida é absurdamente grande, e nós precisamos 
nos municiar de materiais que possam, de alguma forma, auxiliar na construção e no 
enraizamento do conteúdo em nossa memória. 
Falar de um material não significa necessariamente afirmar que ele é o melhor, ou 
o mais completo, ou o mais profundo, em detrimento de todos os demais materiais. Eu 
particularmente não gosto de generalizações. No entanto, em respeito à minha 
própria sistemática de estudos, percebi mais vantagens em materiais que se mostraram 
concisos, assertivos e com uma boa amplitude horizontal de conhecimento, ainda que 
houvesse eventual déficit de profundidade a ser posteriormente preenchido, e, nesse 
contexto, só tenho elogios a fazer ao material do RAIOS! 
Eu utilizei esse material em dois momentos bem específicos: na preparação para a 
prova discursiva e para a prova oral. A ampla variedade de temas abordados facilita que 
o concurseiro obtenha uma visão holística do conteúdo programático, de modo a 
evidenciar, para nós mesmos, os eventuais pontos de fraqueza que devem ser 
fortalecidos. Por isso que, várias vezes, meu grupo de amigos utilizou as perguntas e 
respostas do RAIOS para fazer simulações de provas orais (e eu super recomendo que 
isso seja feito!). Com certeza, isso nos auxiliou bastante a atingir boas notas no concurso 
do MPCE e, no meu caso particular, a atingir a primeira colocação, fato que sempre 
pareceu impossível aos meus olhos de outrora! 
Confesso que sempre gostei bastante de ler e acompanhar a rotina de aprovados, 
como forma de guiar a administração da minha própria rotina e do meu próprio jeito de 
estudar. Sei que existem altos e baixos, momentos de euforia e momentos de profunda 
 
solidão, mas, mesmo com essas dificuldades, peço que sempre façam uma reflexão 
interior na busca de encontrar a força e o empenho necessário para seguir no caminho. 
Se a jornada parecer muito longa e a angústia de sequer conseguir ver o final do caminho 
se fizer presente, faça a única coisa que pode ser feita: concentre-se apenas no seu 
próximo passo, depois no próximo, no próximo, no próximo e no próximo... A arte de 
fazer um pouquinho a cada dia é a grande arquitetura das majestosas construções. 
Força e constância, meus amigos! Vocês chegam lá! 
Átilla de Oliveira 
Procurador do Estado (PGE-CE) – Aprovado em 4º lugar – Posse em 10/06/2022 
Aprovado em 1º lugar para Promotor de Justiça (MPCE) 
Olá, eu sou o Bernardo Girardi Sangoi, Juiz de Direito no TJRJ, e aprovado para 
Promotor de Justiça no MPDFT. Hoje, venho aqui compartilhar um pouco da minha 
trajetória no mundo dos concursos. Agradeço à Bia, que é uma das organizadoras deste 
trabalho (nos conhecemos no dia de minha prova oral no Rio), por esse convite. Fico 
muito feliz, pois sempre lia as histórias dos aprovados, o que é uma motivação para 
seguir firme nos estudos. 
Minha jornada começou no segundo semestre de 2018, quando eu estava 
finalizando o Mestrado. Eu queria ser juiz, desde pequeno, mas não fazia ideia de como 
me preparar para o tão sonhado cargo público. No âmbito acadêmico, ao qual estava 
acostumado, o estudo é vertical, isto é, com muita profundidade, porém, sobre poucos 
temas. Diferentemente, no concurso público, o estudo é horizontal, isto é, de forma mais 
sintética e expansiva, para se conseguir abarcar conhecimento máximo dos temas do 
edital. Isso faz total diferença, e foi uma das dificuldades iniciais que tive, até me 
encontrar nos estudos. 
Eu queria vencer rápido o edital, buscava atalhos, e ficava extremamente ansioso 
por não conseguir me planejar de forma adequada. A sensação que eu tinha era de estar 
sempre “correndo atrás da máquina”, que o que eu fazia não era suficiente. 
Neste sentido, o ano de 2019 foi um divisor de águas em minha vida. Minha 
dedicação se deu de forma integral. Aprendi a não ser tão rigoroso comigo mesmo. Fui 
aprendendo, em muitas tentativas, a estabelecer metas atingíveis para os dias de estudo, 
com várias pausas ao longo do dia, e descanso semanal aos sábados. Aos domingos, 
tirava o dia para fazer simulados e corrigi-los. 
Por favor, lembre-se sempre disso: É imprescindível ser disciplinado, nunca cruel 
consigo mesmo. Há uma linha tênue entre isso. A rotina precisa ser pensada, construída, 
repensada, por cada um de nós, de forma que haja a tão sonhada evolução nos estudos. 
Mas, isso não pode se transformar em um caminho supostamente inatingível, com 
sofrimento desnecessário ante metas inatingíveis. Isso é ser algoz de si mesmo. 
Após algumas provas, prestei TJPA, em outubro de 2019. Queria muito ir para uma 
segunda fase. Estava com uma pontuação muito boa nos simulados que fazia em casa, 
mais calmo. Fiz a prova muito tranquilo, saí com a sensação de que “tinha dado”. Porém, 
quando cheguei ao aeroporto, soube que, em um dos locais de prova, havia tido um 
ruído/estrondo, pessoas saíram correndo do prédio, inclusive fiscais. Em questão de 
horas, o comunicado formal da banca: a prova havia sido anulada... Pelo gabarito 
 
extraoficial, eu estava entre os primeiros colocados. Isso me angustiou tanto, que me 
senti muito mal, por cerca de 1 semana. 
“Quando viria a aprovação”? Refleti muito sobre a jornada ao longo desse tempo, 
mas, ao fim e ao cabo, serviu para reforçar o que eu queria para minha vida: ser juiz. 
Tenho muita fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida. Pedia todos os dias pela 
aprovação. Em uma de minhas orações, senti uma paz, uma sensação de que as coisas 
dariam certo no tempo certo. Eu faria a minha parte, onde e quando eram perguntas que 
não estavam em minha alçada. 
Decidi que me prepararia para o TJRJ, cuja prova seria em dezembro, com bastante 
calma. 1 dia de cada vez. Tinha que estudar Direitos Difusos e Coletivos, matéria esta 
que, até então, não estava no meu cronograma de estudos. Busquei prioridades, e depois 
passei à revisão, com disciplinae serenidade. 
O resultado veio: a tão sonhada aprovação na primeira fase chegou! Para mim, essa 
era a fase mais difícil do concurso, por envolver muitas decorebas de lei seca. Mas, é uma 
parte do caminho. Trata-se de um passo. De uma parte do caminho. É preciso lê-la, de 
forma integral e fracionada, no que o estudo vai ficando mais palatável ao longo dos 
dias, sem aquela sensação de desgaste mental e exaustão de energias. Algo que me 
ajudava a pensar dessa forma era a fábula da cigarra e da formiga: ser como a formiga, 
devagar e sempre, sem pressa, na velocidade que eu conseguia ler. 
Em 2020, a maior dificuldade foi conciliar a preparação com a ansiedade, em um 
cenário incerto da pandemia. A prova discursiva do TJRJ estava marcada para março, 
passagens compradas, hotel reservado, faltava 1 semana, mas veio a notícia do 
cancelamento, sem qualquer perspectiva de marcação de nova data, nem de novos 
concursos. 
Um dia de cada vez. Esse pensamento me deu muita força para seguir em frente 
nos 15 meses subsequentes, sem prova alguma. Quando temos um propósito, não é a 
intensidade que faz a diferença, mas a constância. Eu diminuí o ritmo, em prol da saúde 
mental. Mas, mantive a disciplina e o foco durante todo este tempo. Melhorei muito na 
técnica de sentença cível, por exemplo, que me era um tema sensível. Fiz vários simulados 
desta etapa ao longo de toda a pandemia. E, incrivelmente, estudei a jurisprudência do 
STJ sobre bem de família, em um simulado de sentença de embargos à execução, e, na 
prova de sentença do TJRJ, a sentença cível foi embargos de terceiro sobre tal tema... 
Embora tivesse sido uma prova densa e extremamente difícil, a experiência dos 
simulados me ajudou a ter a calma para o raciocínio e a fluidez das ideias. 
Nesse processo todo, optei por estudar, também, para a carreira de Promotor de 
Justiça, ampliar o espectro de concursos públicos, mas com a manutenção de matérias 
afins. A primeira prova pós-pandemia foi o MPDFT, uma das provas (se não a mais difícil) 
mais difíceis da minha vida. 
Os dois concursos, o do MPDFT e do TJRJ, andaram, praticamente juntos. Algo que 
muito me ajudou a manter o equilíbrio, principalmente nos momentos mais difíceis e de 
incertezas, foi buscar elevar os pensamentos, agradecer pela aprovação, e me visualizar 
no cargo público, já de toga. Isso me revigorava, e é algo que me ajudava a manter-me 
firme na maratona concursal. Lembre-se sempre: não é sobre a conquista, mas sobre a 
jornada, que é única, de cada um, e que faz o sonho valer a pena. Grande abraço, siga 
firme, e bons estudos! 
 
