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FIOCRUZ_UNIDADE_01

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Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz & Universi-
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disseminação e utilização dessa obra, em parte ou em 
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(ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada sua utiliza-
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Rodrigo Lima 
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Samara Rachel Vieira Nitão
Equipe Técnica – Ministério da Saúde Avaliação de 
Pertinência 
Fernão Lopes 
Paulo Henrique Gomes da Silva 
Graziela Tavares 
Denise Leite 
Mariana Sales
http://moodle.unasus.unb@gmail.com
http://www.unasus.unb.br
http://www.unasus.gov.br
Sumário
Organização ............................................................................ 5
Objetivos .................................................................................. 6
Dípteros .................................................................................11
Dípteros Culicídeos (Mosquito) ........................................15
Flebotomíneos .....................................................................22
Triatomíneos .........................................................................28
Atividade 1 - Exercícios.......................................................33
Atividade 2 - Ecologia de Insetos Vetores .....................34
Culicídeos (Mosquistos) .....................................................36
Culicídeos (Mosquistos) .....................................................37
Flebotomíneos .....................................................................42
Triatomíneos .........................................................................47
O ciclo de vida dos triatomíneos ....................................48
Atividade 3 - Ecologia de Insetos Vetores .....................54
Atividade 3 - Exercício ........................................................74
Atividade 4 - Importância Médica ....................................75
Atividade 4 - Exercício ..................................................... 101
Glossário ............................................................................. 102
Mapa mental ...................................................................... 103
Referências ......................................................................... 104
Sobre o autor .................................................................... 106
4
5
Organização
6
Objetivos
7
Objetivos
Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade Biologia de Insetos Vetores!
Esta unidade aborda os aspectos morfológicos, biológicos e 
ecológicos, bem como a importância médica dos principais 
grupos de insetos vetores.
Os insetos vetores são elos vulneráveis na cadeia de transmissão 
e o conhecimento acerca desses vetores e o entendimento 
do seu papel na transmissão de patógenos ao homem são 
fundamentais na capacitação das equipes técnicas de controle 
vetorial.
8
Este insetos são responsáveis por doenças como:
• Dengue;
• Chikungunya;
• Zika;
• Febre Amarela;
• Malária;
• Leishmaniose;
• Doença de Chagas.
São considerados vetores biológicos dos microrganismos (vírus 
e protozoários) associados a essas doenças por permitirem sua 
multiplicação e sua propagação para outros indivíduos. 
9
Os insetos constituem o maior grupo de seres vivos do Planeta, com aproximadamente 
um milhão de espécies conhecidas que ocorrem nos mais variados ecossistemas 
terrestres e aquáticos. A ampla distribuição dos insetos nos ambientes é decorrente 
de suas características: presença de um esqueleto externo, antenas, peças bucais 
especializadas, pernas articuladas e asas na maioria das espécies. Essas características 
fornecem proteção, percepção sensorial, especializações alimentares e possibilidade de 
movimento (Brusca & Brusca, 2007).
Os insetos são responsáveis por processos ecológicos fundamentais nos ecossistemas, 
como reciclagem de nutrientes, polinização e dispersão de sementes. Além disso, são 
componentes principais da maioria das cadeias alimentares terrestres, oferecendo 
produtos importantes para o homem, tais como mel, seda, ceras, corantes naturais e 
anticoagulantes (Losey & Vaughan, 2006). 
Entretanto, muitos deles podem causar problemas quando atuam como pragas agrícolas 
ou vetores de patógenos (vírus, bactérias, protozoários e vermes), causando doenças no 
homem e em seus animais domésticos (Marcondes, 2011).
Nesta Unidade, vamos estudar aspectos da morfologia, biologia, ecologia e importância 
médica dos principais grupos de insetos vetores: culicídeos, flebotomíneos e triatomíneos, 
os quais transmitem patógenos responsáveis por doenças muito comuns em nosso meio, 
como Dengue, Chikungunya, Zika, Febre Amarela, Malária, Leishmanioses e Doença de 
Chagas.
10
Objetivos
Os insetos são animais artrópodes, ou seja, possuem pernas 
articuladas e esqueleto externo. Existem outros animais 
artrópodes, porém os insetos são diferenciados dos outros 
artrópodes por possuírem seis pernas; corpo dividido em 
cabeça, tórax e abdome; um par de antenas e um par de 
mandíbulas. 
Nesta Unidade, iremos apresentar os dois grupos que incluem 
a maioria dos insetos vetores: Diptera e Hemiptera. Vamos 
conhecê-los melhor?
Existem cerca de 30 grupos (ordens) de insetos com grande 
variação de formas, tamanhos e fases de desenvolvimento: 
os insetos primitivos não apresentavam asas e, ao longo da 
evolução da espécie, as asas surgiram e desenvolveram-se 
de forma diferente nos grupos. Alguns grupos de insetos 
desenvolveram um ciclo de vida complexo, incluindo as fases 
de ovo, larva, pupa e adulto.
Figura 1.1 Árvore mostrando as relações de parentesco entre os grupos de insetos.
11
Dípteros
Os dípteros são insetos que apresentam um par de asas 
desenvolvido e outro par reduzido, constituído de pequenas 
estruturas que são responsáveis pelo equilíbrio durante o voo, 
também chamadas de halteres.
Esse grupo apresenta mais de 130 mil espécies (Marcondes, 
2011).
Moscas, mosquitos, borrachudos e flebotomíneos fazem 
parte do grupo dos dípteros(ordem Diptera), os quais são 
subdivididos em duas subordens: Nematocera e Brachycera. 
A primeira inclui dípteros geralmente pequenos com pernas 
longas (mosquitos, borrachudos e flebotomíneos), a segunda 
inclui as moscas, com aspecto mais robusto, pernas e antenas 
geralmente curtas.
Figura 2. Foto dorsal de Aedes aegypti. As setas mostram o segundo par de asas
do mosquito, ou balancim. Fonte: LESP/FSP/USP (Urbinatti PR).
12
Figura 2.2 Exemplos de dípteros das subordens Nematocera (Mosquitos, Borrachudos e Flebotomíneios) e Brachycera (moscas).
13
Dípteros
Os hemípteros de interesse médico, como os barbeiros, 
possuem aparelho bucal picador-sugador e o primeiro par de 
asas do tipo hemiélitro (metade basal coriácea e metade apical 
membranosa). O outro par de asas fica abaixo dos hemiélitros, 
é mais delgado e transparente, com aspecto membranoso. 
A maioria dos hemípteros não são de interesse médico. Eles 
são encontrados em diferentes ambientes e existem espécies 
predadoras, fitófagas e até aquáticas. Muitos hemípteros 
predadores da família Reduviidae têm aparência similar aos 
barbeiros, sendo necessário diferenciá-los pela morfologia 
do aparelho bucal; outros são considerados pragas para a 
agricultura, como os percevejos da família Pentatomidae, 
conhecidos popularmente como marias fedidas. 
Outros hemípteros são enormes e aquáticos, como os 
percevejos da família Belastomadidae, conhecidos como 
baratas d´água. Ainda existem as famílias de cigarras, que 
também fazem parte do grupo (ordem Hemiptera, subordem 
Homoptera). Veja a seguir!
Figura 3. Foto dorsal de um barbeiro. O polígono delimita a asa típica de um inseto 
hemíptero, metade coriácea ou rígida, metade membranosa. Fonte: adaptado de 
Galvão e Gurgel-Gonçalves 2014.
14
Agora que você já aprendeu um pouco sobre as ordens Diptera e Hemíptera, vamos conhecer as 
características morfológicas dos dípteros e dos hemípteros de interesse da saúde pública. 
15
Dípteros Culicídeos (Mosquito)
Os mosquitos são dípteros da família Culicidae. A identificação 
das espécies de mosquitos é baseada em chaves de identificação 
(por exemplo, Consoli & Lourenço de Oliveira, 1995, Forattini, 
2002). São conhecidas, aproximadamente, 1.600 espécies de 
mosquitos no mundo.
Durante o desenvolvimento, os mosquitos passam por estágios, 
que são: ovo, larva, pupa e adulto.
Vamos conhecer melhor cada estágio?
16
O formato e o tamanho do sifão são importantes na identificação dos principais gêneros de mosquitos 
(Aedes, Culex, Anopheles). O sifão das espécies do gênero Aedes é geralmente mais curto e grosso que o 
das espécies de Culex, e os anofelinos não apresentam sifão.
17
Observe, também, que os mosquitos adultos apresentam nítido dimorfismo 
sexual: a fêmea apresenta antenas pilosas, enquanto, nos machos, 
elas são plumosas.
Figura 4. Foto de microscopia eletrônica de varredura mostrando as escamas na superfície do 
corpo de um mosquito. Fonte: Marcos T. Obara.
Figura 5. Diferença morfológica das antenas
de machos e fêmeas de mosquitos.
Fonte: Urbinatti, PR.
18
Figura 6. Diferenças morfológicas entre as fases de desenvolvimento de
mosquitos dos gêneros Anopheles, Culex e Aedes. Fonte: Neves 2011.
Veja, agora, na figura 
6, as principais 
características 
morfológicas dos 
estágios dos principais 
gêneros de mosquitos.
