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YAMAHA XENTER 125 OPEL MOKKA IMSAIMSA PROSSEGUE EM DAYTONA 42 anos D I R E T O R P E D R O C O R R Ê A M E N D E S >> autosport.ptO S E M A N Á R I O D O S C A M P E Õ E S #2218 A N O 4 2 01/07/2020 S e m a n a l 2,50€ (CONT.) PÁG. 38 PÁG. 34 APRESENTAÇÃO LIGADOS F1 ARRANCA NA ÁUSTRIA CPRCPR REGRESSA EM CASTELO BRANCO MOTORES S E M Á F O R OS/ E D I Ç Ã O #2218 0 1 / 0 7/ 2 0 2 0 SONHO Talvez esteja muito perto de se concretizar o sonho de Portugal voltar a ter 24, anos depois, F1 em Portugal. A foto é de Barcelona, mas talvez este ano se veja algo semelhante 1259 Km mais a Sudoeste, em Portimão. Tic, tac... > > a u t o s p o r t . p t f f a c e b o o k . c o m /a u t o s p o r t p t l t w i t t e r . c o m /A u t o S p o r t P T S I G A - N O S E M José Luís Abreu DIRETOR-EXECUTIVO jabreu@autosport.pt Siga-nos nas redes sociais e saiba tudo sobre o desporto motorizado no computador, tablet ou smartphone via facebook (facebook.com/autosportpt), twitter (AutosportPT) ou em > > a u t o s p o r t . p t EM DIRETO PARADO A ARRANCAR A FUNDO I N S T A N T Â N E OI/ 3 O S E M A N Á R I O D O S C A M P E Õ E S N A E R A D I G I T A L P assou mais uma semana e a possibilidade de voltarmos a ter F1 em Portugal é cada vez mais forte, ainda que, como bem sabemos, seja necessário esperar até ao último momento pelo anúncio oficial pois só aí podemos respirar fundo. Poucos acreditaram, desde que em 26/2/2020 publicámos um artigo a alertar para a necessidade de provas de reserva na F1. Falámos com Paulo Pinheiro, que se mostrou naturalmente cauteloso mas muito ‘aberto’ à questão. Mais recentemente, Ni Amorim confessou-nos que por essa altura a FPAK mandou uma carta para a FIA a dizer “estamos cá, temos aqui uma excelente pista, se precisarem de nós digam”. O resto é história. Poucos foram os que acreditaram que fosse possível e até alguns com grande interesse na questão. Quando voltámos ao assunto, em março, já sabíamos que as conversas existiam e também que o percurso era ainda muito longo. Quiseram as circunstâncias da pandemia que esse percurso fosse sendo encurtado, até um momento em que Portugal entrou verdadeiramente, não na corrida, pois aí já estava, mas na luta pela discussão dos primeiros lugares. No momento em que escrevo a meta está à vista, há ainda vários adversários com possibilidades, mas a confiança - que pelo menos uma ‘medalha’ neste ‘Jogos Olímpicos’ vamos conseguir - é muito grande, e só não levantamos os braços a festejar porque ninguém pode cantar vitória até que a “Senhora gorda cante”. Por nós, essa Senhora gorda pode perfeitamente chamar-se Ross Brawn ou Chase Carey. Tanto faz, é preciso é que cante... Polémica entre Lewis Hamilton e Bernie Ecclestone devido ao ‘Black Lives Matter’ era desnecessária É cada vez mais provável o anúncio do GP de Portugal de Fórmula 1 em 2020. Talvez, quando este jornal lhe chegar às mãos, já se saiba... Tudo a postos para o recomeço dos ralis, em Castelo Branco e logo com ‘casa-cheia’, 85 inscritos. Agora é ter cuidado com o vírus... “Felizmente para todos os que gostam de ralis, as provas estão de volta e, portanto, neste momento é hora de quem realmente gosta de ralis unir- se e levarmos este desporto para a frente”, Bruno Magalhães, contente pelo recomeço do CPR “Mais do que nunca, é importante percebermos que é fundamental seguirmos todos, desde pilotos, equipas, espetadores e demais intervenientes, as recomendações da Escuderia Castelo Branco e da FPAK para que tudo corra bem neste regresso”, Ricardo Teodósio, a passar uma mensagem importante “Dez corridas é suficiente para descobrir um campeão”, Daniel Ricciardo a antever uma F1 muito ‘curta’... AGORA SIM, A PARTIDA...A PARTIDA... Depois de sete meses e 11 dias a Fórmula 1 está pronta para um novo começo depois do GP da Austrália ter sido cancelado in-extremis devido à Covid-19. Passaram vários meses, muita coisa aconteceu, mas em termos desportivos nada deverá ser muito diferente do que se viu nos testes de Barcelona 4 F inalmente! Depois dum longo hiato resultante da pandemia de coro- navírus, que ainda assola o mundo fortemente, a Fórmula 1 encontrou forma de contornar as dificulda- des impostas um pouco por todo o lado devido à Covid-19 que, segundo pa- rece, está para “lavar e durar”. Seja como for, nunca a Fórmula 1 nos seus 70 anos de história esteve tanto tempo sem ter corridas, mas a Liberty Media e a FIA, em conjunto com os promotores das corri- das, conseguiram ultrapassar os muito obstáculos e pelo menos as primeiras oito corridas na Europa já estão agenda- das, esperando-se a qualquer momento o restante calendário, estando Portugal com esperança de poder receber a F1. Entre as muitas medidas que permitem o arranque, a F1 não vai ter público nas ban- cadas, algo que pode mudar num futuro próximo, dependendo do país onde se dis- putar a corrida e do que estiver a suceder tendo em conta a Covid-19: “Quando for- mos para corridas fora da Europa podere- mos começar a pensar em ter adeptos”, disse Ross Brawn, Diretor Desportivo da F1. O primeiro fim de semana de F1 é 3/5 julho na Áustria, a primeira de duas cor- ridas em semanas consecutivas naquele país. Devido à atual fluidez da situação da Covid-19 a nível internacional, a F1 está a fi alizar os pormenores do restante ca- lendário, que se espera ter um total de 15-18 eventos até dezembro. E o que se pode esperar fora da pista nes- tes primeiros tempos? Muita segurança! Foram estabelecidas um conjunto de me- didas para o regresso às pistas, tal como testes regulares a qualquer pessoa que participe no evento. Haverá uma redução significativa no pessoal que viajará para as corridas de todas as partes, incluin- do as equipas, a FIA, os fornecedores e a própria F1. Medidas de distanciamen- to social serão implementadas e aplica- das em todo o paddock. Atividades pré e pós-corrida, como hino nacional, parque fechado e pódios serão alterados para ga- rantir distâncias seguras. O formato das primeiras corridas não irá sofrer altera- ções, mantendo os três dias de atividade. A Pirelli escolheu os compostos para os primeiros oito GP e tomou duas decisões interessantes nessa lista. O composto C5, mais macio, não vai aparecer porque não há circuitos citadinos no calendário e as José Luís Abreu e Jorge Girão jabreu@autosport.pt FOTOS Philippe Nanchino e Oficiais F1F1/ F Ó R M U L A 1 FÓRMULA 1 ARRANCA NA ÁUSTRIA 5 > > a u t o s p o r t . p t duas corridas de Silverstone terão dois conjuntos diferentes de compostos, com o C1-3 no primeiro grande prémio e o C2-4 no segundo. Isto proporcionará dois fin de semana potencialmente bem dife- rente ao mesmo tempo que dará à Pirelli uma boa oportunidade para perceber os efeitos que os diferentes compostos de pneus podem ter nas corridas de F1, numa mesma pista. TEMPO MUDOU ALGUMA COISA Em termos desportivos não é muito pro- vável que o que se vai ver na Áustria seja muito diferente do que se antevia para o GP da Austrália, mas a verdade é que o sim- ples facto de ser uma pista diferente, onde por acaso foi a Red Bull que ali venceu o ano passado, pode permitir surpresas. Acredita-se que a Mercedes deve partir à frente, mas há ainda muita indefin ção. A Mercedes parte para mais uma tempo- rada com um alvo nas costas, sendo no- vamente a favorita aos títulos, mas talvez 2020 seja o ano em que Lewis Hamilton sentirá mais dificuldades para revalidar o seu ceptro. A formação do construtor de Estugarda tem vindo a dominar a Era Turbohíbrida desde que esta teve o seu início em 2014, vencendo todos os títulos em liça, e este ano parte, como tem sido habitual, como a equipa a bater. Os testes raramente são de facto conclu- sivos e basta olhar para 2019, quando a Ferrari foi apontada como a favorita para o início da época, para percebermos que os dados que se obtémna pré-temporada são muitas vezes enganadores. No entan- um bom sinal. A Williams passou tam- bém por dificuldades, montando o mes- mo número de unidades de potência, o que evidencia que os problemas sentidos não foram questões episódicas, sendo o sistema de lubrificação uma das ques- tões dos V6 turbohíbridos da Mercedes. Por muito que uma equipa se prepare, mostre ser capaz de inovar e seja com- petente, existem sempre deficiências e pontos fracos e a fiabilidade parece ser, neste momento, a maior debilidade da Mercedes, tendo a Red Bull e a Ferrari de aproveitar todas as oportunidades se quiserem bater a equipa que já não é su- plantada desde o longínquo ano de 2013. Tanto a formação de Milton Keynes como a de Maranello abordaram os testes de Inverno com discrição e só no último dia C/ C A L E N D Á R I O(EUROPEU) DA F1 GP DA AÚSTRIA F1 3 - 5 DE JULHO GP DA AÚSTRIA F1 10 - 12 DE JULHO GP DA HUNGRIA F1 17 - 19 DE JULHO GP GRÃ-BRETANHA F1 31 DE JUL. - 2 DE AGOSTO GP GRÃ-BRETANHA F1 7 - 9 DE AGOSTO GP ESPANHA F1 14 - 16 DE AGOSTO GP BÉLGICA F1 28 - 30 DE AGOSTO GP ITÁLIA F1 4 - 6 DE SETEMBRO to, a Mercedes voltou a mostrar o porquê de ter conquistado os últimos doze cam- peonatos em disputa. O W11 mostra ser um carro tremenda- mente eficaz tanto nas mãos de Lewis Hamilton como nas de Valtteri Bottas e sem vícios, apresentando diversas ino- vações que ficaram na retina de todos os observadores e, sobretudo, na das suas rivais. O W11 parece ter tudo para prosseguir a veia vencedora dos seus antecessores, mas nem tudo é um mar de rosas do lado dos Flechas de Prata. A fiabilidade da unidade de potência da Mercedes deixou algumas questões, ten- do a equipa do construtor alemão monta- do três V6 turbohíbridos para completar as duas semanas de testes, o que não foi 6 > > a u t o s p o r t . p t deram uma ideia melhor do seu