Bernardo Sangoi 
Juiz de Direito 
TJRJ 2019 (Posse em 2022) 
Prezados colegas, Me chamo Carlos Eduardo Pimentel e sou juiz do TJRJ. Gostaria, 
primeiramente, de agradecer o convite carinhoso feito pela querida amiga Bia, o que me 
permitiu estar aqui e poder falar com vocês. Quero contar um pouco sobre a minha 
trajetória até a aprovação e, quero muito falar com vocês sobre os sentimentos e as 
angústias que passamos para chegar até lá. Espero que este breve relato seja um 
estímulo para que todos vocês continuem em busca dos seus sonhos, em todos os 
campos da vida. Então vamos lá.... 
Eu passei e tomei posse como magistrado aos 37 anos!!! Após mais de 10 anos de 
estudo, quase 50 provas de primeira fase, umas tantas outras de segunda fase e 
sentenças. Não, não foi fácil!! Mas quem disse que seria?...rsrsrs. Eu apenas persisti e 
jamais desisti. 
Depois de sair da faculdade, ingressei na EMERJ no ano de 2009, com a finalidade 
de me preparar para os concursos da magistratura. Mesmo cursando a Escola, continuei 
trabalhando como advogado durante algum tempo. Em 2015, comecei a passar para as 
segundas fases dos concursos. 
E o sentimento era uma mistura de alegria com desespero...rsrsrs. E agora como 
estudar para segunda fase e para as provas de sentenças? Meu Deus, eu não sei nada de 
direito, quanto mais escrever!!..rsrsrs. Esses foram alguns questionamentos que foram 
surgindo conforme fui avançando nas fases dos concursos. 
Mas acreditem....vocês sabem o conteúdo e as matérias. E é óbvio que bate aquele 
desespero de como começar a estudar para segunda fase e para as sentenças. Fazer um 
curso de como fazer sentenças é importante porque trata-se de uma peça técnica e ao 
mesmo tempo com conteúdo profundo de direito material e processual. E resolver as 
questões processuais postas no caso concreto apresentado com certeza fará parte da 
sua aprovação. 
Então, de 2015 em diante passei a flertar com as provas de segunda fase e com as 
sentenças. Contudo, sempre parava nessas fases. Nunca conseguia chegar em uma prova 
oral. Até que no ano de 2018 eu simplesmente não consegui passar para nenhuma 
segunda fase! Todas as provas que fazia ficava por 1, 2, ou 3 questões do corte.....e o 
corte sempre subindo. Comecei a duvidar de mim e das minhas capacidades. Pensei em 
desistir diversas vezes. Quase desisti.... Foi neste momento que, por uma indicação de 
uma paciente (e concurseira) da minha mulher, fiz um coaching com um cara que mudou 
minha vida e a forma de eu ver tudo ao meu redor. 
Em nosso primeiro encontro expus todas a minhas angústias para ele e que sempre 
ficava por pouco de passar, que me sentia um fracassado, que não conseguiria. E a 
resposta dele foi simples e direta: “Você já parou para pensar que está muito mais perto 
do sucesso do que do fracasso?” Neste momento eu fiquei sem palavras. E ele 
prosseguiu: “Você está a uma questão da aprovação para a próxima fase... o que te falta 
é corrigir detalhes....e sua aprovação chegará”. 
Essa pessoa mudou minha vida para sempre e faz parte da minha aprovação e da 
minha mudança de perspectiva de vida. Então, essa é a mensagem que quero deixar para 
 
quem está próximo de passar para a próxima fase e pensa em desistir: LEMBRE-SE QUE 
VOCÊ ESTÁ MUITO MAIS PERTO DO SUCESSO DO QUE DO FRACASSO”. 
E, assim, no ano de 2019 eu passei para a segunda fase de todas a provas de 
magistratura que fiz e até para o MPSP...rsrsrs. Em dezembro de 2019, fiz a prova do TJRJ 
e fui aprovado para a segunda fase. Porém, uma semana antes da prova discursiva, tudo 
foi cancelado por conta da pandemia. O concurso só seria retomado com a realização 
da prova discursiva no dia 11/07/21. 
Durante a pandemia, decidi que minha vida pessoal começaria a acontecer. Saí do 
Rio de Janeiro, fui morar em Goiânia com minha mulher. Um dia depois de chegar em 
Goiânia, saiu o resultado da prova e eu estava nas sentenças. Uma semana antes das 
sentenças descobrimos que estávamos grávidos....rsrsrs. Tudo aconteceu ao mesmo 
tempo, no tempo de Deus. Passei pelas provas de sentenças já sabendo que seria pai da 
Alice e que tudo que eu faria a partir desse momento seria por ela. 
Passei para magistratura do meu Estado. Voltei para casa. Com minha mulher, 
nossa filha e nossa cachorra Luna. Foi preciso que eu desse andamento nas minhas 
realizações pessoais para que o sonho da magistratura acontecesse. Termino este breve, 
sincero e carinhoso depoimento com algumas palavras para todos vocês: 
PERSISTAM!! RESISTAM!! SEJAM RESILIENTES!! CONQUISTEM SEUS SONHOS E 
OBJETIVOS!! COMBATAM O BOM COMBATE!! SEJAM SEMPRE CORRETOS E HONESTOS!! 
GUARDEM A FÉ (SEJA NO QUE E EM QUEM FOR). VIVAM!! TENHAM EQUILÍBRIO!! A VIDA 
NÃO É SÓ CONCURSO!! COMEMOREM CADA APROVAÇÃO!! SE AJUDEM SEMPRE!! 
CONTEM SEMPRECOMIGO!! COM CARINHO, 
Carlos Eduardo Pimentel 
Juiz de Direito 
Posse no TJRJ em 2022 
Olá!!! 
Meu nome é Carolina Oliveira (mais conhecida como “Toguinha”). Sempre quando 
alguém me perguntava há quanto tempo eu estudava para concurso, eu dizia: “desde os 
meus seis anos”. Muitos enxergavam como falta de educação, mas posso dizer do fundo 
do meu coração que eu acredito exatamente nisso. O meu estudo foi acumulado por 
toda a minha vida. 
Nunca acreditei nos concurseiros que dizem ter passado com “seis meses”, “um 
ano”, p. ex.O estudo é acumulado ao longo da vida. 
Sou filha de analfabetos funcionais e pessoas pobres. Passei por toda a sorte de 
dificuldades na vida. Sem o estudo, hoje eu nada teria e nada seria. Fiz a minha faculdade 
com bolsa integral pelo PROUNI (formei com láurea acadêmica), comecei a estagiar com 
16 anos, passei no meu primeiro concurso com 20 anos e sempre fui impulsionada pela 
disciplina. 
Quanto mais eu estudava, mais eu notava que a minha vida melhorava. Quanto 
mais a minha vida melhorava, mais vontade eu tinha de estudar para melhorar ainda 
mais a minha vida. Moral da história: estudar sempre foi um ato prazeroso para mim 
(lamento se não sou mais uma a pregar que “estudar não é prazeroso”. 
 
Aliás, eu sou o oposto de tudo que ensinam e pregam por aí. Nunca gostei de 
cronogramas, estudava escrevendo (e muito!), usava muitas canetas coloridas, não 
seguia metodologia de ninguém (e na verdade eu detesto “método de estudo”) e ainda 
assim eu passei e fui nomeada várias vezes ao longo da vida. 
E reprovar? Claro que reprovei. A reprovação que mais doeu foi a que tive em 2018 
(para analista judiciário do STJ). A outra foi na prova oral para Promotor de Justiça do 
MPMG em 2022 (nessa não doeu a reprovação em si, mas o fato de ver o quanto o ser 
humano pode ser doente e apático). Contudo, nenhuma reprovação nunca me parou. 
Eu tenho um defeito que sempre foi descarregar todas as minhas dores/frustrações 
no estudo. Logo, quanto pior eu estava internamente, mais eu estudava. Posso dizer que 
em 2022 eu estudei como nunca estudei na vida e não me arrependo de nada. 
Nunca deixei de fazer nada que eu quisesse para estudar, mas o fato é que estudar 
é o que de verdade eu mais queria fazer e isso tornou a caminhada mais leve. Não 
acredito na frase “só não passa quem desiste”. Não existem vagas para todos. Eu acredito 
que só passa quem tem MUITA disciplina. A banca examinadora não tem a função de 
nos ajudar, de ser nossa amiga, de se importar com os nossos problemas pessoais. A 
partir do momento que a pessoa passa a ter a consciência de que reclamar e ficar inerte 
não mudará nada, ela terá novos olhos para a realidade. 
As pessoas hoje em dia querem o atalho, o cronograma milagroso, o “coach” não 
sei do quê, mas esquecem do básico: ler a lei, resolver milhares de exercícios e estar 
MUITO afiado com a jurisprudência (saindo, ademais, do lugar comum dos informativos 
e “julgados dos dois últimos anos”). 
Olhando para a vida que eu poderia ter tido sem os estudos e olhando para a 
minha vida atual depois de ter tido MUITO ESTUDO, eu garanto: VALEU MUITO A PENA 
e eu faria tudo de novo (faria até mais). 
Seu melhor “colti” será a sua DISCIPLINA. Disciplina é liberdade. Quem quiser saber 
detalhes da minha história, vá ao Instagram do @brocandoasbancas e leia a “carta aberta 
da Carol aos concurseiros”. 
Posso dizer que estou no melhor MP desse Brasil. A infraestrutura, a carreira e todo 
o suporte são surreais. Valeu MUITO cada minuto de bunda na cadeira. E posso dizer 
que foram milhares deles, com vontade ou sem vontade, animada ou desanimada, 
“motivadinha” ou sem a “motivaçãozinha”. 
Fuja de métodos mágicos. Eles simplesmente não existem. 
“Conhece a ti mesmo”. 
Carolina Oliveira 
Promotora de Justiça do MPE-AP. 
Posse em 28/11/2022 
Oi, gente! 
Confesso que não sei direito por onde começar….e porquê? Porque realização 
desse sonho já conta com longa data….e isso me gerou uma grande dificuldade para 
escrever essas linhas aqui... ….pensei: puxa, será que eu tenho realmente algo a contribuir 
com eles? Foi aí que percebi que as ansiedades e dificuldades do concurseiro não 
mudam! 
 
