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Produtos e Serviços Financeiros Prof. Silvio Ferreira de Souza 2 Sumário Introdução ................................................................................................................... 3 UNIDADE I .................................................................................................................. 4 Origem dos Bancos ..................................................................................................... 4 Tipos de Bancos .......................................................................................................... 6 Serviços Bancários ...................................................................................................... 6 Serviços de Pagamentos ......................................................................................... 6 Serviços de Recebimentos .................................................................................... 10 Transferência de Valores ....................................................................................... 12 Cartão de Crédito .................................................................................................. 13 Prestação de Serviços ........................................................................................... 15 Custódia de Valores .............................................................................................. 15 Fiança Bancária ..................................................................................................... 16 Seguro ................................................................................................................... 16 Operações Passivas ................................................................................................. 17 Depósito à vista ..................................................................................................... 17 Depósitos a prazo .................................................................................................. 18 Títulos .................................................................................................................... 19 Fundos de Investimento ........................................................................................ 21 Previdência Privada ............................................................................................... 24 UNIDADE II ............................................................................................................... 25 Operações Acessórias .............................................................................................. 25 Área Internacional ..................................................................................................... 33 Tipos de Financiamento destinados à compra de imóvel .......................................... 35 Taxa de juros ............................................................................................................. 36 Tipos de financiamentos destinados à compra de automóvel ................................... 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47 3 Introdução Para se compreender a gama de produtos e serviços oferecidos pelos bancos na atualidade, é importante que se conheça como se deu o surgimento destas instituições, que muitas delas, possuem patrimônio correspondentes ao PIB de muitos países. Assim o texto foi estruturado, de forma que o leitor tenha o aspecto histórico do surgimento dos bancos e o seu desenvolvimento. Em seguida, são apresentados os principais produtos e serviços oferecidos pelos bancos. Conhecer as características desses produtos e serviços bancários possibilita ao investidor ou tomador de recursos escolher acertadamente o produto ou serviço que melhor atenda à sua necessidade. Como a economia é dinâmica, e possui ciclos de expansão, estagnação e recessão, os produtos e serviços bancários acompanham o dinamismo econômico. Por isso, é importante acompanhar o mercado financeiro, pois em determinados momentos, alguns produtos se mostram atraentes, noutros momentos, nem tanto. Perceber o contexto econômico e conhecer os produtos e serviços bancários, faz toda a diferença para se maximizar os ganhos financeiros, na condição de investidor, ou reduzir os desembolsos quando se está na condição de tomador de recursos. Na Unidade I, se trata da origem e classificação dos bancos. Identifica-se os agentes que podem se valer dos produtos e serviços bancários e se relaciona as operações passivas e ativas dos bancos. Na Unidade II, se trabalha com as operações bancárias acessórias, dentre elas, o banco virtual, o dinheiro de plástico e cartões de crédito. 4 UNIDADE I Origem dos Bancos Há muitos e muitos anos atrás, as pessoas não precisavam de dinheiro. Elas viviam reunidas em pequenos grupos que por vezes se restringia a uma única família. Sobreviviam com a caça e a vegetação existentes na região que habitavam. Com o passar dos anos, outras famílias foram se aproximando e assim surgindo pequenas comunidades. Assim, se tinha famílias que plantavam, outras caçavam, outras pescavam. As famílias que plantavam, propunham trocar o seu excedente, por peixes ou pelos animais caçados. As que pescavam, da mesma forma, trocavam o seu excedente pelos alimentos e ou frutas cultivadas. A essas trocas de um bem por outro, deu-se o nome de escambo. Deve-se ter em mente que não era tão simples. Considere que para conseguir se trocar uma porção de grãos por peixes, os desejos das partes tinham de ser coincidentes. Ou seja, quem possuía os grãos tinha que ter o desejo por peixes, e este o desejo por grãos. Ou ainda, uma família que plantasse laranjas e outra que plantasse maçãs. A que plantou laranja tem o desejo de adquirir maçãs, para isso dependerá que o produtor de maçãs também tenha o desejo de laranja, do contrário, a troca não ocorreria. E havia ainda outra dificuldade, pois mesmo que existisse a coincidência de desejos, como estabelecer as quantidades e os termos de troca desejados. E quando não havia a coincidência de desejos, por exemplo, quem possuía as maçãs, não desejava trocá-las por laranjas, mas por açúcar. O produtor de laranjas, que queria as maçãs, teria que procurar alguém que tivesse açúcar e o quisesse trocar por laranjas e depois ir obter as maçãs. Assim, à medida que aumentavam os produtos disponíveis nos mercados, a prática do escambo tornou-se cada vez mais difícil. A evolução da sociedade impôs a necessidade de se facilitarem as trocas e, como aperfeiçoamento desse processo, surge a moeda. Assim foi que as pessoas da época adotaram um único produto que, pela sua raridade, poderia ser um referencial de trocas. Muitos foram os produtos aceites como referencial de troca, desde o gado, o azeite, escravos, sal, entre outros. À medida que as comunidades cresciam e aumentava a troca entre diferentes povos, os metais – especialmente os metais preciosos, como a prata e o ouro – começaram a ser utilizados como instrumento de troca para facilitar o comércio. O ouro e a prata facilitavam as transações pois podiam ser divididos em pequenas partes, além é claro, de serem desejados, posto que eram de difícil extração. Logo que foi estabelecido que o ouro e a prata seriam as moedas de troca, os primeiros comerciantes viajavam carregando sacos com os metais e algumas 5 balanças, com as quais pesavam a quantidade necessária de metal para comprar ou vender mercadorias. Mas era muito dificultoso carregar pois os metais eram pesados. Assim foi que surgiram as primeiras moedas – peças de ouro ou de prata, ou uma combinação dos dois metais. Nelas eram inscrito seu valor, eram marcadas, também, com os nomes, desenhos ou legendas dos governantes que as faziam circularem seus domínios. Mas sair com um saco de moedas para comprar mercadorias não era boa ideia. As estradas estavam cheias de ladrões e bandidos. Então, os comerciantes encontraram uma solução. Começaram a depositar suas moedas em casa de uma pessoa em quem confiavam: o ourives, que era o encarregado de trabalhar com o ouro e com os outros metais nobres. Ali suas moedas estariam seguras. Em troca das moedas que lhe davam para guardar, o ourives entregava um recibo no qual prometia devolvê-las quando o dono as pedisse. Sempre que comprava mercadorias, o comerciante ia à casa do ourives para retirar parte de suas moedas. Por sua vez, o dono da mercadoria recebia as moedas do comerciante e também as depositava na casa do ourives. Assim surgiu o primeiro formato do que se conhece hoje por cheque. Os ourives também eram consultados por reis sobre quem tinha ouro e prata guardado com eles, que pudessem emprestar. Surge daí a