poten- cial, muito embora, no caso da Red Bull, Max Verstappen tenha tentado esconder o verdadeiro potencial do RB16, travando energicamente antes de chegar à linha de meta na sua volta mais rápida, e existam ainda dúvidas quanto ao uso dos modos de motor mais potentes por parte da Ferrari. No entanto, fora da pista, o comportamen- to das duas equipas foi diametralmente oposto – de um lado, a formação de licen- ça austríaca mostrou-se confiante e mais empolgada desde que conquistou o seu último título; do outro, da Scuderia já se ouviram declarações a baixar a fasquia para a Áustria, assegurando que não ti- nham qualquer possibilidade de vencer, assumindo problemas em todas as áreas do SF1000. Mattia Binotto apontou que, muito em- bora o novo carro de Maranello produ- za mais apoio aerodinâmico que o seu antecessor, o arrasto é muito maior, le- vando a que Charles Leclerc e Sebastian Vettel tenham velocidades de ponta modestas, situação que é ampliada por uma unidade de potência menos per- formante comparativamente com a sua antecessora. Por outro lado, a tendên- cia subviradora do SF90 parece man- ter-se este ano, levandoa que os pilo- tos não possam atacar o acelerador de uma forma tão incisiva como os seus adversários directos. Mind Games? É o que se vai ver quando se realizar a primeira qualificação e corrida do ano. A Red Bull, por seu lado, aparentemente tem um carro com um nível de apoio ae- rodinâmico semelhante ao da Mercedes, mas talvez a sua consistência não seja tão elevada, levando a que os seus pi- lotos passem por dificuldades, sobre- tudo nas curvas de baixa, o que ficou exemplificado pelos diversos piões que f1/F Ó R M U L A 1 O carro rosa, de Silverstone, parece par- tir para época na frente deste segun- do pelotão, podendo até, como dizem alguns, imiscuir-se entre a Ferrari e a Red Bull, mas a grande questão será verificar se a Racing Point terá o melhor entendimento de um conceito técnico que não é inteiramente seu e se afasta daquele que usou nos últimos anos, o que poderá criar complicações no de- senvolvimento e na afi ação a cada umas das pistas. Cabe à McLaren e à Renault fazerem vingar os seus carros e desenvolvê-los de uma forma mais efetiva de modo a que ao longo do ano possam impor-se à Racing Point, que aparentemente ar- ranca à frente. AlphaTauri, Alfa Romeo e Haas serão factores a ter em conta na luta pela primazia no segundo pelotão, mas sem estar no nível competitivo das três equipas mencionadas ante- riormente, ao passo que a Williams, que deu um passo significativo depois do desaire do ano passado, estará este ano na luta da cauda do pelotão. Agora resta esperar para ver os carros em pista para começar a tirar as diver- sas conclusões, algo que não aconte- cerá nos treinos livres já que o trabalho a fazer é tanto que só mesmo quando o foco estiver mesmo na performance (qualificação) e ritmo de corrida, pode- remos ter uma ideia onde estará cada equipa e cada piloto, não esquecendo que um fim de semana nunca dará um fil e completo. Provavelmente, o se- gundo fim de semana da Áustria já será bem mais fidedigno. Vamos, como já se percebeu, ter uma época de F1 atípica, com vários fins de semana de corridas consecutivas que deixam pouco espa- ço para mudanças, mas as coisas são como são. Rujam os motores... Verstappen e Alex Albon cometeram ao longo das seis jornadas de testes em Barcelona. Daqui depreende-se que a Mercedes talvez, e levando em conta que os tes- tes não são fiáveis, parta à frente, mas nem a Red Bull nem a Ferrari estão muito longe e poderão estar em condições de a pressionar desde a corrida de Spielberg, podendo ser o ritmo de desenvolvimento ao longo da temporada - mesmo neste período de pandemia - o fator determi- nante para que uma delas se imponha no fi al de 2020. TODOS CONTRA O ‘MERCEDES COR DE ROSA’ O segundo pelotão parece estar mais junto que nunca, tendo a Williams se juntado a uma festa que terá como grande motivo de interesse vermos a batalha entre duas fi osofias distin- tas. De um dos lados temos a Racing Point que aproveitou toda a informa- ção que reuniu para construir um clone do Mercedes W10. Do outro, a Renault e a McLaren que seguem a sua próprio projeto, tentando fazer a ponte entre o segundo pelotão e as três grandes. MAGNÍFICA. ESTA É A MELHOR ‘MUSCLE ROADSTER’ DE ALTO DESEMPENHO Num segmento único e exclusivo, a nova Rocket 3 é a herdeira de uma lenda do motociclismo. A nova Rocket 3 R estabelece uma nova referência em matéria de agilidade e carácter e oferece binário, aptidões, controlo e conforto líderes na sua classe. Combina o maior valor de binário de uma moto de série – 221Nm às 4000rpm – produzido pelo motor de moto de maior cilindrada do mundo, com tecnologia e um equipamento topo de gama. Uma experiência de condução sem paralelo para qualquer dia, em qualquer ambiente, sem esforço. 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O monolugar de Brackley mostrou em pista ser um carro efetivo, prometendo a Lewis Hamilton ter, mais uma vez, uma arma letal para assegurar o sétimo título da sua carreira. Se a isto juntarmos a capacidadeoperacional da Mercedes, assim como o seu potencial de desenvolvimento, tudo aponta para mais um ano em que a equipa do construtor germânico poderá novamente bater recordes. 2 FERRARI Depois da desilusão de 2019, a Scuderia espera poder voltar à luta pelos títulos que lhe escapam desde 2008, mas durante os testes deste Inverno mostrou uma postura muito conservadora, raramente procurando tempos, o que deixou dúvidas quanto à competitividade do SF1000. São diversos os observadores que apontam que a frente do mais recente monolugar de Maranello é demasiado conservadora aerodinamicamente e mecanicamente, o que cria problemas de aderência no trem dianteiro. Assim, dificilmente a Ferrari estará na luta, mas a equipa promete recuperar e o carro é um passo em frente ao nível do apoio aerodinâmico. No campo dos pilotos, os italianos terão de gerir de uma forma mais eficaz a sua dupla e impedir que Charles Leclerc e Sebastian Vettel se prejudiquem em pista como se verificou na época passada. 3 RED BULL Este é o ano em que a Red Bull quer estar preparada para lutar pelo título pela primeira vez desde 2014. Nos últimos anos a equipa de Milton Keynes nunca iniciou uma época capaz de se bater de igual para igual com a Ferrari, quanto mais a Mercedes, mas em 2020 o caso parece ser diferente. Esta época os indícios apontam para que a Red Bull esteja, pelo menos, bastante mais perto dos Mercedes, podendo afirmar-se como a principal adversária. Se o chassis desenhado por Adrian Newey parece ter o potencial para vencer corridas, no caso da unidade de potência da Honda existem ainda algumas dúvidas quanto às suas performances e fiabilidade. No entanto, se os japoneses tiveram dado o passo em frente que se espera, Alex Albon e, sobretudo, Max Verstappen serão adversários duros. 4 MCLAREN Os problemas que afectaram a McLaren em anos passados são agora memórias distantes, mas também os tempos das vitórias e de conquistas de campeonatos fazem parte da história, estando a equipa de Woking a trabalhar para voltar a ser vista como uma estrutura de ponta. Em 2019 a formação britânica assumiu- se como a clara quarta força em pista, ainda que longe das três grandes, tendo ainda conquistado um pódio. Dar o passo seguinte e voltar ao círculo dos vencedores é bastante mais difícil e, muito provavelmente, terá ainda mais concorrência este ano para manter o quarto posto nos Construtores, sobretudo do lado da Racing Point e da Renault. No entanto, a equipa tem uma dupla de pilotos rápida e ambiciosa e uma organização cada vez mais apurada e o primeiro carro saído da pena de James Key parece ser uma verdadeira evolução do seu antecessor. Vamos ver como tudo se desenrola com a mà situação financeira da marca britânica. 5 RENAULT A Renault teve um ano de 2019 dececionante, terminando o campeonato no quinto lugar quando ambicionava aproximar-se das três grandes, vendo-se ultrapassada pela sua cliente McLaren. A pré-temporada não começou bem, com uma apresentação sem carro, mas quando chegou a Barcelona a Renault respondeu bem, apresentando um carro tecnicamente interessante, muito embora tenha sido concebido pela equipa técnica que foi substituída durante o ano passado. Cyril Abiteboul e seus pares já avisaram que o foco da Renault será 2022, quando entra em vigor um novo regulamento técnico, mas duas boas temporada (2020/2021) serão importantes depois de confirmada a manutenção da equipa na F1, algo que chegou recentemente a estar em causa. Daniel Ricciardo vai sair, mas este ano, com Esteban Ocon ao seu lado, podem – e devem - no mínimo recuperar o quarto lugar. 6 ALPHATAURI Novo ano e novo nome para a estrutura de Faenza, que passa a chamar-se agora de AlphaTauri. A colaboração com a Red Bull é mais estreita que nunca, sendo o AT01 o produto da parceria, assemelhando- se bastante ao Red Bull RB15 Honda. 2019 foi uma boa época para a equipa B da companhia austríaca de bebidas energéticas, com dois pódios e o sexto posto no Campeonato de Construtores, o que não é fácil de melhorar, sobretudo porque a concorrência no segundo pelotão está mais forte que nunca, com a McLaren e a Renault a mostrarem os músculos e a Racing Point a apostar numa melhoria significativa. No entanto, a AlphaTauri parece estar mais bem preparada que nunca e tem em Daniil Kvyat e Pierre Gasly dois pilotos desejosos de voltar a provar o respetivo valor, estando empenhados em prosseguir a boa época do ano passado. 