Os cursinhos realmente estão cada vez melhores, as informações chegam na palma 
da mão e em tempo real...simmm tudo isso é verdade….mas a boa e velha prova de 
múltipla escolha continua a mesma…..a “receita do bolo do concurseiro” continua a 
mesma: dúvidas, incertezas, angustias, choro, desesperado, vontade de desistir, cafés, 
horas de estudos a fio, uma jornada solitária….sim, solitária, mas que não pode ser feita 
sozinha….e uma dose muito grande de FÉ e MOTIVAÇÃO! 
Simmmmm…..posso dizer que esses dois últimos foram o meu segredo….fé e 
minha maior motivação: Duda! 
Peço licença pra compartilhar um pouquinho mais da minha vida….e depois 
voltamos ao caminho do concurso e da aprovação… Já na faculdade sonhava em ser 
Promotora de Justiça….aliás, fiz direito para isso! Mas no quarto ano da faculdade 
engravidei! 21 anos, mãe solteira...nem vou entrar nos detalhes dos julgamentos sobre 
isso...mas fato é que ouvi da minha família: “Pronto! 
Agora não vai mais ser Promotora de Justiça!”...”Escolhe um concurso mais 
fácil….afinal, que homem vai querer se casar depois com uma mãe solteira e promotora 
de justiça (caso você seja aprovada)”….e outras tantas frases “motivacionais”… 
Fato é que algumas lágrimas depois estava lá eu sentada e estudando….olhava pra 
Duda e pensava: vou fazer isso por mim e por você! Foi fácil? Não! Foi mais difícil do que 
muito gente pode imaginar…..ser mãe, trabalhar e ser concurseira...lidar com febre da 
filha, estudar em horários ultra alternativos enquanto ela dormia, ouvir lei seca enquanto 
fazia de conta que estava ali assistindo um desenho com ela….tomar banho juntas para 
ter um “tempo de qualidade” com ela, porque logo depois já tem que voltar a estudar….e 
outras tantas peculiaridades da vida de mãe solteira concurseira… 
Ao mesmo tempo tive uma conversa séria com Deus….combinei com Ele que eu 
faria a minha parte aqui embaixo e que Ele por favor fizesse o milagre lá de cima…. E 
assim foi….entre a formatura e a posse quatro anos se passaram….muitas e muitas 
lágrimas vieram, a vontade de desistir era frequente….medo, insegurança e pensamentos 
do tipo: não sou inteligente o suficiente para ser Promotora de Justiça eram constantes! 
Mas lá estava ela...sempre ela: Duda! Era ela que me dava forças….eu precisava 
passar logo para poder ter mais tempo com ela...poder dar uma vida boa que um bom 
salário pode proporcionar….e precisava realizar o meu sonho: ser Promotora de Justiça! 
E lá sempre esteve Ele...Deus! Sempre me fazendo ressurgir a cada reprovação e a não 
desistir! (E como sua representante aqui na Terra, estava minha mãe….me ajudando com 
minha pequena e me incentivando todas as vezes que pensava em desistir!). 
Uma vez, diante de uma reprovação no TJPR brigamos feio! Ou melhor, eu briguei 
sozinha com Ele! Questionei aos berros o que Ele queria de mim já que eu estudava, 
estudava e não passava. 
Um mês depois da nossa briga, eu já tinha pedido perdão (pedi no dia seguinte e 
entreguei nas mãos dele)….a minha aprovação começou a vir….fui aprovada na primeira 
fase do concurso que tomei posse….e depois nas subsequentes…. E em cada uma delas 
Ele estava comigo! Em cada uma delas, Ele me dava um sinal de que eu iria conseguir….e 
literalmente me levou pelas mãos até a minha aprovação! 
Hj, Promotora de Justiça há 14 anos só posso te dizer o seguinte: os planos de 
Deus são infinitamente melhores do que os nossos...a caminhada até a aprovação é longa 
e difícil (não vou dizer que não), então, não a faça sozinho….e relembre-se TODOS os 
 
dias qual sua motivação para não desistir….e tenha fé! Acredite! Não duvide nem um 
minuto de que se você pode sonhar com isso você pode realizar! Sim! Eu sei que você 
vai pensar em desistir…. ao longo do caminho também existirão “problemas” enquanto 
você estuda….a vida não pára e não fica perfeita pra você estudar….mas é justamente 
essa sua trajetória que faz de você um ser único e que contribuirá para o profissional que 
você será! 
E por fim, se eu puder te dar mais um conselho….não desista!!!! Vale muito a 
pena!!!! O nome no diário, a posse, e dia a dia exercendo a função que você sonhou e 
lutou por ela formam um conjunto incrível a ponto de fazer você “esquecer” todo o 
sacrifício que fez para conquistar!FERNANDA DA SILVA SOARES 
PROMOTORA DE JUSTIÇA NO PARANÁ 
Posse 05/11/2008 
@prof.fersoares 
Sou Fellipe Abrahão e em 01 de julho de 2022 ingressei na magistratura do Tribunal 
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. 
Poderia dizer, resumidamente, que li lei seca e doutrina, fiz anotações, ouvi áudios, 
resolvi questões, fiz diversos cursinhos, principalmente para as fases discursivas e de 
sentenças, e fui reprovado em dezenas de concursos antes de me tornar magistrado, que 
nunca desisti, mas acho que isso pouco te ajudaria. 
Fiz tudo isso, é verdade, mas acredito que minha aprovação é fruto de tudo o que 
vivi nos meus 40 anos até aqui. 
Sou de origem humilde, minha mãe me sustentou com muito sacrifício no interior 
do Rio de Janeiro e, como boa professora, me convenceu da importância do estudo na 
vida do pobre. Como o ilícito nunca foi opção, havia em mim uma necessidade de 
superar aquela situação e conquistar tudo o que meus sonhos podiam alcançar (e eles 
foram se expandindo com o tempo). Assim, estudei muito para frequentar boa parte do 
ensino fundamental e o ensino médio em escola particular com bolsa de estudos, passei 
em vestibular de universidades públicas, ingressei na EsPCEx (e desisti), cursei 
biomedicina na UFRJ (e saí na metade), tomei posse no cargo de técnico de atividade 
judiciária do TJRJ em 09/07/2003, cursei Direito na UFF de 2005 a 2009, tomei posse no 
cargo de oficial de justiça do TJRJ em 29/01/2013, fiz mestrado em Direito Processual 
Constitucional na Argentina e fui aprovado para Defensor Público do Estado do 
Maranhão. 
Pelo roteiro, consegue perceber que ser magistrado não era o único objetivo e 
nem uma meta clara desde sempre na minha vida? A ideia de ser magistrado nasceu 
durante os 17 anos em que assessorei uma incrível magistrada do TJRJ e percebi que a 
atividade jurisdicional era capaz de transformar a vida de tantas pessoas. Imaginei que a 
atividade que já me fazia feliz como assessor deveria ser ainda melhor como magistrado, 
mas acho que também poderia ser feliz como defensor público. 
Na verdade, acredito que nossa felicidade depende de nós mesmos e, como minha 
amiga Flávia Martins, tenho o compromisso de ser e de me fazer feliz. Por isso nunca 
parei de tentar e de insistir, nunca me conformei com uma situação que não me 
 
