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Rede de Atenção às Urgências e Atenção Básica à Saúde A Estratégia Saúde da Família participa da rede de atendimento pré-hospitalar por meio do acolhimento, da abordagem e do referenciamento do indivíduo quando o atendimento não puder ser resolutivo (IKUTA, 2012). Diversas situações podem levar à necessidade de um atendimento pré-hospitalar, sejam elas clínicas (dispneia, febre, vômitos, sangramentos), cirúrgicas e/ou traumáticas (quedas, fraturas, acidentes vasculares, obstrução intestinal). E, essa necessidade de atendimento pode estar presente em qualquer lugar, seja na residência do usuário, na rua ou até mesmo na rede de atenção à saúde, independentemente do nível de atenção (IKUTA, 2012). Os avanços na sistematização do atendimento ao adulto em situações de urgência e emergência têm sido consideráveis, porém nossa realidade ainda está distante da ideal. Aproximadamente 20 a 30% dos óbitos ainda ocorrem por falta de integração entre o atendimento pré-hospitalar e o hospitalar (ENGEL, 2015). No Brasil, a Rede de Atenção às Urgências (RAU) foi instituída buscando superar essa fragmentação da atenção às urgências e com a finalidade de articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna (BRASIL, 2011a). A atenção às urgências no âmbito do SUS é constituída pelos seguintes componentes (BRASIL, 2011a) Promoção, prevenção e vigilância à saúde: Estimular o desenvolvimento de ações em saúde e educação permanente voltadas para a vigilância e prevenção das violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das doenças crônicas não transmissíveis. Atenção básica à saúde: tem por objetivo a ampliação do acesso, o fortalecimento do vínculo e a responsabilização e o primeiro cuidado às urgências e emergências, em ambiente adequado, até a transferência/encaminhamento a outros pontos de atenção, quando necessário, com a implantação de acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades. Sala de estabilização: Deverá ser ambiente para estabilização de pacientes críticos e/ou graves, com condições de garantir a assistência 24h, vinculado a um equipamento de saúde, articulado e conectado aos outros níveis de atenção, para posterior encaminhamento à rede de atenção à saúde pela central de regulação das urgências. Força Nacional de Saúde do SUS: Objetiva aglutinar esforços para garantir a integralidade na assistência em situações de risco ou emergenciais para populações com vulnerabilidades específicas e/ou regiões de difícil acesso, pautando-se pela equidade na atenção, considerando-se seus riscos. Serviço de atendimento móvel de urgência e centrais de regulação médica de urgências: Tem como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário garantir atendimento e/ou transporte adequado para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS. Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24H): Estabelecimento de saúde de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar. As Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24H) são os serviços de urgência 24 horas não hospitalares para os pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica, cirúrgica ou de trauma, estabilizando-os e realizando a investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos casos, a necessidade ou não de encaminhamento a serviços hospitalares de maior complexidade. Rede Hospitalar: É constituída pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, pelos leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem e laboratório e pelas linhas de cuidados prioritárias. Atenção Domiciliar: Compreendida como o conjunto de ações integradas e articuladas de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação que ocorrem no domicílio, constituindo-se nova modalidade de atenção à saúde que acontece no território, reorganizando o processo de trabalho das equipes, que realizam o cuidado domiciliar na atenção primária, ambulatorial e hospitalar. Conseguiu perceber que a Atenção Básica à Saúde e os componentes Promoção, Prevenção, Vigilância à Saúde e a Atenção Domiciliar são importantes para a RAU? Pois é! A Atenção Básica tem a responsabilidade de acolher e atender adequadamente a demanda que lhe acorre e se responsabilizar pelo encaminhamento desta clientela quando a unidade não tiver os recursos necessários para o atendimento (BRASIL, 2002, 2011a). É importante salientar que cada município possui organização própria da Rede de Atenção à Saúde, sendo assim, é fundamental que, como profissional de saúde, você identifique como está organizada a Rede em que atua e, a partir desse mapeamento, você, juntamente com os demais profissionais de saúde, possam organizar suas ações conforme o tipo de serviço no qual estão inseridos. Enfatizamos, ainda, que é possível que nem todos os municípios encontrem uma rede tão bem estruturada, porém essas informações são necessárias para apoiá-lo(a) na realização de ações no território de abrangência da unidade de saúde, de modo a intervir nas principais demandas. Sendo assim, recomendamos que você identifique as ofertas existentes e que possam oportunizar levantamentos sistemáticos das demandas que a equipe encontra na unidade de saúde em que você está inserido(a), de forma a apoiar a gestão a tomar decisões para a reorganização da rede com base na realidade, caso seja necessário. Como você pôde verificar nos áudios acima, não é incomum que situações que envolvam traumas, urgências clínicas, psiquiátricas, obstétricas, pediátricas aconteçam na Atenção Básica, onde, com uma certa frequência, a porta de entrada foi a unidade de saúde. Em muitos casos, a Atenção Básica pode ser resolutiva, porém é importante enfatizar que algumas situações que envolvem urgências e emergências fogem totalmente da competência dessa modalidade de atendimento, cabendo à equipe de saúde prestar os primeiros socorros e encaminhar a unidades especializadas. Fluxo de atendimento em situação de urgência na Atenção Básica 1A: Em casos simples, a unidade de saúde pode ser resolutiva aplicando conceitos e práticas de suporte básico de vida. 1B: Em casos que é necessário solicitar a remoção do paciente, o chamado deve ser realizado pelo número 192 (Central de regulação do SAMU) 2: Desde o início do chamado telefônico, a demanda é avaliada por um médico, denominado Médico Regulador de Atenção às Urgências, o qual é incumbido de definir a gravidade da situação e determinar o recurso móvel mais adequado. O veículo com maior capacidade de resolução para a situação tem a função de iniciar os primeiros socorros em casos de UTI móveis, inicia-se também o processo diagnóstico e terapêutico. 3: O transporte do paciente para o local de tratamento definitivo se realiza após a discussão com a Central Reguladora de Urgência, que, diante das informações de campo, define o ponto de atenção à saúde mais adequado (sala estabilização, UPA, hospital) 4: O cuidado pode seguir com o acompanhamento domiciliar integral, que pode ser prestado pela equipe de saúde da família ou pela equipe de atenção domiciliar, dependendo da situação. Na RAU, a Central de Regulação de Urgência é o centro de comunicação. Ela mantém uma porta de comunicação aberta ao público, através do número 192, tanto para o atendimento primário (quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão) como para o atendimento secundário (quando a solicitação parte de um serviço de saúde no qual o paciente já tenha recebido oprimeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas que necessita ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento) (BRASIL, 2002, 2003, 2010). No Brasil, possuímos muitos cenários diferentes, baseados na realidade de cada território. Torna-se importante esclarecer que, além da Central de Regulação às Urgências, não é incomum encontrarmos Centrais de Regulação Locorregionais com essa mesma finalidade. Outro ponto importante a se esclarecer é que em muitos municípios, além do SAMU, o Corpo de