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Prévia do material em texto

APRESENTAÇÃO..........................................................03 
DEPOIMENTOS.............................................................05 
DIREITO CIVIL................................................................20 
PROCESSO CIVIL..........................................................55 
DIREITO DO CONSUMIDOR.................................105 
ECA...................................................................................131 
DIREITO PENAL..........................................................155 
PROCESSO PENAL.....................................................178 
DIREITO CONSTITUCIONAL ................................203 
DIREITO ELEITORAL.................................................244 
DIREITO EMPRESARIAL..........................................282 
DIREITO TRIBUTÁRIO.............................................313 
DIREITO AMBIENTAL..............................................355 
DIREITO ADMINISTRATIVO ................................375 
PROCESSO COLETIVO.......................................416 
HUMANÍSTICA...........................................................436 
THUNDERSTORM IMAGENS...............................500 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, Amigos! 
Segue a edição do nosso trabalho Raios de fim de ano. 
Breve explicação: O Raios Retrospectiva foi uma ideia que ocorreu em final de 2020, para 
ser realizado durante o recesso. Está é a 3º Edição. Para isso reúno uma pequena Equipe de 
amigos onde fazemos a compilação, edição e revisão de dicas jurídicas para compartilhamento 
posterior de maneira voluntária e gratuita. Me baseei na ideia dos Raios anteriores que eram 
feitos para TJs específicos na semana da prova (geralmente somente com as dicas no 
WhatsApp ou no máximo algo em word). Então resolvi aprimorar a ideia e formar um compilado 
de Revisão anual, composta por dicas aleatórias e informais. Isso é possível por conhecer 
pessoas com espírito mais altruístas, com habilidades técnicas e jurídicas pois isto é necessário 
para transformar todas as dicas que são lançadas no presente Arquivo. 
O Compilado RAIOS consiste em um conjunto de dicas jurídicas montadas por vários 
concurseiros solidários e, que infelizmente não há como nominar pois é um grupo formado 
pela união de pessoas que na sua maioria não se conhecem. É inspirado no chamado 
Brainstorming (tempestade de ideias). Isto significa, aqui em nosso “juridiquês”, reunir o 
máximo de informações possíveis num curto espaço de tempo. Para tal, forma-se um Grupo 
temporário com mais de 200 pessoas onde são convidados amigos de amigos ou de pequenos 
grupos de estudo, a fim de manter a qualidade do trabalho. O “evento” este ano ocorreu dia 
18 de dezembro, no intervalo das 20h às 21.10h. Ao final começa o trabalho interno para 
elaborar a Edição final pela nossa pequena “Equipe Raios”. 
Formamos aqui um ótimo Arquivo de 
Revisão, numa leitura leve, contando com uma 
parte escrita como objeto principal do estudo e 
algumas imagens. A Edição/Sumário toma por 
base o Concurso da Magistratura, mas também 
com a matéria de Processo Coletivo tendo em 
vista a sua importância atual. Serve, claro, para 
outros concursos, especialmente Ministério 
Público, pois muitos participantes do Raios 
estudam para esta carreira e até mesmo alguns 
Depoimentos são de membros da Instituição. 
 
 
Deixamos nosso enorme agradecimento a cada um que colaborou para nosso trabalho. 
Porque o espírito do Raios e justo ser feito por vários concurseiros que lançam dicas sejam próprias 
ou retiradas de material, livros , professores , instas, etc. Não há como sabermos e nem citar as mais 
de 200 pessoas do Grupo, até porque nem todos efetivamente atuam. Quem teve o seu trabalho em 
separar uma dica carinhosamente saibam que sem vocês o trabalho não seria possível. Então os 
principais colaboradores são aqueles que voluntariamente se esforçaram em separar a sua preciosa 
dica, seja um de nós da Equipe Raios sejam os demais que compuseram o Grupo Raios. 
A Equipe de trabalho Raios foi irretocável como sempre. Este ano foram 10 pessoas muito bem 
preparadas na Revisão e aqui destaco a professora Renata Chamma que participou na matéria de 
Ambiental, aceitando gentilmente o convite feito. E o querido Yan @tecendoatoga além de revisor 
sempre ali na divisão do horário da “adrenalina” comigo Duas pessoas na parte da compilação de 
dicas e imagens. E o querido amigo Fred, impecável na arte final do trabalho e sempre fazendo o 
melhor em seus primorosos trabalhos de edição. 
Por fim, agradeço a quem dedicou seu tempo elaborando nossos lindos Depoimentos. São 
pessoas todas muito especiais e registro o quanto de carinho e preocupação que eles tiveram para 
fazer. Acredito dar um toque especial no nosso trabalho, ver pessoas que ontem estavam juntos ali 
na caminhada (muitas vezes no dia a dia em grupos de estudos) e hoje membros do Poder. Sabemos 
o quanto as palavras de cada um inspiram a todos, às vezes se amoldando a como uma luva para 
cada pessoa seja por que motivo for. 
Nota final: O presente trabalho não tem qualquer pretensão autoral. Nós, da Equipe Raios, 
elaboramos com zelo por ser natural a quem está aqui no Projeto, cientes de que tudo que fazemos 
deve ser feito com responsabilidade principalmente quando utilizados por terceiros. A maioria está 
acostumada a lidar com elaboração de material ou mesmo área acadêmica, em especial : Ana Beatriz, 
Ana Paula , Andreza, Daiane , Eduardo , Fred, Renata, Tadeu e Yan). É um humilde compilado para 
estudos que esperamos ser útil para todos que o acessem. 
FORÇA, FÉ EM DEUS E UMA CAMINHADA DE PAZ 
Rio de Janeiro (RJ), 14 de janeiro de 2022. 
BEATRIZ BARROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COORDENAÇÃO COMPILAÇÃO EDIÇÃO 
Beatriz Barros Danielle Z. Fred Cezar 
 Juliana Brancalhão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISÃO 
Ana Paula Martins Andreza Tauane 
Beatriz Barros Daiane Medino Wotkoski 
Eduardo Belisário Teixeira Luana Santana 
Renata Chamma Thadeu Guerra 
Tiago de Carvalho Bini Yan Walter 
 
 
 
 
 
 
MENÇÃO HONROSA 
Antes de iniciar os Depoimentos deste ano, gostaria de fazer uma pequena homenagem a duas 
pessoas tendo em conta que foram importantes na jornada concurseira de muitas pessoas de um jeito 
ou de outro. 
Uma é a conhecida de muitos e muitos concurseiros pelo seu hoje extinto 
instagram, chamado @conquistandoatoga. A querida Carol, posso dizer que teve 
uma passagem rápida pela vida concurseira pois alcançou o tão sonhado cargo de 
Promotora de Justiça onde hoje se encontra realizada. Ajudou demais a comunidade 
enquanto esteve no instagram disponibilizando gratuitamente muito material de 
estudo, foi um trabalho lindo e altruísta, deixando saudades para muitos. Logrou êxito 
em chegar até a fase oral de três MP praticamente ao mesmo tempo, onde hoje está 
no Amapá. 
E já a Tatiane pela participação aqui no nosso lindo trabalho de fim de ano que é o RAIOS onde 
foi revisora nestes dois anos e....agora é Juíza no Rio Grande do Sul, com posse em 2022. Pois sendo o 
Raios um trabalho voluntario que acontece durante o Recesso não são todas as pessoa que querem 
“perder” um tempo ali para nada ganhar em troca. Mas é o tal negócio: perder ou ganhar? Hehehe. 
Enfim e as duas apresentam a mesma história de resiliência tendo um ponto peculiar em comum, 
embora em tempos diferentes, atingiram a meta! No mais todos os depoimentos são escolhidos como 
uma maneira de prestigiar a trajetória de uma pessoa querida e especialmente quem esteve junto ali 
em nosso grupo de estudos. Até porque a jornada não é fácil para ninguém. 
Vamos lá! (Bia) 
 
 
 
LOCAIS ONDE O ARQUIVO PODE SER ENCONTRADO 
O arquivo pode ser compartilhado abertamente, em grupos, drives públicos, amigos, enfim... Seguem alguns DRIVES 
PÚBLICOS onde este trabalho poderá ser encontrado: 
 
 
Renata: @ems_concurseira / Thadeu: @brocandoasbancasJoão: @cadernomagis / Francisco: @compartilhando_magis 
Eduardo: @eduardobelisarios.teixeira / Juliana: @concurdiva 
Gracelia: @graceliamenezes 
 
 
 
Olá, amigos, tudo bem? Meu nome é Átilla de Oliveira, sou Procurador do Estado 
na PGE-CE, empossado no dia 10/06/2022, aprovado em 4º lugar. Também fui aprovado 
em 1º lugar para Promotor de Justiça do MPCE, certame concluído no ano de 2022, após 
uma longa jornada de suspensões e retomadas em decorrência da pandemia. 
Atualmente, sou um dos Procuradores integrantes da Procuradoria de Execuções 
e Precatórios, mas também atuo na advocacia privada (principalmente no ramo de 
servidores e concursos públicos) e ministro aulas/mentorias voltadas para os concursos 
jurídicos de MP, TJ e PGE. 
Há poucos dias, eu estava conversando com meus pais e disse que, há um ano, no 
final de 2021, eu jamais imaginaria que estaria onde estou hoje, tampouco que seria 
possível alcançar resultados tão expressivos em dois concursos jurídicos de áreas 
distintas (Promotor de Justiça e Procurador do Estado). Sem sombra de dúvidas, eu estou 
vivendo a realidade de um sonho que “foi sonhado” com muita luta e abdicação. 
Falo com tranquilidade que, hoje, as noites mal dormidas, as lágrimas derramadas 
por pífios resultados em provas passadas, o dinheiro gasto com bilhetes aéreos e hotéis 
em concursos que reprovei, as ausências nas saídas com amigos e familiares, bem como 
todo o “pacote de dificuldades” que acompanha o concurseiro que almeja passar em 
concursos de alto rendimento, não passam de uma vaga lembrança que ficou ofuscada 
pelo sentimento de realização que sinto no exercício da minha profissão. Eu não tenho 
como falar outra coisa, a não ser: CONTINUEM NA LUTA, POIS VAI VALER A PENA! 
Um dos grandes desafios de todo concurseiro é saber organizar toda a gama de 
conhecimento que lhe será necessário para marcar o gabarito correto, para escrever boas 
respostas e para responder perguntas orais com desenvoltura e assertividade. Cada vez 
mais, a quantidade de conhecimento exigida é absurdamente grande, e nós precisamos 
nos municiar de materiais que possam, de alguma forma, auxiliar na construção e no 
enraizamento do conteúdo em nossa memória. 
Falar de um material não significa necessariamente afirmar que ele é o melhor, ou 
o mais completo, ou o mais profundo, em detrimento de todos os demais materiais. Eu 
particularmente não gosto de generalizações. No entanto, em respeito à minha 
própria sistemática de estudos, percebi mais vantagens em materiais que se mostraram 
concisos, assertivos e com uma boa amplitude horizontal de conhecimento, ainda que 
houvesse eventual déficit de profundidade a ser posteriormente preenchido, e, nesse 
contexto, só tenho elogios a fazer ao material do RAIOS! 
Eu utilizei esse material em dois momentos bem específicos: na preparação para a 
prova discursiva e para a prova oral. A ampla variedade de temas abordados facilita que 
o concurseiro obtenha uma visão holística do conteúdo programático, de modo a 
evidenciar, para nós mesmos, os eventuais pontos de fraqueza que devem ser 
fortalecidos. Por isso que, várias vezes, meu grupo de amigos utilizou as perguntas e 
respostas do RAIOS para fazer simulações de provas orais (e eu super recomendo que 
isso seja feito!). Com certeza, isso nos auxiliou bastante a atingir boas notas no concurso 
do MPCE e, no meu caso particular, a atingir a primeira colocação, fato que sempre 
pareceu impossível aos meus olhos de outrora! 
Confesso que sempre gostei bastante de ler e acompanhar a rotina de aprovados, 
como forma de guiar a administração da minha própria rotina e do meu próprio jeito de 
estudar. Sei que existem altos e baixos, momentos de euforia e momentos de profunda 
 
solidão, mas, mesmo com essas dificuldades, peço que sempre façam uma reflexão 
interior na busca de encontrar a força e o empenho necessário para seguir no caminho. 
Se a jornada parecer muito longa e a angústia de sequer conseguir ver o final do caminho 
se fizer presente, faça a única coisa que pode ser feita: concentre-se apenas no seu 
próximo passo, depois no próximo, no próximo, no próximo e no próximo... A arte de 
fazer um pouquinho a cada dia é a grande arquitetura das majestosas construções. 
Força e constância, meus amigos! Vocês chegam lá! 
Átilla de Oliveira 
Procurador do Estado (PGE-CE) – Aprovado em 4º lugar – Posse em 10/06/2022 
Aprovado em 1º lugar para Promotor de Justiça (MPCE) 
Olá, eu sou o Bernardo Girardi Sangoi, Juiz de Direito no TJRJ, e aprovado para 
Promotor de Justiça no MPDFT. Hoje, venho aqui compartilhar um pouco da minha 
trajetória no mundo dos concursos. Agradeço à Bia, que é uma das organizadoras deste 
trabalho (nos conhecemos no dia de minha prova oral no Rio), por esse convite. Fico 
muito feliz, pois sempre lia as histórias dos aprovados, o que é uma motivação para 
seguir firme nos estudos. 
Minha jornada começou no segundo semestre de 2018, quando eu estava 
finalizando o Mestrado. Eu queria ser juiz, desde pequeno, mas não fazia ideia de como 
me preparar para o tão sonhado cargo público. No âmbito acadêmico, ao qual estava 
acostumado, o estudo é vertical, isto é, com muita profundidade, porém, sobre poucos 
temas. Diferentemente, no concurso público, o estudo é horizontal, isto é, de forma mais 
sintética e expansiva, para se conseguir abarcar conhecimento máximo dos temas do 
edital. Isso faz total diferença, e foi uma das dificuldades iniciais que tive, até me 
encontrar nos estudos. 
Eu queria vencer rápido o edital, buscava atalhos, e ficava extremamente ansioso 
por não conseguir me planejar de forma adequada. A sensação que eu tinha era de estar 
sempre “correndo atrás da máquina”, que o que eu fazia não era suficiente. 
Neste sentido, o ano de 2019 foi um divisor de águas em minha vida. Minha 
dedicação se deu de forma integral. Aprendi a não ser tão rigoroso comigo mesmo. Fui 
aprendendo, em muitas tentativas, a estabelecer metas atingíveis para os dias de estudo, 
com várias pausas ao longo do dia, e descanso semanal aos sábados. Aos domingos, 
tirava o dia para fazer simulados e corrigi-los. 
Por favor, lembre-se sempre disso: É imprescindível ser disciplinado, nunca cruel 
consigo mesmo. Há uma linha tênue entre isso. A rotina precisa ser pensada, construída, 
repensada, por cada um de nós, de forma que haja a tão sonhada evolução nos estudos. 
Mas, isso não pode se transformar em um caminho supostamente inatingível, com 
sofrimento desnecessário ante metas inatingíveis. Isso é ser algoz de si mesmo. 
Após algumas provas, prestei TJPA, em outubro de 2019. Queria muito ir para uma 
segunda fase. Estava com uma pontuação muito boa nos simulados que fazia em casa, 
mais calmo. Fiz a prova muito tranquilo, saí com a sensação de que “tinha dado”. Porém, 
quando cheguei ao aeroporto, soube que, em um dos locais de prova, havia tido um 
ruído/estrondo, pessoas saíram correndo do prédio, inclusive fiscais. Em questão de 
horas, o comunicado formal da banca: a prova havia sido anulada... Pelo gabarito 
 
extraoficial, eu estava entre os primeiros colocados. Isso me angustiou tanto, que me 
senti muito mal, por cerca de 1 semana. 
“Quando viria a aprovação”? Refleti muito sobre a jornada ao longo desse tempo, 
mas, ao fim e ao cabo, serviu para reforçar o que eu queria para minha vida: ser juiz. 
Tenho muita fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida. Pedia todos os dias pela 
aprovação. Em uma de minhas orações, senti uma paz, uma sensação de que as coisas 
dariam certo no tempo certo. Eu faria a minha parte, onde e quando eram perguntas que 
não estavam em minha alçada. 
Decidi que me prepararia para o TJRJ, cuja prova seria em dezembro, com bastante 
calma. 1 dia de cada vez. Tinha que estudar Direitos Difusos e Coletivos, matéria esta 
que, até então, não estava no meu cronograma de estudos. Busquei prioridades, e depois 
passei à revisão, com disciplinae serenidade. 
O resultado veio: a tão sonhada aprovação na primeira fase chegou! Para mim, essa 
era a fase mais difícil do concurso, por envolver muitas decorebas de lei seca. Mas, é uma 
parte do caminho. Trata-se de um passo. De uma parte do caminho. É preciso lê-la, de 
forma integral e fracionada, no que o estudo vai ficando mais palatável ao longo dos 
dias, sem aquela sensação de desgaste mental e exaustão de energias. Algo que me 
ajudava a pensar dessa forma era a fábula da cigarra e da formiga: ser como a formiga, 
devagar e sempre, sem pressa, na velocidade que eu conseguia ler. 
Em 2020, a maior dificuldade foi conciliar a preparação com a ansiedade, em um 
cenário incerto da pandemia. A prova discursiva do TJRJ estava marcada para março, 
passagens compradas, hotel reservado, faltava 1 semana, mas veio a notícia do 
cancelamento, sem qualquer perspectiva de marcação de nova data, nem de novos 
concursos. 
Um dia de cada vez. Esse pensamento me deu muita força para seguir em frente 
nos 15 meses subsequentes, sem prova alguma. Quando temos um propósito, não é a 
intensidade que faz a diferença, mas a constância. Eu diminuí o ritmo, em prol da saúde 
mental. Mas, mantive a disciplina e o foco durante todo este tempo. Melhorei muito na 
técnica de sentença cível, por exemplo, que me era um tema sensível. Fiz vários simulados 
desta etapa ao longo de toda a pandemia. E, incrivelmente, estudei a jurisprudência do 
STJ sobre bem de família, em um simulado de sentença de embargos à execução, e, na 
prova de sentença do TJRJ, a sentença cível foi embargos de terceiro sobre tal tema... 
Embora tivesse sido uma prova densa e extremamente difícil, a experiência dos 
simulados me ajudou a ter a calma para o raciocínio e a fluidez das ideias. 
Nesse processo todo, optei por estudar, também, para a carreira de Promotor de 
Justiça, ampliar o espectro de concursos públicos, mas com a manutenção de matérias 
afins. A primeira prova pós-pandemia foi o MPDFT, uma das provas (se não a mais difícil) 
mais difíceis da minha vida. 
Os dois concursos, o do MPDFT e do TJRJ, andaram, praticamente juntos. Algo que 
muito me ajudou a manter o equilíbrio, principalmente nos momentos mais difíceis e de 
incertezas, foi buscar elevar os pensamentos, agradecer pela aprovação, e me visualizar 
no cargo público, já de toga. Isso me revigorava, e é algo que me ajudava a manter-me 
firme na maratona concursal. Lembre-se sempre: não é sobre a conquista, mas sobre a 
jornada, que é única, de cada um, e que faz o sonho valer a pena. Grande abraço, siga 
firme, e bons estudos! 
 
Bernardo Sangoi 
Juiz de Direito 
TJRJ 2019 (Posse em 2022) 
Prezados colegas, Me chamo Carlos Eduardo Pimentel e sou juiz do TJRJ. Gostaria, 
primeiramente, de agradecer o convite carinhoso feito pela querida amiga Bia, o que me 
permitiu estar aqui e poder falar com vocês. Quero contar um pouco sobre a minha 
trajetória até a aprovação e, quero muito falar com vocês sobre os sentimentos e as 
angústias que passamos para chegar até lá. Espero que este breve relato seja um 
estímulo para que todos vocês continuem em busca dos seus sonhos, em todos os 
campos da vida. Então vamos lá.... 
Eu passei e tomei posse como magistrado aos 37 anos!!! Após mais de 10 anos de 
estudo, quase 50 provas de primeira fase, umas tantas outras de segunda fase e 
sentenças. Não, não foi fácil!! Mas quem disse que seria?...rsrsrs. Eu apenas persisti e 
jamais desisti. 
Depois de sair da faculdade, ingressei na EMERJ no ano de 2009, com a finalidade 
de me preparar para os concursos da magistratura. Mesmo cursando a Escola, continuei 
trabalhando como advogado durante algum tempo. Em 2015, comecei a passar para as 
segundas fases dos concursos. 
E o sentimento era uma mistura de alegria com desespero...rsrsrs. E agora como 
estudar para segunda fase e para as provas de sentenças? Meu Deus, eu não sei nada de 
direito, quanto mais escrever!!..rsrsrs. Esses foram alguns questionamentos que foram 
surgindo conforme fui avançando nas fases dos concursos. 
Mas acreditem....vocês sabem o conteúdo e as matérias. E é óbvio que bate aquele 
desespero de como começar a estudar para segunda fase e para as sentenças. Fazer um 
curso de como fazer sentenças é importante porque trata-se de uma peça técnica e ao 
mesmo tempo com conteúdo profundo de direito material e processual. E resolver as 
questões processuais postas no caso concreto apresentado com certeza fará parte da 
sua aprovação. 
Então, de 2015 em diante passei a flertar com as provas de segunda fase e com as 
sentenças. Contudo, sempre parava nessas fases. Nunca conseguia chegar em uma prova 
oral. Até que no ano de 2018 eu simplesmente não consegui passar para nenhuma 
segunda fase! Todas as provas que fazia ficava por 1, 2, ou 3 questões do corte.....e o 
corte sempre subindo. Comecei a duvidar de mim e das minhas capacidades. Pensei em 
desistir diversas vezes. Quase desisti.... Foi neste momento que, por uma indicação de 
uma paciente (e concurseira) da minha mulher, fiz um coaching com um cara que mudou 
minha vida e a forma de eu ver tudo ao meu redor. 
Em nosso primeiro encontro expus todas a minhas angústias para ele e que sempre 
ficava por pouco de passar, que me sentia um fracassado, que não conseguiria. E a 
resposta dele foi simples e direta: “Você já parou para pensar que está muito mais perto 
do sucesso do que do fracasso?” Neste momento eu fiquei sem palavras. E ele 
prosseguiu: “Você está a uma questão da aprovação para a próxima fase... o que te falta 
é corrigir detalhes....e sua aprovação chegará”. 
Essa pessoa mudou minha vida para sempre e faz parte da minha aprovação e da 
minha mudança de perspectiva de vida. Então, essa é a mensagem que quero deixar para 
 
quem está próximo de passar para a próxima fase e pensa em desistir: LEMBRE-SE QUE 
VOCÊ ESTÁ MUITO MAIS PERTO DO SUCESSO DO QUE DO FRACASSO”. 
E, assim, no ano de 2019 eu passei para a segunda fase de todas a provas de 
magistratura que fiz e até para o MPSP...rsrsrs. Em dezembro de 2019, fiz a prova do TJRJ 
e fui aprovado para a segunda fase. Porém, uma semana antes da prova discursiva, tudo 
foi cancelado por conta da pandemia. O concurso só seria retomado com a realização 
da prova discursiva no dia 11/07/21. 
Durante a pandemia, decidi que minha vida pessoal começaria a acontecer. Saí do 
Rio de Janeiro, fui morar em Goiânia com minha mulher. Um dia depois de chegar em 
Goiânia, saiu o resultado da prova e eu estava nas sentenças. Uma semana antes das 
sentenças descobrimos que estávamos grávidos....rsrsrs. Tudo aconteceu ao mesmo 
tempo, no tempo de Deus. Passei pelas provas de sentenças já sabendo que seria pai da 
Alice e que tudo que eu faria a partir desse momento seria por ela. 
Passei para magistratura do meu Estado. Voltei para casa. Com minha mulher, 
nossa filha e nossa cachorra Luna. Foi preciso que eu desse andamento nas minhas 
realizações pessoais para que o sonho da magistratura acontecesse. Termino este breve, 
sincero e carinhoso depoimento com algumas palavras para todos vocês: 
PERSISTAM!! RESISTAM!! SEJAM RESILIENTES!! CONQUISTEM SEUS SONHOS E 
OBJETIVOS!! COMBATAM O BOM COMBATE!! SEJAM SEMPRE CORRETOS E HONESTOS!! 
GUARDEM A FÉ (SEJA NO QUE E EM QUEM FOR). VIVAM!! TENHAM EQUILÍBRIO!! A VIDA 
NÃO É SÓ CONCURSO!! COMEMOREM CADA APROVAÇÃO!! SE AJUDEM SEMPRE!! 
CONTEM SEMPRECOMIGO!! COM CARINHO, 
Carlos Eduardo Pimentel 
Juiz de Direito 
Posse no TJRJ em 2022 
Olá!!! 
Meu nome é Carolina Oliveira (mais conhecida como “Toguinha”). Sempre quando 
alguém me perguntava há quanto tempo eu estudava para concurso, eu dizia: “desde os 
meus seis anos”. Muitos enxergavam como falta de educação, mas posso dizer do fundo 
do meu coração que eu acredito exatamente nisso. O meu estudo foi acumulado por 
toda a minha vida. 
Nunca acreditei nos concurseiros que dizem ter passado com “seis meses”, “um 
ano”, p. ex.O estudo é acumulado ao longo da vida. 
Sou filha de analfabetos funcionais e pessoas pobres. Passei por toda a sorte de 
dificuldades na vida. Sem o estudo, hoje eu nada teria e nada seria. Fiz a minha faculdade 
com bolsa integral pelo PROUNI (formei com láurea acadêmica), comecei a estagiar com 
16 anos, passei no meu primeiro concurso com 20 anos e sempre fui impulsionada pela 
disciplina. 
Quanto mais eu estudava, mais eu notava que a minha vida melhorava. Quanto 
mais a minha vida melhorava, mais vontade eu tinha de estudar para melhorar ainda 
mais a minha vida. Moral da história: estudar sempre foi um ato prazeroso para mim 
(lamento se não sou mais uma a pregar que “estudar não é prazeroso”. 
 
Aliás, eu sou o oposto de tudo que ensinam e pregam por aí. Nunca gostei de 
cronogramas, estudava escrevendo (e muito!), usava muitas canetas coloridas, não 
seguia metodologia de ninguém (e na verdade eu detesto “método de estudo”) e ainda 
assim eu passei e fui nomeada várias vezes ao longo da vida. 
E reprovar? Claro que reprovei. A reprovação que mais doeu foi a que tive em 2018 
(para analista judiciário do STJ). A outra foi na prova oral para Promotor de Justiça do 
MPMG em 2022 (nessa não doeu a reprovação em si, mas o fato de ver o quanto o ser 
humano pode ser doente e apático). Contudo, nenhuma reprovação nunca me parou. 
Eu tenho um defeito que sempre foi descarregar todas as minhas dores/frustrações 
no estudo. Logo, quanto pior eu estava internamente, mais eu estudava. Posso dizer que 
em 2022 eu estudei como nunca estudei na vida e não me arrependo de nada. 
Nunca deixei de fazer nada que eu quisesse para estudar, mas o fato é que estudar 
é o que de verdade eu mais queria fazer e isso tornou a caminhada mais leve. Não 
acredito na frase “só não passa quem desiste”. Não existem vagas para todos. Eu acredito 
que só passa quem tem MUITA disciplina. A banca examinadora não tem a função de 
nos ajudar, de ser nossa amiga, de se importar com os nossos problemas pessoais. A 
partir do momento que a pessoa passa a ter a consciência de que reclamar e ficar inerte 
não mudará nada, ela terá novos olhos para a realidade. 
As pessoas hoje em dia querem o atalho, o cronograma milagroso, o “coach” não 
sei do quê, mas esquecem do básico: ler a lei, resolver milhares de exercícios e estar 
MUITO afiado com a jurisprudência (saindo, ademais, do lugar comum dos informativos 
e “julgados dos dois últimos anos”). 
Olhando para a vida que eu poderia ter tido sem os estudos e olhando para a 
minha vida atual depois de ter tido MUITO ESTUDO, eu garanto: VALEU MUITO A PENA 
e eu faria tudo de novo (faria até mais). 
Seu melhor “colti” será a sua DISCIPLINA. Disciplina é liberdade. Quem quiser saber 
detalhes da minha história, vá ao Instagram do @brocandoasbancas e leia a “carta aberta 
da Carol aos concurseiros”. 
Posso dizer que estou no melhor MP desse Brasil. A infraestrutura, a carreira e todo 
o suporte são surreais. Valeu MUITO cada minuto de bunda na cadeira. E posso dizer 
que foram milhares deles, com vontade ou sem vontade, animada ou desanimada, 
“motivadinha” ou sem a “motivaçãozinha”. 
Fuja de métodos mágicos. Eles simplesmente não existem. 
“Conhece a ti mesmo”. 
Carolina Oliveira 
Promotora de Justiça do MPE-AP. 
Posse em 28/11/2022 
Oi, gente! 
Confesso que não sei direito por onde começar….e porquê? Porque realização 
desse sonho já conta com longa data….e isso me gerou uma grande dificuldade para 
escrever essas linhas aqui... ….pensei: puxa, será que eu tenho realmente algo a contribuir 
com eles? Foi aí que percebi que as ansiedades e dificuldades do concurseiro não 
mudam! 
 
Os cursinhos realmente estão cada vez melhores, as informações chegam na palma 
da mão e em tempo real...simmm tudo isso é verdade….mas a boa e velha prova de 
múltipla escolha continua a mesma…..a “receita do bolo do concurseiro” continua a 
mesma: dúvidas, incertezas, angustias, choro, desesperado, vontade de desistir, cafés, 
horas de estudos a fio, uma jornada solitária….sim, solitária, mas que não pode ser feita 
sozinha….e uma dose muito grande de FÉ e MOTIVAÇÃO! 
Simmmmm…..posso dizer que esses dois últimos foram o meu segredo….fé e 
minha maior motivação: Duda! 
Peço licença pra compartilhar um pouquinho mais da minha vida….e depois 
voltamos ao caminho do concurso e da aprovação… Já na faculdade sonhava em ser 
Promotora de Justiça….aliás, fiz direito para isso! Mas no quarto ano da faculdade 
engravidei! 21 anos, mãe solteira...nem vou entrar nos detalhes dos julgamentos sobre 
isso...mas fato é que ouvi da minha família: “Pronto! 
Agora não vai mais ser Promotora de Justiça!”...”Escolhe um concurso mais 
fácil….afinal, que homem vai querer se casar depois com uma mãe solteira e promotora 
de justiça (caso você seja aprovada)”….e outras tantas frases “motivacionais”… 
Fato é que algumas lágrimas depois estava lá eu sentada e estudando….olhava pra 
Duda e pensava: vou fazer isso por mim e por você! Foi fácil? Não! Foi mais difícil do que 
muito gente pode imaginar…..ser mãe, trabalhar e ser concurseira...lidar com febre da 
filha, estudar em horários ultra alternativos enquanto ela dormia, ouvir lei seca enquanto 
fazia de conta que estava ali assistindo um desenho com ela….tomar banho juntas para 
ter um “tempo de qualidade” com ela, porque logo depois já tem que voltar a estudar….e 
outras tantas peculiaridades da vida de mãe solteira concurseira… 
Ao mesmo tempo tive uma conversa séria com Deus….combinei com Ele que eu 
faria a minha parte aqui embaixo e que Ele por favor fizesse o milagre lá de cima…. E 
assim foi….entre a formatura e a posse quatro anos se passaram….muitas e muitas 
lágrimas vieram, a vontade de desistir era frequente….medo, insegurança e pensamentos 
do tipo: não sou inteligente o suficiente para ser Promotora de Justiça eram constantes! 
Mas lá estava ela...sempre ela: Duda! Era ela que me dava forças….eu precisava 
passar logo para poder ter mais tempo com ela...poder dar uma vida boa que um bom 
salário pode proporcionar….e precisava realizar o meu sonho: ser Promotora de Justiça! 
E lá sempre esteve Ele...Deus! Sempre me fazendo ressurgir a cada reprovação e a não 
desistir! (E como sua representante aqui na Terra, estava minha mãe….me ajudando com 
minha pequena e me incentivando todas as vezes que pensava em desistir!). 
Uma vez, diante de uma reprovação no TJPR brigamos feio! Ou melhor, eu briguei 
sozinha com Ele! Questionei aos berros o que Ele queria de mim já que eu estudava, 
estudava e não passava. 
Um mês depois da nossa briga, eu já tinha pedido perdão (pedi no dia seguinte e 
entreguei nas mãos dele)….a minha aprovação começou a vir….fui aprovada na primeira 
fase do concurso que tomei posse….e depois nas subsequentes…. E em cada uma delas 
Ele estava comigo! Em cada uma delas, Ele me dava um sinal de que eu iria conseguir….e 
literalmente me levou pelas mãos até a minha aprovação! 
Hj, Promotora de Justiça há 14 anos só posso te dizer o seguinte: os planos de 
Deus são infinitamente melhores do que os nossos...a caminhada até a aprovação é longa 
e difícil (não vou dizer que não), então, não a faça sozinho….e relembre-se TODOS os 
 
dias qual sua motivação para não desistir….e tenha fé! Acredite! Não duvide nem um 
minuto de que se você pode sonhar com isso você pode realizar! Sim! Eu sei que você 
vai pensar em desistir…. ao longo do caminho também existirão “problemas” enquanto 
você estuda….a vida não pára e não fica perfeita pra você estudar….mas é justamente 
essa sua trajetória que faz de você um ser único e que contribuirá para o profissional que 
você será! 
E por fim, se eu puder te dar mais um conselho….não desista!!!! Vale muito a 
pena!!!! O nome no diário, a posse, e dia a dia exercendo a função que você sonhou e 
lutou por ela formam um conjunto incrível a ponto de fazer você “esquecer” todo o 
sacrifício que fez para conquistar!FERNANDA DA SILVA SOARES 
PROMOTORA DE JUSTIÇA NO PARANÁ 
Posse 05/11/2008 
@prof.fersoares 
Sou Fellipe Abrahão e em 01 de julho de 2022 ingressei na magistratura do Tribunal 
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. 
Poderia dizer, resumidamente, que li lei seca e doutrina, fiz anotações, ouvi áudios, 
resolvi questões, fiz diversos cursinhos, principalmente para as fases discursivas e de 
sentenças, e fui reprovado em dezenas de concursos antes de me tornar magistrado, que 
nunca desisti, mas acho que isso pouco te ajudaria. 
Fiz tudo isso, é verdade, mas acredito que minha aprovação é fruto de tudo o que 
vivi nos meus 40 anos até aqui. 
Sou de origem humilde, minha mãe me sustentou com muito sacrifício no interior 
do Rio de Janeiro e, como boa professora, me convenceu da importância do estudo na 
vida do pobre. Como o ilícito nunca foi opção, havia em mim uma necessidade de 
superar aquela situação e conquistar tudo o que meus sonhos podiam alcançar (e eles 
foram se expandindo com o tempo). Assim, estudei muito para frequentar boa parte do 
ensino fundamental e o ensino médio em escola particular com bolsa de estudos, passei 
em vestibular de universidades públicas, ingressei na EsPCEx (e desisti), cursei 
biomedicina na UFRJ (e saí na metade), tomei posse no cargo de técnico de atividade 
judiciária do TJRJ em 09/07/2003, cursei Direito na UFF de 2005 a 2009, tomei posse no 
cargo de oficial de justiça do TJRJ em 29/01/2013, fiz mestrado em Direito Processual 
Constitucional na Argentina e fui aprovado para Defensor Público do Estado do 
Maranhão. 
Pelo roteiro, consegue perceber que ser magistrado não era o único objetivo e 
nem uma meta clara desde sempre na minha vida? A ideia de ser magistrado nasceu 
durante os 17 anos em que assessorei uma incrível magistrada do TJRJ e percebi que a 
atividade jurisdicional era capaz de transformar a vida de tantas pessoas. Imaginei que a 
atividade que já me fazia feliz como assessor deveria ser ainda melhor como magistrado, 
mas acho que também poderia ser feliz como defensor público. 
Na verdade, acredito que nossa felicidade depende de nós mesmos e, como minha 
amiga Flávia Martins, tenho o compromisso de ser e de me fazer feliz. Por isso nunca 
parei de tentar e de insistir, nunca me conformei com uma situação que não me 
 
desafiasse ou trouxesse felicidade, me arrependi quando pensei em desistir e me diverti 
enquanto trilhava meu caminho até a magistratura. 
O percurso não foi fácil, foi sofrido, foi inconstante, mas foi se tornando cada vez 
mais leve à medida que eu descobria um propósito que me fazia feliz. A jornada foi 
enriquecida pela diversidade de histórias dos demais concurseiros que conheci por esse 
Brasil afora e pelas incríveis amizades que fiz durante esse período. 
Por isso, não tenho uma fórmula para aprovação ou um roteiro de sucesso para te 
apresentar, mas apenas um convite: descubra o que te faz feliz e siga em frente, ajuste a 
rota sempre que se fizer necessário, não se culpe por sua história, busque motivação 
diariamente e seja gentil consigo mesmo. Repito, seja gentil consigo mesmo. 
Só você pode descobrir o caminho da sua aprovação. E eu espero que descubra e 
se encante com sua vida e sua carreira. Grande abraço 
FELLIPE ALVES DIVINO LIMA MESQUITA ABRAHÃO 
Juiz de Direito do TJRS desde 2022 
Quem é Jorge Arbex Bueno, hoje juiz de direito no Tribunal de Justiça de Minas 
Gerais? Natural de Varginha, sul de Minas Gerais, mudei para São Paulo com 15 (quinze) 
anos de idade para treinar natação no Esporte Clube Pinheiros. Quando atleta de 
natação, fui campeão mineiro em 03 (três) provas (200 nado medley, 100 e 200 nado 
costas). Na minha trajetória outras diversas vitórias no estado de São Paulo, inclusive 
com atuação no exterior (Coral Spring – Florida), também várias derrotas. Apenas com 
27 anos, após formado, iniciei os estudos para concurso público. 
 Sem maiores delongas, distante do juridiquês ou da linguagem rebuscada vamos 
ao que interessa sem romantizar. Foram mais de 50 provas, superando 30 aprovações 
em provas objetivas e 04 aprovações para provas orais, com 02 (duas) reprovações – 
magistratura do TJMG e promotoria do MPSP. Consegui, nos anos de preparação, atingir 
uma performance que me possibilitou chegar aos 90 pontos na prova objetiva para juiz 
do TJSP, também 86 para juiz no TJMG, 80 pontos para Promotor no MPSP, 78 pontos 
no MP/GO e 74 no MPMT (6º colocado na primeira fase). Durante a caminhada, também 
fui aprovado em 03 (três) provas objetivas para juiz federal (TRF da 2ª região, da 3ª região 
e com 77 pontos no da 4ª região). 
Em síntese, não vai ser fácil, a concorrência externa e interna é pesada, o sistema é 
bruto. Para poucos pode ser simples, mas essa não é a regra. No mundo do homem 
médio é preciso sim de disciplina, garra e temperança. Na minha jornada dois foram os 
diferenciais, um alinhado à disciplina e garra (talvez do esporte), outro à temperança. 
 Sempre tive uma rotina diária, uma programação semanal de estudos, passando 
por todas as matérias. Foi quando decorei os cadernos que consegui superar a primeira 
fase. Cadernos? Sim, estudei por cursos, na época o melhor era o LFG. O bom é inimigo 
do ótimo. O homem médio precisa revisar e com doutrina extensa isso se torna quase 
impossível. Nessa toada cheguei a duas provas orais em 2015, quando reprovado em 
ambas. Embora disciplinado e com muita garra ainda me faltava algo, a temperança. Não 
era falta de conteúdo, já que tinha todos os pontos do edital consolidados. Com as 
reprovações no TJMG e TJSP urgia a pergunta: o que estaria faltando? 
 
 Em meados de 2016 minhas forças haviam acabado, quando recebi a ligação de 
uma amiga de estudos. A partir de um sonho ela sentiu a necessidade de me falar sobre 
espiritualidade e direcionamento de Deus. A partir daquele momento iniciei uma nova 
jornada, crendo em um desígnio diante daquilo tudo. Foram 03 (anos) de atividade 
espiritual até a minha aprovação. Entre glórias e desertos, consegui superar medos até 
minha fase final nos concursos públicos. Eis a temperança. 
Em pílulas, deixo alguns conselhos aos futuros colegas: i) monte uma base de 
estudos, por videoaulas ou apostilas, no máximo sinopses; ii) livros apenas para consultas 
pontuais em temas de predileção de examinadores, isso se verificar que o caderno não 
é suficiente; iii) rotina de estudos e um esporte 06 (seis) dias por semana, descansaria 
domingo; iv) pode resumir ou apenas grifar, mas evite perfeccionismo, pois seu material 
é apenas um instrumento para sua aprovação; v) estude todas as matérias durante a 
semana; vi) faça questões apenas quando já tiver a doutrina de revisão consolidada, 
criando caderno de erros; vii) jamais troque de material; viii) faça um polimento final. 
Enfim, fiquem a vontade para me chamarem no direct (Jorge Arbex Magistrado). 
Nunca deixei de responder um colega de concurso público. Conheço bem o sentimento 
de esperança e desespero jungidos. Fiquem com Deus. 
“Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: 
esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, 
prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo 
Jesus.” Filipenses 3:13-14 
Jorge Arbex Bueno 
JUIZ NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS (TJMG posse em 2019) 
@jorgearbex.magistratura 
Cristão, casado, ex-nadador e juiz no TJMG 
 
Fala pessoal, beleza? Meu nome é Rafael Cabral e estou aprovado no MPPR e 
MPTO. Acredito que as nomeações acontecerão ainda no primeiro semestre de 2023. 
Lembro que, quando eu comecei a estudar, eu buscava no depoimento dos aprovados a 
fórmula mágica da aprovação. Se existe isso, eu não descobri até hoje. O caminho 
demanda um estudo estratégico, focado na carreira e disciplinado. 
Eu me formei no ano de 2013, em uma faculdade particular, na minha cidade (Vila 
Velha/ES). Ainda durantea graduação, fiz alguns concursos, orientado por boas dicas 
que recebi no caminho (quando fui estagiário do MPF) e saí da graduação praticamente 
concursado, exercendo o cargo de Analista do MPES (Junho de 2014). Na sequência, fui 
aprovado para Oficial de Justiça do TRT/MG, sendo nomeado e empossado em 
Dezembro de 2015, exercendo o cargo neste momento em que escrevo (Janeiro de 
2023). 
Tive algumas idas e vindas nos estudos para o Ministério Público entre 2014 e 2016, 
mas nada muito focado. Acabei relaxando no cargo que assumi no TRT/MG, em vista da 
flexibilidade de horários e boa remuneração. Mas a vontade de voltar a estudar foi 
crescendo, porque eu sentia a necessidade de produzir intelectualmente no exercício do 
trabalho. Enferrujei bastante no tempo em que fiquei parado. Mas em Março de 2020, 
início da pandemia, eu resolvi que iria voltar a estudar. E voltei com tudo. 
 
Eu poderia dizer que estudei por dois anos e três meses até a aprovação no MPPR 
(Junho de 2022). Mas esse número não seria verdadeiro se eu não contasse para vocês 
minha trajetória no mundo dos concursos. Isso porque embora eu tenha de fato 
estudado esse tempo, eu trazia alguma bagagem comigo. Enferrujada, claro. Entretanto, 
com a volta ao estudo, eu basicamente relembrava coisas que já havia estudado. 
Obviamente, precisei aprender muita coisa nova, mas o grosso, sobretudo o como fazer, 
eu já conhecia. 
E no concurso eu digo sem medo de errar: O que mais te faz ganhar tempo para 
ser aprovado logo é saber como fazer. E é um pouco disso que eu vim compartilhar com 
vocês. 
Desde já peço que vocês não tomem a minha realidade e as minhas palavras como 
verdades absolutas e incontestáveis. Cada pessoa tem sua história, sua forma de 
aprendizado. Peguem aqui o que se encaixa em sua realidade e descarte o resto. 
Ninguém é senhor da razão. Entretanto, preciso dizer algumas verdades que podem ser 
incômodas para algumas pessoas. Mas juro que a intenção é apenas ajudar. Vamos lá. 
Primeira Verdade: Não se estuda para um monte de carreira ao mesmo tempo. Ou 
você estuda para o Ministério Público, ou para a Defensoria Pública, ou para a 
Magistratura, ou para Delegado de Polícia, ou para Juiz Federal, ou Para o Ministério 
Público Federal, ou para Analista de Tribunais, etc. Não tente abraçar o mundo. Você não 
vai conseguir. 
No meu estudo, eu fui extremamente pragmático. Eu estudei especificamente para 
a carreira do Ministério Público. E isso já ajuda bastante. Afinal, se eu estudo para o 
Ministério Público, não faz sentido eu estudar um Manual imenso de Direito Tributário 
ou Empresarial. O negócio é sinopse mesmo ou caderno de um cursinho preparatório, 
nessas matérias menores. Então, a primeira dica que eu dou é que vocês definam uma 
carreira. Isso não te impede de fazer uma prova ou outra que surja. Eu mesmo fiz algumas 
magistraturas, mas só estudei Humanística e Sentença quando avancei para a segunda 
fase. Não estudava isso no meu estudo regular. 
Definida a carreira, o segundo passo é a escolha do material. Deixa eu mandar logo 
a segunda verdade: você não vai passar com um reta final. Os cursinhos tentam te fazer 
acreditar nisso, mas lembre-se que o cursinho é uma empresa e a empresa visa ao lucro. 
Eles querem e precisam vender. Tem concurseiro por aí que estuda há cinco ou seis anos 
e não passa. Quando você vai perguntar, o cara pula de reta final em reta final, 
acreditando que vai passar. 
Pode até acontecer de passar, mas vai levar aí uns sete a oito anos. Penso que é 
melhor passar em dois ou três anos do que em sete ou oito. Ao escolher o seu material 
doutrinário, você não precisa ler Pontes de Miranda. Você precisa ler o que seu concurso 
demanda (sinopse nas matérias menores, manuais concurseiros nas matérias maiores). 
Ou pode ser um curso em videoaula também. Mas o que eu te aconselho é você definir 
uma bibliografia (com livros voltados para concursos – nada de ler Canotilho), ou pegar 
um bom curso extensivo anual, seja em PDF, seja em videoaula. Ou seja, um curso 
completo. Pare um ano sem fazer provas, leia seus livros ou faça seu curso com calma. 
Leia, grife, produza seu material de revisão (com grifos, resumos ou cadernos). Feita essa 
base, releia esse material produzido até chegar o ponto em que você sabe o que tem na 
página seguinte antes mesmo de ter chegado nela. 
 
Não troque o seu material por nada nesse mundo. Atualize ele você mesmo, com 
caneta, post-it ou editando seu caderno digitado. Nenhum material tem tudo e você não 
precisa saber tudo para passar. Quem passa não é o especialista, mas o generalista. 
Quem sabe de tudo um pouco e não quem sabe tudo de um tema só. E nesse primeiro 
ano de estudo, inclua a leitura de lei seca e jurisprudência. A primeira fase é 90% lei seca 
e jurisprudência. A doutrina você estuda para conseguir entender bem a lei seca e para 
ter bagagem para quando você avançar para a segunda fase e para a fase oral. 
E eu aconselho que seu estudo seja de fato global. Não dá tempo de ter bagagem 
doutrinária entre a primeira e a segunda fase. O estudo para segunda fase basicamente 
é escolher pontos de predileção da banca, treinar a escrita e orar para que aquela seja a 
sua prova. 
Então, o seu estudo tem que estar focado em doutrina (cujo material você vai me 
prometer que não vai trocar, a menos que ele seja muito ruim), lei seca (que você pode 
ler no seu vade mecum, site do planalto, material do Belisário ou pelo Legislação 
Destacada), Jurisprudência (no site do Dizer o Direito – acho válido assinar o buscador) 
e questões (conheço apenas a plataforma do Qconcursos). 
Feito isso, acho bem difícil que você não passe, se a sua dedicação for real. 
Basicamente, foi isso que apliquei durante meu estudo. Meu dia de estudo era feito mais 
ou menos da seguinte maneira (eu nunca cronometrei): aproximadamente duas horas 
de lei seca (legislação destacada), umas três horas de doutrina (sinopses, cadernos, 
manuais para concursos), uma hora da jurisprudência dos últimos três anos do tema que 
estudei na doutrina e uma hora de resolução de questões do tema que estudei na 
doutrina e li na jurisprudência. Como dito, é um tempo médio, não cronometrado. 
Na primeira leitura dos meus materiais doutrinários, eu levava por volta de três 
horas para avançar 50 a 60 páginas. Com os grifos feitos, em três horas (lendo só os 
grifos), eu avançava 200 a 300 páginas. Ficou rápido revisar. Conseguia repassar toda a 
matéria com três a quatro meses. O mesmo efeito se tem com cadernos, fichas, etc. E é 
aqui que você nota a importância de produzir o SEU material de revisão. Não adianta ler 
livros ou fazer cursos e sair sem um material de revisão. Você vai esquecer metade ou 
mais do que estudou e não vai ter nada para revisar. 
Fiz muitas provas e, mesmo nas que eu reprovei, fiquei por pouco, seja na primeira, 
seja na segunda fase. Até agora não reprovei em oral. Como eu tive o período da 
pandemia para estudar, voltei a fazer provas quando os concursos voltaram. Comecei 
com o MPDFT, MPMG e DPERJ (todos ali entre Junho e Julho de 2021). Reprovei nos três 
na primeira fase e nos três por três questões. Analisei e anotei TUDO o que errei em cada 
uma das provas (matéria, tema dentro da matéria, se era lei seca, jurisprudência, doutrina, 
etc) e estudei em cima disso por um mês. Resultado: Passei em 20º na primeira fase do 
MPSC que foi em Setembro de 2021 (e reprovei depois na segunda fase... rs). A partir 
dessa prova (MPSC), passei em todas as primeiras fases que fiz (TJGO, TJSP, MPPR, MPTO, 
MPSP, MPRJ, MPPE e o MPMG de 2022), exceto o MPGO. Reprovei na sentença cível do 
TJSP, na 2ª fase do MPSP e na 3ª prova da 2ª fase do MPRJ. Aprovei no MPPR, MPTO e 
estou, neste momento, na oral do TJGO e MPPE e aguardando resultado da 2ª fase do 
MPMG de 2022. 
O diferencial, na minha história, foi ser pragmático, não trocar de material e fazer 
muitas provas. Não sei se teriaconseguido rápido se me prendesse apenas ao meu 
Estado ou a Estados próximos. Muitas pessoas se prendem a isso e acabam também 
 
levando anos. Claro que você também deve pensar no pós posse e, nesse sentido, o meu 
limite de distância foi o Estado do Tocantins. 
Espero que conhecer minha história e meu método possa te ajudar. Como dito, 
não há aqui uma verdade absoluta, mas uma diretriz que pode te servir ou não. Mas de 
uma coisa eu tenho certeza: Estudo direcionado, com matéria bem revisada, com lei seca 
e jurisprudência em dia, torna a sua aprovação inevitável. É um processo que você deve 
aceitar viver. Não dá para queimar etapas (acreditando que vai passar em seis meses com 
um reta final). Se você jogar direitinho o jogo, vai dar certo. Acredito muito que a 
dedicação vence o talento. Você não precisa ser um gênio para passar, precisa, sim, ser 
obstinado. Fica aqui o meu desejo de força e de boa sorte. 
Rafael Francisco Simões Cabral 
Aprovado no MPPR e MPTO 
Olá pessoal!! Sei bem com é estar nesse momento de estudos, a vida do 
concurseiro não é fácil né? porém acreditem, é possível sim ser aprovado. Em minha 
jornada de estudos sempre sonhei em ser magistrado, o foco sempre foi esse apesar de 
ter sido aprovado e atuado em outras carreiras (Delegado de Polícia em Minas Gerais e 
Cartório no TJPR). 
Sei bem como é difícil estudar muito, se sacrificar profundamente e ser 
compreendido por poucos, nossos familiares e amigos nem sempre facilitam nossas 
vidas, mas, apesar dos obstáculos, a única coisa que não se pode perder nesse caminho 
é o foco. Chorar, gritar, brigar, beber, surtar, tudo é possível, só não desistir. 
Atualmente sou magistrado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sou grato 
a Deus por ter finalmente conseguido ser aprovado no cargo dos meus sonhos e 
principalmente em um Tribunal que sempre admirei. 
Nesta caminhada em busca da aprovação, conheci pessoas extraordinárias, 
pessoas abençoadas, uma delas, tenho a obrigação de mencionar aqui é a Bia do 
Magisemáudio. Ela sabe o quanto sou grato pela ajuda que me proporcionou, desde 
quando iniciamos e agitamos o grupo de estudos no Facebook. Bia, fica aqui meu 
reconhecimento e agradecimento público, continue sendo essa pessoa abençoada e 
atenciosa com todos nós, eternos concurseiros e estudantes de direito. 
Bom pessoal, é isso! Realmente não exite fórmula mágica para aprovação, o 
negócio é colocar sangue no olho e mergulhar de cabeça, ler materiais bons como esse 
aqui do RAIOS, planejar, revisar, treinar e esperar sua vez chegar, e sim ela vai chegar!!!! 
Não vou me estender muito, mas eu desejo a todos os concurseiros simplesmente 
a tão sonhada aprovação, que todos tenham êxito assim como eu tive, que todos possam 
sentir a felicidade que eu senti. 
Abraços! 
Roberto Nazario 
Juiz de direito no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (posse em 2022). 
Foram dez anos de luta até a posse. Nesse caminho passei na prova oral do TJRS 
em 2014 e fiquei fora do número de vagas para o “curso de seleção” (que, na época, era 
uma etapa do concurso). Rodei na prova oral do TJSP em 2018 e, quatro anos depois, 
finalmente veio a aprovação e a posse como Juíza de Direito no TJRS, depois de sete 
 
anos de concurso (sim, eu sou da Turma que refez a prova de sentença depois de 
reprovada em 2017). 
E nesse caminho foram inúmeras reprovações em provas objetivas e provas 
dissertativas, pois eu tinha a árdua tarefa de conciliar trabalho e estudos. Muita coisa 
mudou quando eu comecei a estudar a partir de questões objetivas e Informativos, 
questões comentadas e novidades legislativas e jurisprudenciais. A tarefa teria sido 
menos árdua se eu tivesse um norte para seguir desde o início dos meus estudos. Isso 
me tirou pontos valiosos quando eu ia avançando nos concursos. 
Conheci o “Raios” a partir do grupo “Magisemáudio”. Fui revisora do “Raios” por 
diversas edições, material muito querido dos colegas para revisar na véspera de prova. 
Eu sabia que os colegas confiavam a nós a tarefa de retirar textos legais ou julgados 
repetidos ou desatualizados, função que consumia muita atenção e cuidado, mas que se 
transformava em um material excelente para revisão. 
Hoje estou no cargo dos meus sonhos, no Tribunal dos meus sonhos: sou Juíza de 
Direito no Rio Grande do Sul. Eu estou em casa. E isso foi difícil, foi demorado, foi árduo. 
Mas todo esse esforço valeu à pena. 
Tatiane Levandowski 
Juíza de Direito 
TJRS POSSE EM 2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
DIREITO CIVIL 
LINDB 
De acordo com a LINDB, no silêncio da lei, a 
regra é a IRRETROATIVIDADE. (MPE-SE/2022 - 
CESPE). 
* “De acordo com as LINDB, decisão acerca da 
validade de determinado contrato 
administrativo deve ser tomada considerando-se 
as circunstâncias práticas que condicionaram a 
ação do agente público.” (MPE-AP/2021 - CESPE) 
*“Em razão da denominada ultratividade da 
norma, mesmo revogado, o Código Civil de 1916 
tem aplicação às sucessões abertas durante a sua 
vigência, ainda que o inventário tenha sido 
proposto após o advento do Código Civil de 
2002” (TJPB/2015 - CESPE) 
*“A contagem do prazo para ENTRADA EM 
VIGOR DAS LEIS que estabeleçam período de 
vacância, far-se-á com a INCLUSÃO DA DATA DA 
PUBLICAÇÃO e do ÚLTIMO DIA DO PRAZO, 
entrando em VIGOR no DIA SUBSQUENTE à sua 
consumação integral.” (art. 8º, § 1º da LC 95/98). 
*Princípio da operabilidade: esse princípio tem 
dois sentidos. Primeiro, o de simplicidade dos 
institutos jurídicos, como ocorreu com a 
prescrição e decadência. Segundo o de 
efetividade, por meio do sistema de cláusulas 
gerais e conceitos indeterminados adotado pela 
atual codificação. 
*A revogação é gênero da qual ab-rogação e 
derrogação são espécies. 
a) ab-rogação: é a revogação total da lei. 
b) derrogação: é a revogação parcial da lei. 
A revogação necessariamente se dará por outra 
lei, que revogará expressa ou tacitamente, no 
todo ou em parte, a lei antiga. 
 