oportunidade de o ourives ser o intermediário entre quem possuía recursos e quem precisa dos recursos. Ou seja, a principal função do banqueiro. No mundo contemporâneo, quase tudo tem um preço. Se deseja adquirir um caderno, deve-se pagar o valor que o vendedor cobra, o mesmo acontece com os alimentos, a roupa, a casa, o carro, dentre os outros bens e serviços. Constata-se que tudo tem um preço e esse é medido em termos de dinheiro. Mas pode-se também optar por guardar o dinheiro e usá-lo de outras maneiras. As pessoas que trabalham recebem em troca do seu trabalho o equivalente em dinheiro. Esse pagamento é denominado de salário; é com esse salário que as pessoas vão pagar os seus gastos com alimentação, roupa, alojamento, escola, água, luz e as restantes coisas de que necessitam. Se depois de todas as despesas ainda lhes sobrar algum dinheiro, então elas podem guardá-lo num banco, sob forma de poupança para gastos futuros. Esses gastos podem incluir a compra de um carro novo, uma viagem de férias, uma ida ao médico, ou mesmo a criação de um novo negócio, para assim ganhar mais dinheiro. Como dito acima, os ourives da época, e na atualidade os bancos, recebem muito dinheiro para guardar. Esse dinheiro que guardam, oferecem às pessoas que precisam. É nesta dinâmica que surgem os produtos e os serviços oferecidos pelos bancos. Antes de estudar os produtos e serviços oferecidos pelos bancos, importante conhecer os tipos de bancos. 6 Tipos de Bancos Conhecer as várias modalidades de banco, permite ao investidor ou ao tomador de recursos aquele que melhor atenderá sua necessidade. Assim, identifica-se o tipo de banco e os tipos de serviços que oferece. Banco Comercial: surgiu no Renascimento. Oferecem serviços de pagamentos, empréstimos e financiamento, transferência de valores, depósitos e contas corrente e poupança. Exemplos deste tipo de banco no Brasil, são Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Banco de investimento: como o próprio nome sugere, são Instituições especializados e têm como principal objetivo alocar o capital de seus clientes, sejam pessoas físicas ou jurídicas nos mais diversos investimentos. a aplicarem o seu capital nos mais diversos tipos de investimento, que serão apresentados no item “produtos bancários”. Ao contrário dos bancos comerciais, os bancos de investimento não recebem depósitos. Oferecem serviços como private banking, wealth managemen, asset management, e investment banking. Como exemplo, cita-se o Goldman Sachs, JP Morgan Chase, BTG Pactual, Credit Suisse, Bradesco BBI e o Itaú BBA. Banco de desenvolvimento: é o banco que tem por objetivo principal financiar, normalmente a uma taxa de juros inferior à do mercado, projetos cuja finalidade é promover o desenvolvimento econômico de uma determinada região ou grupos de países. Banco misto: também conhecido por Banco Múltiplo, é aquele que junta as funções de banco comercial e banco de investimento. Pode ser público ou privado, com pelo menos duas carteiras, sendo uma delas comercial ou de investimento. Basicamente todos os grandes bancos brasileiros são bancos múltiplos, posto que, possuem carteiras comerciais e também atuam no negócio de investimentos. Conhecidos os tipos de bancos, vamos conhecer os serviços que são oferecidos por eles. Serviços Bancários Serviços de Pagamentos No seguimento bancário um pagamento é definido como a transferência de recursos de uma pessoa, chamada de pagador, para outra pessoa, chamada de recebedor. Os instrumentos de pagamento são classificados em ordens de débito e em ordens de crédito. Na ordem de débito, o comando do pagamento é iniciado pelo beneficiário, ou seja, quem está a receber o benefício, por exemplo, o cheque, cujo processo de liquidação é iniciado pelo beneficiário que no caso é o portador. A ordem de crédito é iniciada pelo pagador, como exemplo considere a Transferência Eletrônica Disponível – TED e o Documento de Crédito – DOC. 7 Os pagamentos em papel consistem, basicamente, nas transações realizadas com cheque ou com papel-moeda e envolvem custos associados à produção, ao transporte e ao processamento físico dos documentos. Já os pagamentos eletrônicos são as transferências de recursos do pagador para o beneficiário por intermédio da utilização de um instrumento eletrônico. A utilização de instrumentos eletrônicos de pagamento requer a existência de canais de distribuição que são a infraestrutura para a captura e processamento das transações. Os canais de distribuição podem compreender as agências bancárias, os terminais de autoatendimento – ATM, as redes de terminais de captura para cartões de pagamento – POS e o canais de acesso remoto (computadores pessoais, telefones etc). Essa infraestrutura é disponibilizada por instituições financeiras, prestadores de serviços de pagamento e estabelecimentos comerciais. O apreçamento do instrumento de pagamento pode ser feito diretamente, sob a forma de tarifas, ou indiretamente, com o seu custo embutido na remuneração oferecida a depósitos e a aplicações. Do ponto de vista da escolha do instrumento de pagamento pelos consumidores e pelas empresas, deve-se considerar, ainda, a relação entre o custo de se utiliza o instrumento e o risco de perda ou de fraude associado à transação. Outros fatores, como comodidade, disponibilidade, prazos de liquidação, aceitabilidade e viabilidade técnica de substituição por outro instrumento, também influenciam a sua escolha. Do lado da oferta de instrumentos de pagamento, um importante fator a ser considerado é o nível de cooperação existente entre os diversos prestadores de serviços de pagamento, sistemas de liquidação e instituições financeiras no desenvolvimento e na operação de redes compartilhadas para acesso aos canais d distribuição dos instrumentos de pagamento e aos sistemas de liquidação das transações. Na realização de pagamentos de varejo, são utilizados, basicamente, cinco instrumentos que possuem diferentes características no que diz respeito à natureza das transações, às partes envolvidas, aos prazos de liquidação e às formas de compensação, por exemplo: moeda manual, cheque, transferência de crédito, débito direto e crédito direto, cartões de pagamento débito, crédito, pré-pago e private label. Moeda manual são os pagamentos realizados por intermédio de papel-moeda e moeda metálica, estão relacionados, em geral, a transações de baixo valor. Apesar de crescente uso de outros instrumentos, a moeda manual ainda tem grande aceitação como meio de troca, devido às suas características exclusivas, por exemplo, o anonimato do pagador, a ausência de risco de crédito, e liquidação imediata e final do pagamento, sem intermediário. 8 Apesar dos custos de transporte e de segurança, continua vantajoso, para os estabelecimentos comerciais, o recebimento em moeda manual, pois os custosrelativos diretos são baixos se comparados aos demais instrumentos de pagamento, sobretudo os custos relacionados à inadimplência, no caso do cheque, e à infraestrutura e tarifas, no caso de cartões de pagamento. Do ponto de vista dos clientes, a utilização da moeda manual, além de não ter custos diretos, tornou-se mais cômoda com o desenvolvimento das redes de ATM, (caixas eletrônicos) que diminue o custo de deslocamento, aumentando a comodidade. No Brasil, o Banco Central é o emissor privativo de papel-moeda e de moeda metálica. A produção e a distribuição da moeda manual no Brasil envolvem os seguintes agentes: Casa da Moeda do Brasil (CMB): produz a moeda manual; Banco Central do Brasil (Bacen): emite a moeda após a aquisição da CMB, fornece numerário e recebe depósitos da rede bancária; Rede bancária: saca e deposita numerário junto ao Bacen ou ao custodiante para atender aos saques e aos depósitos do público, e Público: empresas e indivíduos que fazem circular o dinheiro no País, por meio das transações que realizam. O fluxo ocorre da seguinte forma: o Banco Central solicita a fabricação de moedas e notas. A Casa da Moeda do Brasil fabrica, o Banco Central emite, os Bancos estocam e distribuem, e o Público utiliza. Cartão de Débito é o instrumento eletrônico de pagamento que permite o pagamento de bens e serviços por meio de débito, no ato da compra, na conta bancária de seu portador. É emitido pela instituição financeira onde o seu portador mantém conta e pode ser utilizado nos estabelecimentos comerciais associados ao prestados de serviços de pagamento, denominado de credenciador ou adquirente. Os agentes envolvidos em uma transação com cartão de débito são os seguintes: Banco emissor: instituição financeira que emite o cartão e efetua o débito na conta corrente do portador ou titular; Portador: pessoa física ou jurídica titular da