Bombeiros também realiza assistência e transferência de casos complexos. Portanto, faça um levantamento junto ao(s) Serviço(s) Hospitalar(es), de Urgência e Emergência ou com a gestão local a fim de identificar qual são os serviços móveis de atendimento às urgências e de regulação existentes no seu município. Processo de formação e educação permanente na área de urgência no SUS No Brasil, a atenção e a formação em urgência são de domínio multidisciplinar, embora o SUS tenha adotado estratégias de atenção às urgências do modelo franco-germânico (socorro médico realizado por equipe de saúde), representado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e pela Regulação Médica de Urgências, e do modelo anglo-germânico (realizado por equipe multidisciplinar de saúde: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e condutor), representado pelo APH móvel realizado por militares. Já na área hospitalar, há dois modelos de atenção: um generalista e outro de especialista (ALMEIDA, 2012; DYKSTRA, 1997; SANTOS, 2003; SCARPELINI, 2007). As universidades e alguns serviços têm incorporado estratégias didáticas e assistenciais do modelo anglo-americano, por meio da oferta de cursos específicos de Urgência e Emergência que podem e devem ser feitos por profissionais da Atenção Básica, como o Advanced Life Trauma Support (ATLS), o Advanced Cardiac Life Support (ACLS), o Basic Life Support (BLS), entre outros (SANTOS, 2003). Todavia, essas estratégias, sem espaços aglutinadores, não garantem a educação permanente e o aperfeiçoamento dos serviços (SANTOS, 2003). Esses cursos de carga horária curta têm o ensino com base na avaliação geral e rápida do paciente, incluindo verificação de sinais vitais e, como não poderia deixar de ser, aplicação de medidas terapêuticas para suporte básico de vida. Porém, não problematizam a realidade dos serviços de saúde brasileiros. Um dos avanços no processo de formação e educação permanente nessa área foi a aprovação do Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Atenção às Urgências, que orienta a criação e organização de Núcleo de Educação em Urgência como um espaço (estrutura) capaz de problematizar a realidade dos serviços e estabelecer nexo entre o trabalho e a educação no âmbito SUS, de forma a resgatar o processo de capacitação e educação continuadas para o desenvolvimento dos serviços, a geração de impacto em saúde e o estabelecimento de um currículo mínimo de capacitação e habilitação para o atendimento às urgências (BRASIL, 2002; 2003). https://www.facs.org/quality%20programs/trauma/atls https://www.facs.org/quality%20programs/trauma/atls http://cpr.heart.org/AHAECC/CPRAndECC/Training/HealthcareProfessional/AdvancedCardiovascularLifeSupportACLS/UCM_473186_Advanced-Cardiovascular-Life-Support-ACLS.jsp https://www.heart.org/HEARTORG/CPRAndECC/HealthcareTraining/BasicLifeSupportBLS/Basic-Life-Support-BLS_UCM_001281_SubHomePage.jsp https://www.heart.org/HEARTORG/CPRAndECC/HealthcareTraining/BasicLifeSupportBLS/Basic-Life-Support-BLS_UCM_001281_SubHomePage.jsp https://www.heart.org/HEARTORG/CPRAndECC/HealthcareTraining/BasicLifeSupportBLS/Basic-Life-Support-BLS_UCM_001281_SubHomePage.jsp http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/portaria_2048_B.pdf Sistematização do atendimento às emergências e urgências no adulto Independentemente do nível de atenção, os profissionais de saúde devem estar preparados para reconhecer os sinais de gravidade em um paciente. O conhecimento sobre suporte básico de vida auxilia o profissional a intervir precocemente de forma segura, na perspectiva de proporcionar menores prejuízos e favorecer a possibilidade de um bom prognóstico para o paciente. O curso do ATLS apresenta uma abordagem concisa, porém complexa para a Atenção Básica na avaliação e tratamento de vítimas. Além das situações que envolvem o trauma, pode ser aplicado a uma variedade de urgências. Então, seguimos as recomendações para sistematização da assistência do ATLS, porém extraímos apenas o conhecimento que deve ser aplicado junto à equipe multiprofissional na Atenção Básica. Fique bem atento(a) aos conteúdos apresentados a seguir! O ATLS estabelece um protocolo de atendimento universal com base numa avaliação rápida e aplicação de medidas terapêuticas de suporte básico de vida (ENGEL, 2015). Esse processo é denominado de avaliação inicial e inclui as seguintes etapas (ATLS, 2012): Preparação Triagem Avaliação Primária (ABCDE) Reanimação (se necessário) Considerar a necessidade de Medidas auxiliares à avaliação primária transferência do doente reanimação Avaliação secundária à história Medidas auxiliares à avaliação secundária Tratamento definitivo Reavaliação e monitorização contínuas após a reanimação Registro e considerações legais O exemplo apresentado é uma versão adaptada do ATLS, que possibilita o seu uso pela equipe de saúde que atua na Atenção Básica. Lembre-se que situações como as relatadas nesse curso podem acontecer no território em que você atua e é preciso estar preparado(a) para intervir. As etapas que envolvem o fluxo apresentado serão descritas ao longo desse curso. Preparação: conhecimento operacional da rede e planejamento Para o ATLS, a fase de preparação envolve desde o entrosamento do pré-hospitalar e hospitalar até a preparação do ambiente hospitalar para receber a vítima (ATLS, 2012). Essa fase pode ser adaptada e redenominada de preparação e planejamento do subsistema de atenção às urgências, bem como das unidades que irão acolher as urgências e emergências. Conhecer todo o planejamento das RAU é importante para a equipe multiprofissional nas unidades básicas, então fique atento(a) aos parágrafos abaixo para ampliarmos nosso conhecimento quanto a esse assunto tão importante. O planejamento do subsistema de atenção às urgências deve ser realizado com o desenho regional da rede (análise e diagnóstico situacional de saúde) após a identificação das necessidades sociais em saúde e das urgências. O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito: a partir da observação e da avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos humanos; da utilização de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e; da observação das doenças emergentes. Deve-se também compor um quadro detalhado dos recursos existentes, levando-se em consideração sua quantidade, localização, acesso, complexidade, capacidade operacional e técnica (BRASIL, 2002, 2011a). Após o diagnóstico situacional,elabora-se um Plano Regional de Atenção às Urgências com detalhamento técnico de cada componente da rede contemplando (BRASIL, 2011a): o desenho da RAU em região de saúde; metas a serem cumpridas; cronograma de implantação; mecanismos de regulação; monitoramento e avaliação; o estabelecimento de responsabilidades e; o aporte de recursos pela União, Estado, Distrito Federal e Municípios envolvidos. A organização e distribuição equitativa dos pontos de atenção da RAU pactuados e contratualizados entre os entes federados (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios), descritos no Plano Regional ou Municipal de Atenção às Urgências é imprescindível para que os pacientes sejam acolhidos, avaliados, estabilizados e transferidos quando necessitarem de transferências para unidades de menor/maior complexidade dentro da rede (BRASIL, 2002, 2010, 2011a). A Regulação Médica de Urgência 192 é o centro de comunicação da rede. Ela organiza a relação entre os serviços, qualificando o fluxo (referência e contra-referência) dos pacientes no sistema por meio do trabalho integrado das centrais de regulação médica de urgência com outras centrais de regulação, principalmente, em relação à central de leitos (BRASIL, 2011b). Operacionalização da Central de Regulação Médica de Urgência (192) em casos de acidente 1: O acidente ocorre 2: Uma chamada telefônica deve ser feita para o SAMU 192. 3: Um Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM) recebe o chamado e repassa para o médico regulador. 