Agora que já 
conhecemos as 
características dos 
mosquitos, vamos 
aprender a identificar 
as duas espécies de 
Aedes mais frequentes 
em ambiente urbano: 
Aedes aegypti e Aedes 
albopictus. 
Vamos lá?
19
Característica Comuns
Ambos são menores, escuros 
e com escamas claras ao 
longo do corpo.
Então, como diferenciá-los?
A diferenciação dessas espécies de 
Aedes pode ser facilmente realizada ao 
se analisarem as manchas do tórax em 
vista dorsal. Ae aegypti apresenta um 
desenho em forma de lira (instrumento 
musical parecido com violão), enquanto 
que Ae. albopictus apresenta somente 
uma listra branca no meio do tórax.
20
Figura 7. Diferença morfológica do tórax de A. albopictus e A. aegypti. 
Fonte: Urbinatti, PR.
Essas características do Aedes são 
importantes para que possamos 
diferenciá-lo dos pernilongos 
comuns do gênero Culex, os quais, 
geralmente, são maiores e têm 
tórax com escamas douradas.
Também é possível diferenciá-
los dos mosquitos anofelinos 
baseando-se na morfologia da 
asa. Observe na figura abaixo 
que os anofelinos possuem asas 
com blocos de escamas claras e 
escuras, que apresentam o aspecto 
sarapintado; as asas de Culex e 
Aedes possuem uma distribuição 
mais homogênea das escamas.
21
Figura 8. Diferença morfológica das asas de mosquitos. Fonte: Neves 2011 e arquivo pessoal.
Agora que já conhecemos algumas 
características gerais dos Culicídeos,
vamos apresentar as características
dos Flebotomíneos.
22
Flebotomíneos
Os flebotomíneos são dípteros da família Psychodidae. Apesar 
de serem popularmente conhecidos como mosquitos-palha 
ou moscas de areia, não são considerados mosquitos nem 
moscas, pois apresentam características distintas em relação 
a esses grupos de dípteros (Marcondes, 2011). Diferentemente 
dos mosquitos, os flebotomíneos não apresentam escamas ao 
longo do corpo, e suas asas são lanceoladas (têm formato de 
lança). Eles são diferentes das moscas por possuírem antenas 
e pernas longas. 
Mil e três espécies são atualmente conhecidas, das quais, 537 
estão presentes nas regiões Neotropical e Neártica e, destas, 
277 foram registradas no Brasil (Shimabukuro et al., 2017). Vamos conhecer outras 
características dos 
flebotomíneos?
Você sabia que os flebotomíneos apresentam vários nomes 
populares, que variam segundo os países e as suas regiões? 
No Brasil, os nomes mais comuns são: mosquito palha, asa 
dura, asa branca, tatuquira, birigui, cangalha, cangalhinha, 
ligeirinho, péla-égua, arrupiado.
23
Os flebotomíneos são insetos muito pilosos, de coloração 
castanha ou cor de palha, com asas lanceoladas estreitas, 
hialinas e densamente revestidas de cerdas longas, que, 
quando em repouso, permanecem eretas e fletidas para cima.
Figura 9. Características morfológicas de um flebotomíneo. Fonte: Ray Wilson.
24
O dimorfismo sexual é evidente, com machos apresentando segmentos especializados
no final do abdome com função de acoplagem nas fêmeas. Observe, na figura ao lado,
que as fêmeas possuem o final do abdome arredondado.
A identificação das espécies de flebotomíneos é baseada na visualização
de estruturas na genitália feminina (por exemplo, espermateca - Figura 11), na masculina 
(parâmetro, gonóstilo - Figura 12), na cabeça (cibário - Figura 13). 
Para essa visualização, são necessárias técnicas de clarificação
e de montagem dos indivíduos, o que exige treinamento especializado. 
Figura 10. Características morfológicas da região final do abdômen do macho (à esquerda)
e da fêmea (à direita) de um flebotomíneo. Fonte: Andrey José de Andrade.
25
Figura 11. Detalhes da genitália da fêmea de flebotomíneos. 
Fonte: Andrey.
26
Figura 12. Detalhes da genitália do macho de flebotomíneos.
27
Figura 13. Detalhes do aparelho bucal de flebotomíneos.
A identificação das espécies é tradicionalmente 
realizada com o uso de chaves dicotômicas, porém 
um recente aplicativo chamado Lutzodex (Rocha et al., 
2016) foi desenvolvido para facilitar essa tarefa.
Para fazer download desse aplicativo, você precisará 
de um celular com sistema Android. Depois, basta 
acessar o Google Play e buscar pelo nome Lutzodex.
 
https://play.google.com/store/apps/details?id=max.
com.lutzodex&hl=pt_BR
Uma versão para IOS está em desenvolvimento.
Arco do 
cibário
Dentes
anteriores
Dentes 
verticais
https://play.google.com/store/apps/details?id=max.com.lutzodex&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/details?id=max.com.lutzodex&hl=pt_BR
28
Triatomíneos
Os triatomíneos são hemípteros conhecidos popularmente 
como barbeiros. Esses insetos são os vetores da Doença de 
Chagas. 
Os barbeiros pertencem a umafamília de hemípteros 
chamada Reduviidae e possuem aparelho bucal (rostro ou 
probóscide) curto, com 3 segmentos. A maioria dos reduvídeos 
são predadores e apenas os triatomíneos desenvolveram 
a hematofagia. O aparelho bucal de um triatomíneo é reto, 
enquanto o dos reduvídeos predadores é curvado.
Nomes populares dos triatomíneos: O nome mais conhecido é 
barbeiro, porém esses insetos também são chamados, no Brasil, 
por outros nomes: chupão, bicudo, fincão, chupança, vum vum, 
procotó, furão, chupa-pinto.
Existem 152 espécies de triatomíneos, sendo que 67 delas 
ocorrem no Brasil (Gurgel-Gonçalves et al., 2017). A Figura 14.1 
ilustra a variação de cores, tamanhos, formatos de cabeça, 
asas e abdome.
Figura 14. Diferenças no aparelho bucal de percevejos. Fonte: Neves, 2011.
29
Figura 14.1. Diversidade de triatomíneos.
30
A identificação da maioria das espécies é baseada em 
caracteres morfológicos externos presentes na cabeça, no 
tórax e no abdome. Veja na figura abaixo
Figura 15. Morfologia externa dorsal de um triatomíneo. 
Fonte: Galvão e Jurberg, 2014.
31
Figura 16. Morfologia externa dorsal de um triatomíneo. Fonte: Galvão e Jurberg, 2014.
Quanto à diferenciação sexual, entre os triatomíneos há grande variação 
de tamanho (de 0,5 a 4,5 cm), sendo que as fêmeas, geralmente, são 
maiores que os machos, além de apresentarem segmentos finais do 
abdome modificados em ovipositor.
32
A identificação dos Triatomíneos pode ser realizada com o uso de chaves dicotômicas (ex. Galvão & Dale, 2014), porém 
foram desenvolvidos aplicativos para facilitar essa tarefa, como Triatokey http://triatokey.cpqrr.fiocruz.br/ e Triatodex 
(Gurgel-Gonçalves et al., 2017a.
https://play.google.com/store/apps/details?id=max.com.triatodex&hl=pt
O primeiro permite a identificação de algumas espécies brasileiras, enquanto o segundo inclui todas as espécies de 
triatomíneos do mundo e está disponível em português e em inglês.
Além disso, existem pesquisas que visam a identificação automatizada de triatomíneos (Gurgel-Gonçalves et al., 2017b). 
Com isso, futuramente, será possível tirar a foto de um inseto com o celular e enviar para um site de identificação, o 
qual enviará para o usuário qual seria a provável espécie de triatomíneo e apresentará links com informações a respeito 
da mesma (habitats, distribuição geográfica, biologia, importância médica). Mais informações do projeto podem ser 
obtidas no site https://vectorlab.org.
http://triatokey.cpqrr.fiocruz.br/
https://play.google.com/store/apps/details?id=max.com.triatodex&hl=pt
https://vectorlab.org
33
Atividade 1
Exercícios
Você sabia que os flebotomíneos apresentam vários nomes populares, que variam segundo os países e as suas regiões? No Brasil, 
os nomes mais comuns são: mosquito palha, asa dura, asa branca, tatuquira, birigui, cangalha, cangalhinha, ligeirinho, péla-égua, 
arrupiado.
EXERCÍCIO 1
Coletar larvas ou adultos de mosquitos urbanos e identificar se há presença de Aedes spp., anofelinos ou outro culicídeo. 
As larvas poderão ser coletadas em criadouros na cidade com o auxílio de peneiras ou pipetas. Os adultos poderão ser 
capturados com capturadores de castro, aspiradores elétricos ou armadilhas tipo CDC (ver detalhes dos métodos de 
captura na Unidade 2).
EXERCÍCIO 2
Abrir os aplicativos informados no texto e identificar um flebotomíneo e um triatomíneo da região onde vive. 
34
Atividade 2
Ecologia de Insetos Vetores
Agora que já vimos a morfologia dos insetos vetores, vamos 
conhecer o ciclo de vida e os aspectos biológicos desses insetos.