PARTE GERAL 
*Princípio da eticidade: a codificação atual 
preocupou-se precipuamente com a ética e a 
boa-fé, sobretudo com a boa-fé objetiva, aquela 
que existe no plano da conduta de lealdade dos 
participantes negociais 
 *Princípio da socialidade: o Novo Código Civil 
distancia-se do caráter individualista da 
codificação anterior. O “nós” prevalece sobre o 
“eu”. Todos os institutos civis têm função social, 
caso do contrato e da propriedade 
* Conceito legal indeterminado: são palavras 
ou expressões indicadas na lei, de conteúdo e 
extensão altamente vagos, imprecisos e 
genéricos, e por isso mesmo esse conceito é 
vago e lacunoso. Preenchido o conceito legal 
indeterminado, a solução já está estabelecida na 
própria norma legal, competindo ao juiz apenas 
aplicá-la, sem exercer qualquer outra função 
criadora. Exemplos: atividade de risco, para 
caracterizar a responsabilidade objetiva (art. 927, 
pú); caso de urgência (art. 251, pú); perigo 
iminente como excludente da ilicitude do ato 
(188, II); coisas indispensáveis à economia 
doméstica, que dispensam a autorização 
conjugal para serem compradas, ainda que a 
crédito (art. 1643, I). 
* Cláusulas Gerais: são normas orientadoras sob 
a forma de diretrizes, dirigidas precipuamente ao 
juiz, vinculando-o ao mesmo tempo em que lhe 
dão liberdade para decidir. Distinguem-se dos 
conceitos legais indeterminados pela finalidade 
e eficácia, pois aqueles, uma vez diagnosticados 
pelo juiz no caso concreto, já têm a solução 
estabelecida na lei. Estas, ao contrário, se 
diagnosticadas pelo juiz, permitem-lhe 
preencher os casos com valores designados para 
aquele caso, para que se lhe dê a solução que ao 
juiz parecer mais correta. As cláusulas gerais têm 
função de dar mobilidade ao sistema 
 
 
 
21 
(paradigma: operabilidade). Exemplos: função 
socialdo contrato como limite da autonomia 
privada (art. 421); as partes terem de contratar 
observando a boa-fé objetiva (art. 422). 
* Personalidade: A determinação para que os 
provedores de busca na internet procedam a 
desvinculação do nome de determinada pessoa, 
sem qualquer outro termo empregado, com fato 
desabonador a seu respeito dos resultados de 
pesquisa não se confunde com o direito ao 
esquecimento, objeto da tese de repercussão 
geral 786/STF, razão pela qual não há que se 
falar em descumprimento da referida tese por 
esta Corte Superior. STJ, Processo em segredo 
judicial, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira 
Turma, por maioria, julgado em 21/06/2022, DJe 
30/06/2022 (Info. 743). 
*A personalidade jurídica é a aptidão genérica 
para se titularizar direitos e contrair obrigações 
na órbita jurídica. Tanto a pessoa física quanto a 
jurídica é dotada de personalidade. É atributo e 
não qualidade de todo ser humano, já que as 
pessoas jurídicas também são dotadas de 
personalidade. 
*#CIVIL Esta Corte Superior estabeleceu, para 
situações de conflito entre a liberdade de 
expressão e os direitos da personalidade, 
entre outros, os seguintes elementos de 
ponderação: "(I) o compromisso ético com a 
informação verossímil; (II) a preservação dos 
chamados direitos da personalidade, entre os 
quais incluem-se os direitos à honra, à imagem, 
à privacidade e à intimidade; e (III) a vedação de 
veiculação de crítica jornalística com intuito de 
difamar, injuriar ou caluniar a pessoa (animus 
injuriandi vel diffamandi)" (REsp 801.109/DF, Rel. 
Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, DJe de 
12/03/2013). 
*Segundo interpretação dada pela 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
(STF), o direito ao esquecimento, 
compreendido como a impossibilidade de 
divulgação de determinado fato ou dado 
verdadeiro em razão do decurso do tempo, seria 
incompatível como o regime constitucional 
brasileiro, ressalvada a possibilidade de proteção 
casuística contra eventuais abusos e excessos 
praticados no exercício da liberdade de 
expressão ou de informação. 
*Da relativização ao direito ao esquecimento 
quando a notícia não se enquadra como de 
interesse público e passado grande lapso de 
tempo. No caso, pleiteia-se a desindexação do 
nome da recorrente, em resultados nas 
aplicações de busca na internet, de notícia sobre 
fraude em concurso público, no qual havia sido 
reprovada. Atualmente, o fato referido já conta 
com mais de uma década, e ainda hoje os 
resultados de busca apontam como mais 
relevantes as notícias a ela relacionadas, como 
se, ao longo desta década, não houvesse 
nenhum desdobramento da notícia nem fatos 
novos relacionados ao nome da autora. Quanto 
ao assunto, a jurisprudência desta Corte Superior 
tem entendimento reiterado no sentido de 
afastar a responsabilidade de buscadores da 
internet pelos resultados de busca apresentados, 
reconhecendo a impossibilidade de lhe atribuir a 
função de censor e impondo ao prejudicado o 
direcionamento de sua pretensão contra os 
provedores de conteúdo, responsáveis pela 
disponibilização do conteúdo indevido na 
internet. Há, todavia, circunstâncias 
excepcionalíssimas em que é necessária a 
intervenção pontual do Poder Judiciário para 
fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de 
dados dos provedores de busca, entre dados 
pessoais e resultados da busca, que não 
guardam relevância para interesse público à 
informação, seja pelo conteúdo eminentemente 
privado, seja pelo decurso do tempo. Essa é a 
essência do direito ao esquecimento: não se 
trata de efetivamente apagar o passado, mas de 
permitir que a pessoa envolvida siga sua vida 
 
 
 
22 
com razoável anonimato, não sendo o fato 
desabonador corriqueiramente rememorado e 
perenizado por sistemas automatizados de 
busca. Por outro vértice, aqueles que quiserem 
ter acesso a informações relativas a fraudes em 
concurso público, não terão seu direito de 
acesso impedido, porquanto as fontes que 
mencionam inclusive o nome da autora 
permanecerão acessíveis. Contudo, sua busca 
deverá conter critérios relativos a esse conteúdo, 
seja em conjunto com o nome da autora, seja de 
forma autônoma. Informativo n. 628. (REsp 
1.660.168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, por maioria, julgado 
em 08/05/2018, DJe 05/06/2018) 
*DOMICÍLIO: A habitação em prédio 
abandonado de escola municipal pode 
caracterizar o conceito de domicílio em que 
incide a proteção disposta no art. 5º, inciso XI da 
Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 
712.529-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
25/10/2022 (Info 755). 
*AUSÊNCIA: *Se o ausente tem mais que 80 
anos e há mais de 5 anos não se tem notícias 
dele, será possível requerer diretamente a 
sucessão definitiva, sem necessidade de 
sucessão provisória. 
*Alteração legislativa: Lei 14.382/2022 
(entrou em vigor em 28/06/2022) 
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter 
atingido a maioridade civil, requerer pessoalmente 
e imotivadamente a alteração de seu prenome, 
independentemente de decisão judicial, e a 
alteração será averbada e publicada em meio 
eletrônico. 
*REGISTRO (art. 9º): Nascimento, casamento, 
ausência, morte real (óbito) ou presumida, 
emancipação e interdição. • Frase para fixação: 
No registro, a pessoa nasce, se emancipa, some, 
casa, enlouquece e morre. 
*AVERBAÇÃO (art. 10º): Sentença que decrete 
a nulidade ou anulação do casamento, o 
divórcio, a separação judicial e atos que 
declaram ou reconhecem a filiação. 
*Tema 1066, Repetitivos STJ: a) A 
disponibilização de equipamentos em quarto de 
hotel, motel ou afins para a transmissão de obras 
musicais, literomusicais e audiovisuais permite a 
cobrança de direitos autorais pelo Escritório 
Central de Arrecadação e Distribuição - ECAD. b) 
A contratação por empreendimento hoteleiro de 
serviços de TV por assinatura não impede a 
cobrança de direitos autorais pelo Escritório 
Central de Arrecadação e Distribuição - ECAD, 
inexistindo bis in idem. 
*BENS IMÓVEIS: o solo e tudo que se lhe 
incorporar natural ou artificialmente; os direitos 
reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
o direito à sucessão aberta; as edificações que, 
separadas do solo, mas conservando sua 
unidade, forem removidas para outro local; os 
materiais provisoriamente separados de um 
prédio para nele se reempregarem. 
*BENS MÓVEIS: bens suscetíveis de movimento 
próprio, ou de remoção por força alheia, sem 
alteração da substância ou da destinação 
econômico-social; energias que tenham valor 
econômico; direitos reais sobre objetos móveis e 
ações correspondentes; direitos pessoais de 
caráter patrimonial e as respectivas ações; 
materiais destinados à construção, enquanto 
não forem empregados; materiais provenientes 
da demolição de prédio. 
*Principal: é o bem que existe sobre si, abstrata 
ou concretamente. 
Acessório: é o bem cuja existência supõe a 
existência do bem principal (princípio da 
gravitação jurídica - o acessório acompanha o 
principal) 
 
 
 
23 
Pertença: o bem que, não constituindo parte 
integrante, se destina, de modo duradouro, ao 
uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro 
(não se sujeita ao princípio da gravitação jurídica, 
salvo lei, manifestação da vontade ou 
circunstâncias do caso) 
*CONDIÇÃO: evento futuro e incerto. 
Condição – deriva exclusivamente da vontade 
das partes: acessoriedade e voluntariedade (TJCE 
2018). Se divide em: 
Suspensiva: não há aquisição do direito 
enquanto não se verificar. 
Resolutiva: vigora o NJ enquanto a condição 
não ocorrer. Ex Nunc. 
- Invalidam o Negócio jurídico: 
I) condição impossível, se suspensiva. 
II) condição ilícita. 
III) condição incompreensível. 
Consideram-se inexistentes as condições 
impossíveis se resolutivas e asde não fazer coisa 
impossível. 
TERMO 
Evento futuro e certo. Pode ser: 
1) certo: sabe-se que o evento ocorrerá e 
quando ocorrerá. 
2) incerto: sabe-se que o evento ocorrerá, mas 
não se sabe quando. 
*ENCARGO: considera-se não escrito o encargo 
ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo 
determinante da liberalidade, caso em que se 
invalida o NJ. 
Encargo não cumprido: há revogação. 
 
 
ESTADO DE PERIGO 
1) perigo de dano grave atual ou iminente, sobre 
a própria pessoa do declarante, de alguém da 
sua família ou pessoas próximas. 
2) Há a necessidade do conhecimento do perigo 
da outra parte - dolo de aproveitamento. 
3) Assunção de obrigação excessivamente 
onerosa. 
O perigo é CONHECIDO. 
Não exige desequilíbrio entre contraprestações. 
Pode ocorrer em NJ unilateral. Ex. promessa de 
recompensa. Ex. cheque-caução exigido em 
internação hospitalar. 
LESÃO 
1) premente necessidade ou por inexperiência; 
2) prestação manifestamente desproporcionaL 
ao valor da prestação oposta. Exige desequilíbrio 
entre as contraprestações. 
Não há situação emergencial e NÃO há dolo de 
aproveitamento. Não há perigo. Pode ocorrer 
em contrato aleatório. A lesão não pode ser 
justificada pela teoria da imprevisão. 
REVERSA MENTAL OU RETICÊNCIA 
ESSENCIAL 
Quando lícita e conhecida do destinatário, é vício 
social que gera a nulidade do negócio. É a 
emissão intencional de uma declaração não 
querida em seu conteúdo. Se o declarante diz o 
que não pretende e o destinatário não sabia que 
o declarante estava blefando, subsiste o ato. Se 
o destinatário conhecia o blefe, não pode 
subsistir o ato. O NJ é nulo. 
 
 
 
 
 
 
24 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
Sempre ocultos. Contrato oneroso. Aplicável à 
doação onerosa. Pode pedir abatimento do 
preço. 
Prazo decadencial: 
a) móvel: 30 dias da entrega. Se já estava na 
posse, 15 dias da alienação. 
b) imóvel: 1 ano da entrega. Se já estava na 
posse, 6 meses da alienação. 
Se o vício só puder ser conhecido mais tarde: 
a) móvel: 180 dias da ciência do vício; 
b) imóvel: 1 ano da ciência do vício. 
Venda de animais – usos locais. 
Não correrão os prazos na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente deve 
denunciar o defeito ao alienante nos 30 dias 
seguintes ao seu descobrimento. 
1º flui garantia contratual. 
Nos contratos aleatórios, admite-se a alegação 
de vício redibitório quanto aos seus elementos 
comutativos. 
Ações edilícias: abatimento (ação estimatória) 
ou resolução (ação redibitória). 
Não há responsabilidade: a) garantia foi 
renunciada; b) doação pura simples; c) adquirido 
em hasta pública. 
*EVICÇÃO: Subsiste esta garantia ainda que a 
aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
DAÇÃO: a evicção restabelece a obrigação pelo 
valor original. Fica sem efeito quitação. Não 
restabelece a fiança. 
Podem as partes excluir a responsabilidade pela 
evicção. 
As benfeitorias necessárias ou úteis, não 
abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas 
pelo alienante. 
Para que o evicto possa exercer seu direito, não 
é necessário o trânsito em julgado da decisão 
que determinou a perda da coisa. 
A responsabilidade pela evicção é objetiva. A 
evicção não obriga a denunciação à lide. 
Prazo decadencial: 3 anos, contados da perda 
da coisa, judicial ou administrativamente. 
Há evicção se incluído gravame (ex. penhora) 
capaz de impedir a transferência livre e 
desembaraçada do bem. 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
*Nos termos do art. 202, caput, do Código Civil, 
a prescrição pode ser interrompida somente 
uma única vez. Logo, em razão do princípio da 
unicidade da interrupção prescricional, mesmo 
diante de uma hipótese interruptiva extrajudicial 
(protesto de título) e outra em decorrência de 
ação judicial de cancelamento de protesto e 
título executivo, apenas admite-se a interrupção 
do prazo pelo primeiro dos eventos. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1786266-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado 
em 11/10/2022 (Info 754). 
Art. 201, CC: Suspensa a prescrição em favor de 
um dos credores solidários, só aproveitam os 
outros se a obrigação for indivisível. 
* Sob a égide do Código de Civil de 1916, o prazo 
prescricional para propor ação de nulidade de 
partilha amigável em que se incluiu no inventário 
pessoa incapaz de suceder é de 20 anos. A 
preterição de herdeiro ou a inclusão de terceiro 
estranho à sucessão merecem tratamento igual, 
considerando que são situações 
antagonicamente idênticas, submetendo-se à 
mesma regra prescricional prevista no art. 177 
do Código Civil de 1916, qual seja, o prazo 
vintenário, vigente à época da abertura da 
sucessão para hipóteses de nulidade absoluta, 
que não convalescem. STJ. 2ª Seção.EAREsp 226.991-
SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
10/06/2020 (Info 675). 
 
 
 
25 
* No contrato de mútuo com alienação fiduciária, 
o prazo quinquenal de prescrição é contado da 
data em que consolidada a propriedade do 
imóvel em nome da instituição financeira 
(transferência definitiva da propriedade do 
imóvel), e não da data em que instituída a 
garantia da alienação fiduciária. REsp 2.018.619-
SP, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por 
unanimidade, julgado em 04/10/2022. (Info 752) 
Caso hipotético: Valdir comprometeu-se a 
administrar a fazenda de Paulo e, como 
contrapartida, quando este a vendesse, o 
administrador teria direito a 20% do valor 
obtido. Em 01/04/2013, Paulo celebrou, com a 
CEF, contrato de mútuo com alienação fiduciária. 
A fazenda foi instituída como garantia da 
alienação fiduciária, ou seja, passou à 
propriedade resolúvel da CEF. Como Paulo não 
pagou o mútuo, em 25/05/2015, houve a 
consolidação da propriedade do imóvel rural em 
nome da CEF. Qual é o prazo para Valdir cobrar 
os 20% a que ele teria direito? 5 anos. É de 5 anos 
o prazo prescricional para a pretensão de 
cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento particular (art. 205, § 5º, I, do Código 
Civil). Esse prazo teve início com a instituição 
da garantia da alienação fiduciária ou com a 
consolidação da propriedade do imóvel em 
nome do banco? Com a consolidação da 
propriedade. No contrato de mútuo com 
alienação fiduciária, o prazo quinquenal de 
prescrição é contado da data em que 
consolidada a propriedade do imóvel em nome 
da instituição financeira (transferência definitiva 
da propriedade do imóvel), e não da data em 
que instituída a garantia da alienação fiduciária. 
STJ. 4ª Turma. REsp 2.018.619-SP, Rel. Min. Raul Araújo, 
julgado em 04/10/2022 (Info 752). 
* A pretensão de repetição de indébito por 
cobrança indevida de valores referentes a 
serviços de TV por assinatura não previstos no 
contrato sujeita-se à norma geral do lapso 
prescricional de dez anos. REsp 1.951.988-RS, 
Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, 
por unanimidade, julgado em 10/05/2022, DJe 
16/05/2022. (Info 737) 
*Não é possível a interrupção do prazo 
prescricional em razão do ajuizamento de ação 
declaratória de inexigibilidade dos débitos pelo 
devedor quando já tiver havido anterior 
interrupção do prazo prescricional pelo protesto 
das duplicatas. STJ. 3ª Turma. REsp 1.963.067-MS, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/02/2022 (Info 727). 
Exemplo hipotético: Montago Ltda deveria 
pagar, em setembro de 2012, R$ 300 mil à Galícia 
Comércio Ltda. Essa quantia estava materializada 
em três duplicatas mercantis de R$ 100 mil cada. 
Não houve pagamento na data do vencimento. 
Logo, iniciou-se a contagem do prazo 
prescricional para a credora exigir o pagamento 
da quantia. Em outubro de 2012, a credora 
(Galícia) levou as duplicatas a protesto. Isso 
interrompeu a prescrição (art. 202, III, do CC). Em 
dezembro de 2014, a devedora (Montago) 
ajuizou, contra a credora, ação declaratória de 
inexigibilidade dos débitos. O pedido foi julgado 
improcedente.Isso, em tese, tem o condão de 
interromper a prescrição. No entanto, no caso 
concreto, essa ação não teve o condão de 
interromper porque a prescrição já havia sido 
interrompido uma vez antes e o art. 202 do CC 
somente admite uma única interrupção da 
prescrição. 
* A prescrição somente obstará a compensação 
se ela for anterior ao momento da coexistência 
das dívidas. Se o prazo prescricional se 
completou posteriormente a esse fato, tal 
circunstância não constitui empecilho à 
compensação dos débitos. Logo, houve um 
período de coexistência de dívidas exigíveis. STJ. 
3ª Turma. REsp 1.969.468-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 22/02/2022 (Info 726). 
Caso hipotético: João deve R$ 100 mil a Pedro. 
Essa dívida surgiu em 2018. Como não houve o 
pagamento, em 2022, Pedro ajuizou ação de 
 
 
 
26 
cobrança contra ele. Ao ser citado, João 
apresentou contestação admitindo que existe a 
dívida. Alegou, contudo, que Pedro também lhe 
deve R$ 80 mil. Essa dívida surgiu em 2014. 
Diante disso, João pediu a compensação das 
obrigações e que, ao final, só tenha que pagar 
R$ 20 mil. Pedro se insurgiu contra isso 
argumentando que esses R$ 80 mil que João está 
cobrando estão prescritos desde 2019. Logo, não 
é mais possível exigir a quantia ainda que para 
fins de compensação. O argumento de Pedro 
deve ser acolhido? Não. A prescrição somente 
obstará (impedirá) a compensação se ela for 
anterior ao momento da coexistência das 
dívidas. Se o prazo prescricional se completou 
posteriormente a esse fato, tal circunstância não 
constitui empecilho à compensação dos débitos. 
Foi justamente o exemplo dado acima. No 
momento em que surgiu a dívida de João para 
com Pedro (2018), a dívida de Pedro para com 
João ainda existia. Logo, houve um período de 
coexistência de dívidas exigíveis. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.969.468-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 22/02/2022 (Info 726). 
* Na ação de nulidade de doação inoficiosa (ação 
de redução), o prazo prescricional de 10 anos é 
contado a partir do registro do ato jurídico que 
se pretende anular, salvo se houver anterior 
ciência inequívoca do suposto prejudicado. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.933.685-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 15/03/2022 (Info 729). (no caso o autor da 
ação havia assinado a escritura pública de 
doação na qualidade de testemunha) 
* Nos contratos de seguro em geral, a ciência do 
segurado acerca da recusa da cobertura 
securitária é o termo inicial do prazo 
prescricional da pretensão do segurado em face 
da seguradora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.970.111-MG, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado 15/03/2022 (Info 729). 
* Prazo prescricional de 3 anos para pedir a 
restituição da caução prestada em contrato de 
locação com fundamento no art. 206, § 3º, I, do 
Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 1.967.725-SP, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 15/02/2022 (Info 725) 
(caução é acessório, pelo princípio da gravitação 
jurídica, segue o prazo trienal da ob. principal). 
* REGRA: em regra, o prazo de prescrição 
quinquenal, previsto no Decreto nº 20.910/1932 
e no Decreto-Lei nº 4.597/1942, não se aplica 
para as sociedades de economia mista e 
empresas públicas. EXCEÇÃO: Aplica-se a 
prescrição quinquenal do Decreto Nº 
20.910/1932 às empresas estatais prestadoras de 
serviços públicos essenciais, não dedicadas à 
exploração de atividade econômica com 
finalidade lucrativa e natureza concorrencial. STJ. 
1ª Turma. REsp 1635716-DF, Rel. Min. Regina Helena Costa, 
julgado em 04/10/2022 (Info 753). 
*Em ação indenizatória que se origina de 
alegado ilícito concorrencial, uma vez verificada 
inexistência de decisão do CADE sobre a 
formação de cartel, o prazo prescricional é de 
três anos - art. 206, § 3º, V, CC/2002 - e o termo 
inicial para sua contagem é a data da ciência do 
fato danoso. STJ. 4ª Turma. REsp 1971316-SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 25/10/2022 (Info 756). 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA 
*Fundo de Investimento em Participações (FIP). 
Natureza jurídica. Condomínio especial. 
Desconsideração da personalidade jurídica. 
Cotas. Constrição judicial. Possibilidade. Fundo 
de investimento pode sofrer os efeitos da 
aplicação do instituto da desconsideração da 
personalidade jurídica. Inf. 733. 
O fato de ser o Fundo de Investimento em 
participação (FIP) constituído sob a forma de 
condomínio e de não possuir personalidade 
jurídica não é capaz de impedir, por si só, a 
aplicação do instituto da desconsideração da 
personalidade jurídica em caso de comprovado 
abuso de direito por desvio de finalidade ou 
 
 
 
27 
confusão patrimonial. O patrimônio gerido pelo 
Fundo de Investimento em Participações 
pertence, em condomínio, a todos os 
investidores (cotistas), a impedir a 
responsabilização do fundo por dívida de um 
único cotista, de modo que, em tese, não poderia 
a constrição judicial recair sobre todo o 
patrimônio comum do fundo de investimento 
por dívidas de um só cotista, ressalvada a 
penhora da sua cota-parte. As cotas dos fundos 
de investimento podem ser objeto de penhora 
em processo de execução por dívidas pessoais 
dos próprios cotistas, mas não podem ser 
penhoradas por dívidas do fundo, tampouco de 
outros cotistas que não tenham nenhuma 
relação com o verdadeiro devedor. A 
impossibilidade de responsabilização do fundo 
por dívidas de um único cotista, de obrigatória 
observância em circunstâncias normais, deve 
ceder diante da comprovação inequívoca de que 
a própria constituição do fundo de investimento 
se deu de forma fraudulenta, como forma de 
encobrir ilegalidades e ocultar o patrimônio de 
empresas pertencentes a um mesmo grupo 
econômico. Comprovado o abuso de direito, 
caracterizado pelo desvio de finalidade (ato 
intencional dos sócios com intuito de fraudar 
terceiros), e/ou confusão patrimonial, é possível 
desconsiderar a personalidade jurídica de uma 
empresa para atingir o patrimônio de outras 
pertencentes ao mesmo grupo econômico. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.965.982-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 05/04/2022 (Info 733) 
*Em razão do princípio da unicidade da 
interrupção prescricional, mesmo diante de uma 
hipótese interruptiva extrajudicial (protesto de 
título) e outra em decorrência de ação judicial de 
cancelamento de protesto e título executivo, 
apenas admite-se a interrupção do prazo pelo 
primeiro dos eventos. (STJ 754/22) 
 
 
OBRIGAÇÕES E CONTRATOS 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA 
Princípio desenvolvido inicialmente pela escola 
jusnaturalista. Para essa escola, a autonomia 
privada significava que o homem poderia dispor 
livremente de suas ações como bem entendesse 
– era anteriormente chamada de “autonomia da 
vontade”. Vale dizer que a autonomia privada 
não é instituto exclusivo do direito contratual. 
Trata-se de um princípio que envolve todo o 
Direito Civil. No direito contratual, a autonomia 
privada é erigida como um princípio basilar, 
traduzido na liberdade de contratar. Preconiza 
que as partes podem estipular como melhor lhes 
convier, mediante acordo de vontades, a 
disciplina de seus interesses, envolvendo a 
liberdade de criação do contrato, na escolha do 
outro contratante e no conteúdo do contrato 
(neste último caso, chama-se liberdade 
contratual). 
* Segundo a teoria da base objetiva do negócio, 
as obrigações recíprocas dos contratantes são 
fixadas sob determinada realidade fática, que 
assegura a equivalência e a finalidade do 
contrato. Se essas circunstâncias forem 
substancialmente modificadas, é permitida a 
revisão, rescisão ou resilição do contrato. A 
teoria da base objetiva do negócio diferencia-se 
da teoria da imprevisão porque na teoria da base 
do negócio não há o advento de vantagem 
exagerada em prol de uma das partes do 
contrato. 
* O termo inicialdos juros de mora incidentes 
sobre as diferenças entre os valores do aluguel 
estabelecido no contrato e aquele fixado na ação 
renovatória será: 
a) a data para pagamento fixada na própria 
sentença transitada em julgado (mora ex re); ou 
b) a data da intimação do devedor para 
pagamento na fase de cumprimento de sentença 
(mora ex persona). 
 
 
 
28 
Deve-se perquirir se a sentença da ação 
renovatória fixa prazo para o pagamento do 
saldo devedor, haja vista que, se o fizer, a mora 
do devedor se dará com o trânsito em julgado 
(mora ex re), mas caso o título executivo judicial 
não faça referência ao prazo para adimplemento, 
caberá ao credor interpelar o devedor para 
pagamento (mora ex persona). STJ. 3ª Turma. REsp 
1888401-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
22/03/2022 (Info 732). 
*A pessoa segurada não pode ajuizar ação de 
exigir contas contra a seguradora para obter 
esclarecimentos sobre o valor da indenização 
securitária a ela paga. Em suma: nos contratos de 
seguro, o valor de indenização a ser recebido na 
hipótese de ocorrência do evento segurado é 
estabelecido previamente no contrato e, por 
isso, não há a “guarda” dos prêmios. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.738.657-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 
14/06/2022 (Info 741). 
*Em caso de perda total do bem segurado, a 
indenização securitária deve corresponder ao 
valor do efetivo prejuízo experimentado no 
momento do sinistro, observado, contudo, o 
valor máximo previsto na apólice do seguro de 
dano, nos termos dos arts. 778 e 781 do 
CC/2002. STJ, REsp 1.955.422-PR, Rel. Min. Antonio 
Carlos Ferreira, Quarta Turma, por maioria, julgado em 
14/06/2022. STJ. 4ª Turma. REsp 1.955.422-PR, Rel. Min. 
Antonio Carlos Ferreira, julgado em 14/06/2022 (Info 742). 
*É cabível revisão judicial de contrato de locação 
não residencial - empresa de coworking - com 
redução proporcional do valor dos aluguéis em 
razão de fato superveniente decorrente da 
pandemia da covid-19. STJ, REsp 1.984.277-DF, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade, 
julgado em 16/08/2022 (Info. 745). 
*A caracterização da sucessão empresarial 
fraudulenta não exige a comprovação formal da 
transferência de bens, direitos e obrigações à 
nova sociedade, admitindo-se sua presunção 
quando os elementos indiquem que houve o 
prosseguimento na exploração da mesma 
atividade econômica, no mesmo endereço e com 
o mesmo objeto social. Inf. 737. 
*Ação renovatória de contrato de locação 
comercial. Pretensão do locador de ver repetido 
o prazo do contrato original. Impossibilidade. 
Prazo máximo de prorrogação de cinco anos. O 
prazo máximo da renovação compulsória do 
contrato de locação comercial será de cinco 
anos, ainda que a vigência da avença locatícia 
supere esse período. Inf. 737. 
*No contrato de financiamento garantido por 
cédula rural hipotecária, na forma do Decreto-Lei 
n. 73/1966, a ausência de previsão específica do 
seguro por morte não conduz à quitação do 
contrato. Inf. 736. 
*Na hipótese em que as dimensões de imóvel 
adquirido não correspondem às noticiadas pelo 
vendedor, cujo preço da venda foi estipulado por 
medida de extensão (venda ad mensuram), 
aplica-se o prazo decadencial de 1 (um) ano, 
previsto no art. 501 do CC/2002, para exigir o 
complemento da área, reclamar a resolução do 
contrato ou o abatimento proporcional do 
preço. STJ. 3ª Turma. REsp 1.890.327/SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 20/04/2021 (Info 693). 
O prazo é DECADENCIAL: 1 (um) ano. 
*(I) O infortúnio qualificado como acidente de 
trabalho pode também ser caracterizado como 
sinistro coberto pelo seguro obrigatório 
(DPVAT), desde que estejam presentes seus 
elementos constituintes: acidente causado por 
veículo automotor terrestre, dano pessoal e 
relação de causalidade, e (II) Os sinistros que 
envolvem veículos agrícolas passíveis de 
transitar pelas vias públicas terrestres estão 
cobertos pelo seguro obrigatório (DPVAT). (STJ, 
REsp 1.937.399-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Segunda Seção, julgado em 28/09/2022, DJe de 03/10/2022 
- Tema 1111) 
 
 
 
29 
*É válida e eficaz a cláusula de reversão em favor 
de terceiro, aposta em contrato de doação 
celebrado à luz do CC/16, ainda que a condição 
resolutiva se verifique apenas sob a vigência do 
CC/02. 
*Simulação: Enunciado 294/CJF: sendo a 
simulação uma causa de nulidade do negócio 
jurídico, pode ser alegada por uma das partes 
contra a outra. Enunciado 293/CJF: na 
simulação relativa, o aproveitamento do negócio 
jurídico dissimulado não decorre tão somente do 
afastamento do negócio, mas do necessário 
preenchimento de todos os requisitos 
substanciais e formais de validade daquele. 
*Na análise do vício da simulação, devem ser 
considerados os seguintes elementos: a 
consciência dos envolvidos na declaração do ato 
simulado, sabidamente divergente de sua 
vontade íntima, a intenção enganosa em relação 
a terceiros, e o conluio entre os participantes do 
negócio danoso. No caso concreto, ficou 
demonstrado que as circunstâncias evidenciam 
seguramente a ocorrência de simulação no 
negócio jurídico envolvendo a compra e venda 
de um imóvel em prejuízo à meação da ex-
esposa. STJ. 3ª Turma. REsp 1969648-DF, Rel. Min. Moura 
Ribeiro, julgado em 18/10/2022 (Info 754). 
*Nos seguros de pessoas, é vedada a exclusão 
de cobertura na hipótese de sinistros ou 
acidentes decorrentes de atos praticados pelo 
segurado em estado de insanidade mental, de 
alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas. 
(STJ, REsp 1.999.624-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. 
Acd. Min. Raul Araújo, Segunda Seção, julgado em 
28/09/2022). 
JDC 152 – Toda simulação, inclusive a inocente, 
é invalidante. 
JDC 578 – Sendo a simulação causa de nulidade 
do negócio jurídico, sua alegação dispensa ação 
própria. 
*"A falta de notificação do devedor sobre a 
cessão do crédito não torna a dívida inexigível 
(art. 290 do CC/02)" (REsp 1.882.117/MS, Rel. 
Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 
12/11/2020). 
*É possível a cobrança, perante a justiça 
brasileira, de dívida de jogo contraída em 
cassino, por brasileiro em estabelecimento 
estrangeiro com funcionamento de acordo com 
a lei estrangeira, não ofendendo a soberania 
nacional. 
* Enunciado n. 348 da IV Jornada de Direito Civil: 
“O pagamento parcial não implica, por si só, 
renúncia à solidariedade, a qual deve derivar dos 
termos expressos da quitação ou, 
inequivocamente, das circunstâncias do 
recebimento da prestação pelo credor” 
Art. 275, CC. O credor tem direito a exigir e 
receber de um ou de alguns dos devedores, parcial 
ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento 
tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Art. 280, CC. Todos os devedores respondem 
pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido 
proposta somente contra um; mas o culpado 
responde aos outros pela obrigação acrescida. 
Art. 138, CC. São anuláveis os negócios jurídicos, 
quando as declarações de vontade emanarem de 
erro substancial que poderia ser percebido por 
pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio. 
OBRIGAÇÕES: Teoria dualista/binária: schuld 
(débito) e haftung (responsabilidade). (Origem 
alemã). Atribuída a Alois Brinz. (essa teoria foi 
cobrada na dissertação da prova do TJSP/2021. 
Prova aplicada em 2022). 
Pela teoria dualista, o débito e a 
responsabilidade podem recair em pessoas 
distintas (ex.: fiança, que pode ser realizada sem 
o consentimento do devedor ou até mesmo 
contra a sua vontade). 
 
 
 
30 
Ou um pode existir sem o outro (ex.: dívida 
prescrita, razão pela qual não cabe repetição de 
indébito em dívida prescrita). 
Teoria unitária/monista: obrigação e 
responsabilidadesão indissociáveis. (superada). 
DIFERENÇA ENTRE DEVER JURÍDICO, 
OBRIGAÇÃO, ÔNUS E DIREITO 
POTESTATIVO: 
Dever jurídico: contrapõe-se a um direito 
subjetivo de exigi-lo. Engloba não só as relações 
obrigacionais como também aquelas de 
natureza real, de Família, Sucessões, Empresa e 
personalidade. 
Obrigação: um dever jurídico mais restrito, 
oriundo de relação jurídica creditória (pessoal, 
obrigacional). Em correspondência a este dever 
jurídico de prestar (do devedor), estará o direito 
subjetivo à prestação (do credor). E se violado, 
há responsabilidade patrimonial. Relaciona-se a 
prazos prescricionais. 
Ônus jurídico: é a necessidade de agir de certo 
modo para a tutela de interesses próprios. Ex.: 
levar o contrato a registro de títulos e 
documentos para ter validade perante terceiros. 
Direito potestativo: é aquele que se contrapõe 
a um estado de sujeição; é o poder que a pessoa 
tem de influir na esfera jurídica de outrem, sem 
que este possa fazer algo que não se sujeitar. Ex.: 
impedimentos matrimoniais (art. 1521 do 
Código Civil), causas de anulabilidade do 
casamento (art. 1550 do CC) e a exigência legal 
para certos atos, de outorga do outro consorte 
(art. 1647 do CC). O direito potestativo está 
relacionado a prazos decadenciais. 
*A restituição de quantia recebida 
indevidamente é um dever de quem se 
enriqueceu sem causa (art.884 do CC). De acordo 
com as alegações do ente público, a vantagem 
econômica foi auferida pelos herdeiros do ex-
servidor. O ex-servidor público não tinha mais 
personalidade jurídica quando o Distrito Federal 
depositou a quantia ora pleiteada considerando 
que estava morto (art. 6º do CC). Se o saque 
indevido da quantia disponibilizada pelo Poder 
Público não pode ser imputado ao falecido (não 
foi decorrente de qualquer ato do falecido), o 
espólio não pode ser obrigado a restituir. Isso 
porque o espólio é obrigado a cumprir as dívidas 
do autor da herança por força do art. 796 do 
CPC/2015. Logo, se o espólio não pode ser 
vinculado, nem mesmo abstratamente, ao dever 
de restituir, ele não pode ser considerado parte 
legítima nesta ação nos termos do art. 17 do 
CPC/2015. O espólio não possui legitimidade 
passiva ad causam na ação de ressarcimento de 
remuneração indevidamente paga após a morte 
de ex-servidor e recebida por seus herdeiros. STJ. 
2ª Turma. REsp 1.805.473-DF, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, julgado em 03/03/2020 (Info 667). 
*Segundo a teoria da base objetiva do negócio, 
as obrigações recíprocas dos contratantes são 
fixadas sob determinada realidade fática, que 
assegura a equivalência e a finalidade do 
contrato. Se essas circunstâncias forem 
substancialmente modificadas, é permitida a 
revisão, rescisão ou resilição do contrato. A 
teoria da base objetiva do negócio diferencia-se 
da teoria da imprevisão porque na teoria da base 
do negócio não há o advento de vantagem 
exagerada em prol de uma das partes do 
contrato. 
*Acrescente-se que a subsunção do CDC não 
afasta a aplicação do CC/2002, em diálogo das 
fontes, forma correta de se interpretar os 
contratos eletrônicos ou digitais no plano 
legislativo. Em relação ao Código Civil, não se 
pode esquecer a regra do seu art. 425, segundo 
o qual é lícita a estipulação de contratos atípicos, 
aqueles sem previsão legal específica, incidindo 
a teoria geral dos contratos consagrada pela 
codificação geral privada. 
 
 
 
31 
*Como terceiro importante fenômeno da 
atualidade, os contratos cativos de longa 
duração, na feliz expressão de Claudia Lima 
Marques, são aqueles negócios que se 
consolidam de forma continuada no tempo, 
baseados na estrita confiança depositada pelas 
partes por anos a fio. Vejamos as palavras da 
jurista a respeito da nova categoria: “Trata-se de 
uma série de novos contratos ou relações 
contratuais que utilizam os métodos de 
contratação de massa (por meio de contratos de 
adesão ou de condições gerais dos contratos) 
para fornecer serviços especiais no mercado, 
criando relações jurídicas complexas, 
envolvendo uma cadeia de fornecedores 
organizados entre si e com uma característica 
determinante: a posição de ‘catividade’ ou 
‘dependência’ dos clientes, consumidores”. 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
*O atraso, por parte de instituição financeira, na 
baixa de gravame de alienação fiduciária no 
registro de veículo não caracteriza, por si só, 
dano moral in re ipsa. (REsp. 1.881.453-RS, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por unanimidade, 
julgado em 30/11/2021, DJe 07/12/2021. (Tema 1078) 
* Configura dano moral, sujeito à indenização, a 
veiculação, em rede nacional de TV, de imagem 
de pessoa nua em praia de naturismo, sem 
autorização e com atribuição de conotação 
pejorativa. STJ, Processo sob segredo judicial, Rel. Min. 
Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, por unanimidade, 
julgado em 23/08/2022 (Info. 746). 
*Incide a Súmula n. 326/STJ, no caso de 
discrepância entre o valor indicado no pedido e 
o quantum arbitrado na condenação, não 
havendo falar em sucumbência dos autores da 
demanda, vencedores em seu pedido 
indenizatório. No caso sob exame, os pedidos - 
indenização por danos morais e à imagem - 
foram integralmente acolhidos, de sorte que a 
parte recorrente, vencida na demanda, sucumbiu 
à integralidade. STJ, REsp 1.837.386-SP, Rel. Min. 
Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade, 
julgado em 16/08/2022 (Info. 746). 
* A concessionária de rodovia não deve ser 
responsabilizada por roubo com emprego de 
arma de fogo cometido contra seus usuários em 
posto de pedágio. REsp 1.872.260-SP, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, julgado 
em 04/10/2022, DJe 07/10/2022. (Info 752) 
*É descabido imputar ao banco responsabilidade 
por reparar danos morais suportados por 
clientes que tiveram seus nomes citados em 
reportagem feita por jornal que relatava 
supostas fraudes na concessão de empréstimos. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.761.078-MS, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 22/02/2022 (Info 727). 
*Responde civilmente por danos morais o 
provedor de aplicação de internet que, após 
formalmente comunicado de publicação 
ofensiva a imagem de menor, se omite na sua 
exclusão, independentemente de ordem judicial. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.783.269-MG, Rel. Min. Antonio Carlos 
Ferreira, julgado em 14/12/2021 (Info 723). (por se tratar 
de menor não pode haver aplicação isolada do 
art. 19 do MCI, que condiciona a 
responsabilização civil do provedor ao prévio 
descumprimento de ordem judicial. 
*Não se aplica o art. 21 do Marco Civil da Internet 
para os casos de divulgação não autorizada de 
imagens de nudez produzidas para fins 
comerciais. STJ. 3ª Turma. REsp 1930256-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, relator p/ acórdão Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 07/12/2021 (Info 721). 
*MCI: A remoção de conteúdo gerado por 
terceiro se dá por ordem judicial (19 do MCI) e, 
excepcionalmente, por notificação extrajudicial 
(art. 21 do MCI) se o conteúdo divulgado for de 
caráter privado. 
Caso concreto: “F”, modelo, realizou ensaio 
fotográfico de nudez para uma revista masculina. 
Ocorre que ela passou a encontrar suas fotos de 
nudez em blogs hospedados pela Google sem 
 
 
 
32 
que tivesse autorizado. Ela fez então a 
notificação extrajudicial da Google para a 
retirada dos materiais dos blogs. O STJ decidiu 
que, neste caso, não era suficiente a notificação, 
sendo necessária a ordem judicial. Em outras 
palavras, não se aplica o art. 21, sendo situação 
que se amolda ao art. 19. 
*O possuidor de aeronave acidentada é 
considerado explorador e, nessa condição, 
responsável pelos danos provocados aos a 
terceiros em superfície advindos de sua queda. 
STJ, REsp 1.984.282-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
Quarta Turma, por unanimidade, julgadoem 16/08/2022 
(Info. 745). 
*STJ - Resp 1136885/SP – CIVIL E PROCESSUAL 
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE 
DE PESSOAS. CASO FORTUITO. CULPA DE 
TERCEIRO. LIMITES. APLICAÇÃO DO DIREITO À 
ESPÉCIE. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVA. 
IMPOSSIBILIDADE. 1. A cláusula de incolumidade 
é ínsita ao contrato de transporte, implicando 
obrigação de resultado do transportador, 
consistente em levar o passageiro com conforto 
e segurança ao seu destino, excepcionando-se 
esse dever apenas nos casos em que ficar 
configurada alguma causa excludente da 
responsabilidade civil, notadamente o caso 
fortuito, a força maior ou a culpa exclusiva da 
vítima ou de terceiro. 2. O fato de um terceiro ser 
o causador do dano, por si só, não configura 
motivo suficiente para elidir a responsabilidade 
do transportador, sendo imprescindível aferir se 
a conduta danosa pode ser considerada 
independente (equiparando-se a caso fortuito 
externo) ou se é conexa à própria atividade 
econômica e aos riscos inerentes à sua 
exploração. 3. A culpa de terceiro somente 
romperá o nexo causal entre o dano e a conduta 
do transportador quando o modo de agir 
daquele puder ser equiparado a caso fortuito, 
isto é, quando for imprevisível e autônomo, sem 
origem ou relação com o comportamento da 
própria empresa. 4. Na hipótese em que o 
comportamento do preposto da transportadora 
é determinante para o acidente, havendo clara 
participação sua na cadeia de acontecimentos 
que leva à morte da vítima - disparos de arma de 
fogo efetuados logo após os passageiros 
apartarem briga entre o cobrador e o atirador -, 
o evento não pode ser equiparado a caso 
fortuito. 5. Quando a aplicação do direito à 
espécie reclamar o exame do acervo probatório 
dos autos, convirá o retorno dos autos à Coorte 
de origem para a ultimação do procedimento de 
subsunção do fato à norma. Precedentes. 6. 
Recurso especial provido. 
*Responsabilidade civil. Indenização por 
danos materiais e morais. Prescrição. Termo 
inicial. Ciência inequívoca dos efeitos do ato 
lesivo. Teoria da actio nata. Viés subjetivo. 
Critérios. São critérios que indicam a tendência 
de adoção excepcional do viés subjetivo da 
teoria da actio nata: a) a submissão da pretensão 
a prazo prescricional curto; b) a constatação, na 
hipótese concreta, de que o credor tinha ou 
deveria ter ciência do nascimento da pretensão, 
o que deve ser apurado a partir da boa-fé 
objetiva e de standards de atuação do homem 
médio; c) o fato de se estar diante de 
responsabilidade civil por ato ilícito absoluto; e 
d) a expressa previsão legal a impor a aplicação 
do sistema subjetivo. Inf. 736. 
*Procedimento cirúrgico. Falecimento do 
paciente. Riscos. Consentimento genérico 
(blanket consent). Insuficiência. 
Consentimento informado. 
Autodeterminação do paciente. 
Imprescindibilidade. Falha no dever de 
informação. Responsabilidade civil do 
médico. O médico é civilmente responsável por 
falha no dever de informação acerca dos riscos 
de morte em cirurgia. Com efeito, não se admite 
o chamado “blanket consente”, isto é, o 
consentimento genérico, em que não há 
individualização das informações prestadas ao 
 
 
 
33 
paciente, dificultando, assim, o exercício de seu 
direito fundamental à autodeterminação. Inf. 
733. 
*O roubo de carga em transporte rodoviário, 
mediante uso de arma de fogo, exclui a 
responsabilidade da transportadora perante a 
seguradora do proprietário da mercadoria 
transportada, quando adotadas todas as 
cautelas que razoavelmente dela se poderia 
esperar, assim como a conduta direta do 
segurado que agravar o risco da cobertura 
contratada, por ato culposo ou doloso, acarreta 
a exoneração do dever da seguradora do 
pagamento da indenização. (STJ, EREsp 1.577.162-SP, 
Rel. Min. Moura Ribeiro, Segunda Seção, julgado em 
10/08/2022). 
TEORIA DA ACTIO NATA 
A teoria da *ACTIO NATA* pode ser examinada 
sob duas vertentes: 
a) VERTENTE OBJETIVA - que se relaciona com 
o momento em que ocorre a violação do direito 
subjetivo e que se torna exigível a prestação. 
b) VERTENTE SUBJETIVA - que se relaciona 
com o momento em que aquela violação de 
direito subjetivo passa a ser de conhecimento 
inequívoco da parte que poderá exigir a 
prestação. 
DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES 
* Possibilidade ou não de penhora integral de 
valores depositados em conta bancária 
conjunta, na hipótese de apenas um dos 
titulares ser sujeito passivo de processo 
executivo. Penhora de saldo em conta corrente 
conjunta. Extensão. Presunção relativa de rateio 
em partes iguais. Integralidade dos valores. 
Pessoa física ou jurídica distinta da instituição 
financeira mantenedora. Demonstração dos 
valores que integram o patrimônio de cada um. 
(Tema IAC 12/STJ). 
 A) É presumido, em regra, o rateio em partes 
iguais do numerário mantido em conta corrente 
conjunta solidária quando inexistente previsão 
legal ou contratual de responsabilidade solidária 
dos correntistas pelo pagamento de dívida 
imputada a um deles. 
 B) Não será possível a penhora da integralidade 
do saldo existente em conta conjunta solidária 
no âmbito de execução movida por pessoa (física 
ou jurídica) distinta da instituição financeira 
mantenedora, sendo franqueada aos cotitulares 
e ao exequente a oportunidade de demonstrar 
os valores que integram o patrimônio de cada 
um, a fim de afastar a presunção relativa de 
rateio. 
*Na falta de descendentes e ascendentes, será 
deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge ou 
companheiro sobrevivente, não concorrendo 
com parentes colaterais do de cujus. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.357.117-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 13/03/2018 (Info 622). #IMPORTANTE 
* O laudo médico, previsto no art. 750 do 
CPC/2015 como necessário à propositura da 
ação de interdição, pode ser dispensado na 
hipótese em que o interditando resiste em se 
submeter ao exame. 
* ENUNCIADO 48 – O inventariante nomeado 
pelos interessados poderá, desde que 
autorizado expressamente na escritura de 
nomeação, formalizar obrigações pendentes do 
falecido, a exemplo das escrituras de 
rerratificação, estremação e, especialmente, 
transmissão e aquisição de bens móveis e 
imóveis contratados e quitados em vida, 
mediante prova ao tabelião”. 
* Inexiste qualquer vedação legal ao 
reconhecimento da fraternidade/irmandade 
socioafetiva, ainda que post mortem, pois a 
declaração da existência de relação de 
parentesco de segundo grau na linha colateral é 
admissível no ordenamento jurídico pátrio, 
 
 
 
34 
merecendo a apreciação do Poder Judiciário. 
Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Marco 
Buzzi, Quarta Turma, por maioria, julgado em 
04/10/2022. (Info 753) (a afetividade é fonte de 
parentesco, assim a prévia declaração judicial de 
filiação (linha reta) socioafetiva não é condição 
essencial à caracterização do parentesco 
colateral por afetividade). 
*É legal a ordem judicial de exumação de restos 
mortais do de cujus, a fim de subsidiar exame de 
DNA para averiguação de vínculo de 
paternidade, diante de tentativas frustradas de 
realizar-se o exame em parentes vivos do 
investigado, bem como de completa 
impossibilidade de elucidação dos fatos por 
intermédio de outros meios de prova. Processo 
sob segredo de justiça, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 
04/10/2022. (Info 752). 
* É possível que os nubentes/companheiros, por 
meio de pacto antenupcial, ampliem o regime de 
separação obrigatória e proíbam até mesmo a 
comunhão dos bens adquiridos com o esforço 
comum, afastando a Súmula 377 do STF. A mens 
legis do art. 1.641, II, do Código Civil é conferir 
proteção ao patrimônio do idoso que está se 
casando e aos interesses de sua prole, 
impedindo a comunicação dos aquestos. Por 
uma interpretaçãoteleológica da norma, é 
possível que o pacto antenupcial venha a 
estabelecer cláusula ainda mais protetiva aos 
bens do nubente septuagenário, preservando o 
espírito do Código Civil de impedir a comunhão 
dos bens do ancião. Súmula 377-STF: No regime 
de separação legal de bens, comunicam-se os 
adquiridos na constância do casamento. STJ. 4ª 
Turma. REsp 1.922.347-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 07/12/2021 (Info 723) 
E o contrário, seria permitido? Seria possível 
fazer um pacto antenupcial autorizando a 
comunicação dos bens mesmo sem o esforço 
comum? NÃO. Aí, não. Não se mostra possível a 
vulneração (mitigação) do regime restritivo e 
protetivo previsto no art. 1.641, II, do CC, seja 
para afastar a incidência do regime da separação 
obrigatória, seja para adotar pacto que o torne 
regime mais ampliativo e comunitário em 
relação aos bens. 
*Os valores depositados em planos abertos de 
previdência privada durante a vida em comum 
do casal, integram o patrimônio comum e devem 
ser partilhados. STJ. 4ª Turma. REsp 1.545.217-PR, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 07/12/2021 (Info 723). 
*A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) entendeu que as contribuições feitas para 
plano de previdência fechada, em percentual do 
salário, aportadas pelo beneficiário e pelo 
patrocinador – na forma definida pelo estatuto 
da entidade –, não integram o patrimônio sujeito 
à comunhão de bens, a ser partilhado quando da 
extinção do vínculo conjugal. 
"no segmento fechado, os proventos de 
complementação de aposentadoria e o resgate 
de reserva de poupança realizado após a 
extinção do vínculo matrimonial, nos termos da 
legislação específica e regulamentos que regem 
esse modalidade, não se confundem com 
investimentos em instituição financeira, mas 
possuem nítido feitio previdenciário, 
enquadrando-se nas definições de pensões, 
meios-soldos, montepios e outras rendas 
semelhantes – verbas excluídas da comunhão 
nos regimes da comunhão universal ou parcial 
de bens". 
*Sob a égide do CPC/1973, inexiste 
incompatibilidade lógica entre o acordo 
efetuado quanto à pretensão principal de 
separação conjugal e o prosseguimento do feito 
quanto às pretensões conexas. STJ. 4ª Turma. REsp 
1.560.520/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 15/03/2022 
(Info 729). 
 