7 RACING POINT A equipa de Silverstone fez um corte completo com o passado. Com dinheiro para começar com uma folha em branco, os técnicos da Racing Point pegaram nos milhares de fotos que possuíam do Mercedes W10 e tentaram replicar o que O MESMO PARADIGMA? COMO VAI SURGIR CADA EQUIPA E PILOTO f1/F Ó R M U L A 1 1 MERCEDES 4 MCLAREN 7 RACING POINTEQUIPAS 9 > > a u t o s p o r t . p t a equipa do construtor de Estugarda fez – pelo menos, foi esta a linha oficial de comunicação. O sétimo lugar no Campeonato de Construtores do ano passado foi o possível depois da ressaca dos problemas financeiros da Force India, mas para 2020 os objetivos são claros, recuperar o quarto lugar. Este é um desiderato que não se afigura fácil, uma vez que McLaren e Renault continuam a trabalhar para se aproximarem das três grandes, mas para já Sérgio Pérez e Lance Stroll mostram-se entusiasmados com o RP20. 8 ALFA ROMEO A equipa de Hinwill vai para o seu segundo ano a defender as cores da Alfa Romeo e a melhoria de resultados é uma obrigação, quando se representa um nome com tanta tradição na categoria. 2019 começou bem para a equipa do construtor de Arese, com Kimi Raikkonen a marcar pontos consistentemente. No entanto, com o decorrer do ano os resultados foram escasseando e o oitavo lugar no campeonato foi uma desilusão para uma estrutura que estava no quinto lugar após dez corridas disputadas. Este ano a Alfa Romeo manteve a sua dupla de pilotos de 2019 e a subida de forma de Antonio Giovinazzi no último terço da época passada promete que, se o C39 tiver potencial, ele e Kimi Raikkonen assegurarão os pontos para elevar a equipa no campeonato, muito embora bater-se com Racing Point, McLaren e Renault seja talvez um objetivo demasiado ambicioso. 9 HAAS 2020 é um ano de grande importância para a Haas, depois de todas as dificuldades pelas quais passou no ano passado com o seu carro, que apesar de forte em qualificação não conseguia em corrida gerir convenientemente os pneus. Com um reduzido número de membros, a equipa norte-americana nunca conseguiu compreender os problemas que a afligiram em 2019, tendo chegado ao defeso sem uma ideia clara das causas da quebra de performance que sentia aos domingos. A formação dirigida por Guenther Steiner espera poder ter resolvido todos os problemas, o que será determinante para o seu futuro, uma vez que no ano passado Gene Haas, o homem que paga as contas, já se mostrou um pouco agastado como a quantidade de dinheiro que lhe estava a custar a operação para resultados longe do que desejava. Kevin Magnussen e Romain Grosjean têm, por isso, uma enorme pressão sobre os ombros. 10 WILLIAMS Qual seria a abordagem mais lógica para a temporada de 2020 para uma equipa que primou pela intensa falta de competitividade nos últimos dois anos? Com uma profunda mudança regulamentar adiada para 2022, talvez fosse conveniente olhar para a época como um ano zero, garantir que todas as ferramentas de simulação tinham uma boa correlação com a pista nas primeiras corridas e, daí para a frente, apostar as fichas todas em 2021. O carro deste ano da Williams não é mais que uma evolução do seu antecessor, com o qual a equipa espera ter curado os graves problemas que sentiu na temporada passada, mas falta- lhe a sofisticação até dos monolugares do segundo pelotão. Dificilmente a formação de Grove não terá mais um ano complicado. Até porquefoi posta à venda! Seja como for, se conseguir chegar à cauda do segundo pelotão, recuperar a respeitabilidade e, sobretudo, preparar bem 2021, então talvez o futuro seja melhor. 8 ALFA ROMEO 10 WILLIAMS 9 HAAS 5 RENAULT 2 FERRARI 3 RED BULL 6 ALPHATAURI 10 1 LEWIS HAMILTON Campeão do Mundo parte para 2020 com o propósito de fazer história e igualar os sete títulos de Michael Schumacher. O inglês tem estado nos últimos anos a um nível elevadíssimo, parecendo ter algo sempre guardado para quando é desafiado e não parece estar pronto para abrandar. Apesar de não o ser oficialmente, Hamilton é o verdadeiro líder em pista da Mercedes, o que o ajuda alcançar aqueles dois décimos de segundo especiais a que apenas os grandes conseguem chegar. Resta saber se este ano precisa de os ir buscar. Seja como for, parte como favorito. 2 VALTTERI BOTTAS Bottas viu o seu contrato estendido mais um ano, mas esta é uma temporada em que voltará a ter de dar o seu melhor se quiser manter-se na equipa. Ser colega de equipa de Lewis Hamilton não é fácil, mas durante a sua permanência tem mostrado alguns momentos em que se mostrou capaz de replicar as performances de Hamilton, faltando-lhe, no entanto, consistência. Será este ano em que Bottas conseguirá elevar o seu nível e desafiar Hamilton? 3 SEBASTIAN VETTEL Vettel tem vindo a assinar temporadas dececionantes pejadas de erros que contribuíram, decisivamente, para ter perdido um título para Lewis Hamilton e para se ver numa posição fragilizada no seio da Ferrari perante Charles Leclerc. De saída da equipa, estará mais descontraído e com alguma ‘raiva’ e por isso pode superar- se para bater um colega de equipa que se assume como futuro da Scuderia. A questão passa por saber se tem ainda essa capacidade. 4 CHARLES LECLERC Leclerc parte para a temporada de 2020 com uma extensão de contrato que o levará a ficar na Ferrari até ao final de 2024, o que evidencia a confiança que a equipa tem em si. No entanto, se quiser, de facto, assumir- se como o ponta de lança terá de se ver livre de alguns dos erros que cometeu na temporada passada. Contudo, mostrou ser capaz de aprender com as próprias falhas, evoluindo consistentemente ao longo da época. Fica por perceber se terá a experiência necessária para se bater com Hamilton e/ou Verstappen. 5 MAX VERSTAPPEN O holandês é uma força da natureza com um talento natural fabuloso e uma confiança aterradora, o que lhe garante uma rapidez que não mede meças a ninguém. No entanto, apesar de ter melhorado bastante após o seu despiste nos treinos-livres do Grande Prémio do Mónaco de 2018, durante a temporada passada ainda cometeu alguns erros que, numa eventual luta pelo título, lhe poderão custar pontos. Porém, o Red Bull deste ano parece ser um claro passo em frente e, se aprimorar a sua abordagem a algumas lutas, será seguramente um adversário de peso. 6 ALEX ALBON Depois de no ano passado ter ingressado na Red Bull a meio da temporada, esta época o tailandês terá a sua primeira época completa numa equipa de ponta e o seu nível terá de subir, obrigatoriamente. A esfera da Red Bull já mostrou abundantemente que não tem paciência para pilotos que operam aquém do desejado e não terão pejo em enviar Albon de volta para a AlphaTauri. O jovem tailandês já mostrou, contudo, rapidez, e este ano terá de ser consistente. 7 LANDO NORRIS Foi uma das estrelas de 2019, tendo-se mostrado rápido e consistente ao longo da temporada. Para 2020 espera-se que Norris continue a evoluir e a mostrar ser um campeão do futuro, mantendo-se ao nível do seu colega de equipa de forma a ajudar a McLaren a continuar na luta pelo quarto lugar do Campeonato de Construtores. 8 CARLOS SAINZ O espanhol assinou em 2019 a melhor temporada da sua carreira na F1 - já tem contrato com a Ferrari -, mostrou- se consistente e rápido aproveitando o potencial do seu McLaren e, se o MCL35 Renault se mostrar um passo à frente relativamente ao seu antecessor, então poderemos ver mais algumas prestações de encher o olho da parte do espanhol. 9 DANIEL RICCIARDO O australiano teve um mau 2019 e o carro deste ano da Renault não mostrou estar à frente do segundo pelotão, podendo Ricciardo ter mais uma época de luta por lugares secundários. O ano passado dominou completamente Hulkenberg, mas este terá um jovem desejoso de provar o seu valor, o que poderá não ser uma tarefa simples. Tem contrato assinado com a McLaren para 2020, mas este ano terá de voltar a ser o líder da Renault. 1 0 ESTEBAN OCON O jovem francês regressa este ano à competição depois de um ano como piloto de testes da Mercedes. É natural que no início da temporada o ano sabático se faça notar nos arranques e nas lutas corpo a corpo, mas com o decorrer da época espera-se que Ocon possa aproximar-se e, pelo menos, pressionar Daniel Ricciardo. Se não conseguir atingir estes objectivos, a percepção que ainda existe de que o gaulês é um piloto de futuro poderá sair diminuída. 1 1 SÉRGIO PÉREZ O mexicano tem vindo a assumir-se como um piloto muito consistente capaz de garantir resultados a uma equipa do segundo pelotão, o que lhe permitiu assegurar um volante na Racing Point, que no próximo ano chamar- se-á Aston Martin, até ao final de 2022. O Racing Point deste ano, com um novo conceito, parece ser o carro a bater entre o segundo pelotão, o que poderá permitir a Pérez ser um candidato regular aos melhores lugares atrás das três grandes. 1 2 LANCE STROLL O canadiano não teve uma temporada brilhante em 2019, vendo-se batido claramente por Sérgio Pérez em qualificação, sendo um dos habituais candidatos a ser eliminado logo na Q1. Em corrida as suas prestações foram mais positivas, mas normalmente prejudicadas pela qualificação. Com um Racing Point mais competitivo este ano a pressão está do lado de Stroll para melhorar as suas performances e secundar de uma forma efectiva o seu colega de equipa. f1/F Ó R M U L A 1 PILOTOS 1 LEWIS HAMILTON 7 LANDO NORRIS 13 KIMI RAIKKONEN 19 GEORGE RUSSELL 20 NICHOLAS LATIFI 8 CARLOS SAINZ 14 ANTONIO GIOVINAZZI 2 VALTTERI BOTTAS 11 > > a u t o s p o r t . p t 1 3 KIMI RAIKKONEN O finlandês é o piloto mais velho em pista, mas nem por isso deixa de mostrar motivação para continuar na F1 onde continua a ser uma mais- valia. Iniciou bem a temporada passada, mas foi perdendo ritmo, tal como a equipa. Este ano o Iceman terá de continuar a mostrar o desejo de competir e num segundo pelotão tão competitivo a sua experiência será um aspeto a ter em conta. Se o colega o começar a bater talvez seja esta a sua última temporada. 