Os insetos possuem variados ciclos de vida e trocam de 
esqueleto externo ao longo de seu desenvolvimento. 
Alguns possuem ciclo com ovos, ninfas e adultos conhecidos 
como hemimetábolos ou com metamorfose incompleta, a 
exemplo dos Triatomíneos; outros passam pelas seguintes 
fases: ovo, larva, pupa e adulto, chamados de holometábolos 
ou com metamorfose completa, tendo como exemplo os 
Culicídeos e os Flebotomíneos. 
O conhecimento dos ciclos de vida e de outros aspectos 
biológicos, como comportamento alimentar e reprodutivo é 
fundamental para o desenvolvimento das ações de vigilância 
e de controle desses insetos. 
Figura 1. Exemplos de insetos vetores. 
35
36
Culicídeos (Mosquistos)
Os culicídeos possuem ciclo de vida holometábolo. Para 
exemplificá-los, descreveremos o ciclo de vida de Aedes aegypti. 
Após serem fertilizadas pelos machos durante o voo, as 
fêmeas colocam de 100 a 300 ovos por postura na superfície 
de recipientes que acumulam água. Uma fêmea do Ae. aegypti 
pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida.
Figura 1. Exemplos de insetos vetores – Culicídeos. 
37
Culicídeos (Mosquistos)
Um comportamento biológico importante é a diapausa, o 
fenômeno de sobrevivência dos ovos durante a seca, que 
viabiliza o desenvolvimento de criadouros após as primeiras 
chuvas.
Em contato com a água, as larvas eclodem dos ovos e iniciam 
seu desenvolvimento em 4 etapas (larva 1 a larva 4). Essas 
se movimentam bastante, buscando alimento no fundo do 
reservatório e respirando na superfície do mesmo. 
A larva passa por quatro estágios até tornar-se uma pupa. No 
estágio de pupa, ela não se alimenta e fica na superfície da 
água, onde obtém oxigênio. O ciclo aquático dura de 10 a 15 
dias, mas, em temperaturas mais elevadas (~30ºC), o período 
larval diminui para, aproximadamente, 7 dias (Beserra et al., 
2006).
A eliminação de criadouros de larvas e de pupas é fundamental 
para o controle dos mosquitos, como será observado na 
Unidade 2.
Os adultos emergem a partir das pupas e, em pouco tempo, 
iniciam o voo. A sobrevivência das fêmeas (2-3 semanas em 
zonas tropicais, 1 mês em zonas temperadas) é maior que a 
dos machos (1 semana).
Dessa forma, em áreas com temperaturas médias anuais 
mais elevadas, o ciclo de vida completo de Ae. aegypti (ovo 
a adulto) dura aproximadamente 25 dias para fêmeas e 15 
dias para machos, o que permite o desenvolvimento de várias 
gerações de mosquitos ao longo do ano. 
38 Para saber mais sobre o ciclo de vida do Ae. aegypti, 
leia o artigo: Beserra, E.B. et al. Ciclo de vida de 
Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera, Culicidae) em 
águas com diferentes características. Iheringia, 
Sér. Zool., Porto Alegre, 99(3):281-285. 2009.
Figura 17. Figura 17. Ciclo de vida do Ae. aegypti.
39
Algumas características do ciclo de vida desses insetos são fundamentais 
para o desenvolvimento de estratégias de vigilância e controle, a 
exemplo: 
• postura de ovos; 
• comportamentos alimentar; 
• comportamento reprodutivo.
As fêmeas de Ae. aegypti depositam os ovos nas paredes internas dos 
recipientes com água, acima da linha da água.
Como os ovos ficam aderidos nos recipientes e podem sobreviver em 
ambiente secos por mais de 6 meses, é fundamental que as paredes de 
grandes reservatórios sejam lavadas (você poderá aprender um pouco 
sobre Manejo Ambiental na Unidade 2). 
As fêmeas de Ae. Aegypti precisam de apenas uma pequena quantidade 
de água para depositar seus ovos em reservatórios, como copos, fontes, 
pneus, tambores, vasos, por exemplo. 
Esse vetor prefere se reproduzir em reservatórios de águas limpas. Apesar 
da baixa viabilidade larval, é possível o desenvolvimento de Ae. aegypti em 
águas com elevados graus de poluição (Beserra et al., 2009).
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151211_focos_dengue_mw_rb
http://www.big1news.com.br/mosquito-aedes-aegypti-da-dengue-a-zika-o-porque-tantas-doencas.html
Fonte:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151211_
focos_dengue_mw_rb
http://www.big1news.com.br/mosquito-aedes-aegypti-da-
dengue-a-zika-o-porque-tantas-doencas.html
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151211_focos_dengue_mw_rb
http://www.big1news.com.br/mosquito-aedes-aegypti-da-dengue-a-zika-o-porque-tantas-doencas.html
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151211_focos_dengue_mw_rb
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151211_focos_dengue_mw_rbhttp://www.big1news.com.br/mosquito-aedes-aegypti-da-dengue-a-zika-o-porque-tantas-doencas.html
http://www.big1news.com.br/mosquito-aedes-aegypti-da-dengue-a-zika-o-porque-tantas-doencas.html
http://www.big1news.com.br/mosquito-aedes-aegypti-da-dengue-a-zika-o-porque-tantas-doencas.html
40
Somente as fêmeas são hematófagas, e o sangue é essencial para a produção de ovos. Elas detectam as fontes 
alimentares pela presença de CO2, umidade, ácido lático e sinais visuais. As fêmeas do mosquito picam pessoas e 
animais domésticos nas áreas internas e externas da casa.
Os adultos preferem locais pouco iluminados com umidade elevada e sem muita movimentação de ar. Os mosquitos 
apresentam diferentes horários de atividade e de agressividade. Por exemplo, o mosquito da dengue (Aedes aegypti) 
é mais ativo de dia e mais agressivo por buscar insistentemente a fonte alimentar, mesmo quando o hospedeiro está 
acordado. Já o mosquito prego (Anopheles darlingi) e o pernilongo comum ou muriçoca (Culex quinquefasciatus) são mais 
ativos à noite. 
Fonte: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/curiosidades.html
http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/curiosidades.html
41
Para saber mais sobre o Aedes aegypti, assista o documentário “O Mundo 
Macro e Micro do Mosquito Ae. Aegypti”. 
O mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti (Fiocruz).
https://www.youtube.com/watch?v=bTNn7dad-00
Continue seus estudos sobre o Aedes aegypti assistindo às vídeo aulas 
“‘Aedes aegypti – Introdução aos Aspectos Científicos do Vetor” disponíveis 
no endereço: http://auladengue.ioc.fiocruz.br/ 
https://www.youtube.com/watch?v=bTNn7dad-00
http://auladengue.ioc.fiocruz.br/ 
42
Flebotomíneos
Os flebotomíneos também possuem ciclo de vida holometábolo 
(colocar link com o esquema 1), ou seja, possuem as fases de 
ovo, larva, pupa e adulto. Para exemplificá-las, descreveremos 
o ciclo de vida de Lutzomyia longipalpis. 
A cópula é precedida por um comportamento de corte nupcial em 
que os machos realizam movimentos circulatórios frequentes 
que atraem as fêmeas. Logo em seguida, os machos vibram 
as asas e se põem em sentido contrário às fêmeas, quando 
prendem a fêmea com o auxílio de seus apêndices genitais. Um 
único macho pode copular várias vezes com diferentes fêmeas 
virgens e a presença de hospedeiros vertebrados estimula esse 
processo (Brazil & Brazil, 2003). 
Figura 1. Exemplos de insetos vetores – Fletobomíneos. 
43
Após serem fertilizadas pelos machos, as fêmeas colocam 
os ovos em ambientes terrestres úmidos, tais como solo, 
serrapilheira, buracos em árvores e tocas de animais. 
O desenvolvimento embrionário dura de 6 a 9 dias, quando as 
larvas eclodem dos ovos e se desenvolvem entre 14 e 19 dias (larva 
1 a larva 4). As larvas alimentam-se de matéria orgânica do solo. 
Os criadouros naturais são muito difíceis de serem detectados 
devido tanto ao pequeno tamanho das larvas e seus movimentos 
lentos, como à grande variedade de sítios que contêm matéria 
orgânica em decomposição, o que dificulta o encontro das 
larvas (Alencar et al., 2011). 
Depois disso, a larva 4 sofre uma muda e passa para estádio de 
pupa, que permanece nos criadouros por mais 8-9 dias. 
Durante esse período, as pupas não se alimentam, porém 
passam por modificações importantes para o surgimento dos 
adultos com o desenvolvimento de estruturas da genitália e da 
cabeça. Por exemplo, os olhos dos adultos podem ser vistos 
através da parede pupal quando os adultos estão prestes a 
emergir. 
O ciclo todo dura entre 28 e 37 dias. Observe a imagem a seguir.
44
Figura 18. Ciclo de vida de um flebotomíneo.