 
 
35 
Caso hipotético: Soraya ajuizou ação de 
separação judicial litigiosa contra Ferdinando 
pedindo: a) separação; b) alimentos; c) a 
regulamentação da guarda dos filhos; d) a 
condenação do réu cônjuge ao pagamento de 
danos morais e materiais. Na audiência de 
conciliação, as partes celebraram transação na 
qual houve acordo quanto à: separação (houve a 
conversão da separação litigiosa em consensual), 
guarda dos filhos e alimentos. O juiz homologou 
o acordo, mas extinguiu o processo sem 
resolução do mérito quanto aos pedidos 
condenatórios. O STJ não concordou com a 
decisão. A circunstância de ter sido celebrado 
acordo no que tange à separação, aos alimentos, 
visitas e guarda da prole comum (resultado da 
transformação consensual do pedido original de 
separação judicial), não impede a apreciação 
judicial das demais pretensões inicialmente 
deduzidas, neste caso, de cunho condenatório. 
Não existe qualquer incompatibilidade lógica 
entre o acordo efetuado quanto à pretensão 
principal (separação) e o prosseguimento do 
feito quanto às pretensões conexas. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.560.520/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 
15/03/2022 (Info 729). 
*Exceto no regime de separação absoluta de 
bens, a fiança prestada sem outorga conjugal 
conduz à nulidade do contrato mesmo que o 
indivíduo tenha prestado a fiança na condição de 
empresário. 
É necessária a exigência geral de outorga do 
cônjuge para prestar fiança, sendo indiferente o 
fato de o fiador prestá-la na condição de 
comerciante ou empresário, considerando a 
necessidade de proteção da segurança 
econômica familiar. STJ. 4ª Turma. REsp 1.525.638-SP, 
Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 14/06/2022 
(Info 742). 
Se a previsão do art. 1.642, I, do CC fosse 
analisada isoladamente, isso implicaria 
reconhecer que o fiador poderia comprometer o 
patrimônio comum do casal se prestasse a fiança 
no exercício da atividade profissional ou 
empresarial, mas não poderia fazê-lo em outras 
situações. Essa interpretação não faz sentido. 
Embora a exigência de outorga conjugal 
constitua embaraço ao dinamismo próprio das 
relações comerciais e empresariais, essa 
exigência leva em consideração a finalidade de 
proteção e manutenção do patrimônio comum. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.525.638-SP, Rel. Min. Antonio Carlos 
Ferreira, julgado em 14/06/2022 (Info 742). 
* Se o ausente tem mais que 80 anos e há mais 
de 5 anos não se tem notícias dele, será possível 
requerer diretamente a sucessão definitiva, sem 
necessidade de sucessão provisória. 
*O herdeiro que seja autor, coautor ou partícipe 
de ato infracional análogo ao homicídio doloso 
praticado contra os ascendentes fica excluído da 
sucessão. É juridicamente possível o pedido de 
exclusão do herdeiro em virtude da prática de 
ato infracional análogo ao homicídio, doloso e 
consumado, contra os pais, à luz da regra do art. 
1.814, I, do CC/2002. STJ. 3ª Turma. REsp 1.938.984-PR, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/02/2022 (Info 725). 
(interpretação teleológica-finalística para não 
esvaziar o conteúdo da norma). 
*Havendo conflito de interesses entre os 
herdeiros, as despesas de verba honorária do 
advogado constituído pelo inventariante não 
devem ser suportadas pelo espólio. STJ, AgInt no 
AREsp 1.924.962-CE, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Quarta 
Turma, por unanimidade, julgado em 08/08/2022, DJe 
12/08/2022 (Info. 746). 
Não havendo interesses em conflito entre os 
interessados, os honorários do advogado 
contratado pela inventariante constituem 
encargo da herança. Por outro lado, havendo 
conflito de interesses entre os herdeiros, as 
despesas de verba honorária do advogado 
constituído pelo inventariante não devem ser 
suportadas pelo espólio. Se os interesses dos 
demais herdeiros eram antagônicos em relação 
 
 
 
36 
ao inventariante, os honorários do advogado por 
este contratado, não constituem ônus do 
espólio, cada qual respondendo pelo 
pagamento do trabalho dos respectivos 
procuradores. Obs: no caso concreto, o conflito 
de interesses não estava relacionado 
diretamente com divergências entre os herdeiros 
a respeito da herança, mas sim com a 
discordância quanto à representação realizada 
pelo escritório de advocacia. STJ. 4ª Turma. AgInt no 
AREsp 1.924.962-CE, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado 
em 08/08/2022 (Info 746). 
*CRIOGENIA – ÚLTIMA VONTADE DO 
INDIVÍDUO – INTEGRAÇÃO DA NORMA POR 
MEIO DE ANALOGIA. EMENTA RECURSO 
ESPECIAL. AÇÃO ORDINÁRIA. 1. DISCUSSÃO 
TRAVADA ENTRE IRMÃS PATERNAS ACERCA DA 
DESTINAÇÃO DO CORPO DO GENITOR. 
ENQUANTO A RECORRENTE AFIRMA QUE O 
DESEJO DE SEU PAI, MANIFESTADO EM VIDA, 
ERA O DE SER CRIOPRESERVADO, AS 
RECORRIDAS SUSTENTAM QUE ELE DEVE SER 
SEPULTADO NA FORMA TRADICIONAL 
(ENTERRO). 2. CRIOGENIA. TÉCNICA DE 
CONGELAMENTO DO CORPO HUMANO 
MORTO, COM O INTUITO DE REANIMAÇÃO 
FUTURA. 3. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL 
SOBRE O PROCEDIMENTO DA CRIOGENIA. 
LACUNA NORMATIVA. NECESSIDADE DE 
INTEGRAÇÃO DA NORMA POR MEIO DA 
ANALOGIA (LINDB, ART. 4º). ORDENAMENTO 
JURÍDICO PÁTRIO QUE, ALÉM DE PROTEGER AS 
DISPOSIÇÕES DE ÚLTIMA VONTADE DO 
INDIVÍDUO, COMO DECORRÊNCIA DO DIREITO 
AO CADÁVER, CONTEMPLA DIVERSAS NORMAS 
LEGAIS QUE TRATAM DE FORMAS DISTINTAS DE 
DESTINAÇÃO DO CORPO HUMANO EM 
RELAÇÃO À TRADICIONAL REGRA DO 
SEPULTAMENTO. NORMAS CORRELATAS QUE 
NÃO EXIGEM FORMA ESPECÍFICA PARA 
VIABILIZAR A DESTINAÇÃO DO CORPO 
HUMANO APÓS A MORTE, BASTANDO AANTERIOR MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO 
INDIVÍDUO. POSSIBILIDADE DE 
COMPROVAÇÃO DA VONTADE POR QUALQUER 
MEIO DE PROVA IDÔNEO. LEGITIMIDADE DOS 
FAMILIARES MAIS PRÓXIMOS A ATUAREM NOS 
CASOS ENVOLVENDO A TUTELA DE DIREITOS 
DA PERSONALIDADE DO INDIVÍDUO POST 
MORTEM. 4. CASO CONCRETO: RECORRENTE 
QUE CONVIVEU E COABITOU COM SEU 
GENITOR POR MAIS DE 30 (TRINTA) ANOS, 
SENDO A MAIOR PARTE DO TEMPO EM CIDADE 
BEM DISTANTE DA QUE RESIDEM SUAS IRMÃS 
(RECORRIDAS), ALÉM DE POSSUIR 
PROCURAÇÃO PÚBLICA LAVRADA POR SEU PAI, 
OUTORGANDO-LHE AMPLOS, GERAIS E 
IRRESTRITOS PODERES. CIRCUNSTÂNCIAS 
FÁTICAS QUE PERMITEM CONCLUIR QUE A SUA 
MANIFESTAÇÃO É A QUE MELHOR TRADUZ A 
REAL VONTADE DO DE CUJUS. 5. CORPO DO 
GENITOR DAS PARTES QUE JÁ SE ENCONTRA 
SUBMETIDO AO PROCEDIMENTO DA 
CRIOGENIA HÁ QUASE 7 (SETE) ANOS. 
SITUAÇÃO JURÍDICA CONSOLIDADA NO 
TEMPO. POSTULADO DA RAZOABILIDADE. 
OBSERVÂNCIA. 6.RECURSO PROVIDO. REsp 
1693718/RJ. 
ENUNCIADO 671 – Art. 1.583, §2º: “A tenra 
idade da criança não impede a fixação de 
convivência equilibrada com ambos os pais”. 
Justificativa: O regime de convivência da criança 
com os genitores deve ser equilibrado e o mais 
amplo possível, contemplando a divisão 
equânime de tempo indicada pela Lei n. 
13.058/2014 (art. 1.583, §2o, CC). A lei não faz 
menção ou restrição à idade da criança como 
limitador ao direito de convivência. Todavia, em 
fixação de convivência de bebês ou crianças de 
tenra idade, o que se vê é o estabelecimento de 
regimes restritíssimos, com a fixação de poucas 
horas mensais para o convívio. A situação é 
especificamente grave quanto à convivência 
fixada em favor dos pais homens, tendo em vista 
a questão sociológica enraizada que, 
 
 
 
37 
equivocadamente, atribui apenas à mulher a 
capacidade para o cuidado. 
O bebê, que está começando a descobrir o 
mundo, tem condições psicoemocionais de criar 
laços de afinidade com seus familiares e demais 
pessoas que o cercam. É, portanto, na tenra 
idade que o petiz construirá os vínculos mais 
fortes e duradouros de sua vida. O tempo tem 
outra dimensão para as crianças pequenas. Cada 
dia perdido por um dos genitores é um 
momento de exploração, aprendizado e 
vinculação. O infante precisa de sua mãe e de seu 
pai para que seu desenvolvimento seja saudável. 
Isso porque “nenhuma criança nasce educada, 
sendo necessário que os pais, num esforço 
cotidiano, lhe formem o caráter e lhes infundam 
bons princípios. Como poderá o pai ou mãe 
afastado do filho contribuir na transmissão de 
seus valores?” (RAMOS, Patrícia Pimentel de 
Oliveira Chambers. A moderna visão da 
autoridade parental – Guarda compartilhada – 
dois lares é melhor que um. Editora Equilíbrio). 
Fonte: CJF. 
*A concessão de guarda do menor não implica 
automática destituição do poder-dever familiar 
dos pais para representá-lo em juízo. A 
representação legal do filho menor é uma das 
vertentes do poder familiar e deverá ser exercida, 
em regra, pelos pais, conforme prevê o art. 1.634, 
VII, do Código Civil. Assim, somente em algumas 
hipóteses é que o menor poderá deixar de ser 
representado pelos seus pais. O fato de ter sido 
concedida a guarda do menor para uma outra 
pessoa que não compõe o núcleo familiar não 
significa que tenha havido a destituição 
automática do poder familiar. Logo, mesmo em 
tais casos, a competência para representar este 
menor em juízo é do pai ou da mãe (e não da 
guardiã). STJ. 3ª Turma. REsp 1.761.274-DF, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 04/02/2020 (Info 664). 
Quem faz a representação judicial do filho 
menor é os pais, com fulcro no art. 1.634, VII CC: 
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que 
seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do 
poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
(...) VII - representá-los judicial e 
extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos 
atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos 
atos em que forem partes, suprindo-lhes o 
consentimento; 
Exceções: A regra acima exposta possui 
exceções. Assim, haverá hipóteses em que o 
menor não poderá ser representado pelos seus 
pais. Exemplos: 
a) quando os pais forem destituídos do 
poder familiar; 
b) quando forem declarados ausentes; 
c) quando estiverem impossibilitados de 
representar adequadamente o menor; 
d) quando houver colisão de interesses 
entre pais e filhos. Fonte: Info 664 STJ 
DOD 
*ENUNCIADO 664 – Art. 1.240-A: O prazo da 
usucapião contemplada no art. 1.240-A só 
iniciará seu curso caso a composse tenha 
cessado de forma efetiva, não sendo suficiente, 
para tanto, apenas o fim do contato físico com o 
imóvel. 
Justificativa: Em que pese o referido dispositivo 
legal refira-se ao abandono do lar pelo ex-
cônjuge ou ex-companheiro, por tratar-se de 
hipótese de composse (art. 1.199, CC/2002), 
somente quando está efetivamente cessar, a 
usucapião familiar poderá consumar-se. Assim, 
ainda que não mais exerça a posse direta sobre 
o imóvel, o ex-cônjuge ou ex-companheiro não 
deixará de ser compossuidor caso siga arcando 
com despesas do imóvel, tais como cobranças de 
cota condominial ou IPTU. Em tal caso, haveria, 
na verdade, um desdobramento da posse entre 
direta e indireta, e não o fim da composse, 
passível de dar ensejo ao decurso do prazo de 
 
 
 
38 
prescrição aquisitiva em favor do ex-cônjuge ou 
companheiro que segue residindo no imóvel. 
* ENUNCIADO 672 – Art. 1.589, parágrafo único: 
“O direito de convivência familiar pode ser 
estendido aos avós e pessoas com as quais a 
criança ou adolescente mantenha vínculo 
afetivo, atendendo ao seu melhor interesse. (O 
enunciado cancela o enunciado 333, da IV JDC)”. 
Justificativa: Embora seja da tradição do Direito 
de Família nomear o direito do pai ou mãe, 
mesmo dos avós ou outros, que não detém a 
guarda, como direito de visita, a expressão legal 
não corresponde ao direito de convivência 
familiar assegurado à criança, ao adolescente e 
ao jovem no art. 227, caput, da Constituição da 
República. O direito-dever de convivência 
familiar estende-se a todos aqueles que mantém 
vínculo afetivo com a criança e adolescente. 
Sendo um direito autônomo (TEPEDINO, 
Gustavo; BROCHADO, Ana Carolina. 
Fundamentos do Direito Civil, vol. 6. Rio de 
Janeiro: GEN, 2021, p. 331), como tal precisa ser 
protegido. Propõe-se assim a alteração do 
Enunciado 333 da IV Jornada de Direito Civil, 
para substituir o “direito de visita” pelo “direito 
de convivência familiar”. A proposta justifica-se 
na medida em que a interação familiar com 
vistas ao desenvolvimento de cada um ocorre 
não apenas entre pais e filhos. 
*Mesmo em caso de adoção à brasileira, 
havendo a socioafetividade, é possível a 
multiparentalidade, mantendo-se a paternidade 
biológica e a socioafetiva. 
*Obrigação de alimentos. Prisão civil do 
devedor. Inadequada e ineficaz no caso 
concreto. Afastamento excepcional. Legalidade. 
A prisão civil do devedor de alimentos pode ser 
excepcionalmente afastada, quando a técnica de 
coerção não se mostrar a mais adequada e eficaz 
para obrigá-lo a cumprir suas obrigações. Inf. 733. 
No caso concreto, o STJ decidiu afastar a prisão 
civil com base nas seguintes particularidades: (i) 
o credor é maior de idade, com formação 
superior e inscrito no respectivo conselho de 
classe; (ii) o devedor de alimentos está com a 
saúde física e psicológica fragilizada, razão pela 
qual não consegue manter regularidade no 
exercício de atividade laborativa; e (iii) a dívida se 
prolongou no tempo e se tornou gravoso exigir 
todo seu montante para afastar o decreto de 
prisão. De acordo com o quadro fático 
delineado, a medida extrema da prisão civil, no 
caso, não vai conseguir compelir o devedor a 
cumprir a obrigação alimentar na medida em 
que, pelo menos desde 2017, nada foi pago aocredor, mesmo com a ameaça concreta de sua 
constrição, com a expedição do mandado de 
prisão civil em 2019, que só não foi efetivada em 
virtude da pandemia causada pelo Covid-19. A 
medida coativa extrema, no caso concreto, 
revela-se desnecessária e ineficaz, pois o risco 
alimentar e a própria sobrevivência do credor, 
não se mostram iminentes e insuperáveis, 
podendo ele, por si só, como vem fazendo, 
afastar a hipótese pelo próprio esforço. STJ. 3ª 
Turma. RHC 160.368-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado 
em 05/04/2022 (Info 733). 
*Na cobrança de obrigação alimentar, é cabível 
a cumulação das medidas executivas de coerção 
pessoal e de expropriação no âmbito do mesmo 
procedimento executivo, desde que não haja 
prejuízo ao devedor nem ocorra qualquer 
tumulto processual. STJ. 4ª Turma. REsp 1930593/MG, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/8/2022 (Info 
744). 
*É admissível a cumulação, em um mesmo 
processo, de cumprimento de sentença de 
obrigação de pagar alimentos atuais, sob a 
técnica da prisão civil, e alimentos pretéritos, sob 
a técnica da penhora e da expropriação. STJ. 3ª 
Turma. REsp 2004516/RO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 18/10/2022 (Info 756). 
 
 
 
39 
*A prerrogativa de ser recolhido em sala de 
estado-maior não pode incidir na prisão civil do 
advogado devedor de alimentos, desde que lhe 
seja garantido um local apropriado, separado de 
presos comuns. (STJ, Processo sob segredo judicial, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 
26/10/2022). 
*A herança jacente é um procedimento especial 
de jurisdição voluntária que consiste na 
arrecadação judicial de bens da pessoa falecida, 
com declaração, ao final, da herança vacante, 
ocasião em que se transfere o acervo hereditário 
para o domínio público, salvo se comparecer em 
juízo quem legitimamente os reclame. Esse 
procedimento pode ser iniciado por qualquer 
interessado, pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública e pela Fazenda Pública, bem 
como pelo juiz, de ofício (art. 738 do CPC/2015). 
Se um legitimado ingressar com petição ao juiz 
requerendo a instauração do procedimento de 
herança jacente, o magistrado não deverá 
indeferir a inicial sob o argumento de que o 
requerente não juntou todas as provas 
necessárias à comprovação dos fatos alegados. 
Antes de extinguir o feito, o magistrado deverá 
diligenciar, ainda que minimamente, para obter 
as informações necessárias considerando que 
ele tem o poder-dever de instaurar, ainda que de 
ofício, esse procedimento. STJ. 3ª Turma. REsp 
1812459/ES, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
09/03/2021 (Info 688). 
*Alimentos com base no princípio da 
solidariedade: Os alimentos não se esgotam 
com a maioridade, a partir da maioridade a 
pessoa é devedora de alimentos com base no 
princípio da solidariedade e relação de 
parentesco. Dessa forma, não há o cancelamento 
automático da pensão alimentícia. 
*É admissível a exclusão de prenome da criança 
na hipótese em que o pai informou, perante o 
cartório de registro civil, nome diferente daquele 
que havia sido consensualmente escolhido pelos 
genitores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.905.614-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 04/05/2021 (Info 695). 
*O prazo prescricional para propor ação de 
petição de herança conta-se da abertura da 
sucessão. (...) A ausência de prévia propositura 
de ação de investigação de paternidade, 
imprescritível, e de seu julgamento definitivo não 
constitui óbice para o ajuizamento de ação de 
petição de herança e para o início da contagem 
do prazo prescricional. A definição da 
paternidade e da afronta ao direito hereditário, 
na verdade, apenas interfere na procedência da 
ação de petição de herança. (STJ 757/22 2 
SEÇAO) ATENÇÃO NESTE JULGADO POIS 
PACIFICOU O TEMA EM EMBARGOS DE 
DIVERGENCIA! 
*A cessação da incapacidade civil de um dos 
cônjuges, que impunha a adoção do regime da 
separação obrigatória de bens sob a égide do CC 
de 16, autoriza a modificação do regime de bens 
do casamento (STJ, 2021). 
*Regime da Comunhão Universal de bens: são 
excluídos da comunhão as dívidas anteriores ao 
casamento, salvo de provierem de despesas com 
seus aprestos, ou reverterem em proveito 
comum. 
*Constitui direito subjetivo da mãe, após o 
divórcio, a retificação do seu sobrenome no 
assento do nascimento dos filhos 
*Informativo nº 637 / 2018 A melhor 
interpretação do caput do art. 1.911 do 
Código Civil de 2002 é aquela que conduz ao 
entendimento de que: 
a) HÁ POSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO 
AUTÔNOMA DAS CLÁUSULAS DE 
INALIENABILIDADE, IMPENHORABILIDADE E 
INCOMUNICABILIDADE, A CRITÉRIO DO 
DOADOR/INSTITUIDOR; 
 
 
 
40 
b) UMA VEZ APOSTO O GRAVAME DA 
INALIENABILIDADE, PRESSUPÕE-SE, ex vi lege, 
AUTOMATICAMENTE, A IMPENHORABILIDADE E 
A INCOMUNICABILIDADE; 
c) A INSERÇÃO EXCLUSIVA DA PROIBIÇÃO DE 
NÃO PENHORAR E/OU NÃO COMUNICAR NÃO 
GERA A PRESUNÇÃO DA INALIENABILIDADE; 
d) A INSTITUIÇÃO AUTÔNOMA DA 
IMPENHORABILIDADE NÃO PRESSUPÕE A 
INCOMUNICABILIDADE E VICE-VERSA 
Ref. legal: 
Art. 1.911, CC. A cláusula de inalienabilidade, 
imposta aos bens por ato de liberalidade, implica 
impenhorabilidade e incomunicabilidade. 
A doutrina esclarece que "o art. 1.911 do Código 
Civil estabelece que a cláusula de 
inalienabilidade gravada sobre bens que 
compõem a herança implica, automaticamente, 
nas cláusulas de 'impenhorabilidade e 
incomunicabilidade'. 
A RECÍPROCA, ENTRETANTO, NÃO É 
VERDADEIRA. 
BEM DE FAMÍLIA 
*É impenhorável o bem de família oferecido 
como CAUÇÃO em contrato de locação 
comercial. STJ. 4a Turma. REsp 1.789.505-SP, Rel. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 22/03/2022 (Info 732). 
*É impenhorável o bem de família oferecido 
como caução em contrato de locação comercial. 
Isso porque a exceção prevista no art. 3º, VII, da 
Lei nº 8.009/90 não se aplica à hipótese de 
caução, mas apenas para os casos de fiança. O 
instituto do bem de família é um corolário da 
dignidade da pessoa humana e tem o condão de 
proteger o direito fundamental à moradia (arts. 
1º, III, e 6º da Constituição Federal). Assim, o 
imóvel no qual reside o sócio não pode, em 
regra, ser objeto de penhora pelo simples fato 
de pertencer à pessoa jurídica, ainda mais 
quando se trata de sociedades empresárias de 
pequeno porte. Em tais situações, mesmo que no 
plano legal o patrimônio de um e outro sejam 
distintos - sócio e sociedade -, é comum que tais 
bens, no plano fático, sejam utilizados 
indistintamente pelos dois. Se a lei tem por 
escopo a ampla proteção ao direito de moradia, 
o fato de o imóvel ter sido objeto de caução, não 
retira a proteção somente porque pertence à 
pequena sociedade empresária. Caso contrário, 
haveria o esvaziamento da salvaguarda legal e 
daria maior relevância do direito de crédito em 
detrimento da utilização do bem como 
residência pelo sócio e por sua família. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.935.563-SP, Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, julgado em 03/05/2022 (Info 
735). 
*É constitucional a penhora de bem de família 
pertencente a fiador de contrato de locação, seja 
residencial, seja comercial. STF. (Repercussão 
Geral – Tema 1127) (Info 1046). STJ. (Recurso 
Repetitivo - Tema 1091) (Info 740). 
* Admite-se a penhora do bem de família para 
saldar o débito originado de contrato de 
empreitada global celebrado para promover a 
construção do próprio imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.976.743-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
08/03/2022 (Info 728). 
*Para o bem de família instituído nos moldes da 
Lei nº 8.009/1990, a proteção conferida pelo 
instituto alcançará todas as obrigações do 
devedor, indistintamente, ainda que o imóvel 
tenha sido adquirido no curso de uma demanda 
executiva. STJ. 4ª Turma. REsp 1.792.265-SP, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 14/12/2021 (Info 723). 
*Ahasta pública para alienação de vaga de 
garagem em condomínio se restringe aos 
demais condôminos, salvo autorização expressa 
na convenção condominial. STJ. 2ª Turma. REsp 
2.008.627-RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 
13/09/2022 (Info 749). 
 
 
 
41 
*O terreno cuja unidade habitacional está em 
fase de construção, para fins de residência, está 
protegido pela impenhorabilidade por dívidas, 
por se considerar antecipadamente bem de 
família. REsp 1.960.026-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta 
Turma, por unanimidade, julgado em 11/10/2022. (Info 753) 
*Para o bem de família instituído nos moldes da 
Lei nº 8.009/90, a proteção conferida pelo 
instituto alcançará todas as obrigações do 
devedor, indistintamente, ainda que o imóvel 
tenha sido adquirido no curso de uma demanda 
executiva. STJ. 4ª Turma. REsp 1.792.265-SP, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 14/12/2021 (Info 723). 
Exceção: hipótese do art. 4º da Lei nº 
8.009/90: 
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei 
aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de 
má-fé imóvel mais valioso para transferir a 
residência familiar, desfazendo-se ou não da 
moradia antiga. 
DIREITOS REAIS – POSSE - PROPRIEDADE 
* Se forem preenchidos os requisitos do art. 1238 
do CC/2002, a pessoa terá direito à usucapião 
extraordinária e o fato de o imóvel em questão 
não atender ao mínimo dos módulos urbanos 
exigidos pela legislação municipal para a 
respectiva área (dimensão do lote) não é motivo 
suficiente para se negar esse direito, pois não há 
na legislação ordinária própria à disciplina da 
usucapião regra que especifique área mínima. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1667842/SC, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 03/12/2020 (Tema 985 - Repetitivo). 
* A copropriedade anterior à abertura da 
sucessão impede o reconhecimento do direito 
real de habitação, visto que de titularidade 
comum a terceiros estranhos à relação 
sucessória que ampararia o pretendido direito " 
(EREsp 1.520.294/SP, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, 
Segunda Seção, DJe 02/09/2020). 
*O direito real de habitação possui como 
finalidade precípua garantir o direito à moradia 
ao cônjuge/companheiro supérstite, 
preservando o imóvel que era destinado à 
residência do casal, restringindo 
temporariamente os direitos de propriedade 
originados da transmissão da herança em prol 
da solidariedade familiar. A copropriedade 
anterior à abertura da sucessão impede o 
reconhecimento do direito real de habitação, 
visto que de titularidade comum a terceiros 
estranhos à relação sucessória que ampararia o 
pretendido direito. Como o direito real de 
habitação já é uma exceção criada pelo 
legislador, não pode haver interpretação 
extensiva para incluir no mesmo tratamento 
situações não previstas em lei, como, por 
exemplo, a hipótese em que o imóvel seja objeto 
de copropriedade anterior com terceiros. O 
direito real à habitação limita (restringe) os 
direitos de propriedade e, portanto, só quem 
deve suportar tal limitação são os herdeiros do 
de cujus (quem recebeu o bem na herança), e 
não quem já era proprietário do imóvel antes do 
óbito. Caso concreto: o STJ negou o pedido de 
uma viúva que pretendia ver reconhecido o 
direito real de habitação sobre o imóvel em que 
morava, comprado pelo seu falecido marido em 
copropriedade com um filho dele, antes do 
casamento. STJ. 2ª Seção. EREsp 1520294-SP, Rel. Min. 
Maria Isabel Gallotti, julgado em 26/08/2020 (Info 680). 
No mesmo sentido é a Tese 10 do Jurisprudência 
em Teses (Ed. 50): 10) Não subsiste o direito real 
de habitação se houver copropriedade sobre o 
imóvel antes da abertura da sucessão ou se, 
àquele tempo, o falecido era mero usufrutuário 
do bem. 
* Dissolvida a sociedade conjugal, o bem imóvel 
comum do casal rege-se pelas regras relativas ao 
condomínio, ainda que não realizada a partilha 
de bens, possuindo legitimidade para usucapir 
em nome próprio o condômino que exerça a 
posse por si mesmo, sem nenhuma oposição dos 
demais coproprietários. STJ. 3ª Turma. REsp 1.840.561-
 
 
 
42 
SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 03/05/2022 
(Info 739). 
*O fato de os possuidores serem proprietários de 
metade do imóvel usucapiendo não faz incidir a 
vedação de não possuir "outro imóvel" urbano, 
contida no artigo 1.240 do Código Civil. REsp 
1.909.276-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira 
Turma, por unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 
30/09/2022. (Info 753) 
*A existência de bem público não demarcado em 
condomínio pro indiviso com particulares não 
impede ação de usucapião parcial. REsp 
1.504.916-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. 
Acd. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por 
maioria, julgado em 27/09/2022. (Info 752). 
Sobre o case: tratava-se de condomínio e a 
Terracap era uma das proprietárias, sem divisão 
explícita de sua parte. Os bens pertencentes às 
empresas públicas e sociedades de economia 
mista não se incluem no rol de bens públicos. 
Apesar disso o STJ considera que os bens 
administrados pela Terracap, empresa pública 
do DF que gerencia os bens dominicais, são 
públicos e insuscetíveis de usucapião (EREsp 
695.928/DF, Rel. Ministro José Delgado, Corte Especial, 
julgado em 18/10/2006, DJ 18/12/2006). 
*Não é possível usucapião de imóvel vinculado 
ao Sistema Financeiro de Habitação, ainda que 
em situação de abandono. STJ. 3ª Turma. REsp 
1874632-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
25/11/2021 (Info 720). 
*A ação demarcatória é a via adequada para 
dirimir a discrepância entre a realidade fática dos 
marcos divisórios e o constante no registro 
imobiliário. REsp 1.984.013-MG, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 
30/09/2022. (Info 752) (no caso o 
georreferenciamento mostrou área maior. 
Tribunal de origem entendeu pela usucapião. STJ 
pela demarcação). 
*A Segunda Seção do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ) estabeleceu que o que define a 
responsabilidade pelo pagamento das 
obrigações condominiais não é o registro do 
compromisso de compra e venda, mas a relação 
jurídica material com o imóvel, representada 
pela imissão do promissário comprador na posse 
e pela ciência inequívoca do condomínio acerca 
da transação. Recurso repetitivo (tema 886) e 
passa a orientar as demais instâncias do 
Judiciário na solução de casos idênticos. 
No caso de compromisso de compra e venda 
não levado a registro, dependendo das 
circunstâncias, a responsabilidade pelas 
despesas de condomínio pode recair tanto sobre 
o promitente vendedor quanto sobre o 
promissário comprador. Entretanto, se ficar 
comprovado que o promissário comprador se 
imitiu na posse e que o condomínio teve ciência 
inequívoca da transação, deve ser afastada a 
legitimidade passiva do promitente vendedor 
para responder por despesas condominiais 
relativas ao período em que a posse foi exercida 
pelo promissário comprador. REsp 1345331. 
Ainda que a cota condominial seja obrigação 
propter rem, se houver compromisso de compra 
e venda não registrado, a responsabilidade pelas 
despesas pode recair tanto sobre o promitente 
vendedor quanto o promissário comprador. Não 
é o registro, mas a relação material com o imóvel, 
representada pela imissão na posse e ciência 
inequívoca do condomínio acerca da transação 
(Tema 886) 
SOBRE BENFEITORIAS FEITAS PELO 
POSSUIDOR 
NO CÓDIGO CIVIL 
Art. 1.219, CC. O possuidor de boa-fé tem direito 
à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, 
bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe 
forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem 
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de 
 
 
 
43 
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e 
úteis. 
Art. 1.220, CC. Ao possuidor de má-fé serão 
ressarcidas somenteas benfeitorias necessárias; 
não lhe assiste o direito de retenção pela 
importância destas, nem o de levantar as 
voluptuárias. 
DE BOA-FÉ 
 - NECESSÁRIAS: Indenização e direito de 
retenção. 
 - ÚTEIS: Indenização e direito de retenção. 
 - VOLUPTUÁRIAS: Indenizáveis, podendo 
levantar se não afetar a estrutura. 
DE MÁ-FE 
- NECESSÁRIAS: Ressarcimento, sem direito de 
retenção. 
- VOLUPTUÁRIAS: Não são indenizáveis e não 
tem direito de levantar. 
NA LEI DE LOCAÇÕE 
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em 
contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas 
pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo 
locador, bem como as úteis, desde que 
autorizadas, serão indenizáveis e permitem o 
exercício do direito de retenção. 
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão 
indenizáveis, podendo ser levantadas pelo 
locatário, finda a locação, desde que sua retirada 
não afete a estrutura e a substância do imóvel. 
SALVO EXPRESSA DISPOSIÇÃO CONTRATUAL 
EM CONTRÁRIO - (SÚMULA 335 STJ - Nos 
contratos de locação, é válida a cláusula de 
renúncia à indenização das benfeitorias e ao 
direito de retenção.): 
- NECESSÁRIAS: Indenização e direito de 
retenção, mesmo que não autorizada. 
- ÚTEIS: Indenização e direito de retenção, desde 
que autorizada. 
- VOLUPTUÁRIAS: Não são indenizáveis, 
podendo levantar se não afetar a estrutura. 
*CUIDADO* 
*Compromissos de Compra e Venda de 
Imóvel Loteado - LEI 6766/79* 
Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por 
inadimplemento do adquirente, as benfeitorias 
necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no 
imóvel deverão ser indenizadas, sendo de nenhum 
efeito qualquer disposição contratual em 
contrário. 
§ 1º Não serão indenizadas as benfeitorias feitas 
em desconformidade com o contrato ou com a lei. 
*É possível o manejo de ação possessória, 
fundada em cláusula resolutiva expressa, 
decorrente de inadimplemento contratual do 
promitente comprador, sendo desnecessário o 
ajuizamento de ação para resolução do contrato. 
(STJ 686/21) 
*CONDOMÍNIO: Os promissários compradores 
têm legitimidade para participar das 
assembleias, ordinária ou extraordinária, desde 
que tenha havido a imissão na posse da unidade 
imobiliária e a cientificação do condomínio 
acerca da transação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.918.949-RJ, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 07/12/2021 
(Info 722). 
*Não cabe o arbitramento de aluguel em 
desfavor da coproprietária vítima de violência 
doméstica, que, em razão de medida protetiva 
de urgência decretada judicialmente, detém o 
uso e gozo exclusivo do imóvel de co-
titularidade do agressor. A imposição judicial de 
uma medida protetiva de urgência - que procure 
cessar a prática de violência doméstica e familiar 
contra a mulher e implique o afastamento do 
agressor do seu lar - constitui motivo legítimo a 
que se limite o domínio deste sobre o imóvel 
utilizado como moradia conjuntamente com a 
vítima, não se evidenciando, assim, eventual 
 
 
 
44 
enriquecimento sem causa, que legitime o 
arbitramento de aluguel como forma de 
indenização pela privação do direito de 
propriedade do agressor. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.966.556-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
08/02/2022 (Info 724). 
*Morador que não é associado da associação de 
moradores nem anuiu expressamente com a 
cobrança não pode ser obrigado a pagar taxa de 
manutenção de loteamento fechado. É inválida a 
cobrança de taxa de manutenção de loteamento 
fechado - por administradora constituída sob a 
forma de associação, de proprietários de lote 
não associados ou que a ela não anuíram 
expressamente - às relações jurídicas 
constituídas antes da entrada em vigor da Lei n. 
13.465/2017 ou de anterior lei municipal. 
A anuência expressa com o encargo pode ser 
manifestada, por exemplo, mediante contrato, 
previsão na escritura pública de compra e venda 
do lote ou de estipulação em contrato-padrão 
depositado no registro imobiliário do 
loteamento. Após a entrada em vigor da Lei nº 
13.465/2017 ou de anterior lei municipal 
disciplinando a matéria, é possível a cobrança, 
por associação de moradores, de taxa de 
manutenção de titulares de direito sobre lotes 
localizados em loteamento de acesso controlado 
desde que, já possuindo lote, adiram ao ato 
constitutivo da associação ou sendo novos 
adquirentes de lotes, o ato constitutivo da 
obrigação esteja registrado no competente 
Registro de Imóveis. Tema 882/STJ e Tema 
492/STF. Na espécie, a associação recorrida foi 
constituída antes da entrada em vigor da Lei nº 
13.465/2017, de modo que não se aplica à 
relação jurídica ora debatida. STJ, REsp 1.991.508-SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, 
julgado em 09/08/2022, DJe 12/08/2022 (Info. 746). 
*Condomínio multipropriedade: O 
multiproprietário pode ceder a fração de tempo 
em locação ou comodato. Pode alienar. Não 
haverá direito de preferência na alienação de 
fração de tempo, salvo se estabelecido em 
contrário. A multipropriedade não se extinguirá 
automaticamente se todas as frações de tempo 
forem do mesmo multiproprietário. A 
transferência do direito de multipropriedade não 
depende da anuência dos demais 
multiproprietários. Cada fração de tempo é 
indivisível. O período correspondente a cada 
fração de tempo será de, no mínimo, 7 dias. 
*Da possibilidade de se discutir a propriedade 
na ação possessória (exceptio proprietatis): 
Há três correntes: 
1ª corrente: ortodoxa: Para essa corrente, não 
há a possibilidade de se discutir propriedade nas 
ações possessórias. 
2ª corrente: Se ambas as partes estão discutindo 
a posse com base na propriedade, o juiz poderia 
analisar a propriedade na fundamentação e não 
no dispositivo. Daí teríamos a incidência da 
súmula 487 STF. A coisa julgada seria só da parte 
da posse e não da propriedade. 
Súmula 487 STF: Será deferida a posse a quem, 
evidentemente, tiver o domínio, se com base 
neste for ela disputada 
3ª corrente: Na ação possessória pode-se 
discutir propriedade indistintamente. 
O professor Carlos Elias alega que o STJ é 
tendencioso na 2ª corrente, ou seja, a ação 
possessória é para discutir posse, mas se ambas 
as partes discutem propriedade, não custa ao 
juiz analisar o aspecto do domínio, desde que 
seja analisada a propriedade na fundamentação. 
* Multipropriedade é o regime de condomínio 
em que cada um dos proprietários de um mesmo 
imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual 
corresponde a faculdade de uso e gozo, com 
exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser 
exercida pelos proprietários de forma alternada 
 
 
 
45 
e não se extingue automaticamente se todas as 
frações de tempo forem do mesmo 
multiproprietário. Não haverá direito de 
preferência na alienação de fração de tempo, 
salvo se estabelecido no instrumento de 
instituição ou na convenção do condomínio em 
multipropriedade em favor dos demais 
multiproprietários ou do instituidor do 
condomínio em multipropriedade. O atraso, por 
parte de instituição financeira, na baixa de 
gravame de alienação fiduciária no registro de 
veículo não caracteriza, por si só, dano moral in 
re ipsa. O reconhecimento da usucapião 
extraordinária, mediante o preenchimento dos 
requisitos específicos, não pode ser obstado em 
razão de a área usucapienda ser inferior ao 
módulo estabelecido em lei municipal. 
*É vedado o uso de unidade condominial com 
destinação residencial para fins de hospedagem 
remunerada, com múltipla e concomitante 
locação de aposentos existentes nos 
apartamentos, a diferentes pessoas, por curta 
temporada. STJ. 4ª Turma. REsp 1819075-RS, Rel. p/ 
acórdão Min. Raul Araújo, julgado em 20/04/2021 (Info 
693). 
NOTA RAIOS: CASO AIRBNB (Vale ressaltar, no 
entanto, que a convenção do condomínio pode 
autorizar a utilização das unidadespara essa 
modalidade de aluguel. Assim, o ponto principal 
a ser analisado é a convenção do condomínio.) 
*Teoria da aparência: incide através da figura 
do administrador tácito ou aparente, que é 
aquele que cria uma falsa aparência de que se 
trata do administrador (síndico). Em razão da 
teoria da aparência, o condômino se 
responsabiliza pelos atos praticados pelo 
administrador tácito, perante terceiros de boa-
fé. O administrador assume o papel de um 
verdadeiro mandatário aparente, pois se 
apresenta aos olhos de todos como se fosse o 
verdadeiro mandatário. 
*Imóvel financiado. Hipoteca. Posse. 
Modificação da natureza jurídica. Benfeitorias. 
Indenização. Possibilidade. Direito de retenção. 
Inexistência. Promovido o leilão do bem pelo 
credor hipotecário, a permanência do mutuário 
no imóvel caracteriza posse de má-fé. Inf. 735 
Situação hipotética: João tomou um empréstimo 
junto à Caixa Econômica para adquirir um 
imóvel, comprometendo-se a pagar a dívida em 
180 prestações. Como garantia, o imóvel ficou 
hipotecado para a Caixa Econômica. Ocorre que, 
por dificuldades financeiras, o adquirente se 
tornou inadimplente. Diante disso, a instituição 
financeira iniciou a execução hipotecária 
extrajudicial e o imóvel foi levado a leilão. No 
caso, quando foi comprado o bem, ainda que 
mediante contrato de financiamento, não havia 
tecnicamente nenhum impedimento para que 
fosse adquirida a propriedade do imóvel, pelo 
que de boa-fé a posse; ao revés, no momento 
em que, em razão do inadimplemento das 
parcelas daquele contrato, a credora hipotecária 
promove o leilão do bem, ao permanecer o 
particular de maneira irregular no imóvel, a 
posse passa a se caracterizar como de má-fé. STJ. 
1ª Turma. AREsp 1.013.333-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, 
julgado em 03/05/2022 (Info 735). 
* Teoria Subjetiva – Savigny. Posse = “corpus” 
+ “animus”. Regra no CC/1916. Usucapião no 
CC/02. Ex. locatário é detentor. 
* Teoria objetiva – Jhering. Posse é “corpus”. 
Poder de fato. Regra no CC/02. Propriedade – 
poder de direito. Ex. locatário é possuidor direto. 
*A posse transmite-se aos herdeiros ou 
legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres (sucessio possessionis). 
*O sucessor universal continua de direito a posse 
do seu antecessor; e ao sucessor singULar é 
facULtado Unir sua posse à do antecessor, para 
efeitos legais. 
 