conta bancária vinculada ao cartão de débito. É quem autoriza o débito junto ao banco emissor; Credenciador ou adquirente: agente encarregado do credenciamento dos estabelecimentos comerciais, da instalação e manutenção de terminais para captura de dados e do processamento eletrônico das transações. No Brasil o credenciador também é responsável pela apuração do resultado multilateral das instituições financeiras para liquidação; Administradora: detentora de todos os direitos e deveres da utilização da marca, podendo também, exercer as funções de emissor; Estabelecimento: pessoa jurídica fornecedora de bens ou serviços, credenciada pelo credenciador e apta a receber pagamento com cartão de débito, dispondo, para tal, dos equipamentos necessários à captura eletrônica e à transmissão das informações para o débito na conta corrente do portador; 9 Banco destinatário: instituição financeira onde o estabelecimento mantém sua conta correte; Sistema de liquidação: sistema na qual as transações com cartão de débito, envolvendo transferências interbancárias, são compensadas e liquidadas. No Brasil, a liquidação interbancária de pagamentos efetuados por meio de cartão de débito ocorre, em geral, no dia útil seguinte ao da transação. Os credenciadores calculam os resultados multilaterais que são liquidados no Banco Central por meio do STR. Assim, o crédito na conta corrente do estabelecimento pode ocorrer a partir do dia útil seguinte ao da transação comercial. A captura, a compensação e a liquidação de uma transação com cartão de débito ocorrem da seguinte forma: No ato do pagamento, o portador apresenta o cartão de débito em estabelecimento credenciado. Nesse momento, os dados gravados no cartão e as informações do pagamento são lidos e transmitidos para o credenciador, que envia as informações para o banco emissor. O banco emissor valida a senha, consulta a disponibilidade de saldo na conta corrente do portador e em seguida autoriza a operação. Obtida a aprovação do banco emissor, o credenciador retorna a informação ao estabelecimento para a emissão do comprovante de venda. Nesse momento, ocorre a captura dos dados para a liquidação interbancária das transações e o débito na conta corrente do portador. Caso a transação não seja aprovada, o credenciador retorna essa informação para o estabelecimento. No dia seguinte, o credenciador apura o resultado multilateral e informa aos bancos participantes sua posição credora ou devedora. No horário de liquidação, os bancos com posição devedora efetuam as transferências de crédito para os bancos recebedores. Cheque: é uma ordem de pagamento a vista, em papel, do emitente para o Banco onde ele tem conta corrente para pagar determinada quantia, em dinheiro, ao beneficiário. Os agentes envolvidos em um pagamento com cheque, desde a emissão até a liquidação financeira interbancária, são os seguintes: emitente – pessoa física ou jurídica, detentora de conta corrente, que emite o cheque; beneficiário – pessoa física ou jurídica favorecida pelo pagamento que apresenta o cheque diretamente ao banco sacado ou o deposita no banco em que tem conta corrente; banco acolhedor – banco no qual o beneficiário tem conta corrente e deposita o cheque; banco sacado banco no qual o emitente possui a conta corrente; sistema de compensação efetua a compensação das transações com cheques; sistema de liquidação efetua a liquidação financeira das transações com cheques. O que se sabe é que os primeiros cheques impressos o foram por Lawrence Childs na Inglaterra no ano de 1762. O primeiro país que legislou sobre o cheque, foi a França, com a Lei de 14 de junho de 1865. Na Inglaterra, onde se expandiu mais rapidamente, a legislação especifica só foi baixada em 18 de agosto de 1882. No Brasil, a primeira referência ao cheque apareceu em 1845, quando se fundou o Banco Comercial da Bahia. Contudo, somente em 1893, pela Lei 149-B é 10 que surgiu a primeira citação referente ao cheque, no seu artigo 16, letra a, vindo o instituto a ser regulamentado pelo decreto 2.591 de 7 de agosto de 1912. Os cheques são padronizados conforme dispõe a Resolução 885/83 do Conselho Monetário Nacional – CMN, sob risco de penalidade em caso de não cumprimento do que está estabelecido. Os cheques possuem prazo para ser descontados. Após referidos prazos são prescritos, ou seja, não podem mais ser compensados. Os prazos de prescrição de cheques são os seguintes: cheques pagáveis na mesma Praça de emissão: 30 dias + 6 meses; cheques pagáveis nas Praças diversas da emissão: 60 dias + 6 meses. Os prazos são contados a partir da data da emissão, e uma vez vencidos, não podem mais transitar no sistema de compensação, COMPE. Cheque Administrativo: é um produto disponibilizado para venda aos clientes, sendo emitido mediante pagamento em espécie ou débito em conta corrente, com a finalidade de transferir recursos ou liquidar compromisso. São cheques próprios da instituição e não são considerados cheques, conforme a Lei do Cheque e são classificados no grupo de contas de Ordem de Pagamento. Pagamento a Fornecedores: é o serviço destinado a pagamento de obrigações de clientes e seus respectivos fornecedores. Podem ser pagos documentos diversos através das seguintes formas: Via compensação (deverá ser fornecido o boleto); Via crédito conta corrente (quando cedente for correntista); DOC; TED; Cheque administrativo. Folha de Pagamento: é o serviço para efetuar o pagamento de salário aos funcionários de empresas, por meio de crédito em conta corrente e conta salário. Trata-se de uma solução automatizada para abertura das contas dos empregados. O pagamento ao favorecido do salário pode ser efetivado em modalidades tais como: crédito em conta corrente, crédito em conta de poupança, DOC e TED. O agendamento de pagamento pode ser feito para até 180 dias. Esse serviço oferecido pelo banco gera economia para a empresa, praticidade e conforto para os seusempregados, com o fornecimento de holerite, que pode ser obtido em qualquer Terminal de Autoatendimento ou pela internet. E há vantagens para o empregado, tais como: empréstimos pré-aprovados com taxas diferenciadas, tais como Crédito Direto ao Consumidor – CDC e crédito consignação (onde os descontos são feitos diretos na folha de pagamento). Serviços de Recebimentos Depósito Identificado: é uma prestação de serviço onde o depositante é identificado através de um código que podem ser efetuados auto conferência, de forma personalizada ou por meio de CPF, CNPJ e CPF/CNPJ. Ideal para grandes empresas, que pode obter os dados dos depósitos efetuados, por intermédio de 11 informações contidas no extrato de conta corrente, arquivo eletrônico, aviso de lançamento e consultas pelos canais de atendimento. Objetiva atender os clientes pessoas físicas, jurídicas e governos, principalmente, comércio atacadista e varejista que faz vendas por telefone e outros. Cobrança Bancária: Prestação de serviços que permite a cobrança de valores oriundos de vendas mercantis ou de prestação de serviços a partir da emissão de boletos bancários representativos de títulos de emissão ou propriedade de cliente. Pode ser registrada quando o Banco mantém em seu sistema todos os dados dos títulos, podendo acatar instruções de envio a cartório, prorrogação, etc, e sem registro, quando o Banco não mantém em seu sistema os dados dos títulos emitidos, aguardando a liquidação e a informa ao cliente. O pagamento por parte do sacado pode ser realizado em toda rede bancária do País. As modalidades são: Simples: cobrança através de envio de borderôs com respectivos títulos ou duplicatas; Escritural: cobrança sem envio ao Banco de documento físico, duplicata ou título. O registro é efetuado através de teleprocessamento. Curto prazo: cobrança através do fornecimento pelo Banco de boletos confeccionados parcialmente, sendo o preenchimento aos demais campos e a distribuição ao sacado efetuados pelo cliente. O registro dos títulos será feito através do envio da última via dos boletos à agência através de borderô abrangendo somente praças do Banco. Arrecadação e Recolhimento: recebimento de obrigações de clientes, para com concessionárias públicas, o fisco Municipal, Estadual ou com o Governo Federal, com os quais o Banco mantenha convênio firmado. As arrecadações e recolhimentos a título de exemplo, são os seguintes: - Contas de consumo: água, energia elétrica, telefone, gás, etc; Municipais IPTU; ISS; Taxas diversas; ITBI. Estadual Guia de Arrecadação Estadual – GARE; IPVA; ICMS, ITCMD. Federal Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF, compreendendo impostos/contribuições: IPI, IRPF, IRPJ, Contribuição Social, Imposto de Exportação e Importação, COFINS, PIS/PASEP, Imposto