45
Flebotomíneos
Quanto ao comportamento alimentar, ambos os sexos 
necessitam de açúcares (provenientes de seiva vegetal ou 
secreções açucaradas de outros insetos), porém somente as 
fêmeas são hematófagas, sendo o sangue necessário para o 
desenvolvimento ovariano (o número de ovos produzidos é 
proporcional à quantidade de sangue ingerido) (Brazil & Brazil, 
2003).
O período de maior atividade hematofágica da maioria das 
espécies de interesse médico é à noite. A alimentação sanguínea 
das fêmeas pode ocorrer 24 horas após a emergência. A atração 
das fêmeas aos hospedeiros é dependente de temperatura 
e odores corporais. L. longipalpis é uma espécie generalista, 
alimenta-se em vários animais domésticos (cães, roedores, 
aves) e no homem, e esse comportamento tem relevância 
na transmissão zoonótica das Leishmanioses. O tempo de 
alimentação pode durar entre 1 e 5 minutos.
Os flebotomíneos, geralmente, iniciam a atividade durante o 
fim da tarde ou à noite, permanecendo a maior parte do dia 
em seus abrigos, locais úmidos e com pouca luminosidade. 
A atividade das fêmeas de L. longipalpis em busca de alimento 
no intradomicílio na Ilha do Marajó, no Pará, é maior entre 
19h e 22h. 
Já Bichromomyia flaviscutellata, principal vetor de L. amazonensis, 
apresenta um pico de atividade entre 22h e 1h da madrugada 
(Brazil & Brazil, 2003).
46
Ainda em relação a esse comportamento, a ingestão de sangue 
pode variar entre as espécies, ocorrendo apenas uma vez 
entre as posturas ou múltiplas vezes durante um único ciclo de 
oviposição. Por exemplo, espécies como L. longipalpis realizam 
vários repastos sanguíneos antes da maturação e da postura 
dos ovos.
Outra variação nos hábitos alimentares dessas fêmeas é 
algumas espécies realizarem o repasto exclusivamente em 
determinados vertebrados e outras apresentarem hábitos 
ecléticos, picando indiferentemente diversas espécies. 
Algumas espécies como L. longipalpis e Nyssomyia whitmani 
alimentam-se frequentemente em galinhas, sendo a presença 
de galinheiros um fator determinante para a sua ocorrência.
Figura 19. Flebotomíneos associados a aves.
Fonte: Dantas-Torres and Otranto Parasites & Vectors 2014.
Para saber mais sobre a biologia dos flebotomíneos, consulte o artigo de Brazil & Brazil (2003).
Brazil RP & Brazil BG. 2003. Biologia de flebotomíneos neotropicais. In, Rangel, E. F. & Lainson, R. Flebotomíneos do Brasil. 
Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, pp. 257-274.
47
Triatomíneos
O ciclo de vida dos triatomíneos é diferente dos culicideos e 
flebotomíneos: inclui apenas as fases de ovo, ninfa e adulto, 
sendo por esse motivo chamado hemimetábolo. 
Antes da cópula, machos e fêmeas comunicam-se a partir de sinais 
químicos (feromônios sexuais) ou vibratórios (estridulação). Por 
exemplo, quando um macho tenta acasalar com uma fêmea 
jovem, a mesma tende a estridular para rejeitar o macho. 
No caso em que a fêmea está receptiva, a cópula ocorre em 5 
a 30 minutos, quando o macho acopla sua genitália na fêmea e 
transfere seus espermatozóides.
Figura 1. Exemplos de insetos vetores – Triatomíneos.
48
O ciclo de vida dos triatomíneos 
49
As fêmeas fertilizadas colocam os ovos após 10 a 30 dias, sendo 
capazes de colocar centenas de ovos ao longo de sua vida, os quais 
geralmente ficam soltos e isolados. As fêmeas de algumas espécies 
dos gêneros Rhodnius e Psammolestes são capazes de grudar 
seus ovos em substratos e esse comportamento pode facilitar 
a dispersão desses triatomíneos, considerando que os mesmos 
podem ficar aderidos em penas de aves (Marcondes, 2011).
Após a eclosão do ovo, os triatomíneos passam por cinco estágios 
de ninfa, que diferem no tamanho e no desenvolvimento do botão 
alar (primórdio da asa). Os primeiros estágios (ninfa 1 a ninfa 3) 
são pequenos e mais difíceis de serem detectados e capturados 
nos ambientes: por exemplo, uma ninfa 1 de R. neglectus mede 
menos de 5 mm. As ninfas 4 e 5 apresentam maior tamanho 
(ninfas 5 de Panstrongylus podem atingir quase 2 cm).
Figura 20. Ciclo de vida de triatomíneos. Fonte: Galvão (2014).
50
Durante a mudança para a fase adulta, há o desenvolvimento das 
asas, e a genitália fica completamente formada. A longevidade dos 
adultos pode ser superior a 2 anos. 
A figura ao lado ilustra o ciclo de vida dos Triatomíneos.
A duração do ciclo de vida varia muito entre as espécies, de trêsmeses (p. ex. Rhodnius neglectus) até dois anos (p. ex. Panstrongylus 
megistus), dependendo de variações ambientais e da frequência de 
alimentação. 
Os triatomíneos podem resistir alguns meses em jejum, 
principalmente as ninfas de quinto estágio, e essa característica 
biológica é importante para a manutenção das colônias em 
condições desfavoráveis.
Figura 20. Ciclo de vida de triatomíneos. Fonte: Galvão (2014).
51
Para os triatomíneos a alimentação sanguínea é fundamental para 
o desenvolvimento das ninfas e dos adultos e, geralmente, 
ocorre à noite. Os triatomíneos sugam grande quantidade de 
sangue, com algumas ninfas sugando até 10 vezes o próprio 
peso. 
Geralmente, uma ou duas alimentações sanguíneas 
são suficientes para que ocorra a muda ou a troca do 
exoesqueleto e o desenvolvimento ninfal. 
A picada geralmente é indolor e não é percebida 
pelo hospedeiro. A saliva dos triatomíneos contém 
anticoagulantes e anestésicos que inibem reações 
cutâneas que poderiam indicar a presença do inseto.
Durante e logo após a sucção sanguínea (que dura 
aproximadamente 15 minutos), os triatomíneos defecam 
e urinam, um comportamento fundamental para a 
transmissão do Trypanosoma cruzi.
Fonte: http://www.jmrezende.com.br/barbeiros.htm
http://www.jmrezende.com.br/barbeiros.htm
52
Fonte: https://www.mdsaude.com/2012/07/doenca-de-chagas.html
Fonte: https://br.pinterest.com
As antenas dos triatomíneos possuem 
receptores de estímulos mecânicos, 
olfativos, térmicos e hídricos, os quais são 
percebidos para detecção dos hospedeiros. 
A presença de CO2, ácido lático, amônia 
e temperatura elevada são estímulos 
atrativos para esses insetos.
A luz artificial tem sido apontada como estímulo importante para a chegada de 
triatomíneos às habitações humanas à noite, porém, uma vez domiciliados, os 
triatomíneos evitam ambientes muito iluminados. 
Casas de pau-a-pique são ambientes favoráveis para o desenvolvimento 
das colônias por apresentarem rachaduras nas paredes, por serem locais 
geralmente escuros, úmidos, quentes e com várias fontes alimentares (humanos 
e animais domésticos). 
Nessas condições, a densidade de triatomíneos é muito elevada, podendo ser de 11 
mil indivíduos, como já observado em Honduras.
https://www.mdsaude.com/2012/07/doenca-de-chagas.html
53Para saber mais sobre os Triatomíneos, assista o vídeo “Triatomíneos: o elo de uma enfermidade (Fiocruz)
https://www.youtube.com/watch?v=xZGv1m-2KEs
https://www.youtube.com/watch?v=xZGv1m-2KEs
54
Atividade 3
Ecologia de Insetos Vetores
A ecologia é o estudo de como os seres vivos interagem entre 
si e com o ambiente que os rodeia. 
É importante entender essas interações para analisar os 
processos de adaptação dos insetos vetores ao ambiente 
domiciliar, os mecanismos que influenciam a manutenção 
deles nos ambientes compartilhados com seres humanos e, 
consequentemente, o risco de transmissão dos patógenos 
transmitidos por eles. 
Nesta atividade, serão abordados os aspectos ecológicos de 
mosquitos, flebotomíneos e triatomíneos, tais como:
• principais habitats;
• sazonalidade;
• dispersão;
• resistência aos inseticidas.
Fonte: https://designme3.wordpress.com/2014/04/07/reciclar-materiais-poupa-o-
meio-ambiente-de-receber-mais-poluentes/
https://designme3.wordpress.com/2014/04/07/reciclar-materiais-poupa-o-meio-ambiente-de-receber-mais-poluentes/
https://designme3.wordpress.com/2014/04/07/reciclar-materiais-poupa-o-meio-ambiente-de-receber-mais-poluentes/
55
As modificações ambientais chamadas antrópicas, como, por 
exemplo, desmatamento, monoculturas, criação intensiva de 
animais, urbanização sem planejamento, podem promover a 
adaptação de espécies de insetos associadas a doenças como 
Dengue, Malária, Febre amarela, Leishmanioses e Doença de 
Chagas. 
Alterações no perfil epidemiológico dessas doenças têm sido 
observadas nas últimas décadas, e podem estar associadas a 
mudanças na ocorrência dos insetos vetores. 