 
 
46 
a) Sucessio possessionis: há a passagem de um 
patrimônio inteiro, como ocorre na sucessão. É 
posse derivada, conservando a mesma natureza 
da posse anterior. 
Se era injusta, a posse sucedida será também 
injusta. 
b) Acessio possessionis: ocorre sempre inter 
vivos e por meio de relação jurídica, sendo 
facultado aos sucessores singulares unir a sua 
posse à de seu antecessor. 
Tanto a acessio quanto a sucessio são aptas a 
ensejar a usucapião ordinária e a extraordinária. 
*Constituto possessório: é forma de aquisição 
e perda da posse e se verifica quando aquele que 
possuir a posse plena transfere a outrem a posse 
indireta e reserva para si a posse direta. Ex. 
proprietário vira locatório. Ex. quando uma 
pessoa vende um imóvel, mas contrata seu 
aluguel, continuando nele. O comprador passará 
a ter a posse indireta e o alienante perderá a 
posse plena para ter a posse direta. A “cláusula 
constituti” deverá ser expressa no contrato. 
*ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: O credor fiduciário 
de bem imóvel que tem um título executivo em 
seu favor pode optar por propor a execução 
extrajudicial da Lei 9.514/97 ou ajuizar ação de 
execução. 
O credor de dívida garantida por alienação 
fiduciária de imóvel não está obrigado a 
promover a execução extrajudicial de seu crédito 
na forma determinada pela Lei nº 9.514/97. A 
constituição de garantia fiduciária como pacto 
adjeto ao financiamento instrumentalizado por 
meio de Cédula de Crédito Bancário em nada 
modifica o direito do credor de optar por 
executar o seu crédito de maneira diversa 
daquela estatuída na Lei nº 9.514/97 (execução 
extrajudicial). STJ. 3ª Turma. REsp 1.965.973-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 15/02/2022 (Info 
725). 
*É firme o entendimento dessa Corte de que, 
havendo inadimplemento do devedor em 
contrato de alienação fiduciária em garantia de 
bens imóveis, a quitação da dívida deve se dar 
na forma dos arts. 26 e 27 da Lei 9.514/1997 - 
norma posterior e mais específica -, afastando-
se, por consequência, a regra genérica e anterior 
prevista no art. 53, do Código de Defesa do 
Consumidor. Contudo, deve-se observar que, 
diante da ausência de registro do pacto adjeto 
de alienação fiduciária junto ao cartório de 
registro de imóveis competente, não há a 
constituição da garantia na modalidade 
alienação fiduciária, como ressaltado no capítulo 
anterior. Nessa situação, o direito real de 
garantia não se perfectibiliza e, portanto, a 
relação existente entre as contratantes continua 
sendo uma relação de direito pessoal, o que 
afasta, portanto, a incidência do art. 27 da Lei 
9.514/1997, que prevê o leilão extrajudicial para 
a alienação do imóvel. STJ, REsp 1.976.082-DF, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, 
julgado em 09/08/2022, DJe 12/08/2022 (Info. 746). 
*Em contrato de compra e venda de imóvel com 
garantia de alienação fiduciária devidamente 
registrado em cartório, a resolução do pacto, na 
hipótese de inadimplemento do devedor, 
devidamente constituído em mora, deverá 
observar a forma prevista na Lei nº 9.514/97, por 
se tratar de legislação específica, afastando-se, 
por conseguinte, a aplicação do Código de 
Defesa do Consumidor. STJ. 2ª Seção. REsp 1.891.498-
SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado 26/10/2022 (Recurso 
Repetitivo – Tema 1095) (Info 755). 
INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA: *ENUNCIADO 
653 – Art. 483: “O quadro-resumo a que se refere 
o art. 35-A da Lei n. 4.591/1964 é obrigação do 
incorporador na alienação de imóveis em fase de 
construção ou já construídos”. 
Justificativa: A Lei n. 13.786/2018 incluiu na Lei 
n. 4.591/1964, que trata das incorporações 
imobiliárias, o art. 35-A, que prevê a 
 
 
 
47 
obrigatoriedade de inserção, nos contratos de 
compra e venda, promessa de venda, cessão ou 
promessa de cessão de unidades autônomas 
integrantes de incorporação imobiliária, do 
quadro-resumo, que deverá conter os itens 
exigidos nos incisos do citado dispositivo. 
A expressão "unidades autônomas integrantes 
de incorporação imobiliária" tem gerado dúvida 
no sentido de se interpretar que o quadro-
resumo só é obrigatório nos contratos em que o 
objeto da venda seja a unidade autônoma ainda 
em construção. 
Embora o imóvel objeto da incorporação já 
esteja pronto, a primeira realizada pelo 
incorporador ao adquirente-consumidor é 
objeto de relação de consumo. Assim, todos os 
itens exigidos para o quadro-resumo (art. 35-A) 
devem constar também nos contratos de 
compra e venda, promessa de venda, cessão ou 
promessa de cessão de unidades autônomas, 
ainda que o imóvel já esteja pronto e a obra já 
devidamente averbada, tendo em vista o 
princípio da boa-fé objetiva e da transparência. 
Dispensa-se apenas os itens que digam respeito 
à fase de execução da obra, tais como o que se 
encontra previsto nos incisos IX e XII, do art. 35-
A. Fonte: CJF. 
*Não é cabível a adjudicação compulsória de 
imóvel pelos promitentes compradores de 
unidades autônomas adquiridas de 
incorporadora não titular do domínio do terreno 
e sem o devido registro do memorial de 
incorporação no Cartório de Registro de Imóveis. 
Inf. 736. 
*Usufruto legal: Criado por força de lei. 
Exemplo: Art. 1.693 do CC Usufruto constituído 
em favor dos pais em relação aos bens de seus 
filhos menores. É uma espécie de 
contraprestação em razão das obrigações que 
decorrem do poder familiar. 
* ANTICRESE: É um direito real degarantia 
sobre bem imóvel frugíferos (aquele que produz 
frutos). Através da anticrese, o credor anticrético 
vai receber a posse do bem a fim de que possa 
retirar os frutos da coisa e imputá-los no 
pagamento da dívida. O sujeito não retira os 
frutos para si, mas para abater a dívida. Se há 
juros estipulados, ele primeiro abate dos juros, e 
depois do principal. 
*Posse do imóvel x desapropriação: O 
expropriado que detém apenas a posse do 
imóvel tem direito a receber a correspondente 
indenização”. (REsp 1.118.854/SP, 2ª Turma, DJe 
28/10/2009. 
*Informativo nº 613 - 8 de novembro de 2017 - 
TERCEIRA Há perda de objeto da ação de 
usucapião proposta em juízo cível na hipótese 
em que juízo criminal decreta a perda do 
imóvel usucapiendo em razão de ter sido 
adquirido com proventos de crime. 
ARBITRAGEM 
*A impugnação ao cumprimento de sentença 
arbitral, devido à ocorrência dos vícios 
elencados no art. 32 da Lei nº 9.307/96, possui 
prazo decadencial de 90 dias. 
#OBS: Tema já apreciado nos Infos 691 e 709-
STJ. 
*A declaração de nulidade da sentença arbitral 
pode ser pleiteada, judicialmente, por duas vias: 
a) ação declaratória de nulidade de sentença 
arbitral (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96) em 90 
dias; ou 
b) impugnação ao cumprimento de sentença 
arbitral (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/96). Lei 
omissa quanto ao prazo. 
Diante disso, indaga-se: o prazo de 90 dias do 
§ 1º do art. 33 também se aplica para a 
hipótese do § 3º? A impugnação ao 
cumprimento de sentença arbitral também 
 
 
 
48 
deve ser apresentada no prazo de 90 dias? 
Depende: 
• se a parte executada quiser alegar algum dos 
vícios do art. 32 da Lei nº 9.307/96: ela possui o 
prazo de 90 dias. Assim, se já tiver se passado 90 
dias da notificação da sentença, ela não poderá 
apresentar impugnação alegando um dos vícios 
do art. 32. 
Art. 32. É nula a sentença arbitral se: 
I - for nula a convenção de arbitragem; 
II - emanou de quem não podia ser árbitro; 
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei; 
IV - for proferida fora dos limites da convenção de 
arbitragem; 
V - (Revogado pela Lei nº 13.129/2015) 
VI - comprovado que foi proferida por 
prevaricação, concussão ou corrupção passiva; 
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto 
no art. 12, inciso III, desta Lei; e 
VIII - forem desrespeitados os princípios de que 
trata o art. 21, § 2º, desta Lei. 
* mesmo que já tenha se passado o prazo de 90 
dias, a parte ainda poderá alegar uma das 
matérias do § 1º do art. 525 do CPC. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1900136/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
06/04/2021 (Info 691). 
Art. 525 (...) 
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de 
conhecimento, o processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade 
da obrigação; 
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
V - excesso de execução ou cumulação indevida 
de execuções; 
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da 
execução; 
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da 
obrigação, como pagamento, novação, 
compensação, transação ou prescrição, desde que 
supervenientes à sentença. 
*Não é cabível a impugnação ao cumprimento 
da sentença arbitral, com base nas nulidades 
previstas no art. 32 da Lei nº 9.307/96, após o 
prazo decadencial nonagesimal. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.900.136/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
06/04/2021 (Info 691). STJ. 3ª Turma. REsp 1.862.147-MG, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 14/09/2021 
(Info 709). STJ. 3ª Turma. REsp 1.928.951-TO, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 15/02/2022 (Info 727). 
DAS PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS 
CREDITÓRIOS 
*Concurso de credores. Art. 962 do Código Civil. 
Múltiplas penhoras. Idêntico privilégio. Forma de 
rateio. Proporcionalidade em relação ao valor 
dos respectivos créditos. A solvência dos 
créditos privilegiados detidos por credores 
concorrentes (concurso particular) independe de 
se perquirir acerca da anterioridade da penhora, 
devendo o rateio do montante constrito ser 
SÚMULAS 
Súmula STF 149: É imprescritível a ação de 
investigação de paternidade, mas não o é a de 
petição de herança. 
Súmula 412-STJ: A ação de repetição de 
indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se 
ao prazo prescricional estabelecido no Código 
Civil. O prazo prescricional para as ações de 
repetição de indébito relativo às tarifas de 
serviços de água e esgoto cobradas 
indevidamente é de: a) 20 (vinte) anos, na forma 
do art. 177 do Código Civil de 1916; ou b) 10 
(dez) anos, tal como previsto no art. 205 do 
Código Civil de 2002, observando-se a regra de 
direito intertemporal, estabelecida no art. 2.028 
do Código Civil de 2002. STJ. 1ª Seção. REsp 
1.532.514-SP, Rel. Min. Og Fernandes, Primeira Seção, 
julgado em 10/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 603). 
 
 
 
49 
Súmula 487 STF: Será deferida a posse a quem, 
evidentemente, tiver o domínio, se com base 
neste for ela disputada 
 Súmula 642, STJ: O direito à indenização por 
danos morais transmite-se com o falecimento do 
titular, possuindo os herdeiros da vítima 
legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a 
ação indenizatória. 
Súmula 655, STJ: Aplica-se à união estável 
contraída por septuagenário o regime da 
separação obrigatória de bens, comunicando-se 
os adquiridos na constância, quando 
comprovado o esforço comum. 
Súmula 656-STJ: É válida a cláusula de 
prorrogação automática de fiança na renovação 
do contrato principal. A exoneração do fiador 
depende da notificação prevista no art. 835 do 
Código Civil. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 
09/11/2022. 
Súmula 358-STJ: O cancelamento de pensão 
alimentícia de filho que atingiu a maioridade está 
sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, 
ainda que nos próprios autos. 
TESES REPERCUSSÃO GERAL 
Tema 312, RE 580963, julgado em 19/04/2013 - 
É inconstitucional, por omissão parcial, o 
parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 
(Estatuto do Idoso). 
Tema 349, RE 611639, julgado em 21/10/2015 - 
É constitucional o § 1º do artigo 1.361 do Código 
Civil no que revela a possibilidade de ter-se 
como constituída a propriedade fiduciária de 
veículos com o registro do contrato na 
repartição competente para o licenciamento do 
bem. 
Tema 492, RE 695911, julgado em 18/12/2020 - 
É inconstitucional a cobrança por parte de 
associação de taxa de manutenção e 
conservação de loteamento imobiliário urbano 
de proprietário não associado até o advento da 
Lei nº 13.465/17, ou de anterior lei municipal que 
discipline a questão, a partir da qual se torna 
possível a cotização dos proprietários de 
imóveis, titulares de direitos ou moradores em 
loteamentos de acesso controlado, que i) já 
possuindo lote, adiram ao ato constitutivo das 
entidades equiparadas a administradoras de 
imóveis ou (ii) sendo novos adquirentes de lotes, 
o ato constitutivo da obrigação esteja registrado 
no competente Registro de Imóveis. 
Tema 622, RE 898060, julgado em 21/09/2016 - 
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em 
registro público, não impede o reconhecimento 
do vínculo de filiação concomitante baseado na 
origem biológica, com os efeitos jurídicos 
próprios. 
Tema 782, RE 778889, julgado em 10/03/2016 - 
Os prazos da licença adotante não podem ser 
inferiores aos prazos da licença gestante, o 
mesmo valendo para as respectivas 
prorrogações. Em relação à licença adotante, não 
é possível fixar prazos diversos em função da 
idade da criança adotada. 
Tema 786, RE 1010606, julgado em 11/02/2021 
- É incompatível com a Constituição a ideia de 
um direito ao esquecimento, assim entendido 
como o poder de obstar, em razão da passagem 
do tempo, a divulgação de fatos ou dados 
verídicos e licitamente obtidose publicados em 
meios de comunicação social analógicos ou 
digitais. Eventuais excessos ou abusos no 
exercício da liberdade de expressão e de 
informação devem ser analisados caso a caso, a 
partir dos parâmetros constitucionais - 
especialmente os relativos à proteção da honra, 
da imagem, da privacidade e da personalidade 
em geral - e as expressas e específicas previsões 
legais nos âmbitos penal e cível. 
 
 
 
50 
Tema 791, RE 670422, julgado em 15/08/2018 - 
I) O transgênero tem direito fundamental 
subjetivo à alteração de seu prenome e de sua 
classificação de gênero no registro civil, não se 
exigindo, para tanto, nada além da manifestação 
de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer 
tal faculdade tanto pela via judicial como 
diretamente pela via administrativa; II) Essa 
alteração deve ser averbada à margem do 
assento de nascimento, vedada a inclusão do 
termo 'transgênero'; III) Nas certidões do 
registro não constará nenhuma observação 
sobre a origem do ato vedada a expedição de 
certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do 
próprio interessado ou por determinação 
judicial; IV) Efetuando-se o procedimento pela 
via judicial, caberá ao magistrado determinar de 
ofício ou a requerimento do interessado a 
expedição de mandados específicos para a 
alteração dos demais registros nos órgãos 
públicos ou privados pertinentes, os quais 
deverão preservar o sigilo sobre a origem dos 
atos. 
Tema 809, RE 878694, julgado em 10/05/2017 - 
É inconstitucional a distinção de regimes 
sucessórios entre cônjuges e companheiros 
prevista no art. 1.790 do CC/2002, devendo ser 
aplicado, tanto nas hipóteses de casamento 
quanto nas de união estável, o regime do art. 
1.829 do CC/2002. (A mesma tese foi fixada para 
o Tema 498 
Tema 815, RE 422349, julgado em 29/04/2015 - 
Preenchidos os requisitos do art. 183 da 
Constituição Federal, o reconhecimento do 
direito à usucapião especial urbana não pode ser 
obstado por legislação infraconstitucional que 
estabeleça módulos urbanos na respectiva área 
em que situado o imóvel (dimensão do lote). 
Tema 932, RE 828040, julgado em 05/09/2019 - 
O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é 
compatível com o artigo 7º, XXVIII, da 
Constituição Federal, sendo constitucional a 
responsabilização objetiva do empregador por 
danos decorrentes de acidentes de trabalho, nos 
casos especificados em lei, ou quando a 
atividade normalmente desenvolvida, por sua 
natureza, apresentar exposição habitual a risco 
especial, com potencialidade lesiva e implicar ao 
trabalhador ônus maior do que aos demais 
membros da coletividade. 
Tema 985, Repetitivos STJ: O reconhecimento 
da usucapião extraordinária, mediante o 
preenchimento dos requisitos específicos, não 
pode ser obstado em razão de a área 
usucapienda ser inferior ao módulo estabelecido 
em lei municipal. 
Tema 1127, RE 1307334, julgado em 10/03/2022 
- É constitucional a penhora de bem de família 
pertencente a fiador de contrato de locação, seja 
residencial, seja comercial. 
PERGUNTAS E RESPOSTAS 
A - O direito real de habitação exige o registro 
imobiliário? O registro não é exigido. Conforme 
a jurisprudência do STJ, o direito real de 
habitação é decorrente do direito sucessório e, 
ao contrário do direito instituído inter vivos, não 
necessita ser registrado no Cartório de Registro 
de Imóveis. Nesses termos, há direito sucessório 
exercitável desde a abertura da sucessão, de 
sorte que, a partir desse momento, terá o 
cônjuge ou companheiro sobrevivente 
instrumentos processuais para garantir o 
exercício do direito de habitação, inclusive, por 
meio dos interditos possessórios. 
B - A companheira sobrevivente faz jus ao 
direito real de habitação? A companheira faz 
jus ao direito real de habitação. Conforme 
jurisprudência do STJ, ainda que o Código Civil 
tenha silenciado quanto à extensão desse direito 
ao companheiro sobrevivente, a regra contida no 
art. 226, §3º, da Constituição Federal reconhece 
 
 
 
51 
a união estável entre homem e mulher como 
entidade familiar, não se permitindo extrair 
efeitos discriminatórios entre cônjuge e 
companheiro, considerando-se, outrossim, que 
o Supremo Tribunal Federal reconheceu a 
inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC tendo 
em vista a marcante e inconstitucional 
diferenciação entre os regimes sucessórios do 
casamento e da união estável, inclusive na 
hipótese de união homoafetiva. Ademais, ainda 
de acordo com a Corte Superior, o direito real de 
habitação sobre o imóvel que servia de 
residência do casal deve ser conferido ao 
companheiro sobrevivente não apenas quando 
houver descendentes comuns, mas também 
quando concorrerem filhos exclusivos do de 
cujos. 
C - Ainda que tenha adquirido outro imóvel 
residencial com o dinheiro recebido do 
seguro de vida do de cujus, caberia tal direito 
à companheira sobrevivente? O fato de a 
companheira ter adquirido outro imóvel 
residencial com o dinheiro recebido pelo seguro 
de vida do de cujus não resulta exclusão do 
direito real de habitação referente ao imóvel em 
que residia com seu companheiro, ao tempo da 
abertura da sucessão, uma vez que, segundo o 
art. 794 do CC, no seguro de vida, para o caso de 
morte, o capital estipulado não está sujeito às 
dívidas do segurado, nem se considera herança 
para todos os efeitos de direito. Dessa forma, se 
o dinheiro do seguro não se insere no 
patrimônio do de cujus, não há falar em restrição 
ao direito real de habitação, porquanto o imóvel 
adquirido pela companheira sobrevivente não 
faz parte dos bens a inventariar. 
*Em relação à ação de sonegados, responda, 
justificadamente: 
1 – Qual o conceito de sonegados? Qual a sua 
previsão legal? 
Sonegados são os bens que deveriam ter sido 
inventariados ou trazidos à colação, sendo 
ocultados pelo inventariante ou por algum dos 
herdeiros, vale dizer, é tudo aquilo que deveria 
entrar em partilha, porém foi ciente e 
conscientemente omitido na descrição de bens 
pelo inventariante, não restituído pelo mesmo 
por sucessor universal, ou doado a herdeiro e 
não trazido à colação pelo beneficiado pela 
liberalidade. A pena de sonegados encontra 
previsão no art. 1.992, do CCB 2002, de sorte que 
vem a ser uma sanção ou penalidade civil 
imposta para os casos mencionados, de 
ocultação de bens da herança, gerando a perda 
do direito sobre os bens ocultados. 
2 – Qual o pressuposto para aplicação da pena 
de perda do direito sobre os bens sonegados? 
A intenção de ocultação dos bens pelo 
inventariante ou dos herdeiros é pressuposto 
para aplicação da pena de perda do direito sobre 
os bens sonegados. Ademais, para que haja 
interesse processual para propositura de ação de 
sonegados, é necessário que haja uma 
declaração da inventariante no sentido de não 
existir mais nada a acrescer ao inventário. Cabe 
menção ao recente entendimento do STJ, no 
sentido de que é possível aplicar a pena de 
perdimento da herança aos herdeiros, ainda que 
estes não tenham sido interpelados 
pessoalmente, quando comprovados o 
conhecimento acerca da ocultação de bens da 
herança e o dolo existente na conduta de 
sonegação desses bens 
3 - Imóvel omitido em ação de inventário 
pode ser bloqueado se houver suspeita de 
sonegação? Cite exemplo. 
É possível, ainda que tenha transcorrido todo o 
processo de inventário, caso não haja a 
comunicação nos autos quanto à existência de 
eventual bem que deveria ter sido inventariado 
ou trazido à colação. A título de exemplo, cite-se 
 
 
 
52 
bem doado por ascendente à descendente, o 
que importa adiantamento da legítima, 
consoante art. 544 do Código Civil, e que o 
obriga, para igualar as legítimas, a conferir o 
valor da mencionada liberalidade, sob pena de 
sonegação, especialmente se a medidacautelar 
não acarretar prejuízo ao herdeiro supostamente 
beneficiado. 
*Conceitue o abuso de direito, aponte seu 
fundamento legal no Código Civil e cite suas 
modalidades específicas, conceituando-as: 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: Trata-se de 
modalidade de responsabilidade civil 
extracontratual (ou aquiliana) prevista no art. 
187, do CC. Pela análise do dispositivo, conclui-
se que a definição do abuso de direito está 
baseada em quatro cláusulas gerais que devem 
ser preenchidas pelo Juiz no caso concreto, quais 
sejam: fim social, fim econômico, boa-fé e bons 
constumes. É considerado, portanto, um ato 
jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício, 
levado a efeito sem a devida regularidade, 
acarreta um resultado que se considera ilícito. 
Em outros termos, o ato é lícito pelo conteúdo; 
porém, ilícito pelas consequências. Apontam-se 
como principais modalidades específicas: 1) 
proibição do comportamento contraditório, que 
surge da violação ao princípio da confiança, o 
qual obsta que alguém possa contradizer o seu 
próprio comportamento, após ter produzido em 
outra pessoa, por conta de uma conduta inicial, 
uma determinada expectativa; 2) supressio e 
surrectio, de modo que supressio é o fenômeno 
da perda, supressão de determinada faculdade 
jurídica pelo decurso do tempo, ao revés da 
surrectio, que se refere ao fenômeno inverso, 
vale dizer, o surgimento de uma situação de 
vantagem para alguém em razão do não 
exercício, por outrem, de um determinado 
direito, cerceada a possibilidade de vir a exercê-
lo posteriormente; 3) tu quoque, que ocorre 
quando alguém viola uma determinada norma 
jurídica e, posteriormente, busca tirar proveito 
da situação, como ocorre, a título de exemplo, na 
exceção de contrato não cumprido; 4) dever de 
mitigar o prejuízo, o qual impõe um 
comportamento ético por parte do credor, 
consistente em não prejudicar o devedor, 
buscando-se evitar o agravamento desse último, 
mediante colaboração na tomada de medidas 
cabíveis para buscar que o dano sofrido se 
restrinja as menores proporções possíveis. 
* O que é a teoria do absenteísmo? “No 
âmbito da teoria da responsabilidade civil, tem 
aplicação no seguro de danos automobilísticos, 
em que o segurado deve se portar como se não 
houvesse seguro em relação ao interesse 
segurado (princípio do absenteísmo). Isso é, 
deve abster-se de tudo que possa incrementar, 
de forma desarrazoada o risco contratual, 
sobretudo se confiar o automóvel a outrem, sob 
pena de haver no âmbito do direito securitário 
uma espécie de “salvo conduto” para terceiros 
que queiram dirigir embriagados, o que feriria a 
função social do contrato de seguro, por 
estimular comportamentos danosos à 
sociedade.” (AgInt. No AREsp. 1.039.613/SP) 
ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS 
*Alteração legislativa: Lei 14.382/2022 (entrou 
em vigor em 28/06/2022) 
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter 
atingido a maioridade civil, requerer pessoalmente 
e imotivadamente a alteração de seu prenome, 
independentemente de decisão judicial, e a 
alteração será averbada e publicada em meio 
eletrônico. 
 • agora, o art. 56 só trata de alteração de 
prenome (o art. 57 disciplina mudança de 
sobrenome). 
• não precisa declarar qualquer motivo (continua 
sendo uma troca imotivada). 
 
 
 
53 
• pode ocorrer a qualquer tempo depois de 
atingida a maioridade civil (depois de 18 anos 
até a morte da pessoa). 
* Atualizações legislativas 
- Revogada a EIRELI 
- Assembleia geral por meio eletrônico 
Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, 
sem prejuízo do previsto em legislação especial e 
em seus atos constitutivos, poderão realizar suas 
assembleias gerais por meio eletrônico, inclusive 
para os fins do disposto no art. 59 deste Código, 
respeitados os direitos previstos de participação e 
de manifestação. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) 
- Prescrição intercorrente 
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o 
mesmo prazo de prescrição da pretensão, 
observadas as causas de impedimento, de 
suspensão e de interrupção da prescrição 
previstas neste Código e observado o disposto no 
art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 
(Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei nº 
14.382, de 2022) 
- Administrador não sócio 
Art. 1.061. A designação de administradores não 
sócios dependerá da aprovação de, no mínimo, 
2/3 (dois terços) dos sócios, enquanto o capital 
não estiver integralizado, e da aprovação de 
titulares de quotas correspondentes a mais da 
metade do capital social, após a integralização. 
(Redação dada pela Lei nº 14.451, de 2022) 
- Mudança de quórum de deliberação na 
Limitada 
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as 
deliberações dos sócios serão tomadas (Redação 
dada pela Lei nº 13.792, de 2019) 
II - pelos votos correspondentes a mais da metade 
do capital social, nos casos previstos nos incisos II, 
III, IV, V, VI e VIII do caput do art. 1.071 deste 
Código; (Redação dada pela Lei nº 14.451, de 2022) 
 
Hipóteses: 
II - a designação dos administradores, quando 
feita em ato separado; 
III - a destituição dos administradores; 
IV - o modo de sua remuneração, quando não 
estabelecido no contrato; 
V - a modificação do contrato social; 
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da 
sociedade, ou a cessação do estado de liquidação; 
VIII - o pedido de concordata. 
- Estabelecimento 
Art. 1142, § 1º O estabelecimento não se 
confunde com o local onde se exerce a atividade 
empresarial, que poderá ser físico ou virtual. 
(Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) 
§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade 
empresarial for virtual, o endereço informado para 
fins de registro poderá ser, conforme o caso, o 
endereço do empresário individual ou o de um 
dos sócios da sociedade empresária. (Incluído pela Lei 
nº 14.382, de 2022) 
§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade 
empresarial for físico, a fixação do horário de 
funcionamento competirá ao Município, 
observada a regra geral prevista no inciso II do 
caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de 
setembro de 2019. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) 
- Designação do objeto social facultativa 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob 
denominação integrada pelas expressões 
‘sociedade anônima’ ou ‘companhia’, por extenso 
ou abreviadamente, facultada a designação do 
objeto social. (Redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) 
Parágrafo único. Pode constar da denominação o 
nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja 
concorrido para o bom êxito da formação da 
empresa. 
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações 
pode, em lugar de firma, adotar denominação 
aditada da expressão ‘comandita por ações’, 
 
 
 
54 
facultada a designação do objeto social. 
(Redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) 
- Condomínio – quórum e assembleia eletrônica 
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois 
terços) dos votos dos condôminos a alteração da 
convenção, bem como a mudança da destinação 
do edifício ou da unidade imobiliária. (Redação dada 
pela Lei nº 14.405, de 2022) 
Art. 1.354-A. A convocação, a realização e a 
deliberação de quaisquer modalidades de 
assembleia poderão dar-se de forma eletrônica, 
desde que: (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022) 
I - tal possibilidade não seja vedada na convenção 
de condomínio; (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022) 
II - sejam preservados aos condôminos os direitos 
de voz, de debate e de voto. (Incluído pela Lei nº 
14.309, de 2022) 
§ 1º Do instrumento de convocação deverá 
constar que a assembleia será realizada por meio 
eletrônico, bem como as instruções sobre acesso, 
manifestação e forma de coleta de votos dos 
condôminos. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022) 
§ 2º A administração do condomínio não poderá 
ser responsabilizada porproblemas decorrentes 
dos equipamentos de informática ou da conexão 
à internet dos condôminos ou de seus 
representantes nem por quaisquer outras 
situações que não estejam sob o seu controle. 
(Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022) 
§ 3º Somente após a somatória de todos os votos 
e a sua divulgação será lavrada a respectiva ata, 
também eletrônica, e encerrada a assembleia 
geral. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022) 
§ 4º A assembleia eletrônica deverá obedecer aos 
preceitos de instalação, de funcionamento e de 
encerramento previstos no edital de convocação e 
poderá ser realizada de forma híbrida, com a 
presença física e virtual de condôminos 
concomitantemente no mesmo ato. (Incluído pela Lei 
nº 14.309, de 2022) 
§ 5º Normas complementares relativas às 
assembleias eletrônicas poderão ser previstas no 
regimento interno do condomínio e definidas 
mediante aprovação da maioria simples dos 
presentes em assembleia convocada para essa 
finalidade. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022) 
§ 6º Os documentos pertinentes à ordem do dia 
poderão ser disponibilizados de forma física ou 
eletrônica aos participantes. (Incluído pela Lei nº 14.309, 
de 2022) 
- Condomínio de Lotes 
Art. 1358-A, § 2º Aplica-se, no que couber, ao 
condomínio de lotes: (Redação dada pela Lei nº 14.382, 
de 2022) 
I - o disposto sobre condomínio edilício neste 
Capítulo, respeitada a legislação urbanística; e 
(Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) 
II - o regime jurídico das incorporações 
imobiliárias de que trata o Capítulo I do Título II da 
Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 
equiparando-se o empreendedor ao incorporador 
quanto aos aspectos civis e registrários. (Incluído 
pela Lei nº 14.382, de 2022) 
- Direito de Laje 
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica 
extinção do direito real de laje, salvo: (Incluído pela 
Lei nº 13.465, de 2017) 
I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; 
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
II - se a construção-base for reconstruída no prazo 
de 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 14.382, de 
2022) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
PROCESSO CIVIL 
* Após a alteração do art. 921, § 5º, do CPC/15, 
promovida pela Lei n. 14.195/2021, o 
reconhecimento da prescrição intercorrente e 
a consequente extinção do processo obstam 
a condenação da parte que deu causa à ação 
ao pagamento de honorários sucumbenciais. 
Info 759/22 STJ. 
* Informativo nº 663 - 14 de fevereiro de 2020 - 
TERCEIRA TURMA – Processo - REsp 1.738.656-
RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 03/12/2019, DJe 
05/12/2019 - Ramo do Direito - DIREITO CIVIL E 
PROCESSUAL CIVIL – Tema - Ação de inventário. 
Negócio jurídico entre os herdeiros. Inexistência 
de celebração de negócio jurídico processual 
atípico (art. 190 do CPC/2015). Objeto e 
abrangência que não podem ser subtraídas do 
Poder Judiciário – DESTAQUE - A fixação de 
determinado valor a ser recebido 
mensalmente pelo herdeiro a título de 
adiantamento de herança não configura 
negócio jurídico processual atípico na forma 
do art. 190, caput, do CPC/2015. 
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR: Cinge-se a 
discussão a definir se a fixação de determinado 
valor a ser recebido mensalmente pelo herdeiro 
a título de adiantamento de herança configura 
negócio jurídico processual atípico na forma do 
art. 190, caput, do CPC/2015. 
O CPC/2015, AO ESTABELECER, EM SEU ART. 
190, CAPUT, UMA CLÁUSULA GERAL DE 
NEGOCIAÇÃO POR MEIO DA QUAL SE 
CONCEDEM ÀS PARTES MAIS PODERES PARA 
CONVENCIONAR SOBRE MATÉRIA 
PROCESSUAL, MODIFICA, SUBSTANCIALMENTE, 
A DISCIPLINA LEGAL SOBRE O TEMA, DE MODO 
QUE, A PARTIR DE SUA ENTRADA EM VIGOR, É 
ADMISSÍVEL A CELEBRAÇÃO DE NEGÓCIOS 
PROCESSUAIS NÃO ESPECIFICADOS NA 
LEGISLAÇÃO, ISTO É, ATÍPICOS. 
Assim, O QUE SE PRETENDE PERMITIR UMA 
MAIOR PARTICIPAÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DAS 
PARTES PARA A OBTENÇÃO DA TUTELA 
JURISDICIONAL EFETIVA, CÉLERE E JUSTA, SEM 
DESPIR O JUIZ, TODAVIA, DE UMA GAMA 
SUFICIENTEMENTE AMPLA DE PODERES 
ESSENCIAIS PARA QUE SE ATINJA ESSE 
RESULTADO. 
Na hipótese, convencionaram os herdeiros que 
todos eles fariam jus a uma retirada mensal para 
custear as suas despesas ordinárias, a ser 
antecipada com os frutos e os rendimentos dos 
bens pertencentes ao espólio, até que fosse 
ultimada a partilha, não tendo havido consenso, 
contudo, quanto ao exato valor da retirada 
mensal de um dos herdeiros, de modo que 
coube ao magistrado arbitrá-lo. 
A CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO PROFERIDO POR 
OCASIÃO DO JULGAMENTO DOS EMBARGOS 
DE DECLARAÇÃO FOI DE QUE A MODIFICAÇÃO 
DO VALOR ARBITRADO JUDICIALMENTE NÃO 
SERIA POSSÍVEL EM VIRTUDE DA CONVENÇÃO 
PROCESSUAL QUE HAVIA SIDO CELEBRADA 
ENTRE AS PARTES. 
OCORRE QUE A SUPERVENIENTE PRETENSÃO 
DO HERDEIRO, QUE BUSCA A MAJORAÇÃO DO 
VALOR QUE HAVIA SIDO ARBITRADO 
JUDICIALMENTE EM MOMENTO ANTERIOR, 
FUNDADA NA POSSIBILIDADE DE AUMENTO 
SEM PREJUÍZO AO ESPÓLIO E NA NECESSIDADE 
DE FIXAÇÃO DE UM NOVO VALOR EM RAZÃO 
DE MODIFICAÇÃO DE SUAS CONDIÇÕES NÃO 
ESTÁ ABRANGIDA PELA CONVENÇÃO 
ANTERIORMENTE FIRMADA. 
ADMITIR QUE O REFERIDO ACORDO, QUE 
SEQUER SE PODE CONCEITUAR COMO UM 
NEGÓCIO PROCESSUAL PURO, POIS O SEU 
OBJETO É O PRÓPRIO DIREITO MATERIAL QUE 
SE DISCUTE E QUE SE PRETENDE OBTER NA 
AÇÃO DE INVENTÁRIO, IMPEDIRIA NOVO 
EXAME DO VALOR A SER DESTINADO AO 
HERDEIRO PELO PODER JUDICIÁRIO, 
 
 
 
56 
RESULTARIA NA CONCLUSÃO DE QUE O JUIZ 
TERIA SE TORNADO IGUALMENTE SUJEITO DO 
NEGÓCIO AVENÇADO ENTRE AS PARTES e, 
como é cediço, O JUIZ NUNCA FOI, NÃO É E 
NEM TAMPOUCO PODERÁ SER SUJEITO DE 
NEGÓCIO JURÍDICO MATERIAL OU 
PROCESSUAL QUE LHE SEJA DADO 
CONHECER NO EXERCÍCIO DA JUDICATURA, 
ESPECIALMENTE PORQUE OS NEGÓCIOS 
JURÍDICOS PROCESSUAIS ATÍPICOS 
AUTORIZADOS PELO NOVO CPC SÃO 
APENAS OS BILATERAIS, ISTO É, ÀQUELES 
CELEBRADOS ENTRE OS SUJEITOS 
PROCESSUAIS PARCIAIS. 
Desse modo, a interpretação acerca do objeto e 
da abrangência do negócio deve ser restritiva, de 
modo a não subtrair do Poder Judiciário o exame 
de questões relacionadas ao direito material ou 
processual que obviamente desbordem do 
objeto convencionado entre os litigantes, sob 
pena de ferir de morte o art. 5º, XXXV, da 
Constituição Federal e do art. 3º, caput, do novo 
CPC. 
* Informativo nº 686 - 1º de março de 2021 - 
QUARTA TURMA – Processo - REsp 1.810.444-
SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, 
por unanimidade, julgado em 23/02/2021 - 
Ramo do Direito - DIREITO PROCESSUAL CIVIL – 
Tema - Negócio jurídico processual. Art. 190 do 
CPC/2015. Limites. Contraditório. 
Vulnerabilidade da parte. Inexistência. Requisito 
de validade. Transação de ato judicial. 
Aquiecência do juiz. Necessidade – DESTAQUE - 
O negócio jurídico processual que transige 
sobre o contraditório e os atos de titularidade 
judicial se aperfeiçoa validamente se a ele 
aquiescer o juiz. 
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR - A 
CONTROVÉRSIA DOS AUTOS CONSISTE NA 
VERIFICAÇÃO DOS POSSÍVEIS LIMITES 
IMPOSTOS PELO DIPLOMA LEGAL AO OBJETO 
DO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL. 
Na hipótese, A QUESTÃO É DEFINIR A 
POSSIBILIDADE DAS PARTES ESTIPULAREM, EM 
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL PRÉVIO, QUE 
HAVERÁ, EM CASO DE INADIMPLEMENTO 
CONTRATUAL, O BLOQUEIO DE ATIVOS 
FINANCEIROS PARA FINS DE ARRESTO E 
PENHORA, EM CARÁTER INAUDITA ALTERA 
PARTE E SEM NECESSIDADE DE SE PRESTAR 
GARANTIA. 
De acordo com a doutrina, o negócio jurídico 
processual é "O INSTRUMENTO POR 
EXCELÊNCIA DA AUTONOMIA PRIVADA, 
CORRESPONDENDO JUSTAMENTE À 
MODALIDADE DE ATO LÍCITO QUE PERMITE AO 
PARTICULAR ESCOLHER OS EFEITOS A SEREM 
PRODUZIDOS, OS QUAIS SERÃO TÃO SOMENTE 
RECONHECIDOS E TUTELADOS PELO 
ORDENAMENTO NA MEDIDA EM QUE SE 
MOSTREM COMPATÍVEIS, ESTRUTURAL E 
FUNCIONALMENTE, COM OS LIMITES DA 
LEGALIDADE". 
O ART. 190 DO CPC/2015 FORMALIZOU A 
ADOÇÃODA TEORIA DOS NEGÓCIOS 
JURÍDICOS PROCESSUAIS, CONFERINDO, 
ASSIM, CERTA FLEXIBILIZAÇÃO 
PROCEDIMENTAL AO PROCESSO, tendo em mira 
a promoção efetiva do direito material discutido. 
É certo que não é de hoje a existência de 
hipóteses isoladas e tipificadas de negócios 
jurídicos processuais. 
Todavia, GANHA DESTAQUE A 
SISTEMATICIDADE COM QUE O NOVO CÓDIGO 
DE PROCESSO CIVIL ARTICULOU UMA 
CLÁUSULA GERAL DE NEGOCIAÇÃO, 
CONSAGRANDO A ATIPICIDADE COMO MEIO 
APTO À ADEQUAÇÃO DAS DEMANDAS ÀS 
ESPECIFICIDADES DA CAUSA E SEGUNDO A 
CONVENIÊNCIA DOS LITIGANTES, sempre, é 
claro, moldada pelos limites impostos pelo 
ordenamento jurídico. 
Assim, NÃO SE SUJEITA A UM JUÍZO DE 
CONVENIÊNCIA PELO JUIZ, PREVISTA A 
 
 
 
57 
RECUSA DE SUA APLICAÇÃO "SOMENTE NOS 
CASOS DE NULIDADE OU DE INSERÇÃO 
ABUSIVA EM CONTRATO DE ADESÃO OU EM 
QUE ALGUMA PARTE SE ENCONTRE EM 
MANIFESTA SITUAÇÃO DE 
VULNERABILIDADE". 
A DOUTRINA PRECONIZA QUE, NADA 
OBSTANTE, QUANDO EVIDENCIADO UM 
CONFLITO ENTRE ALGUMA DAS TÍPICAS 
GARANTIAS PROCESSUAIS FORMADORAS DA 
TUTELA JUSTA (CONTRADITÓRIO, IGUALDADE, 
AMPLA DEFESA) E A MANIFESTAÇÃO VOLITIVA 
DAS PARTES, O MAGISTRADO, DIANTE DO 
CASO CONCRETO, DEVERÁ REALIZAR UM 
EXAME DE PONDERAÇÃO ENTRE OS VALORES 
COLIDENTES. 
No caso, no exercício da função fundamental de 
conferir efetividade às convenções, preservando 
a materialidade da garantia constitucional, 
consideram-se transpostos os limites impostos à 
celebração, em razão de seu objeto. 
Ademais, O OBJETO DE NEGOCIAÇÃO 
INVESTIGADO MERECE REPRIMENDA TAMBÉM 
PELO FATO DE TRANSIGIR SOBRE ATOS DE 
TITULARIDADE JUDICIAL. 
Nessa linha de intelecção, no que respeita ao 
caso concreto, é possível afirmar que TODAS AS 
VEZES QUE A SUPRESSÃO DO 
CONTRADITÓRIO CONDUZIR À 
DESIGUALDADE DE ARMAS NO PROCESSO, O 
NEGÓCIO PROCESSUAL, OU A CLÁUSULA 
QUE PREVIR TAL SITUAÇÃO, DEVERÁ SER 
CONSIDERADO INVÁLIDO. 
Noutro ponto, VISLUMBRANDO O JUIZ, NA 
ANÁLISE DO INSTRUMENTO, QUE A 
TRANSAÇÃO ACERCA DO CONTRADITÓRIO 
NÃO TORNA UMA DAS PARTES 
VULNERÁVEL, DADA AS PECULIARIDADES 
DO CASO, É POSSÍVEL RECONHECER-LHE 
VALIDADE. 
 
* Aplicam-se as regras previstas no CPC/1973 
para o arbitramento de honorários 
advocatícios quando a sentença tenha sido 
proferida na vigência deste diploma, ainda 
que este título judicial venha a ser reformado, 
com a inversão da sucumbência, na vigência 
do CPC/2015. STJ. 4ª Turma. EDcl no AgInt no AREsp 
674270-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 08/11/2022 
(Info 756). 
* A superveniência de sentença no processo 
principal não conduz, necessariamente, à 
perda do objeto do agravo de instrumento 
contra decisão interlocutória do mesmo 
processo, devendo-se considerar em cada caso 
o teor da decisão interlocutória agravada e o 
conteúdo da sentença superveniente para o fim 
de se verificar prejudicialidade. 
CPC – ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA 
- Associação de representação de municípios 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e 
passivamente: (...) 
III - o Município, por seu prefeito, procurador ou 
Associação de Representação de Municípios, 
quando expressamente autorizada; (Redação dada 
pela Lei nº 14.341, de 2022) 
§ 5º A representação judicial do Município pela 
Associação de Representação de Municípios 
somente poderá ocorrer em questões de 
interesse comum dos Municípios associados e 
dependerá de autorização do respectivo chefe 
do Poder Executivo municipal, com indicação 
específica do direito ou da obrigação a ser 
objeto das medidas judiciais. (Incluído pela Lei nº 
14.341, de 2022) 
*DIFERENCIAR CAUSAS DE IMPROCEDÊNCIA 
LIMINAR DO PEDIDO DAS HIPÓTESES DE 
INDEFERIMENTO DA INICIAL* 
1º) IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
(julgamento COM resolução do mérito - art. 
487, I) 
Art. 332, CPC. Nas causas que dispensem a fase 
instrutória, o juiz, independentemente da citação 
 
 
 
58 
do réu, julgará liminarmente improcedente o 
pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça 
sobre direito local. 
2º) INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
(julgamento SEM resolução do mérito - art. 
485, I) 
Art. 330, CPC. A petição inicial será indeferida 
quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 
321. 
* Na tutela cautelar antecedente, o prazo para 
formulação do pedido principal possui natureza 
jurídica decadencial, sendo contados em dias 
corridos. Assim, é decadencial o prazo de 30 
dias para o ajuizamento de ação principal 
oriunda de pedido formulado na tutela 
cautelar antecedente. STJ. 
* Conflito negativo de competência. Juízos 
estadual e federal. Direito à saúde. Não inclusão 
da União. Opção da parte requerente. 
Solidariedade dos entes federados. Competência 
da Justiça Estadual. Em demandas relativas a 
direito à saúde, é incabível ao juiz estadual 
determinar a inclusão da União no polo 
passivo da demanda se a parte requerente 
optar pela não inclusão, ante a solidariedade 
dos entes federados. Inf. 742. 
* Execução de título extrajudicial. Bloqueio on 
line em conta-corrente e poupança. Quantia de 
até 40 (quarenta) salários-mínimos. 
Impenhorabilidade. Art. 833, X, do CPC. É 
possível ao devedor poupar valores sob a 
regra da impenhorabilidade no patamar de 
até quarenta salários-mínimos, não apenas 
aqueles depositados em cadernetas de 
poupança, mas também em conta-corrente 
ou em fundos de investimento, ou guardados 
em papel-moeda. Inf. 742. 
* É válida a penhora do bem de família de 
fiador apontado em contrato de locação de 
imóvel, seja residencial, seja comercial, nos 
termos do inciso VII, do art. 3º da Lei n. 
8.009/1990. Inf. 740. 
* A prerrogativa de prazo em dobro para as 
manifestações processuais também se aplica 
aos escritórios de prática jurídica de 
instituições privadas de ensino superior. Inf. 
740. 
* A interferência do Poder Judiciário em regras 
de elevada especificidade técnica do setor 
elétrico por meio de liminar configura grave 
lesão à ordem e à economia pública, 
justificando o instituto da suspensão de liminar. 
Inf. 739. 
* A mera pendência de ação judicial no Brasil 
não impede a homologação da sentença 
estrangeira, mas a existência de decisão 
judicial proferida no Brasil contrária ao 
conteúdo da sentença estrangeira impede a 
sua homologação. Inf. 739. 
* Nas sentenças que reconheçam o direito à 
cobertura de tratamento médico e ao 
recebimento de indenização por danos 
morais, os honorários advocatícios 
sucumbenciais incidem sobre as condenações 
ao pagamento de quantia certa e à obrigação 
de fazer. Inf. 739. 
 
 
 
59 
* Recuperação judicial. Impugnação à habilitação 
de crédito. Contagem do prazo. Dias corridos. O 
prazo de 10 (dez) dias, previsto no art. 8º da 
Lei n. 11.101/2005, para apresentar 
impugnação à habilitação de crédito, deve ser 
contado em dias corridos. Inf. 739. 
* Litisconsorte passivo. Exclusão. Julgamento 
parcial da lide. Honorários advocatícios 
sucumbenciais. Fixação de forma proporcional a 
matéria decidida. Ofensa ao art. 85, § 2º, do CPC 
não caracterizada. Nas hipóteses de 
julgamento parcial, como ocorre na decisão 
que exclui um dos litisconsortes passivos sem 
por fim a demanda, os honorários devem 
observar proporcionalmente a matéria 
efetivamente apreciada. Inf. 738. 
* Nulidade de processo de demarcação. 
Discussão da posse indígena de terras. 
Litisconsórciopassivo necessário. Comunidade 
indígena. Funai. MPF. A comunidade indígena 
cuja posse fundiária é questionada em ação 
de nulidade de demarcação tem o direito 
subjetivo de ser ouvida no processo, na 
qualidade de litisconsorte passivo necessário. 
Inf. 737. 
* O início da execução de sentença proferida 
em ação coletiva referente à obrigação de 
fazer, em regra, não influi no prazo 
prescricional da execução da obrigação de 
pagar, salvo se reconhecida a dependência na 
decisão transitada em julgado ou no juízo da 
execução. Inf. 736. 
* Execução. Obrigação de fazer e de pagar. 
Pretensões autônomas. Independência dos 
prazos prescricionais. O ajuizamento de 
execução da obrigação de fazer não 
interrompe o prazo para a execução da 
obrigação de pagar. Inf. 729. 
* Na hipótese de desistência da ação de 
desapropriação por utilidade pública, face a 
inexistência de condenação e de proveito 
econômico, os honorários advocatícios 
sucumbenciais observam o valor atualizado 
da causa, assim como os limites da Lei das 
Desapropriações. Inf. 736. 
* Precatórios em favor dos Estados e Municípios. 
FUNDEF/FUNDEB. Juros de mora. Pagamento de 
honorários advocatícios. Possibilidade. Os juros 
de mora incidentes sobre o valor do 
precatório devido pela União em ações 
propostas em favor dos Estados e dos 
Municípios relativos às verbas destinadas ao 
FUNDEF/FUNDEB podem ser utilizados para 
pagamento de honorários advocatícios 
contratuais. Inf. 735. 
* Concurso de credores. Art. 962 do Código Civil. 
Múltiplas penhoras. Idêntico privilégio. Forma de 
rateio. Proporcionalidade em relação ao valor 
dos respectivos créditos. A solvência dos 
créditos privilegiados detidos por credores 
concorrentes (concurso particular) independe 
de se perquirir acerca da anterioridade da 
penhora, devendo o rateio do montante 
constrito ser procedido de forma 
proporcional ao valor dos créditos (art. 962 do 
CC). Inf. 735. 
* Não é cabível extinção da execução pela 
ausência de juntada das avenças anteriores e 
subjacentes ao contrato de confissão de 
dívida. O 
instrumento de confissão de dívida constitui 
título executivo extrajudicial, sendo que a 
possibilidade de discussão dos contratos que 
lhe antecedem não retira a sua força executiva, 
conforme se pode inferir das Súmulas 286 e 
300/STJ. Inf. 735. 
* A falta de indicação expressa da norma 
constitucional que autoriza a interposição do 
recurso especial (alíneas a, b e c do inciso III do 
art. 105 da CF) implica o seu não conhecimento 
pela incidência da Súmula 284 do STF, salvo, 
 
 
 
60 
em caráter excepcional, se as razões recursais 
conseguem demonstrar, de forma inequívoca, a 
hipótese de seu cabimento. Inf. 734. 
* Citação. Pessoa Jurídica. Mudança de endereço 
comunicada à junta comercial. Ausência de 
atualização do endereço no sítio eletrônico da 
internet. Carta citatória entregue no endereço 
antigo. Nulidade. Inaplicabilidade da teoria da 
aparência. Não é possível considerar válida a 
citação de pessoa jurídica em seu antigo 
endereço, cuja mudança fora comunicada à 
Junta Comercial, mas sem alteração no sítio 
eletrônico da empresa. Inf. 734. 
* Gratuidade de justiça. Microempreendedor 
individual - MEI e empresário individual. 
Hipossuficiência financeira. Comprovação. 
Desnecessidade. Impugnação pela parte adversa 
e solicitação de documentos pelo magistrado. 
Possibilidade. A concessão da gratuidade de 
justiça ao microempreendedor individual - 
MEI e ao empresário individual prescinde 
(DISPENSA) de comprovação da 
hipossuficiência financeira. Inf. 734. 
* A prisão civil do devedor de alimentos pode 
ser excepcionalmente afastada, quando a 
técnica de coerção não se mostrar a mais 
adequada e eficaz para obrigá-lo a cumprir 
suas obrigações. Inf. 733. 
* A declaração de ilegalidade de tarifas 
bancárias, com a consequente devolução dos 
valores cobrados indevidamente, em ação 
ajuizada anteriormente com pedido de forma 
ampla, faz coisa julgada em relação ao pedido 
de repetição de indébito dos juros 
remuneratórios incidentes sobre as referidas 
tarifas. Inf. 733. 
* Honorários sucumbenciais. Valores da 
condenação, da causa ou proveito econômico da 
demanda elevados. Fixação por apreciação 
equitativa. Impossibilidade. Tema 1076. I) A 
fixação dos honorários por apreciação 
equitativa não é permitida quando os valores 
da condenação, da causa ou o proveito 
econômico da demanda forem elevados. É 
obrigatória nesses casos a observância dos 
percentuais previstos nos §§ 2º ou 3º do artigo 
85 do CPC - a depender da presença da Fazenda 
Pública na lide, os quais serão 
subsequentemente calculados sobre o valor: (a) 
da condenação; ou (b) do proveito econômico 
obtido; ou (c) do valor atualizado da causa. II) 
Apenas se admite arbitramento de honorários 
por equidade quando, havendo ou não 
condenação: (a) o proveito econômico obtido 
pelo vencedor for inestimável ou irrisório; ou (b) 
o valor da causa for muito baixo. Inf. 730. 
* Existindo interesse jurídico da União no feito, 
na condição de assistente simples, a 
competência afigura-se da Justiça Federal, 
conforme prevê o art. 109, I, da Constituição da 
República, motivo pelo qual compete ao 
Tribunal Regional Federal o julgamento de 
embargos de declaração opostos contra 
acórdão proferido pela Justiça Estadual. Inf. 
731. 
* Nas ações de improbidade administrativa, a 
competência da Justiça Federal é definida em 
razão da presença das pessoas jurídicas de 
direito público previstas no art. 109, I, da 
Constituição Federal na relação processual, e 
não em razão da natureza da verba federal 
sujeita à fiscalização da Tribunal de Contas da 
União. Inf. 724. 
* Ação civil pública. Restituição de valores 
indevidamente pagos a título de empréstimo 
compulsório sobre a aquisição de automóveis. 
Ministério Público. Ilegitimidade ativa ad 
causam. O Ministério Público não tem 
legitimidade ativa para ajuizar ação civil 
pública objetivando a restituição de valores 
indevidamente recolhidos a título de 
 
 
 
61 
empréstimo compulsório sobre aquisição de 
automóveis de passeio e utilitários. Inf. 731. 
* Mando de Segurança. Defesa dos interesses 
transindividuais e do patrimônio público 
material ou imaterial. Ministério Público. 
Legitimidade ativa. O Ministério Público possui 
legitimidade ativa para impetrar Mandado de 
Segurança a fim de promover a defesa dos 
interesses transindividuais e do patrimônio 
público material ou imaterial. Inf. 732. 
* É incabível a interposição de recurso 
ordinário contra apelação em mandado de 
segurança. Inf. 731. 
* Conflito de coisas julgadas. Prevalência da 
última decisão que transitou em julgado. 
Exceção. Execução ou início da execução do 
primeiro título. Prevalência da primeira coisa 
julgada. Nos casos em que já executado o 
título formado na primeira coisa julgada, ou 
se iniciada sua execução, deve prevalecer a 
primeira coisa julgada em detrimento 
daquela formada em momento posterior. Inf. 
728. 
* O Município prejudicado é o legitimado para 
a execução de crédito decorrente de multa 
aplicada por Tribunal de Contas estadual a 
agente público municipal, em razão de danos 
causados ao erário municipal. Inf. 725. 
* O art. 200 do CC/2002 assegura que o prazo 
prescricional não comece a fluir antes do 
trânsito em julgado da sentença penal, 
independentemente do resultado da ação na 
esfera criminal. Inf. 732. 
* O termo inicial dos juros de mora incidentes 
sobre os honorários sucumbenciais dá-se no 
dia seguinte ao transcurso do prazo recursal, 
ainda que interposto recurso manifestamente 
intempestivo. Inf. 731. 
* Interesses individuais homogêneos. Execução 
coletiva. Associação. Legitimidade ativa 
subsidiária. Recuperação fluida (fluid recovery). 
Art. 100 do CDC. A legitimidade subsidiária daassociação e dos demais sujeitos previstos no 
art. 82 do CDC em cumprimento de sentença 
coletiva fica condicionada, passado um ano do 
trânsito em julgado, a não haver habilitação 
por parte dos beneficiários ou haver em 
número desproporcional ao prejuízo, nos 
termos do art. 100 do CDC. Inf. 729. 
* Doação inoficiosa. Ação de nulidade. Prazo 
prescricional. Termo inicial. Regra geral. Data do 
registro do ato jurídico. Flexibilização. Ciência 
inequívoca anterior ao registro. Na ação de 
nulidade de doação inoficiosa, o prazo 
prescricional é contado a partir do registro do 
ato jurídico que se pretende anular, salvo se 
houver anterior ciência inequívoca do 
suposto prejudicado. Inf. 729. 
* A escolha entre a ação de nulidade e a 
impugnação ao cumprimento de sentença em 
nada interfere na cristalização ou não da 
decadência, de modo que, escoado o prazo de 
90 dias para o ajuizamento da ação de nulidade, 
não poderá a parte suscitar as hipóteses de 
nulidade previstas no art. 32 da Lei de 
Arbitragem pela via da impugnação. Inf. 727. 
* Apenas a prescrição superveniente à 
formação do título pode ser alegada em 
cumprimento de sentença. Inf. 726. 
* Anterior coexistência de dívidas. Prescrição. 
Compensação espontânea. Possibilidade. 
Negativa de prova pericial. Cerceamento de 
defesa. A prescrição somente obsta a 
compensação se for anterior ao momento da 
coexistência das dívidas. Inf. 726. 
* A interposição de agravo de instrumento 
contra decisão que, em ação de exclusão de 
sócio, homologa transação quanto à saída da 
 
 
 
62 
sociedade e fixa critérios para apuração dos 
haveres constitui erro grosseiro, inviabilizando 
a aplicação do princípio da fungibilidade 
recursal. Inf. 725. 
* Ação declaratória de reconhecimento de 
indignidade com pedido de exclusão de 
herdeiro. Possibilidade jurídica do pedido. 
Condição da ação no CPC/1973. Questão de 
mérito no CPC/2015. Resolução do processo 
com mérito. Aptidão para formar coisa julgada 
material. Divergência sobre a natureza do rol do 
art. 1.814 do CC/2002 e sobre as técnicas 
hermenêuticas admissíveis para a sua 
interpretação. Pedido juridicamente possível. 
Vedado o julgamento de improcedência liminar. 
É juridicamente possível o pedido de exclusão 
do herdeiro em virtude da prática de ato 
infracional análogo ao homicídio, doloso e 
consumado, contra os pais, à luz da regra do 
art. 1.814, I, do CC/2002. Inf. 725. 
* Cooperativa de crédito. Liquidação pelo Banco 
Central do Brasil. Submissão ao processo de 
falência. Cabimento. Especialidade da Lei n. 
6.024/1974 ante a Lei n. 11.101/2005. É possível 
a submissão de cooperativa de crédito ao 
processo de falência. Inf. 722. 
* Locação comercial. Bem de família oferecido 
em caução. Impenhorabilidade. É impenhorável 
o bem de família oferecido como caução em 
contrato de locação comercial. Inf. 732. 
* Ação civil pública. Legitimidade ativa ad 
causam. Administração pública indireta. 
Pertinência temática. Necessidade. A 
legitimidade ativa na ação civil pública das 
pessoas jurídicas da administração pública 
indireta depende da pertinência temática 
entre suas finalidades institucionais e o 
interesse tutelado. Inf. 731. 
* É possível aplicar alteração jurisprudencial aos 
recursos pendentes. A alteração de 
entendimento jurisprudencial é aplicável aos 
recursos pendentes, ainda que tenham sido 
interpostos antes da mudança 
jurisprudencial. STJ. 3 Turma. AgInt-AREsp 1.996.917/ 
MT, Rel. Min. Moura Ribeiro, DJE 15/06/2022. 
* Para aplicação da multa, prevista no art. 
1.021, § 4º, do CPC, exige-se a configuração 
da manifesta inadmissibilidade ou 
improcedência do recurso. Em regra, descabe a 
imposição da multa, prevista no art. 1.021, § 4º, 
do Código de Processo Civil de 2015, em razão 
do mero improvimento do Agravo Interno em 
votação unânime, sendo necessária a 
configuração da manifesta inadmissibilidade ou 
improcedência do recurso a autorizar sua 
aplicação. STJ. 1ª Turma. AgInt-RMS 68.524; Proc. 
2022/0076557-1; GO; Relª Min. Regina Helena Costa; DJE 
25/05/2022 
* A autocomposição judicial, em qualquer de 
suas modalidades, pode operar-se por (a) 
documento elaborado extrajudicialmente, 
que, uma vez juntado aos autos, dispensa a sua 
redução a termo; por (b) termo elaborado por 
escrivão ou chefe de secretaria (c) durante a 
audiência, quando constará em ata. A 
autocomposição pode ser homologada 
enquanto o processo estiver pendente (art. 139, 
V, CPC). 
* É possível que a autocomposição seja parcial 
- envolva apenas parte do mérito. Nestes casos, 
a homologação judicial, que será possível, 
não implicará a extinção do processo, mas, 
sim, a solução parcial do mérito e o 
prosseguimento da causa para o julgamento do 
restante. Não será, pois, sentença, mas decisão 
interlocutória, impugnável por agravo de 
instrumento (art. 354, par. ún., CPC). 
* Também é possível que a autocomposição 
verse sobre aspecto que esteja fora dos 
limites do objeto litigioso. Nada impede que se 
incorpore à transação, p. ex., outra lide, estranha 
 
 
 
63 
a que está sendo discutida, assim como outros 
sujeitos (art. 515, § 2º, CPC). 
* Essa possibilidade de ampliação do objeto 
litigioso para fim de conciliação enfraqueceu 
a preclusão determinada no art. 329, II, CPC, 
que impõe certa rigidez na alteração objetiva 
da demanda. É que agora, antes ou após a 
citação, pouco importa o momento, é possível 
ampliar o objeto litigioso do processo, ainda que 
apenas para que possa ser objeto de um acordo 
judicial. 
* É possível que a conciliação ocorra fora do 
âmbito do processo de conhecimento. É 
frequente a autocomposição em processo de 
execução (art. 924, III e IV, CPC). 
* É vedado, em embargos de declaração, a 
inovação recursal. É vedado, em embargos de 
declaração, ampliar as questões veiculadas no 
recurso para incluir teses que não foram 
anteriormente suscitadas, ainda que se trate de 
matéria de ordem pública, por configurar 
inovação recursal e revelar falta de 
prequestionamento, pois o cabimento dessa 
espécie recursal restringe-se às hipóteses em 
que existe vício no julgado. STJ. 5 Turma. AgRg no 
AREsp n. 2.075.781/SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, DJe de 
16/5/2022. 
* O prévio recolhimento da multa imposta por 
embargos protelatórios é pressuposto 
recursal objetivo de admissibilidade de 
qualquer impugnação recursal. O prévio 
recolhimento da multa processual imposta com 
base no art. 1.026, § 2º, do CPC é pressuposto 
recursal objetivo de admissibilidade de qualquer 
impugnação recursal. STJ. 2ª Seção. AgInt nos EAREsp 
1.864.501/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 3/05/2022. 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito 
quando um ou mais dos pedidos formulados ou 
parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, 
nos termos do art. 355. 
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito 
poderá reconhecer a existência de obrigação 
líquida ou ilíquida. A decisão somente pode ser 
ilíquida quando a sentença também puder sê-la 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde 
logo, a obrigação reconhecida na decisão que 
julgar parcialmente o mérito, independentemente 
de caução, ainda que haja recurso contra essa 
interposto. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em 
julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que 
julgar parcialmente o mérito poderão ser 
processados em autos suplementares, a 
requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é 
impugnável por agravo de instrumento 
* A Corte Especial do STJ firmou o entendimento 
de que o equívoco na indicação do término do 
prazo recursal contido no sistema eletrônico 
mantido exclusivamente peloTribunal não 
pode ser imputado ao recorrente (EREsp 
1805589/MT, relator Ministro Mauro Campbell 
Marques, Corte Especial, DJe de 25/11/2020). 
Entretanto, também conforme o entendimento 
deste Tribunal Superior, para a prorrogação do 
prazo é necessária a configuração da justa 
causa, que deve ser demonstrada de maneira 
efetiva. 
O STJ também já reconheceu que apenas o 
“print” do sistema não serve para 
efetivamente demonstrar justa causa (AgInt 
no AREsp 1.640.644/MT, Rel. Ministro Gurgel de 
faria, Primeira Turma, julgado em 31/08/2020). 
Diante desse cenário, tem-se exigido que a parte 
recorrente demonstre, de maneira efetiva, a 
justa causa para obter o excepcional 
afastamento da intempestividade recursal. STJ. 
4ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1837057/PR, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 29/3/2022 (Info 733). 
 