1 4 ANTONIO GIOVINAZZI O italiano teve um início de temporada difícil o ano passado e o despiste na penúltima volta do GP da Bélgica, quando rodava em oitavo, foi-lhe custoso, mas depois deu um passo em frente e passou esgrimir-se com Kimi Raikkonen. O azar de Giovinazzi foi que a sua subida de forma coincidiu com a quebra competitiva da equipa. Espera-se que este ano o transalpino possa continuar o bom final de temporada passada, senão o seu lugar está em risco. 1 5 DANIIL KVYAT O russo teve uma temporada sólida no seu regresso à Toro Rosso depois de ter sido despedido. Conseguiu um pódio no louco GP da Alemanha e não perdeu muito quer para Alex Albon quer para Pierre Gasly, contudo, quando foi preciso encontrar um substituto para o desapontante francês na Red Bull, foi o tailandês o escolhido. A decisão dos homens da Red Bull parece não ter tido impacto em Kvyat que se mostrou forte, sendo imperativo que mantenha a sua solidez este ano. 1 6 PIERRE GASLY O gaulês teve uma passagem pela Red Bull dececionante, mas a mudança de ares fez-lhe bem já que depois do verão parecia um piloto novo, voltando a ver-se a rapidez que o tinha promovido à Red Bull. O francês terá de manter e, de preferência, melhorar as performances da ponta finalda temporada passada se quiser ser levado em consideração para uma eventual vaga na Red Bull, mas o seu objectivo prioritário terá de ser manter o seu lugar na AlphaTauri. 1 7 KEVIN MAGNUSSEN A temporada de 2019 do dinamarquês sofreu com os problemas da Haas que não poucas vezes tinha um carro rápido em qualificação que depois perdia eficácia em corrida. Ainda assim, foi o K-MAG a garantir os melhores resultados da equipa. Sem contrato para lá do final do ano, Magnussen está desejoso de ter um monolugar competitivo para poder provar o seu valor e garantir a sua continuidade na F1, mas para já parece difícil que a Haas tenha dado um passo em frente. 1 8 ROMAIN GROSJEAN O francês tem-se mostrado errático ao longo de toda a sua carreira, mas quando está nos seus dias é notoriamente rápido. O ano passado foi determinante para que a Haas pudesse apontar um caminho para os problemas técnicos que sentia e isso poderá ter sido importante para que tenha mantido o seu lugar. No entanto, este ano Grosjean terá de se mostrar muito mais consistente para poder continuar a sua carreira na F1. 1 9 GEORGE RUSSELL O jovem protegido da Mercedes teve uma temporada de estreia na F1 muito positiva. Este ano, com um rookie como colega de equipa, espera-se que Russell confirme o potencial que se vê nele e, para isso, bater Nicholas Latifi em todas as áreas é absolutamente necessário e, se o Williams permitir, lutar por alguns pontos ao longo da época. 20 NICHOLAS LATIFI O jovem canadiano chega à F1 muito bem preparado, tendo testado e realizado sessões de treinos-livres anteriormente com a Renault, Force India e Williams, equipa cujas cores defende este ano. Espera-se, portanto, que se adapte rapidamente ao seu novo mundo e, se bater Russell talvez se mostre uma tarefa a roçar o impossível, aproximar-se das performances do inglês será um bom início. 9 DANIEL RICCIARDO 10 ESTEBAN OCON 11 SÉRGIO PÉREZ 12 LANCE STROLL 15 DANIIL KVYAT 16 PIERRE GASLY 17 KEVIN MAGNUSSEN 18 ROMAIN GROSJEAN 3 SEBASTIAN VETTEL 4 CHARLES LECLERC 5 MAX VERSTAPPEN 6 ALEX ALBON Fábio Mendes autosport@autosport.pt FOTOS OficiaisSALTO NO TEMPO A ‘caravana’ da Fórmula 2 entrou em modo pausa depois dos testes de pré-época devido à pandemia. Mais de três meses depois, está tudo pronto para o arranque 12 F2/ F Ó R M U L A 2 O maior palco para as jovens pro- messas do desporto automóvel está de regresso. A F2 continua a ser a principal fornecedora de jovens à Fórmula 1 e todos os aspirantes a um lugar no gran- de circo querem estar nesta competição. Desde 2017 que o campeonato deixou de ser GP2 para se tornar F2 e a competi- ção ganhou uma relevância ainda maior. A qualidade global do plantel aumen- tou muito, as corridas tornaram-se mais emocionantes e as equipas de Fórmula 1 estão agora bem mais atentas aos jovens talentos. A Fórmula 2 continua a acompa- nhar a Fórmula 1 e, apesar do calendário ajustado, está na mesma ao lado da com- petição principal. O fim de semana é constituído por uma sessão de treinos e uma sessão de quali- ficação que decide a grelha para a corrida principal de 170 Km ou 60 minutos com uma paragem obrigatória nas boxes. A pole position dá quatro pontos e o sistema de pontos da corrida principal é o normal- mente usado nas corridas de F1. A corrida 13 > > a u t o s p o r t . p t Sprint é de 120 Km ou 45 minutos e a gre- lha é defin da na Corrida Principal, com os oito primeiros classificados a serem co- locados na ordem inversa para a corrida Sprint. Apenas os oito primeiros pontuam num sistema de pontos adaptado (15, 12, 10, 8, 6, 4, 2, 1). Os pilotos têm à sua dispo- sição máquinas de igual valia: Um chassis Dallara equipado com um motor V6 de 3.4 litros, turbinado, com 620 cv, desenvolvido pela Mecachrome, acoplado a uma caixa semiautomática de seis velocidades com todos os sistemas de segurança FIA. Este ano a grande novidade é o uso de rodas de 18 polegadas pela primeira vez, que servirá para a Pirelli e a F1 recolherem dados para a mudanças de regulamentos técnicos em 2021 que prevê também a entrada de rodas de 18 polegadas na categoria máxima do desporto motorizado. Quanto às equipas presentes, a época 2020 terá 11 equipas em competição com a entrada da Hitech Gran Prix, que se jun- tou às dez estruturas existentes. O ex- periente Luca Ghiotto e Nikita Mazepin (vice-campeão GP3, 2018) foram os pi- lotos escolhidos. Outra das mudanças foi a saída do nome Arden da grelha. A HWA Racelab adquiriu a estrutura com quem tinha uma parceria técnica e as- sumirá o lugar da Arden com Giuliano Alesi e Artem Markelov como pilotos. A DAMS, equipa campeã em título, também apresenta mudanças no seu alinhamen- to. Nyck de Vries, campeão de 2019 foi para a Fórmula E (Mercedes) e Nicholas Latifi foi o único piloto da ‘turma’ de 2019 a subir à F1 pela porta da Williams. Sean Gelael e o repescado Dan Ticktum (pi- loto da Williams, depois de perder o apoio da Red Bull) serão os homens do volante. Roy Nissany (Trident) tor- nou-se piloto de testes da Williams e merece também destaque pela re- cente promoção. A Prema manteve Mick Schumacher para este ano e re- cebe o campeão em título de Fórmula 3, Robert Shwartzman. Jack Aitken (piloto Williams) manteve o lugar na Campos, Pedro Piquet (Charouz Racing System), Felipe Drugovich (MP Motorsport) e Guilherme Samaia (Campos) são os três brasileiros que estarão em pista este ano. A Grã-Bretanha (3), Brasil (3) e a Rússia (3) são as nações com mais representantes neste campeonato. Fábio Mendes autosport@autosport.pt FOTOS Oficiais O SONHOO SONHO COMEÇA AQUI! O ano de 2020 será a segunda época da Fórmula 3, depois do relançamento da competição em 2019 que veio substituir o GP3. Mas o principal não muda já que a nova F3 continua a ser mais um degrau para os jovens ambiciosos que querem chegar um dia à Fórmula 1. Tal como a F2, também a F3 arranca na Áustria 14 F3/ F Ó R M U L A 3 J á não é de agora, este é um pal- co privilegiado em que os jovens pilotos podem mostrar-se ao mundo e em especial às estru- turas de F1, dada a proximidade das competições. A F3 acom- panha a F1 em nove eventos do Grande Circo, permitindo às equipas de F1 uma visão privilegiada dos talentos emer- gentes. No ano passado a competição, além do regresso ao nome Fórmula 3, teve direito a uma nova máquina igual para todos os pilotos. Trata-se de um chassis Dallara, com motor Mecachrome de 6 cilindros, de 3,4 litros, aspirado naturalmente que oferece 380 cv a 8000 rpm. A Fórmula 3 usa pneus Pirelli PZero de três espe- cificações (duros, médios e macios). Cada piloto tem quatro conjuntos de pneus para piso seco e dois conjuntos de pneus para pista molhada disponí- veis em cada evento. O formato do fim de semana consiste numa sessão de treinos de quarenta e cinco minutos e uma sessão de qualificação de trinta mi- nutos, seguidas de duas corridas, com ambas a terem duração não superior a 40 minutos no total. A sessão de qua- lificação é uma luta direta pelo tempo mais rápido e determina a ordem do grid para a Corrida 1. Quatro pontos são dados pela pole position. Não há paragens obrigatórias e o reabas- 15 > > a u t o s p o r t . p t tecimento não é permitido. Os dez me- lhores pilotos marcam pontos na Corrida 1 (25, 18, 15, 12, 10, 8, 6, 4, 2, 1), com dois pontos atribuídos ao piloto que fez a vol- ta mais rápida da corrida caso termine no top10. Na Corrida 2, os dez primeiros classificados obtêm pontos (15, 12, 10, 8, 6, 5, 4, 3, 2, 1) e o piloto que faz a volta mais rápida obtém dois pontos caso termine no top10. A grelha da corrida 2 é obtida invertendo a classificação do top10 da corrida 1, sendo que a ordem é mantida do 11º para baixo. São várias as mudan- ças nas dez equipas que compõem o grid da F3, com a chegada de vários campões vindos de categorias inferiores. Théo Pourchaire (ADAC F4), Dennis Hauger (F4italiana), Matteo Nannini (F4 Emirados Árabes Unidos), Igor Fraga (Toyota Racing Series), Cameron Das (F4 Norte Americana) Enaam Ahmed e Clément Novalak (ambos da F3 bri- tânica) foram campeões e chegam à F3 com vontade de mostrar-se ao mundo. Outros nomes merecem destaque como Enzo Fittipaldi, neto do grande Emerson Fittipaldi, e David Schumacher, fil o de Ralf Schumacher e sobrinho de Michael Schumacher, que terão de lidar com as dificuldades do automobilismo, e ainda Sophia Floersh, que recuperou de um gravíssimo acidente em Macau e tem