A Leishmaniose visceral ocorria mais em ambientes rurais; 
atualmente, ela ocorre mais em grandes centros urbanos, 
onde há ocorrência de muitos cães domésticos e populações 
urbanas de L. longipalpis, vetor que, ao longo dos anos, passou 
a ser mais frequente em ambiente antropizado. 
56
Culicídeos Flebotmíneos Triatomíneos
Os Culicídeos apresentam 
variados criadouros naturais, 
como bromélias, palmeiras, 
lagos, manguezais, porém são os 
criadouros artificiais que possuem 
maior papel na manutenção 
deles em ambientes próximos ao 
homem.
Os flebotomíneos apresentam 
variados criadouros naturais. 
Os locais de descanso diurno 
são sombreados e úmidos. As 
formas imaturas são terrestres, 
desenvolvendo-se em solo úmido, 
em buracos em troncos de árvores, 
em tocas de animais e em cavernas 
calcárias. 
Os triatomíneos podem ser 
encontrados nos mais variados 
habitats. No interior das casas, são 
frequentes nas rachaduras das 
paredes, nos telhados, atrás de 
armários, embaixo de camas etc. 
57
Figura 21. Criadouros de Aedes aegypti.
O precário saneamento básico 
e o sistema habitacional 
desorganizado em favelas 
e invasões têm favorecido 
o aumento do número de 
criadouros potenciais de 
mosquitos. A proliferação do 
mosquito Ae. aegypti também 
é favorecida pelo grande 
volume de descartáveis 
jogados em terrenos baldios, 
praias, logradouros, estradas, 
avenidas e quintais, os quais 
podem servir como criadouros. 
58
O precário saneamento básico e o sistema habitacional desorganizado em favelas e invasões têm 
favorecido o aumento do número de criadouros potenciais de mosquitos.
 
A proliferação do mosquito Ae. aegypti também é favorecida pelo grande volume de descartáveis 
jogados em terrenos baldios, praias, logradouros, estradas, avenidas e quintais, os quais podem 
servir como criadouros. 
Figura 22. Criadouros de anofelinos. Fonte: Obara, 2010. Delcio Natal.
59
A sazonalidade dos mosquitos é marcante, sendo muito 
mais frequente no período das chuvas, o que coincide com 
períodos de maior temperatura e maior incidência das doenças 
transmitidas por eles (Souza et al., 2010). 
Entretanto, mesmo em períodos frios e secos, a manutenção 
de reservatórios de água pela população (como caixas d’água 
destampadas) pode favorecer a manutenção dos mosquitos no 
ambiente. 
60
Vários outros fatores podem influenciar
a ocorrência dos mosquitos além do regime de chuvas, como:
61
Em relação à resistência ... 
A resistência de diferentes populações de Ae. aegypti aos 
inseticidas convencionais está devidamente comprovada. 
Populações de Ae. aegypti em vários municípios brasileiros 
apresentaram resistência ao Temephós utilizado no controle de 
larvas desse mosquito por muito tempo (Chediak et al., 2016).
A figura a seguir mostra a mortalidade de populações Ae. aegypti 
expostas ao Temephós.
Em relação à dispersão... 
Há grande variação, com evidências de mosquitos dispersando 
ativamente por mais de 800 metros e de dispersão passiva, 
sendo carregados em veículos, navios e aviões. No caso de 
Ae. Aegypti, a sua dispersão está relacionada à densidade 
populacional. 
Em áreas com muitas casas próximas (por exemplo, favelas), os 
mosquitos voam usualmente de 40 a 50 metros. 
Em áreas com menor aglomeração humana, a média de voo 
registrada é de aproximadamente 100 metros, podendo chegar 
a 240 metros. 
Em regiões sem barreiras à dispersão do mosquito, como 
montanhas, praias ou grandes avenidas, o vetor pode atingir 
um raio de voo de 800 metros (Fiocruz, 2017).
62
Existem evidências de resistência de Cx. quinquefasciatus 
ao Temephós e relatos de populações de Ae. aegypti com 
alteração de suscetibilidade para piretróides, o que mostra 
a necessidade de utilização de inseticidas alternativos. Já as 
populações brasileiras de Anopheles darlingi, até o momento, 
não apresentam resistência aos inseticidas usados em seu 
controle. 
Você verá mais detalhes sobre resistência dos insetos a 
inseticidas na Unidade 3.
Para saber mais assista asvídeo aulas “Aedes aegypti – Introdução 
aos Aspectos Científicos do Vetor”. 
http://auladengue.ioc.fiocruz.br/
Figura 23. Mortalidade de populações de A. aegypti expostas ao inseticida temephós. As cores mais 
quentes indicam áreas onde a mortalidade foi abaixo de 50%. As áreas verdes indicam áreas onde o 
temephós ainda provoca alta mortalidade. Fonte: Chediak et al. (2016). 
http://auladengue.ioc.fiocruz.br/
63
Culicídeos Flebotmíneos Triatomíneos
Os Culicídeos apresentam 
variados criadouros naturais, 
como bromélias, palmeiras, 
lagos, manguezais, porém são os 
criadouros artificiais que possuem 
maior papel na manutenção 
deles em ambientes próximos ao 
homem.
Os flebotomíneos apresentam 
variados criadouros naturais. 
Os locais de descanso diurno 
são sombreados e úmidos. As 
formas imaturas são terrestres, 
desenvolvendo-se em solo úmido, 
em buracos em troncos de árvores, 
em tocas de animais e em cavernas 
calcárias. 
Os triatomíneos podem ser 
encontrados nos mais variados 
habitats. No interior das casas, são 
frequentes nas rachaduras das 
paredes, nos telhados, atrás de 
armários, embaixo de camas etc. 
64
Os flebotomíneos apresentam variados criadouros naturais. Os locais de 
descanso diurno são sombreados e úmidos. As formas imaturas são terrestres, 
desenvolvendo-se em solo úmido, em buracos em troncos de árvores, em tocas de 
animais e em cavernas calcárias.
Figura 24. Criadouros naturais de flebotomíneos.
65
Os criadouros artificiais são representados por quintais sombreados com muita matéria orgânica
devido à presença de árvores frutíferas (mangueiras, bananeiras), galinheiros e chiqueiros.
Figura 25. Criadouros artificiais de flebotomíneos. Fonte: Eunice Galati.
66
A sazonalidade dos mosquitos ...
No Brasil, vários estudos têm indicado que a ocorrência de 
flebotomíneos é maior nos meses chuvosos do ano. Maiores 
temperaturas observadas durante a estação chuvosa podem 
favorecer a atividade alimentar de flebotomíneos. Entretanto, 
alguns estudos em matas de galeria na região Centro-Oeste 
indicam uma maior ocorrência de flebotomíneos durante 
a estação seca e fria. Uma provável explicação seria o efeito 
negativo de chuvas intensas no desenvolvimento das formas 
imaturas e na mobilidade espacial desses insetos nas florestas. 
Esse efeito seria menor para flebotomíneos em ambientes 
artificiais. E certas espécies de flebotomíneos podem ocupar 
habitats degradados.
67
Em relação à dispersão ...
Os flebotomíneos costumam dispersar pouco, geralmente 
menos que 200 metros. Por exemplo, experimentos de captura-
marcação-recaptura com N. neivai mostraram que 90% dos 
flebotomíneos recapturados estavam a menos de 70 metros 
do local de soltura. 
Considerando que a maioria das espécies está presente nas 
florestas, a construção de casas distantes desses ambientes 
(200-500 metros) seria uma forma de diminuir as chances de 
colonização.
O desmatamento pode favorecer a dispersão de espécies para 
ambientes artificiais e desencadear surtos de Leishmanioses. 
A migração humana associada ao desenvolvimento de 
grandes empreendimentos também tem sido apontada como 
fator de dispersão dos flebotomíneos. Além do mais, a falta 
de saneamento básico também favorece a reprodução de 
flebotomíneos. 
A distribuição da Leishmaniose visceral associada à L. 
longipalpis em áreas urbanizadas é consequência da adaptação 
dessa espécie a ambientes modificados e é favorecida por 
sua capacidade de se alimentar com frequência em animais 
domésticos, como o cão.
68
Em relação à resistência ...
Em relação à suscetibilidade aos inseticidas usados no 
controle de flebotomíneos, não há evidências de altos níveis 
de resistência de diferentes populações de L. longipalpis ao 
inseticida alfacipermetrina.
Você verá mais detalhes 
sobre resistência dos 
insetos aos inseticidas na 
Unidade 3.
69
Culicídeos Flebotmíneos Triatomíneos
Os Culicídeos apresentam 
variados criadouros naturais, 
como bromélias, palmeiras, 
lagos, manguezais, porém são os 
criadouros artificiais que possuem 
maior papel na manutenção 
deles em ambientes próximos ao 
homem.
Os flebotomíneos apresentam 
variados criadouros naturais. 
Os locais de descanso diurno 
são sombreados e úmidos. As 
formas imaturas são terrestres, 
desenvolvendo-se em solo úmido, 
em buracos em troncos de árvores, 
em tocas de animais e em cavernas 
calcárias. 