 
 
64 
* Não cabe agravo de instrumento contra 
decisão interlocutória que verse sobre 
instrução probatória; também não cabe 
mandado de segurança; essa decisão deverá 
ser impugnada por ocasião da apelação. As 
decisões interlocutórias sobre a instrução 
probatória não são impugnáveis por agravo de 
instrumento ou pela via mandamental, sendo 
cabível a sua impugnação diferida pela via da 
apelação. STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, julgado em 26/10/2021 (Info 715). 
* As intervenções de terceiro cabem no 
procedimento comum do processo de 
conhecimento. Essa é a regra. A assistência, a 
intervenção de amicus curiae e o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica 
também cabem em execução. Há outras 
intervenções de terceiro, exclusivas para o 
processo de execução. Há intervenção de 
terceiro típica para o julgamento de casos 
repetitivos, que é a intervenção do membro de 
grupo. Há leis que vedam intervenções de 
terceiro em determinados procedimentos, 
como é o caso dos processos de controle 
concentrado de constitucionalidade (art. 7º, 
Lei n. 9.868/1999) e no procedimento especial 
para o exercício do direito de resposta ou 
retificação do ofendido (art. 5º, § 2º, III, Lei n. 
13.188/2015). 
* A Defensoria Pública não detém legitimidade 
para impetrar mandado de segurança coletivo. A 
Defensoria Pública não detém legitimidade 
para impetrar mandado de segurança 
coletivo, não se enquadrando no rol taxativo 
dos artigos 5°, LXX, da CF e 21 da Lei 
12.016/2009. STJ. 1ª Turma. RMS 51.949/ES, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, julgado em 23/11/2021. 
* O indeferimento da gratuidade da justiça 
depende de prévia intimação para que a parte 
requerente proceda à juntada de documentos 
hábeis a comprovar a sua hipossuficiência. O 
indeferimento da gratuidade da justiça depende 
de prévia intimação para que a parte requerente 
proceda à juntada de documentos hábeis a 
comprovar a sua hipossuficiência, conforme 
determina o art. 99, § 2º, do CPC/2015. STJ. 1ª 
Turma. AgInt no AgInt no AREsp 1.921.390/SP, Rel. Min. 
Manoel Erhardt (Desembargador Convocado do TRF5ª), 
julgado em 9/05/2022. 
* Falência. É um processo de execução coletiva 
que se caracteriza pela universalidade: os 
credores concorrem em igualdade, respeitada 
a natureza do seu crédito. Embora a menção à 
falência possa ser interpretada restritivamente, 
para abranger apenas a insolvência comercial, 
entende-se que a ressalva constitucional 
também se aplica à insolvência civil e à 
recuperação judicial. 
* O artigo 93, inciso IX, da Constituição 
Federal não determina que o órgão judicante 
se manifeste sobre todos os argumentos 
apresentados pelas partes. O artigo 93, inciso 
IX, da Constituição Federal não determina que o 
órgão judicante se manifeste sobre todos os 
argumentos apresentados pelas partes, mas sim 
que ele explicite as razões que entendeu 
suficientes à formação de seu convencimento. 
STF. Plenário. Ag-RE-AgR 1.374.117-MG. Rel. 
Min. Presidente Luiz Fux, DJE 27/05/2022. 
* Prevalece a segunda certidão de coisa julgada 
para fins de prescrição da pretensão executiva. 
Em caso de coexistência de duas certidões de 
coisa julgada, deve prevalecer a segunda para 
fins de prescrição da pretensão executiva. STJ. 
2 Turma, Resp 1.921.188/DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, 
Julgado em 17/05/2022. 
* O princípio do juiz natural não é absoluto. O 
princípio do juiz natural não é um obstáculo a 
afastamentos justos do juiz que presidiu a 
instrução, tais como aposentadoria, licença 
por motivo de saúde e até mesmo a morte. 
STF. 2ª turma. RHC 212.229 AgR-ED, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 23/05/2022. 
 
 
 
65 
* A adequação jurisdicional do processo deve ser 
precedida de uma intimação às partes, para 
preservar o contraditório e respeitar o modelo 
cooperativo de processo. As partes não podem 
ser surpreendidas com mudanças do 
procedimento, sem que se lhes dê a chance de 
se adaptarem a elas, alterando, se for o caso, 
as suas estratégias processuais. A adequação 
jurisdicional do processo de execução está 
expressamente prevista em três cláusulas gerais 
executivas (arts. 139, IV, 297 e 536, §1 º, CPC). 
* O concurso de preferência entre os entes 
federados na cobrança judicial dos créditos 
tributários e não tributários, previsto no 
parágrafo único do art. 187 da Lei no 5.172/66 
(Código Tributário Nacional) e no parágrafo 
único do art. 29 da Lei no 6.830/80 (Lei de 
Execuções Fiscais), não foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. A Súmula 563 do 
STF [O concurso de preferência a que se refere 
o parágrafo único, do art.187, do Código 
Tributário Nacional, é compatível com o 
disposto no art. 9º, inciso I, da Constituição 
Federal] foi cancelada. O entendimento contido 
na Súmula 497 do STJ [os créditos das 
autarquias federais preferem aos créditos da 
Fazenda estadual desde que coexistam 
penhoras sobre o mesmo bem] está superado. 
STF. Plenário. ADPF 357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 24/6/2021 (Info 1023). 
* O Ministério Público é parte legítima para 
ajuizar ação civil pública contra a cobrança 
abusiva de honorários advocatícios em 
demandas previdenciárias envolvendo pessoa 
idosa. O Ministério Público é parte legítima para 
ajuizar ação civil pública contra a cobrança 
abusiva de honorários advocatícios em 
demandas previdenciárias envolvendo pessoa 
idosa. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1860919/PR, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 25/04/2022. 
* O estacionamento de veículo em vaga 
reservada à pessoa com deficiência não 
configura dano moral coletivo. No caso 
concreto, o condutor estacionou, 
indevidamente, em vaga reservada à pessoa com 
deficiência e, por conta disso, foi multado pela 
autoridade de trânsito. A despeito da relevância 
da tutela coletiva dos direitos da pessoa com 
deficiência ou idosa, não há como se afirmar que 
a conduta em tela tenha agredido, de modo 
intolerável, os valores essenciais da sociedade. 
No caso concreto, não há outros elementos que 
permitam dizer que a conduta do motorista 
tenha atributos de gravidade e intolerabilidade. 
A situação se amolda a uma mera infringência à 
lei de trânsito, o que é insuficiente para a 
caracterização do dano moral coletivo. STJ. 2ª 
Turma. AREsp 1927324-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, 
julgado em 05/04/2022 (Info 732). 
PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE 
O Princípio da Inevitabilidade é analisado sob 
dois aspectos, quais sejam: 
a) Citação – ordem de integração compulsória 
do processo. Ao ser citado é inevitável a 
integração ao processo; 
b) Efeitos da jurisdição – as partes estão em 
“estado de sujeição no processo”. Ou seja, em 
uma situação processual passiva, tendo em vista 
que, inevitavelmente, sujeitam-se à decisão do 
processo. 
* No âmbito do direito privado, é de cinco anos 
o prazo prescricional para ajuizamento da 
execução individual em pedido de 
cumprimento de sentença proferida em ação 
civil pública(Tema 515). STJ. 4ª Turma. EDcl no REsp 
1569684-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 25/10/2022 
(Info 756). 
* DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO. Incorre em 
negativa de prestação jurisdicional o tribunal 
que prolata acórdão que, para resolver a 
controvérsia, apoia-se em princípios jurídicos 
sem proceder à necessária densificação, bem 
como emprega conceitos jurídicos 
 
 
 
66 
indeterminados sem explicar o motivo 
concreto de sua incidência no caso. STJ, REsp 
1.999.967-AP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda 
Turma, por unanimidade, julgado em 17/08/2022 (Info. 
745). 
CITAÇÃO 
A juntada nos autos de simples manifestação 
da União informando o envio de ofício para 
cumprir a liminar, antes de despacho 
determinando a sua citação para responder a 
ação, não configura comparecimento 
espontâneo apto a suprir a falta de citação, 
nos termos do art. 239, § 1º, do CPC. Houve 
quebra de legítima expectativa da União de que 
seria citada para oferta da contestação. Isso 
porque depois de a União ter informado sobre a 
expedição do ofício, o magistrado determinou a 
expedição de mandado de citação, o que não 
aconteceu. STJ. 2ª Turma. REsp 1.904.530-PE, Rel. Min. 
Francisco Falcão, julgado em 08/03/2022 (Info 728). 
Na ação de reintegração exige-se a citação de 
todos os que exercem a posse simultânea do 
imóvel, considerando que são litisconsortes 
passivos necessários. A ausência da citação de 
litisconsorte passivo necessário enseja a 
nulidade da sentença. Na linha da 
jurisprudência desta Corte, o vício na citação 
caracteriza-se como vício transrescisório, que 
pode ser suscitado a qualquer tempo, inclusive 
após escoado o prazo para o ajuizamento da 
ação rescisória, mediante simples petição, por 
meio de ação declaratória de nulidade (querela 
nullitatis) ou impugnação ao cumprimento de 
sentença. STJ, REsp 1.811.718-SP, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 
02/08/2022, DJe 05/08/2022 (Info. 743). 
COMPETÊNCIA 
A competência para julgar mandado de 
segurança contra ato do ato do Controlador-
Geral do Distrito Federal é do juízo de 1ª 
instância (Vara da Fazenda Pública), ele não é 
considerado Secretário de Governo, para fins de 
competência do TJDFT. STJ. 2ª Turma. RMS 57.943-DF, 
Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 08/03/2022 (Info 
728). 
PROCEDIMENTOS 
É inconstitucional lei estadual que institua 
sanções por litigância de má-fé e que altere 
critérios para gratuidade judicial; por outro 
lado, a lei estadual pode fixar custas mais 
elevadas para causas consideradas de alto 
valor ou alta complexidade. STF. Plenário. ADI 
7063/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/6/2022 (Info 
1057). 
O sócio executado possui legitimidade e 
interesse recursal para impugnar a decisão 
que defere o pedido de desconsideração 
inversa da personalidade jurídica dos entes 
empresariais dos quais é sócio. Na 
desconsideração inversa da personalidade 
jurídica, por sua vez, verifica-se que o resultado 
do respectivo incidente pode interferir não 
apenas na esfera jurídica do devedor (decorrente 
do surgimento de eventual direito de regresso 
da sociedade em seu desfavor ou do 
reconhecimento do seu estado de insolvência), 
mas também na relação jurídica de material 
estabelecida entre ele e os demais sócios do ente 
empresarial, como porventura a ingerência na 
affectio societatis. Desse modo, sobressaem o 
interesse e a legitimidade do sócio devedor, 
tanto para figurar no polo passivo do incidente 
de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica, quanto para recorrer da decisão que lhe 
ponha fim, seja na condição de parte vencida, 
seja na condição de terceiro em relação ao 
incidente, em interpretação sistemática dos arts. 
135 e 996 do Código de Processo Civil de 2015, 
notadamente para questionar sobre a presença 
ou não, no caso concreto, dos requisitos 
ensejadores ao deferimento do pedido. STF, REsp 
1.980.607-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira 
Turma, por unanimidade, julgado em 09/08/2022, DJe 
12/08/2022 (Info. 744). 
 
 
 
67 
O comparecimento de advogado com o 
escopo de juntar procurações somente tem o 
condão de configurar comparecimento 
espontâneo se houver, na procuração, 
poderes específicos para receber citação, ou 
para atuação específica naquele processo, o 
que não ocorreu no caso em tela. STJ, RHC 168.440-
MT, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, 
julgado em 16/08/2022 (Info. 745). 
Às entidades beneficentes prestadoras de 
serviços à pessoa idosa, em razão do seu 
caráter filantrópico ou sem fim lucrativo e da 
natureza do público atendido, é assegurado o 
direito ao benefício da assistência judiciária 
gratuita, independentemente da 
comprovação da insuficiência econômica. STJ, 
REsp 1.742.251-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira 
Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022 (Info. 
746). 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Verificada a existência de sucumbência 
recíproca, os honorários e ônus decorrentes 
devem ser distribuídos adequada e 
proporcionalmente, levando-se em 
consideração o grau de êxito de cada um dos 
envolvidos, bem como os parâmetros dispostos 
no art. 85, § 2º, do CPC/2015. STJ, EDcl no AgInt nos 
EDcl no AREsp 1.553.027-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta 
Turma, por unanimidade, julgado em 03/05/2022, DJe 
06/05/2022 (Info 739). 
Os honorários advocatícios de sucumbência, 
quando vencedora a Fazenda Pública, 
integram o patrimônio da entidade estatal, 
não constituindo direito autônomo do 
procurador judicial. Assim, ao contrário do que 
afirmou o agravante, a jurisprudência 
consolidada do STJ é no sentido de que os 
"honorários advocatícios de sucumbência, 
quando vencedora a Fazenda Pública, integram 
o patrimônio da entidade estatal, não 
constituindo direito autônomo do procurador 
judicial, o que viabiliza sua compensação" (RCD 
no REsp 1861943/DF, Rel. Ministro Og 
Fernandes, Segunda Turma, julgado em 
05/10/2021, DJe 26/10/2021), e ainda prevalece 
nos recentes julgados desta Corte. STJ, AgInt no 
AREsp 1.834.717-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 10/05/2022, 
DJe 19/05/2022 (Info 743). 
O STF na ADI 6053/DF declarou a 
constitucionalidade da percepção de 
honorários de sucumbência pelos advogados 
públicos e conferiu interpretação conforme à 
Constituição ao art. 23 da Lei 8.906/1994, ao art. 
85, § 19, da Lei 13.105/2015, e aos arts. 27 e 29 a 
36 da Lei 13.327/2016, estabelecer que a 
somatória dos subsídios e honorários de 
sucumbência percebidos mensalmente pelos 
advogados públicos não poderá exceder ao 
teto dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal. 
No processo de Mandado de Segurança 
individual, não cabem honorários 
advocatícios, na esteira do disposto no art. 25 
da Lei n. 12.016/2009 e na Súmula 105/STJ, não 
havendo ressalva à fase de cumprimento de 
sentença. AgInt no REsp 1.968.010-DF, Rel. Min. Manoel 
Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), 
Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 09/05/2022, 
DJe 11/05/2022. (Info 753) 
É cabível condenação em honorários 
advocatícios no julgamento de reclamação 
indeferida liminarmente se a reclamante 
recorreu do indeferimento e a parte adversa 
compareceu espontaneamente para 
apresentar contrarrazões. STJ. 2ª Seção. Rcl 41.569-
DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
09/02/2022 (Info 724) 
NULIDADES 
É nulo o processo em que não houve a 
intimação e a intervenção do MP em primeiro 
grau de jurisdição, apesar da presença de 
parte com enfermidade psíquica grave e cujos 
legitimados para pedir a interdição possuem 
 
 
 
68 
conflitos de interesses. Caso adaptado: Maria 
padece de enfermidade psíquica grave 
(esquizofrenia). Ela ajuizou ação de obrigação de 
fazer contraseu ex-cônjuge Eduardo e seus 
filhos Jeferson, Daniel e Michele pedindo que os 
réus fossem condenados a arcar com os custos 
de sua internação em um estabelecimento 
adequado. O Ministério Público não foi intimado 
para intervir no processo. A sentença julgou 
improcedente o pedido. A autora interpôs 
apelação. O MP foi intimado para intervir em 2º 
grau e o TJ/SP manteve a sentença. Três 
conclusões importantes: 
1) O art. 178, II, do CPC, ao prever a 
necessidade de intervenção no processo que 
envolva interesse de incapaz, não se refere 
apenas ao juridicamente incapaz (legal ou 
judicialmente declarado como tal). Essa regra 
abrange, igualmente, o faticamente incapaz. 
Assim, ainda que a autora não estivesse 
declarada formalmente como incapaz, como isso 
já era alegado na petição inicial, era 
indispensável a intimação do MP. 
2) A ausência de intimação do MP em 1º grau 
de jurisdição causou prejuízo concreto 
porque o Parquet poderá ter promovido 
pedido para a interdição da autora. 
3) Em regra, se houve a intervenção do 
Ministério Público em 2º grau, essa 
participação já supre a falta de intimação do 
Parquet no 1º grau de jurisdição. No entanto, 
caso concreto, a intervenção desde o início se 
fazia necessária não apenas para a efetiva 
participação do Parquet na fase instrutória (por 
exemplo, requerendo diligências para melhor 
elucidar a situação econômica dos filhos e a 
suposta impossibilidade de prestar auxílio à 
mãe), mas também para, se necessário, propor a 
ação de interdição apta a, em tese, influenciar 
decisivamente o desfecho desta ação. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.969.217-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 08/03/2022 (Info 729). 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
Nas liquidações de sentença, no âmbito da 
Justiça Federal, a correção monetária deve ser 
calculada segundo os índices indicados no 
Manual de Orientação de Procedimentos para 
os Cálculos da Justiça Federal para os meses 
nos quais houve expurgos inflacionários, salvo 
decisão judicial em contrário. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.904.401-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
07/12/2021 (Info 723). 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
A regra do art. 191 do CPC/1973 - que prevê a 
contagem em dobro dos prazos processuais 
para litisconsortes com procuradores diferentes 
- aplica-se ao prazo de apresentação da 
impugnação ao cumprimento de sentença 
previsto no art. 475-J, § 1º, do CPC/1973. O 
mesmo entendimento vale para o CPC/2015, 
havendo regra expressa nesse sentido no art. 
525, § 3º do atual Código. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.964.438-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
07/12/2021 (Info 723). 
É inconstitucional o cancelamento 
automático — realizado diretamente pela 
instituição financeira oficial depositária e sem 
prévia ciência do beneficiário ou formalização 
de contraditório — de precatórios e RPV 
federais não resgatados em dois anos. A Lei nº 
13.463/2017 tratou sobre os recursos destinados 
aos pagamentos decorrentes de precatórios e de 
RPV federais. O art. 2º, caput e § 1º previu o 
cancelamento de precatórios e RPVs cujos 
valores não tenham sido levantados e estejam 
depositados há mais de dois anos em instituição 
financeira oficial com a transferência dos valores 
depositados para a Conta Única do Tesouro 
Nacional. O STF julgou inconstitucionais o art. 2º, 
caput e o § 1º, da Lei nº 13.463/2017 por infração 
ao princípio da separação dos Poderes (a gestão 
de recursos destinados ao seu pagamento 
incumbe ao Judiciário por decorrência do texto 
constitucional (art. 100, da CF/88), o qual não 
 
 
 
69 
deixou margem limitativa do direito de crédito 
ao legislador infraconstitucional; violação aos 
princípios da segurança jurídica, do respeito à 
coisa julgada (art. 5º, XXXVI) e do devido 
processo legal (art. 5º, LIV), sendo certo que a 
simples previsão da faculdade do credor 
requerer posteriormente a expedição de novo 
ofício requisitório com a conservação da ordem 
cronológica anterior não repara os vícios 
inerentes ao cancelamento. Ademais, como 
nesse momento processual da tutela executiva a 
Fazenda Pública não detém a titularidade da 
quantia, a previsão legal ofende o direito de 
propriedade (art. 5º, XXII), além de conferir 
tratamento mais gravoso ao credor, criando 
distinção que deriva automaticamente do 
decurso do tempo, sem averiguar as reais razões 
do não levantamento do montante, afastando-
se da necessária obediência à isonomia. STF. 
Plenário. ADI 5755/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29 
e 30/6/2022 (Info 1061). 
É devido o pedido de complementação do 
crédito de natureza alimentícia, dotado de 
superpreferência, na forma dos arts. 100, § 2º, da 
CF/1988 e 102, § 2º, do ADCT, com a adoção dos 
limites estabelecidos por lei local que majorou o 
teto para as obrigações de pequeno valor. Nesse 
contexto, o entendimento da jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que 
é "possível que a credora seja beneficiada 
novamente com a antecipação de crédito 
dotado de superpreferência, porquanto se 
trata apenas de complementação do valor 
anteriormente recebido, com base no mesmo 
motivo - idade - e nos exatos limites 
autorizados pelo art. 102, § 2°, do ADCT, sem 
extrapolar o valor permitido" (STJ, RMS 61.180/DF, 
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 
11/10/2019). STJ, RMS 68.549-DF, Rel. Min. Assusete 
Magalhães, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 
02/08/2022 (Info. 743). 
 
ALIMENTOS 
O alimentante pode propor ação de exigir 
contas contra a guardiã do 
menor/alimentado para obtenção de 
informações acerca da destinação da pensão 
paga mensalmente? 
4ª Turma do STJ: SIM 
O poder-dever fiscalizatório do genitor que não 
detém a guarda com exclusividade tem por 
objetivo evitar que ocorram abusos e desvios de 
finalidade no que tange à administração da 
pensão alimentícia. Para isso, esse genitor 
poderá verificar se as despesas e gastos estão 
sendo realizados para manutenção e educação 
da prole. STJ. 4ª Turma. REsp 1.911.030-PR, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 01/06/2021 (Info 699). 
3ª Turma do STJ: NÃO 
O alimentante não possui interesse processual 
em exigir contas da detentora da guarda do 
alimentando porque, uma vez cumprida a 
obrigação, a verba não mais compõe o seu 
patrimônio, remanescendo a possibilidade de 
discussão do montante em juízo com ampla 
instrução probatória. STJ. 3ª Turma. REsp 1767456-MG, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/11/2021 
(Info 720). 
Na cobrança de obrigação alimentar, é 
cabível a cumulação das medidas executivas 
de coerção pessoal e de expropriação no 
âmbito do mesmo procedimento executivo, 
desde que não haja prejuízo ao devedor nem 
ocorra qualquer tumulto processual, ambos a 
serem avaliados pelo magistrado no caso 
concreto. Por outro lado, é recomendável que 
credor especifique, em tópico próprio, a sua 
pretensão ritual em relação a eles, assim 
como o mandado de citação/intimação 
deverá prever as diferentes consequências de 
acordo com as diferentes prestações. A defesa 
do requerido, por sua vez, poderá se dar em 
tópicos ou, separadamente, com a justificação 
 
 
 
70 
em relação as prestações atuais e impugnação 
ou embargos para se opor às prestações 
pretéritas. [...] STJ, Processo sob segredo judicial, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade, 
julgado em 09/08/2022 (Info. 744). 
EXECUÇÃO 
Sobre a penhora de valores depositados em 
conta bancária conjunta, na hipótese de apenas 
um dos titulares é sujeito passivo da execução: 
1) Para fins de execução, em regra, considera-
se que os valores existentes na conta corrente 
conjunta solidária são divididos, em partes 
iguais, entre os cotitulares. 
2) Essa presunção é relativa. A parte exequente 
pode comprovar que o executado temum 
percentual maior e assim conseguir uma 
penhora em percentual superior à presunção. 
De igual modo, o cotitular que não é executado 
pode provar que ele é proprietário de um 
percentual superior ao da mera divisão das 
cotas. 
3) Essa presunção também pode ser afastada 
se houver algum dispositivo de lei ou 
contrato dizendo que, naquele caso, os 
cotitulares são devedores solidários. 
4) Se o exequente for o banco no qual os 
valores estão depositados, será possível a 
penhora da integralidade dos valores. Isso 
porque todos os cotitulares da conta são 
considerados devedores solidários em relação 
ao banco por força do contrato de conta-
corrente. STJ. Corte Especial. REsp 1.610.844-BA, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 15/06/2022 (Tema IAC 12) 
(Info 741). 
O art. 3º da Lei nº 9.469/97, que condiciona a 
concordância do Advogado-Geral da União e 
dirigentes máximos das empresas públicas 
federais com pedido de desistência de ação à 
expressa renúncia ao direito em que se funda 
a ação, não se aplica na execução de título 
judicial. STJ. 1ª Turma. REsp 1.769.643-PE, Rel. Min. Sérgio 
Kukina, julgado em 07/06/2022 (Info 742). 
A propositura da ação revisional pelo devedor 
interrompe o prazo prescricional para o 
ajuizamento da ação executiva. STJ, REsp 
1.956.817-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira 
Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 
17/06/2022 (Info. 743). 
Na execução, o depósito efetuado a título de 
garantia do juízo ou decorrente da penhora 
de ativos financeiros não isenta o devedor do 
pagamento dos consectários de sua mora, 
conforme previstos no título executivo, 
devendo-se, quando da efetiva entrega do 
dinheiro ao credor, deduzir do montante final 
devido o saldo da conta judicial. STJ. Corte Especial. 
REsp 1.820.963-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
19/10/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 677) (Info 755). 
RECURSOS 
Não cabe recurso ordinário em mandado de 
segurança com fundamento no art. 105, 
inciso II, alínea “b”, da Constituição da 
República, na hipótese em que houver a 
concessão da segurança e a parte impugna 
capítulo que havia tão-somente excluído a multa 
cominatória para o cumprimento da liminar. STJ. 
2ª Turma. RMS 69.727-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, julgado em 18/10/2022 (Info 755). (não cabe 
porque o resultado não foi denegatório. DOD 
PLUS Caberia recurso especial, nos termos do art. 
105, III, da CF/88. 
A ausência de assinatura na petição de 
ratificação do recurso de apelação interposto 
prematuramente não o torna inexistente, mas 
revela irregularidade formal que pode ser 
sanada pela parte peticionante, nos termos do 
art. 13 do CPC/1973. STJ. 1ª Turma. REsp 1.712.851-PA, 
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/12/2021 (Info 723). 
Para comprovação de prequestionamento, 
não se admite que a certidão de julgamento, 
 
 
 
71 
de caráter administrativo, subscrita por 
servidor desprovido de poder jurisdicional, 
sirva como integrante do acórdão para 
aferição dos fundamentos do julgado. No caso 
concreto, o acórdão recorrido apenas fez 
referência a um julgamento de outra Turma do 
Tribunal, em processo diverso, que deveria ser 
“acostado” a estes autos. Tal assertiva, porém, 
constou apenas da certidão de julgamento. 
Logo, neste caso, não se pode dizer que o 
Tribunal tenha enfrentado a questão. Não houve, 
portanto, prequestionamento. Não se pode dizer 
sequer que o Tribunal tenha enfrentado a 
questão mediante motivação per relationem. A 
técnica de fundamentação por referência é 
legítima quando o julgador se reportar a 
documento anteriormente lançado nos autos 
tecendo considerações próprias minimamente 
justificadoras da conexão entre os provimentos. 
No caso em tela, a referência é afirmada em ato 
administrativo, reporta-se a decisão externa aos 
autos e não tece nenhuma consideração própria 
justificadora da suposta incorporação. Não se 
preenche, assim, nenhum dos requerimentos 
aptos a tornar legítima a técnica. STJ. 2ª Turma. 
AgInt no REsp 1.809.807-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, 
julgado em 15/02/2022 (Info 725). 
É cabível a interposição de agravo de 
instrumento contra decisões que versem sobre 
o mero requerimento de expedição de ofício 
para apresentação ou juntada de documentos 
ou coisas, independentemente da menção 
expressa ao termo “exibição” ou aos arts. 396 a 
404 do CPC/2015. STJ. 1ª Turma. REsp 1.853.458-SP, Rel. 
Min. Regina Helena Costa, julgado em 22/02/2022 (Info 
726). 
Caso haja pedido de destaque em processos 
com julgamento iniciado no ambiente virtual, 
os votos lançados por ministros que, 
posteriormente, deixarem o exercício do 
cargo, por aposentadoria ou outro motivo, 
serão válidos. STF. Plenário. ADI 5399/SP, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 9/6/2022 (Info 1058). 
No caso concreto, após o julgamento do 
recurso especial, a parte opôs embargos de 
declaração pretendendo prequestionar 
dispositivos constitucionais. Entretanto, não 
cabe ao STJ apreciar a alegada violação a 
dispositivos constitucionais, em sede de recurso 
especial, ainda que para fins de 
prequestionamento, sob pena de usurpação da 
competência do STF, não se mostrando omisso 
o acórdão que deixa de fazê-lo. STJ. 2ª Turma. EDcl 
no AgInt no RMS 66.940-RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, 
julgado em 21/06/2022 (Info 742). 
Não cabe sustentação oral no julgamento de 
agravo regimental no agravo em recurso 
especial, mesmo após a inovação introduzida no 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil pela 
Lei nº 14.365/2022. STJ. 5ª Turma. EDcl no AgRg no 
AREsp 2.170.433. 
Não é cabível a sustentação oral no agravo 
interno interposto contra decisão do 
Presidente do Tribunal que defere ou 
indefere a contracautela em suspensão de 
liminar de sentença ou suspensão de 
segurança. A suspensão de segurança ou a 
suspensão de liminar e de sentença não são 
recursos, muito menos são hipóteses de ação de 
competência originária. Não existe uma nova 
lide (pretensão resistida) havida entre as partes. 
Cuida-se da análise de um efeito (lesão ou não à 
ordem pública em decisão lançada em lide já 
existente) da mesma lide que tramita 
ordinariamente. Ademais, do ponto de vista 
prático, se ação se tratasse, as partes 
necessariamente deveriam ser citadas, o que não 
ocorreu. A suspensão de liminar e sentença é 
mero incidente processual utilizado em favor 
exclusivo do Poder Público, como forma de 
garantir a prevalência da ordem pública, da 
economia pública ou da saúde pública sobre 
interesses privados, quando preenchidos os 
requisitos legais, se naquela lide houver uma 
decisão que possa atingir o coletivo na forma 
preconizada em legislação própria. Portanto, 
 
 
 
72 
formalmente, a alteração legislativa em análise, 
ao conceder a prerrogativa da sustentação oral 
nos recursos interpostos contra decisões 
lançadas nos recursos listados na lei ou em ações 
de competência originária, exclui a extensão da 
possibilidade para os recursos manejados contra 
decisão monocrática nos incidentes de 
suspensão. STJ, QO no AgInt na SLS 2.507-RJ, Rel. Min. 
Humberto Martins, Corte Especial, por unanimidade, 
julgado em 15/06/2022, DJe 22/06/2022 (Info. 743). 
A expansão subjetiva dos efeitos do recurso 
pode ocorrer em três hipóteses: quando (I) há 
litisconsórcio unitário (art. 1.005, caput, c/c o 
art. 117 do CPC/2015); II) há solidariedade 
passiva (art. 1.005, parágrafo único, do 
CPC/2015); e III) a ausência de tratamento 
igualitário entre as partes gerar uma situação 
injustificável, insustentável ou aberrante (art. 
1.005, caput, do CPC/2015). STJ, REsp 1.993.772-PR, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, 
julgado em 07/06/2022, DJe 13/06/2022 (Info. 743). 
Se o embargante invocar, como paradigmas, 
julgado de órgão fracionário de diferente 
Seçãoe também julgado de órgão fracionário 
da mesma Seção que prolatou o acórdão 
embargado, caberá à Corte Especial proferir 
juízo negativo de admissibilidade dos 
embargos de divergência se ausentes seus 
requisitos, somente devendo ser cindido o 
julgamento na hipótese em que for admissível o 
pronunciamento de mérito da Seção à qual estão 
vinculados os órgãos fracionários que proferiram 
os acórdãos paradigma e embargado. STJ, EAREsp 
1.681.737-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, por 
unanimidade, julgado em 03/08/2022, DJe 09/08/2022 
(Info. 744). 
A habilitação de crédito é um incidente 
processual, que tramitará apensado ou 
vinculado ao inventário, sem características 
de ação autônoma. Na vigência da nova 
legislação processual, o pronunciamento 
judicial que versa sobre a habilitação do 
crédito no inventário é uma decisão 
interlocutória e, desse modo, é impugnável 
por agravo de instrumento com base no art. 
1.015, parágrafo único, do CPC/2015. STJ, REsp 
1.963.966-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 03/05/2022, DJe 05/05/2022 
(Info. 744). 
O recurso que insiste em não atacar 
especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida seguidamente é manifestamente 
inadmissível (dupla aplicação do art. 932, III, do 
CPC/2015), devendo ser penalizado com a multa 
prevista no art. 1.021, §4º, do CPC/2015. STJ, AgInt 
no AREsp 2.092.094-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, 
Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022 
(Info. 745). 
Não cabe agravo de instrumento em 
execuções fiscais cujo valor não supera 
cinquenta Obrigações Reajustáveis do 
Tesouro Nacional - ORTNS. (AgInt no AREsp 
1831509/SP, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, 
julgado em 27/09/2021, DJe 07/10/2021). STJ, AREsp 
1.751.847-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, Segunda Turma, 
por unanimidade, julgado em 16/08/2022 (Info. 745). 
Não cabe recurso especial contra acórdão 
proferido pelo Tribunal de origem que fixa 
tese jurídica em abstrato em julgamento do 
IRDR, por ausência do requisito 
constitucional de cabimento de “causa 
decidida”, mas apenas naquele que aplique a 
tese fixada, que resolve a lide, desde que 
observados os demais requisitos constitucionais 
do art. 105, III, da Constituição Federal e dos 
dispositivos do Código de Processo Civil que 
regem o tema. STJ. Corte Especial. REsp 1.798.374-DF, 
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/05/2022 
(Info 737). 
MANDADO DE SEGURANÇA 
Não cabe mandado de segurança contra ato 
de dirigente de federação esportiva, 
sobressaindo o caráter privado dessas 
atividades, declarando-se a ilegitimidade 
passiva a obstar o exame de mérito do mandado 
 
 
 
73 
de segurança. STJ. 4ª Turma. REsp 1.348.503-SE, Rel. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 22/02/2022 (Info 726). 
OUTROS 
Não é possível a Turma Recursal nos Juizados 
Especiais da Fazenda Pública realizar juízo 
prévio de admissibilidade de Pedido de 
Uniformização de Interpretação de Lei (PUIL) 
a ser julgado pelo STJ. De início, cumpre 
destacar que a Lei n. 12.153/2009, que trata dos 
Juizados Especiais da Fazenda Pública, disciplina 
um sistema próprio de uniformização 
jurisprudencial, mediante o denominado pedido 
de uniformização de interpretação de lei, o qual 
poderá ser processado e julgado tanto pelo 
Poder Judiciário local quanto pelo Superior 
Tribunal de Justiça, a depender da divergência 
apontada. Se instaurada entre acórdãos de 
Turmas Recursais de um mesmo Estado, o 
pedido será apreciado pela reunião dessas 
Turmas Recursais, sob a presidência de um 
desembargador indicado pelo Tribunal de 
Justiça (art. 18, § 1º); se instaurada entre 
acórdãos de Turmas Recursais de diferentes 
Estados ou quando o acórdão recorrido estiver 
em desacordo com súmula do STJ, a este caberá 
decidir (art. 18, § 3º). Esta, na hipótese de o STJ 
decidir a reclamação, não prevê juízo prévio de 
admissibilidade pela turma recursal, cabendo-
lhe apenas processar o pedido, intimar a parte 
recorrida para responder ao reclamo e, depois 
disso, remeter os autos ao STJ. No caso, o 
Incidente de Uniformização de Interpretação de 
Lei não foi admitido por Turma Recursal da 
Fazenda Pública dos Juizados Especiais Estadual 
sob o fundamento de que a matéria não era 
reiterada. Assim, fica evidenciada a usurpação da 
competência do STJ, ante a imposição de óbice 
indevido ao trâmite do Pedido de Uniformização 
de Interpretação de Lei. STJ, Rcl 42.409-RS, Rel. Min. 
Herman Benjamin, Primeira Seção, por unanimidade, 
julgado em 22/06/2022, DJe 29/06/2022 (Info. 743). 
* Na ação em que se requer a concessão do 
benefício de pensão por morte, há 
litisconsórcio passivo necessário e unitário 
entre o administrador do plano de 
previdência complementar e os demais 
beneficiários do falecido participante. REsp 
1.993.030-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 30/09/2022. 
(Info 752) 
* A pré-existência de ações penais 
envolvendo, de um lado, o juiz, e de outro lado, 
a parte ou o seu advogado, é causa típica de 
impedimento (art. 144, IX, do CPC/2015) que 
obsta a eventual decretação de prisão civil por 
dívida de alimentos, ainda que presentes os 
requisitos para adoção da medida coativa 
extrema. Ainda que, nas ações penais públicas 
condicionadas à representação ou nas 
incondicionadas, o juiz não seja, tecnicamente, o 
autor de ação penal em face da parte ou de seu 
advogado, impõe-se o reconhecimento de sua 
suspeição com base no art. 145, I, do CPC/15, 
especialmente quando se depreende do 
contexto fático a existência de evidente 
inimizade. O juiz que reconheceu sua suspeição 
com fundamento em inimizade com a parte ou 
advogado tem a sua neutralidade e 
imparcialidade comprometidas em relação a 
quaisquer processos que os envolvam, ainda que 
a suspeição apenas tenha sido reconhecida em 
um desses processos. STJ. 3ª Turma. HC 762105/SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022 (Info 755). 
* No arrolamento sumário, a homologação da 
partilha ou da adjudicação, bem como a 
expedição do formal de partilha e da carta de 
adjudicação, não se condicionam ao prévio 
recolhimento do imposto de transmissão causa 
mortis, devendo ser comprovado, todavia, o 
pagamento dos tributos relativos aos bens do 
espólio e às suas rendas, a teor dos arts. 659, § 
2º, do CPC/2015 e 192 do CTN. STJ. 1ª Seção. REsp 
1.896.526-DF, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 
26/10/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1074) (Info 755). 
 
 
 
74 
* Ações possessórias imobiliárias = 
competência absoluta. Ex.: ação de 
reintegração de posse. (art. 47, §2º, do CPC: “A 
ação possessória imobiliária será proposta no 
foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta.”) 
* Os tribunais podem, diante do recurso de 
apelação, aplicar a técnica do julgamento 
antecipado parcial do mérito. STJ, REsp 1.845.542-
PR, Terceira Turma. 
* A multa e os honorários advocatícios, no 
cumprimento de sentença (art. 523, § 1º, do 
CPC), serão excluídos apenas se o executado 
depositar voluntariamente a quantia devida 
em juízo, sem condicionar seu levantamento a 
qualquer discussão do débito. REsp 2007874/DF 
* Recebidos os Embargos de Declaração como 
Agravo Interno, dele não se conhece quando a 
parte requerente, intimada a complementar as 
razões recursais, não se manifesta no prazo 
legal (arts. 1.021, § 1º, c/c art. 1.024, § 3º, do 
CPC/2015). AgInt no REsp 2007343 - 2a T- J. 17/10/22. 
MINISTÉRIO PÚBLICO – ACP 
 TEMA 510 DO STJ 
“Não é possível se exigir do Ministério Público 
o adiantamento de honorários periciais em 
ações civis públicas. Ocorre que a referida 
isenção conferida ao Ministério Público em 
relação ao adiantamento dos honorários 
periciais não pode obrigar que o perito exerça 
seu ofício gratuitamente,tampouco transferir ao 
réu o encargo de financiar ações contra ele 
movidas. Dessa forma, considera-se aplicável, 
por analogia, a Súmula n. 232 desta Corte 
Superior ("A Fazenda Pública, quando parte no 
processo, fica sujeita à exigência do depósito 
prévio dos honorários do perito"), a determinar 
que a Fazenda Pública ao qual se acha 
vinculado o Parquet arque com tais despesas.” 
(REsp 1253844 SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/03/2013, DJe 
17/10/2013) 
*Informativo nº 734 - 2 de maio de 2022. - 
CORTE ESPECIAL – Processo - REsp 1.758.708-
MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, por 
unanimidade, julgado em 20/04/2022 - Ramo do 
Direito - DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL – TEMA - AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA. LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA COLETIVA 
PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
ILEGITIMIDADE. INTERRUPÇÃO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO INDIVIDUAL 
DOS CREDORES. INOCORRÊNCIA. MODULAÇÃO 
DOS EFEITOS DA DECISÃO - DESTAQUE - A 
liquidação da sentença coletiva, promovida 
pelo Ministério Público, não tem o condão de 
interromper o prazo prescricional para o 
exercício da pretensão individual de 
liquidação e execução pelas vítimas e seus 
sucessores. 
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR - Cinge-se a 
controvérsia em decidir se a liquidação da 
sentença coletiva, promovida pelo Ministério 
Público, tem o condão de interromper o prazo 
prescricional para o exercício da pretensão 
individual de liquidação e execução pelas vítimas 
e seus sucessores. 
O OBJETO DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
COLETIVA, EXARADA EM AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA QUE VERSA SOBRE DIREITOS 
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS, É MAIS 
AMPLO, PORQUE NELA SE INCLUI A 
PRETENSÃO DO REQUERENTE DE OBTER O 
RECONHECIMENTO DE SUA CONDIÇÃO DE 
VÍTIMA/SUCESSOR E DA EXISTÊNCIA DO 
DANO INDIVIDUAL ALEGADO, ALÉM DA 
PRETENSÃO DE APURAR O QUANTO LHE É 
DEVIDO (QUANTUM DEBEATUR). 
RESSALVADA A HIPÓTESE DA REPARAÇÃO 
FLUIDA DO ART. 100 DO CDC*, O MINISTÉRIO 
PÚBLICO NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA 
PROMOVER A LIQUIDAÇÃO CORRESPONDENTE 
 
 
 
75 
AOS DANOS INDIVIDUALMENTE SOFRIDOS 
PELAS VÍTIMAS OU SUCESSORES, TAMPOUCO 
PARA PROMOVER A EXECUÇÃO COLETIVA DA 
SENTENÇA, SEM A PRÉVIA LIQUIDAÇÃO 
INDIVIDUAL, INCUMBINDO A ESTES - VÍTIMAS 
E/OU SUCESSORES - EXERCER A RESPECTIVA 
PRETENSÃO, A CONTAR DA SENTENÇA 
COLETIVA CONDENATÓRIA. 
Nesse contexto, A ILEGITIMIDADE DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO SE REVELA PORQUE: (i) a 
liquidação da sentença coletiva visa a 
transformar a condenação pelos prejuízos 
globalmente causados em indenizações pelos 
danos particularmente sofridos, TENDO, POIS, 
POR OBJETO OS DIREITOS INDIVIDUAIS 
DISPONÍVEIS DOS EVENTUAIS BENEFICIADOS; 
(ii) A LEGITIMIDADE DAS VÍTIMAS E SEUS 
SUCESSORES PREFERE À DOS ELENCADOS NO 
ROL DO ART. 82 DO CDC, conforme prevê o art. 
99 do CDC; (iii) A LEGITIMAÇÃO PARA 
PROMOVER A LIQUIDAÇÃO COLETIVA É 
SUBSIDIÁRIA, na forma do art. 100 do CDC, E OS 
VALORES CORRESPONDENTES REVERTERÃO EM 
FAVOR DO FUNDO FEDERAL DE DIREITOS 
DIFUSOS, OU DE SEUS EQUIVALENTES EM NÍVEL 
ESTADUAL E/OU MUNICIPAL. 
Ainda que se admita a possibilidade de o 
Ministério Público promover a execução 
coletiva, ESTA EXECUÇÃO COLETIVA A QUE SE 
REFERE O ART. 98 DIZ RESPEITO AOS DANOS 
INDIVIDUAIS JÁ LIQUIDADOS. 
Assim, UMA VEZ CONCLUÍDA A FASE DE 
CONHECIMENTO, O INTERESSE COLETIVO, QUE 
AUTORIZA O MINISTÉRIO PÚBLICO A PROPOR A 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA NA DEFESA DE DIREITOS 
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS, ENQUANTO 
LEGITIMADO EXTRAORDINÁRIO, CEDE LUGAR, 
NUM PRIMEIRO MOMENTO, AO INTERESSE 
ESTRITAMENTE INDIVIDUAL E DISPONÍVEL, 
CUJA LIQUIDAÇÃO NÃO PODE SER PERSEGUIDA 
PELA INSTITUIÇÃO, SENÃO PELOS PRÓPRIOS 
TITULARES. 
NUM SEGUNDO MOMENTO, DEPOIS DE 
PASSADO UM ANO SEM A HABILITAÇÃO DOS 
INTERESSADOS EM NÚMERO COMPATÍVEL 
COM A GRAVIDADE DO DANO, A LEGISLAÇÃO 
AUTORIZA A LIQUIDAÇÃO COLETIVA - e, em 
consequência, a respectiva execução - PELO 
PARQUET, VOLTADA À QUANTIFICAÇÃO DA 
REPARAÇÃO FLUIDA, PORQUE DESSE CENÁRIO 
EXSURGE, NOVAMENTE, O INTERESSE PÚBLICO 
NA PERSEGUIÇÃO DO EFETIVO 
RESSARCIMENTO DOS PREJUÍZOS 
GLOBALMENTE CAUSADOS PELO RÉU, A FIM DE 
EVITAR O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA DO 
FORNECEDOR QUE ATENTOU CONTRA AS 
NORMAS JURÍDICAS DE CARÁTER PÚBLICO, 
LESANDO OS CONSUMIDORES. 
Consequência direta da conclusão de que não 
cabe ao Ministério Público promover a 
liquidação da sentença coletiva para satisfazer, 
um a um, os interesses individuais disponíveis 
das vítimas ou seus sucessores, por se tratar de 
pretensão não amparada no CDC e que foge às 
atribuições institucionais do Parquet, É 
RECONHECER QUE ESSE REQUERIMENTO - 
ACASO SEJA FEITO - NÃO É APTO A 
INTERROMPER A PRESCRIÇÃO PARA O 
EXERCÍCIO DA RESPECTIVA PRETENSÃO PELOS 
VERDADEIROS TITULARES DO DIREITO 
TUTELADO. 
Em homenagem à segurança jurídica e ao 
interesse social que envolve a questão, e diante 
da existência de julgados anteriores desta Corte, 
nos quais se reconheceu a interrupção da 
prescrição em hipóteses análogas à destes autos, 
gerando nos jurisdicionados uma expectativa 
legítima nesse sentido, faz-se a modulação dos 
efeitos desta decisão, com base no § 3º do art. 
927 do CPC/15, para decretar a eficácia 
prospectiva do novo entendimento, atingindo 
apenas as situações futuras, ou seja, as ações civil 
públicas cuja sentença seja posterior à 
publicação deste acórdão. 
 