agora a oportunidade de mostrar o seu talento num grande palco. O calendário ‘europeu’ da F3 conhecido até aqui é exa- tamente o mesmo da F2. A Porsche Supercup acompanha a F1 desde 1993 e em 2020 promete oferecer aos fãs o costume... muitas lutas em pista, excelentes espetáculos e competição renhida. Tal como a F2 e F3, acompanha as oito provas europeias da Fórmula 1 A competição tem evoluído ao longo do tempo e foi palco para grandes nomes do automobilismo como Jörg Bergmeister, René Rast, Nicki Thiim, Earl Bamber (todos eles campeões), entre muitos outros. Patrick Huisman é o homem que mais sucesso teve nesta competição, vencendo quatro vezes seguidas de 1997 a 2000. René Rast esteve perto de igualar o feito do holandês com três títulos consecutivos (2010 a 2012) e Michael Ammermüller irá este ano tentar igualar o feito de Huisman. O alemão é tri-campeão em título e tem sido o homem a bater nesta competição. Ammermüller conquistou quatro vitórias em 2019, mais três pódios. Ayhancan Güven foi o piloto que mais se aproximou do alemão com quatro pódios e uma vitória. Julien Andlauer (2) e Ammermüller (4) foram os únicos a vencer por mais que uma vez. Será desta que Ammermüller consegue o tão desejado tetra? O Porsche 911 GT3 Cup tem um motor de 3.8 litros, seis cilindros, boxer. Debita 460 cv (338 kW) às 7.500 rpm e a potência é entregue às rodas traseiras através de uma caixa de seis velocidades da Porsche Motorsport. A Porsche constrói o 911 GT3 Cup na mesma linha de produção, na fábrica da Porsche em Stuttgart-Zuffenhausen, do 911 de estrada. O Porsche 911 GT3 Cup é o carro de corrida mais produzido e mais vendido do mundo, com mais de 2.600 unidades fabricadas desde 1998. ESPETÁCULO HABITUAL PORSCHE SUPER CUP José Luis Abreu jabreu@autosport.pt FOTOS ZOOM Motorsport/ António Silva; AIFA/Jorge Cunha; @World/Ricardo Oliveira Prossegue no próximo fim de semana em Castelo Branco o Campeonato de Portugal de Ralis 2020. Três meses e meio depois de Fafe, vamos ter uma competição mais curta, mas em que o importante é ‘atravessar’ 2020 para garantir 2021 16 CPRCPR/ C A M P E O N A T O D E P O R T U G A L D E R A L I S C A S T E L O B R A N C O N ovo começo! Com o rebenta- mento da pandemia de co- ronavírus em março, o des- porto motorizado mundial sofreu um forte abalo cujas consequências ainda se vão viver por muito tempo. Contudo, como qualquer tempestade, ela não dura para sempre e por isso, ainda sem saber bem quando vamos navegar novamente em águas menos turbulentas, o desporto motorizado em geral e os ralis em par- ticular vão tentar regressar da melhor forma possível, com um plano de con- tingência, com muitas novas regras de modo a combater a pandemia que ainda está bem viva em Portugal, mas com a certeza de que se todos fi erem o seu papel o vírus terá muito mais dificul- dade em propagar-se. É neste contexto que vai arrancar de novo o CPR, e depois de se ter realiza- do uma prova, o Rallye Serras de Fafe e Felgueiras, vamos fazer nova antevi- são do que pode acontecer daqui para a frente, sendo certo que a prova da Demoporto deu alguma luz quanto à competitividade relativa dos concor- rentes, correlação essa que pode sofrer algumas mudanças pois se em Fafe se correu em pisos de terra, agora o cam- peonato entra numa fase de asfalto, depois de terem ficado pelo caminho os ralis dos Açores (adiado), Mortágua e Portugal (cancelados). Dissemos na altura e repetimos agora. Este é um ano Vintage no CPR! Há muito tempo que esta competição tem vindo a crescer de qualidade, pelo menos no topo da pirâ- mide, e mesmo com a pandemia cremos que Castelo Branco pode ser um exce- lente rali, já que a ‘fome’ de competição é muita e com o campeonato reduzido no seu número de provas há menos la- titude para erros. MESMOS CANDIDATOS Apesar de já ter havido uma prova, e por isso uma classificação de campeonato, vamos regressar à ordem do campeona- to anterior e por isso começar esta ante- MAIS FAVORITOS 17 > > a u t o s p o r t . p t visão pelos Campeões em título, Ricardo Teodósio e José Teixeira, a quem o Rali Serras de Fafe e Felgueiras não correu da melhor forma porque choveu muito e isso foi um problema para a dupla que não tinha testado nessas condições. O CPR regressa com uma prova que já ven- ceram no passado – único rali de asfalto que venceram nos últimos três anos - e por isso há que contar com eles para a luta pelo triunfo. Com a experiência acumula- da com o Skoda Fabia R5 nos últimos três anos, e com a mesma estrutura que os le- vou ao título em 2019, têm o que precisam para vencer, se bem que a concorrência é enorme e está igualmente muito forte. Já é assim há algum tempo e a dupla algar- via tem sabido sempre ir à luta. Bruno Magalhães e Carlos Magalhães foram segundos em Fafe e voltaram em 2020 com o Team Hyundai Portugal e com um i20 R5 mais evoluído. Sabendo-se que são fortes no asfalto, Castelo Branco foi uma prova em que o ano passado mar- cou o ponto de viragem já que se até aí as coisas não correram tão bem quanto esperava, daí para a frente ficou bastante mais forte ao ponto de Bruno Magalhães lutar pelo título até à última prova. Já não vai ter a vantagem do ritmo mais elevado que os adversários, porque não vai poder como tinha previsto disputar também o ERC, mas espera-se que esteja na luta. Em Fafe, face a um Armindo Araújo que esteve no seu melhor, lutou até ao último troço pelo segundo lugar, que conseguiu, começando por isso o ano com um resul- tado muito positivo. Já Armindo Araújo e Luís Ramalho sur- giram este ano com um novo projeto e correm agora com um Skoda Fabia Evo R5 Evo. Ligaram-se à The Racing Factory, uma estrutura que sendo nova já provou que está ao nível das melhores, não sen- do por aí que algo pode falhar, bem antes pelo contrário. Em Fafe realizaram uma excelente exi- bição, dominando por completo a prova e deixando claro que, apesar da saída da Hyundai, a sua candidatura a recuperar o título que ganhou em 2018 é uma pro- babilidade bem forte, pois a adaptação ao Skoda foi imediata, depois de alguns problemas com o Hyundai que até o ano passado era um carro difícil de afi ar. Conhecendo a valia do piloto, navegador e do carro, não se espera menos do que a luta novamente pelo título. E para já as coi- sas começaram de forma perfeita em Fafe. Já José Pedro Fontes e Inês Ponte não co- meçaram bem em Fafe, mas a história pode mudar um pouco para as próxi- mas provas, já que quis o destino que o calendário do CPR daqui para a frente contemplasse apenas seis provas, sen- do cinco delas em asfalto, terreno em que Fontes está um pouco mais à von- tade que na terra, sendo por isso – e já o seria também com o campeonato ‘nor- mal’ – um candidato ainda maior ao título nacional de 2020. Basta olhar para o que fez em Fafe, onde andou quase sempre longe dos lugares da frente. Agora, em Castelo Branco, vai para terrenos que lhe costumam ser bem mais favoráveis. As suas duas vitórias de 2018 e outras tantas em 2019 foram em asfalto, e por isso, com uma competição tão equilibrada, qualquer pormenor conta e por isso Fontes é ainda mais candida- to tendo em conta o calendário que tem pela frente. No lote das equipas que em teoria vão lutar pelos lugares da frente estão tam- bém Pedro Meireles e Mário Castro, que depois duma época de estreia difícil com o Volkswagen PoloR5 esperam este ano espantar os azares e tirar o máximo par- tido do bom carro que têm nas mãos. Mas não foi isso que sucedeu em Fafe já que logo a abrir, na PE2, Meireles e Castro de- sistiram com um problema mecânico no VW Polo. Caso não tenham problemas mecânicos são bem capazes de andar muito perto dos lugares da frente. Outra dupla com que se terá de contar para as lutas dos lugares da frente é João Barros e Jorge Henriques, que se estreiam em competição com o seu novo Citroën C3 R5. Resta saber como Barros se apre- sentará em Castelo Branco a nível de rit- mo e da adaptação que conseguiu nos testes ao C3, mas sendo Castelo Branco uma prova que gosta – e que já venceu, em 2016 – temos que contar com ele para as lutas mais à frente. SEGUNDO PELOTÃO Mas não é só o primeiro pelotão que é in- teressante no CPR, já que entre os con- correntes que lutam um pouco mais atrás há também bom equilíbrio. Neste 'plantel' do segundo pelotão destacam-se Manuel Castro e Miguel Correia. Manuel Castro regressou este ano à Skoda, uma marca com que já foi bem feliz no passado. Com Ricardo Cunha ao lado, o homem forte da Racing4You não tem tido épocas fáceis, mas este ano tem um novo trunfo que pode fazer mudar al- gumas coisas, o Skoda Fabia R5, carro que lhe pode permitir ascender a patamares mais altos. Para já, em Fafe travou uma boa luta com Miguel Correia e provavel- mente vamos ver mais do mesmo em Castelo Branco. Claro que este período de pandemia tirou-lhe ritmo, mas isso sucedeu com toda a gente. Agora, há que 18 CPR/C A M P E O N A T O D E P O R T U G A L D E R A L I S C A S T E L O B R A N C O continuar no processo de adaptação ao carro, conhecê-lo melhor e ganhar ritmo. Miguel Correia e Pedro Alves (Skoda Fabia R5) terminaram em quinto a prova de Fafe, depois duma prova em que tive- ram uma bela luta com Manuel Castro e Ricardo Cunha (Skoda Fabia R5) e vão prosseguir, agora no asfalto, a sua apren- dizagem e evolução, pois não foi ainda há muito tempo que largou o Renault Clio de duas rodas motrizes. Para correr a este nível este é um processo moroso, mas o jovem está a cumpri-lo da melhor forma. Paulo Neto e Vítor Hugo é outra dupla que enfrenta este ano um novo desafio já que saíram das duas rodas motrizes e correm agora de Skoda Fabia R5. Depois de mui- tos anos a correr nas duas rodas motrizes, agora será um desafio completamente