Os triatomíneos podem ser 
encontrados nos mais variados 
habitats. No interior das casas, são 
frequentes nas rachaduras das 
paredes, nos telhados, atrás de 
armários, embaixo de camas etc. 
70
No peridomicílio, são encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, cercas e amontoados de tijolos, de 
telhas e de pedras; em casas colonizadas, é frequente o encontro de marcas de fezes nas paredes.
Figura 26. Casas receptivas para triatomíneos. Observar parede com marcas de fezes de triatomíneos. Fonte: Rodrigo Gurgel Gonçalves.
71
No ambiente silvestre, são encontrados em palmeiras, em bromélias, em cactos, sob casca de árvores ou rochas e em tocas de 
animais. 
Nas florestas, existem associações entre determinados habitats e as espécies de triatomíneos. Por exemplo, espécies de Rhodnius 
são encontradas frequentemente em palmeiras; as de Panstrongylus, em tocas de animais; e as de Triatoma, em complexos rochosos. 
Figura 27. Habitats de triatomíneos em ambiente silvestre.
72
Algumas espécies de triatomíneos adaptaram-se ao ambiente modificado pelo homem, incluindo novas fontes de alimentação 
(sangue de humanos e de outros animais domésticos). Ao viver em casas mal construídas e em estado precário, os humanos 
propiciaram aos vetores boas condições de colonização. 
Triatomíneos infectados provenientes de remanescentes florestais também podem invadir casas em ambientes urbanos. O 
desmatamento e a ocupação humana podem causar a extinção local de mamíferos e de aves silvestres, diminuindo fontes 
de alimento para os triatomíneos, os quais invadem as casas, principalmente em favelas e em condomínios na periferia das 
grandes cidades e próximos às matas.
73
Em relação à sazonalidade ...
Algumas espécies, como 
Panstrongylus megistus, ocorrem 
mais frequentemente nas casas na 
primavera, logo após o início das 
primeiras chuvas.
Em relação à dispersão ...
Os triatomíneos, geralmente, não 
realizam dispersão ativa de longa 
distância. Experimentos de captura-
marcação-recaptura indicam 
capacidades de dispersão de 100-500 
metros, sendo que o deslocamento 
pode ser a partir do voo ou até mesmo 
andando.
Em relação à resistência ...
Alguns estudos de monitoramento de 
suscetibilidade de triatomíneos têm 
mostrado elevados níveis de resistência 
aos piretróides em populações de 
T. infestans do norte da Argentina, 
do sul do Brasil e Bolívia. No Brasil, 
avaliações de suscetibilidade de T. 
sordida registraram níveis de resistência 
incipiente à Deltametrina. Você verá 
maiores detalhes sobre resistência dos 
insetos aos inseticidas na Unidade 3.
74
Atividade 3
Exercício
EXERCÍCIO 1
Busque os dados de capturas atualizados de flebotomíneos, triatomíneos e mosquitos urbanos em artigos científicos, 
na Secretaria de Saúde, Centro de Controle de Zoonoses, ou boletins disponibilizados pelos serviços de saúde de seu 
município e organize uma planilha com dados de densidade e de ocorrência para determinar quais espécies seriam os 
principais alvos para atividades de controle.
75
Atividade 4
Importância Médica
Nas lições anteriores, foram apresentadas as características 
morfológicas, biológicas e ecológicas dos culicídeos, 
flebotomíneos e triatomíneos. 
Nesta Unidade, será apresentada a importância médica, ou 
seja, o papel desses vetores na transmissão de patógenos ao 
homem, causando doenças como Dengue, Zika, Chikungunya, 
Febre Amarela, Malária, Doença de Chagas e Leishmanioses. 
Certamente, você já ouviu falar sobre essas doenças ou conhece 
alguém que adquiriu algumas delas. 
Pois bem, nessa atividade serão apresentadosos principais vírus 
e protozoários transmitidos por esses insetos, suas taxas de 
infecção, uma breve situação epidemiológica e, sucintamente, 
as características das doenças associadas a esses vetores. 
Fonte: https://sindsaude.org.br/noticias/informe/2488/o-estrago-que-o-aedes-aegypti-esta-
causando.html
https://sindsaude.org.br/noticias/informe/2488/o-estrago-que-o-aedes-aegypti-esta-causando.html
https://sindsaude.org.br/noticias/informe/2488/o-estrago-que-o-aedes-aegypti-esta-causando.html
76
Doenças
DENGUE
ZIKA
CHIKUNGUNYA
FEBRE AMARELA
MALÁRIA
LEISHIMANIOSES
DOENÇA DE CHAGAS
77
DENGUE
Doença febril aguda resultante da infecção por arbovírus do gênero Flavivírus, transmitido pela picada do mosquito Ae. 
aegypti. São conhecidos quatro sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4.
Manifestações Clínicas
A doença pode apresentar evolução clínica leve e autolimitada (na maioria dos casos) até doença grave, quando os pacientes 
apresentam choque (pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, 
pele pegajosa e agitação) com ou sem hemorragia, podendo evoluir para o óbito (pequena parte dos casos). O período de 
incubação varia de 4 a 10 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias. 
Casos suspeitos: são pessoas que vivam ou tenham viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão 
de dengue; que apresentem febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e duas ou mais das seguintes manifestações: náusea, vômitos, 
exantema, mialgias, artralgia, cefaleia, dor retro-orbital, petéquias ou prova do laço positiva e leucopenia.
Epidemiologia
É a mais importante arbovirose que afeta o ser humano, constituindo-se em sério problema de saúde pública no mundo. 
É estimado que 50 milhões de infecção por dengue ocorram anualmente, e que, aproximadamente, 2,5 bilhões de pessoas 
vivem em países onde o dengue é endêmico (SVS, MS, 2017).
78
ZIKA
É uma doença viral aguda resultante da infecção por vírus do gênero Flavivírus. Até o momento, são conhecidas e descritas 
duas linhagens do vírus: uma Africana e outra Asiática. A doença é transmitida, principalmente, pelos mosquitos Ae. 
aegypti e Ae. albopictus.
Manifestações Clínicas
Caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, 
artralgia, mialgia e dor de cabeça. A maioria dos casos apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem 
espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, observa-se a ocorrência de óbitos pelo agravo, aumento dos casos de 
microcefalia e de manifestações neurológicas associadas à ocorrência da doença.
Epidemiologia
No primeiro semestre de 2015, após a confirmação da circulação do vírus Zika e a crescente epidemia que acometeu 
principalmente estados da Região Nordeste, o Ministério da Saúde recebeu notificação do aumento de internações por 
manifestações neurológicas. O vírus Zika foi associado ao nascimento de crianças com microcefalia. Investigações sobre o 
tema estão em andamento para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, 
a infecção do feto e qual seria o período de maior vulnerabilidade para a gestante (Fiocruz, 2017b).
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CHIKUNGUNYA
Enfermidade febril aguda, subaguda ou crônica resultante da infecção pelo vírus Chikungunya (CHIKV), transmitido por 
mosquitos do gênero Aedes. 
Manifestações Clínicas
A doença aguda apresenta febre alta, cefaleia, mialgias e dor articular (artralgia), a qual é mais intensa do que nas infecções 
pelos vírus da Dengue e Zika. Em uma porcentagem dos casos, a artralgia se torna crônica, podendo persistir por anos. As 
formas graves e atípicas são raras, podendo evoluir para óbito.
Epidemiologia
No Brasil, a transmissão autóctone foi confirmada no segundo semestre de 2014, primeiramente nos estados do Amapá e da 
Bahia; atualmente, todos os estados do país já registraram casos autóctones (SVS, MS, 2017). 
80
FEBRE AMARELA
A Febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda e imunoprevenível. O agente etiológico é um arbovírus do gênero 
Flavivirus, transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados (diferentes gêneros, incluindo Aedes, Culex, 
Haemagogus e Sabethes). 
Manifestações Clínicas
Quem contrai o vírus da Febre Amarela na maioria das vezes não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. 
As manifestações são: febre alta, calafrios, dores de cabeça e musculares, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma 
grave da doença é rara e caracteriza-se por insuficiência hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados) e manifestações 
hemorrágicas que podem levar à morte. 
Epidemiologia
O vírus apresenta dois ciclos epidemiológicos de transmissão: silvestre e urbano. No ciclo silvestre, os primatas não humanos 
(macaco prego, por exemplo) são os principais hospedeiros do vírus (o homem participa como um hospedeiro acidental ao 
entrar nas florestas), e os vetores são mosquitos com hábitos silvestres (Haemagogus e Sabethes, por exemplo). No ciclo 
urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica, e a transmissão ocorre a partir de Ae. aegypti. 
Entretanto, a última ocorrência de Febre Amarela urbana no Brasil foi em 1942.
A prevenção individual da doença é a vacinação, segura e eficaz.
81
Aedes aegypti
O mosquito Ae. aegypti foi considerado erradicado 
no Brasil em 1956 e reapareceu no final da década 
de 1960. Durante a década de 1970, ampliou sua 
distribuição geográfica e favoreceu as epidemias de 
dengue nas décadas seguintes.