 
 
76 
Convém alertar que a liquidação das futuras 
sentenças coletivas, exaradas nas ações civis 
públicas propostas pelo Ministério Público e 
relativas a direitos individuais homogêneos, 
deverão ser promovidas pelas respectivas 
vítimas e seus sucessores, independentemente 
da eventual atuação do Parquet, sob pena de se 
sujeitarem os beneficiados à decretação da 
prescrição. 
* É descabida a reclamação ao Superior 
Tribunal de Justiça com fundamento em 
inobservância de acórdão proferido em recurso 
especial em Incidente de Resolução de 
Demandas Repetitivas - IRDR. (STJ, Rcl 43.019-SP, Rel. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, julgado em 
28/09/2022, DJe 03/10/2022 – INFO 758). 
* Não se exige o esgotamento da instância 
ordinária como pressuposto de conhecimento 
da reclamação fundamentada em 
descumprimento de acórdão prolatado em 
Incidente de Assunção de Competência (IAC). 
(STJ, Rcl 40.617-GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
Segunda Seção, julgado em 24/08/2022). 
* Não cabe reclamação para o controle da 
aplicação de entendimento firmado pelo STJ 
em recurso especial repetitivo. Rcl 36.476-SP, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, por maioria, julgado 
em 05/02/2020, DJe 06/03/2020 
* Reclamação: Deve esgotar instância ordinária 
antes de reclamar: 
a) omissão; 
b) ato da administração pública; ex. exige 
depósito prévio em proc. Adm. 
c) julgamento de REsp/RE repetitivos ou RE com 
repercussão geral. 
NÃO cabe reclamação contra LEI. 
* Na execução, o depósito efetuado a título de 
garantia do juízo ou decorrente da penhora 
de ativos financeiros não isenta o devedor do 
pagamento dos consectários de sua mora, 
conforme previstos no título executivo, 
devendo-se, quando da efetiva entrega do 
dinheiro ao credor, deduzir do montante final 
devido o saldo da conta judicial. (STJ, REsp 
1.820.963-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Corte 
Especial, julgado em 19/10/2022 – Tema 677). 
*O indeferimento da petição inicial, quer por 
força do não-preenchimento dos requisitos 
exigidos nos arts. 319 e 320 do CPC/2015, 
quer pela verificação de defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o 
julgamento de mérito, reclama a concessão 
de prévia oportunidade de emenda pelo 
autor, nos termos do art. 321 do CPC/2015. 
(STJ, REsp 2.013.351-PA, Rel. Min. Nancy Andrighi, Segunda 
Seção, julgado em 14/09/2022, DJe 19/09/2022). 
* QUERELA NULLITATIS (AÇÃO 
DECLARATÓRIA). “Ação rescisória. Processual 
civil.Não cabimento de ação rescisória diante 
da nulidade decorrente de vício/inexistência 
de citação. Litisconsorte passivo necessário. 
Proprietário do imóvel. Ação demolitória. Cabível 
ação declaratória – querela nullitatis. 
Inadequação da via eleita. Ação extinta. 
Condenação da parte autora em honorários 
advocatícios e custas processuais. Necessário o 
recolhimento de 5% (cinco por cento) sobre o 
valor da causa nos termos do artigo 488, II, do 
CPC. À unanimidade. 1. De acordo com a 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é 
cabível ação declaratória de nulidade (querela 
nullitatis) para se combater sentença 
proferida com nulidade ou inexistência de 
citação, sendo inadequado o uso da ação 
rescisória. 2. Não estando prevista tal causa de 
pedir dentre as taxativas hipóteses constantes 
dos incisos do art. 485 do CPC, o expediente 
processual adequado para corrigir o suposto 
equívoco praticado no primeiro grau de 
jurisdição é a querela nullitatis. 3. Precedentes 
jurisprudenciais do Superior Tribunal de Justiça. 
4. Ação Rescisória julgada extinta. À 
 
 
 
77 
unanimidade. Prejudicado o Agravo Regimental 
interposto pela parte autora. 5. Condenação da 
parte autora ao pagamento das custas 
processuais e honorários advocatícios, estes 
arbitrados em R$ 500,00 (quinhentos reais). 6. 
Deve, ainda, a parte autora fazer o pagamento 
do depósito de 5% (cinco por cento) sobre o 
valor da causa, conforme previsto no artigo 488, 
II, do Código de Processo Civil” (TJPE, Grupo de 
Câmaras de Direito Público, AGR 3254235/PE, 
Rel. Erik de Sousa Dantas Simões, j. 05.08.2015, 
data de publicação 14.08.2015) 
* Se, na mesma decisão, é reconhecida a 
ilegitimidade passiva de autarquia federal e, 
em razão disso, é determinada a remessa do 
processo para a Justiça Estadual, a 
competência para processar o cumprimento 
quanto aos honorários sucumbenciais nela 
fixados é da Justiça Federal. (STJ, CC 175.883-PR, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, julgado em 
24/08/2022, DJe 26/08/2022). 
Prescrição de petição de herança começa a 
correr mesmo sem prévia investigação de 
paternidade. A Segunda Seção do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), por maioria, decidiu que 
a ausência de prévia propositura da ação de 
investigação de paternidade, que é 
imprescritível, e de seu julgamento definitivo não 
constitui obstáculo para o início da contagem do 
prazo prescricional para o ajuizamento da ação 
de petição de herança. 
No caso dos autos, um homem propôs ação de 
reconhecimento de paternidade post 
mortem com pedido de herança contra os 
herdeiros de seu suposto pai. O inventário foi 
aberto em 1989, mas somente após 22 anos da 
morte do suposto pai, o autor resolveu ajuizar a 
ação com o objetivo de anular a partilha, que já 
havia sido concluída muitos anos antes. 
(Segredo de justiça) 
* Extinta a ação rescisória, por indeferimento 
da petição inicial, sem apreciação do mérito, por 
meio de deliberação monocrática, o relator 
poderá facultar, ao autor, o levantamento do 
depósito judicial previsto no art. 968, II, do 
CPC/2015. (STJ, Processo sob segredo judicial, Rel. Min. 
Marco Buzzi, Segunda Seção, julgado em 10/08/2022). 
* “Não viola a coisa julgada o ajuizamento de 
ação ressarcitória pelo Incra, sob o 
fundamento de que a indenização paga na 
desapropriação foi percebida por quem não 
detinha o domínio do imóvel expropriado”, 
afirmou o relator ao anular as decisões do TRF1 
e determinar o retorno dos autos para que seja 
realizada nova apreciação com base nos 
fundamentos indicados pelo STJ. REsp 1590807 
* PROCESSO CIVIL – AÇÃO POPULAR – STF: São 
imprescritíveis as ações de ressarcimento ao 
erário fundadas na prática de ato doloso 
tipificado na Lei de Improbidade 
Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. 
Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson 
Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 
910). 
Atenção: Lei 4.717. 
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 
(cinco) anos. [Mas o ressarcimento por ato doloso 
é imprescritível.] 
* Sucessão processual – a demanda é contra 
Henrique. Houve a substituição da ré Fernanda 
pelo terceiro adquirente Henrique. 
* Substituição processual (legitimação 
extraordinária) – a demanda continua contra 
Fernanda que estará em nome próprio 
defendendo direito alheio (a coisa é de 
Henrique) . 
* Os Juizados Especiais da Fazenda Pública 
não têm competência para o julgamento de 
ações decorrentes de acidente de trabalho em 
 
 
 
78 
que o Instituto Nacional do Seguro Social 
figure como parte. Tema 1053, Repetitivos STJ. 
* Não cabe Pedido de Uniformização de 
Interpretação de Lei Federal - PUIL em 
questões de direito processual. (STJ, AgInt no PUIL 
1.192-DF, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador 
convocado do TRF5), Primeira Seção, julgado em 
25/05/2022). 
* Na fase de cumprimento de sentença, não há 
óbice à interposição direta do recurso de 
agravo de instrumento contra decisão que 
determina a penhora de bens sem a prévia 
utilização do procedimento de impugnação 
previsto no art. 525, § 11, do CPC/2015. STJ. 3ª 
Turma. REsp 2023890-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 25/10/2022 (Info 757). 
* Conceito jurídico indeterminado: É aquele 
cujo conteúdo, cuja extensão é em larga medida 
incertos, como por exemplo: interesse público, 
dignidade da pessoa humana, preço vil, bem 
comum. No caso do art. 489, § 1º II do CPC, se o 
juiz for aplicar conceito jurídico indeterminado 
em suas decisões, haverá uma dupla 
necessidade: i) função interpretativa, é o juiz 
explicar o que ele entende por aquele conceito; 
ii) função argumentativa, é comprovar qual é a 
relação desse conceito que ele acabou de 
densificar com o caso concreto. 
Art. 489. (...) § 1º Não se considera fundamentada 
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que: (...) II - empregar 
conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso; 
* A ação é composta por três elementos: partes, 
causa de pedir e pedido, os quais são 
responsáveis pela sua identificação, permitindo a 
comparação entre ações, assim teremos: 
• Ações diferentes – partes, causa de pedir e 
pedido diversos; 
• Ações parecidas – um ou dois elementos 
diferentes, acarreta conexão, continência, 
prejudicialidade 
• Mesma ação – todos os elementos são iguais, 
o que acarreta litispendência, perempção, coisa 
julgada. 
Não existe ações iguais, quando os três 
elementos são iguais se trata da mesma ação. 
* Desde que prováveis a existência da relação 
jurídica entre as partes e de documento ou 
coisa que se pretende seja exibido, apurada 
em contraditório prévio, poderá o juiz, após 
tentativa de busca e apreensão ou outra 
medida coercitiva, determinar sua exibição 
sob pena de multa com base no art. 400, 
parágrafo único, do CPC/2015. Tema 1000, 
Repetitivos STJ. 
* Informativo nº 506 - 4 a 17 de outubro de 2012 
- SEGUNDA TURMA - DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL. AÇÃO COLETIVA AJUIZADA POR 
SINDICATO. EXECUÇÃO INDIVIDUAL POR NÃO 
FILIADO - Servidor público integrante da 
categoria beneficiada, desde que comprove 
essa condição, tem legitimidade para propor 
execução individual de sentença proferida em 
ação coletiva, ainda que não ostente a 
condição de filiado ou associado do sindicato 
autor da ação de conhecimento. 
NOS TERMOS DA SÚM. N. 629/STF, AS 
ASSOCIAÇÕES E SINDICATOS, NA QUALIDADE 
DE SUBSTITUTOS PROCESSUAIS, TÊM 
LEGITIMIDADE PARA A DEFESA DOS INTERESSES 
COLETIVOS DE TODA A CATEGORIA QUE 
REPRESENTAM, SENDO DISPENSÁVEL A 
RELAÇÃO NOMINAL DOS AFILIADOS E SUAS 
RESPECTIVAS AUTORIZAÇÕES. 
A COISA JULGADA ORIUNDA DA AÇÃO 
COLETIVA DE CONHECIMENTO PROPOSTA POR 
SINDICATO, NA QUALIDADE DE SUBSTITUTO 
PROCESSUAL, ABARCARÁ TODOS OS 
SERVIDORESDA CATEGORIA, TORNANDO-OS 
 
 
 
79 
PARTES LEGÍTIMAS PARA PROPOR A EXECUÇÃO 
INDIVIDUAL DA SENTENÇA, 
INDEPENDENTEMENTE DA COMPROVAÇÃO DE 
SUA FILIAÇÃO. Precedentes: AgRg no REsp 1.153.359-
GO, DJe 12/4/2010; REsp 1.270.266-PE, DJe 13/12/2011, e 
REsp 936.229-RS, DJe 16/3/2009. AgRg no AREsp 232.468-
DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/10/2012 
* A denunciação é classificada como 
incidente, pois instaurada em processo já 
existente; regressiva, eis que fundada no 
direito de regresso da parte; eventual, porque 
se relaciona com a demanda originária e no 
caso de se constatar que não houve dano ao 
denunciante, a denunciação não terá sentido; e 
antecipada, considerando a economia 
processual. 
* A denunciação a lide encontra amparo no 
direito regressivo da parte que traz o terceiro 
eventualmente responsável pelo ressarcimento 
dos danos ocasionados pelo processo. 
* Colisão entre regra e princípio: Embora a 
questão seja polêmica, prevalecem, a priori, as 
regras, dado que se presume que o legislador, ao 
editá-la, já estabeleceu critério de ponderação 
em abstrato. O princípio, portanto, teria 
aplicação subsidiária. Quando muito, serviria 
como vetor de interpretação (SANTOS, Silas 
Silva. CPC Comentado. RT, 2020). Mas nem 
sempre, há casos em que o princípio pode 
prevalecer sobre a regra. 
Art. 300, § 3º CPC: A tutela de urgência de natureza 
antecipada não será concedida quando houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Essa regra conflita com o princípio da 
inafastabilidade da jurisdição no sentido do 
acesso a uma ordem jurídica justa, de maneira 
que ao analisar o caso concreto o juiz possa 
afastar essa regra para possibilitar o acesso à 
jurisdição e evitar um mal ainda maior caso não 
se conceda aquela tutela de urgência. 
Vide enunciado 25 da ENFAN: “A vedação da 
concessão de tutela de urgência cujos efeitos 
possam ser irreversíveis (art. 300, § 3º, do 
CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto 
com base na garantia do acesso à Justiça (art. 
5º, XXXV, da CRFB).” 
* Nas ações monitórias, havendo conversão do 
mandado monitório em título executivo 
judicial, na forma do art. 701, §2º do CPC, a 
decisão que deferiu o mandado monitório, 
somada à certificação do decurso do prazo sem 
a oposição dos embargos e pagamento, poderá 
ser levada a protesto, depois de transcorrido o 
prazo para pagamento voluntário previsto no 
art. 523 do CPC/15. 
* Não se aplica o art. 308 do CPC/2015, que 
exige o ajuizamento de ação principal no 
prazo de trinta dias, à medida protetiva de 
alimentos deferida com fundamento na Lei n. 
11.340/2006, que possui natureza satisfativa, e 
não cautelar. STJ, RHC 100.446/MG, Terceira Turma 
* A aplicação da garantia de 
impenhorabilidade do valor depositado em 
conta corrente, sem repercussão alguma acerca 
do atributo do valor executado, evidencia erro 
de percepção, autorizando a rescisão do 
julgado, consoante o previsto no art. 485, IX, do 
CPC/1973 
* Pelo PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE, 
tratando-se, a jurisdição, de emanação do 
próprio poder estatal, as partes hão de se 
submeter ao que for decidido pelo órgão 
jurisdicional, posicionando-se em verdadeira 
sujeição perante o Estado-Juiz. Assim, não 
podem as partes evitar os efeitos decorrentes da 
decisão estatal. 
O PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO representa a 
regra de que, no processo, a atuação do juiz 
depende da iniciativa das partes, conforme 
dispõe o artigo 2º do NCPC, segundo o qual “o 
 
 
 
80 
processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
previstas em lei”. 
O PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO determina que 
o processo devido é aquele cujas normas sejam 
adequadas aos direitos que serão tutelados 
(adequabilidade objetiva), aos sujeitos que 
participam do processo (adequabilidade 
subjetiva) e aos fins para os quais foram criados 
(adequabilidade teleológica). 
* O paradigma COOPERATIVO adotado pelo 
CPC/15 traz como decorrência os deveres de 
esclarecimento, de prevenção e de assistência 
ou auxílio. 
* A pretensão executória de obrigações de 
fazer previstas em Termo de ajustamento de 
conduta (TAC) firmado para reparação de danos 
ambientais decorrentes de empreendimento 
imobiliário, quando relacionadas a questões 
meramente patrimoniais, não visando a 
restauração de bens de natureza ambiental, 
sujeita-se à prescrição quinquenal. (STJ 
744/22) 1ª T - AREsp 1.941.907-RJ, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, julgado em 09/08/2022 
* Informativo nº 580 - 2 a 13 de abril de 2016 - 
RECURSOS REPETITIVOS - DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL. TERMO A QUO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL DAS EXECUÇÕES INDIVIDUAIS 
DE SENTENÇA COLETIVA. RECURSO REPETITIVO 
(ART. 543-C DO CPC/1973 E RES. STJ N. 8/2008). 
TEMA 877 - O prazo prescricional para a 
execução individual é contado do trânsito em 
julgado da sentença coletiva, sendo 
desnecessária a providência de que trata o 
art. 94 da Lei n. 8.078/1990. 
O art. 94 do CDC dispõe que, 
"Proposta a ação, será publicado edital no órgão 
oficial, a fim de que os interessados possam 
intervir no processo como litisconsortes, sem 
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de 
comunicação social por parte dos órgãos de 
defesa do consumidor". 
Realmente, ESSA PROVIDÊNCIA (DE AMPLA 
DIVULGAÇÃO MIDIÁTICA) É DESNECESSÁRIA 
EM RELAÇÃO AO TRÂNSITO EM JULGADO DE 
SENTENÇA COLETIVA. 
Isso porque o referido dispositivo DISCIPLINA A 
HIPÓTESE DE DIVULGAÇÃO DA NOTÍCIA DA 
PROPOSITURA DA AÇÃO COLETIVA, PARA QUE 
EVENTUAIS INTERESSADOS POSSAM INTERVIR 
NO PROCESSO OU ACOMPANHAR SEU 
TRÂMITE, NADA ESTABELECENDO, PORÉM, 
QUANTO À DIVULGAÇÃO DO RESULTADO DO 
JULGAMENTO. 
Diante disso, o marco inicial do prazo 
prescricional aplicável às execuções individuais 
de sentença prolatada em processo coletivo é 
contado, ante a inaplicabilidade do art. 94 do 
CDC, a partir do trânsito em julgado da sentença 
coletiva. 
Note-se, ainda, que O ART. 96 DO CDC, 
SEGUNDO O QUAL "TRANSITADA EM JULGADO 
A SENTENÇA CONDENATÓRIA, SERÁ 
PUBLICADO EDITAL, OBSERVADO O DISPOSTO 
NO ART. 93", FOI OBJETO DE VETO PELA 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, o que torna 
infrutífero o esforço de interpretação analógica 
para aplicar a providência prevista no art. 94 com 
o fim de promover a ampla divulgação midiática 
do teor da sentença coletiva transitada em 
julgado, ANTE A IMPOSSIBILIDADE DE O PODER 
JUDICIÁRIO, QUAL LEGISLADOR ORDINÁRIO, 
DERRUBAR O VETO PRESIDENCIAL OU, 
EVENTUALMENTE, CORRIGIR ERRO FORMAL 
PORVENTURA EXISTENTE NA NORMA. 
Assim, EM QUE PESE O CARÁTER SOCIAL QUE SE 
BUSCA TUTELAR NAS AÇÕES COLETIVAS, NÃO 
SE AFIGURA POSSÍVEL SUPRIR A AUSÊNCIA DE 
PREVISÃO LEGAL QUANTO À AMPLA 
DIVULGAÇÃO MIDIÁTICA DO TEOR DA 
SENTENÇA, SEM ROMPER A HARMONIA ENTRE 
OS PODERES. 
 
 
 
81 
Ressalte-se que, embora essa questão não tenha 
sido o tema do REsp 1.273.643-PR (Segunda 
Seção, DJe 4/4/2013, julgado no regime dos 
recursos repetitivos) - no qual se definiu que, 
"No âmbito do Direito Privado, é de cinco anos 
o prazo prescricional para ajuizamento da 
execução individual em pedido de cumprimento 
de sentença proferida em Ação Civil Pública" -, 
percebe-se que a desnecessidade da providência 
de que trata o art. 94 da Lei n. 8.078/1990 foi a 
premissa do julgamento do caso concreto no 
referido recurso, haja vista que, ao definir se 
aquela pretensão executória havia prescrito, 
considerou-se o termo a quo do prazo 
prescricional como a data do trânsito em julgado 
da sentença coletiva. Precedentes citados: AgRg 
no AgRg no REsp 1.169.126-RS, Quinta Turma, DJe 
11/2/2015; AgRg no REsp 1.175.018-RS, Sexta Turma, DJe 
1º/7/2014; AgRg no REsp 1.199.601-AP, Primeira Turma, 
DJe 4/2/2014; e EDcl no REsp 1.313.062-PR, Terceira Turma, 
DJe 5/9/2013). REsp 1.388.000-PR, Rel.Min. Napoleão 
Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Og Fernandes, 
Primeira Seção, julgado em 26/8/2015, DJe 12/4/2016 
O que significa a parte final do parágrafo 3º do 
art. 489 CPC? 
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a 
partir da conjugação de todos os seus elementos 
e em conformidade com o princípio da boa-fé. 
A boa-fé um critério hermenêutico, um 
critério interpretativo. Uma decisão em 
conformidade com o princípio da boa-fé é uma 
decisão que deve ser consentânea com aquilo 
que foi debatido no processo, que seja 
compatível com a legítima expectativa das 
partes, naquilo que foi objeto de discussão no 
processo. E se houver mais de uma interpretação 
possível, que seja aplicada aquela que se 
harmoniza com o que foi debatido e condizente 
com o ordenamento jurídico pátrio. Exemplo: “é 
adequada a inclusão dos honorários periciais em 
conta de liquidação mesmo quando o 
dispositivo de sentença com trânsito em julgado 
condena o vencido, genericamente, ao 
pagamento de custas processuais” (STJ, informativo 
598, REsp. 1.558.185/2017). Em princípio, 
honorários não são custas, mas 
interpretando-se o julgado com a boa-fé, não 
parece razoável aplicar-se custas somente no 
seu significado trivial, mas nas demais 
despesas do processo, incluindo-se os 
honorários periciais. 
* Segundo o inciso VII do art. 1.015, do 
CPC/2015: “cabe agravo de instrumento contra 
as decisões interlocutórias que versarem sobre 
exclusão de litisconsorte”. Essa previsão 
abrange somente a decisão que exclui o 
litisconsorte. Assim, cabe agravo de 
instrumento contra a decisão interlocutória que 
exclui o litisconsorte. Por outro lado, não cabe 
agravo de instrumento contra a decisão que 
indefere o pedido de exclusão de litisconsorte 
(decisão que mantém o litisconsorte). STJ. 3ª 
Turma. REsp 1724453-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 19/03/2019 (Info 644). 
* PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – IAC 1 DO STJ 
Questão submetida a julgamento (julgado em 
27/06/2018. TJ em 24/05/2022). 
1.1. Cabimento de prescrição intercorrente e 
eventual imprescindibilidade de intimação 
prévia do credor; 
1.2. Necessidade de oportunidade para o autor 
dar andamento ao processo paralisado por 
prazo superior àquele previsto para a prescrição 
da pretensão veiculada na demanda. 
TESES FIRMADAS 
1.1. Incide a prescrição intercorrente, nas 
causas regidas pelo CPC/73, quando o 
exequente permanece inerte por prazo 
superior ao de prescrição do direito material 
vindicado, conforme interpretação extraída 
do art. 202, parágrafo único, do Código Civil 
de 2002. 
1.2. O termo inicial do prazo prescricional, na 
vigência do CPC/1973, conta-se do fim do 
 
 
 
82 
prazo judicial de suspensão do processo ou, 
inexistindo prazo fixado, do transcurso de 1 
(um) ano (aplicação analógica do art. 40, § 2º, da 
Lei 6.830/1980). 
1.3. O termo inicial do art. 1.056 do CPC/2015 
tem incidência apenas nas hipóteses em que 
o processo se encontrava suspenso na data da 
entrada em vigor da novel lei processual, uma 
vez que não se pode extrair interpretação que 
viabilize o reinício ou a reabertura de prazo 
prescricional ocorridos na vigência do revogado 
CPC/1973 (aplicação irretroativa da norma 
processual). 
1.4. O contraditório é princípio que deve ser 
respeitado em todas as manifestações do 
Poder Judiciário, que deve zelar pela sua 
observância, inclusive nas hipóteses de 
declaração de ofício da prescrição intercorrente, 
devendo o credor ser previamente intimado para 
opor algum fato impeditivo à incidência da 
prescrição. 
* Conceitos relacionados aos institutos atinentes 
aos precedentes 
• Precedente: é uma decisão judicial 
proferida por um tribunal da qual eu posso 
extrair um elemento normativo generalizável, 
que sirva de base para julgamento de casos 
análogos; 
• Precedentes persuasivos: não são 
vinculantes, mas apenas como fator de 
persuasão, eles indicam qual pode ser uma boa 
solução para aquele caso, mas não vinculam os 
demais órgãos jurisdicionais, como ocorre por 
exemplo em uma decisão isolada da 1ª turma do 
STJ poderia ser indicada como um precedente 
persuasivo; 
Precedentes vinculantes: são decisões judiciais 
das quais possamos extrair o elemento 
normativo que precisa ser seguido. Onde temos 
os precedentes vinculantes? Art. 927 CPC. É 
incorreto falar em jurisprudência vinculante, 
porque o que é vinculante é a norma extraída do 
precedente. 
Jurisprudência: ela é a aplicação reiterada de 
um precedente. Quando eu tenho um 
precedente reiteradamente aplicado eu tenho 
uma jurisprudência; 
Súmulas: são enunciados normativos de uma 
jurisprudência dominante, que por sua vez é a 
reiteração de um precedente. Por isso o correto 
é falar enunciado da súmula do tribunal. 
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da 
decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial 
em sentido diverso. 
Súmula 283 do STF - É inadmissível o recurso 
extraordinário, quando a decisão recorrida 
assenta em mais de um fundamento suficiente 
e o recurso não abrange todos eles. 
Art. 1.026. Os embargos de declaração não 
possuem efeito suspensivo e interrompem o 
prazo para a interposição de recurso. 
Art. 1005. O recurso interposto por um dos 
litisconsortes a todos aproveita, salvo se 
distintos ou opostos os seus interesses. 
A retratação em relação aos recursos apenas 
pode ocorrer quando houver previsão legal. 
Além disso, não são todos os recursos que 
comportam o juízo regressivo ou de retratação. 
*SÃO DOIS OS FUNDAMENTOS DO 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO – I - A 
EXISTÊNCIA DE ESPECÍFICA DETERMINAÇÃO 
LEGAL, EM RAZÃO DO JUÍZO DE CONVINIÊNCIA 
FORMULADO PELO LEGISLADOR; OU II, A 
INCIDIBILIDADE DAS SITUAÇÕES JURÍDICAS 
DE DOIS OU MAIS SUJEITOS (ART. 114 DO 
CPC/ 2015. O SEGUNDO FUNDAMENTO REFERE-
SE AOS CASOS DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO 
ÚNITÁRIO, NOS QUAIS NÃO É POSSÍVEL QUE 
UM SUJEITO DA RELAÇÃO JURÍDICA SUPORTE 
DETERMINADO EFEITO SEM ATIGIR TODOS OS 
QUE DELA PARTICIPAM. 
 
 
 
83 
* Os honorários advocatícios, que possuem 
natureza jurídica de verba alimentícia, se dividem 
em três espécies, quais sejam, os 
convencionados, os fixados por arbitramento 
judicial e os sucumbenciais. Os honorários 
convencionados chamados, também, de 
contrato de honorário, são os fixados através de 
um contrato entre o profissional e seu cliente. Os 
fixados por arbitramento judicial resultam da 
falta de estipulação específica ou de divergência 
entre os sujeitos do contrato de trabalho. Já os 
honorários sucumbenciais são aqueles fixados, 
por ocasião da sentença, em razão do 
acolhimento, total ou parcial, mas em proporção 
maior que o reconhecido ao adversário, 
portanto, não decorrem do direito próprio da 
parte, mas sim, da vitória desta na causa, graças 
ao trabalho prestado pelo advogado. 
* A impugnação ao cumprimento de sentença 
arbitral também deve ser apresentada no 
prazo de 90 dias? Depende: • se a parte 
executada quiser alegar algum dos vícios do art. 
32 da Lei nº 9.307/96: ela possui o prazo de 90 
dias. • mesmo que já tenha se passado o prazo 
de 90 dias, a parte ainda poderá alegar uma das 
matérias do § 1º do art. 525 do CPC. STJ. 2021 (Info 
691). 
* Ato atentatório à dignidade da Justiça (até 
20%) ou 10 x SM 
- cumprir com exatidão as decisões 
jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e 
não criar embaraços à sua efetivação; 
- não praticar inovação ilegal no estado de fato 
de bem ou direito litigioso (pode proibir a parte 
de falar nos autos). 
A multa é revertida ao fundo de 
modernização do Poder Judiciário. 
Exceção: A multa por ato atentatório à dignidade 
da justiça praticado pelo executado no curso da 
execução será revertida em proveito do 
exequente. 
* Litigante de má-fé (1% a 10%) ou 10 x SM 
- deduzir pretensão ou defesa contra textoexpresso de lei ou fato incontroverso; 
- alterar a verdade dos fatos; 
- usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
- opuser resistência injustificada ao andamento 
do processo; 
- proceder de modo temerário em qualquer 
incidente ou ato do processo; 
- provocar incidente manifestamente infundado; 
- interpuser recurso com intuito manifestamente 
protelatório. 
A pena por litigância de má-fé deve ser 
aplicada à parte, e não ao seu advogado, 
ainda que incorra em falta profissional. 
A multa por ED protelatórios é cumulável com 
a sanção prevista de litigância de má-fé. 
É desnecessária a COMPROVAÇÃO de 
prejuízo para que haja condenação ao 
pagamento de indenização por litigância de 
má-fé. 
Litisconsórcio SimpLes e Necessário = Lei e 
relação jurídica divisíveL 
Litisconsórcio Unitário e Necessário = 
iNdivisível. 
Assistência simples ou adesiva: Sendo revel ou 
omisso o assistido, o assistente será considerado 
seu substituto processual. Ex. intervenção do 
sublocatário na ação despejo promovida pelo 
locador contra o locatário. É uma legitimação 
extraordinária subordinada. 
Assistência litisconsorcial ou qualificada: Há 
litisconsórcio facultativo unitário ulterior - o 
assistente litisconsorcial sofrerá os efeitos da 
coisa julgada material, intervindo ou não no 
processo. Não é substituto processual, pois 
defende em nome próprio interesse próprio. É 
 
 
 
84 
admitida na ação popular. Ex. promovida 
demanda por um dos sócios para anulação de 
assembleia, os demais sócios poderão intervir 
como assistentes litisconsorciais. Demanda 
envolvendo condôminos, alienação de coisa 
litigiosa. 
* Improcedência liminar do pedido 
Nas causas que dispensem a fase instrutória, 
o juiz, independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o pedido 
que contrariar: 
I - enunciado de súmula do STF ou do STJ; 
II - acórdão do STF ou STJ em julgamento de 
recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em IRDR ou de IAC; 
IV - enunciado de súmula de TJ/TRF sobre 
direito local. 
- se verificar a ocorrência de decadência ou de 
prescrição (não se exige dispensa da fase 
instrutória). 
Cabe improcedência liminar parcial. Caso 
algum dos pedidos esteja em dissonância com 
entendimento firmado em súmula, repetitivo, 
IAC, IRDR. 
* Liquidação por arbiTramento – perito. 
* O contrato de mútuo bancário ou de 
abertura de crédito FIXO constitui título 
executivo extrajudicial. 
STF: A execução provisória de obrigação de 
fazer em face da Fazenda Pública não atrai o 
regime constitucional dos precatórios. 
* Não cabe RE contra decisão proferida no 
processamento de Precatórios. 
* Não cabe em embargos de terceiro a 
declaração de nulidade do ato jurídico que 
verse sobre fraude contra credores. 
STJ: Comprador de imóvel litigioso não tem 
legitimidade para opor embargos de terceiro. 
* Agravo de instrumento: Cabível contra as 
decisões interlocutórias que versem: 
I - tutelas provisórias; ex. majora multa fixada em 
limitar. 
II - mérito do processo; ex. rejeita prescrição (se 
não recorre haverá coisa julgada); acolhe/rejeita 
alegação de impossibilidade jurídica do pedido. 
III - rejeição da alegação de arbitragem; 
procedente a alegação de arbitragem a apelação 
não tem efeito suspensivo. 
IV - incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica; 
V - rejeição da gratuidade da justiça ou 
acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
decisão proferida em ação de exibição ou em 
razão de pedido no bojo do processo. 
VII - exclui litisconsorte; STJ: não cabe AI contra 
decisão que indefere a exclusão REsp 1.724.453. 
VIII - rejeição do pedido de limitação do 
litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de 
terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do 
efeito suspensivo aos embargos à execução; STJ: 
não concessão também cabe AI. 
XI - redistribuição do ônus da prova; CPC ou CDC. 
Todas as decisões interlocutórias proferidas 
em liquidação de sentença ou de 
cumprimento de sentença, no processo de 
execução e no inventário. Taxatividade 
mitigada só na fase de conhecimento. 
* Recurso ordinário: 
- MS, HD, MI e HC decididos em única instância 
pelos tribunais superiores: 
a) RO para o STF se a decisão for denegatória. 
 
 
 
85 
b) RE para o STF se a decisão for concessiva. 
- MS e HC decidido em única instância pelos 
TRFs ou TJs: 
a) RO para o STJ se a decisão for denegatória. 
b) REsp para o STJ e/ou RE para o STF se a 
decisão for concessiva. 
- processos em que forem partes Estado 
estrangeiro ou organismo internacional X 
Município ou pessoa residente ou domiciliada 
no País – da sentença do JF 1º grau caberá RO 
para o STJ. 
ATO local x LEI federal – REsp. 
Lei/Ato local x CF = RE. 
LEI local x LEI federal = RE. 
*REPERCUSSÃO GERAL - ART. 118, § 3º, DO 
REGIMENTO INTERNO DO STM E LAVRATURA 
DE ACÓRDÃO: 
O TRIBUNAL DEU PROVIMENTO A RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO CONTRA 
DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL 
MILITAR - STM QUE, COM BASE NO ART. 118, § 
3º, DE SEU REGIMENTO INTERNO (“Art. 118 ... 
§3º O resultado do julgamento será certificado 
nos autos pela Secretaria do Tribunal Pleno”), 
DEIXARA DE LAVRAR ACÓRDÃO RELATIVO A 
AGRAVO REGIMENTAL E DEMAIS RECURSOS 
QUE A ELE SE SEGUIRAM, REGISTRANDO O 
JULGAMENTO DOS MESMOS POR MEIO DE 
CERTIDÕES. 
Entendeu-se que A FALTA DE FORMALIZAÇÃO 
DO ACÓRDÃO, COM BASE EM NORMA 
REGIMENTAL, CONFIGURA ATO 
ATENTATÓRIO À GARANTIA 
CONSTITUCIONAL DA PUBLICIDADE DOS 
ATOS PROCESSUAIS, BEM COMO AFRONTA O 
DIREITO CONSAGRADO NO ART. 93, IX, DA 
CF, SEGUNDO O QUAL TODAS AS DECISÕES 
JUDICIAIS DEVEM SER FUNDAMENTADAS. 
CONSIDEROU-SE NÃO OBSERVADA, também, A 
GARANTIA PREVISTA NO ART. 8º, 5, DA 
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS 
HUMANOS, INTERNALIZADA PELO DECRETO 
678/92, QUE ESTABELECE QUE “O PROCESSO 
PENAL DEVE SER PÚBLICO, SALVO NO QUE FOR 
NECESSÁRIO PARA PRESERVAR OS INTERESSES 
DA JUSTIÇA”. 
Esclareceu-se, no ponto, que O PACTO DE SAN 
JOSÉ DA COSTA RICA INGRESSOU NO 
ORDENAMENTO LEGAL PÁTRIO COMO REGRA 
DE CARÁTER SUPRALEGAL OU, ATÉ MESMO, 
COMO NORMA DOTADA DE DIGNIDADE 
CONSTITUCIONAL, SEGUNDO RECENTE 
ENTENDIMENTO EXPRESSADO POR 
MAGISTRADOS DO SUPREMO (HC 87585/TO e 
RE 466343/SP, j. em 4.12.2008). 
Aduziu-se que O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
É GARANTIA ESSENCIAL DE TODO O 
CIDADÃO, QUE INTEGRA O DEVIDO 
PROCESSO LEGAL E DÁ EFETIVIDADE AOS 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA AMPLA 
DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. 
Asseverou-se, ademais, que QUALQUER 
RESTRIÇÃO AOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS, QUANDO 
EXPRESSAMENTE AUTORIZADA PELO TEXTO 
CONSTITUCIONAL, SOMENTE PODE SER 
CONCRETIZADA POR MEIO DE LEI FORMAL. 
Por fim, afirmou-se que, em razão de o 
dispositivo regimental questionado não vedar, 
em nenhum momento, a lavratura de acórdão da 
decisão colegiada em agravo regimental, não 
caberia falar em inconstitucionalidade da norma, 
pois o problema não estaria na lavratura da 
certidão, mas na falta de lavratura do acórdão, 
único documento hábil a tornar pública a 
vontade da Corte. RE provido para determinar 
seja lavrado o respectivo acórdão da decisão em 
comento. 
 
 
 
86 
Vencido, parcialmente, o Min. Marco Aurélio, 
que dava provimento ao recurso e também 
declarava a inconstitucionalidade da norma 
questionada. Outros precedentes citados: RE 
235487/RO (DJU de 21.6.2002); HC 71551/MA (DJU de 
6.12.92); MI 284/DF (DJU de 26.6.92); RMS 23036/RJ (DJU 
de 25.8.2006); RE 540995/RJ (DJE de 2.5.2008). RE 
575144/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 11.12.2008. (RE-
575144) - INFORMATIVO STF - Brasília, 8 a 12 de dezembro 
de 2008 - Nº 532. 
* A desistência do recurso por um dos 
recorrentes em litisconsórcio unitário 
somente será eficaz se os demaislitisconsortes anuírem a ela. Segundo art. 998 
do CPC, o recorrente, poderá, a qualquer tempo, 
sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, desistir do recurso. Apesar do CPC 
mencionar que a desistência possa ser efetuada 
a qualquer tempo, se já houve o julgamento do 
recurso, ocorreu preclusão na possibilidade da 
desistência, pois proferida decisão, o ato 
decisório torna-se perfeito e o juiz não poderá 
voltar atrás. Ademais, segundo entendimento do 
STJ: Não é possível a homologação de pedido de 
desistência de recurso já julgado, pendente 
apenas de publicação de acórdão. STJ. 2ª Turma. 
AgRg no AgRg no Ag 1392645-RJ, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 21/2/2013 (Info 517). 
* Após a afetação do recurso especial pela 
sistemática do recurso repetitivo, surge o 
interesse público pelo julgamento da 
demanda, circunstância que mesmo assim 
não impede a desistência do recurso pela 
parte recorrente. 
* Relação direta entre ônus da prova e ônus 
do tempo 
Vejamos o que diz o art. 314, IV do CPC: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo 
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
IV - a petição inicial for instruída com prova 
documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
Esse dispositivo traz uma relação direta entre o 
ônus da prova e o ônus do tempo, em que 
sentido? 
Imagine que o réu apresente uma defesa 
indireta, trazendo fatos impeditivos, 
modificativos ou extintivos do direito do autor, 
mas não traz nenhuma prova concreta das suas 
alegações. Ora, se é o réu que precisa de 
dilação probatória, porque é dele o ônus da 
prova sobre esses fatos, quem tem que 
suportar o ônus do tempo é ele, e não o autor. 
Se o ônus da prova é exclusivamente do réu, 
o ônus do tempo também deve ser dele. É 
comumente uma relação que deve ser feita. 
No art. 311 temos 4 situações de probabilidade 
qualificada do direito do autor. Quatro situações 
em que se vislumbra a proteção de um direito 
quase certo daquele que o afirma, merecendo 
destaque o inciso IV no que concerne ao ônus 
do tempo. 
*Qual é o termo inicial para a contagem do 
prazo de 30 dias previsto no art. 308 do CPC 
para formulação do pedido principal na 
hipótese em que a tutela cautelar é cumprida 
de forma parcial? A contagem do prazo de 30 
(trinta) dias previsto no art. 308 do CPC/2015 
para formulação do pedido principal se inicia na 
data em que for totalmente efetivada a tutela 
cautelar. 
Art. 308 Efetivada a tutela cautelar, o pedido 
principal terá de ser formulado pelo autor no 
prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será 
apresentado nos mesmos autos em que deduzido 
o pedido de tutela cautelar, não dependendo do 
adiantamento de novas custas processuais. 
Exemplo: a Agrex S/A celebrou contrato com 
uma cooperativa para que ela fornecesse 250 mil 
 
 
 
87 
sacas de soja. A contratante pagou o valor 
devido, no entanto, a cooperativa não entregou 
a soja. Diante disso, a Agrex formulou pedido de 
tutela cautelar antecedente contra a cooperativa, 
objetivando o sequestro das 250 mil sacas de 
soja contratadas. O magistrado deferiu a tutela 
pleiteada, determinando o sequestro da soja 
mencionada. Ocorre que somente se conseguiu 
a apreensão de 150 mil sacas de soja. Em outras 
palavras a tutela cautelar foi parcialmente 
efetivada. O prazo de 30 dias para a autora 
formular o pedido principal não se iniciou. Isso 
porque só houve a efetivação parcial da tutela 
cautelar. STJ. 3ª Turma. REsp 1954457 GO, Rel. Min. Moura 
Ribeiro, julgado em 9/11/2021 (Info 718). 
* Segundo a mens legis os embargos na ação 
monitória não têm “natureza jurídica de 
ação”, mas se identificam com a contestação. 
Não se confundem com os embargos do 
devedor, em execução fundada em título judicial 
ou extrajudicial, vez que, inexiste ainda título 
executivo a ser desconstituído. (STJ). 
* Para o Superior Tribunal de Justiça é 
inadmissível a conversão, de ofício ou a 
requerimento das partes, da execução em 
ação monitória após ter ocorrido a citação. 
(Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 
– TEMA 320) Jurisprudência em Teses – Edição nº 
21. 
* Multa moratória = obrigação principal + 
multa 
Multa compensatória = obrigação principal ou 
multa 
* Decisão que admite (positiva) RE ou Resp = 
irrecorrível, uma vez que o Tribunal Superior 
ainda irá reexaminar novamente esta 
admissibilidade; 
→ Se o presidente ou vice negar seguimento 
ao RE ou RESP, com base em entendimento 
firmado em recurso repetitivo ou em regime de 
repercussão geral (art.1.030, I, “a’ “b”), cabe 
AGRAVO INTERNO (art. 1021) 
→ Se o presidente ou vice negar seguimento 
de modo geral por ausência de pressuposto 
de admissibilidade (art. 1.030, V), cabe 
AGRAVO em RE ou RESP (art. 1.042) 
 TEORIAS DO PROCESSO 
A seguir iremos analisar as Teorias que buscam 
conceituar o processo. 
TEORIAS CIVILISTAS 
As Teorias Civilistas tentaram explicar o processo 
sob os seguintes enfoques: 
• Processo é um mero procedimento 
estabelecido para que o direito material reaja a 
uma agressão ou a uma ameaça; 
• Processo é um contrato, a citação era um 
convite para o réu participar do processo. Ao 
aceitar, estava configurado o contrato; 
• Processo é um quase-contrato, já que não se 
enquadrava no contrato e nem no delito. 
* Sobre a coisa julgada a que se refere o art. 15 
da Lei 5.478/68: 
Coisa julgada e relações jurídicas 
continuativas: Relações jurídicas continuativas 
são aquelas que se prolongam no tempo (ex.: 
relações de família, tributárias, previdenciárias 
etc.). 
Muita gente entende que, nesses casos, não 
haveria coisa julgada porque podem ser revistas 
no futuro, se houver a mudança nos fatos – trata-
se de um erro absurdo!!! 
Há coisa julgada SIM, porque fatos 
posteriores à coisa julgada não guardam 
relação com a coisa julgada (se trata de novos 
fatos, que exigem uma nova análise e uma nova 
decisão, que será proferida com base nessa nova 
e modificada relação jurídica); mas, quanto aos 
 
 
 
88 
fatos já decididos, haverá sim coisa julgada 
que, como é proferida numa relação jurídica 
continuativa, é chamada de coisa julgada 
‘rebus sic standibus’ (vale enquanto durar a 
situação observada). Fonte: Fredie Didier 
* O recurso adesivo pode ser interposto pelo 
autor da ação de indenização julgada 
procedente, quando arbitrado, a título de 
danos morais, valor inferior ao que era 
almejado. Isso porque, neste caso, estará 
configurado o interesse recursal do demandante 
em ver majorada a condenação, hipótese 
caracterizadora de sucumbência material. STJ. 
Corte Especial. REsp 1.102.479-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, 
Corte Especial, julgado em 4/3/2015 (recurso repetitivo) 
(Info 562). 
* INFOR 705 STJ. É cabível a interposição de 
agravo de instrumento contra decisão 
relacionada à definição de competência, a 
despeito de não previsto expressamente no 
rol do art. 1.015 do CPC/2015. Não é razoável 
que o processo tramite perante um juízo 
incompetente por um longo período e, somente 
por ocasião do julgamento da apelação, seja 
reconhecida a incompetência e determinado o 
retorno ao juízo competente. O julgado tomou 
por base a tese da taxatividade mitigada do rol 
do agravo de instrumento, tendo em vista a 
situação de urgência. 
PRECLUSÃO 
 Tradicionalmente são TRÊS modalidades: 
TEMPORAL - a perda da possibilidade de prática 
do ato processual em razão de decurso de prazo. 
Há alguns casos de preclusão temporal 
expressamente previstas no CPC, como ex o art. 
209, § 2º. 
É comum se afirmar que só existe preclusão 
temporal para as partes e que os prazos 
jurisdicionais seriam impróprios. Isto, porém, não 
é sempre verdadeiro, basta ver o art.235 
(representação por excesso de prazo contra o 
magistrado), temos aqui preclusão temporal 
para o juiz. 
LÓGICA - quando o sujeito do processo em 
razão da pratica de um determinado ato, perde 
a oportunidade de praticar outro com ele 
incompatível. É uma manifestação da boa fé 
processual. 
Também há preclusão logica para o juiz, ex: 
indefere a prova testemunhal alegando que o 
fato já esta provado por documento, esta 
decisão impede que o juiz no futuro julgue 
contra a parte que pretender produzir esta prova 
oral ao fundamento de que havia insuficiência de 
provas acerca daquele mesmo fato. 
CONSUMATIVA - quando o sujeito do processo 
por já ter praticado o ato, perde a oportunidade 
de praticar novamente ou de complementar. 
Também para o juiz, há tal preclusão. Ex. um caso 
onde se tornou estável a decisão de saneamento 
do processo, dai preclui para ele a possibilidade 
de se decidir o que já fora decidido naquele 
momento 
 Pode-se cogitar de uma QUARTA 
modalidade: 
PRECLUSÃO POR FASES DO PROCESSO -às 
vezes um ato processual se torna uma prática 
impossível, por ter se alcançado fase processual 
que com ele é incompatível. 
Ex: Não se pode cogitar do julgamento de 
improcedência liminar do pedido, se o réu já foi 
citado; não é possível o julgamento antecipado 
parcial do mérito se toda a instrução já se 
concluiu e é possível a prolação de sentença. 
PERITOS 
Os peritos são escolhidos entre os 
profissionais legalmente habilitados e os 
órgãos técnicos ou científicos devidamente 
inscritos em cadastro mantido pelo tribunal 
ao qual o juiz está vinculado. 
 