4: A equipe recebe o chamado da Central de Regulação e o sai para realizar o atendimento 5: O socorro é prestado pela equipe de saúde 6: A vítima é removida para o hospital indicado pela Central de Regulação 7: Chegada ao hospital É prioridade que o paciente seja transferido para o ponto mais próximo da rede para sua establização e transporte seguro (BRASIL, 2010, 2011a). Dessa forma, o trabalho integrado e eficaz dos componentes da RAU poderá reduzir a mortalidade e morbidade no primeiro, segundo e terceiro pico de mortes. 1º Pico de mortalidade Ocorre dentro de segundos a minutos do evento (50% dos óbitos) 2° Pico de mortalidade Ocorre dentro de minutos a horas do acidente (30% dos óbitos) 3° Pico de mortalidade Ocorre várias horas a semanas do acidente, com a sepse e a disfunção sistêmica em múltiplos órgãos constituindo as principais causas. O planejamento em nível local de cada uma das unidades da RAU inicia-se com a organização de medicamentos, materiais e equipamentos destinados à estabilização dos sinais vitais e ao acolhimento das demandas das pequenas urgências. Saiba mais Para saber mais sobre a RAU, acesse o Manual Instrutivo de Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2013a). Clique aqui. A Portaria GM/MS nº 2048, de 05 de novembro de 2002, recomenda que todas as unidades de saúde tenham um espaço devidamente abastecido com medicamentos e materiais essenciais ao primeiro atendimento/estabilização de urgências que ocorram nas proximidades http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html da unidade ou em sua área de abrangência, até a viabilização da transferência para unidade de maior porte, quando necessário (BRASIL, 2002). Portanto, torna-se necessária a padronização desse espaço com o objetivo de "uniformizar o conteúdo, a quantidade de materiais e medicamentos, disponibilizando os itens necessários para o atendimento da emergência de forma a agilizar o atendimento" (HAZINSKI; SAMSON; SCHEXNAYDER, 2010). Os conteúdos devem ser divididos de acordo com quatro finalidades: 1. avaliação diagnóstica; 2. controle das vias aéreas; 3. acesso vascular e controle circulatório; 4. medicamentos. E classificados nos seguintes níveis de prioridade (HAZINSKI; SAMSON; SCHEXNAYDER, 2010): Nível 1: Itens essenciais, que devem estar disponíveis imediatamente Nível 2: Itens altamente recomendados, que devem estar disponíveis em, no máximo, 15 minutos. Nível 3: Itens recomendados, porém opcionais. Atenção Caso os fármacos e equipamentos classificados como nível 2 não possam estar disponíveis na unidade para acesso em 15 minutos, devem permanecer nos carros de emergência Dica Para organização dos materiais, se não for possível dispor de um carro de emergência, é possível colocá-los em compartimento de plásticos, malas ou bolsa. Carro de emergência Mala de emergência A Portaria GM/MS nº 2048, de 05 de novembro de 2002 determina que todas as unidades de saúde devem possuir área física especificamente destinada ao atendimento de urgências. Estabelece, ainda, a relação de materiais e medicamentos que devem estar disponíveis nas UBS (BRASIL, 2002). Com base nas recomendações da Portaria GM/MS nº 2048 de 05 de novembro de 2002, I Diretriz de Reanimação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do The Code Cart Statement da American Heart Association, elaborou-se uma proposta com um rol de materiais e equipamentos que devem fazer parte do carro e/ou mala de emergência na Atenção Básica em Saúde (BRASIL, 2002; GONZALEZ et al., 2013a; HAZINSKI; SAMSON; SCHEXNAYDER, 2010): Padronização do carro de emergência e/ou mala de emergência Finalidade Paciente adulto Nível de Prioridade Desfibrilador Externo Automático (DEA) 1 Material de Proteção Individual (luvas, máscaras e óculos) 1 Avaliação Diagnóstica Oxímetro de pulso 1 Colorimétricos de CO2 expirado final 1 Glicosímetro capilar 1 Cânulas de Guedel (adulto e infantil) 1 Bolsa valva máscara com reservatório de O2 adulto e pediátrico 1 Tubo endotraqueal (nº 6,0 a 8,0) 1 Sondas de aspiração flexível 10 ou 12 (adulto) 1 Aspirador portátil ou fixo 1 Oxigênio 1 Controle de vias aéreas Laringoscópio com laminas curva nº 3 e 4 1 Cânula tipo óculos 1 Umidificador 1 Extensão para Nebulizador 1 Extensão de PVC para Oxigênio 1 Fixador de Cânula Orotraqueal 1 Sonda Nasogástrica nº 16 e 18 1 Tubo esofágico traqueal (combitube)ouMáscara laríngea 1 Cateter intravenoso periférico nº 14,16,18,20,22 1 Torneirinhas 1 Agulha de cateter intravenoso central (para tamponamento e/ou pneumotórax hipertensivo) 1 Soro fisiológico 1000 ml; Ringer Lactato 1000 ml, Soro Glicosado a 5%. 1 Acesso vascular e controle circulatório Equipo macrogotas 1 Seringas de 3ml, 5ml, 10mll, 20ml. 1 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf Finalidade Paciente adulto Nível de Prioridade Agulha 36X12 ou 36X10 1 Gases 1 Esparadrapo 1 Água destilada 10ml 1 Aspirina 1 Atropina 1 Adrenalina 1 Amiodarona 1 Lidocaína 1 Adenosina 1 Betabloqueador 1 Nitroglicerina 1 Glicose a 50% 1 Furosemida 1 Medicamentos Aminofilina 2 Hidrocortisona 1 Brometo de Ipratrópio 2 Isoprofenerol 3 Diazepam 2 Midazolan/ Fentanil (sedação) 2 Dobutamina 2 Dopamina 2 Diltiazem 3 Deslanosídeo (verapamil) 3 Isossorbida 1 Fonte: (BRASIL, 2002; GONZALEZ et al., 2013a; HAZINSKI; SAMSON; SCHEXNAYDER, 2010, adaptado). Atenção Apesar de existirem legislações que orientam sobre quais medicamentos e equipamentos devem estar disponíveis para o atendimento às urgências, não é garantido que todos os municípios consigam viabilizar essa listagem de insumos nas unidades de saúde, em especial quando há possibilidade de o(a) gestor(a) aderir ou não à proposta. Portanto, é essencial que você conheça essas legislações e, se necessário, dialogue com o(a) gestor(a) para que, juntos, avaliem a possibilidade de disponibilizar esses insumos na unidadede saúde, baseado(a) em seu nível de complexidade e demanda. E, em caso negativo, que haja uma ação de orientação e esclarecimento à população sobre as ofertas disponíveis naquele serviço. Saiba mais Para saber mais sobre medicamentos, materiais e equipamentos na Atenção Básica, em situações de urgências (BRASIL, 2002), clique aqui. Acesse também a I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência para saber um pouco mais sobre carros de emergência, clique aqui (GONZALEZ et al., 2013b). http://saude.mg.gov.br/images/documentos/portaria_2048_B.pdf http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf Acolhimento com classificação de risco No âmbito do SUS, o acolhimento de situações de urgência e emergência é baseado no critério de gravidade. Quando o número de doentes e a gravidade das lesões não excederem a capacidade de atendimento da instituição, a prioridade é atender os doentes com maior chance de sobrevida (ATLS, 2012; ENGEL, 2015). O acolhimento com classificação de risco, realizado nos pontos de atenção da RAU, é uma das estratégias do Programa Nacional de Humanização do SUS que tem como objetivo não demorar em prestar atendimento àqueles que necessitam de uma conduta imediata (BRASIL, 2004). Diversas estratégias podem ser adotadas para melhorar o acesso do usuário à unidade de saúde. A Classificação de Manchester é geralmente a mais usada. Fundamenta-se em prioridades clínicas, para garantir um atendimento adequado e equânime (BRASIL, 2013c). Foi inicialmente direcionada para serviços de pronto-socorro, mas é possível adotá-la nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família de forma singularizada. Por exemplo: se um usuário procura a USF de forma espontânea por achar que precisa de um “exame de rotina” ou para “trocar uma receita vencida”, pode ser encaminhado para o agendamento programado, principalmente se a demanda espontânea estiver sobrecarregada. Entretanto, se o usuário procura a unidade de saúde para agendar consulta para sua esposa, mas, na fila de espera, começa a sentir mal-estar e tontura, deve ser atendido no dia, e orientado em relação à importância do acompanhamento, de