desafiasse ou trouxesse felicidade, me arrependi quando pensei em desistir e me diverti 
enquanto trilhava meu caminho até a magistratura. 
O percurso não foi fácil, foi sofrido, foi inconstante, mas foi se tornando cada vez 
mais leve à medida que eu descobria um propósito que me fazia feliz. A jornada foi 
enriquecida pela diversidade de histórias dos demais concurseiros que conheci por esse 
Brasil afora e pelas incríveis amizades que fiz durante esse período. 
Por isso, não tenho uma fórmula para aprovação ou um roteiro de sucesso para te 
apresentar, mas apenas um convite: descubra o que te faz feliz e siga em frente, ajuste a 
rota sempre que se fizer necessário, não se culpe por sua história, busque motivação 
diariamente e seja gentil consigo mesmo. Repito, seja gentil consigo mesmo. 
Só você pode descobrir o caminho da sua aprovação. E eu espero que descubra e 
se encante com sua vida e sua carreira. Grande abraço 
FELLIPE ALVES DIVINO LIMA MESQUITA ABRAHÃO 
Juiz de Direito do TJRS desde 2022 
Quem é Jorge Arbex Bueno, hoje juiz de direito no Tribunal de Justiça de Minas 
Gerais? Natural de Varginha, sul de Minas Gerais, mudei para São Paulo com 15 (quinze) 
anos de idade para treinar natação no Esporte Clube Pinheiros. Quando atleta de 
natação, fui campeão mineiro em 03 (três) provas (200 nado medley, 100 e 200 nado 
costas). Na minha trajetória outras diversas vitórias no estado de São Paulo, inclusive 
com atuação no exterior (Coral Spring – Florida), também várias derrotas. Apenas com 
27 anos, após formado, iniciei os estudos para concurso público. 
 Sem maiores delongas, distante do juridiquês ou da linguagem rebuscada vamos 
ao que interessa sem romantizar. Foram mais de 50 provas, superando 30 aprovações 
em provas objetivas e 04 aprovações para provas orais, com 02 (duas) reprovações – 
magistratura do TJMG e promotoria do MPSP. Consegui, nos anos de preparação, atingir 
uma performance que me possibilitou chegar aos 90 pontos na prova objetiva para juiz 
do TJSP, também 86 para juiz no TJMG, 80 pontos para Promotor no MPSP, 78 pontos 
no MP/GO e 74 no MPMT (6º colocado na primeira fase). Durante a caminhada, também 
fui aprovado em 03 (três) provas objetivas para juiz federal (TRF da 2ª região, da 3ª região 
e com 77 pontos no da 4ª região). 
Em síntese, não vai ser fácil, a concorrência externa e interna é pesada, o sistema é 
bruto. Para poucos pode ser simples, mas essa não é a regra. No mundo do homem 
médio é preciso sim de disciplina, garra e temperança. Na minha jornada dois foram os 
diferenciais, um alinhado à disciplina e garra (talvez do esporte), outro à temperança. 
 Sempre tive uma rotina diária, uma programação semanal de estudos, passando 
por todas as matérias. Foi quando decorei os cadernos que consegui superar a primeira 
fase. Cadernos? Sim, estudei por cursos, na época o melhor era o LFG. O bom é inimigo 
do ótimo. O homem médio precisa revisar e com doutrina extensa isso se torna quase 
impossível. Nessa toada cheguei a duas provas orais em 2015, quando reprovado em 
ambas. Embora disciplinado e com muita garra ainda me faltava algo, a temperança. Não 
era falta de conteúdo, já que tinha todos os pontos do edital consolidados. Com as 
reprovações no TJMG e TJSP urgia a pergunta: o que estaria faltando? 
 
 Em meados de 2016 minhas forças haviam acabado, quando recebi a ligação de 
uma amiga de estudos. A partir de um sonho ela sentiu a necessidade de me falar sobre 
espiritualidade e direcionamento de Deus. A partir daquele momento iniciei uma nova 
jornada, crendo em um desígnio diante daquilo tudo. Foram 03 (anos) de atividade 
espiritual até a minha aprovação. Entre glórias e desertos, consegui superar medos até 
minha fase final nos concursos públicos. Eis a temperança. 
Em pílulas, deixo alguns conselhos aos futuros colegas: i) monte uma base de 
estudos, por videoaulas ou apostilas, no máximo sinopses; ii) livros apenas para consultas 
pontuais em temas de predileção de examinadores, isso se verificar que o caderno não 
é suficiente; iii) rotina de estudos e um esporte 06 (seis) dias por semana, descansaria 
domingo; iv) pode resumir ou apenas grifar, mas evite perfeccionismo, pois seu material 
é apenas um instrumento para sua aprovação; v) estude todas as matérias durante a 
semana; vi) faça questões apenas quando já tiver a doutrina de revisão consolidada, 
criando caderno de erros; vii) jamais troque de material; viii) faça um polimento final. 
Enfim, fiquem a vontade para me chamarem no direct (Jorge Arbex Magistrado). 
Nunca deixei de responder um colega de concurso público. Conheço bem o sentimento 
de esperança e desespero jungidos. Fiquem com Deus. 
“Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: 
esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, 
prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo 
Jesus.” Filipenses 3:13-14 
Jorge Arbex Bueno 
JUIZ NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS (TJMG posse em 2019) 
@jorgearbex.magistratura 
Cristão, casado, ex-nadador e juiz no TJMG 
 
Fala pessoal, beleza? Meu nome é Rafael Cabral e estou aprovado no MPPR e 
MPTO. Acredito que as nomeações acontecerão ainda no primeiro semestre de 2023. 
Lembro que, quando eu comecei a estudar, eu buscava no depoimento dos aprovados a 
fórmula mágica da aprovação. Se existe isso, eu não descobri até hoje. O caminho 
demanda um estudo estratégico, focado na carreira e disciplinado. 
Eu me formei no ano de 2013, em uma faculdade particular, na minha cidade (Vila 
Velha/ES). Ainda durantea graduação, fiz alguns concursos, orientado por boas dicas 
que recebi no caminho (quando fui estagiário do MPF) e saí da graduação praticamente 
concursado, exercendo o cargo de Analista do MPES (Junho de 2014). Na sequência, fui 
aprovado para Oficial de Justiça do TRT/MG, sendo nomeado e empossado em 
Dezembro de 2015, exercendo o cargo neste momento em que escrevo (Janeiro de 
2023). 
Tive algumas idas e vindas nos estudos para o Ministério Público entre 2014 e 2016, 
mas nada muito focado. Acabei relaxando no cargo que assumi no TRT/MG, em vista da 
flexibilidade de horários e boa remuneração. Mas a vontade de voltar a estudar foi 
crescendo, porque eu sentia a necessidade de produzir intelectualmente no exercício do 
trabalho. Enferrujei bastante no tempo em que fiquei parado. Mas em Março de 2020, 
início da pandemia, eu resolvi que iria voltar a estudar. E voltei com tudo. 
 
Eu poderia dizer que estudei por dois anos e três meses até a aprovação no MPPR 
(Junho de 2022). Mas esse número não seria verdadeiro se eu não contasse para vocês 
minha trajetória no mundo dos concursos. Isso porque embora eu tenha de fato 
estudado esse tempo, eu trazia alguma bagagem comigo. Enferrujada, claro. Entretanto, 
com a volta ao estudo, eu basicamente relembrava coisas que já havia estudado. 
Obviamente, precisei aprender muita coisa nova, mas o grosso, sobretudo o como fazer, 
eu já conhecia. 
E no concurso eu digo sem medo de errar: O que mais te faz ganhar tempo para 
ser aprovado logo é saber como fazer. E é um pouco disso que eu vim compartilhar com 
vocês. 
Desde já peço que vocês não tomem a minha realidade e as minhas palavras como 
verdades absolutas e incontestáveis. Cada pessoa tem sua história, sua forma de 
aprendizado. Peguem aqui o que se encaixa em sua realidade e descarte o resto. 
Ninguém é senhor da razão. Entretanto, preciso dizer algumas verdades que podem ser 
incômodas para algumas pessoas. Mas juro que a intenção é apenas ajudar. Vamos lá. 
Primeira Verdade: Não se estuda para um monte de carreira ao mesmo tempo. Ou 
você estuda para o Ministério Público, ou para a Defensoria Pública, ou para a 
Magistratura, ou para Delegado de Polícia, ou para Juiz Federal, ou Para o Ministério 
Público Federal, ou para Analista de Tribunais, etc. Não tente abraçar o mundo. Você não 
vai conseguir. 
No meu estudo, eu fui extremamente pragmático. Eu estudei especificamente para 
a carreira do Ministério Público. E isso já ajuda bastante. Afinal, se eu estudo para o 
Ministério Público, não faz sentido eu estudar um Manual imenso de Direito Tributário 
ou Empresarial. O negócio é sinopse mesmo ou caderno de um cursinho preparatório, 
nessas matérias menores. Então, a primeira dica que eu dou é que vocês definam uma 
carreira. Isso não te impede de fazer uma prova ou outra que surja. Eu mesmo fiz algumas 
magistraturas, mas só estudei Humanística e Sentença quando avancei para a segunda 
fase. Não estudava isso no meu estudo regular. 
Definida a carreira, o segundo passo é a escolha do material. Deixa eu mandar logo 
a segunda verdade: você não vai passar com um reta final. Os cursinhos tentam te fazer 
acreditar nisso, mas lembre-se que o cursinho é uma empresa e a empresa visa ao lucro. 
Eles querem e precisam vender. Tem concurseiro por aí que estuda há cinco ou seis anos 
e não passa. Quando você vai perguntar, o cara pula de reta final em reta final, 
acreditando que vai passar. 
Pode até acontecer de passar, mas vai levar aí uns sete a oito anos. Penso que é 
melhor passar em dois ou três anos do que em sete ou oito. Ao escolher o seu material 
doutrinário, você não precisa ler Pontes de Miranda. Você precisa ler o que seu concurso 
demanda (sinopse nas matérias menores, manuais concurseiros nas matérias maiores). 
Ou pode ser um curso em videoaula também. Mas o que eu te aconselho é você definir 
uma bibliografia (com livros voltados para concursos – nada de ler Canotilho), ou pegar 
um bom curso extensivo anual, seja em PDF, seja em videoaula. Ou seja, um curso 
completo. Pare um ano sem fazer provas, leia seus livros ou faça seu curso com calma. 
Leia, grife, produza seu material de revisão (com grifos, resumos ou cadernos). Feita essa 
base, releia esse material produzido até chegar o ponto em que você sabe o que tem na 
página seguinte antes mesmo de ter chegado nela. 
 