 
 
89 
Na localidade onde não houver inscrito no 
cadastro disponibilizado pelo tribunal, a 
nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz 
e deverá recair sobre profissional ou órgão 
técnico ou científico comprovadamente detentor 
do conhecimento necessário à realização da 
perícia. 
As partes podem, de comum acordo, escolher o 
perito, mediante requerimento dirigido ao 
magistrado, desde que sejam plenamente 
capazes e a causa admitir autocomposição. 
Inexistindo consenso entre os litigantes, o 
profissional indicado por uma das partes e 
rejeitado por outra não pode realizar a prova 
pericial nos autos. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1924452-SP, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 04/10/2022 (Info 755). 
APLICAÇÃO 
Apelação (resultado não unânime) 
Ação Rescisória (resultado não unânime rescisão 
de sentença) 
Agravo de instrumento (resultado não unânime 
decisão que julgar parcialmente o mérito) 
NÃO APLICAÇÃO 
IAC (incidente de assunção de competência) 
IRDR (incidente de resolução de demandas 
repetitivas) 
Remessa necessária 
Julgamento de Plenário ou Corte Especial 
* Com previsão nos artigos 113 e ss do NCPC, 
litisconsórcio consiste na possibilidade de 
diversos sujeitos atuarem em um dos polos de 
uma relação processual, seja ativo/passivo, 
inicia/ulterior, simples/unitário ou 
facultativo/necessário. 
Obs. litisconsórcio eventual, alternativo e 
sucessivo são temas tratados com os pedidos 
* A gratuidade da justiça passou a poder ser 
concedida a estrangeiro não residente no 
Brasil após a entrada em vigor do CPC/2015. 
STJ. Corte Especial. Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 622). 
Artigos do CPC: 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode 
ser formulado na petição inicial, na contestação, 
na petição para ingresso de terceiro no processo 
ou em recurso 
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da 
parte na instância, o pedido poderá ser formulado 
por petição simples, nos autos do próprio 
processo, e não suspenderá seu curso. 
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se 
houver nos autos elementos que evidenciem a 
falta dos pressupostos legais para a concessão de 
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, 
determinar à parte a comprovação do 
preenchimento dos referidos pressupostos. 
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de 
insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa 
natural. 
§ 4º A assistência do requerente por advogado 
particular não impede a concessão de gratuidade 
da justiça. 
§ 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse 
exclusivamente sobre valor de honorários de 
sucumbência fixados em favor do advogado de 
beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o 
próprio advogado demonstrar que tem direito à 
gratuidade. 
§ 6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, 
não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do 
beneficiário, salvo requerimento e deferimento 
expressos. 
§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da 
justiça em recurso, o recorrente estará dispensado 
de comprovar o recolhimento do preparo, 
incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o 
requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para 
realização do recolhimento. 
* A jurisprudência da Corte já assentou ser 
possível o pedido de justiça gratuita em 
 
 
 
90 
qualquer fase do processo, incluída a 
execução. É inadmissível o indeferimento 
automático do pedido de gratuidade da justiça 
apenas por figurar a parte no polo passivo em 
processo de execução. 
*Informativo nº 720 - 6 de dezembro de 2021 - 
SEGUNDA SEÇÃO – Processo - REsp 1.325.857-
RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda 
Seção, por maioria, julgado em 30/11/2021 - 
Ramo do Direito - DIREITO PROCESSUAL CIVIL – 
Tema - Ação civil pública. Legitimidade. 
Associações. Apresentação do rol de filiados. 
Substituição processual. Desnecessidade – 
DESTAQUE - É desnecessária a apresentação 
nominal do rol de filiados para o ajuizamento 
de Ação Civil Pública por associação. 
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR - Cinge-se a 
controvérsia na verificação da legitimidade das 
associações para propor ação civil pública, tendo 
em vista a não apresentação do rol de seus 
filiados. 
Outrossim, faz-se indispensável estudo detido 
da tese firmada pela Suprema Corte, no 
julgamento do RE 573.232/SC, relativa à 
necessidade de apresentação de nominata de 
associados para ajuizamento de ações coletivas. 
É que A ANÁLISE PROPOSTA PERMITIRÁ 
DESVENDAR SE TAL EXIGÊNCIA REFERE-SE 
APENAS ÀS AÇÕES COLETIVAS ORDINÁRIAS, OU 
SE TAMBÉM AS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS DEVEM 
OBEDIÊNCIA ÀQUELA CONDICIONANTE. 
SALUTAR É A INVESTIGAÇÃO SOBRE A QUE 
TÍTULO A ASSOCIAÇÃO ATUA NO PROCESSO, SE 
EM SUBSTITUIÇÃO OU REPRESENTAÇÃO DOS 
ASSOCIADOS, resposta que orientará a definição 
da obrigatoriedade ou não da apresentação do 
rol de possíveis beneficiários da demanda, sob 
pena de indeferimento da inicial. 
Sobre o tema, é o entendimento do egrégio 
Superior Tribunal de Justiça: 
"INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO 
ESPECIAL OU DA APRESENTAÇÃO DE RÉ/AÇÃO 
NOMINAL DE ASSOCIADOS, AS ASSOCIAÇÕES 
CIVIS, CONSTITUÍDAS HÁ PELO MENOS UM 
ANO E QUE INCLUAM ENTRE SEUS FINS 
INSTITUCIONAIS A DEFESA DOS INTERESSES E 
DIREITOS PROTEGIDOS PELO CDC, GOZAM DE 
LEGITIMIDADE ATIVA PARA A PROPOSITURA DE 
AÇÃO COLETIVA. (Superior Tribunal de Justiça, 
Terceira Turma, REsp. 805277/RS, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, j. 23/09/2008, DJe 08/10/2008) 
Referindo-se à específica atuação das 
associações, A DOUTRINA ELUCIDA A QUESTÃO, 
DIFERENCIANDO OS INSTITUTOS DA 
REPRESENTAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO 
PROCESSUAL, nos seguintes termos: "A 
DISTINÇÃO ENTRE REPRESENTAÇÃO E 
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL É CLÁSSICA, E 
AMBAS ESTÃO RELACIONADAS COM A NÃO 
COINCIDÊNCIA ENTRE O TITULAR DO DIREITO 
MATERIAL E AQUELE QUE DEFENDE ESSE 
DIREITO EM JUÍZO. OCORRE REPRESENTAÇÃO 
QUANDO O REPRESENTANTE AGE EM NOME 
DO REPRESENTADO, NA TUTELA DO DIREITO 
DESTE; já NA SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL O 
SUBSTITUTO AGE EM NOME PRÓPRIO, NA 
DEFESA DO DIREITO DO SUBSTITUÍDO. NA 
HIPÓTESE DE ATUAÇÃO JUDICIAL DE ENTIDADE 
ASSOCIATIVA A TÍTULO DE REPRESENTANTE, O 
ENTE VAI A JUÍZO EM NOME E NO INTERESSE 
DOS ASSOCIADOS, DE MODO QUE HÁ 
NECESSIDADEDE APRESENTAR AUTORIZAÇÃO 
PRÉVIA PARA ESSA ATUAÇÃO E OS EFEITOS DA 
SENTENÇA FICAM CIRCUNSCRITOS AOS 
REPRESENTADOS. Trata-se da previsão do art. 5, 
inc. XXI, da Constituição Federal. TRATA-SE DE 
LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA. 
JÁ NA SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL, O QUE 
OCORRE É UMA ATUAÇÃO PELO ENTE 
COLETIVO QUE TEM COMO FUNÇÃO PRECÍPUA 
A DEFESA DOS INTERESSES COMUNS DO 
GRUPO DE SUBSTITUÍDOS; DAÍ A 
DESNECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA 
E PONTUAL DOS SEUS MEMBROS PARA A SUA 
 
 
 
91 
ATUAÇÃO EM JUÍZO, COMO TAMBÉM OCORRE 
COM A TRADICIONAL LEGITIMIDADE 
EXTRAORDINÁRIA DOS SINDICATOS. E DAÍ, 
TAMBÉM, A EXTENSÃO DOS EFEITOS DA 
SENTENÇA A TODOS OS SUBSTITUÍDOS, 
APLICANDO-SE AS REGRAS DA COISA JULGADA 
PRÓPRIAS DOS PROCESSOS COLETIVOS (ARTS. 
103 E 105 DO CDC). NESTE CASO, A 
LEGITIMAÇÃO É EXTRAORDINÁRIA." 
A atuação das associações em processos 
coletivos pode se verificar de duas maneiras: (a) 
POR MEIO DA AÇÃO COLETIVA ORDINÁRIA, 
HIPÓTESE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL, 
com base no permissivo contido no artigo 5º, 
inciso XXI, da CF/1988; ou (b) OU NA AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA, AGINDO A ASSOCIAÇÃO NOS 
MOLDES DA SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL 
prevista no Código de Defesa do Consumidor 
e na Lei da Ação Civil Pública. 
No caso analisado, vale dizer que A AÇÃO 
PROPOSTA NA ORIGEM TEM COMO ESCOPO A 
DEFESA DE DIREITOS E INTERESSES 
HOMOGÊNEOS DE UMA UNIVERSALIDADE DE 
CONSUMIDORES QUE, EMBORA TAMBÉM 
SEJAM, ONTOLOGICAMENTE, DIREITOS 
INDIVIDUAIS, MERECERAM TRATAMENTO 
ESPECIAL DO ORDENAMENTO JURÍDICO, QUE 
SE EXPRESSA PELA LEGITIMAÇÃO 
EXTRAORDINÁRIA DO SUBSTITUTO 
PROCESSUAL. 
Com base em todo exposto, verifica-se a 
impossibilidade de, no caso em análise, incidir o 
entendimento firmado no RE 573.232/SC, em 
sede de repercussão geral. 
Isto porque, O PRECEDENTE DA CORTE 
SUPREMA SE DIRECIONOU EXCLUSIVAMENTE 
ÀS DEMANDAS COLETIVAS EM QUE AS 
ASSOCIAÇÕES AUTORAS ATUAM POR 
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL, NÃO TENDO 
APLICAÇÃO AOS CASOS EM QUE AGEM EM 
SUBSTITUIÇÃO. 
Dessarte, na pretensão deduzida na presente 
demanda, diversamente do julgamento do STF, 
a atuação da entidade autora deu-se, de forma 
inequívoca, no campo da substituição 
processual, sendo desnecessária a apresentação 
nominal do rol de seus filiados para ajuizamento 
da ação 
*PROCESSO REsp 1.577.047-MG, Rel. Min. 
Gurgel de Faria, Primeira Turma, por 
unanimidade, julgado em 10/05/2022, DJe 
25/05/2022. RAMO DO DIREITO DIREITO 
ADMINISTRATIVO, DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
TEMA Desapropriação. Extensão. Área contígua. 
Impossibilidade. Atualização monetária. 
Parâmetro. Último laudo judicial. Juros 
compensatórios. Incidência sobre o imóvel 
efetivamente expropriado. Cabimento. 
DESTAQUE: Há violação aos limites das 
matérias que podem ser discutidas em ação 
de desapropriação direta quando se admite o 
debate - e até mesmo indenização - de área 
diferente da verdadeiramente expropriada, 
ainda que vizinha. 
* O cancelamento da distribuição, a teor do 
art. 290 do CPC, prescinde da citação ou 
intimação da parte ré, bastando a constatação 
da ausência do recolhimento das custas 
iniciais e da inércia da parte autora, após 
intimada, em regularizar o preparo. 
(...) Não bastasse ser indevida a citação da parte 
adversa, é imperioso observar que, nesse 
momento procedimental, em regra, qualquer 
alusão à intimação da outra parte revela-se 
tecnicamente imprecisa, ante a inexistência de 
relação jurídica processual triangular ou angular: 
o réu ainda não integra o processo. Desse modo, 
constatada a ausência de recolhimento das 
custas iniciais e quedando-se inerte o autor após 
intimado para regularizar o preparo, deve o juiz, 
sem a oitiva da outra parte - que, em regra, 
sequer integra a relação jurídica processual -, 
 
 
 
92 
cancelar a distribuição do processo, extinguindo 
o feito sem resolução do mérito. REsp 1.906.378-
MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, 
por unanimidade, julgado em 11/05/2021. 
* Relativamente à intervenção de terceiros no 
processo civil, a assistência pode ser 
reconhecida em qualquer procedimento e em 
todos os graus de jurisdição. Essa modalidade 
de intervenção de terceiros pode se apresentar 
de duas formas: simples e litisconsorcial. 
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 
15 (quinze) dias, o pedido do assistente será 
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta 
ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz 
decidirá o incidente, sem suspensão do processo. 
* REPERCUSSÃO GERAL - DIREITO PROCESSUAL 
- REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - Propositura 
da ação: associação e momento para a filiação - 
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada 
a partir de ação coletiva, de rito ordinário, 
ajuizada por associação civil na defesa de 
interesses dos associados, somente alcança os 
filiados, residentes no âmbito da jurisdição do 
órgão julgador, que o fossem em momento 
anterior ou até a data da propositura da 
demanda, constantes da relação jurídica 
juntada à inicial do processo de 
conhecimento. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, 
apreciando o Tema 499 da repercussão geral, 
por maioria, negou provimento ao recurso 
extraordinário e declarou a constitucionalidade 
do art. 2º-A (1) da Lei 9.494/1997. 
No caso, determinada associação propôs ação 
coletiva ordinária contra a União. 
O objetivo era a repetição de valores 
descontados a título de imposto de renda de 
servidores, incidente sobre férias não usufruídas 
por necessidade do serviço. 
Com a procedência do pleito no processo de 
conhecimento e o subsequente trânsito em 
julgado, foi deflagrado, por associação, o início 
da fase de cumprimento de sentença. 
Nesta, o tribunal de origem assentou, em agravo, 
a necessidade de a primeira peça da execução vir 
instruída com documentação comprobatória de 
filiação do associado em momento anterior ou 
até o dia do ajuizamento da ação de 
conhecimento, conforme o art. 2º-A, parágrafo 
único, da Lei 9.494/1997, incluído pela Medida 
Provisória 2.180-35/2001 (vide Informativo 863). 
O Plenário ressaltou que, ante o conteúdo do art. 
5º, XXI (2), da Constituição Federal, 
AUTORIZAÇÃO EXPRESSA PRESSUPÕE 
ASSOCIADOS IDENTIFICADOS, COM ROL 
DETERMINADO, APTOS À DELIBERAÇÃO. 
Nesse caso, A ASSOCIAÇÃO, ALÉM DE NÃO 
ATUAR EM NOME PRÓPRIO, PERSEGUE O 
RECONHECIMENTO DE INTERESSES DOS 
FILIADOS. 
DECORRE DAÍ A NECESSIDADE DA COLHEITA DE 
AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DE CADA 
ASSOCIADO, DE FORMA INDIVIDUAL, OU 
MEDIANTE ASSEMBLEIA GERAL DESIGNADA 
PARA ESSE FIM, considerada a maioria formada. 
Enfatizou que A ENUMERAÇÃO DOS 
ASSOCIADOS ATÉ O MOMENTO 
IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO DO 
AJUIZAMENTO SE PRESTA À OBSERVÂNCIA DO 
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, 
inclusive sob o enfoque da razoabilidade. 
POR MEIO DA ENUMERAÇÃO, PRESENTE A 
RELAÇÃO NOMINAL, É QUE SE VIABILIZAM O 
DIREITO DE DEFESA, O CONTRADITÓRIO E A 
AMPLA DEFESA. 
Reputou que A CONDIÇÃO DE FILIADO É 
PRESSUPOSTO DO ATO DE CONCORDÂNCIA 
COM A SUBMISSÃO DA CONTROVÉRSIA AO 
JUDICIÁRIO. 
 
 
 
93 
Vencido o ministro Ricardo Lewandowski, que 
deu provimento ao recurso para afastar a 
exigência de prévia filiação para que o associado 
possa executar a sentença proferida em ação 
coletiva de rito ordinário. Para o magistrado, o 
legislador ordinário restringiu, indevidamente, o 
alcance dos dispositivos constitucionais que 
garantem o amplo acesso à Justiça e a 
representatividade das associações quanto aos 
seus associados. 
Vencido, em parte, o ministro Edson Fachin, que 
deu parcial provimento ao recurso 
extraordinário, na linha do ministro Ricardo 
Lewandowski, mas restringiu a condição de 
filiado até a época da formação do título 
exequendo. 
Vencido, em parte, o ministro Alexandre de 
Moraes que proveuparcialmente o 
extraordinário para dar interpretação conforme 
quanto à circunscrição. 
Lei 9.494/1997: Art. 2º-A. A sentença civil 
prolatada em ação de caráter coletivo proposta 
por entidade associativa, na defesa dos interesses 
e direitos dos seus associados, abrangerá apenas 
os substituídos que tenham, na data da 
propositura da ação, domicílio no âmbito da 
competência territorial do órgão prolator. 
Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas 
contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas autarquias e fundações, a 
petição inicial deverá obrigatoriamente estar 
instruída com a ata da assembleia da entidade 
associativa que a autorizou, acompanhada da 
relação nominal dos seus associados e indicação 
dos respectivos endereços.” 
CF/1988: “Art. 5º (...) XXI – as entidades 
associativas, quando expressamente autorizadas, 
têm legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente;” RE 612043/PR, rel. 
Min. Marco Aurélio, julgamento em 10.5.2017. (RE-
612043) – INFORMATIVO STF - Brasília, 8 a 12 de maio 
de 2017 - Nº 864 
* STF - Tema 836. Não é condição para o 
cabimento da ação popular a demonstração 
de prejuízo material aos cofres públicos, dado 
que o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição 
Federal estabelece que qualquer cidadão é 
parte legítima para propor ação popular e 
impugnar, ainda que separadamente, ato 
lesivo ao patrimônio material, moral, cultural 
ou histórico do Estado ou de entidade de que 
ele participe. 
* O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade 
mitigada, por isso admite a interposição de 
agravo de instrumento quando verificada a 
urgência decorrente da inutilidade do 
julgamento da questão no recurso de 
apelação. STJ. Corte Especial. REsp 1704520-MT, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/12/2018 (recurso 
repetitivo) (Info 639). 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia 
tramitam em segredo de justiça os processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de 
corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, 
alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo 
direito constitucional à intimidade; 
* LITISCONSÓRCIO ATIVO NECESSÁRIO: 
Fredie Didier entende que não é possível a 
existência de litisconsórcio ativo necessário, já 
que ninguém é obrigado a propor uma 
demanda. O direito de ação é individual, 
autônomo e indisponível. Portanto, o 
litisconsórcio ativo decorre da vontade dos 
autores, sendo facultativo. 
* LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: Trata-
se do litisconsórcio formado por um número 
significativo de sujeitos. Nos casos de 
litisconsórcio necessário todos devem ser 
integrados, porém se tratando de litisconsórcio 
facultativo, nos termos do art. 113, §§1º e 2º, é 
possível que ocorra uma limitação no número de 
litisconsortes. 
 
 
 
94 
* A ineficácia do negócio jurídico decretada 
no juízo falimentar não impede 
prosseguimento da execução fiscal. Caso 
hipotético: Fazenda Nacional ajuizou execução 
fiscal contra a empresa Alfa. A Alfa alienou seu 
estabelecimento empresarial para Delta. Foi 
decretada a falência de Alfa e o juízo falimentar 
decretou a ineficácia desse negócio jurídico. 
Mesmo assim, o juízo da execução fiscal 
entendeu que houve responsabilidade tributária 
decorrente de sucessão empresarial e 
redirecionou a execução fiscal contra a Delta. O 
STJ considerou que a decisão foi correta. Os atos 
considerados ineficazes pelo juízo falimentar não 
produzem qualquer efeito jurídico perante a 
massa. Por outro lado, isso não vincula o juízo da 
execução fiscal. A decretação da ineficácia do 
negócio jurídico por parte do juízo falimentar 
não impede que o juízo da execução fiscal 
continue decidindo que houve responsabilidade 
tributária decorrente de sucessão empresarial. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1822226-RJ, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 27/09/2022 (Info 753). 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em 
dobro para todas as suas manifestações 
processuais. 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão 
em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos 
procedimentos especiais, sentença é o 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos e, põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a 
execução. 
* O NCPC consagrou a figura do Amicus 
Curiae como uma das modalidades de 
intervenção de terceiro, forma de 
democratização do debate judicial, em que 
ingressa no processo para fornecer subsídios 
para o magistrado proferir melhores decisões. 
Sua atuação pode decorrer de requerimento da 
parte, do terceiro ou do próprio magistrado. Não 
há deslocamento de competência. Difere-se da 
assistência que exige interesse jurídico, sempre é 
espontânea, o assistente tem amplitude recursal 
e há deslocamento de competência 
* O termo final para a remição da execução é 
a assinatura do auto de arrematação. REsp 
1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 23/02/2021. 
A remição da execução consiste na satisfação 
integral do débito executado no curso do 
processo e impede a alienação do bem 
penhorado. Essa prerrogativa está prevista no 
art. 826 do CPC/2015, cuja primeira parte 
estabelece que "antes de adjudicados ou 
alienados os bens, o executado pode, a todo 
tempo, remir a execução (...)". Embora o 
dispositivo legal colacionado faça referência à 
alienação, não se pode olvidar que a 
arrematação se trata de um ato complexo que, 
nos termos do art. 903 do CPC/2015, só se 
considera perfeita e acabada no momento da 
assinatura do auto de arrematação pelo juiz, pelo 
arrematante e pelo leiloeiro. Nessa linha de 
pensamento, a doutrina pondera que "mesmo 
depois de encerrado o pregão, mas enquanto 
não se firma o auto de arrematação, ou não se 
publica a sentença de adjudicação, ainda é 
possível ao devedor remir a execução". Logo, a 
arrematação do imóvel não impede o devedor 
de remir a execução, caso o auto de arrematação 
ainda esteja pendente de assinatura. (Informativo 
n. 686) 
* Os honorários fixados na sucumbência 
recíproca são independentes entre si, isto é, 
trata-se de obrigações de natureza cindível na 
qual o recurso de uma parte, ou de seu 
advogado, não pode prejudicar o recorrente, 
sob pena de se majorar indevidamente a 
verba honorária já fixada em favor do 
patrono da parte contrária, não recorrente, 
resultando em reformatio in pejus. 
 
 
 
95 
Caso adaptado: em 1ª instância, o juiz 
reconheceu que houve sucumbência recíproca e 
condenou o autor e a ré a pagarem, divididos 
pela metade, honorários advocatícios fixados 
por equidade (art. 85, § 8º). Somente o autor 
recorreu. Alegou que o juiz deveria ter 
condenado ao pagamento de honorários fixado 
em 10% sobre o valor da causa (art. 85, § 2º). O 
TJ concordou e disse que autor e ré deveriam 
pagar advocatícios sobre o valor da causa, 
divididos igualmente pela metade em razão da 
sucumbência recíproca. STJ não concordou com 
o TJ. Isso porque nesse caso haveria reformatio 
in pejus, piorando a situação do recorrente. STJ. 
4ª Turma. AgInt no REsp 1944858-DF, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, julgado em 27/09/2022 
(Info 751). 
* Informativo nº 471 - 2 a 6 de maio de 2011 - 
TERCEIRA TURMA - CONDOMÍNIO. 
LEGITIMIDADE. DANO MORAL. 
EM REGRA, A LEGITIMIDADE DA PARTE É 
AUFERIDA POR SUA VINCULAÇÃO COM O 
DIREITO MATERIAL EM QUESTÃO, MAS HÁ 
EXCEÇÕES NO CPC DECORRENTES DE 
SITUAÇÕES EXCLUSIVAMENTE PROCESSUAIS 
(LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA). 
Não se olvida que os arts. 1.348, II, do CC/2002 e 
22, § 1º, a, da Lei n. 4.591/1964 conferem 
legitimidade extraordinária ao condomínio 
(massa patrimonial desprovidade personalidade 
jurídica de direito material) para que busque, em 
juízo ou fora dele, a defesa dos interesses 
comuns, como a reparação de dano material 
oriundo de área comum ou a cobrança de 
encargos não pagos por certo condômino. 
Anote-se haver precedentes do STJ que preveem 
até a legitimidade do condomínio para pleitear 
danos materiais decorrentes de defeitos que 
atinjam tanto a área comum quanto as áreas 
individuais, por guardarem relações vinculadas 
entre si, revelando homogeneidade. 
Contudo, ressalte-se que A DOUTRINA 
MAJORITÁRIA E O ART. 6º DO CPC EXIGEM 
AUTORIZAÇÃO EXPRESSA EM LEI PARA O 
RECONHECIMENTO DE LEGITIMIDADE 
EXTRAORDINÁRIA e nem esse diploma ou 
mesmo a Lei n. 4.591/1964 trazem previsão que 
legitime o condomínio a atuar, mediante a figura 
do síndico, como parte em demanda que postule 
compensação por danos extrapatrimoniais 
sofridos pelos condôminos, tal como se busca na 
hipótese, de abalo psicológico resultante de 
prolongados defeitos de construção em edifício. 
Isso vem reafirmar a própria natureza 
personalíssima do dano extrapatrimonial, que 
diz respeito mesmo ao foro íntimo do ofendido. 
Por último, vê-se que os danos morais sofridos 
por cada condômino podem possuir dimensões 
diferentes, o que não justificaria o tratamento 
isonômico, mostrando-se irrelevante o fato de a 
assembleia ter conferido autorização para o 
ajuizamento da ação. Ao final, esses foram os 
fundamentos acolhidos, por maioria, pela Turma. 
Precedentes citados: REsp 10.417-SP, DJ 24/2/1992; 
REsp 66.565-MG, DJ 24/11/1997; REsp 198.511-RJ, DJ 
11/12/2000, e AgRg no REsp 783.360-SP, DJe 12/11/2009. 
REsp 1.177.862-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
3/5/2011 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de 
toda a execução ou de apenas alguma medida 
executiva. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, 
observar-se-á o seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos 
que versarem apenas sobre questões processuais, 
pagando o exequente as custas processuais e os 
honorários advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da 
concordância do impugnante ou do embargante. 
* Embargos à execução para rebater questões 
processuais --> INDEPENDE DE 
CONCORDÂNCIA DO EXECUTADO PARA 
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO 
 
 
 
96 
Embargos à execução para rebater questões 
materiais --> DEPENDE DA CONCORDÂNCIA 
DO EXECUTADO. 
* Não há nulidade no despacho saneador que 
se limita a postergar o exame das matérias 
preliminares, quando essas se confundem com 
a pretensão meritória e há necessidade de prévia 
instrução probatória. STJ. 1ª Turma. REsp 1945660-SP, 
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 27/09/2022 (Info 
751). 
* Compete ao Tribunal Regional Federal 
processar e julgar ação rescisória proposta 
pela União com o objetivo de desconstituir 
sentença transitada em julgado proferida por 
juiz estadual, quando afeta interesses de 
órgão federal. STF - Tema 775. 
* O CPC/15 trouxe previsão expressa de que 
não cabe agravo para o STJ contra decisão 
que inadmite REsp quando o acórdão 
recorrido decidiu em conformidade com 
recurso repetitivo (art. 1042). Tal disposição 
legal aplica-se aos agravos apresentados contra 
decisão publicada após a entrada em vigor no 
novo CPC, em conformidade com o princípio 
tempus regit actum. Caso o Tribunal de origem 
decida em conformidade com o entendimento 
fimado no STJ em REsp repetitivo, a parte deverá 
interpor agravo interno. Se em vez disso 
interpuser o agravo em REsp para o STJ (art. 
1042), cometerá erro grosseiro. 
* Técnica de ampliação do colegiado (artigo 
942 do CPC) 
Aplica-se também ao julgamento da apelação 
interposta contra sentença proferida em 
Mandado de Segurança. (REsp 1.868.072/RS. 
Rel. Min. Francisco Falcão, 2ª Turma). 
Embora a técnica de ampliação do colegiado, 
prevista no art. 942 do CPC/2015, e os embargos 
infringentes, revogados junto com Código de 
Processo Civil de 1973, possuam objetivos 
semelhantes, os referidos institutos não se 
confundem, sobretudo porque o primeiro 
compreende técnica de julgamento, já o 
segundo consistia em modalidade de recurso. 
Por isso que a vedação de embargos infringentes 
prevista no artigo 25 da Lei 12.016/2009 não 
pode conduzir a interpretação de que não são 
cabíveis a técnica de ampliação de colegiado. 
Observe que a ampliação do colegiado NÃO É 
UMA MODALIDADE DE RECURSO!!! E SIM 
UMA TÉCNICA DE JULGAMENTO!!! 
* STJ 3ª TURMA - AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE PARENTESCO 
ENTRE IRMÃOS. LEGITIMIDADE ATIVA. 
EXISTÊNCIA. IRMÃOS UNILATERAIS. 
PARENTESCO NATURAL COM IRMÃ PRÉ-
MORTA. DIREITO PERSONALÍSSIMO. EXERCÍCIO 
DE DIREITO SUCESSÓRIO. INTERESSE 
PROCESSUAL. EXISTÊNCIA. AÇÃO 
DECLARATÓRIA ADEQUADA. INVIABILIDADE DE 
EXAME DA QUESTÃO NO BOJO DO PRÓPRIO 
INVENTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO 
PEDIDO COMO CONDIÇÃO DA AÇÃO NO 
CPC/1973. QUESTÃO DE MÉRITO NO CPC/2015. 
INAPLICABILIDADE DA REGRA DO ART. 1.614 DO 
CC/2002 - Irmãos unilaterais possuem 
legitimidade ativa e interesse processual para 
propor ação declaratória de reconhecimento 
de parentesco natural com irmã pré-morta, 
ainda que a relação paterno-filial com o pai 
comum, também pré-morto, não tenha sido 
reconhecida em vida. 
Cinge-se a controvérsia a saber se é admissível, 
sob a ótica da legitimidade ativa, do interesse 
processual e da possibilidade jurídica do pedido, 
a petição inicial de ação declaratória de 
reconhecimento do vínculo biológico de 
irmandade, em que os irmãos unilaterais 
pretendem o reconhecimento de vínculo 
biológico com a irmã pré-morta cuja relação 
paterno-filial com o pai comum, também pré-
morto, não foi pleiteada ou reconhecida em vida. 
 
 
 
97 
OS IRMÃOS UNILATERAIS POSSUEM 
LEGITIMIDADE ATIVA PARA PROPOR AÇÃO 
DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE 
PARENTESCO NATURAL COM IRMÃ PRÉ-
MORTA, AINDA QUE A RELAÇÃO 
PATERNOFILIAL COM O PAI COMUM, TAMBÉM 
PRÉ-MORTO, NÃO TENHA SIDO RECONHECIDA 
EM VIDA, POIS A AÇÃO VEICULA ALEGADO 
DIREITO PRÓPRIO, AUTÔNOMO E 
PERSONALÍSSIMO EM VER RECONHECIDA A 
EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICA FAMILIAR E, 
EVENTUALMENTE, CONCORRER NA SUCESSÃO 
DA IRMÃ FALECIDA. 
O fato de o hipotético acolhimento da pretensão 
deduzida revelar a existência de outros vínculos 
biológicos não desvendados em vida por outros 
familiares não pode obstar o exercício de direito 
próprio e autônomo dos irmãos, QUE APENAS 
SERIAM PARTES ILEGÍTIMAS SE PRETENDESSEM 
O RECONHECIMENTO, EM CARÁTER PRINCIPAL, 
DO SUPOSTO VÍNCULO BIOLÓGICO ENTRE A 
FALECIDA IRMÃ E O PAI COMUM. 
Quanto ao interesse processual, percebe-se que 
a pretensão de natureza declaratória deduzida 
pelos recorrentes se bastaria em si mesma, na 
forma do art. 19, I, do CPC/2015, 
independentemente de quaisquer outras 
postulações ou finalidades que com ela se 
quisesse atingir, pois possuem o direito 
autônomo de investigar os seus próprios 
vínculos familiares, a sua origem genética e a sua 
própria história. 
Daí se conclui que os recorrentes necessitam da 
prestação jurisdicional para ver reconhecida a 
existência da relação jurídica de parentesco, 
valendo-se da via adequada - a ação declaratória 
- para tal finalidade. 
Para além disso, sublinhe-se que a necessidade 
do reconhecimento da existência da relação 
jurídica de irmandade também decorre de 
propósito específico, a saber, concorrer, se 
porventura acolhido o pedido, na sucessão da 
suposta irmã falecida. 
TRATA-SE DE QUESTÃO QUE DEVE MESMO SER 
EXAMINADA E DEFINIDA EM AÇÃO 
AUTÔNOMA, DE ÍNDOLE DECLARATÓRIA E 
PRÉVIA AO EFETIVO INGRESSO NO INVENTÁRIO 
EM VIRTUDE DAS RESTRIÇÕES COGNITIVAS LÁ 
EXISTENTES, NA MEDIDA EM QUE O 
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO BIOLÓGICO 
DE PARENTESCO EXIGE ATIVIDADE 
PROBATÓRIA DISTINTA DA DOCUMENTAL, POR 
ISSO MESMO INCOMPATÍVEL COM O RITO 
ESPECIALDO INVENTÁRIO (art. 612 do 
CPC/2015), razão pela qual não há dúvida acerca 
da adequação da via eleita. 
A IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO, QUE 
ERA CONSIDERADA CONDIÇÃO DA AÇÃO NO 
CPC/1973, PASSOU A SER CONSIDERADA UMA 
QUESTÃO DE MÉRITO A PARTIR DA ENTRADA 
EM VIGOR DO CPC/2015, como se depreende da 
exposição de motivos do novo Código, da 
doutrina majoritária e da jurisprudência desta 
Corte. 
NÃO HÁ, NO ORDENAMENTO JURÍDICO 
BRASILEIRO, VEDAÇÃO EXPRESSA OU 
IMPLÍCITA À PRETENSÃO DE DIREITO 
AUTÔNOMO À DECLARAÇÃO DE EXISTÊNCIA 
DE RELAÇÃO DE PARENTESCO NATURAL 
ENTRE PESSOAS SUPOSTAMENTE 
PERTENCENTES À MESMA FAMÍLIA, calcada 
nos direitos personalíssimos de investigar a 
origem genética e biológica e a ancestralidade 
(corolários da dignidade da pessoa humana) e 
do qual pode eventualmente decorrer direito de 
natureza sucessória, não se aplicando à hipótese 
a regra do art. 1.614 do CC/2002 - REsp 
1.892.941-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira 
Turma, por unanimidade, julgado em 
01/06/2021 (INFO 699) 
* A desistência da execução antes do 
oferecimento dos embargos independe da 
anuência do devedor. A apresentação de 
 
 
 
98 
desistência da execução quando ainda não 
efetivada a citação do devedor provoca a 
extinção dos embargos posteriormente opostos, 
ainda que estes versem acerca de questões de 
direito material. O credor não responde pelo 
pagamento de honorários sucumbenciais se 
manifestar a desistência da execução antes da 
citação e da apresentação dos embargos e se 
não houver prévia constituição de advogado nos 
autos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.682.215/MG, Rel. Min. Ricardo 
Vilas Bôas Cueva, julgado em 06/04/2021 (Info 692). 
Com previsão nos artigos 149 e seguintes, 
auxiliares da justiça são: 
i) Escrivão e Chefe de secretária: art. 152, CPC. 
ii) Oficial de justiça: art. 154, CPC. 
iii) Perito: art. 156, CPC. 
iv) Depositário e Administrador: art. 159, CPC. 
v) Intérprete e Tradutor: art. 162, CPC 
vi) Mediador e Conciliador: art. 165, CPC. 
vii) Partidor: art. 651, CPC – organiza esboço de 
partilha 
viii) Distribuidor / Contabilista: 
ix) Regulador de avarias: art. 707, CPC. 
x) Outros com atribuições determinadas pelas 
normas de organização judiciária 
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no 
incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício 
ou mediante requerimento dos legitimados 
mencionados no art. 977, inciso III. 
É possível, no entanto, que seja instaurado 
um IRDR diretamente no STJ nos casos de: 
• competência recursal ordinária (art. 105, II, CF); 
e de 
• competência originária (art. 105, I, CF). 
Art. 976, § 4º: É incabível o incidente de resolução 
de demandas repetitivas quando um dos tribunais 
superiores, no âmbito de sua respectiva 
competência, já tiver afetado recurso para 
definição de tese sobre questão de direito material 
ou processual repetitiva. 
Conforme artigo 176, exercendo o direito de 
ação, o Parquet atuará na defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos interesses 
e direitos sociais individuais indisponíveis. 
Atuando como fiscal da ordem jurídica, será 
intimado para intervir nas hipóteses do art. 
178, CPC. 
* A falta de intimação é causa de nulidade 
processual a ensejar, inclusiva, ação rescisória 
(art. 967, III, CPC). 
* As causas de impedimento e de suspeição 
são aplicadas ao membro do Ministério 
Público, sendo processada em apartado pelo 
juiz sem suspensão do processo, consoante art. 
148, CPC. 
ENUNCIADOS 
FPPC 512: A decisão ilíquida referida no §1º do 
art. 356 somente é permitida nos casos em que 
a sentença também puder sê-la. 
FPPC 513: Postulado o despejo em cumulação 
com outro(s) pedido(s), e estando presentes os 
requisitos exigidos pelo art. 356, o juiz deve 
julgar parcialmente o mérito de forma 
antecipada, para determinar a desocupação do 
imóvel locado. 
FPPC 630: A necessidade de julgamento 
simultâneo de causas conexas ou em que há 
continência não impede a prolação de decisões 
parciais. 
CJF 117: O art. 356 do CPC pode ser aplicado 
nos julgamentos dos tribunais. 
CJF 125: A decisão parcial de mérito não pode 
ser modificada senão em decorrência do recurso 
que a impugna. 
CJF 126: O juiz pode resolver parcialmente o 
mérito, em relação à matéria não afetada para 
julgamento, nos processos suspensos em razão 
 
 
 
99 
de recursos repetitivos, repercussão geral, 
incidente de resolução de demandas repetitivas 
ou incidente de assunção de competência. 
CJF 127: O juiz pode homologar parcialmente a 
delimitação consensual das questões de fato e 
de direito, após consulta às partes, na forma do 
art. 10 do CPC. 
TESES DE REPERCUSÃO GERAL 
Tema 017, RE 571572, julgado em 08/10/2008 - 
Compete à Justiça estadual julgar causas entre 
consumidor e concessionária de serviço público 
de telefonia, quando a ANATEL não seja 
litisconsorte passiva necessária, assistente, nem 
opoente. 
Tema 043, RE 573202, julgado em 21/08/2008 - 
Compete à Justiça comum processar e julgar 
causas instauradas entre o Poder Público e seus 
servidores submetidos a regime especial 
disciplinado por lei local editada antes da 
Constituição Federal de 1988, com fundamento 
no artigo 106 da Constituição de 1967, na 
redação que lhe deu a Emenda Constitucional 
1/1969 
Tema 045, RE 573872, julgado em 24/05/2017 - 
A execução provisória de obrigação de fazer em 
face da Fazenda Pública não atrai o regime 
constitucional dos precatórios. 
Tema 050, RE 575144, julgado em 11/12/2008 - 
O artigo 118, § 3º, do Regimento Interno do 
Superior Tribunal Militar — que prevê que o 
resultado do julgamento de agravo interposto 
perante aquela Corte será certificado nos autos 
pela Secretaria do Tribunal Pleno — não pode 
implicar a ausência de lavratura do acórdão, sob 
pena de afronta às garantias constitucionais da 
motivação e da publicidade dos 
pronunciamentos judiciais. 
Tema 058, RE 592619, julgado em 8/09/2010 - É 
vedado o fracionamento do valor de precatório 
em execução de sentença, com o objetivo de 
efetuar o pagamento das custas processuais por 
meio de requisição de pequeno valor (RPV). 
Tema 077, RE 576847, julgado em 20/05/2009 - 
Não cabe mandado de segurança das decisões 
interlocutórias exaradas em processos 
submetidos ao rito da Lei 9.099/1995. 
Tema 082, RE 573232, julgado em 14/05/2014 - 
I – A previsão estatutária genérica não é 
suficiente para legitimar a atuação, em Juízo, de 
associações na defesa de direitos dos filiados, 
sendo indispensável autorização expressa, ainda 
que deliberada em assembleia, nos termos do 
artigo 5º, inciso XXI, da Constituição Federal;II – 
As balizas subjetivas do título judicial, 
formalizado em ação proposta por associação, 
são definidas pela representação no processo de 
conhecimento, limitada a execução aos 
associados apontados na inicial. 
Tema 096, RE 579431, julgado em 19/04/2017 - 
Incidem os juros da mora no período 
compreendido entre a data da realização dos 
cálculos e a da requisição ou do precatório. 
Tema 116, RE 581160, julgado em 20/06/2012 - 
É inconstitucional o art. 29-C da Lei 8.036/1990, 
introduzido pelo art. 9º da MP 2.164-41/2001, 
que veda a condenação em honorários 
advocatícios nas ações entre o FGTS e os titulares 
de contas vinculadas, bem como naquelas em 
que figuram os respectivos representantes ou 
substitutos processuais. 
Tema 128, RE 590409, julgado em 26/08/2009 - 
Cabe ao respectivo Tribunal Regional Federal 
dirimir conflitos de competência entre Juizado 
Especial e Juízo Federal de primeira instância que 
pertençam a uma mesma Seção Judiciária. 
Tema 135, RE 594116, julgado em 03/12/2015 - 
Aplica-se o § 1º do art. 511 do Código de 
Processo Civil para dispensa de porte de remessa 
e retorno ao exonerar o seu respectivo 
recolhimento por parte do INSS.100 
Tema 136, RE 590809, julgado em 22/10/2014 - 
Não cabe ação rescisória quando o julgado 
estiver em harmonia com o entendimento 
firmado pelo Plenário do Supremo à época da 
formalização do acórdão rescindendo, ainda que 
ocorra posterior superação do precedente. 
Tema 137, RE 590871, julgado em 11/11/2019 - 
É compatível com a Constituição da República de 
1988 a ampliação para 30 (trinta) dias do prazo 
de oposição de embargos à execução pela 
Fazenda Pública. 
Tema 149, RE 594435, julgado em 05/2018 - 
Compete à Justiça comum o julgamento de 
conflito de interesses a envolver a incidência de 
contribuição previdenciária, considerada a 
complementação de proventos. 
Tema 159, RE 586789, julgado em 16/11/2011 - 
Compete às Turmas Recursais o julgamento de 
mandado de segurança utilizado como 
substitutivo recursal contra decisão de juiz 
federal no exercício de jurisdição do Juizado 
Especial Federal. 
Tema 170, RE 597133, julgado em 17/11/2010 - 
Não viola o postulado constitucional do juiz 
natural o julgamento de apelação por órgão 
composto majoritariamente por juízes 
convocados, autorizado no âmbito da Justiça 
Federal pela Lei 9.788/1999. 
Tema 190, RE 586453, julgado em 20/03/2013 - 
Compete à Justiça comum o processamento de 
demandas ajuizadas contra entidades privadas 
de previdência com o propósito de obter 
complementação de aposentadoria, mantendo-
se na Justiça Federal do Trabalho, até o trânsito 
em julgado e correspondente execução, todas as 
causas dessa espécie em que houver sido 
proferida sentença de mérito até 20/2/2013. 
Tema 258, RE 595332, julgado em 31/06/2016 - 
Compete à Justiça Federal processar e julgar 
ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil, 
quer mediante o Conselho Federal, quer 
seccional, figure na relação processual. 
Tema 294, RE 612359, julgado em 14/08/2010 - 
Cabe o julgamento monocrático no âmbito dos 
Juizados Especiais, desde que possível sua 
revisão pelo Órgão Colegiado. 
Tema 295, RE 612360, julgado em 14/08/2010 - 
É constitucional a penhora de bem de família 
pertencente a fiador de contrato de locação, em 
virtude da compatibilidade da exceção prevista 
no art. 3°, VII, da Lei 8.009/1990 com o direito à 
moradia consagrado no art. 6° da Constituição 
Federal, com redação da EC 26/2000. 
Tema 305, RE 607520, julgado em 25/11/2011 - 
Compete à Justiça comum estadual processar e 
julgar as ações de cobrança ou os feitos 
executivos de honorários advocatícios arbitrados 
em favor de advogado dativo em ações cíveis e 
criminais. 
Tema 355, RE 693112, julgado em 09/02/2017 - 
É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de 
direito privado, realizada anteriormente à 
sucessão desta pela União, não devendo a 
execução prosseguir mediante precatório. 
Tema 358, RE 601146, julgado em 08/06/2020 - 
A competência constitucional do tribunal para 
decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças é específica, 
nos termos do artigo 125, § 4º, não autorizando 
a concessão de reforma de policial militar 
julgado inapto a permanecer nas fileiras da 
corporação. 
Tema 360, RE 611503, julgado em 20/09/2018 - 
São constitucionais as disposições normativas do 
parágrafo único do art. 741 do CPC, do § 1º do 
art. 475-L, ambos do CPC/73, bem como os 
correspondentes dispositivos do CPC/15, o art. 
525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. São 
dispositivos que, buscando harmonizar a 
garantia da coisa julgada com o primado da 
Constituição, vieram agregar ao sistema 
 
 
 
101 
processual brasileiro um mecanismo com 
eficácia rescisória de sentenças revestidas de 
vício de inconstitucionalidade qualificado, assim 
caracterizado nas hipóteses em que (a) a 
sentença exequenda esteja fundada em norma 
reconhecidamente inconstitucional, seja por 
aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar 
norma em situação ou com um sentido 
inconstitucionais; ou (b) a sentença exequenda 
tenha deixado de aplicar norma 
reconhecidamente constitucional; e (c) desde 
que, em qualquer dos casos, o reconhecimento 
dessa constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade tenha decorrido de 
julgamento do STF realizado em data anterior ao 
trânsito em julgado da sentença exequenda. 
Tema 361, RE 631537, julgado em 22/05/2020 - 
A cessão de crédito alimentício não implica a 
alteração da natureza. 
Tema 374, RE 627709 julgado em 20/08/2014 - 
A regra prevista no § 2º do art. 109 da 
Constituição Federal também se aplica às ações 
movidas em face de autarquias federais. 
Tema 380, RE 600658, julgado em 08/04/2011 - 
O art. 17 do ADCT alcança as situações jurídicas 
cobertas pela coisa julgada. 
Tema 408, ARE 637975, julgado em 10/06/2011 
- É compatível com a Constituição o art. 34 da Lei 
6.830/1980, que afirma incabível apelação em 
casos de execução fiscal cujo valor seja inferior a 
50 ORTN. 
Tema 411, AI 841548, julgado em 10/06/2011 - 
É incompatível com a Constituição o 
reconhecimento às entidades paraestatais dos 
privilégios processuais concedidos à Fazenda 
Pública em execução de pagamento de quantia 
em dinheiro. 
Tema 414, RE 638483, julgado em 10/06/2011 - 
Compete à Justiça Comum Estadual julgar as 
ações acidentárias que, propostas pelo segurado 
contra o Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS), visem à prestação de benefícios relativos 
a acidentes de trabalho. 
Tema 435, AI 842063, julgado em 17/06/2011 - 
É compatível com a Constituição a aplicabilidade 
imediata do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com 
alteração pela Medida Provisória nº 2.180-
35/2001, ainda que em relação às ações 
ajuizadas antes de sua entrada em vigor. 
Tema 451, RE 635729, julgado em 01/07/2011 - 
Não afronta a exigência constitucional de 
motivação dos atos decisórios a decisão de 
Turma Recursal de Juizados Especiais que, em 
consonância com a Lei 9.099/1995, adota como 
razões de decidir os fundamentos contidos na 
sentença recorrida. 
Tema 455, RE 1263641, julgado em 13/10/2020 
- A exigência de garantia para o exercício da 
profissão de leiloeiro, prevista nos artigos 6º a 8º 
do Decreto 21.981/1932, é compatível com o 
artigo 5º, XIII, da CF/1988. 
Tese 499, RE 612043, julgado em 10/05/2017 - 
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a 
partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada 
por associação civil na defesa de interesses dos 
associados, somente alcança os filiados, 
residentes no âmbito da jurisdição do órgão 
julgador, que o fossem em momento anterior ou 
até a data da propositura da demanda, 
constantes da relação jurídica juntada à inicial do 
processo de conhecimento. 
Tema 511, RE 657686, julgado em 23/10/2014 - 
É constitucionalmente vedada a compensação 
unilateral de débitos em proveito exclusivo da 
Fazenda Pública ainda que os valores envolvidos 
não estejam sujeitos ao regime de precatórios, 
mas apenas à sistemática da requisição de 
pequeno valor. 
Tema 530, RE 669367, julgado em 02/05/2013 - 
É lícito ao impetrante desistir da ação de 
mandado de segurança, independentemente de 
aquiescência da autoridade apontada como 
 
 
 
102 
coatora ou da entidade estatal interessada ou, 
ainda, quando for o caso, dos litisconsortes 
passivos necessários, a qualquer momento antes 
do término do julgamento, mesmo após 
eventual sentença concessiva do ‘writ’ 
constitucional, não se aplicando, em tal hipótese, 
a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC/1973. 
Tema 544, RE 846854, julgado em 25/05/2017 - 
A justiça comum, federal ou estadual, é 
competente para julgar a abusividade de greve 
de servidores públicos celetistas da 
Administração pública direta, autarquias e 
fundações públicas. 
Tema 549, ARE 648629, julgado em 25/04/2013 
- A prerrogativa processual da Fazenda Pública 
Federal de receber intimações pessoais, nos 
termos do art. 17 da Lei 10.910/2004,não tem 
aplicação no âmbito do procedimento dos 
Juizados Especiais Federais. 
Tema 550, RE 606003, julgado em 28/09/2020 - 
Preenchidos os requisitos dispostos na Lei 
4.886/65, compete à Justiça Comum o 
julgamento de processos envolvendo relação 
jurídica entre representante e representada 
comerciais, uma vez que não há relação de 
trabalho entre as partes. 
Tema 572, RE 684169, julgado em 31/08/2012 - 
Compete à Justiça comum estadual processar e 
julgar causas alusivas à parcela do imposto de 
renda retido na fonte pertencente ao Estado-
membro, porque ausente o interesse da União. 
Tema 606, RE 655283, julgado em 15/03/2021 - 
A natureza do ato de demissão de empregado 
público é constitucional-administrativa e não 
trabalhista, o que atrai a competência da Justiça 
comum para julgar a questão. A concessão de 
aposentadoria aos empregados públicos 
inviabiliza a permanência no emprego, nos 
termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as 
aposentadorias concedidas pelo Regime Geral 
de Previdência Social até a data de entrada em 
vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos 
termos do que dispõe seu art. 6º. 
Tema 722, RE 726035, julgado em 25/04/2014 - 
Compete à justiça federal comum processar e 
julgar mandado de segurança quando a 
autoridade apontada como coatora for 
autoridade federal, considerando-se como tal 
também os dirigentes de pessoa jurídica de 
direito privado investidos de delegação 
concedida pela União. 
Tema 727, RE 797905, julgado em 16/05/2014 - 
Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar 
mandado de injunção referente à omissão 
quanto à edição da lei complementar prevista no 
art. 40, § 4º, da Constituição de 1988. 
Tema 739, ARE 791932, julgado em 11/10/2018 
- É nula a decisão de órgão fracionário que se 
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, 
sem observar a cláusula de reserva de Plenário 
(CF, art. 97), observado o art. 949 do Código de 
Processo Civil. 
Tema 755, ARE 723307, julgado em 09/08/2014 
- É vedado o fracionamento da execução 
pecuniária contra a Fazenda Pública para que 
uma parte seja paga antes do trânsito em 
julgado, por meio de Complemento Positivo, e 
outra depois do trânsito, mediante Precatório ou 
Requisição de Pequeno Valor. 
Tema 775, RE 598650, julgado em 11/10/2021 - 
Compete ao Tribunal Regional Federal processar 
ação rescisória proposta pela União com o 
objetivo de desconstituir sentença transitada em 
julgado proferida por juiz estadual, quando afeta 
interesses de órgão federal. 
Tema 793, RE 855178, julgado em 06/03/2015 - 
Os entes da federação, em decorrência da 
competência comum, são solidariamente 
responsáveis nas demandas prestacionais na 
área da saúde, e diante dos critérios 
constitucionais de descentralização e 
hierarquização, compete à autoridade judicial 
 
 
 
103 
direcionar o cumprimento conforme as regras de 
repartição de competências e determinar o 
ressarcimento a quem suportou o ônus 
financeiro. 
Tema 810, RE 870947, julgado em 20/09/2017 - 
1) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação 
dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que 
disciplina os juros moratórios aplicáveis a 
condenações da Fazenda Pública, é 
inconstitucional ao incidir sobre débitos 
oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais 
devem ser aplicados os mesmos juros de mora 
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu 
crédito tributário, em respeito ao princípio 
constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput); 
quanto às condenações oriundas de relação 
jurídica não-tributária, a fixação dos juros 
moratórios segundo o índice de remuneração da 
caderneta de poupança é constitucional, 
permanecendo hígido, nesta extensão, o 
disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a 
redação dada pela Lei nº 11.960/09; e 2) O art. 
1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela 
Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a 
atualização monetária das condenações 
impostas à Fazenda Pública segundo a 
remuneração oficial da caderneta de poupança, 
revela-se inconstitucional ao impor restrição 
desproporcional ao direito de propriedade 
(CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica 
como medida adequada a capturar a variação de 
preços da economia, sendo inidônea a promover 
os fins a que se destina. 
Tema 820, RE 860508, julgado em 08/03/2021 - 
A competência prevista no §3º do artigo 109 da 
Constituição Federal, da Justiça comum, 
pressupõe inexistência de Vara Federal na 
Comarca do domicílio do segurado. 
Tema 831, RE 889173, julgado em 08/08/2015 - 
O pagamento dos valores devidos pela Fazenda 
Pública entre a data da impetração do mandado 
de segurança e a efetiva implementação da 
ordem concessiva deve observar o regime de 
precatórios previsto no artigo 100 da 
Constituição Federal. 
Tema 858, RE 1010819, julgado em 26/05/2021 
- I - O trânsito em julgado de sentença 
condenatória proferida em sede de ação 
desapropriatória não obsta a propositura de 
Ação Civil Pública em defesa do patrimônio 
público, para discutir a dominialidade do bem 
expropriado, ainda que já se tenha expirado o 
prazo para a Ação Rescisória; II - Em sede de 
Ação de Desapropriação, os honorários 
sucumbenciais só serão devidos caso haja 
devido pagamento da indenização aos 
expropriados. 
Tema 859, RE 678162, julgado em 22/09/2020 - 
A insolvência civil está entre as exceções da parte 
final do artigo 109, I, da Constituição da 
República, para fins de definição da competência 
da Justiça Federal. 
Tema 873, ARE 925754, julgado em 18/12/2015 
- Não viola o art. 100, § 8º, da Constituição 
Federal a execução individual de sentença 
condenatória genérica proferida contra a 
Fazenda Pública em ação coletiva visando à 
tutela de direitos individuais homogêneos. 
Tema 877, RE 938837, julgado em 19/04/2017 - 
Os pagamentos devidos, em razão de 
pronunciamento judicial, pelos Conselhos de 
Fiscalização não se submetem ao regime de 
precatórios. 
Tema 961, ARE 1038507, julgado em 
21/12/2020 - É impenhorável a pequena 
propriedade rural familiar constituída de mais de 
01 (um) terreno, desde que contínuos e com área 
total inferior a 04 (quatro) módulos fiscais do 
município de localização. 
Tema 1075, RE 1101937, julgado em 
08/04/2021 - I - É inconstitucional a redação do 
art. 16 da Lei 7.347/1985, alterada pela Lei 
9.494/1997, sendo repristinada sua redação 
original. II - Em se tratando de ação civil pública 
 