acordo com o diagnóstico/situação clínica. Verifique a seguir um exemplo de como utilizar um modelo de Classificação da Demanda Espontânea na Atenção Básica: Modelo de classificação da demanda espontânea na Atenção Básica Classificação Situações possíveis Exemplo Atendimento imediato Alto risco de vida, necessita da intervenção da equipe no mesmo momento. Parada cardiorrespiratória Atendimento prioritário Risco de vida moderado, ofertar inicialmente medidas de conforto. Se necessário, manter o usuário em observação. Crise asmática leve e moderada Atendimento no dia Risco baixo, situação que precisa ser manejada no mesmo dia pela equipe. Requer atendimento/orientações específicas. Disúria Agendamento Situação não aguda. As condutas podem ser: inclusão em ações programáticas, agendamento de consulta conforme necessidade e em tempo oportuno. Solicitação de exames de rotina Fonte: (BRASIL, 2013c, adaptado). Leitura complementar: Acolhimento à demanda espontânea volume I e Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica - Volume II (Caderno 28) Avaliação primária Esse conteúdo, pela sua importância e complexidade, é mais extenso que os conteúdos apresentados na outras unidades do curso, logo você precisará de um tempo maior para o estudo. O exame primário tem como objetivo a identificação e o tratamento prioritários das situações que implicam risco. Devemos conduzir essa etapa com base numa sistematização do atendimento, universalmente conhecido pelo mnemônico: Mnemônica do ABCDE segundo ATLS A: Airway (Desobstrução de vias aéreas) B: Breathing (Respiração e Ventilação) C: Circulation (Circulação) D: Disability (Disfunção neurológica, estado neurológico) E: Exposition (Exposição e Controle do ambiente – Despir a vítima atentando para as medidas de prevenção de hipotermia) Na realização da avaliação primária na Atenção Básica, pode se utilizar o Suporte Básico de Vida (reconhecimento e correção imediata da falência dos sistemas respiratórios e/ou cardiovascular por meio de manobras não invasivas) e o Suporte Avançado de Vida (realização de procedimentos invasivos ventilatórios e circulatórios, como, por exemplo, a intubação orotraqueal, dispositivos supraglóticos, acesso venoso, administração de medicamentos), dependendo do seu nível de complexidade (ROCHA, 2011). É importante esclarecer, também, que os procedimentos de Suporte Básico de Vida podem ser realizados por todos os profissionais da Atenção Básica, porém procedimentos de Suporte Avançado de Vida devem ser realizados por profissionais qualificados e respeitando as atribuições conforme sua categoria profissional. Atenção Por orientação do ATLS, são recomendados apenas 10 segundos para avaliar os pacientes e estabelecer as prioridades do tratamento de acordo com suas lesões, sinais vitais e mecanismo da lesão, seguindo o mnemônico do A, B, C, D, E, ou seja, o mais rápido possível (ATLS, 2012) Agora, vamos aprofundar o conhecimento em cada uma das etapas: A: Airway (Desobstrução de vias aéreas) A capacidade de avaliação da via aérea é necessária para uma abordagem eficaz. Um doente que está alerta e conversa conosco apresenta via aérea aberta e desobstruída. Mas, quando o nível de consciência do doente é reduzido, pode haver interrupção dos “controles” que normalmente mantêm a língua em posição anatomicamente neutra (não obstruída). Se estes "controles" forem comprometidos, a língua cai para trás e oclui a hipofaringe (figura a seguir) (NAEMT, 2011) No exame da via aérea, na avaliação primária deve-se (NAEMT, 2011): Observar o posicionamento do doente. A posição supina do doente com rebaixamento de consciência pode levar à obstrução da via aérea pela queda da língua sobre essas estruturas (obstrução mecânica); Avaliar a emanação de ruídos da via aérea. Quando esses sons estão presentes e são ouvidos ao se aproximar do doente, nunca é um bom sinal. Eles tendem a ser causados pela obstrução parcial da via aérea, seja pela língua, pelo sangue ou por corpos estranhos em sua posição superior; Observar a expansão da caixa torácica. A elevação limitada do tórax pode ser sinal de obstrução da via aérea. O uso de músculos acessórios e o aparente maior esforço respiratório devem levar a um alto índice de suspeita de comprometimento da via aérea. Portanto, ao chegar próximo do paciente: 1. Avalie a responsividade do paciente. Pergunte à vítima: o que aconteceu? Qual o sei nome? 2. Observe se ele está sem respiração ou tem respiração anormal 3. Observe se ele tem pulso e as características do mesmo(frequência, amplitude, ritmo) Caso o paciente não responda, mas apresente respiração e pulso, solicite que alguém acione a Central de Regulação Médica de Urgência através do número gratuito 192, inicie a avaliação do paciente e o tratamento utilizando a mnemônica do ABCDE (CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013; NAEMT, 2011). Caso o paciente apresente-se irresponsivo, sem respiração e sem pulso, solicite que alguém acione a Central de Regulação Médica de Urgência através do número gratuito 192, inicie as manobras de reanimação cardiopulmonar utilizando a mnemônica do CAB, a qual será discutida no curso Urgências e Emergências Cardiológicas na Atenção Básica, deste mesmo Programa de Qualificação. Neste momento, concentrar-nos-emos na mnemônica do ABCDE (CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013; NAEMT, 2011). Atenção Aprofunde este conhecimento no curso específico de urgências e emergências cardiovasculares, no qual discutiremos parada cardiorrespiratória e reanimação cardiopulmonar utilizando a mnemônica do CAB. Discutiremos também o usodo desfibrilador automático para os locais que têm acesso a este equipamento. OBSERVAÇÃO: Paciente tem pulso? Mnemônica ABCDE Paciente não tem pulso? Mnemônica CAB Em pacientes sem trauma, inconscientes ou com rebaixamento do nível de consciência, devem ser abertas as vias aéreas com a inclinação da cabeça, com deslocamento anterior da mandíbula (elevação do queixo e, quando necessário, tração da mandíbula) (BRASIL, 2009; CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013). Em vítimas de trauma com suspeita de lesão cervical, deve ser realizada a abertura das vias aéreas com imobilização manual da coluna cervical por meio da manobra de elevação do mento, chamada de Chin-Lift, para reposicionamento da língua e manobra de tração da mandíbula, sem inclinação da cabeça, chamada de Jaw Thrust, para abertura da cavidade oral (ATLS, 2012; CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013; FREITAS, 2002). Lembrar da proteção das vias aéreas. A coluna deve receber atenção especial nessa fase, uma vez que as manobras a serem adotadas não podem converter uma fratura inicialmente estável em uma lesão com comprometimento neurológico. A proteção da coluna cervical e da medula constitui o cerne dessa etapa do tratamento (ATLS, 2012). Após as manobras para abertura das vias aéreas, sem trauma ou com trauma, devemos nos lembrar de: realizar varredura da cavidade oral; retirar prótese dentária (se presente); aspirar secreção orofaríngea ou sangue presentes. Nesse momento, podem ser encontrados corpos estranhos, como: . Goma de mascar . Dentes e osso . Tabaco . Estilhaço de vidro . Próteses dentárias A obstrução de vias aéreas por corpos estranhos pode ser percebida quando a vítima apresentar (NAEMT, 2011): má troca de ar; fraqueza; tosse ineficaz; batimento da asa do nariz durante a respiração; aumento da dificuldade respiratória; cianose. Nesses casos, em pacientes responsivos, aplique a Manobra de Heimlich (AHA, 2002; BRASIL, 2014; CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013; NAEMT, 2011; TIMERMAN; GONZALEZ; RAMIRES, 2007): Desobstrução de vias aéreas em vítimas responsivas por meio da manobra de Heimlich 1. Explique à pessoa o procedimento que será realizado. Posicione-se por trás da pessoa e incline o corpo dela levemente para frente. 2. Feche um dos punhos 3. Abrace a pessoa e segure o punho fechado. Posicione as mãos na altura entre o umbigo e o osso externo do tórax. 