Territorial Rural, IOF, Documento de Arrecadação do Simples Nacional – DAS, INSS, FGTS, DPVAT, dentre outras. Débito Direto Autorizado (DDA): É uma plataforma tecnológica centralizada e integrada que viabiliza a apresentação eletrônica de boletos de pagamento. Com o DDA os clientes das instituições financeiras podem acessar suas contas a pagar, por meios digitais (internet, smartphone, celular, caixa eletrônico), sem que precisem recebe-las impressas. Todas as contas recebidas por boleto bancário impresso, tais como de mensalidade escolar, plano de saúde, taxa de condomínio e de financiamento imobiliário, podem ser cadastradas no DDA. As empresas que efetuam a cobrança (cedentes) devem registrar os boletos de pagamento no DDA junto à instituição financeira de seu relacionamento para que o cliente cadastrado ou sacado 12 eletrônico possa visualizá-los. O débito das contas acessadas não é automático. O pagamento que poderá ser imediato ou agendado por meios eletrônicos, somente é efetuado mediante autorização do cliente. Transferência de Valores Transferência entre contas: Documento de Crédito – DOC, é uma ordem de transferência de fundos interbancária, por conta ou a favor de pessoas físicas ou jurídicas, clientes de instituições financeiras, que somente pode ser remetida e recebida pelos Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos com carteira comercial e pela Caixa Econômica Federal, participantes do Sistema de Compensação e de Liquidação, aprovados pelo Banco Central do Brasil. Só poderá ser emitido DOC de valor até R$ 999,99. Acima desse valor, as transferências se realizam por meio da TED – transferência Eletrônica Disponível. Tipos de DOC Modelo D – destina-se à transferência de recursos entre contas de mesma titularidade. Modelo E – destina-se à transferência de recursos entre contas de titularidades diferentes. Sobre a remessa de DOC incide a tarifa de serviços. Ordem de Pagamento Transferência Eletrônica Disponível – TED são transferência de recursos de um banco para outro cujo o valor está disponível para uso, assim que o banco destinatário receber a mensagem de transferência. Tipos de Transferência Transferência entre contas de mesma titularidade; Transferência entre contas de diferentes titularidades; Transferência de conta cliente para instituição financeira; Transferência de instituição financeira para conta cliente; Transferência de recursos para depósito judicial; Transferência de recursos envolvendo contas de investimento; Débito Automático: é o serviço de agendamento e pagamento de contas de consumo e outros, diretamente em conta corrente ou poupança, por intermédio do processamento de informações transmitidas ao Banco, via arquivo, pelo Órgão, Empresa e Concessionária. O cliente autoriza, por intermédio do Órgão, Empresa, Concessionária ou Banco, a promover o Débito Automático de seus compromissos em sua conta corrente ou poupança no Banco, sem nenhum custo adicional. Na data do vencimento, o Banco efetua o débito na conta do cliente, que tem como comprovante de pagamento o próprio extrato bancário. As empresas prestadoras de serviços, após receberem autorização de seus clientes, encaminham periodicamente aos bancos conveniados os valores a serem debitados nas contas de seus clientes. 13 No Brasil, os pagamentos com a utilização do débito automático são realizados, em sua maioria, no ambiente interbancário, onde o banco sacado e o banco destinatário são a mesma instituição, processando-se por transferência entre contas do cliente e da empresa. Os envolvidos em uma transação de débito automático são: Empresa – pessoa jurídica fornecedora de bens ou prestadora de serviço que firma contrato com instituição financeira para recebimento por meio de débito automático; Cliente – pessoa física ou jurídica que autoriza o débito automático em sua conta de depósito; Banco sacado – banco no qual serão debitados os fundos do cliente; Banco destinatário – banco que recebe os fundos oriundos do banco sacado, para posterior crédito na conta de depósito da empresa. Cartão de Crédito Cartão de Crédito é o instrumento de pagamento eletrônico de varejo que permite o seu portador adquirir bens e serviços nos estabelecimentos credenciados, além de possibilitar a realização de saques nos caixas automáticos da rede conveniada. Para isso, o portador dispõe de um limite de crédito para cobrir despesas de compras e saques em espécie. Em geral, o cartão de crédito é adquirido junto a um banco que, em parceria com as administradoras de cartões, realiza a sua venda, efetua a entrega ao portador, gerência o crédito e faz a cobrança das faturas. O cartão também pode ser oferecido diretamente pela administradora. A relação jurídica entre o emissor do cartão e o portador é regida por um contrato de adesão. Na avaliação da solicitação do cartão de crédito, feita pela administradora do cartão ou pelo banco emissor, é utilizada metodologia de pontuação, que busca mensurar, principalmente, a capacidade de pagamento do proponente.Com base nos resultados (pontos) é tomada a decisão quanto à emissão do cartão e, se aprovado, estabelecido o limite de crédito correspondente. O portador do cartão recebe, mensalmente, a fatura na qual estão demonstradas as despesas efetuadas, podendo efetuar o pagamento pela sua totalidade, sem a incidência de juros, ou optar pelo pagamento parcial, respeitado o valor mínimo, financiando o restante até o vencimento da próxima fatura. No mercado, o financiamento do saldo devedor é conhecido como crédito rotativo. Os envolvidos em uma transação com cartão de crédito são: Emissor – instituição, geralmente bancária, que emite o cartão e efetua a cobrança e o recebimento dos recursos do portador; Portador – pessoa física ou jurídica portadora do cartão; Credenciador ou adquirente – agente encarregado do credenciamento de estabelecimentos comerciais, da instalação e da manutenção de terminais para captura e transmissão dos dados das transações eletrônicas; 14 Administradora – detentora de todos os direitos e deveres da utilização da marca, podendo também exercer as funções do emissor; Estabelecimento – pessoa jurídica fornecedora de bens ou serviços, habilitada pelo credenciador para receber pagamentos com cartão de crédito, dispondo, para tal, de equipamentos necessários à captura eletrônica e à transmissão das informações; Destinatário – instituição financeira onde o estabelecimento mantém sua conta corrente; Sistema de liquidação – sistema no qual as transações com cartão de credito, envolvendo transferências interbancárias, são liquidadas. O portador do cartão de crédito pode optar pelas seguintes formas de pagamento no ato da compra: Parcela única na data do vencimento da fatura; Parcelado pela administradora do cartão, com cobrança de encargos financeiros previamente estabelecidos, sendo as parcelas cobradas nas faturas seguintes; e Parcelado pelo próprio estabelecimento comercial ou prestador de serviços, sem cobrança de encargos pela administradora, devendo as parcelas ser pagas nas faturas seguintes. No caso da escolha pelo pagamento parcelado, o valor das parcelas onera o limite de crédito disponível pelo saldo devedor ou pelo valor de cada parcela, a depender do banco que administra o cartão. Para saques de numerário, é cobrada tarifa fixa mais encargos diários, que devem ser pagos na fatura mensal ou podem ter seu pagamento antecipado, sendo os encargos, até então devidos, cobrados na fatura seguinte. Surgimento do cartão de crédito O cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 20. Postos de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferece-los para seus clientes mais fiéis. Eles podiam abastecer o carro ou hospedarem-se num hotel sem usar dinheiro ou cheque. Em 1950, o Diners Club criou o primeiro cartão de crédito moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele país e usado por importantes homens de negócios, como uma maneira prática de pagar suas despesas de viagens a trabalho e de lazer. Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Somente em 1955 o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação. Em 1958, foi a vez do American Express lançar o seu cartão. Na época, os bancos perceberam que estavam perdendo o controle do mercado para essas instituições, e no mesmo ano o Bank of America introduziu o seu BankAmericard. Em 1977, o BankAmericard passa a denominar-se Visa. Na década de 90, o Visa torna- se o maior cartão com circulação mundial. Os cartões se multiplicaram. Hoje eles estão cada vez mais direcionados para os diversos nichos de mercado. São cartões de afinidade, que apoiam campanhas sociais, ecológicas; cartões para atender jovens e universitários, ou cartões de negócios destinados a altos funcionários de empresas. 