 
 
104 
de efeitos nacionais ou regionais, a competência 
deve observar o art. 93, II, da Lei 8.078/1990 
(Código de Defesa do Consumidor). III - 
Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de 
âmbito nacional ou regional e fixada a 
competência nos termos do item II, firma-se a 
prevenção do juízo que primeiro conheceu de 
uma delas, para o julgamento de todas as 
demandas conexas. 
Tema 1092, RE 1265549, julgada em 05/06/2020 
- Compete à Justiça comum processar e julgar 
causas sobre complementação de aposentadoria 
instituída por lei cujo pagamento seja, 
originariamente ou por sucessão, da 
responsabilidade da Administração Pública 
direta ou indireta, por derivar essa 
responsabilidade de relação jurídico-
administrativa. 
Tema 1119, ARE 1293130, julgado em 
18/12/2020 - É desnecessária a autorização 
expressa dos associados, a relação nominal 
destes, bem como a comprovação de filiação 
prévia, para a cobrança de valores pretéritos de 
título judicial decorrente de mandado de 
segurança coletivo impetrado por entidade 
associativa de caráter civil. 
Tema 1142, RE 1309081, julgado em 
07/05/2021 - Os honorários advocatícios 
constituem crédito único e indivisível, de modo 
que o fracionamento da execução de honorários 
advocatícios sucumbenciais fixados em ação 
coletiva contra a Fazenda Pública, 
proporcionalmente às execuções individuais de 
cada beneficiário,viola o § 8º do artigo 100 da 
Constituição Federal. 
Tema 1154, RE 1304964, julgado em 
25/06/2021 - Compete à Justiça Federal 
processar e julgar feitos em que se discuta 
controvérsia relativa à expedição de diploma de 
conclusão de curso superior realizado em 
instituição privada de ensino que integre o 
Sistema Federal de Ensino, mesmo que a 
pretensão se limite ao pagamento de 
indenização. 
Súmula 339-STJ: É cabível ação monitória 
contra a Fazenda Pública. 
Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de 
crédito em conta-corrente, acompanhado do 
demonstrativo de débito, constitui documento 
hábil para o ajuizamento da ação monitória. 
Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de 
ação monitória em face do emitente de nota 
promissória sem força executiva é 
quinquenal, a contar do dia seguinte ao 
vencimento do título. 
Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de 
ação monitória em face do emitente de 
cheque sem força executiva é quinquenal, a 
contar do dia seguinte à data de emissão 
estampada na cártula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
105 
CONSUMIDOR 
* Nos termos do art. 178 da Constituição da 
República, as normas e os tratados 
internacionais limitadores da 
responsabilidade das transportadoras aéreas 
de passageiros, especialmente as Convenções 
de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em 
relação ao Código de Defesa do Consumidor. 
(Tema 210, RE 636331, julgado em 25/05/2017) 
* A responsabilidade civil decorrente de 
extravio de mercadoria importada objeto de 
contrato de transporte celebrado entre a 
importadora e a companhia aérea se encontra 
disciplinada pela Convenção de Montreal. (STJ, 
EREsp 1.289.629-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda 
Seção, julgado em 25/05/2022). 
* A inexistência de responsabilidade solidária 
por fato do produto entre os fornecedores da 
cadeia de consumo impede a extensão do 
acordo feito por um réu em benefício do 
outro. A ingestão parcial de produto 
contaminado configura hipótese de fato do 
produto, situação na qual o comerciante não 
possui responsabilidade solidária, mas sim 
subsidiária (art. 13 do CDC). Sendo a 
responsabilidade do supermercado subsidiária, 
o acordo por ele firmado não se estende 
necessariamente à fabricante porque não se 
aplica o § 3º do art. 844 do CC (este dispositivo 
afirma que se a transação foi feita entre um dos 
devedores solidários e seu credor, ela extingue a 
dívida em relação aos codevedores). STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.968.143-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 08/02/2022 (Info 724). 
* A empresa patrocinadora de evento, que não 
participou da sua organização, não pode ser 
enquadrada no conceito de fornecedor para 
fins de responsabilização por acidente de 
consumo ocorrido no local. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.955.083-BA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
15/02/2022 (Info 727). 
 SERVIÇOS BANCÁRIOS 
A inadequada prestação de serviços 
bancários, caracterizada pela reiterada 
existência de caixas eletrônicos inoperantes, 
sobretudo por falta de numerário, e pelo 
consequente excesso de espera em filas por 
tempo superior ao estabelecido em legislação 
municipal, é apta a caracterizar danos morais 
coletivos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.929.288-TO, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 22/02/2022 (Info 726). 
O limite de desconto do empréstimo 
consignado não se aplica aos contratos de 
mútuo bancário em que o cliente autoriza o 
débito das prestações em conta-corrente. São 
lícitos os descontos de parcelas de empréstimos 
bancários comuns em conta-corrente, ainda que 
utilizada para recebimento de salários, desde 
que previamente autorizados pelo mutuário e 
enquanto esta autorização perdurar, não sendo 
aplicável, por analogia, a limitação prevista no § 
1º do art. 1lllkº da Lei nº 10.820/2003, que 
disciplina os empréstimos consignados em folha 
de pagamento. STJ. 2ª Seção. REsp 1.863.973-SP, Rel. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/03/2022 
(Recurso Repetitivo – Tema 1085) (Info 728). 
PLANO DE SAÚDE 
Após o prazo de 30 dias do nascimento, o 
neonato submetido a tratamento terapêutico 
e não inscrito no plano de saúde deve ser 
considerado usuário por equiparação, o que 
acarreta para ele o direito manter a cobertura 
recolhendo as mensalidades. Então, se, de um 
lado, a lei exime a operadora da obrigação de 
custear o tratamento médico prescrito para o 
neonato, após o 30º dia do parto, se ele não foi 
inscrito como beneficiário do plano de saúde, 
impede, de outro lado, que se interrompa o 
tratamento ainda em curso, assegurando, pois, a 
cobertura assistencial até a sua alta hospitalar. 
Nesse contexto, após o prazo de 30 (trinta) dias 
do nascimento, o neonato submetido a 
tratamento terapêutico e não inscrito no plano 
 
 
 
106 
de saúde deve ser considerado usuário por 
equiparação. Em outras palavras, deve ser 
considerado como se inscrito fosse, ainda que 
provisoriamente, o que lhe acarreta não o 
ressarcimento de despesas conforme os valores 
de tabela da operadora, mas o recolhimento de 
quantias correspondentes a mensalidades de 
sua categoria, a exemplo também do que 
acontece aos beneficiários sob tratamento 
assistencial em planos extintos. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.953.191-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 15/02/2022 (Info 727). 
É ilegal a cobrança, pelo plano de saúde, de 
coparticipação em forma de percentual no 
caso de internação domiciliar não alusiva a 
tratamento psiquiátrico. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.947.036-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
22/02/2022 (Info 727). 
A operadora de plano de saúde tem o dever 
de cobrir parto de urgência, por complicações 
no processo gestacional, ainda que o plano 
tenha sido contratado na segmentação 
hospitalar sem obstetrícia. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.947.757-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
08/03/2022 (Info 728). 
É abusiva a rescisão do contrato de plano de 
saúde pela operadora com fundamento na 
inadimplência, se quando da notificação exigida 
pela Lei n. 9.656/1998 o consumidor não mais se 
encontra inadimplente, tendo adimplido todas 
as parcelas devidas com correção monetária e 
juros de mora. A conduta da operadora ao 
cancelar o contrato quando as parcelas, embora 
com atraso, estavam todas pagas à época da 
rescisão, afrontou os deveres de cooperação e 
de solidariedade. Além disso, tal atitude revelou 
comportamento contraditório considerando 
que a operadora, depois de aceitar os 
pagamentos com atraso durante anos, rescindiu 
o contrato em 2020, em meio à crise sanitária da 
Covid-19. STJ, REsp 2.001.686-MS, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 
16/08/2022, DJe 18/08/2022 (Info. 746). 
É devida a limitação do reembolso, pelo preço 
de tabela, ao usuário que utilizar para o 
tratamento de terapia coberta, os 
profissionais e estabelecimentos não 
credenciados, estejam eles dentro ou fora da 
área de abrangência do município/área 
geográfica e de estar ou não o paciente em 
emergência ou urgência. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 
1.933.552-ES, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 15/03/2022 (Info 729). 
São constitucionais os prazos para conclusão 
dos procedimentos administrativos de 
atualização do rol de procedimentos e eventos 
em saúde suplementar (art. 10, §§ 7º e 8º, da Lei 
nº 9.656/98), por inexistir incompatibilidade 
entre a sua definição e a urgência dos 
pacientes na obtenção de um tratamento. STF. 
Plenário. ADI 7088/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 9/11/2022 (Info 1075). STF. Plenário. 
ADI 7183/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 9/11/2022 (Info 1075). 
O formato adotado para a composição da 
Comissão de Atualização do Rol de 
Procedimentos e Eventos em Saúde 
Suplementar (art. 10-D, §§ 1º, 2º e 4º, da Lei nº 
9.656/98) não fere a ConstituiçãoFederal, ante 
a ausência da alegada exclusão de participantes 
usuários de planos de saúde ou discriminação de 
qualquer natureza. STF. Plenário. ADI 7088/DF, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 9/11/2022 (Info 1075). STF. 
Plenário. ADI 7183/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 9/11/2022 (Info 1075). 
São constitucionais os critérios a serem 
considerados no relatório elaborado pela 
referida Comissão (art. 10-D, § 3º, da Lei nº 
9.656/98), uma vez que não há submissão do 
direito à saúde à interesses econômicos e 
financeiros. STF. Plenário. ADI 7088/DF, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 9/11/2022 (Info 1075). STF. Plenário. 
 
 
 
107 
ADI 7183/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
9/11/2022 (Info 1075). 
A operadora, mesmo após o exercício regular do 
direito à rescisão unilateral de plano coletivo, 
deverá assegurar a continuidade dos cuidados 
assistenciais prescritos a usuário internado ou 
em pleno tratamento médico garantidor de 
sua sobrevivência ou de sua incolumidade 
física, até a efetiva alta, desde que o titular 
arque integralmente com a contraprestação 
devida. (Tema 1082, Repetitivos STJ) 
Salvo disposição contratual expressa, os planos 
de saúde não são obrigados a custear o 
tratamento médico de fertilização in vitro. 
Tema 1067, Repetitivos STJ. 
Reiterando seu entendimento, a Turma decidiu 
que A OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE É 
SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEL PELA SUA 
REDE DE SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALAR 
CREDENCIADA. Reconheceu-se sua 
legitimidade passiva para figurar na ação 
indenizatória movida por segurado, em razão da 
má prestação de serviço por profissional 
conveniado. Assim, AO SELECIONAR MÉDICOS 
PARA PRESTAR ASSISTÊNCIA EM SEU NOME, 
O PLANO DE SAÚDE SE COMPROMETE COM 
O SERVIÇO, ASSUMINDO ESSA OBRIGAÇÃO, 
E POR ISSO TEM RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA PERANTE OS CONSUMIDORES, 
PODENDO EM AÇÃO REGRESSIVA 
AVERIGUAR A CULPA DO MÉDICO OU DO 
HOSPITAL. Precedentes citados: AgRg no REsp 
1.037.348-SP, DJe 17/8/2011; AgRg no REsp 1.029.043-SP, 
DJe 8/06/2009, e REsp 138.059-MG, DJ 11/6/2001. REsp 
866.371-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 27/3/2012. 
(Informativo nº 494 - 26 de março a 3 de abril de 2012 - 
QUARTA TURMA - RESPONSABILIDADE. PLANO DE SAÚDE. 
PRESTAÇÃO. SERVIÇO) 
* Considera-se fortuito externo a queda de 
passageiro em via férrea de metrô, por 
decorrência de mal súbito, não ensejando o 
dever de reparação do dano por parte da 
concessionária de serviço público, mesmo 
considerando que não houve adoção, por parte 
do transportador, de tecnologia moderna para 
impedir o trágico evento. Não é a regra que trens 
de metrôs, inclusive em países com altíssimo 
nível de desenvolvimento econômico e social, 
tenham as denominadas “portas de plataforma” 
(Platform Screen Doors - PSD). STJ. 4ª Turma. REsp 
1.936.743-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
14/06/2022 (Info 741). (no caso a vítima teve uma 
crise epiléptica, caiu e faleceu). 
* A empresa aérea que disponibilizar a opção 
de resgate de passagens aéreas com "pontos" 
pela internet é obrigada a assegurar que o 
cancelamento ou reembolso dessas seja 
solicitado pelo mesmo meio. A companhia 
aérea informou que o reembolso de passagens 
adquiridas com pontos só poderia ser feito no 
aeroporto, ou por intermédio da central de 
vendas, por telefone, mas não pelo site. O STJ 
considerou que a conduta foi abusiva (art. 39, V, 
do CDC). STJ. 4ª Turma. REsp 1.966.032-DF, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 16/08/2022 (Info 745). 
* Não é abusiva a cláusula constante de 
programa de fidelidade que impede a 
transferência de pontos/bônus de milhagem 
aérea aos sucessores do cliente titular no caso 
de seu falecimento. REsp 1.878.651-SP, Rel. Min. 
Moura Ribeiro, Terceira Turma, por unanimidade, julgado 
em 04/10/2022, DJe 07/10/2022. (Info 753). 
(Fundamentos: o contrato é unilateral (obriga 
apenas a instituidora do programa), gratuito 
(exige interpretação restritiva cf 114 do CC) e 
intuito personae. 
* A previsão de solidariedade prevista no art. 25, 
§1º, do CDC [Sendo o dano causado por 
componente ou peça incorporada ao produto ou 
serviço, são responsáveis solidários seu 
fabricante, construtor ou importador e o que 
realizou a incorporação] deve ser interpretada 
restritivamente. 
 
 
 
108 
Caso adaptado: consumidor celebrou contrato 
de financiamento para aquisição de casa própria 
com a empresa “L”, tendo a Caixa Econômica 
Federal intervindo no ajuste como agente 
financeiro do SFH. Posteriormente, o 
consumidor ajuizou ação contra empresa e a CEF 
pedindo a restituição de valores pagos a mais em 
razão de cálculos incorretos feitos pela empresa. 
A sentença julgou o pedido procedente para 
condenar os réus a devolver as quantias pagas a 
mais. 
O consumidor iniciou cumprindo de sentença 
cobrando o valor integral da CEF. O STJ não 
concordou com o pedido. A execução deve ser, 
quantitativamente, dividida, em partes iguais e 
distintas, entre a CEF e a outra empresa. 
Havendo condenação de mais de um réu, e 
sendo omissa a sentença em relação à parcela de 
responsabilidade de cada demandado, a solução 
para essa omissão, na execução, deve partir da 
premissa de que “a solidariedade não se 
presume; resulta da lei ou da vontade das partes” 
(art. 265 do CC). 
No caso, inexiste qualquer previsão legal e/ou 
convencional quanto à obrigação solidária entre 
os corréus, pelo que aplicável a norma do art. 
257 do CC, segundo a qual “havendo mais de um 
devedor ou mais de um credor em obrigação 
divisível, esta presume-se dividida em tantas 
obrigações, iguais e distintas, quantos os 
credores ou devedores”. 
A norma do art. 25, §1º, do CDC, rege a 
responsabilidade solidária daqueles que 
provocam dano ao consumidor por vício do 
produto ou do serviço, não sendo esta a relação 
jurídica estabelecida entre as partes, decorrente 
de revisão de contrato de mútuo, de modo que, 
por se tratar de exceção à regra geral do art. 265 
do CC, a previsão de solidariedade contida no 
supracitado dispositivo deve ser interpretada 
restritivamente. STJ. 1ª Turma.REsp 1647238-RJ, Rel. 
Min. Gurgel de Faria, julgado em 17/05/2022 (Info 737). 
DIREITO DE CRÉDITO RESPONSÁVEL 
O direito ao crédito responsável, incluído pela 
Lei 14.181/2021, direciona o ordenamento 
jurídico em favor de práticas negociais 
saudáveis abrangentes das mais variadas formas 
de crédito. Trata-se de conceito já admitido pela 
doutrina e pela jurisprudência. Segundo Pablo 
Stolze, é norma que impõe condutas tendentes 
a que se alcance um estado de coisas 
caracterizado pelo atendimento de três 
principais diretrizes: 
• A primeira mira o Poder Público. Cabe-lhe 
direcionar seus atos normativos, suas políticas 
públicas e suas atividades de fiscalização no 
sentido de reprimir práticas que contrariem o 
crédito responsável. 
• A segunda dirige-se aos credores. Há um dever 
jurídico dos credores de não fornecer créditos 
irresponsáveis, assim entendidos aqueles que, 
por um exame prévio do caso concreto, não 
são factivelmente pagáveis pelo devedor. Esse 
dever jurídico tem conexão com o dever de boa-
fé objetiva, que exige comportamento ético de 
todos os particulares. Um dos desdobramentos 
da boa-fé objetiva é o duty to mitigate the loss, 
segundo o qual o credor tem o dever de 
cooperar com o devedor e adotar um 
comportamento que não estimule o aumento da 
dívida. Em síntese, o credor não deve estimular o 
endividamento imprudente do devedor. 
• A terceira endereça-se aos próprios devedores. 
O devedor tem o dever jurídico de adotar um 
comportamento de prudência ao contrair 
dívidas, buscando abster-se de assumir 
compromissos além de sua capacidade de 
pagamento. 
* Para fins de aplicação da Teoria Menor da 
desconsideração da personalidade jurídica, o 
§ 5º do art. 28 do CDCnão dá margem para 
admitir a responsabilização pessoal de quem 
não integra o quadro societário da empresa 
 
 
 
109 
(administrador não sócio). STJ. 3ª Turma. REsp 
1862557/DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 15/6/2021. STJ. 4ª Turma. REsp 1860333-DF, Rel. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 11/10/2022 (Info 754). 
* CIVIL – STJ - Resp 1.737.412/SE - DANO MORAL 
COLETIVO - É cabível indenização por danos 
morais em caso de demora excessiva para 
atendimento na fila do banco? RECURSO 
ESPECIAL. CONSUMIDOR. TEMPO DE 
ATENDIMENTO PRESENCIAL EM AGÊNCIAS 
BANCÁRIAS. DEVER DE QUALIDADE, 
SEGURANÇA, DURABILIDADE E DESEMPENHO. 
ART. 4º, II, "D", DO CDC. FUNÇÃO SOCIAL DA 
ATIVIDADE PRODUTIVA. MÁXIMO 
APROVEITAMENTO DOS RECURSOS 
PRODUTIVOS. TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO 
DO CONSUMIDOR. DANO MORAL COLETIVO. 
OFENSA INJUSTA E INTOLERÁVEL. VALORES 
ESSENCIAIS DA SOCIEDADE. FUNÇÕES. 
PUNITIVA, REPRESSIVA E REDISTRIBUTIVA. 
1. Cuida-se de coletiva de consumo, por meio da 
qual a recorrente requereu a condenação do 
recorrido ao cumprimento das regras de 
atendimento presencial em suas agências 
bancárias relacionadas ao tempo máximo de 
espera em filas, à disponibilização de sanitários e 
ao oferecimento de assentos a pessoas com 
dificuldades de locomoção, além da 
compensação dos danos morais coletivos 
causados pelo não cumprimento de referidas 
obrigações. 
2. Recurso especial interposto em: 23/03/2016; 
conclusos ao gabinete em: 11/04/2017; 
julgamento: CPC/73. 
3. O propósito recursal é determinar se o 
descumprimento de normas municipais e 
federais que estabelecem parâmetros para a 
adequada prestação do serviço de atendimento 
presencial em agências bancárias é capaz de 
configurar dano moral de natureza coletiva. 
4. O dano moral coletivo é espécie autônoma 
de dano que está relacionada à integridade 
psico-física da coletividade, bem de natureza 
estritamente transindividual e que, portanto, 
não se identifica com aqueles tradicionais 
atributos da pessoa humana (dor, sofrimento 
ou abalo psíquico), amparados pelos danos 
morais individuais. 
5. O dano moral coletivo não se confunde com 
o somatório das lesões extrapatrimoniais 
singulares, por isso não se submete ao 
princípio da reparação integral (art. 944, caput, 
do CC/02), cumprindo, ademais, funções 
específicas 
6. No dano moral coletivo, a função punitiva - 
sancionamento exemplar ao ofensor - é, aliada 
ao caráter preventivo - de inibição da 
reiteração da prática ilícita - e ao princípio da 
vedação do enriquecimento ilícito do agente, 
a fim de que o eventual proveito patrimonial 
obtido com a prática do ato irregular seja 
revertido em favor da sociedade. 
7. O dever de qualidade, segurança, 
durabilidade e desempenho que é atribuído 
aos fornecedores de produtos e serviços pelo art. 
4º, II, d, do CDC, tem um conteúdo coletivo 
implícito, uma função social, relacionada à 
otimização e ao máximo aproveitamento dos 
recursos produtivos disponíveis na sociedade, 
entre eles, o tempo. 
8. O desrespeito voluntário das garantias 
legais, com o nítido intuito de otimizar o lucro 
em prejuízo da qualidade do serviço, revela 
ofensa aos deveres anexos ao princípio boa-
fé objetiva e configura lesão injusta e 
intolerável à função social da atividade 
produtiva e à proteção do tempo útil do 
consumidor. 
9. Na hipótese concreta, a instituição financeira 
recorrida optou por não adequar seu serviço aos 
padrões de qualidade previstos em lei municipal 
e federal, impondo à sociedade o desperdício de 
tempo útil e acarretando violação injusta e 
intolerável ao interesse social de máximo 
 
 
 
110 
aproveitamento dos recursos produtivos, o que 
é suficiente para a configuração do dano 
moral coletivo. 10. Recurso especial provido. (REsp 
1737412/SE, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 05/02/2019, DJe 08/02/2019). 
* Em contrato de compra e venda de imóvel 
com garantia de alienação fiduciária 
devidamente registrado em cartório, a 
resolução do pacto, na hipótese de 
inadimplemento do devedor, devidamente 
constituído em mora, deverá observar a forma 
prevista na Lei n. 9.514/1997, por se tratar de 
legislação específica, afastando-se, por 
conseguinte, a aplicação do Código de Defesa 
do Consumidor. (STJ, REsp 1.891.498-SP, Rel. Min. 
Marco Buzzi, Segunda Seção, julgado 26/10/2022 - Tema 
1095) 
*1 - O rol de Procedimentos e Eventos em Saúde 
Suplementar é, em regra, taxativo; 
2 - A operadora de plano ou seguro de saúde 
não é obrigada a arcar com tratamento não 
constante do rol da ANS se existe, para a cura 
do paciente, outro procedimento eficaz, 
efetivo e seguro já incorporado ao rol; 
3 - É possível a contratação de cobertura 
ampliada ou a negociação de aditivo 
contratual para a cobertura de procedimento 
extra rol; 
4 - Não havendo substituto terapêutico ou 
esgotados os procedimentos do rol da ANS, 
pode haver, a título excepcional, a cobertura do 
tratamento indicado pelo médico ou 
odontólogo assistente, desde que (i) não tenha 
sido indeferido expressamente, pela ANS, a 
incorporação do procedimento ao rol da 
Saúde Suplementar; (ii) haja comprovação da 
eficácia do tratamento à luz da medicina 
baseada em evidências; (iii) haja 
recomendações de órgãos técnicos de 
renome nacionais (como CONITEC e NATJUS) e 
estrangeiros; e (iv) seja realizado, quando 
possível, o diálogo interinstitucional do 
magistrado com entes ou pessoas com 
expertise técnica na área da saúde, incluída a 
Comissão de Atualização do rol de 
Procedimentos e Eventos em Saúde 
Suplementar, sem deslocamento da 
competência do julgamento do feito para a 
Justiça Federal, ante a ilegitimidade passiva ad 
causam da ANS. STJ, EREsp 1.886.929-SP, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 08/06/2022. 
* O contrato de programa de fidelidade é um 
contrato de adesão. Vale ressaltar, contudo, 
que nos contratos de adesão não existe 
ilegalidade intrínseca, razão pela qual só serão 
declaradas abusivas e, portanto, nulas, aquelas 
cláusulas que estabeleçam obrigações 
consideradas iníquas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, que 
tragam desequilíbrio de direitos e obrigações 
típicos àquele contrato específico, que frustrem 
os interesses básicos das partes presentes 
naquele tipo de relação, ou sejam incompatíveis 
com a boa-fé ou equidade, nos termos do art. 
51, IV, do CDC. A adesão ao programa de 
fidelidade deve ser considerado como 
contrato unilateral e benéfico considerando 
que dispensa contraprestação pecuniária do 
seu beneficiário e prevê responsabilidade 
somente ao seu instituidor. Os contratos 
benéficos, que por sua natureza são intuito 
personae, devem ser interpretados 
restritivamente, consoante disposto no art. 114 
do CC/02. STJ. 3ª Turma. REsp 1878651-SP, Rel. Min. 
Moura Ribeiro, julgado em 04/10/2022 (Info 753). 
TEORIA MAXIMALISTA OU OBJETIVA 
Destinatário final é o consumidor que retira o 
produto do mercado de consumo (destinatário 
fático). Não importa o destino que é dado ao 
bem de consumo, podendo ser utilizado para 
consumo próprio ou para a produção de outros 
produtos. Por exemplo, a empresa que adquire 
um maquinário para utilizar em sua produção 
têxtil é considerada consumidora. Conceito 
 
 
 
111 
jurídico de consumidor. Conceito objetivo. 
Destinatário fático. Retirado o produto ou 
serviço de mercado do consumo, será 
consumidor, independentemente de colocar fim 
à cadeia econômica. É um conceito amplo. 
Pessoa jurídica pode ser consumidora. Críticas: a 
Teoria Maximalista amplia demais o conceito de 
consumidor, abrangendo pessoas que não são 
vulneráveis. 
TEORIA FINALISTA OU SUBJETIVA 
Destinatário final não é apenas o destinatário 
final, para ser considerado consumidordeve 
adquirir o produto ou serviço para a satisfação 
de uma necessidade pessoal, importa a 
destinação econômica. É a teoria adotada pelo 
CDC. Com base na Teoria Finalista, o STJ não 
aplicou o CDC para o caso que uma boate 
comprou um ar-condicionado. O STF não aplicou 
para o caso de uma empresa que adquiriu 
algodão com o intuito de utilizar em sua 
produção têxtil. Conceito econômico de 
consumidor. Conceito subjetivo. Restritivo. 
Destinatário fático e econômico = coloca fim na 
cadeia de produção. Não permite considerar 
pessoa jurídica como consumidora, pois jamais é 
destinatária final. 
TEORIA FINALISTA / 
PROFUNDADA/MITIGADA 
Destinatário final será aquele que, mesmo não 
sendo o destinatário final, por ser vulnerável, terá 
a proteção do CDC. O STJ reconhece a Teoria 
Finalista Mitigada. Cita-se, como exemplo, o caso 
do taxista que celebra um contrato de 
financiamento com uma instituição financeira 
para a aquisição de um veículo que será 
empregado em sua atividade profissional. 
Embora não seja ele o destinatário final do 
produto, poderá ser considerado consumidor 
por ser vulnerável (fática, jurídica e 
tecnicamente) frente ao fornecedor. Conceito 
híbrido. PJ pode ser consumidora se provar 
vulnerabilidade e desde que não utilize 
diretamente o produto ou serviço em sua 
produção. Inclui PJ de direito público. 
* Na hipótese em que o consumidor/autor 
impugnar a autenticidade da assinatura 
constante em contrato bancário juntado ao 
processo pela instituição financeira, caberá a 
esta o ônus de provar a sua autenticidade 
(CPC, arts. 6º, 368 e 429, II). Tema 1061, 
Repetitivos STJ. 
* O atraso, por parte de instituição financeira, 
na baixa de gravame de alienação fiduciária 
no registro de veículo não caracteriza, por si só, 
dano moral in re ipsa. Tema 1078, Repetitivos 
STJ 
* VULNERABILIDADE X HIPOSSUFICIÊNCIA: 
Todo consumidor é vulnerável, mas nem todo 
consumidor é hipossuficiente. 
- VULNERABILIDADE: Conceito de direito 
material. 
PRESUNÇÃO ABSOLUTA: o consumidor é a parte 
vulnerável na relação de consumo. 
- HIPOSSUFICIÊNCIA (inversão do ônus da 
prova): conceito de direito processual 
PRESUNÇÃO RELATIVA: precisa ser comprovada 
no caso concreto diante do juiz. 
* Vício no automóvel – responsabilidade do 
banco que financiou a compra. 
Banco varejo: não tem responsabilidade. Logo, o 
arrendamento mercantil não pode ser 
rescindido. 
Banco de montadora: tem responsabilidade. 
Logo, o arrendamento mercantil pode ser 
rescindido. (Instituição financeira vinculada à 
concessionária do veículo – banco de montadora 
– possui responsabilidade solidária por vício do 
produto, vez que parte integrante da cadeia de 
consumo. Obs.: há responsabilidade solidária 
 
 
 
112 
entre toda a cadeia de fornecimento pela 
garantia da qualidade e adequação). STJ. 3ª Turma. 
REsp 1946388/SP. Rel., Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julg. em 07/12/2021 (Inform. 722). 
Outros argumentos: 
1. boa-fé do consumidor (consumidor não 
pode continuar arcando com os juros da 
operação, se o automóvel for imprestável e o 
contrato de compra e venda tiver sido 
rescindido). 
2. teoria da base do negócio jurídico: 
obrigações recíprocas dos contratantes são 
fixadas sob determinada realidade fática, que 
assegura a equivalência e a finalidade do 
contrato. Quando substancialmente 
modificadas, é permitida sua revisão. 
* Na ação de busca e apreensão de que trata o 
Decreto-Lei nº 911/1969, a análise da 
contestação somente deve ocorrer após a 
execução da medida liminar. Tema 1040, 
Repetitivos STJ. 
* A vendedora de passagem aérea NÃO 
RESPONDE solidariamente pelos danos morais 
experimentados pelo passageiro em razão do 
extravio de bagagem 
Art. 101, II, CDC: o réu que houver contratado 
seguro de responsabilidade poderá chamar ao 
processo o segurador, vedada a integração do 
contraditório pelo Instituto de Resseguros do 
Brasil. 
Produto = gratuito (brinde) ou remunerado – 
CDC. 
$erviço = remunerado – CDC. 
Consumidor stricto sensu ou standard: 
consumidor é toda pessoa física ou jurídica 
que adquiriu ou utiliza produto ou serviço 
como destinatário final. 
 
CONSUMIDOR EQUIPARADO 
a) a coletividade de pessoas, ainda que 
indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo. 
b) todas as vítimas de danos ocasionados pelo 
fornecimento de produto ou serviço 
defeituoso – chamados de bystanders – 
vítima de acidente de consumo. Ex. morador 
que tem casa atingida por avião que cai. 
Fato do produto ou serviço. Não incluiu 
vício. 
c) todas as pessoas determináveis ou não, 
expostas às práticas comerciais ou 
contratuais abusivas – consumidor potencial 
ou virtual. Ex. atingidos por publicidade. 
Grupos societários e sociedades controladas => 
Subsidiária. 
ConSorciada → Solidária. 
CoLigadas → Só responde por cuLpa. 
* UF, E, DF e M, tomando conhecimento da 
periculosidade ou insegurança de produtos ou 
serviços deverão alertar os consumidores 
diretamente. 
FATO DO PRODUTO 
Fabricante, produtor, construtor e importador – 
responsabilidade solidária. Comerciante – 
subsidiária. 
VÍCIO DO PRODUTO 
Responsabilidade solidária do comerciante. Ex. 
vício em carro zero – solidariedade entre 
concessionária e fabricante. Comerciante só 
responde de forma subsidiária no fato do 
produto. 
APLICA-SE O CDC 
1) condomínio e concessionária de serviço 
público; 
 
 
 
113 
2) contratos de plano de saúde, salvo os 
administrados por entidades de autogestão; 
3) às entidades abertas de previdência privada; 
4) aos serviços remunerados uti singuli, mas não 
se aplica aos serviços públicos uti universi. Ex. 
serviço de água e esgoto (prescrição – CC). 
5) na compra de veículo por taxista. O taxista é 
destinatário final fático e não econômico, mas 
vulnerável. 
6) na relação entre o canal de TV e seu público; 
7) contratos SFH sem cláusula FCVS; 
8) empreendimentos habitacionais promovidos 
pelas sociedades cooperativas; 
9) para as sociedades e associações sem fins 
lucrativos quando fornecem produtos ou 
prestam serviços remunerados. 
10) na doação de sangue em banco de sangue. 
11) no contrato de seguro celebrado por 
microempresa para proteção do patrimônio 
próprio contra roubo e furto; 
12) no financiamento para comprar ações. 
13) contratos de fundos de investimentos. 
14) aos usuários do serviço dos correios; 
15) contrato de administração firmado entre 
locador e imobiliária. 
16) empresa que comprou avião para uso 
próprio, não se incorporando ao serviço 
prestado aos clientes; 
17) na corretagem de valores e títulos 
imobiliários; 
18) ao condomínio de adquirentes de edifício em 
construção na defesa dos interesses dos 
condôminos frente à construtora. 
NÃO SE APLICA O CDC: 
a) no crédito educativo. FIES; 
b) no contrato de locação predial urbana. 
c) na atividade notarial (cartórios). 
d) contrato de franquia, na relação entre 
franqueador e franqueado. 
e) na aquisição de bens ou utilização de serviços 
para implemento ou incremento da atividade 
comercial. Ex. aquisição de insumos agrícolas 
para investimento da atividade produtiva, não 
como destinatário final. Se houver 
vulnerabilidade é possível caracterizar relação de 
consumo. 
CESPE: não é considerada relação de consumo, 
mas atividade de consumo intermediária, a 
aquisição de bens ou a utilização de serviços por 
pessoa jurídica para incremento de sua atividade 
empresarial. 
f) na relação entre contador e condômino. 
g) entre representante comercial autônomo e a 
sociedade representada. 
g) nas relações entre condômino e condomínio 
quanto às despesas de manutenção deste; 
h) na relação entre sócio/acionista ou entre eles 
e a sociedade. 
i) nos contratos entre postos e distribuidores de 
combustíveis. 
j) na relação entre lojistas e a administração deshopping center. 
k) nos serviços advocatícios. 
 
 
 
114 
l) DPVAT. Seguro facultativo aplica-se CDC. 
m) no ato cooperativo típico. 
n) no transporte de insumos; 
o) contrato com factoring; 
p) contratos do PAR; 
q) relações associativas. 
r) contrato de transação do CC; 
s) na relação entre acionistas investidores e a S/A 
de capital aberto com ações negociadas no 
mercado de valores mobiliários. 
TAMBÉM NÃO SE APLICA O CDC 
Autarquia previdenciária e seus beneficiários 
Aos contratos administrativos, tendo em vista 
que a Administração Pública já goza de outras 
prerrogativas asseguradas pela lei. Da mesma 
forma não se aplica ao contrato de fiança 
acessório ao contrato administrativo. STJ 
14/05/2019 (Info 649) 
Partes que se juntam para construir (regime de 
administração ou de preço de custo) 
Aplicações financeiras para ampliar capital de 
giro (não caracteriza o consumidor) 
PUBLICIDADE ENGANOSA 
- Comunicação falsa; 
- Induz em erro; 
- Omissão de dado essencial. 
 
 
PUBLICIDADE ABUSIVA 
- Discriminatória; 
- Incite à violência; 
- Explore o medo ou a superstição; 
- Se aproveita da inexperiência de criança ou 
idoso (vulnerabilidade); 
- desrespeita valores ambientais; 
- Induz comportamentos perigosos; 
- Fere valores sociais básicos, antiética; 
Ex.: é abusiva a publicidade de alimentos 
direcionada, de forma explícita ou implícita, a 
crianças. 
* Sistema OPT-IN: o consumidor aceita 
previamente receber e-mails e ofertas. 
Sistema OPT-OUT: quando o consumidor 
automaticamente recebe propagandas e 
mensagens e, para ele ser excluído da “mailing 
list” ele deverá requerer, seja através de um 
botão ou questionário de descadastramento. 
* A vedação à denunciação da lide prevista no 
art. 88 do CDC não se restringe à 
responsabilidade de comerciante por fato do 
produto (art. 13 do CDC), sendo APLICÁVEL 
também nas demais hipóteses de 
responsabilidade civil por acidentes de 
consumo. (arts. 12 e 14 do CDC). STJ. 4ª Turma. 
AgRg no AREsp 694980/MS, Rel. Min. Antonio Carlos 
Ferreira, julgado em 22/09/2015. 
* Os fornecedores de produtos de consumo 
duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam 
ou lhes diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade, com as 
 
 
 
115 
indicações constantes do recipiente, da 
embalagem, da rotulagem ou da mensagem 
publicitária, respeitadas as variações 
decorrentes de sua natureza, podendo o 
consumidor exigir a substituição das partes 
viciadas. 
*Da competência no âmbito do Direito do 
consumidor 
- Da competência para as ações coletivas 
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça 
Federal, é competente para a causa a justiça local: 
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer 
o dano, quando de âmbito local; 
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito 
Federal, para os danos de âmbito nacional ou 
regional, aplicando-se as regras do Código de 
Processo Civil aos casos de competência 
concorrente. 
- Da competência para a execução da sentença 
nas ações coletivas 
§ 2° É competente para a execução o juízo: 
I - da liquidação da sentença ou da ação 
condenatória, no caso de execução individual; 
II - da ação condenatória, quando coletiva a 
execução. 
- Da competência para as ações individuais em 
face do fornecedor de produtos ou serviços 
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do 
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo 
do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão 
observadas as seguintes normas: 
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; 
GARANTIA LEGAL 
- É obrigatória, não podendo o fornecedor dela 
se exonerar. Independe de termo escrito. 
- É nula qualquer cláusula exoneratória. 
- Prazos no CDC da garantia legal: 
BENS NÃO DURÁVEIS: 30 dias 
BENS DURÁVEIS: 90 dias 
GARANTIA CONTRATUAL 
- É complementar à legal e será facultativa. 
- Será conferida mediante termo escrito. 
* Não é ilegal ou abusiva a cláusula que prevê 
a cobertura adicional de invalidez funcional 
permanente total por doença (IFPD) em 
contrato de seguro de vida em grupo, 
condicionando o pagamento da indenização 
securitária à perda da existência independente 
do segurado, comprovada por declaração 
médica. (Tema 1068, Repetitivos STJ) 
* É pacífico o entendimento no Superior Tribunal 
de Justiça segundo o qual a sanção 
administrativa prevista no artigo 57 do 
Código de Defesa do Consumidor funda-se no 
Poder de Polícia que o PROCON detém para 
aplicar multas relacionadas à transgressão 
dos preceitos da Lei n. 8.078/1990, 
independentemente da reclamação ser realizada 
por um único consumidor, por dez, cem ou 
milhares de consumidores. (AgInt no REsp 
1594667/MG, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/08/2016, DJe 
17/08/2016). 
* A situação decorrente da pandemia pela Covid-
19 não constitui fato superveniente apto a 
viabilizar a revisão judicial de contrato de 
prestação de serviços educacionais com a 
redução proporcional do valor das 
mensalidades. STJ. 4ª Turma. REsp 1998206-DF, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/06/2022 (Info 741). 
O QUE SIGNIFICA CAVEAT EMPTOR? 
Caveat emptor é uma locação em latim que, 
se traduzida literalmente, seria algo como 
“comprador, tome seus cuidados”. A regra do 
caveat emptor significa que o cliente (o 
 
 
 
116 
comprador ou tomador de serviços) é quem 
deve tomar os cuidados de se informar no 
momento da contratação para se resguardar de 
eventuais danos. Assim, o cliente que teria o 
ônus de perguntar tudo do fornecedor e, se ele 
não perguntasse, teria que arcar com as 
consequências disso. O CDC não aceita essa 
regra do caveat emptor. O CDC afirma que o 
consumidor tem o direito de ser informado. O 
STJ, ao se pronunciar sobre o tema, dispôs 
expressamente que "o dever de informação 
exige comportamento positivo e ativo, pois o 
CDC afasta a regra do caveat emptor e não 
aceita que o silêncio equivalha à informação, 
caracterizando-o, ao contrário, como 
patologia repreensível, que só é relevante em 
desfavor do fornecedor, inclusive como 
oferta e publicidade enganosa por omissão, 
punida civil, administrativa e criminalmente 
no CDC. Comportamento positivo e ativo quer 
dizer que o microssistema de proteção do 
consumidor não se coaduna com meia-
informação, semi-informação, proto-informação 
ou informação parcial, qualquer que seja o termo 
que se escolha. Informação ou é prestada de 
forma completa, ou não é informação no sentido 
jurídico (e prático) que lhe atribui o CDC." (vide 
REsp nº 586.316/MG) 
* "(...) AgInt nos EDcl nos EDcl no REsp n. 
1.627.962/SP - 3. Nos contratos de aluguel de 
cofre, não é abusiva a cláusula que impõe 
limite aos valores e objetos que podem ser 
armazenados, sobre os quais incidirá a 
obrigação de segurança e proteção (...)". 
*Informativo nº 586 - 1º a 31 de julho de 2016 - 
TERCEIRA TURMA - DIREITO CIVIL. 
COPARTICIPAÇÃO DO USUÁRIO DE PLANO DE 
SAÚDE EM PERCENTUAL SOBRE O CUSTO DE 
TRATAMENTO MÉDICO SEM INTERNAÇÃO - 
Não é abusiva cláusula contratual de plano 
privado de assistência à saúde que estabeleça 
a coparticipação do usuário nas despesas 
médico-hospitalares em percentual sobre o 
custo de tratamento médico realizado sem 
internação, desde que a coparticipação não 
caracterize financiamento integral do 
procedimento por parte do usuário, ou fator 
restritor severo ao acesso aos serviços. 
De fato, O ART. 16, VIII, DA LEI N. 9.656/1998 
PERMITIU A INCLUSÃO DE FATORES 
MODERADORES, PARALELOS ÀS 
MENSALIDADES, NO CUSTEIO DOS PLANOS DE 
SAÚDE, COMO A COPARTICIPAÇÃO, A 
FRANQUIA E OS LIMITES FINANCEIROS, QUE 
DEVEM ESTAR DEVIDAMENTE PREVISTOS NO 
CONTRATO, DE FORMACLARA E LEGÍVEL, 
DESDE QUE TAMBÉM NÃO ACARRETEM O 
DESVIRTUAMENTO DA LIVRE ESCOLHA DO 
CONSUMIDOR. 
Nos termos do art. 3º, I e II, da Resolução n. 
8/1998 do Conselho de Saúde Suplementar 
(CONSU), franquia é o valor estabelecido no 
contrato de plano de saúde até o qual a 
operadora não tem responsabilidade de 
cobertura, e A COPARTICIPAÇÃO É A PARTE 
EFETIVAMENTE PAGA PELO CONSUMIDOR À 
OPERADORA REFERENTE À REALIZAÇÃO DE 
DETERMINADO PROCEDIMENTO, QUE SE SOMA 
À MENSALIDADE. 
Cumpre destacar que ESSES FATORES 
MODERADORES DE CUSTEIO, ALÉM DE 
PROPORCIONAR MENSALIDADES MAIS 
MÓDICAS, SÃO MEDIDAS INIBITÓRIAS DE 
CONDUTAS DESCUIDADAS E PRÓDIGAS DO 
USUÁRIO, VISTO QUE O USO INDISCRIMINADO 
DE PROCEDIMENTOS, CONSULTAS E EXAMES 
AFETARÁ NEGATIVAMENTE O SEU 
PATRIMÔNIO. 
A prudência, portanto, figura como importante 
instrumento de regulação do seu 
comportamento. 
Desse modo, pela própria natureza do instituto, 
A ADOÇÃO DA COPARTICIPAÇÃO NO PLANO 
DE SAÚDE IMPLICA DIMINUIÇÃO DO RISCO 
 
 
 
117 
ASSUMIDO PELA OPERADORA, O QUE 
PROVOCA REDUÇÃO DO VALOR DA 
MENSALIDADE A SER PAGA PELO USUÁRIO, 
QUE, POR SUA VEZ, CASO UTILIZE 
DETERMINADA COBERTURA, ARCARÁ COM 
VALOR ADICIONAL APENAS QUANTO A TAL 
EVENTO. 
Logo, NÃO HÁ FALAR EM ILEGALIDADE NA 
CONTRATAÇÃO DE PLANO DE SAÚDE EM 
REGIME DE COPARTICIPAÇÃO, SEJA EM 
PERCENTUAL SOBRE O CUSTO DO 
TRATAMENTO SEJA EM MONTANTE FIXO, ATÉ 
MESMO PORQUE "PERCENTUAL DE CO-
PARTICIPAÇÃO DO CONSUMIDOR OU 
BENEFICIÁRIO" (art. 16, VIII, da Lei n. 9.656/1998) 
É EXPRESSÃO DA LEI. 
O QUE É VEDADO, todavia, É A INSTITUIÇÃO 
DE FATOR QUE LIMITE SERIAMENTE O 
ACESSO AOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE, A EXEMPLO DE FINANCIAMENTOS 
QUASE INTEGRAIS DO PROCEDIMENTO PELO 
PRÓPRIO USUÁRIO, A EVIDENCIAR 
COMPORTAMENTO ABUSIVO DA 
OPERADORA. 
Em outras palavras, NÃO É POSSÍVEL ATRIBUIR 
AO USUÁRIO DE PLANO DE SAÚDE, SOB O 
DISFARCE DA COPARTICIPAÇÃO, O CUSTEIO DA 
MAIOR PARTE DAS DESPESAS MÉDICAS, 
IMPEDINDO-O DE USUFRUIR DOS SERVIÇOS DE 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE CONTRATADOS. 
Ademais, ESPECIFICAMENTE SOBRE A 
COPARTICIPAÇÃO EM PERCENTUAL SOBRE O 
CUSTO DO TRATAMENTO, cabe ressaltar que 
SUA PREVISÃO É PROIBIDA APENAS NOS 
CASOS DE INTERNAÇÃO, E SOMENTE PARA 
OS EVENTOS QUE NÃO TENHAM RELAÇÃO 
COM A SAÚDE MENTAL, DEVENDO, NO 
LUGAR, SER OS VALORES PREFIXADOS. 
É o que determinam os arts. 2º, VII e VIII, e 4º, VII, 
da Resolução n. 8/1998 do CONSU: "Art. 2° Para 
adoção de práticas referentes à regulação de 
demanda da utilização dos serviços de saúde, 
estão vedados: [...] VII - estabelecer co-
participação ou franquia que caracterize 
financiamento integral do procedimento por 
parte do usuário, ou fator restritor severo ao 
acesso aos serviços; VIII - estabelecer em casos 
de internação, fator moderador em forma de 
percentual por evento, com exceção das 
definições específicas em saúde mental. [...] Art. 
4º As operadoras de planos ou seguros privados 
de assistência à saúde, quando da utilização de 
mecanismos de regulação, deverão atender às 
seguintes exigências: [...] VII - estabelecer, 
quando optar por fator moderador em casos de 
internação, valores prefixados que não poderão 
sofrer indexação por procedimentos e/ou 
patologias." 
Por fim, o afastamento de cláusula de 
coparticipação equivaleria a admitir-se a 
mudança do plano de saúde para que o 
usuário arcasse com valores reduzidos de 
mensalidade sem a necessária contrapartida, 
o que causaria grave desequilíbrio contratual. 
REsp 1.566.062-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 21/6/2016, DJe 1/7/2016. 
RESPONSABILIDADE DE MÉDICOS E DE 
HOSPITAIS: 
O hospital enquadra-se no caput do art. 14 do 
CDC, como fornecedor. Sendo sua 
responsabilidade objetiva. Ao passo que o 
médico, está enquadrado no § 4º, como 
profissional liberal, responde mediante culpa, 
sendo sua responsabilidade subjetiva. Com 
isso, ficava o duelo entre o médico (subjetiva) e 
o hospital (objetiva), chegou ao STJ que possui 
três entendimentos: 
1º Quando o dano é causado pelo hospital (ex.: 
falha na segurança, intoxicação alimentar, 
infecção hospitalar), responsabilidade apenas 
do hospital e na forma objetiva. 
 
 
 
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2º Quando o dano é causado pelo médico, a 
responsabilidade do hospital deverá ser 
analisada da seguinte forma: 
a) Há vínculo do médico com o hospital: 
responde pelo dano causado junto com 
médico. Ressalta-se que não se exige vínculo 
empregatício. Aqui, o hospital responde 
objetivamente pela culpa do médico. Nota-se 
que é necessário comprovar a culpa do 
médico. 
b) Não há vínculo do médico com o 
hospital: não responde pelo dano causado 
pelo médico. São as hipóteses em que o 
médico utiliza apenas o espaço do hospital. 
Atenção! O STJ entendeu que é possível, 
excepcionalmente, a denunciação à lide pelo 
hospital em caso de erro médico. 
* Dever do comerciante de receber e enviar os 
aparelhos viciados para a assistência técnica 
ou para o fabricante. Atualize o Info 557-STJ: Se 
o produto que o consumidor comprou apresenta 
um vício, ele tem o direito de ter esse vício 
sanado no prazo de 30 dias (art. 18, § 1º do CDC). 
Para tanto, o consumidor pode escolher para 
quem levará o produto a fim de ser 
consertado: a) para o comerciante; b) para a 
assistência técnica ou c) para o fabricante. Em 
outras palavras, cabe ao consumidor a escolha 
para exercer seu direito de ter sanado o vício do 
produto em 30 dias: levar o produto ao 
comerciante, à assistência técnica ou 
diretamente ao fabricante. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
12/09/2017. Fonte: Info 619 STJ 
FENÔMENO DA COMPLEXIDADE 
CONTRATUAL 
Esse fenômeno surge ao lado da manifestação 
social principiológica e em razão dos anseios da 
sociedade. 
O fenômeno da complexidade contratual 
manifesta-se de três maneiras: 
1. Conexão ou coligação contratual 
(contratos conexos, coligados ou redes 
contratuais) 
2. Contratação eletrônica ou digital 
3. Contratos cativos de longa duração 
CONTRATOS CONEXOS/COLIGADOS/REDES 
CONTRATUAIS 
Trata-se de uma categoria de contrato 
classificado quanto à independência 
funcional, ao lado dos contratos principais e 
acessórios. Conceito: são aqueles que, embora 
distintos e independentes, estão ligados por 
uma cláusula acessória, implícita ou explícita. 
Encontram-se ligados por um nexo funcional. 
Situam-se em uma zona intermediária entre os 
contratos principais e os acessórios. (natureza 
híbrida). 
Os contratos coligados em sentido amplo 
dividem-se em três espécies: 
1. Contratos coligados em sentido 
estrito: são aqueles unidos por alguma 
disposição legal que determine a 
coligação. 
2. Contratos coligados por cláusula 
expressamente prevista pelos 
contratantes: figura comum nos 
contratos de construção imobiliária. 
3. Contratos conexos: estes são 
subdivididos em redes contratuais 
(presentes nos contratos de consumo) e 
contratos conexos em sentido estrito 
(figuras existentes naquelas relações que 
não são de consumo). 
Ex.: Contrato de trabalho entre clube e atleta 
profissional (negócio principal) e o contrato de 
exploração de imagem (contrato coligado). 
Contrato entre a empresa de telefonia e a 
prestadora do “Disk Amizade” (no caso há um 
elo direto nas obrigações pactuadas, cujos 
 
 
 
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efeitos são totalmente interligados, no tocante à 
disponibilização e cobrança dos serviços, sendo 
coligadas economicamente, integrantes de um 
mesmo e único negócio por ação conjunta, 
havendo conexão e entrelaçamento de suas 
relações jurídicas.) 
Entre os civilistas de geração contemporânea, 
Carlos Nelson Konder procura relacionar a 
realidade dos contratos coligados ou conexos à 
função social e à causa do contrato. São suas 
palavras: “o conceito

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