4. Faça um movimento forte e rápido para dentro e para cima. Repita quantas vezes forem necessárias. A presença de corpos estranhos, em vítimas irresponsivas, pode causar uma obstrução grave na vítima. Nessas situações, devemos (BRASIL, 2004; NAEMT, 2011): posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso, executar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível e alcançável (com dedos ou pinça); se nada encontrado, realizar uma insuflação e se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; considerar o transporte imediato mantendo as manobras básicas de desobstrução. Nos traumas, os principais métodos para manter via aérea funcionando, se pérvia, são (ATLS, 2012; ENGEL, 2015): uso do AMBU (Amsterdan Medical Breath Unit) - Respirador manual com bolsa auto-inflável; uso dos dispositivos supraglóticos (Combitube®, máscara laríngea, Cobra®); intubação endotraqueal (orotraqueal ou nasotraqueal); cricotireodostomia cirúrgica (por punção ou por acesso cirúrgico); traqueostomia. B: Breathing (Respiração e Ventilação) Deve-se avaliar a ventilação quanto (GONZALEZ et al., 2013a): ao padrão ventilatório; à simetria torácica; à frequência respiratória. Uma vez obtida a via aérea pérvia, o próximo passo consiste em garantir uma ventilação adequada. Todas as vítimas devem receber oxigênio suplementar, seja através de: cateter nasal; máscara facial simples; máscara facial com reservatório; bolsa válvula máscara, válvula de demanda ou respirador (NAEMT, 2011). Administração de oxigênio suplementar Dispositivos de administração de oxigenoterapia: Cateter nasal até 44%, Máscara Venturi, Máscara facial simples até 60%, Máscara facial com reservatório até 100% Tanto nas vítimas de trauma com vias aéreas pérvias quanto naquelas que necessitam de via aérea definitiva, deve-se administrar oxigênio de 12L/min (ATLS, 2012; ENGEL, 2015). Vítimas de trauma podem apresentar três situações que comprometem criticamente a ventilação/oxigenação (ENGEL, 2015): pneumotórax hipertensivo; pneumotórax aberto; tórax instável. O pneumotórax hipertensivo ocorre quando o ar penetra na cavidade pleural de forma contínua, e um mecanismo valvular o impede de sair, ou seja, o ar tem fluxo unidirecional. O resultado é o acúmulo de grande quantidade de ar sob pressão na cavidade pleural. Esse fenômeno apresenta as seguintes consequências (ENGEL, 2015): colapso do pulmão; insuficiência respiratória; redução do débito cardíaco com hipotensão e/ou choque; aumento da pressão intratorácica, o que contribui em menor escala para a diminuição do retorno venoso. Em vítimas de trauma, deve ser considerado pneumotórax hipertensivo quando há dispneia importante, acompanhada de um ou mais dos seguintes achados (ATLS, 2012; ENGEL, 2015): desvio contralateral da traqueia; ausência ou diminuição de murmúrio vesicular ou hemitórax acometido; turgência jugular (dificuldade no retorno venoso por angulação dos vasos da base); hipotensão ou choque. O diagnóstico do pneumotórax hipertensivo é clínico. O exame físico é imprescindível para a identificação dessas situações e deve ser realizado buscando identificar na (ATLS, 2012; ENGEL, 2015): Atenção O hemotórax e o pneumotórax simples também prejudicam a ventilação, porém em menor grau (ENGEL, 2015). Inspeção: pesquisar lesões penetrantes, escoriações, afundamento, hematomas, objetos impactados; Palpação: pesquisar dor, crepitação, (clavículas, fraturas de costelas, arcos costais) rigidez torácica; Percussão: timpanismo (som normal), hipertimpanismo (pneumotórax), macicez (hemotórax); Ausculta: ausência ou diminuição de murmúrios vesiculares (pneumotórax ou hemotórax). O pneumotórax aberto é conhecido também como ferida aspirativa. Nesse caso, a vítima apresenta uma solução de continuidade (ferida) em sua parede torácica, o que permite que o ar atmosférico ganhe a cavidade pleural provocando pneumotórax. Se essa ferida na parede torácica for aproximadamente 2/3 do diâmetro da traqueia (traumatopneia), haverá uma espécie de competição pelo ar entre a ferida e a via aérea da vítima, e, quando o doente inspirar, o ar seguirá preferencialmente pela abertura torácica ao invés de penetrar na via aérea (um conduto dotado de resistência). Esse fenômeno leva a vítima rapidamente à insuficiência respiratória (ENGEL, 2015). A conduta imediata, possível na atenção básica, é o curativo valvulado na ferida, realizado através de uma bandagem oclusiva em três em lados. Isso impede o fluxo do ar para a cavidade torácica durante a inspiração, ao mesmo tempo em que permite seu escape através do lado solto do curativo durante a expiração (NAEMT, 2011). A bandagem oclusiva pode ser realizada com um papel não poroso, como o papel alumínio ou plástico, por exemplo (ROCHA, 2011). O tórax instável surge quando o paciente apresenta fratura em pelo menos dois ou mais arcos costais consecutivos, sendo que cada arco se encontra fraturado em dois pontos. A separação dos arcos costais do esterno (disfunção costocondal) também é causa de instabilidade torácica (ENGEL, 2015).As múltiplas fraturas levam à perda de continuidade dos arcos costais comprometidos com o restante da caixa torácica, o que determina a respiração paradoxal (durante a inspiração o segmento fraturado colaba e, durante a expiração, há abaulamento desta região) (ENGEL, 2015). O tratamento do tórax instável é voltado para o alívio da dor, suporte ventilatório e monitoramento de uma possível piora do quadro (NAEMT, 2011) Atenção O tratamento imediato do pneumotórax hipertensivo deve ser instituído por meio de uma punção do hemitórax acometido (toracocentese) com agulha calibrosa, no segundo espaço intercostal, na linha hemiclavicular (ATLS, 2012; ENGEL, 2015). Saiba mais O tratamento definitivo do pneumotórax aberto é realizado em ambiente hospitalar, mais precisamente em centro cirúrgico, consistindo em uma toracotomia com drenagem em selo d'água seguida do fechamento cirúrgico da ferida (ENGEL, 2015). C: Circulation (Circulação) Após a garantia de ventilação adequada, procede-se a avaliação hemodinâmica dos pacientes (ENGEL, 2015; GONZALEZ et al., 2013a). Alterações na hemodinâmica refletem a incapacidade do sistema circulatório de fornecer oxigênio aos tecidos, o que pode levar à disfunção multissistêmica e à morte. A falta de oxigênio a nível tecidual é chamada de choque, sendo caracterizada como uma síndrome com causas distintas. Seu reconhecimento precoce, para que haja correções das disfunções, é fundamental, assim como é fundamental tratar a causa da base (MARTINS et al., 2014). O diagnóstico de choque é baseado em três variáveis (MARTINS et al., 2014): Má perfusão periférica: o na maioria das vezes manifestada por hipotensão e taquicardia; o o valor da pressão arterial sistólica estar na variação “normal”, especialmente em pacientes com história de hipertensão. Achados clínicos de hipoperfusão periférica, os quais incluem: o extremidades frias; o muitas vezes cianose; o oligúria ( diurese <0,5 ml/kg/hora); o manifestação de baixo débito no sistema nervoso central (sonolência, confusão, desorientação); Hiperlactemia: indicando metabolismo celular de oxigênio alterado. A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a principal causa de morte nas primeiras horas após o trauma. Alguns parâmetros são de fundamental importância na avaliação inicial e determinação da hipovolemia (PAVELQUEIRES et al., 2002): nível de consciência: a má perfusão cerebral é a causa mais comum de inconsciência, entretanto um paciente consciente pode ter sofrido significativa perda sanguínea; coloração da pele: acinzentada na face e esbranquiçada nas extremidades; frequência e amplitude de pulso: o pulso radial ausente é indicativo de pressão sistólica menor que 80mmHg; o ausência de pulso femoral acusa pressão sistólica abaixo de 50mmHg; o pulso radial filiforme e taquicárdico pode ser indicativo de hipovolemia; o pulso irregular pode ser alerta para