15 Prestação de Serviços A prestação de serviços trata-se de facilidades que os bancos oferecem aos seus clientes e ao público em geral, pois mesmo as pessoas que não clientes da instituição, podem se valer da infraestrutura da instituição para receber benefícios e efetuar pagamentos de serviços diversos. Pagamento de Benefícios INSS: consiste em efetuar os pagamentos de benefícios aos aposentados e pensionistas do INSS, via cartão magnético ou crédito em conta corrente ou poupança. Licenciamento de Veículos: BacenJud: Trata-se de convênio entre a Justiça e o Banco Central, onde o Juiz pode de sua sala, mediante senha, determinar que o Banco Central informe onde a pessoa que está sendo processada possui conta corrente e a partir da informação, o Juiz bloqueia os valores. Chancela Mecânica: também denominada assinatura ou autenticação mecânica, é a reprodução exata da assinatura de próprio punho do cliente, registrada por característica técnica, obtida por máquina especialmente destinada a esse fim, mediante processo de compressão, é utilizada na emissão e no endosso de cheques e duplicatas, permitindo, desta forma, substituir o trabalho manual dos dirigentes de Empresas e ganhar maior agilidade e segurança interna. Os clientes que possuem grande volume de títulos para endosso e emissão de: Cheques e duplicatas; movimentação de sua conta corrente; e-movimentação da carteira de cobrança, desconto ou caução de títulos. Comprovante de pagamento: o banco disponibiliza aos clientes que possuem convênio de Folha de Pagamento, a opção de oferecer aos seus funcionários a impressão dos holerites, através de terminais de autoatendimento ou internet banking. Cofres de aluguel: serviço de locação de cofres para a guarda de documentos, joias e objetos que não representem perigo a segurança das pessoas e dos demais objetos depositados. Tipos de locação: Individual – o cofre pode ser utilizado somente pelo locatário; Conjunta solidaria (e/ou) – o cofre pode ser utilizado por qualquer um dos locatários, sem autorização dos demais. Conjunta não solidária (e) – o cofre pode ser utilizado somente na presença de todos os locatários. O contrato de locação de cofre particular firmado tem duração por prazo indeterminado, renovando-se automaticamente a cada 6 meses ou a cada 12 meses, através do simples pagamento de tarifa. Custódia de Valores Custódia de cheques: 16 O banco oferece ao cliente a possibilidade de guardar cheques dele e proceder com o depósito em sua conta nas datas desejadas por ele. Esse serviço é oferecido para pessoas jurídicas e profissionais liberais. Certificados de Ouro O banco faz a intermediação para o cliente na compra e venda de certificados de ouro. Trata-se de um investimento nominativo, cuja aquisição é escritural, ou seja, não há a entrega do ouro físico ao cliente. O ouro negociado fica custodiado na Bolsa de Mercadorias & Futuros ou no Sistema Nacional do Ouro. Esse serviço é oferecido às pessoas físicas, jurídicas que desejam aplicar em ativos reais. A compra mínima é de 50 gramas e múltiplos de 50 gramas. O prazo mínimo da aplicação é de um dia e a liquidez é imediata. Fiança Bancária Fiança é uma garantia prestada pelo Banco que passa a ser o fiador do cliente, garantindo o cumprimento da obrigação deste junto a terceiros e poderá ser concedido em diversas modalidades de operações em especial operações ligadas ao comércio internacional. É oferecido às pessoas físicas e jurídicas. Esse serviço é útil aos clientes nas seguintes situações: Adiantamentos sobre contratos de fornecimento de bens e serviços; Participação em concorrências públicas ou privadas; Substituição de cauções; Execução de contratos (cumprimento do cronograma de obras ou fabricação de máquinas ou equipamentos sob encomenda); Operações em bolsas de mercadorias, futuros e valores; Aluguel de imóveis; Performance; Cumprimento de contrato; Processo fiscal ou judicial.Seguro Seguro de automóvel, seguro de vida, seguro residencial, seguro de vida em grupo, neste caso, é um seguro onde uma pessoa jurídica denominada no contrato como estipulante (empresas, associações sindicatos, etc) intermedia a contratação da apólice para um determinado grupo de pessoas a ele vinculado por laços empregatícios ou associativos, para assegurar pagamento de indenização para os 17 mesmos ou para seus beneficiários, caso venham a falecer ou tornar-se permanentemente inválidos por acidente ou doença. Operações Passivas Depósito à vista Conta Corrente pessoa física ou jurídica: é o serviço oferecido pelo banco para que o depositante mantenha seu dinheiro em um local seguro e disponível para as transações diárias. As contas são livremente movimentáveis através de saques e depósitos. As movimentações podem ser efetuadas através de movimentações a débito – talão de cheques (retirada no caixa ou compensação de cheques); transferências entre contas, emissão de DOC ou TED, cartão de débito, pagamento de contas e compromissos, saque em dinheiro, etc. Movimentações a crédito – depósito de cheques, depósito em dinheiro, transferência entre contas, créditos de origem de operações financeiras, recebimento de DOC ou TED. Conta eletrônica: conta aberta e movimentada exclusivamente por meio eletrônico, podem ser abertas apenas por pessoas físicas e jurídicas residentes ou domiciliadas no País. Caderneta de Poupança: Conta de livre movimentação que proporciona rentabilidade, segurança e liquidez imediata, sendo um dos investimentos mais populares do país, pois todos conhece, sendo que a maioria das pessoas, tem ou já teve o dinheiro depositado em uma caderneta de poupança. Isso se deve à simplicidade e ao baixo risco que esse tipo de aplicação apresenta para o pequeno investidor. A caderneta de poupança foi criada pelo governo no ano de 1964, juntamente com a Unidade Padrão de Capital – UPC e o Banco Nacional de Habitação – BNH. Somente os Bancos Múltiplos com carteira de Crédito Imobiliário, As Caixas Econômicas, as Sociedades de Crédito Imobiliário, as Associações de Poupança e Empréstimo podem receber depósitos de poupança, de acordo com as regras do SBPE. Modalidades: Convencional – possui uma conta única com data de aniversário preestabelecida (poupança tradicional). Móvel ou Multipoupança – possui uma conta única com várias subcontas de acordo com a data de cada depósito, na ocasião dos saques os valores são sacados das melhores subcontas, permitindo maximização dos rendimentos. 18 Corrente – funciona do mesmo modo que a móvel, porém fica vinculada a conta corrente, sendo que os depósitos em conta corrente são transferidos para conta de poupança e os saques são efetuados quando da falta de saldo na conta corrente. Vinculada – vincula uma poupança e para aquisição de imóveis, ampliação, reforma ou construção de imóveis. Programada – o poupador firma um compromisso com a instituição financeira de depositar quantias fixas e por prazos determinados de 12, 18 ou 24 meses e receberá uma remuneração progressiva de: 6,14% ao ano no primeiro e segundo trimestres; 6,40% ao ano no terceiro e quarto trimestres; 6,80% ao ano no quinto e sexto trimestres; 7,20% ao ano do sétimo trimestre em diante. Os rendimentos são creditados trimestralmente e há carência inicial de seis meses para o saque. Adicionalmente existe um seguro de vida que garante a efetivação de todos os depósitos programados restantes caso de morte do titular da conta. Depósitos a prazo Certificado de Depósito Bancário – CDB: são títulos representativos de depósitos a prazo de renda fixa, cuja rentabilidade pode ser prefixada ou pós-fixada, atrelada a um percentual da taxa CDI ou outros indexadores. Seu prazo mínimo é de 30 dias. Esse certificado é emitido por bancos comerciais, múltiplos ou de investimento. Essas instituições utilizam o CDB como um instrumento de captação de recursos para realizar empréstimos aos seus clientes. Oficialmente eles são conhecidos como depósitos a prazo, pois o título tem um vencimento com prazo determinado. Os CDB podem ser classificados em dois tipos: CDB prefixado – nessa modalidade, o investidor sabe quanto será a valorização do seu investimento, pois a taxa nominal bruta dos juros, que é a taxa de remuneração, é negociada no momento em que realiza a aplicação. Não há prazo mínimo obrigatório para a aplicação. CDB pós-fixado – nessa modalidade a remuneração será o resultado da variação de um índice de correção, que pode ser a TR ou o IGPM, mais a taxa de juros fixa. O investidor somente saberá a valorização do seu investimento á medida que o índice escolhido for se valorizando, mas o rendimento pode ser estimado com um certo grau de