Não troque o seu material por nada nesse mundo. Atualize ele você mesmo, com 
caneta, post-it ou editando seu caderno digitado. Nenhum material tem tudo e você não 
precisa saber tudo para passar. Quem passa não é o especialista, mas o generalista. 
Quem sabe de tudo um pouco e não quem sabe tudo de um tema só. E nesse primeiro 
ano de estudo, inclua a leitura de lei seca e jurisprudência. A primeira fase é 90% lei seca 
e jurisprudência. A doutrina você estuda para conseguir entender bem a lei seca e para 
ter bagagem para quando você avançar para a segunda fase e para a fase oral. 
E eu aconselho que seu estudo seja de fato global. Não dá tempo de ter bagagem 
doutrinária entre a primeira e a segunda fase. O estudo para segunda fase basicamente 
é escolher pontos de predileção da banca, treinar a escrita e orar para que aquela seja a 
sua prova. 
Então, o seu estudo tem que estar focado em doutrina (cujo material você vai me 
prometer que não vai trocar, a menos que ele seja muito ruim), lei seca (que você pode 
ler no seu vade mecum, site do planalto, material do Belisário ou pelo Legislação 
Destacada), Jurisprudência (no site do Dizer o Direito – acho válido assinar o buscador) 
e questões (conheço apenas a plataforma do Qconcursos). 
Feito isso, acho bem difícil que você não passe, se a sua dedicação for real. 
Basicamente, foi isso que apliquei durante meu estudo. Meu dia de estudo era feito mais 
ou menos da seguinte maneira (eu nunca cronometrei): aproximadamente duas horas 
de lei seca (legislação destacada), umas três horas de doutrina (sinopses, cadernos, 
manuais para concursos), uma hora da jurisprudência dos últimos três anos do tema que 
estudei na doutrina e uma hora de resolução de questões do tema que estudei na 
doutrina e li na jurisprudência. Como dito, é um tempo médio, não cronometrado. 
Na primeira leitura dos meus materiais doutrinários, eu levava por volta de três 
horas para avançar 50 a 60 páginas. Com os grifos feitos, em três horas (lendo só os 
grifos), eu avançava 200 a 300 páginas. Ficou rápido revisar. Conseguia repassar toda a 
matéria com três a quatro meses. O mesmo efeito se tem com cadernos, fichas, etc. E é 
aqui que você nota a importância de produzir o SEU material de revisão. Não adianta ler 
livros ou fazer cursos e sair sem um material de revisão. Você vai esquecer metade ou 
mais do que estudou e não vai ter nada para revisar. 
Fiz muitas provas e, mesmo nas que eu reprovei, fiquei por pouco, seja na primeira, 
seja na segunda fase. Até agora não reprovei em oral. Como eu tive o período da 
pandemia para estudar, voltei a fazer provas quando os concursos voltaram. Comecei 
com o MPDFT, MPMG e DPERJ (todos ali entre Junho e Julho de 2021). Reprovei nos três 
na primeira fase e nos três por três questões. Analisei e anotei TUDO o que errei em cada 
uma das provas (matéria, tema dentro da matéria, se era lei seca, jurisprudência, doutrina, 
etc) e estudei em cima disso por um mês. Resultado: Passei em 20º na primeira fase do 
MPSC que foi em Setembro de 2021 (e reprovei depois na segunda fase... rs). A partir 
dessa prova (MPSC), passei em todas as primeiras fases que fiz (TJGO, TJSP, MPPR, MPTO, 
MPSP, MPRJ, MPPE e o MPMG de 2022), exceto o MPGO. Reprovei na sentença cível do 
TJSP, na 2ª fase do MPSP e na 3ª prova da 2ª fase do MPRJ. Aprovei no MPPR, MPTO e 
estou, neste momento, na oral do TJGO e MPPE e aguardando resultado da 2ª fase do 
MPMG de 2022. 
O diferencial, na minha história, foi ser pragmático, não trocar de material e fazer 
muitas provas. Não sei se teriaconseguido rápido se me prendesse apenas ao meu 
Estado ou a Estados próximos. Muitas pessoas se prendem a isso e acabam também 
 
levando anos. Claro que você também deve pensar no pós posse e, nesse sentido, o meu 
limite de distância foi o Estado do Tocantins. 
Espero que conhecer minha história e meu método possa te ajudar. Como dito, 
não há aqui uma verdade absoluta, mas uma diretriz que pode te servir ou não. Mas de 
uma coisa eu tenho certeza: Estudo direcionado, com matéria bem revisada, com lei seca 
e jurisprudência em dia, torna a sua aprovação inevitável. É um processo que você deve 
aceitar viver. Não dá para queimar etapas (acreditando que vai passar em seis meses com 
um reta final). Se você jogar direitinho o jogo, vai dar certo. Acredito muito que a 
dedicação vence o talento. Você não precisa ser um gênio para passar, precisa, sim, ser 
obstinado. Fica aqui o meu desejo de força e de boa sorte. 
Rafael Francisco Simões Cabral 
Aprovado no MPPR e MPTO 
Olá pessoal!! Sei bem com é estar nesse momento de estudos, a vida do 
concurseiro não é fácil né? porém acreditem, é possível sim ser aprovado. Em minha 
jornada de estudos sempre sonhei em ser magistrado, o foco sempre foi esse apesar de 
ter sido aprovado e atuado em outras carreiras (Delegado de Polícia em Minas Gerais e 
Cartório no TJPR). 
Sei bem como é difícil estudar muito, se sacrificar profundamente e ser 
compreendido por poucos, nossos familiares e amigos nem sempre facilitam nossas 
vidas, mas, apesar dos obstáculos, a única coisa que não se pode perder nesse caminho 
é o foco. Chorar, gritar, brigar, beber, surtar, tudo é possível, só não desistir. 
Atualmente sou magistrado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sou grato 
a Deus por ter finalmente conseguido ser aprovado no cargo dos meus sonhos e 
principalmente em um Tribunal que sempre admirei. 
Nesta caminhada em busca da aprovação, conheci pessoas extraordinárias, 
pessoas abençoadas, uma delas, tenho a obrigação de mencionar aqui é a Bia do 
Magisemáudio. Ela sabe o quanto sou grato pela ajuda que me proporcionou, desde 
quando iniciamos e agitamos o grupo de estudos no Facebook. Bia, fica aqui meu 
reconhecimento e agradecimento público, continue sendo essa pessoa abençoada e 
atenciosa com todos nós, eternos concurseiros e estudantes de direito. 
Bom pessoal, é isso! Realmente não exite fórmula mágica para aprovação, o 
negócio é colocar sangue no olho e mergulhar de cabeça, ler materiais bons como esse 
aqui do RAIOS, planejar, revisar, treinar e esperar sua vez chegar, e sim ela vai chegar!!!! 
Não vou me estender muito, mas eu desejo a todos os concurseiros simplesmente 
a tão sonhada aprovação, que todos tenham êxito assim como eu tive, que todos possam 
sentir a felicidade que eu senti. 
Abraços! 
Roberto Nazario 
Juiz de direito no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (posse em 2022). 
Foram dez anos de luta até a posse. Nesse caminho passei na prova oral do TJRS 
em 2014 e fiquei fora do número de vagas para o “curso de seleção” (que, na época, era 
uma etapa do concurso). Rodei na prova oral do TJSP em 2018 e, quatro anos depois, 
finalmente veio a aprovação e a posse como Juíza de Direito no TJRS, depois de sete 
 
anos de concurso (sim, eu sou da Turma que refez a prova de sentença depois de 
reprovada em 2017). 
E nesse caminho foram inúmeras reprovações em provas objetivas e provas 
dissertativas, pois eu tinha a árdua tarefa de conciliar trabalho e estudos. Muita coisa 
mudou quando eu comecei a estudar a partir de questões objetivas e Informativos, 
questões comentadas e novidades legislativas e jurisprudenciais. A tarefa teria sido 
menos árdua se eu tivesse um norte para seguir desde o início dos meus estudos. Isso 
me tirou pontos valiosos quando eu ia avançando nos concursos. 
Conheci o “Raios” a partir do grupo “Magisemáudio”. Fui revisora do “Raios” por 
diversas edições, material muito querido dos colegas para revisar na véspera de prova. 
Eu sabia que os colegas confiavam a nós a tarefa de retirar textos legais ou julgados 
repetidos ou desatualizados, função que consumia muita atenção e cuidado, mas que se 
transformava em um material excelente para revisão. 
Hoje estou no cargo dos meus sonhos, no Tribunal dos meus sonhos: sou Juíza de 
Direito no Rio Grande do Sul. Eu estou em casa. E isso foi difícil, foi demorado, foi árduo. 
Mas todo esse esforço valeu à pena. 
Tatiane Levandowski 
Juíza de Direito 
TJRS POSSE EM 2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
DIREITO CIVIL 
LINDB 
De acordo com a LINDB, no silêncio da lei, a 
regra é a IRRETROATIVIDADE. (MPE-SE/2022 - 
CESPE). 
* “De acordo com as LINDB, decisão acerca da 
validade de determinado contrato 
administrativo deve ser tomada considerando-se 
as circunstâncias práticas que condicionaram a 
ação do agente público.” (MPE-AP/2021 - CESPE) 
*“Em razão da denominada ultratividade da 
norma, mesmo revogado, o Código Civil de 1916 
tem aplicação às sucessões abertas durante a sua 
vigência, ainda que o inventário tenha sido 
proposto após o advento do Código Civil de 
2002” (TJPB/2015 - CESPE) 
*“A contagem do prazo para ENTRADA EM 
VIGOR DAS LEIS que estabeleçam período de 
vacância, far-se-á com a INCLUSÃO DA DATA DA 
PUBLICAÇÃO e do ÚLTIMO DIA DO PRAZO, 
entrando em VIGOR no DIA SUBSQUENTE à sua 
consumação integral.” (art. 8º, § 1º da LC 95/98). 
*Princípio da operabilidade: esse princípio tem 
dois sentidos. Primeiro, o de simplicidade dos 
institutos jurídicos, como ocorreu com a 
prescrição e decadência. Segundo o de 
efetividade, por meio do sistema de cláusulas 
gerais e conceitos indeterminados adotado pela 
atual codificação. 
*A revogação é gênero da qual ab-rogação e 
derrogação são espécies. 
a) ab-rogação: é a revogação total da lei. 
b) derrogação: é a revogação parcial da lei. 
A revogação necessariamente se dará por outra 
lei, que revogará expressa ou tacitamente, no 
todo ou em parte, a lei antiga. 
 