disfunção cardíaca; perfusão periférica: enchimento capilar maior que 2 segundos, sem relação com traumatismo local ou hipotermia e avaliado em vários locais. Na presença de sangramento ativo, deve-se controlar a hemorragia através de pressão direta. Esse termo implica aplicar pressão por meio de um curativo com uma gaze ou com uma compressa cirúrgica na lesão (ENGEL, 2015; NAEMT, 2011). Lesões que comprometem a vida da vítima devem ser imobilizadas na avaliação primária (CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013). O objetivo da imobilização inicial das fraturas é o realinhamento da extremidade lesada, em uma posição a mais próxima possível da posição anatômica, e a prevenção da movimentação excessiva do foco de fratura. Isso é conseguido pela aplicação de tração para realinhar a extremidade e é mantido pelo dispositivo de imobilização. Em casos de suspeita de fraturas pélvicas, devem-se estabilizar as fraturas envolvendo a pelve da vítima com um lençol (passando pelos trocânteres) e dando um nó apertado (ENGEL, 2015). Atenção A aplicação adequada da tala ajuda a controlar a perda de sangue, reduz a dor e evita o agravamento das lesões de partes moles (ATLS, 2012). Estado de choque Principais etiologias Manifestações clínicas Hipovolêmico Hemorrágicos: Trauma ou não trauma (hemotórax, hematoma retroperitoneal, perdas externas, hemorragia digestiva). Não hemorrágico: Gastrointestinal; Diarreias e vômitos; Pancreatite; Queimadura hipertermia; Pressão de pulso reduzida; PA diastólica preservada; Volume sistólico do ventrículo esquerdo reduzido; Temperatura das extremidades é fria. Distributivo Séptico: Hipodinâmico; Hiperdinâmico; Síndrome de choque tóxico; Anafilático; Intoxicações agudas; Neurogênico: Trauma raquimedular; Compressão de medula espinal; Anestesia espinhal/epidural; Pressão de pulso aumentada; PA diastólica reduzida; Volume sistólico do ventrículo esquerdo aumentado; Temperatura das extremidades é quente. Cardiogênico Com endema pulmonar: Isquemia miocárdica, síndromes coronarianas agudas, ruptura do septo interventricular ou parede ventricular; Taquiarritmias; Paquiarritmias; Lesões valvares; Cardiomiopatias; Disfunção miocárdica na sepse; Intoxicação aguda por verapamil, betabloqueadores; Sem endema pulmonar: Infarto agudo do miocárdio de ventrículo direito; Bradiarritmias; Pressão de pulso reduzida; PA diastólica preservada; Volume sistólico do ventrículo esquerdo reduzido; Temperatura das extremidades é fria. Legenda: PA = pressão arterial. Fonte: (MARTINS et al., 2014). Na presença de instabilidade hemodinâmica, a reposição volêmica deve ser feita preferencialmente através de acessos periféricos. A reposição volêmica é feita preferencialmente com o Ringer Lactato (composto de cloreto de potássio e cloreto de sódio) em temperatura próxima à fisiológica, que fornece expansão transitória do volume intravascular e repõe as perdas de líquidos nos espaços intersticial e intracelular. A infusão de líquidos deve ser suficiente para evitar a hipoperfusão de órgão se, ao mesmo tempo, não agravar o sangramento. Este é o conceito de ressuscitação balanceada ou ressuscitação controlada. A avaliação da reposição volêmica é feita por meio dos seguintes parâmetros (ENGEL, 2015): débito urinário (diurese horária de 0,5 ml indica boa resposta à ressuscitação); nível de consciência; perfusão periférica; gasometria (valores de lactato e déficits de bases). D: Disability (Disfunção neurológica, estado neurológico) Um exame neurológico rápido deve ser realizado. Essa avaliação inclui (ENGEL, 2015): a aferição pela escala de coma de Glasgow (tabela a seguir); observação do tamanho da pupila; observação da movimentação das extremidades corporais. A escala de coma de Glasgow é uma avaliação qualiquantitativa do nível de consciência da vítima (GONZALEZ et al., 2013a). É baseada em 3 variáveis com os seguintes scores (ATLS, 2012; NAEMT, 2011): Obstrutivo Embolia pulmonar; Pneumotórax hipertensivo; Tamponamento cardíaco; Pericardite constrictiva; Cardiomiopatias; Hipertensão pulmonar aguda; Obstrução de veia cava ou tumores intratorácicos; Pressão de pulso reduzida; PA diastólica preservada; Volume sistólico do ventrículo esquerdo reduzido; Temperatura das extremidades é fria. Atenção O soro fisiológico (SF) pode ser utilizado, assim como a solução salina. Grandes infusões de soro fisiológico podem levar à acidose hiperclorêmica; e de soluções de Ringer podem mascarar o lactato sérico (ENGEL, 2015). Escala de coma de Glasgow Espontânea 4 Abertura Ocular Estimulação3 Dor 2 Sem abertura 1 Orientado 5 Resposta Verbal Confuso 4 Inapropriada 3 Incompreensível 2 Sem Resposta 1 Obedece comando 6 Resposta Motora Localiza dor 5 Movimentos inespecíficos (reflexo de retirada) 4 (Flexão à dor) 3 (Extensão à dor) 2 Sem resposta 1 Mínimo: 3 e Máximo: 15 Vítimas que abrem os olhos espontaneamente, obedecem a comandos e encontram-se orientadas recebem escore total de 15 pontos na escala de coma de Glasgow, ao passo que vítimas que apresentam flacidez muscular, não abrem os olhos ou vocalizam sons apresentam escore mínimo de 3 pontos (ATLS, 2012). Atenção O escore na escala de coma de Glasgow menor ou igual a 8 tem recebido definição de coma ou trauma cranioencefálico grave (ATLS, 2012). Cada um dos componentes do escore dessa escala de coma deve ser individualmente registrado, em vez da documentação de apenas um total, de modo que as alterações específicas possam ser observadas com o passar do tempo (NAEMT, 2011). No ATLS, o resultado da pontuação da escala de coma de Glasgow serve para classificação do trauma de crânio, onde variação de: 3 a 8: sugere traumatismo cranioencefálico grave; 9-12: sugere traumatismo cranioencefálico moderado; 13-15: sugere traumatismo cranioencefálico leve. As pupilas devem ser examinadas rapidamente quanto (MARTINS et al., 2014; NAEMT, 2011): ao diâmetro; à simetria e assimetria (diferença maior que 1mm no tamanho das pupilas é considerada anormal); à resposta ao estímulo luminoso (reflexo fotomotor). O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição na oxigenação e/ou na perfusão cerebral ou ser resultado de um trauma direto ao cérebro. A alteração do nível de consciência implica necessidade imediata de reavaliação da ventilação, da oxigenação e da perfusão. Hipoglicemia, álcool, narcóticos ou outras drogas podem alterar o nível de consciência do doente (ATLS, 2012). E: Exposition (Exposição e Controle do ambiente – Despir a vítima atentando para as medidas de prevenção de hipotermia) Como vimos anteriormente, pacientes graves e com alteração hemodinâmica importante, ou seja, em estados de choque (hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo), apresentam extremidades frias, portanto é necessário aquecê-los. Também, deve-se prevenir e/ou corrigir hipertemia (ATLS, 2012; ENGEL, 2015).Em vítimas de trauma, deve-se despir o paciente e examiná-lo rapidamente dos pés à cabeça, em região dorsal, períneo, sobretudo em vítimas de trauma com lesões penetrantes. Nesse momento, podem ser diagnosticadas lesões que ainda não tinham sido reveladas (ATLS, 2012; ENGEL, 2015). O controle do ambiente envolve fatores de riscos internos e externos. Pacientes críticos em atendimento de Atenção A alteração das pupilas é forte indício de lesão estrutural, exceto em: intoxicação por atropina (pupilas dilatadas e sem reflexo fotomotor); intoxicação por opiáceos (pupilas intensamente mióticas com reflexo motor presente); hipotermia (pode transcorrer com pupilas fixas); intoxicação barbitúrica severa (pupilas fixas); encefalopatia anóxica (pupilas midriáticas e fixas). urgência/ou emergências nos pontos de atenção da RAU são susceptíveis a risco de quedas e risco de infecções por falha de técnicas assépticas decorrente da urgência do procedimento. Reanimação A reanimação é feita concomitantemente ao exame primário. A reanimação envolve o acesso às vias aéreas, o compromisso em garantir à vitima ventilação adequada e a