precisão. O CDB pós-fixado que acompanha o CDI não tem prazo mínimo de aplicação. Já os que seguem outros índices têm prazos diferentes. CDBs pós- fixados que são corrigidos pela TR (Taxa Referencial) ou TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), têm prazo mínimo de 30 dias. Os que são corrigidos pela TBF (Taxa Básica Financeira) têm prazo mínimo de dois meses e os que são corrigidos por índices de inflação têm prazo mínimo de um ano. A maioria dos bancos oferece essa modalidade de investimento. O valor mínimo para a aplicação é definido pelo banco que emite o CDB. 19 O valor mínimo exigido para emitir um CDB costuma ser alto para o pequeno investidor. A taxa de juro varia de banco para banco. A escolha entre o CDB pré ou pós-fixado dependerá de alguns fatores como tendência das taxas de juros e inflação. Por exemplo, se a inflação estiver em queda, os CDBs prefixados são mais indicados, já que provavelmente as taxas de juros irão cair e o investidor poderá obter a rentabilidade da taxa negociada no início. No caso de alta de inflação melhor será investir em pós-fixados, pois a tendência é que as taxas de juros sigam a alta da inflação, e no resgate o investidor poderá obter um rendimento maior do que no momento da aplicação. Nesse tipo de investimento há a incidência de IRRF (imposto de renda retido na fonte) a base de cálculo será a diferença positiva entre o valor da alienação e o valor da aplicação financeira. Quanto às alíquotas aplicáveis temos os percentuais seguintes: 22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias; 20% em aplicações com prazo de 181 até 360 dias; 17,5% em aplicações com prazo de 361 até 720 dias; 15% em aplicações com prazo acima de 720 dias. Há também a incidência de IOF nos resgates com prazo inferior a 30 dias. O risco do CDB está relacionado com a instituição que emite o título, já que esta pode quebrar e não honrar os compromissos (o chamado risco de crédito). Portanto, é prudente que o investidor verifique se a instituição tem credibilidade e segurança. Recibo de Depósito Bancário – RDB: também é um título de renda fixa. A diferença entre o CDB e o RDB é que o banco pode resgatar o CDB antes do vencimento, caso o cliente solicite. É possível então, negociar com a instituição o resgate antes do prazo programado. O RDB, somente poderá ser resgatado no seu vencimento. Letra de Câmbio: é um título de renda fixa muito semelhante ao CDB. A principal diferença é que o CDB é emitido por um banco e a Letra de Câmbio por uma financeira. O rendimento pode ser atrelado ao CDI ou combinado com uma taxa fixa mais o IPCA, por exemplo, 110% do CDI ou 4% + IPCA. Títulos Letra de Crédito do Agronegócio – LCA: é um título de crédito nominativo remunerada por percentual do CDI, lastreado por direitos creditórios originários do agronegócio e emitido exclusivamente por instituições financeiras públicas ou privadas. A LCA é emitida pelos bancos sob a forma escritural na Câmara de Custódia e Liquidação (CETIP) 20 Nesse tipo de investimento há a incidência de IRRF (imposto de renda retido na fonte) a basede cálculo será a diferença positiva entre o valor da alienação e o valor da aplicação financeira. Quanto às alíquotas aplicáveis temos os percentuais seguintes: 22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias; 20% em aplicações com prazo de 181 até 360 dias; 17,5% em aplicações com prazo de 361 até 720 dias; 15% em aplicações com prazo acima de 720 dias. Há também a incidência de IOF nos resgates com prazo inferior a 30 dias. Letra Financeira – LF: é um título de crédito que consiste em promessa de pagamento em dinheiro, nominativo, transferível e de livre negociação. É emitida exclusivamente sob a forma escritural, mediante registro em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Tem como objetivo dotar as instituições financeiras de um instrumento “juridicamente seguro” que viabilize a captação de recursos de médio e longo prazo, “de modo a propiciar uma gestão adequada da liquidez”. A Letra Financeira, permite mais facilmente, um “casamento” dos passivos (dívidas) dos bancos com seus ativos (bens e direitos a receber) de longo prazo. Podem emitir a LF os bancos múltiplos, comerciais, bancos de desenvolvimento, de investimento, as sociedades de crédito, financiamento e investimento, as caixas econômicas, as companhias hipotecárias, as sociedades de crédito imobiliário, as cooperativas de crédito e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Letra Hipotecária – LH: são títulos emitidos pelas instituições financeiras autorizadas a conceder créditos que sejam garantidos por hipotecas de bem imóvel. Esses títulos são remunerados pela TR (Taxa Referencial de Juros) acrescida de juros, sendo o prazo mínimo de 6 (seis) meses e o prazo máximo o do vencimento dos créditos caucionados em garantia. Não há resgate parcial ou total antes de decorrido o prazo mínimo de seis meses. Título de Desenvolvimento Econômico – TDE: Esse título é emitido por Banco Múltiplo com carteiras de investimentos ou desenvolvimento, por Bancos de Investimento e Bancos de Desenvolvimento. Têm a finalidade de canalizar recursos para os projetos de desenvolvimento credenciados pelo Programa de Fomento à Competitividade Industrial (PFCI). É componente obrigatório das carteiras dos Fundos de Aplicação Financeira. Títulos de Crédito Industrial – Commercial Papers: Trata-se de um título privado emitido por companhia nacional ou internacional para o financiamento de curto prazo, possuindo a mesma finalidade de uma debênture, pois ambos são opções ao empréstimo bancário, para a captação de recursos através da emissão de valores mobiliários, pelas sociedades anônimas. O prazo de vencimento se emitido por companhias fechadas é de 30 a 180 dias, e quando emitido por companhias abertas, o prazo de vencimento é de 30 a 360 dias. 21 São negociadas no mercado secundário, operacionalizados pela CETIP, através do Bovespafix, vinculado à Bovespa. Os bancos negociam ainda, os seguintes títulos: Título de Desenvolvimento da Reforma Agrária – TDA; Notas do Tesouro Nacional – NTN; Notas do Banco Central – NBC; Título de Capitalização. Fundos de Investimento Os fundos de investimento são subdivididos em: 1. Fundo de Renda Fundo de Investimento Financeiro – FIF: São fundos constituídos sob a forma de condomínio aberto, com prazo indeterminado de duração, nos quais o cliente, através de aplicações nominativas, adquire quotas cujo valor é atualizado diariamente. São oferecidos pelos bancos às pessoas físicas ou jurídicas, correntistas ou não. Esses títulos possuem as seguintes características: com relação ao valor, por vezes se é exigido valor mínimo para aplicação. Assim, na aplicação o valor exigido é convertido em quota, ou seja, o valor aplicado é dividido pelo valor de cada quota, resultando no número de quotas que o investidor terá. No resgate, as quotas serão reconvertidas em reais pelo valor da quota na própria data da solicitação do resgate, exceto os fundos com necessidade de agendamento prévio. A rentabilidade do fundo está diretamente ligada à rentabilidade de cada papel que compõe a carteira. Importante assimilar que a diferenciação entre a segurança e a rentabilidade de cada fundo está na competência e seriedade de sua administração. Fundo de Aplicação em Cotas ou FAC: Em quanto um fundo de investimento, tradicional, investe seus recursos em ativos, como ações, títulos públicos, operações cambiais, e outros. O fundo de investimento em cotas aplica cerca de 95% de seus recursos em cotas de outros fundos, seja da própria instituição ou em fundos de outros bancos. Fundo de Renda Fixa: Os fundos de renda fixa somente podem aplicar em títulos pré ou pós-fixados. Ou seja, dependendo do tipo de fundo, o investidor poderá investir em títulos do tesouro, debêntures, letras de crédito e/ou certificados de depósito bancário (CDB). Fundo de Investimento no Exterior (FIEX): Existe muitos fundos criados somente para realizar investimentos no mercado exterior, são os denominados, FIE, fundos de investimentos no exterior. Porém, a maioria é destinado a investidores qualificados. Por investidores qualificados, entenda-se pessoas que possuem 22 recursos relevantes e desejam aumentar o seu ganho com alternativas que somente existem noutros mercados que não o brasileiro. É comum, se ouvir, que há países muito melhores para viver do que o Brasil, e quem usa essa expressão, via de regra, cita países como: Estados Unidos, Alemanha e Canadá. Este tipo de raciocínio é que ensejou a criação dos fundos de investimentos no Exterior. Apesar desse pensamento não parecer incorreto, a realidade é que isso é um tanto quanto relativo. Muitos países