PARTE GERAL 
*Princípio da eticidade: a codificação atual 
preocupou-se precipuamente com a ética e a 
boa-fé, sobretudo com a boa-fé objetiva, aquela 
que existe no plano da conduta de lealdade dos 
participantes negociais 
 *Princípio da socialidade: o Novo Código Civil 
distancia-se do caráter individualista da 
codificação anterior. O “nós” prevalece sobre o 
“eu”. Todos os institutos civis têm função social, 
caso do contrato e da propriedade 
* Conceito legal indeterminado: são palavras 
ou expressões indicadas na lei, de conteúdo e 
extensão altamente vagos, imprecisos e 
genéricos, e por isso mesmo esse conceito é 
vago e lacunoso. Preenchido o conceito legal 
indeterminado, a solução já está estabelecida na 
própria norma legal, competindo ao juiz apenas 
aplicá-la, sem exercer qualquer outra função 
criadora. Exemplos: atividade de risco, para 
caracterizar a responsabilidade objetiva (art. 927, 
pú); caso de urgência (art. 251, pú); perigo 
iminente como excludente da ilicitude do ato 
(188, II); coisas indispensáveis à economia 
doméstica, que dispensam a autorização 
conjugal para serem compradas, ainda que a 
crédito (art. 1643, I). 
* Cláusulas Gerais: são normas orientadoras sob 
a forma de diretrizes, dirigidas precipuamente ao 
juiz, vinculando-o ao mesmo tempo em que lhe 
dão liberdade para decidir. Distinguem-se dos 
conceitos legais indeterminados pela finalidade 
e eficácia, pois aqueles, uma vez diagnosticados 
pelo juiz no caso concreto, já têm a solução 
estabelecida na lei. Estas, ao contrário, se 
diagnosticadas pelo juiz, permitem-lhe 
preencher os casos com valores designados para 
aquele caso, para que se lhe dê a solução que ao 
juiz parecer mais correta. As cláusulas gerais têm 
função de dar mobilidade ao sistema 
 
 
 
21 
(paradigma: operabilidade). Exemplos: função 
socialdo contrato como limite da autonomia 
privada (art. 421); as partes terem de contratar 
observando a boa-fé objetiva (art. 422). 
* Personalidade: A determinação para que os 
provedores de busca na internet procedam a 
desvinculação do nome de determinada pessoa, 
sem qualquer outro termo empregado, com fato 
desabonador a seu respeito dos resultados de 
pesquisa não se confunde com o direito ao 
esquecimento, objeto da tese de repercussão 
geral 786/STF, razão pela qual não há que se 
falar em descumprimento da referida tese por 
esta Corte Superior. STJ, Processo em segredo 
judicial, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira 
Turma, por maioria, julgado em 21/06/2022, DJe 
30/06/2022 (Info. 743). 
*A personalidade jurídica é a aptidão genérica 
para se titularizar direitos e contrair obrigações 
na órbita jurídica. Tanto a pessoa física quanto a 
jurídica é dotada de personalidade. É atributo e 
não qualidade de todo ser humano, já que as 
pessoas jurídicas também são dotadas de 
personalidade. 
*#CIVIL Esta Corte Superior estabeleceu, para 
situações de conflito entre a liberdade de 
expressão e os direitos da personalidade, 
entre outros, os seguintes elementos de 
ponderação: "(I) o compromisso ético com a 
informação verossímil; (II) a preservação dos 
chamados direitos da personalidade, entre os 
quais incluem-se os direitos à honra, à imagem, 
à privacidade e à intimidade; e (III) a vedação de 
veiculação de crítica jornalística com intuito de 
difamar, injuriar ou caluniar a pessoa (animus 
injuriandi vel diffamandi)" (REsp 801.109/DF, Rel. 
Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, DJe de 
12/03/2013). 
*Segundo interpretação dada pela 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
(STF), o direito ao esquecimento, 
compreendido como a impossibilidade de 
divulgação de determinado fato ou dado 
verdadeiro em razão do decurso do tempo, seria 
incompatível como o regime constitucional 
brasileiro, ressalvada a possibilidade de proteção 
casuística contra eventuais abusos e excessos 
praticados no exercício da liberdade de 
expressão ou de informação. 
*Da relativização ao direito ao esquecimento 
quando a notícia não se enquadra como de 
interesse público e passado grande lapso de 
tempo. No caso, pleiteia-se a desindexação do 
nome da recorrente, em resultados nas 
aplicações de busca na internet, de notícia sobre 
fraude em concurso público, no qual havia sido 
reprovada. Atualmente, o fato referido já conta 
com mais de uma década, e ainda hoje os 
resultados de busca apontam como mais 
relevantes as notícias a ela relacionadas, como 
se, ao longo desta década, não houvesse 
nenhum desdobramento da notícia nem fatos 
novos relacionados ao nome da autora. Quanto 
ao assunto, a jurisprudência desta Corte Superior 
tem entendimento reiterado no sentido de 
afastar a responsabilidade de buscadores da 
internet pelos resultados de busca apresentados, 
reconhecendo a impossibilidade de lhe atribuir a 
função de censor e impondo ao prejudicado o 
direcionamento de sua pretensão contra os 
provedores de conteúdo, responsáveis pela 
disponibilização do conteúdo indevido na 
internet. Há, todavia, circunstâncias 
excepcionalíssimas em que é necessária a 
intervenção pontual do Poder Judiciário para 
fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de 
dados dos provedores de busca, entre dados 
pessoais e resultados da busca, que não 
guardam relevância para interesse público à 
informação, seja pelo conteúdo eminentemente 
privado, seja pelo decurso do tempo. Essa é a 
essência do direito ao esquecimento: não se 
trata de efetivamente apagar o passado, mas de 
permitir que a pessoa envolvida siga sua vida 
 
 
 
22 
com razoável anonimato, não sendo o fato 
desabonador corriqueiramente rememorado e 
perenizado por sistemas automatizados de 
busca. Por outro vértice, aqueles que quiserem 
ter acesso a informações relativas a fraudes em 
concurso público, não terão seu direito de 
acesso impedido, porquanto as fontes que 
mencionam inclusive o nome da autora 
permanecerão acessíveis. Contudo, sua busca 
deverá conter critérios relativos a esse conteúdo, 
seja em conjunto com o nome da autora, seja de 
forma autônoma. Informativo n. 628. (REsp 
1.660.168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, por maioria, julgado 
em 08/05/2018, DJe 05/06/2018) 
*DOMICÍLIO: A habitação em prédio 
abandonado de escola municipal pode 
caracterizar o conceito de domicílio em que 
incide a proteção disposta no art. 5º, inciso XI da 
Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 
712.529-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
25/10/2022 (Info 755). 
*AUSÊNCIA: *Se o ausente tem mais que 80 
anos e há mais de 5 anos não se tem notícias 
dele, será possível requerer diretamente a 
sucessão definitiva, sem necessidade de 
sucessão provisória. 
*Alteração legislativa: Lei 14.382/2022 
(entrou em vigor em 28/06/2022) 
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter 
atingido a maioridade civil, requerer pessoalmente 
e imotivadamente a alteração de seu prenome, 
independentemente de decisão judicial, e a 
alteração será averbada e publicada em meio 
eletrônico. 
*REGISTRO (art. 9º): Nascimento, casamento, 
ausência, morte real (óbito) ou presumida, 
emancipação e interdição. • Frase para fixação: 
No registro, a pessoa nasce, se emancipa, some, 
casa, enlouquece e morre. 
*AVERBAÇÃO (art. 10º): Sentença que decrete 
a nulidade ou anulação do casamento, o 
divórcio, a separação judicial e atos que 
declaram ou reconhecem a filiação. 
*Tema 1066, Repetitivos STJ: a) A 
disponibilização de equipamentos em quarto de 
hotel, motel ou afins para a transmissão de obras 
musicais, literomusicais e audiovisuais permite a 
cobrança de direitos autorais pelo Escritório 
Central de Arrecadação e Distribuição - ECAD. b) 
A contratação por empreendimento hoteleiro de 
serviços de TV por assinatura não impede a 
cobrança de direitos autorais pelo Escritório 
Central de Arrecadação e Distribuição - ECAD, 
inexistindo bis in idem. 
*BENS IMÓVEIS: o solo e tudo que se lhe 
incorporar natural ou artificialmente; os direitos 
reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
o direito à sucessão aberta; as edificações que, 
separadas do solo, mas conservando sua 
unidade, forem removidas para outro local; os 
materiais provisoriamente separados de um 
prédio para nele se reempregarem. 
*BENS MÓVEIS: bens suscetíveis de movimento 
próprio, ou de remoção por força alheia, sem 
alteração da substância ou da destinação 
econômico-social; energias que tenham valor 
econômico; direitos reais sobre objetos móveis e 
ações correspondentes; direitos pessoais de 
caráter patrimonial e as respectivas ações; 
materiais destinados à construção, enquanto 
não forem empregados; materiais provenientes 
da demolição de prédio. 
*Principal: é o bem que existe sobre si, abstrata 
ou concretamente. 
Acessório: é o bem cuja existência supõe a 
existência do bem principal (princípio da 
gravitação jurídica - o acessório acompanha o 
principal) 
 