infusão de fluidos no combate à hipovolemia e ao choque. O exame primário tem que ser interrompido temporariamente para que o processo de reanimação ocorra (ENGEL, 2015). Medidas auxiliares à avaliação primária As medidas auxiliares utilizadas durante as fases da avaliação primária e da reanimação incluem a monitorização eletrocardiográfica, cateterização urinária e gástrica e outras monitorizações (frequência respiratória, oximetria de pulso, pressão sanguínea, exames radiológicos e estudos diagnósticos) (ENGEL, 2015). A introdução de sondas urinárias e gástricas deve ser considerada como parte da fase de reanimação, caso a unidade de cuidado à saúde ofereça (ATLS, 2012; ENGEL, 2015). A lesão de uretra deve ser suspeitada quando há (ATLS, 2012): sangramento pelo meato urinário; equimose perineal; sangramento no escroto; deslocamento cranial da próstata ou ela não é palpável ao toque retal; fratura pélvica. A sonda gástrica é indicada para reduzir a distensão gástrica e para diminuir os riscos de aspiração. A descompressão do estômago diminui o risco de aspiração, porém não a evita completamente. A presença de sangue no coletor gástrico pode representar sangue orofaríngeo (deglutido), trauma na hora de colocação da sonda ou lesões no trato digestivo alto (ENGEL, 2015).A forma mais adequada de avaliar a eficiência da reanimação é através do comportamento de parâmetros fisiológicos, como: frequência do pulso; pressão arterial; pressão de pulso; frequência respiratória; temperatura corporal; débito urinário. Mais do que pela avaliação qualitativa realizada durante a avaliação primária, dados atualizados devem ser obtidos tão logo se termine a avaliação primária (ATLS, 2012). Durante a avaliação primária e a fase de reanimação, a equipe que está atendendo a vítima deve ter informações suficientes para estabelecer a necessidade de transferência do paciente para outra instituição. A transferência de pacientes no âmbito do SUS, entre unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que funcionem como bases de estabilização para pacientes graves tem como principais finalidades (BRASIL, 2002): Transferência de pacientes de serviços de saúde de menor complexidade para serviços de referência de maior complexidade: elucidação diagnóstica, internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sempre que as condições locais de atendimento combinadas à avaliação clínica de cada paciente assim exigirem; Transferência de pacientes de centros de referência de maior complexidade para unidades de menor complexidade: elucidação diagnóstica, internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, seja em seus municípios de residência ou não, para conclusão do tratamento, sempre que a condição clínica do paciente e a estrutura da unidade de menor complexidade assim o permitirem, com o objetivo de agilizar a utilização dos recursos especializados na assistência aos pacientes mais Na abordagem inicial do paciente, utilize amnemônica M.O.V, que significa: M: Monitorização (deve-se monitorar: pressão arterial, pulso, pressão de pulso, saturação de oxigênio, diurese, nível de consciência) O: Oxigenação ( > 90%, administre oxigênio no mínimo 3l/minutos por cateter nasal < 90%, utilize dispositivos de alto fluxo (máscara de venturi) V: Veia (Providenciar acesso com jelco calibre 16 e 18 (para adultos) Atenção Na presença de um aparelho de eletrocardiograma na unidade de cuidado à saúde, é importante fazer a monitorização eletrocardiográfica de todas as vítimas de trauma, enquanto o socorro não chega. A presença de arritmias, incluindo taquicardia inexplicável, fibrilação atrial, extrassístoles ventriculares e alterações no segmento ST, pode indicar trauma cardíaco contuso. A Atividade Elétrica sem Pulso (AESP) pode indicar tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e/ou hipovolemia profunda. Quando há bradicardia, condução aberrante ou extrassístole, deve-se suspeitar imediatamente de hipóxia ou hipoperfusão (ENGEL, 2015) Atenção Na instalação de sondas uretrais, é importante excluir a possibilidade de a vítima ter lesão de uretra antes de sua instalação, pois a cateterização transuretral da bexiga está contraindicada nos casos em que se suspeita de uma secção uretral. Atenção Caso haja fratura craniana ou mesmo suspeita de fratura da placa crivosa, a sonda gástrica deve ser passada por via oral, para evitar que seja introduzida acidentalmente dentro do crânio (ATLS, 2012) Avaliação secundária A avaliação secundária só deve ser feita depois de completar a avaliação primária (ABCDE), quando as medidas indicadas de reanimação tiverem sido adotadas e o paciente demonstrar tendência para normalização de suas funções vitais (ATLS, 2012). A avaliação secundária inclui uma história clínica, somada a exame físico pormenorizado, também conhecido como "exame da cabeça aos pés" (ENGEL, 2015). Em muitas ocasiões, no entanto, não se consegue obter uma história clínica do próprio doente. Nesses casos, deve ser consultada a família para a obtenção de informações que possam esclarecer melhor o estado fisiológico do paciente. A utilização do código "AMPLA" é uma formula mnemônica útil para se alcançar essa finalidade (ATLS, 2012): A: alergias M: medicamentos P: passado mórbido L: líquidos ingeridos A: ambientes e eventos relacionados ao trauma Em vítimas de trauma, identificar o mecanismo do trauma muitas vezes é importante para entender melhor as alterações apresentadas. A informação pode ser colhida com a própria vítima (caso esteja lúcida) ou com familiares. Descreveremos, de forma sucinta, os principais mecanismos do trauma e possíveis padrões de lesões relacionadas (ATLS, 2012) Mecanismos do trauma Impacto frontal: - Fratura de coluna cervical, Tórax instável anterior. Contusão miocárdica, Pneumotórax, Ruptura traumática de aorta, Lesão de baço e/ou fígado, Fratura posterior/luxação de quadril e/ou joelho Impacto lateral: - Entorse contralateral do pescoço, Fratura de coluna cervical, Tórax instável, Pneumotórax, Ruptura traumática de aorta, Ruptura diafragmática, Lesão de baço, fígado e rim (dependendo do lado), Fratura de pelve ou acetábulo Impacto traseiro: - Lesão de coluna cervical, Lesão de partes moles do pescoço Ejeção do veículo: - A ejeção do veiculo não prediz qualquer padrão definido de lesão, no entanto coloca a vítima no grupo de risco de praticamente todo mecanismo de lesão. Impacto de veículo automotor em pedestre: - Trauma cranioencefálico, Ruptura traumática de aorta, Lesões de vísceras abdominais, Fraturas das extremidades inferiores/pelve As lesões das extremidades que não põem em risco a vida do doente são imobilizadas na avaliação secundária e devem ser sempre realizadas antes que o doente seja transportado. As imobilizações devem incluir as articulações acima e abaixo da fratura. Após a imobilização, o estado neurológico e vascular do membro deve ser avaliado (ATLS, 2012). As principais imobilizações específicas são: Fratura de Fêmur: Deve ser imobilizada com tala que produza tração. A força de tração não pode ser excessiva, pois é aplicada no tornozelo e pode produzir comprometimento anatômico e neuromuscular nessa estrutura (PAVELQUEIRES et al., 2002). Os pulsos distais devem ser avaliados antes e após a aplicação da tala. Fratura de joelho: Nesse caso, a imobilização deve ser realizada em tala longa e sob tração mínimae pode ser necessária a instalação de coxim sob o joelho para diminuir a dor e produzir maior conforto (PAVELQUEIRES et al., 2002).A perna deve ser imobilizada em extensão completa, mas permanecer em flexão de 10º, aproximadamente, a fim de diminuir o estiramento das estruturas neurovasculares. Os pulsos distais devem ser avaliados antes e após a aplicação da tala. Fratura de tíbia: Imobilização em tala longa ou tala fixa (CALDAS Jr.; MACHIAVELLI, 2013). Devem ser imobilizados a perna, o joelho e o tornozelo (ATLS, 2012). Fratura de tornozelo: Pode ser imobilizada com o uso de talas fixas desde que acolchoadas para evitar que seja exercida pressão sobre as proeminências ósseas (ATLS, 2012; PAVELQUEIRES et al., 2002). Fratura de antebraço e punho: Imobilização do braço dobrado com uma tala rígida e bandagem triangular. Cotovelo: Imobilização em tala rígida em posição fletida, com coxins para proteger as proeminências ósseas Fratura de braço: Imobilização em tala rígida e bandagem triangular. 