desenvolvidos têm indicadores econômicos em patamares consistentes, o que resulta em taxas de juros reduzidas, enquanto que no Brasil dada a sua instabilidade econômica as taxas de juros são maiores. Nesse sentido, existe uma troca entre o investimento no Brasil e no exterior: em países desenvolvidos, há maior estabilidade. No Brasil, há maiores rendimentos na renda fixa. 2. Fundo de Renda Mista – Fundos Mistos, Multicarteira ou Multiportfólio Fundo de Renda Variável: A renda variável pode ser entendida como ativos financeiros que possuem retornos não previsíveis. Ao investir neste tipo de fundo, o investidor não consegue saber o quanto o seu investimento irá render ao longo do tempo investido. Diferente do que ocorre com os fundos de renda fixa, uma vez que neste tipo de investimento a taxa de rentabilidade é definida no momento da aplicação. A renda variável possui esta volatilidade, pois os investimentos variam conforme as expectativas dos investidores quanto a fatores como: Empresa ou ativo principal (commodity, imóvel ou moeda) Cenário econômico e político local e externo Setor de atuação Por se tratar de fatores que mudam ao longo do tempo, algo que hoje se mostra lucrativo e bem visto pode se tornar pouco apreciado pelo mercado em um curto espaço de tempo. Assim, não é possível saber qual será a visão dos investidores em relação ao ativo que a pessoa possui, uma vez que todo o cenário esperado poderá não se concretizar. A renda variável possui volatilidade e isso é natural no mercado. 3. Fundo de Ações Fundo Mútuo de Privatizações – Dívida Securitizada: O Fundo Mútuo de Privatização (FMP) é uma modalidade de fundo de investimento instituída no Brasil desde o ano 2000, a partir de um esforço do governo para vender parte de suas estatais para investidores comuns. 23 Atualmente, muitos brasileiros contam com recursos aplicados em um Fundo Mútuo de Privatização, principalmente em empresas como a Petrobras e a Vale. Trata-se de um tipo de fundo mútuo de investimento, criado no ano 2000, para possibilitar o investimento dos recursos do FGTS em ações de empresas estatais (federais,estaduais ou municipais) que passaram por um processo de privatização. Dessa forma, foi possibilitado a pessoas comuns que desejassem utilizar o dinheiro que possuíam depositado em seu Fundo de Garantia para adquirir ações de empresas públicas. Na época, essas companhias estavam começando seu processo de privatização. A criação do Fundo Mútuo de Privatização, por exemplo, previa a venda de uma parcela das ações da Petrobrás e da Vale que estavam nas mãos da União. À época de sua criação, as aplicações no Fundo Mútuo de Privatização eram restritas. Tal possibilidade era oferecida apenas a trabalhadores que tivessem contas ativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em 2000, foi criado o Fundo Mútuo de Privatização Petrobrás. Em 2002, o Fundo Mútuo de Privatização Vale. Durante o processo de abertura dos FMP, o aporte era solicitado pelos interessados. Logo após, era disponibilizada uma quantidade limitada de ações da Petrobras e da Vale. Devido ao fato de tais ações estarem em número limitado, foi realizado um rateio entre os que solicitavam aporte no FMP. Portanto, este aporte no FMP ocorreu por meio de recursos das contas individuais de FGTS. Assim, ao solicitar o resgate dos recursos, os clientes recebiam os montantes resgatados diretamente em tais contas. O investimento em FMP era considerado rentável. E tinha como base a rentabilidade anual do FGTS, acrescida da Taxa Referencial (TR). No entanto, os investimentos no FMP começaram a ser alvo de riscos semelhantes aos de investimentos em ações. Entre estes riscos, o mais observado, era a volatilidade ou variação extrema dos preços. 4. Fundos Derivativos Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros, etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo). 5. Fundos Cambiais Fundos cambiais são fundos de investimento abertos que investem em ativos atrelados a moedas estrangeiras. De modo geral, eles são indicados para proteger os recursos do investidor contra as flutuações de moedas fortes, como dólar e euro. Mas também podem ser usados para lucrar com a variação positiva da moeda. 6. Fundos Imobiliários 24 Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) são formados por grupos de investidores com o objetivo de aplicar recursos em diversos tipos de investimentos imobiliários, seja no desenvolvimento de empreendimentos ou em imóveis já prontos, como edifícios comerciais, shopping centers e hospitais. Previdência Privada Fundo de Aposentadoria Programada Individual – FAPI: É um fundo de investimento que tem como objetivo principal constituir um Fundo de Aposentadoria Programada Individual, ou seja, um plano de poupança para complemento de aposentadoria, a ser instituído em benefício do trabalhador pela empresa ou individualmente pelo trabalhador. É um instrumento de poupança individual incentivada pelo diferimento de imposto de renda. É muito semelhante a qualquer outro fundo de investimento, pois é um condomínio aberto, destinado a aplicação de seus recursos em carteira diversificada de Títulos, Valores Mobiliários e demais ativos e/ou modalidades admitidas na legislação, cujas diferenças básicas são os benefícios fiscais e o objetivo de longo prazo de aplicação. Oferecido para pessoa física que custeará com recursos próprios. O empregado poderá abater do Imposto de Renda até 12% de sua renda anual bruta. Oferecido para pessoa jurídica que custeará o fundo em nome do empregado. Neste caso, o empregado não poderá resgatar os recursos aplicados pelo empregador antes de decorridos 10 (dez) anos da primeira aquisição de quotas, independente do plano que tenha originado e do plano ao qual o empregado esteja vinculado por ocasião do resgate. Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL: É uma das modalidades de plano previdenciário privado (previdência privada) adotada no Brasil. Tem por finalidade a acumulação de recursos no longo prazo com vistas a complementação da renda na aposentadoria. Para tal, gozam de incentivos fiscais com relação às demais aplicações financeiras no período de aplicação. Uma delas é a possibilidade de dedução das contribuições no cálculo do Imposto de Renda, até o limite de 12% da renda total tributável. Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL: É outra modalidade de plano previdenciário privado adotada no Brasil. Trata-se de um seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência. Não é um plano de previdência complementar, pois se enquadra no ramo de seguro de pessoas. Os aportes feitos no plano VGBL durante o período de acúmulo de capital não são dedutíveis do Imposto de Renda no ano dos aportes, sendo esta uma das diferenças com o PGBL. 25 UNIDADE II Operações Acessórias Nas operações acessórias, os bancos não efetuam a intermediação do crédito, mas realizam a prestação de serviços, instituições empresariais e concessionárias de serviços, tais como as de energia elétrica, água, gás, dentre outras, e, governamentais. Cobrança e Pagamento de Títulos e Carnês: Entende-se por cobrança a ação de cobrar ou receber uma dívida. Cobrança bancária é a operação que consiste em o banco receber títulos, tais como: saques, notas promissórias, duplicatas, etc., cuja cobrança se encarrega, e o faz em nome dos donos das importâncias neles consignadas, por exemplo: Uma loja varejista vende um televisor a prazo e emite duplicatas que deverão ser pagas pelo comprador. A loja pode entregar essas duplicatas ao banco, e este ficará encarregado de viabilizar a cobrança e o recebimento da duplicata. Arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas: São serviços prestados às instituições públicas através de acordos e convênios específicos, que estabelecem as condições de arrecadações e repasses desses tributos/tarifas. Os prazos que os recursos ficam retidos no banco, o fluxo dos documentos e as formas de repasse variam conforme cada tributo/tarifa. Os bancos através de seus pontos de atendimento, facilitam para os contribuintes, o local do pagamento. É certo, que nas agências bancárias, este serviço é o maior gerador de filas. Hoje existem cerca de 60 tributos distribuídos em seis impostos, 30 taxas e 24 contribuições econômicas e sociais. As operações acessórias, possibilitam identificar vantagens para todas as partes envolvidas: Vantagens para o banco: aumento de aplicações graças aos valores arrecadados, com consequente aumento das receitas, atrativo para a conquista de novos clientes, ancoragem do cliente no banco (domicílio bancário). Vantagens para o cliente/instituição pública: certeza do rigor no cumprimento das cláusulas contratuais, eliminação