novo e diferente, mas para o qual a dupla se tem vindo a preparar bem. Sabe-se que a transição não será fácil, o ritmo no CPR é elevado, mas logo se verá onde se inse- rem. Nas quatro rodas motrizes conta-se ainda com a presença da experiente dupla Carlos Martins/José Pedro Silva (Citroën DS3 R5) e também de André Cabeças e Bino Santos (Citroën DS3 R5), que este ano se mudaram para os RC2. NOVIDADE ABSOLUTA Uma grande novidade em Castelo Branco será a presença de Gil Antunes e Diogo Correia aos comandos do seu novo Dacia Sandero R4, do qual não existem refe- rências a nível nacional e essa incógnita joga a seu favor. Um mundo novo para explorar em 2020. Recorde-se que este KIT R4 FIA, desenvolvido pela Oreca, foi concebido para poder ser aplicado numa maior diversidade de marcas, e ao mes- mo tempo as equipas usufruírem de uma viatura competitiva com uma manuten- ção mais económica quando comparado com um R5. Paulo Caldeira e Ana Gonçalves têm fei- to apenas provas de asfalto no CPR e em Castelo Branco vão estrear o seu novo Citroën C3 R5. O Campeonato de duas rodas motrizes perdeu Gil Antunes e Paulo Neto, mas Daniel Nunes regressou, sendo que res- ta esperar para ver que plantel estará em Castelo Branco. Pedro Almeida e Hugo Magalhães marcam presença com o Peugeot 208 R2, mas depressa devem receber o 208 Rally4. Resta esperar para ver o que sucede em Castelo Branco, numa prova que pode ser bem diferente de Fafe já que o lote de fa- 19 > > a u t o s p o r t . p t voritos é maior. De resto, continua-se à espera de decisões defin tivas por parte das autoridades de Saúde, de modo a ser possível à FPAK oficializar e calendário e ajustar os regulamentos. Depois da paragem forçada pela pandemia mundial de Covid-19, o Team Hyundai Portugal já testou duas vezes, uma em terra outra em asfalto, em preparação para as restantes provas da época. Bruno Magalhães e Carlos Magalhães estão contentes pelo regresso: “Foi uma paragem longa, é muito bom estar de volta. No asfalto testámos algumas coisas com um filosofia um pouco diferente e estamos otimistas. Fizemos uma excelente fase de asfalto no ano passado, nos últimos quatro ralis discutimos sempre a vitória em todos eles. O Rali de Castelo Branco do ano passado foi um ponto de viragem pois discutimos o título até ao último troço. Este ano estamos a trabalhar bem, em Fafe o resultado foi bom, a exibição mais ou menos, mas o carro não estava a 100% e no recente teste que fizemos comprovámos isso mesmo. Agora já temos a configuração de terra para poder abordar o Rali dos Açores e já trabalhámos no asfalto. As sensações foram boas. Toda a gente está com muita vontade, o campeonato está competitivo, acho que no asfalto as forças Ricardo Teodósio e José Teixeira estão otimistas e prontos para o regresso do CPR. Depois de três meses sem ralis, está quase na altura de ligar o motor novamente: “Estamos todos com muita vontade de voltar a competir, foram meses de muita ansiedade e alguma frustração. Vamos regressar ao campeonato numa prova onde normalmente somos muito competitivos, pois ganhámos o Rali de Castelo Branco em 2018 e voltámos a lutar pela vitória O Rali de Castelo Branco marca o recomeço e José Pedro Fontes e Inês Ponte vão estar presentes no Citroën C3 R5 da Citroën Vodafone Team. As coisas não correram bem em Fafe, mas o Campeão Nacional de Ralis de 2015 e 2016 está confiante: “Espero que o regresso dos ralis e do campeonato nacional seja uma festa. Espero que todas as pessoas possam contribuir para o espetáculo, mas que tenham consciência das regras que temos a seguir. Para o rali, as nossas expetativas são altas. É um rali onde tenho bons resultados e que já venci algumas vezes. É muito bom voltar a pilotar nestes troços e voltar a fazer um rali de asfalto, algo que gosto particularmente.” Três meses passados após o Rali Serras de Fafe, e numa altura em que já há luz verde para o reinício do Campeonato de Portugal de Ralis, Armindo Araújo, Luís Ramalho e toda a estrutura da The Racing Factory estão prontos para o Rali de Castelo Branco: “Foi a primeira vez que conduzi o Skoda Fabia em asfalto e as sensações que tive, desde o início, foram as mesmas de quando o guiei nos primeiros testes em terra. O carro é muito equilibrado e a adaptação é muito rápida. A minha equipa preparou-me uma excelente afinação de base e a partir daí foi só adaptar alguns pontos ao meu estilo de condução. Estivemos em Vieira do Minho e no Viso e consegui, em JOSÉ PEDRO FONTES “EXPETATIVAS SÃO ALTAS, É UM RALI ONDE CONSIGO BONS RESULTADOS” ARMINDO ARAÚJO “O SKODA É MUITO EQUILIBRADO E A ADAPTAÇÃO FOI MUITO RÁPIDA” dois troços bem distintos, sentir-me com um bom ritmo. Agora queremos todos que chegue o mais rápido possível o dia para voltarmos a competir. Certamente que os meus adversários estarão tão motivados como nós, mas vamos para esta prova com o claro objetivo de sermos mais rápidos que eles. Vencemos este rali em 2019 e esperamos repetir o resultado este ano”, disse. ainda se equilibram mais, portanto tem tudo para ser novamente um grande campeonato”. “De resto, deixou de haver zonas espetáculo, que eram zonas de aglomerados de público, mas o Rali de Castelo Branco é um evento aberto que qualquer um pode ir ver, mas têm que cumprir as regras de distanciamento social. Este rali vai servir de exemplo, tem que correr bem, e nós próprios, os pilotos, vamos ter que dar o exemplo. Todos têm que ter bom senso pois é muito importante os ralis irem paraa frente, e não só os ralis, todas as outras modalidades, claro”, disse Bruno Magalhães que termina com uma mensagem para os adeptos: “Felizmente para todos os que gostam de ralis, as provas estão de volta e portanto neste momento é hora de quem realmente gosta de ralis unir-se e levarmos este desporto para a frente. E portanto, todos nós temos responsabilidade social, neste aspeto, seja pilotos, equipas ou público, e acho que todos temos que estar mais unidos do que nunca para ter o nosso desporto de volta pois isso é o mais importante”, concluiu. em 2019”, começou por dizer Teodósio, que está contente com o trabalho nos testes: “Fizemos o nosso trabalho de casa na procura de um bom set-up para o Skoda Fabia R5 Evo e por isso estou confiante. Agora, mais do que nunca, é importante percebermos que é fundamental seguirmos todos, desde pilotos, equipas, espectadores e demais intervenientes, as recomendações da Escuderia Castelo Branco e da FPAK, para que tudo corra bem neste regresso” BRUNO MAGALHÃES “É HORA DE QUEM REALMENTE GOSTA DE RALIS, UNIR-SE E LEVARMOS ESTE DESPORTO PARA A FRENTE” RICARDO TEODÓSIO “MUITA VONTADE DE VOLTAR A COMPETIR” 20 CPR/C A M P E O N A T O P O R T U G A L D E R A L I S C A S T E L O B R A N C O 21 > > a u t o s p o r t . p t Sem fazer ralis desde o Rali de Paredes do ano passado, João Barros regressa este ano no Rali de Castelo Branco, com Jorge Henriques ao lado, para a sua estreia com o Citroën C3 R5, carro que já testou e gostou. O ano passado vimo-lo no Rali Vinho Madeira, onde abandonou perto do fim – era para começar mais cedo mas um acidente no Rali de Ourense afastou-o de Castelo Branco – fazendo depois, no CPR, os ralis Terras d’Aboboreira, onde foi terceiro, e o Rali Vidreiro (6º), ambos com o Skoda Fabia R5: “Quero disputar alguns ralis para me divertir e para já tenho assegurado o Rali de Castelo Branco. Sempre que puder vou-me apresentar no pelotão”, disse, antes de assegurar que gostou do C3 R5. “Foi um boa surpresa, testei em terra e asfalto e gostei nos dois tipos de piso. É um carro bastante mais fácil de guiar do que parece. O foco principal é divertir-me, mas vou fazer o possível para andar o mais à frente que puder”, disse. A Escuderia Castelo Branco, contribuindo para o cumprimento das regras de distanciamento e pretendendo chegar a um maior número de público, volta a inovar e irá transmitir, através da sua página de Facebook, a primeira PEC do Rali de Castelo Branco, na tarde de sábado, tal como a apresentação do livro “55 Anos – Apontamentos” agendada para a noite de sábado. A inclusão de outros conteúdos ainda se encontra a ser estudada, mas vai existir uma forte aposta na utilização das plataformas digitais para que os aficionados possam seguir a prova com o máximo acesso. JOÃO BARROS “ANDAR O MAIS À FRENTE QUE PUDER” RALI DE CASTELO BRANCO EM LIVESTREAM A FPAK vai publicar o regulamento definitivo do CPR a qualquer momento, confirmando oficialmente a presença do Ralis dos Açores no calendário e a ausência do Rali Terras d’Aboboreira. A razão pela qual existe esta indefinição tem a ver com as necessárias respostas das entidades oficiais, no caso a Autoridade de Saúde Regional dos Açores, que ainda não colocou no papel a competente autorização. O governo Regional dos Açores já deu o aval à prova e só depois disso a FPAK pode publicar algo definitivo. Quando for anunciado oficialmente, será obviamente também conhecido o regulamento em termos de classificações, e restantes regulamentos, com o competente ajuste quanto ao número de provas que contarão para os resultados finais do campeonato. Assim sendo após Fafe, e depois de um interregno nos ralis de 126 dias, ou quatro meses e cinco dias, tudo recomeça na estrada a 4 de julho com o Rali de Castelo Branco. Logicamente, caso os Açores não avancem, reentra o Rali Terras d’Aboboreira, podendo haver um ajuste de datas. CPR 2020 FICA AÇORES, NÃO HÁ ABOBOREIRA GIL ANTUNES “ESTE CARRO DÁ-NOS SENSAÇÕES FANTÁSTICAS” Gil Antunes testou o seu Dacia Sandero R4 pela primeira vez em pisos de asfalto como preparação para o Rali de Castelo Branco e gostou. Ainda sem ter termos de comparação, o piloto de Sintra está motivado: “Não podia estar mais contente! O