1. Imobilização do braço dobrado com uma tala rígida e bandagem triangular 2. Imobilização na posição encontrada (semidobrado) 3. Imobilização com braço esticado Fratura de ombro e omoplata: Enfaixamento em 8, tracionando bilateralmente os ombros Atenção É obrigatório que se avalie o estado neurovascular do membro após a utilização de talas ou o realinhamento de fraturas (ATLS, 2012). Atenção Medidas auxiliares à avaliação secundária Durante a avaliação secundária, podem ser realizados testes diagnósticos especializados para identificar lesões específicas, que não são realizados nas unidades básicas de saúde (radiografias adicionais da coluna, extremidades, tomografia computadorizada, ultrassonografia transesofágica, broncoscopia, esofagoscopia). Esses testes especializados não devem ser realizados até que o estado hemodinâmico do doente tenha sido normalizado e o doente tenha sido examinado cuidadosamente (ATLS, 2012). Reavaliação e monitorização contínua após a reanimação O doente deve ser reavaliado constantemente para se assegurar que novos fatos não passem despercebidos e para se identificar o agravamento da anormalidade já conhecida. Doenças clínicas preexistentes podem tornar-se evidentes e afetar seriamente o prognóstico do doente (ATLS, 2012). Em pacientes em atendimento domiciliar contínuo, a monitorização dos sinais vitais e da diurese horária (0,5 ml/h) é essencial. Os dados fornecidos pela oximetria de pulso (PaO2 e Saturação de O2) também devem ser checados periodicamente em doentes graves (ENGEL, 2015) Tratamento definitivo O que acontece com meu paciente após o transporte para a unidade indicada pelo regulador? Após todos os procedimentos para suporte básico de vida e estabilização do paciente, tratamentos definitivos são necessários, ficando sob responsabilidade nas unidades hospitalares com a realização do devido transporte (ENGEL, 2015). O Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Atenção às Urgências estabelece as responsabilidades/atribuições da central de regulação, equipe de transporte e equipe receptora (BRASIL, 2002). Para ter acesso ao documento, clique aqui. É importante que você conheça as responsabilidades/atribuições do serviço solicitante da transferência (BRASIL, 2002): o socorrista responsável pela vítima deve realizar assolicitações de transferências à Central de Regulação (Urgência 192); não remover o paciente em risco iminente de vida sem prévia e obrigatória avaliação e atendimento respiratório, hemodinâmico e outras medidas urgentes específicas para cada caso, estabilizando-o e preparando-o para o transporte; esgotar seus recursos possíveis antes de acionar a central de regulação ou outros serviços do sistema loco regional; informar ao médico regulador, de maneira clara e objetiva, as condições do paciente; elaborar documento de transferência que deve acompanhar o paciente durante o transporte e compor seu prontuário na unidade receptora, registrando informações relativas ao atendimento prestado na unidade solicitante, como diagnóstico de entrada, exames realizados e as condutas terapêuticas adotadas. Esse documento deverá conter o nome e CRM legíveis, além da assinatura do solicitante http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html Registro e considerações legais É muito importante que você registre tudo o que ocorreu durante o atendimento (ATLS, 2012). No e-SUS, no caso dos municípios que já o implantaram, é possível registrar duas opções para atendimentos de demanda espontânea na unidade de saúde, podendo ser "Consulta no Dia" ou de "Urgência", o que auxilia esse procedimento de registro. Saiba mais Para saber mais sobre registros na Atenção Básica, recomendamos a leitura do material "Prática clínica na Estratégia Saúde da Família - organização e registro". Para ter acesso, clique aqui. O registro das condutas e informações relevantes constitui a finalização do processo de cuidar do paciente e não pode ser preterido. Prontuário (processo clínico): Deve-se fazer o registro meticuloso com documentação cronológica de todos os eventos. Um registro preciso é essencial para permitir avaliar as necessidades e o estado clínico. Consentimento para o tratamento: Deve ser conseguido, se possível, antes de se instaurar o tratamento. Nos casos com risco de vida, frequentemente não é possível se obter este consentimento prévio. Nesses casos, o tratamento deve ser iniciado primeiro e o consentimento obtido depois. Evidência forense: Caso suspeite que uma lesão tenha sido decorrente de atividade criminosa, a equipe de atendimento deve manter registro e realizar notificação em órgão pertinente. Saiba mais Para conhecer mais detalhes do e-SUS, clique aqui. Pausa para o debate Como tem sido realizado o registro dos atendimentos à demanda espontânea na sua unidade de saúde? Quem é o(a) responsável pelo acolhimento e consecutivo registro? Vocês mantém uma rotina de registro e revisão desses materiais? Os gestores têm acesso a eles? Vamos compartilhar experiências! Clique aqui para acessar o fórum de discussões. http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade15m/unidade15m.pdf http://dab.saude.gov.br/portaldab/esus/manual_pec_1.3/index.php?conteudo=Cap06/Manualv1.3Cap06#h.lnrrfp72a4oi https://ava-unasus.sabertecnologias.com.br/mod/octopus/thread.php?id=900&thread_id=390 Referências AEHLERT, B. ACLS Suporte Avançado de Vida em Cardiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. ALMEIDA, A. C. Análise da política nacional de atenção às urgências sob a ótica do SAMU Metropolitano do Recife, no período de 2010 a 2012. 2012. (Doutorado em Saúde Materno Infantil). Instituto de Medicina Integral de Pernambuco, Recife, 2012. AMERICAN HEART ASSOCIATION - AHA. SAVC manual para provedores. Rio de Janeiro: AHA, 2002. ATLS - ADVANCED trauma life support: student course manual. 9th ed. Chicago: American College of Surgeons, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.600, de 07 de julho de 2011. 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Aprova as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua Central de Regulação Médica das Urgências, componente da Rede de atenção às Urgências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 ago. 2011b. Seção 1. p. 87. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2026_24_08_2011_comp.html>. Acesso em: 15 abr. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2048, de 05 de novembro de 2002. Aprova, na forma do Anexo desta Portaria, o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 nov. 2002. Seção 1, p. 32. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html>. Acesso em: 5 jun. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 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Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf http://u.saude.gov.br/images/pdf/2015/maio/26/basico-full.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento.pdf http://www.scielo.br/pdf/abc/v100n2/v100n2a01.pdf <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2016. HAZINSKI, M. F.; SAMSON, R.; SCHEXNAYDER, S. (Ed.). Handbook of emergency cardiovascular care for healthcare providers. Dallas: American Heart Association, 2010. IKUTA, Yuji Magalhães. Princípios da prática da emergência pré-hospitalar. In: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Orgs.). Tratado de Medicina e Comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. Cap. 229, p. 1999-2003. MARTINS, H. S. et al. Emergências clínicas: abordagem prática. 9. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. 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