 
 
23 
Pertença: o bem que, não constituindo parte 
integrante, se destina, de modo duradouro, ao 
uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro 
(não se sujeita ao princípio da gravitação jurídica, 
salvo lei, manifestação da vontade ou 
circunstâncias do caso) 
*CONDIÇÃO: evento futuro e incerto. 
Condição – deriva exclusivamente da vontade 
das partes: acessoriedade e voluntariedade (TJCE 
2018). Se divide em: 
Suspensiva: não há aquisição do direito 
enquanto não se verificar. 
Resolutiva: vigora o NJ enquanto a condição 
não ocorrer. Ex Nunc. 
- Invalidam o Negócio jurídico: 
I) condição impossível, se suspensiva. 
II) condição ilícita. 
III) condição incompreensível. 
Consideram-se inexistentes as condições 
impossíveis se resolutivas e asde não fazer coisa 
impossível. 
TERMO 
Evento futuro e certo. Pode ser: 
1) certo: sabe-se que o evento ocorrerá e 
quando ocorrerá. 
2) incerto: sabe-se que o evento ocorrerá, mas 
não se sabe quando. 
*ENCARGO: considera-se não escrito o encargo 
ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo 
determinante da liberalidade, caso em que se 
invalida o NJ. 
Encargo não cumprido: há revogação. 
 
 
ESTADO DE PERIGO 
1) perigo de dano grave atual ou iminente, sobre 
a própria pessoa do declarante, de alguém da 
sua família ou pessoas próximas. 
2) Há a necessidade do conhecimento do perigo 
da outra parte - dolo de aproveitamento. 
3) Assunção de obrigação excessivamente 
onerosa. 
O perigo é CONHECIDO. 
Não exige desequilíbrio entre contraprestações. 
Pode ocorrer em NJ unilateral. Ex. promessa de 
recompensa. Ex. cheque-caução exigido em 
internação hospitalar. 
LESÃO 
1) premente necessidade ou por inexperiência; 
2) prestação manifestamente desproporcionaL 
ao valor da prestação oposta. Exige desequilíbrio 
entre as contraprestações. 
Não há situação emergencial e NÃO há dolo de 
aproveitamento. Não há perigo. Pode ocorrer 
em contrato aleatório. A lesão não pode ser 
justificada pela teoria da imprevisão. 
REVERSA MENTAL OU RETICÊNCIA 
ESSENCIAL 
Quando lícita e conhecida do destinatário, é vício 
social que gera a nulidade do negócio. É a 
emissão intencional de uma declaração não 
querida em seu conteúdo. Se o declarante diz o 
que não pretende e o destinatário não sabia que 
o declarante estava blefando, subsiste o ato. Se 
o destinatário conhecia o blefe, não pode 
subsistir o ato. O NJ é nulo. 
 
 
 
 
 
 
24 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
Sempre ocultos. Contrato oneroso. Aplicável à 
doação onerosa. Pode pedir abatimento do 
preço. 
Prazo decadencial: 
a) móvel: 30 dias da entrega. Se já estava na 
posse, 15 dias da alienação. 
b) imóvel: 1 ano da entrega. Se já estava na 
posse, 6 meses da alienação. 
Se o vício só puder ser conhecido mais tarde: 
a) móvel: 180 dias da ciência do vício; 
b) imóvel: 1 ano da ciência do vício. 
Venda de animais – usos locais. 
Não correrão os prazos na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente deve 
denunciar o defeito ao alienante nos 30 dias 
seguintes ao seu descobrimento. 
1º flui garantia contratual. 
Nos contratos aleatórios, admite-se a alegação 
de vício redibitório quanto aos seus elementos 
comutativos. 
Ações edilícias: abatimento (ação estimatória) 
ou resolução (ação redibitória). 
Não há responsabilidade: a) garantia foi 
renunciada; b) doação pura simples; c) adquirido 
em hasta pública. 
*EVICÇÃO: Subsiste esta garantia ainda que a 
aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
DAÇÃO: a evicção restabelece a obrigação pelo 
valor original. Fica sem efeito quitação. Não 
restabelece a fiança. 
Podem as partes excluir a responsabilidade pela 
evicção. 
As benfeitorias necessárias ou úteis, não 
abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas 
pelo alienante. 
Para que o evicto possa exercer seu direito, não 
é necessário o trânsito em julgado da decisão 
que determinou a perda da coisa. 
A responsabilidade pela evicção é objetiva. A 
evicção não obriga a denunciação à lide. 
Prazo decadencial: 3 anos, contados da perda 
da coisa, judicial ou administrativamente. 
Há evicção se incluído gravame (ex. penhora) 
capaz de impedir a transferência livre e 
desembaraçada do bem. 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
*Nos termos do art. 202, caput, do Código Civil, 
a prescrição pode ser interrompida somente 
uma única vez. Logo, em razão do princípio da 
unicidade da interrupção prescricional, mesmo 
diante de uma hipótese interruptiva extrajudicial 
(protesto de título) e outra em decorrência de 
ação judicial de cancelamento de protesto e 
título executivo, apenas admite-se a interrupção 
do prazo pelo primeiro dos eventos. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1786266-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado 
em 11/10/2022 (Info 754). 
Art. 201, CC: Suspensa a prescrição em favor de 
um dos credores solidários, só aproveitam os 
outros se a obrigação for indivisível. 
* Sob a égide do Código de Civil de 1916, o prazo 
prescricional para propor ação de nulidade de 
partilha amigável em que se incluiu no inventário 
pessoa incapaz de suceder é de 20 anos. A 
preterição de herdeiro ou a inclusão de terceiro 
estranho à sucessão merecem tratamento igual, 
considerando que são situações 
antagonicamente idênticas, submetendo-se à 
mesma regra prescricional prevista no art. 177 
do Código Civil de 1916, qual seja, o prazo 
vintenário, vigente à época da abertura da 
sucessão para hipóteses de nulidade absoluta, 
que não convalescem. STJ. 2ª Seção.EAREsp 226.991-
SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
10/06/2020 (Info 675). 
 
 
 