nosso primeiro teste em asfalto correu muito bem , andámos sempre a um ritmo bastante rápido e a nossa confiança no carro não podia estar melhor. A adaptação foi boa, fomos gradualmente aumentando o nosso ritmo, e embora não haja ainda termos de comparação foi muito boa a adaptação. As sensações foram boas, o carro tem uma estabilidade fantástica, suspensão, chassis, curva muito depressa, para nós é uma novidade, ainda só fizemos o Rali das Camélias num 4X4 mas estava a chover muito, mas este carro dá-nos sensações fantásticas. Os objetivos para Castelo Branco passam por aprender o carro e andar o melhor possível, tentarmos andar na frente dos duas rodas motrizes, e ver onde nos posicionamos no seio dos R5.” C/ C A L E N D Á R I O 4 E 5 DE JULHO RALI CASTELO BRANCO 6 A 8 DE AGOSTO RALI VINHO DA MADEIRA 28 A 30 DE AGOSTO RALI ALTO TÂMEGA 19 E 20 DE SETEMBRO AZORES RALLYE 9 E 10 DE OUTUBRO RALI VIDREIRO 13 A 15 DE NOVEMBRO RALI CASINOS DO ALGARVE Arranca este fim de semana em Castelo Branco a segunda prova do CPR 2020, um rali extremamente importante já que é o primeiro a realizar-se após o recomeço das competições. É preciso que tudo corra bem para se dar o exemplo, não vá o diabo tecê-las... 22 E stá tudo pronto para o ar- ranque da segunda prova do Campeonato de Portugal de Ralis, o Rali de Castelo Branco, que se realiza nos dias 4 e 5 de julho, sábado e domingo próximos. Começa na estra- da no sábado à tarde, termina cerca de 24 horas depois, após a realiza- ção de sete especiais. A prova conta para o Campeonato Portugal de Ralis, Campeonato Portugal Clássicos de Ralis, Campeonato Portugal Iniciados de Ralis, Campeonato Portugal RGT Ralis, Campeonato de Portugal R4-KIT de Ralis, Campeonato Centro de Ralis, Desafio Kumho e Challenge R2&YOU, mas mais importante que o que se vai passar na estrada – disso estamos perfeitamente descansados pois a Escuderia Castelo Branco já mostrou ser capaz de ser quase brilhante nas suas organziações – é tudo o resto que preocupa, por todos os motivos. É o primeiro ‘grande’ evento de es- trada que se vai realizar após estar o vigorar o Plano de Contingência da FPAK, aprovado pelas autoridades de saúde quanto à realização de provas ‘motorizadas’ em Portugal. Já divulgá- mos o Plano de Contigência, basta ir ao nosso site para ler em detalhe, se precisar, tudo o que é necessário fazer para cumprir as medidas necessárias. Espera-se, claro, que todos os envol- vidos no evento cumpram as regras de modo a tornar muito mais difí- cil a eventual transmissão do vírus. Convém não esquecer que depois de um período em que se pensou que a evolução dos gráficos da pandemia se manteriam sempre a melhorar, eis que o fim do período de estado de emer- gência, a que se seguiu o estado de calamidade, levou a que os números voltassem a crescer com o nervosis- mo das autoridades de saúde a ser evidente. Por isso muita cautela pois ninguém quer ouvir que a caravana do CPR foi ‘atacada’ pelo maldito vírus. De resto, e como se sabe, a federa- ção aprovou uma derrogação a al- guns artigos das Prescrições Gerais de Automobilismo e Karting, pelo que as verificações administrativas serão feitas antecipadamente por via eletró- nica, não há briefing presencial, será escrito, não vai haver shakedown/ qualifying pelo que a ordem de partida da 1ª etapa do rali será a atual classi- ficação do campeonato e não há tam- bém super-especial. Não há também distribuição de prémios/pódio e não há parque de assitência após a derra- deira especial com os concorrentes a rumar ao parque fechado após a derra- deira PE, que é também a Power Stage. E há uma questão que tem sidomuitas vezes questionada nas redes sociais? Não há público na prova? Oficialmente, não, mas ninguém vai impedir que os adeptos vão para os troços ver a prova. Têm é que o fazer de forma cautelosa, cumprindo o distanciamento social. Na verdade, não temos dúvidas que é bem mais fácil agora manter distância social, mesmo que de alguns amigos mais próximos do que eventualmen- te ter que mais tarde alguém que ficar sozinho numa cama de hospital. Pode parecer chocante, mas mais vale pre- venir do que remediar... DAR O EXEMPLO CPR/C A M P E O N A T O D E P O R T U G A L D E R A L I S C A S T E L O B R A N C O RALI DE CASTELO BRANCO H/ H O R Á R I O SÁBADO 4 DE JULHO 1ª ETAPA (1ª SECÇÃO) PARTIDA ‘DOCAS’ 15H00 ASSISTÊNCIA (CAMPO DA FEIRA) 15H08 PE1 VILAS RUIVAS 1 (16,31 KM) 16H21 PE2 FOZ DO COBRÃO (14,67 KM) 17H19 PE3 VILAS RUIVAS 2 (16,31 KM) 18H12 ASSISTÊNCIA (CAMPO DA FEIRA) 19H32 DOMINGO, 5 DE JULHO 2ª ETAPA (2 E 3ª SECÇÕES) ASSISTÊNCIA (CAMPO DA FEIRA) 9H38 PE4 DÁSPERA/SESMO/SALGUEIRAL 1 (12,24 KM) 10H51 PE5 STO. ANDRÉ DAS TOJEIRAS 1 (13,96 KM) 11H24 REAGRUPAMENTO 12H09 ASSISTÊNCIA (CAMPO DA FEIRA) 13H08 PE6 DÁSPERA/SESMO/SALGUEIRAL 2 (12,24 KM) 14H36 PE7 STO. ANDRÉ DAS TOJEIRAS 2 (POWERSTAGE) (13,96 KM) 15H09 23 > > a u t o s p o r t . p t A Escuderia Castelo Branco empenhou-se bastante para, nesta nova normalidade, poder levar para a frente a realização de uma das principais competições que realiza anualmente, o Rali de Castelo Branco. A alteração do contexto provocada pela pandemia, levou-nos a, em conjunto com a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, as autoridades regionais e com base nas indicações da Direcção-Geral de Saúde, adoptar uma série de medidas para que a actividade dos ralis pudesse retomar em Portugal. Estamos cientes do desafio que é colocar na estrada a primeira prova nestas condições. Mas queremos seguir as orientações à risca para que tudo corra pelo melhor e o Rali de Castelo Branco seja, para além da prova pontuável para vários CRÓNICA LUÍS DIAS DIRETOR DE PROVA “UM EXEMPLO DE ÉTICA DESPORTIVA E CIDADANIA” campeonatos, entre os quais, o Campeonato de Portugal de Ralis e o Campeonato Centro de Ralis, a ignição para o regresso da disciplina à normalidade possível. Na definição da edição deste ano, preparámos um rali com um formato mais condensado. Serão sete troços, realizados nos concelhos de Castelo Branco e de Vila Velha de Ródão nos dias 4 e 5 de julho. Para manter o distanciamento social obrigatório, optámos por não realizar a sempre especial “Super Especial Reconquista” que, habitualmente, reúne milhares de pessoas nas ruas de Castelo Branco para assistir à passagem dos concorrentes. Em 2020 também não haverá cerimónia de partida do rali, nem pódio final e respectiva entrega de prémios. Todas estas medidas foram tomadas para evitar o ajuntamento de pessoas. Nas especiais não foram criadas quaisquer zonas espectáculos para, mais uma vez, não ter aglomerados de espectadores. O parque de assistência, local onde as equipas se estabelecem durante a prova, terá, desta vez, acesso condicionado. Apenas os elementos das respectivas estruturas poderão estar neste espaço de trabalho. O processo de verificações também foi alterado. Se as técnicas têm de ser realizadas de forma presencial, as administrativas são feitas à distância, com os concorrentes a enviarem a documentação necessária para a organização da prova. Pedimos que quem se deslocar para o terreno, que o faça de forma cuidada e responsável. Solicitamos aos pilotos e às equipas que também tenham o máximo de responsabilidade e sejam os primeiros a dar o exemplo. É a saúde de todos que pode ser posta em causa e a Escuderia Castelo Branco quer que o Rali de Castelo Branco seja um exemplo de ética desportiva e cidadania. Conscientes de que serão três dias de desafios constantes, acreditamos que com o contributo de todos, o Rali de Castelo Branco possa ser uma marca na retoma dos ralis em Portugal e uma grande festa da modalidade, com um excelente espectáculo proporcionado pelos concorrentes que ao longo dos anos nos têm habituado a níveis de competitividade no Rali de Castelo Branco muito elevados. Durante o rali, serão feitas transmissões em directo, nos canais oficiais da Escuderia Castelo Branco (Facebook e Youtube), das classificativas. Com esta medida, será possível acompanhar a prova ao vivo mas à distância. Bom rali para todos! Abraço! N um ano em que nada é igual no mundo inteiro, dificilmente a Peugeot Rally Cup Ibérica 2020 poderia escapar incó- lume e nesse contexto a bem sucedida competição também teve que fazer ajustes, não só devido à introdução de um novo carro, o Peugeot 208 Rally4, mas essencialmente por todas as condicionantes que a pandemia criou um pouco por todo o lado. Portanto, muito naturalmente, a Peugeot Portugal e a Peugeot Espanha reestrutu- raram a terceira temporada da Peugeot Rally Cup Ibérica. A iniciativa que a Sports & You coloca no terreno reviu assim o seu calendário de 2020, que irá compor-se de quatro ralis, divididos por Portugal e Espanha, dois em cada país, palcos onde o novo Peugeot 208 Rally 4 fará a sua estreia competitiva. Nesta época de defeso mais alargada, a organização da Peugeot Rally Cup Ibé- rica revelou ter registado uma adesão significativa de equipas, que ainda não são conhecidas, o que vai em linha com o que se espera da competição já que, pelo que já se viu durante a apresentação do novo carro em Portugal, onde puderam guiar o carro inúmeros ‘pretendentes’ ao guiá-lo em competição e não só, este é um Troféu que tem tudo para dar certo, sendo que a competitividade do carro fica claramente acima do modelo que substitui, o Peugeot 208 R2. Neste contexto é já esperada a presença de Peugeot 208 Rally4 em Castelo Branco, sendo que o primeiro encontro competiti- vo de 2020 já está agendado para o final de agosto, com o Rali do Alto Tâmega, prova que marca o início à luta pelo aliciante prémio fi al, um programa oficial em 2021, em Portugal ou Espanha, aos comandos de uma unidade da categoria ‘R5’. TUDO EM ASFALTO Seguindo