Os vírus Zika e Chikungunya também têm sido 
detectados em Ae. aegypti. O número de casos 
de Dengue no Brasil tem alcançado números 
alarmantes ao se observar a série histórica entre 
1990 e 2016 (Figura 28). 
82
Figura 28. Número de casos de dengue no Brasil de 1990 a 2016.
83
Figura 29. . Taxa de incidência (/100 mil habitantes) de febre de chikungunya no Brasil, 
2016. Fonte: Sinan.
Figura 29. Taxa de incidência (/100 mil habitantes) de Zika no Brasil, 2016. Fonte: Sinan.
A incidência de Zika e de febre de Chikungunya também é relevante no Brasil, principalmente
considerando-se o potencial de desenvolvimento de sintomas graves como microcefalia.
84
Atualmente, com o surgimento de Zika e Chikungunya, o Ae. aegypti.
é o principal alvo das campanhas de controle de vetores. 
Fonte: http://www.jcregional.com.br/aedes-aegypti-conheca-os-mitos-e-verdades/
http://www.jcregional.com.br/aedes-aegypti-conheca-os-mitos-e-verdades/
85
Estudos têm mostrado que as taxas de infecção de Ae. aegypti 
pelo vírus da Dengue varia muito, dependendo da época do ano e 
de situação epidemiológica. Porém estudos realizados no Brasil 
e México revelaram taxas de infecção de aproximadamente 
17% e 5%, respectivamente (Vilela et al., 2010, Garcia-Rejon et 
al., 2011). É possível que, em períodos epidêmicos, essas taxas 
possam ser ainda maiores, quando há detecção de diferentes 
sorotipos do vírus nos mosquitos. 
Outro aspecto que merece destaque na dinâmica de 
transmissão do vírus e na sua manutenção durante os surtos e 
as epidemias de dengue refere-se à transmissão transovariana, 
em que os vírus passam verticalmente das fêmeas de Ae. 
aegypti infectadas para seus descendentes. Alguns estudos 
têm evidenciado esse tipo de transmissão no Brasil, onde a 
taxa de transmissão transovariana para o DENV-4 MIR foi de 
aproximadamente 10% (Cruz et al., 2015).
86
Anopheles
Anopheles darlingi é o principal vetor das espécies 
de Plasmodium no Brasil, agentes etiológicos da 
Malária. 
87
MALÁRIA
A Malária é uma doença febril aguda resultante da infecção por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos por 
fêmeas infectadas do gênero Anopheles. Cinco espécies de Plasmodium podem causar a Malária humana, e três delas 
ocorrem no Brasil: P. vivax (mais frequente), P. falciparum (responsável pelos casos mais graves) e P. malariae (mais raro). 
O homem é o principal reservatório comimportância epidemiológica para a Malária. 
Manifestações Clínicas
Os principais sintomas da Malária são febre precedida de calafrios, seguida de sudorese profusa, fraqueza e cefaleia, que 
ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da espécie de plasmódio infectante. A doença apresenta cura se for tratada em 
tempo oportuno e adequadamente. O seu tratamento é simples, eficaz e gratuito. Entretanto, a Malária pode evoluir para 
forma grave e até para óbito (SVS, MS, 2017).
Epidemiologia
Apresenta ampla distribuição, com menor ocorrência em áreas muito secas e frias, sendo um anofelino que se alimenta 
frequentemente de sangue humano no interior das casas, com maior atividade de madrugada (Marcondes et al., 2011). An. 
darlingi apresenta geralmente maiores taxas de infecção natural por Plasmodium quando comparado com outros anofelinos 
que podem chegar a aproximadamente de 8% (Hiwat & Bretas, 2011). 
88
MALÁRIA
Na Amazônia, onde a Malária é predominante, An. darlingi se beneficia das alterações que o homem produz no ambiente silvestre, 
facilitando a transmissão. 
No litoral sul-americano, em direção ao Sul, até a Região Sudeste do Brasil, a Malária pode ser transmitida por outras espécies, 
como An. aquasalis. 
A ocorrência de Malária no Brasil tem diminuído nos últimos anos com a intensificação dos programas de controle. Com ampliação 
rápida e esforços sustentáveis, a eliminação da Malária é possível em cenários de baixa transmissão. 
No Brasil, o risco de transmissão da Malária é apresentado na Figura 30, na qual é possível observar que os municípios amazônicos, 
principalmente os do Noroeste da Amazônia, apresentam maior risco de transmissão. Em 2015, foram notificados cerca de 143 mil 
casos no Brasil, o menor número nos últimos 35 anos. Finalmente, em 2015, foram registrados 26 óbitos por Malária, resultando 
em uma redução de 89% em comparação com o ano de 2000. Veja o mapa a seguir.
89
A maioria dos casos de malária concentra-se 
na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, 
Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima 
e Tocantins), área endêmica para a doença. 
Nas demais regiões, apesar das poucas 
notificações, a doença não pode ser negligenciada, 
pois se observa uma letalidade mais elevada do 
que na região endêmica.
Figura 30. Municípios brasileiros classificados segundo cenário da eliminação da transmissão de P. falciparum, 
2013. Fonte: SIVEP-Malária e SINAN-NET.
90
Culex quinquefasciatus
Esse vetor é popularmente conhecido por pernilongo 
ou muriçoca e é o transmissor do nematóide 
Wuchereria bancrofti, agente etiológico da filariose 
linfática.
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O Culex quinquefasciatus também apresenta ampla distribuição 
no Brasil e é o mosquito mais frequente dentro das casas, 
incomodando muito o homem devido ao fato de realizar 
hematofagia noturna. 
Vários estudos mostram relação entre a distribuição e a 
abundância de Cx. quinquefasciatus e a ocorrência de W. 
bancrofti no Brasil, onde o pernilongo apresentava taxas de 
infecção de 0,4 a 2,1% (Fontes et al., 2012).
 Atualmente, a transmissão da filariose linfática é focal no 
Brasil, e há previsão para sua eliminação nos próximos anos 
ao se considerar que o homem é o único hospedeiro do 
nematóide. 
Em Recife, cidade com o maior número de casos do País, 
várias estratégias de vigilância e de controle estão sendo 
desenvolvidas para mapear as áreas de risco para a doença e 
para permitir seu controle para alcançar a meta de eliminação 
da filariose linfática no Brasil (SVS, MS, 2017).
A filariose linfática é resultante da infecção pelo verme 
nematoide Wuchereria bancrofti, o qual é transmitido pela 
picada do mosquito C. quiquefasciatus infectado com larvas 
do verme. Entre as manifestações clínicas mais importantes, 
estão edemas de membros, seios e bolsa escrotal que podem 
levar à incapacidade. 
92
Flebotomíneos
Os flebotomíneos são os vetores de espécies de 
Leishmania, agentes etiológicos da Leishmaniose 
tegumentar e visceral.
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Nas Américas, dezenove espécies têm sido incriminadas como 
vetores dessas doenças. 
De forma geral, quatro critérios são usados para incriminar 
uma espécie como vetor de zoonoses:
As taxas de infecção dos flebotomíneos por Leishmania spp. geralmente são baixas, e, mesmo aplicando métodos muito sensíveis 
como PCR (Polymerase Chain Reaction - Reação em Cadeia da Polimerase), as taxas dificilmente passam de 3%, alcançando valores 
maiores (10%) em áreas onde a transmissão é intensa (Falcão de Oliveira et al., 2017, Machado et al., 2017).
Em relação à Leishmaniose visceral, sabe-se que 90% dos casos registrados na América Latina ocorrem no Brasil. A doença passou 
por uma mudança no perfil epidemiológico: antes, predominando em ambientes silvestres e rurais e, atualmente, em centros 
urbanos. Em média, cerca de 3.500 casos são registrados anualmente, com a maioria na região Nordeste. Em relação à Leishmaniose 
tegumentar, há maior número de casos registrados na região Norte.
Os flebotomíneos podem ter hábitos exclusivamente silvestres, 
vivendo em florestas sem associação ao homem ou a animais 
domésticos e mantendo a enzootia (Marcondes, 2011).
Quando humanos invadem a floresta para desempenhar 
algumas atividades (extrativismo, caça, ecoturismo, 
treinamentos militares), flebotomíneos como Bichromomyia 
flaviscutellata podem transmitir as leishmanias ao homem. 
Algumas espécies sinantrópicas vivem fora das habitações 
humanas e alimentam-se no peridomicílio (por exemplo: Ny. 
whitmani, principal vetor de L. braziliensis). 
Outros flebotomíneos vivem predominantemente associados 
ao homem e aos animais domésticos em áreas urbanas (por 
exemplo: L. longipalpis, principal vetor de L. infantum). 
94
Figura 31. Casos de Leishmaniose Visceral (A) e Tegumentar (B) segundo município de residência do Brasil, 2015. Fonte: Ministério da Saúde.