25 
* No contrato de mútuo com alienação fiduciária, 
o prazo quinquenal de prescrição é contado da 
data em que consolidada a propriedade do 
imóvel em nome da instituição financeira 
(transferência definitiva da propriedade do 
imóvel), e não da data em que instituída a 
garantia da alienação fiduciária. REsp 2.018.619-
SP, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por 
unanimidade, julgado em 04/10/2022. (Info 752) 
Caso hipotético: Valdir comprometeu-se a 
administrar a fazenda de Paulo e, como 
contrapartida, quando este a vendesse, o 
administrador teria direito a 20% do valor 
obtido. Em 01/04/2013, Paulo celebrou, com a 
CEF, contrato de mútuo com alienação fiduciária. 
A fazenda foi instituída como garantia da 
alienação fiduciária, ou seja, passou à 
propriedade resolúvel da CEF. Como Paulo não 
pagou o mútuo, em 25/05/2015, houve a 
consolidação da propriedade do imóvel rural em 
nome da CEF. Qual é o prazo para Valdir cobrar 
os 20% a que ele teria direito? 5 anos. É de 5 anos 
o prazo prescricional para a pretensão de 
cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento particular (art. 205, § 5º, I, do Código 
Civil). Esse prazo teve início com a instituição 
da garantia da alienação fiduciária ou com a 
consolidação da propriedade do imóvel em 
nome do banco? Com a consolidação da 
propriedade. No contrato de mútuo com 
alienação fiduciária, o prazo quinquenal de 
prescrição é contado da data em que 
consolidada a propriedade do imóvel em nome 
da instituição financeira (transferência definitiva 
da propriedade do imóvel), e não da data em 
que instituída a garantia da alienação fiduciária. 
STJ. 4ª Turma. REsp 2.018.619-SP, Rel. Min. Raul Araújo, 
julgado em 04/10/2022 (Info 752). 
* A pretensão de repetição de indébito por 
cobrança indevida de valores referentes a 
serviços de TV por assinatura não previstos no 
contrato sujeita-se à norma geral do lapso 
prescricional de dez anos. REsp 1.951.988-RS, 
Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, 
por unanimidade, julgado em 10/05/2022, DJe 
16/05/2022. (Info 737) 
*Não é possível a interrupção do prazo 
prescricional em razão do ajuizamento de ação 
declaratória de inexigibilidade dos débitos pelo 
devedor quando já tiver havido anterior 
interrupção do prazo prescricional pelo protesto 
das duplicatas. STJ. 3ª Turma. REsp 1.963.067-MS, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/02/2022 (Info 727). 
Exemplo hipotético: Montago Ltda deveria 
pagar, em setembro de 2012, R$ 300 mil à Galícia 
Comércio Ltda. Essa quantia estava materializada 
em três duplicatas mercantis de R$ 100 mil cada. 
Não houve pagamento na data do vencimento. 
Logo, iniciou-se a contagem do prazo 
prescricional para a credora exigir o pagamento 
da quantia. Em outubro de 2012, a credora 
(Galícia) levou as duplicatas a protesto. Isso 
interrompeu a prescrição (art. 202, III, do CC). Em 
dezembro de 2014, a devedora (Montago) 
ajuizou, contra a credora, ação declaratória de 
inexigibilidade dos débitos. O pedido foi julgado 
improcedente.Isso, em tese, tem o condão de 
interromper a prescrição. No entanto, no caso 
concreto, essa ação não teve o condão de 
interromper porque a prescrição já havia sido 
interrompido uma vez antes e o art. 202 do CC 
somente admite uma única interrupção da 
prescrição. 
* A prescrição somente obstará a compensação 
se ela for anterior ao momento da coexistência 
das dívidas. Se o prazo prescricional se 
completou posteriormente a esse fato, tal 
circunstância não constitui empecilho à 
compensação dos débitos. Logo, houve um 
período de coexistência de dívidas exigíveis. STJ. 
3ª Turma. REsp 1.969.468-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 22/02/2022 (Info 726). 
Caso hipotético: João deve R$ 100 mil a Pedro. 
Essa dívida surgiu em 2018. Como não houve o 
pagamento, em 2022, Pedro ajuizou ação de 
 
 
 
26 
cobrança contra ele. Ao ser citado, João 
apresentou contestação admitindo que existe a 
dívida. Alegou, contudo, que Pedro também lhe 
deve R$ 80 mil. Essa dívida surgiu em 2014. 
Diante disso, João pediu a compensação das 
obrigações e que, ao final, só tenha que pagar 
R$ 20 mil. Pedro se insurgiu contra isso 
argumentando que esses R$ 80 mil que João está 
cobrando estão prescritos desde 2019. Logo, não 
é mais possível exigir a quantia ainda que para 
fins de compensação. O argumento de Pedro 
deve ser acolhido? Não. A prescrição somente 
obstará (impedirá) a compensação se ela for 
anterior ao momento da coexistência das 
dívidas. Se o prazo prescricional se completou 
posteriormente a esse fato, tal circunstância não 
constitui empecilho à compensação dos débitos. 
Foi justamente o exemplo dado acima. No 
momento em que surgiu a dívida de João para 
com Pedro (2018), a dívida de Pedro para com 
João ainda existia. Logo, houve um período de 
coexistência de dívidas exigíveis. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.969.468-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 22/02/2022 (Info 726). 
* Na ação de nulidade de doação inoficiosa (ação 
de redução), o prazo prescricional de 10 anos é 
contado a partir do registro do ato jurídico que 
se pretende anular, salvo se houver anterior 
ciência inequívoca do suposto prejudicado. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.933.685-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 15/03/2022 (Info 729). (no caso o autor da 
ação havia assinado a escritura pública de 
doação na qualidade de testemunha) 
* Nos contratos de seguro em geral, a ciência do 
segurado acerca da recusa da cobertura 
securitária é o termo inicial do prazo 
prescricional da pretensão do segurado em face 
da seguradora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.970.111-MG, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado 15/03/2022 (Info 729). 
* Prazo prescricional de 3 anos para pedir a 
restituição da caução prestada em contrato de 
locação com fundamento no art. 206, § 3º, I, do 
Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 1.967.725-SP, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 15/02/2022 (Info 725) 
(caução é acessório, pelo princípio da gravitação 
jurídica, segue o prazo trienal da ob. principal). 
* REGRA: em regra, o prazo de prescrição 
quinquenal, previsto no Decreto nº 20.910/1932 
e no Decreto-Lei nº 4.597/1942, não se aplica 
para as sociedades de economia mista e 
empresas públicas. EXCEÇÃO: Aplica-se a 
prescrição quinquenal do Decreto Nº 
20.910/1932 às empresas estatais prestadoras de 
serviços públicos essenciais, não dedicadas à 
exploração de atividade econômica com 
finalidade lucrativa e natureza concorrencial. STJ. 
1ª Turma. REsp 1635716-DF, Rel. Min. Regina Helena Costa, 
julgado em 04/10/2022 (Info 753). 
*Em ação indenizatória que se origina de 
alegado ilícito concorrencial, uma vez verificada 
inexistência de decisão do CADE sobre a 
formação de cartel, o prazo prescricional é de 
três anos - art. 206, § 3º, V, CC/2002 - e o termo 
inicial para sua contagem é a data da ciência do 
fato danoso. STJ. 4ª Turma. REsp 1971316-SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 25/10/2022 (Info 756). 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA 
*Fundo de Investimento em Participações (FIP). 
Natureza jurídica. Condomínio especial. 
Desconsideração da personalidade jurídica. 
Cotas. Constrição judicial. Possibilidade. Fundo 
de investimento pode sofrer os efeitos da 
aplicação do instituto da desconsideração da 
personalidade jurídica. Inf. 733. 
O fato de ser o Fundo de Investimento em 
participação (FIP) constituído sob a forma de 
condomínio e de não possuir personalidade 
jurídica não é capaz de impedir, por si só, a 
aplicação do instituto da desconsideração da 
personalidade jurídica em caso de comprovado 
abuso de direito por desvio de finalidade ou 
 
 
 
27 
confusão patrimonial. O patrimônio gerido pelo 
Fundo de Investimento em Participações 
pertence, em condomínio, a todos os 
investidores (cotistas), a impedir a 
responsabilização do fundo por dívida de um 
único cotista, de modo que, em tese, não poderia 
a constrição judicial recair sobre todo o 
patrimônio comum do fundo de investimento 
por dívidas de um só cotista, ressalvada a 
penhora da sua cota-parte. As cotas dos fundos 
de investimento podem ser objeto de penhora 
em processo de execução por dívidas pessoais 
dos próprios cotistas, mas não podem ser 
penhoradas por dívidas do fundo, tampouco de 
outros cotistas que não tenham nenhuma 
relação com o verdadeiro devedor. A 
impossibilidade de responsabilização do fundo 
por dívidas de um único cotista, de obrigatória 
observância em circunstâncias normais, deve 
ceder diante da comprovação inequívoca de que 
a própria constituição do fundo de investimento 
se deu de forma fraudulenta, como forma de 
encobrir ilegalidades e ocultar o patrimônio de 
empresas pertencentes a um mesmo grupo 
econômico. Comprovado o abuso de direito, 
caracterizado pelo desvio de finalidade (ato 
intencional dos sócios com intuito de fraudar 
terceiros), e/ou confusão patrimonial, é possível 
desconsiderar a personalidade jurídica de uma 
empresa para atingir o patrimônio de outras 
pertencentes ao mesmo grupo econômico. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.965.982-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 05/04/2022 (Info 733) 
*Em razão do princípio da unicidade da 
interrupção prescricional, mesmo diante de uma 
hipótese interruptiva extrajudicial (protesto de 
título) e outra em decorrência de ação judicial de 
cancelamento de protesto e título executivo, 
apenas admite-se a interrupção do prazo pelo 
primeiro dos eventos. (STJ 754/22) 
 
 
OBRIGAÇÕES E CONTRATOS 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA 
Princípio desenvolvido inicialmente pela escola 
jusnaturalista. Para essa escola, a autonomia 
privada significava que o homem poderia dispor 
livremente de suas ações como bem entendesse 
– era anteriormente chamada de “autonomia da 
vontade”. Vale dizer que a autonomia privada 
não é instituto exclusivo do direito contratual. 
Trata-se de um princípio que envolve todo o 
Direito Civil. No direito contratual, a autonomia 
privada é erigida como um princípio basilar, 
traduzido na liberdade de contratar. Preconiza 
que as partes podem estipular como melhor lhes 
convier, mediante acordo de vontades, a 
disciplina de seus interesses, envolvendo a 
liberdade de criação do contrato, na escolha do 
outro contratante e no conteúdo do contrato 
(neste último caso, chama-se liberdade 
contratual). 
* Segundo a teoria da base objetiva do negócio, 
as obrigações recíprocas dos contratantes são 
fixadas sob determinada realidade fática, que 
assegura a equivalência e a finalidade do 
contrato. Se essas circunstâncias forem 
substancialmente modificadas, é permitida a 
revisão, rescisão ou resilição do contrato. A 
teoria da base objetiva do negócio diferencia-se 
da teoria da imprevisão porque na teoria da base 
do negócio não há o advento de vantagem 
exagerada em prol de uma das partes do 
contrato. 
* O termo inicial

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