atentamente a evolução da si- tuação sanitária, a Peugeot Portugal, a Peugeot Espanha e a Sports & You deram continuidade aos preparativos para colo- 20 PEUGEOT 208 RALLY 4, QUATRO PROVAS Como seria de esperar a pandemia de Covid-19 obrigou ao encurtamento da Peugeot Rally Cup Ibérica 2020, competição que passa a ter quatro provas divididas por Portugal e Espanha. O novo Peugeot 208 Rally 4 é a grande novidade 24 car na estrada, logo que fosse possível, a terceira temporada da Peugeot Rally Cup Ibérica. Entretanto e na sequência das autorizações publicadas pelas Federações dos dois países, da retoma gradual das competições automobilísticas, a terceira época da copa organizada pela Peugeot Portugal e pela Peugeot Espanha arranca, como já referimos, no fi al de agosto, no Rali do Alto Tâmega, prosseguindo depois em Espanha, em setembro, com o Rally Princesa de Asturias/Ciudad de Oviedo. Regressa a Portugal em outubro para o Rallye Vidreiro Centro de Portugal e termina em Espanha, no fim de outubro, com o RACC Catalunya/Rally de España. Todas as provas são em asfalto. Segundo Helena Botelho, Diretora da Peugeot para Portugal e Espanha, “É José Luís Abreu jabreu@autosport.pt FOTOS AIFA/Jorge Cunha RR/ R A L I S PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA 2020 com natural satisfação que saudamos o regresso dos eventos desportivos e das provas de estrada, tendo todos os agen- tes envolvidos a necessária consciência das condicionantes deste regresso e do respeito dos protocolos para a proteção da saúde pública. Tal permite-nos iniciar, no fi al de agosto, a Peugeot Rally Cup Ibérica 2020. Tivemos que reconfigurar o trabalho que tínhamos feito de preparação desta copa, nomeadamente para o Vodafone Rally de Portugal, prova do WRC onde íamos fazer a estreia mundial do Peugeot 208 Rally4, mas agora, se todos respeitarem as medidas que têm que ser implemen- tadas, podemos olhar de novo para uma renovada temporada de ralis de 2020 e para a estreia deste promissor 208 Rally 4, que sucede ao 208 R2, modelo que se utilizou nas duas primeiras épocas da nossa copa ibérica.” Neste capítulo e entre as novidades desta- ca-se o calendário que encolheu a sua es- trutura habitual de seis eventos. “Iremos ter quatro ralis e, dadas as disponibilidades de eventos, a copa disputar-se-á exclu- sivamente em pisos de asfalto, contra o habitual equilíbrio com eventos em troços em terra”, afir a José Pedro Fontes, res- ponsável da Sports & You. “Iniciaremos a época no Alto Tâmega, rumando depois às Astúrias, regressando ao nosso país na Marinha Grande e terminando a presente época na Catalunha”. 25 20, 208 E 4 OS NÚMEROS DA SORTE As duas primeiras temporadas da Peugeot Rally Cup Ibérica foram um sucesso na Península Ibérica e nesse contexto a Peugeot Sport decidiu que as primeiras 20 unidades do novo 208 Rally 4, para utilização na temporada de 2020 seriam precisamente para Portugal e Espanha: “É, de facto, um enorme reconhecimento da qualidade e do potencial desta nossa iniciativa ibérica o facto da Peugeot Sport ter-nos disponibilizado as primeiras unidades da sua mais recente viatura de ralis, destinada a todos os que pretendam evoluir as suas capacidades ao volante de uma viatura que representa um salto significativo face ao anterior 208 R2, quer em termos de prestações, quer nos custos associados”, acrescentou Fontes. “No primeiro caso, como se demonstrou nos diversos testes de desenvolvimento entretanto realizados, entre os quais um em Celorico de Basto no final do ano passado, vários pilotos e convidados ficaram positivamente surpreendidos com o potencial de um modelo que, adicionalmente, apresenta custos de exploração bastante mais atrativos, em termos de preparação e de manutenção, numa clara vantagem em termos de budget necessário à participação na copa e à luta pelos títulos”. A pouco mais de dois meses do arranque da competição, “iremos entregar até ao final de julho 11 unidades do 208 Rally 4 e os restantes na primeira quinzena de agosto”, disse José Pedro Fontes, responsável da Sports & You. Para além da distribuição dos prémios por prova e por diversas categorias, a Peugeot Rally Cup Ibérica 2020 prevê um prémio final que se traduzirá num programa oficial para 2021, no Campeonato de Portugal de Ralis ou no Supercampeonato de Espanha de Ralis, aos comandos de um R5, viatura de competição do Groupe PSA Motorsport: “Para concluir, gostaria também de expressar um agradecimento muito especial a todas as entidades envolvidas nesta competição, nomeadamente os nossos patrocinadores e demais apoiantes, que se mantiveram connosco ao longo deste período muito difícil e exigente, permitindo que, neste momento, estejamos a preparar o regresso à estrada”, concluiu José Pedro Fontes. Informações adicionais serão prestadas atempadamente, aquando da publicação da regulamentação desportiva e técnica da Peugeot Rally Cup Ibérica 2020, podendo outras ser obtidas junto da Sports & You, pelo telefone 224160161 ou pelo email peugeotrallycupiberica@sportsandyou.pt. C/ C A L E N D Á R I O 28 A 30 AGOSTO RALI DO ALTO TÂMEGA ASFALTO PORTUGAL 10 A 12 SETEMBRO RALLY PRINCESA DE ASTURIAS – CIUDAD DE OVIEDO ASFALTO ESPANHA 9 A 10 OUTUBRO RALLYE VIDREIRO CENTRO DE PORTUGAL - MARINHA GRANDE ASFALTO PORTUGAL 24 A 25 OUTUBRO RACC CATALUNYA/RALLY DE ESPAÑA ASFALTO ESPANHA E mbora não haja provas há mais de três meses, o trabalho nos bastidores da FIA e dentro das federações nacionais em todo o mundo nunca parou e o regresso está agora mais perto. O calen- dário do WRC 2020 para a restante da temporada ainda está a ser fi alizado, o objetivo é realizar um mínimo de sete eventos no total da temporada para legi- timar os títulos, algo que exigirá um certo grau de flexibilidade, sendo necessário pensar fora da caixa e ser mais inovadores quanto à forma como se irão organizar os ralis no futuro. Como é que o Departamento de Ralis da FIA respondeu à Covid-19? “Antes de mais nada, temos estado dis- poníveis e recetivos aos organizadores, concorrentes e federações. Temos sido flexíveis e apoiantes e temos mantido um diálogo aberto com várias instituições para que tenhamos uma compreensão total de todas as questões, tais como restrições causadas por reuniões de massa, distanciamento social, medidas de quarentena, acesso às fronteiras, dis- ponibilidade de recursos a nível local e a capacidade dos organizadores e concor- rentes para fi anciar o seu rali e a sua participação, respetivamente.” Por que a flexibilidade é tão importante? “Precisamos de flexibilidade para im- plementar medidas relacionadas com formatos e regulamentos, bem como com a redução de custos. Estamos a chegar a um acordo em várias áreas, muito mais rápido do que no passado, porque todos estão a trabalhar juntos para o bem do desporto.” O calendário do WRC para 2020 continua em ‘stand by’. Porquê isso acontece? “O ADN dos ralis torna bastante complexa a organização de eventos sem público. Por isso, ligámos o processo de decisão às decisões governamentais. Como a evo- lução das políticas nacionais de saúde ainda é incerta, temos sido obrigados a levar algum tempo antes de agendar um novo calendário.” ESTAMOS PERTO DE CONSEGUIR UM CALENDÁRIO DE SETE PROVAS “ Yves Matton, Diretor de Ralis da FIA, continua a trabalhar para ultrapassar os efeitos da pandemia de Covid-19 nas provas de estrada e todo-o-terreno. Nesta altura procura-se o calendário possível face às restrições existentes em muitos países, esperando-se que seja possível que os ralis regressem 26 Quantos eventos o calendário do WRC 2020 vai ter? “A perspetiva mais realista é um calen- dário de sete eventos e estamos perto do conseguir. Ainda há muitos pontos de interrogação, mas tenho visto um grande empenho dos organizadores em fazer todo o possível para fazer parte do campeonato. Temos visto o mesmo nos outros campeonatos, como o ERC, e o enorme trabalho que os organizadores do Rally di Roma Capitale, por exemplo, têm feito através do desenvolvimento de um aplicativo social de distanciamento para poderem organizar o seu evento.” Há alguns dos aspetos positivos nesta crise? “Todas as partes interessadas estão real- mente a trabalhar em conjunto porque José Luís Abreu jabreu@autosport.pt FOTOS @World/André Lavadinho EE/ E N T R E V I S T A ENTREVISTA YVES MATTON todos compreendem muito bem que estamos no mesmo barco. Mais do que no passado, há a mesma abordagem de todos, porque o sucesso dos campeonatos e a sustentabilidade dos ralis é o que mais importa. A situação exige que tenhamos uma mente mais aberta do que no passa- do. Seria uma loucura não tentar coisas diferentes em termos da forma como organizamos os eventos. Por exemplo, se conseguirmos levar a WRC de volta aos EUA, não poderemos aplicar 100% do formato de um evento europeu aos Estados Unidos, pelo que é hora de sermos inovadores e de pensarmos no futuro.” A Covid-19 irá atrasar o início da era do Rally1 e o uso de tecnologia híbrida? “Nós mantemo-nos fiéis ao plano e à linha de tempo. Com certeza, em relação ao compromisso dos fabricantes para 2022, vamos olhar para agosto em vez de junho para assegurar isso. Mas se nos atra- sarmos dois meses, depois de uma crise de três meses, não é muito mais do que esperávamos. Todos os fabricantes estão a trabalhar arduamente no carro de 2022. Há um grupo de trabalho semanal sobre os regulamentos técnicos para responder a todas as perguntas que os fabricantes têm. Quando se começa a projetar um carro, é também o momento em que as questões surgem. Também realizamos uma reunião semanal com o Promotor do WRC e os fabricantes, a fimde manter um bom nível de comunicação.” 27 PONTO DA SITUAÇÃO DO CALENDÁRIO O calendário do WRC 2020 continua