95
LEISHIMANIOSES
As Leishmanioses são um conjunto de doenças resultantes da infecção por protozoários do gênero Leishmania. Esses 
protozoários são transmitidos por insetos vetores conhecidos por flebotomíneos, com cerca de 20 espécies de Leishmania 
patogênicas para o ser humano. As Leishmanioses apresentam quatro formas, a depender da espécie de Leishmania 
envolvida e do estado imunológico do hospedeiro:
Manifestações Clínicas
As Leishmanioses apresentam quatro formas, a depender da espécie de Leishmania envolvida e do estado imunológico do 
hospedeiro:
- Visceral (LV) também conhecida como Calazar, a forma mais grave da doença;
- Cutânea, a mais comum; 
- Mucocutânea; 
- Cutânea difusa. 
A LV é uma doença crônica sistêmica, que afeta os órgãos como o fígado e o baço. A Leishmaniose Tegumentar Americana 
(LTA) inclui as formas cutânea, cutânea difusa e mucocutânea, caracterizadas pela formação de úlceras na pele (Brasil, 2006, 
2010).
Epidemiologia
Segundo a Organização Mundial da Saúde, são estimados 900 mil a 1,6 milhão de novos casos de Leishmanioses; destes, 0,2 a 
0,4 milhão de novos casos de LV e 0,7 a 1,2 milhões de novos casos de LT, com 20 mil a 30 mil mortes ocorrendo anualmente 
em todo o mundo. 
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Triatomíneos
Os triatomíneos são os vetores do protozoário 
Trypanosoma cruzi, agente etiológico da Doença de 
Chagas.
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DOENÇA DE CHAGAS
A Doença de Chagas (DC) é uma infecção crônica e potencialmente fatal causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, 
descrito pelo pesquisador brasileiro Carlos Chagas em 1909. Essa doença é considerada uma das infecções parasitárias 
de maior importância na América Latina devido aos seus elevados impactos social e econômico, levando a óbito pessoas 
com idade entre 30 a 50 anos, principalmente por causa das manifestações patológicas de cardiopatia chagásica. 
A principal forma de transmissão é pela contaminação da pele e de mucosas com fezes de insetos hematófagos 
infectados, conhecidos popularmente como barbeiros. A transmissão também pode ocorrer oralmente, por meio da 
ingestão de alimentos contaminados por T. cruzi, como, por exemplo, suco de açaí e caldode cana. Outros mecanismos 
de transmissão são transfusão sanguínea, transplante de órgãos, transplacentária (congênita) e acidentes de laboratório 
(Gurgel-Gonçalves et al., 2012).
Epidemiologia
O perfil epidemiológico da Doença de Chagas apresenta duas áreas geográficas onde os padrões de transmissão são 
diferenciados: 
1) A região extra-amazônica, onde ações de vigilância epidemiológica, entomológica e ambiental devem ser concentradas 
para evitar a transmissão por T. infestans e por outros vetores colonizadores e 
2) a região da Amazônia Legal, onde as ações de vigilância devem ser ampliadas para detecção de casos febris, apoiada na 
vigilância da Malária; identificação e mapeamento das áreas de maior transmissão e vigilância de surtos relacionados à 
ingestão de alimentos contaminados (por exemplo, açaí) (SVS, MS, 2017).
98
DOENÇA DE CHAGAS
Estima-se que existam entre dois e três milhões de indivíduos infectados por T. cruzi no Brasil, a maioria dos casos crônicos resultantes 
da intensa transmissão em décadas passadas. 
Após o controle do principal vetor, Triatoma infestans, houve clara redução da transmissão vetorial. No entanto, a ocorrência de 
Doença de Chagas aguda tem sido observada em diferentes estados, em especial na Amazônia Legal, principalmente devido à 
transmissão oral. 
Mais de 80% dos casos da Doença de Chagas foram 
devidos à transmissão vetorial por Triatoma infestans. 
Essa espécie apresenta caraterísticas que favorecem a 
transmissão de T. cruzi: 
• grande capacidade hematofágica, 
• alta densidade populacional, 
• defecação durante ou logo após alimentação, 
• boa capacidade de dispersão e 
• domiciliação, ampla distribuição geográfica e alta 
suscetibilidade para T. cruzi.
Fonte: https://globoplay.globo.com/v/2611314/
https://globoplay.globo.com/v/2611314/
99
DOENÇA DE CHAGAS
As campanhas de controle baseadas na borrifação de casas com inseticidas tiveram um impacto relevante na ocorrência dessa 
espécie. 
No Brasil, T. infestans ocorria em mais de 700 municípios de 12 estados da década de 1980. 
Em 1991, o Brasil integrou-se a uma comissão intergovernamental dos Países do Cone Sul que tinha como um dos seus objetivos a 
eliminação de T. infestans. 
Durante a década de 1990 e 
no início dos anos 2000 ob-
servou-se uma clara redução 
da distribuição de T. infestans 
no Brasil.
Em 2006, o Brasil recebeu a 
Certificação Internacional de 
Interrupção da Transmissão 
da Doença de Chagas pelo T. 
infestans. 
Figura 32. Controle do Triatoma infestans no Brasil. Fonte: GT DCh/CCDTV/DEOPE/FNS.
100
DOENÇA DE CHAGAS
Entretanto, focos desse triatomíneo ainda têm sido 
registrados na Bahia e no Rio Grande do Sul. 
Além disso, espécies de triatomíneos nativas 
das regiões brasileiras, como T. brasiliensis e T. 
pseudomaculata (Nordeste), T. sordida (Centro-
Oeste), P. megistus (Sudeste) e T. rubrovaria (Sul), 
continuam invadindo e colonizando casas no Brasil. 
Em geral, ocupam ecótopos naturais e artificiais 
próximos das casas, associados a reservatórios 
silvestres e peridomiciliares, apresentando 
diferentes graus de antropofilia e níveis de infecção 
por T. cruzi.
Dessa forma, mantém-se o risco de transmissão ao 
homem. 
Os dados disponíveis mostram poucos casos 
confirmados de Doença de Chagas aguda no Brasil.
Figura 33. Municípios com casos registrados de Doença de Chagas Aguda. Fonte: Sinan/SVS/MS.
101
Atividade 4
Exercício
EXERCÍCIO 1
Fazer um levantamento dos casos registrados na sua região de Dengue, Zika, Chikungunya, Malária, Leishmaniose 
Visceral, Leishmaniose Tegumentar e Doença de Chagas e dos principais vetores encontrados.
102
Glossário
Antópica: termo que se refere a tudo aquilo que resulta da 
atuação humana.
Artralgia: dor nas articulações.
Estridulação: ruído agudo que produzem certos insetos, em 
geral friccionando uma parte do corpo com outra.
Exantema Maculopapular: Tipo de erupção cutânea caracte-
rizado por uma área vermelha e plana na pele com pápulas 
pequenas e confluentes.
Feromônio: substâncias químicas que, disseminadas entre 
seres de uma mesma espécie, promovem reações específicas 
em seus indivíduos. Os feromônios secretados ou excretados 
são capazes de suscitar respostas de tipo fisiológico e/ou 
comportamental em outros membros que estejam num 
determinado raio do espaço ocupado pelo emissor. Existem 
vários tipos de feromônio, como os sexuais, de agregação, de 
alarme, entre outros.
Hiperemia: conjuntival: olhos avermelhados.
Leucopenia: taxa sanguínea de leucócitos abaixo do limite 
inferior de normalidade.
Mialgias: dor muscular.
Macrófitas: plantas aquáticas que vivem em brejos e até em 
ambientes verdadeiramente aquáticos (incluindo os corpos 
de água doce, salobra e salgada). Incluem vegetais desde 
macroalgas até angiospermas.
Retro-orbital: atrás dos olhos.
Petéquias: pequenos pontos vermelhos na pele resultante de 
pequenas hemorragias de vasos sanguíneos.
Pruriginoso: que causa prurido, coceira.
Serrapilheira: serrapilheira ou liteira é a camada formada pela 
deposição e acúmulo de matéria orgânica morta em diferentes 
estágios de decomposição que reveste superficialmente o solo.
Sinantrópicas: Espécies que vivem junto com humanos em 
ambientes artificiais ou modificados pelo homem.
103
Mapa mental
Chegamos ao fim da Unidade! 
Abaixo apresentamos um mapa conceitual que 
revisita os conhecimentos que você trabalhou 
nesta Unidade.
104
Referências
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Sobre o autor
Rodrigo Gurgel Gonçalves
Doutor em Ciências da Saúde na área de Protozoologia e Entomologia Médica, atuando principalmente nos se-
guintes temas: biologia de tripanossomatídeos; identificação e ecologia de vetores de doenças tropicais (espe-
cialmente triatomíneos e flebotomíneos); desenvolvimento de aplicativos para identificação de artrópodes de 
interesse em saúde pública; vigilância e controle dos vetores da Doença de Chagas, Leishmanioses e Dengue.
108
	ORGANIZAÇÃO
	OBJETIVOS
	Dípteros
	Dípteros Culicídeos (Mosquito)
	Flebotomíneos
	Triatomíneos
	Atividade 1
	Atividade 2
	Culicídeos (Mosquistos)
	Culicídeos (Mosquistos)
	Flebotomíneos
	Triatomíneos
	O ciclo de vida dos triatomíneos 
	Atividade 3
	Atividade 3
	Atividade 4
	Atividade 4
	Glossário
	Mapa mental
	Referências
	Sobre o autor

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