de custos administrativos, segurança e tranquilidade no manuseio dos valores. Vantagens para o cliente/contribuinte: 26 comodidade do recolhimento/pagamento do tributo num domicílio bancário, financiamento/remuneração dos recolhimentos, segurança dos serviços executados, eliminação da perda de tempo e do trabalho de pagamento em diferentes órgãos públicos, possibilidade do agendamento através do débito em conta. Transferências Automáticas de Fundos: Trata-se da transferência automática de fundos efetuada a pedido, desde que observadas as condições estipuladas pelo cliente. É um serviço prestado ao cliente que por gerenciamento de seu caixa, necessite ter uma ou mais contas em uma ou mais agências do banco. O cliente informa previamente ao banco em que contas deseja manter este ou aquele saldo; o banco, automaticamente, ao final do dia, movimenta as contas do cliente, de forma a fechar o saldo diário dessas contas de acordo com o determinado pelo cliente. Home/Office Banking:Trata-se do banco em casa ou no escritório. Basicamente, é toda e qualquer ligação entre o computador do cliente e o computador do banco, permitindo às partes se comunicarem a distância. O cliente, sem sair de casa ou do escritório, pode entre outras coisas obter/fazer: informações sobre saldo e movimentação em conta corrente, saldo e movimentação de cobrança/contas a pagar, posição, aplicações e resgates em fundos, operações de empréstimos; cotações de moedas/índices e bolsas de valores, saldo em caderneta de poupança, pagar suas contas de cobrança bancária, de concessionárias de serviços, de tributos, e realizar a transferência de recursos financeiros. Remote Banking: No processo de redução de custos, os bancos recentemente, reconheceram a importância de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas agências e a necessidade de investirem em instalações alternativas de atendimento. Assim foi intensificado o atendimento remoto (fora das agências), segmentado pelo tipo de serviço prestado pelos bancos: saques de dinheiro, depósito fora do caixa dos bancos, entrega em domicílio de talões de cheque, pagamento de contas fora do caixa dos bancos, débito automático em conta corrente de concessionárias de serviços públicos e outras empresas, e troca de informações constante com os bancos para obter/fazer as várias transações possíveis através do home/office banking. Private Banking: Atendimento a clientes pessoas físicas detentoras de patrimônio em investimentos em geral a partir de R$ 5 milhões. Possuem atendimento 27 em agências exclusivas, assim como são atendidos por gerentes exclusivos e treinados para prestar assessoria financeira especializada. Entre os produtos oferecidos estão carteiras administradas, investimento em ações, operações de tesouraria e previdência privada. Possuem serviços de soluções de planejamento financeiro e tributário. Um ponto a considerar é a regulamentação da atividade de Private Banking. As atividades de Private Banking no mercado brasileiro, são autorreguladas pelo Código de Private Banking definido pela ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento. O objetivo do Código de Autorregulação é estabelecer, para as instituições participantes, os parâmetros relativos à atividade de Private Banking com as seguintes finalidades: I. manter os mais elevados padrões éticos e consagrar a institucionalização das práticas equitativas no mercado; II. estimular o adequado funcionamento da atividade de Private Banking no mercado doméstico; III. manter transparência no relacionamento com os clientes; IV. promover a qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na atividade de private banking; e V. comprometer-se com a qualidade da recomendação na distribuição de produtos e serviços. A atividade dos Gerentes Private é dirigida aos investidores qualificados, segundo a redação da Instrução CVM nº 326 de 11 de fevereiro de 2000. Portanto, para exercerem o papel de assessoramento nas decisões de investimento dos clientes Private, devem qualificar-se nos moldes da legislação pertinente aos agentes autônomos de investimento, conforme define a Instrução CVM nº 355 de 1º de agosto de 2001, e a Resolução BACEN 3.057, de 19 de dezembro de 2002, além das Resoluções de números 3.158 e 3.309 do Conselho Monetário Nacional. Banco Virtual: É o banco totalmente remoto, ou seja, suas transações com seus clientes são realizadas totalmente através do remote banking. O banco diversifica os seus canais de distribuição de tal forma que derruba os limites criados, de espaço, tempo ou meio de comunicação. A tecnologia tem papel fundamental para garantir a integração dos requisitos de conveniência, segurança, eficácia e relacionamento, exigidos pelo conceito do banco virtual. A internet viabilizou de forma definitiva o banco virtual. A redução dos custos das transações bancárias como resultado da facilitação e agilização dos processos é, sem dúvida, o maior impacto prático de todos estes mecanismos. Dinheiro de Plástico: Como foi escrito no início deste livro, o dinheiro foi criado para ser, assim como é, um meio de pagamento. Através dele, os seres humanos obtêm as coisas necessárias à sobrevivência. Foi a forma que as pessoas do mundo inventaram para que as coisas fossem transacionadas. 28 O dinheiro de plástico é o meio de pagamento com a utilização dos cartões magnéticos, que podem ser de débito, ou de crédito. Os cartões de débito não representam um estímulo ao consumo, quando utilizados, os valores transacionados, são automaticamente debitados da conta corrente do cliente. Já os cartões de crédito estimulam o consumo, pois permitem compras sem que o cliente possua dinheiro disponível em sua conta corrente. O que ele, cliente precisa, é ter aprovado um limite de crédito para o cartão. Assim, os valores de suas compras são debitados de seu limite de crédito. Os cartões magnéticos possuem as seguintes características: utilizados para saques em terminais de autoatendimento dos bancos e nos quiosques de redes como o Banco 24 Horas; onde houver equipamento que permita a transferência eletrônica de fundos, podem ser utilizados como moeda para pagamento, tanto na função débito como na de crédito, substituindo com vantagem a figura do cheque; viabilizam a obtenção de extratos de conta corrente/fundos/poupança; podem ser utilizados para autorizar o resgate e aplicações entre contas correntes e de investimento. Cartões de Crédito: Utilizados para a aquisição de bens ou serviços nos estabelecimentos credenciados. Para esses estabelecimentos, ou seja, para os estabelecimentos credenciados, trazem uma vantagem real, qual seja, a de ser um indutor ao crescimento das vendas. Contudo, dependendo da análise que se faça, existe uma suposta desvantagem, que é a demora no prazo do repasse dos recursos provenientes das vendas. Para o portador do cartão, quando paga os valores no vencimento seguinte a compra representa a vantagem de ganhos reais sobre a inflação além de ajustar suas necessidades de consumo às suas disponibilidades momentâneas de caixa. Os cartões de crédito têm a desvantagem de incentivar o consumo nos momentos em que o consumidor desejava poupar. Além de dinheiro de plástico, os cartões são, acima de tudo, um crédito automático. Podem ser de uso nacional ou internacional (neste último caso a conversão é feita pela taxa do dólar do dia do pagamento da fatura). Os termos técnicos utilizados neste segmento são: portador – pessoa física ou jurídica usuária do cartão, bandeira – instituição que autoriza o emissor a gerar cartões com sua marca e que coloca estabelecimentos no mundo inteiro à disposição do portador, emissor – é a administradora vinculada a uma instituição financeira autorizada pela bandeira a emitir cartões com seu nome, 29 acquirer – é a administradora que afilia estabelecimentos ao sistema de cartões de crédito da bandeira que é associada, • estabelecimento – é a loja ou prestadora de serviços que aceita os cartões de uma determinada bandeira, instituição financeira – os bancos autorizados pelas bandeiras a emitir o cartão. Cartão co-branded – cartão de marca compartilhada. O cartão carrega o logotipo da empresa associada e a bandeira, trazendo vantagens específicas para seus portadores como, por exemplo: milhagem áreas e descontos progressivos nas compras. Reflete uma parceria em vendas e marketing cujo objetivo é fidelizar o cliente. Exemplos: cartões de empresas aéreas, indústria automobilística, redes de varejo etc. https://creditoedebito.com.br/wp-content/uploads/2015/01/cart%C3%A3o-co-branded- carrefour.jpg Cartão afinidade - O cartão de afinidade reflete uma parceria entre a administradora do cartão de crédito com organizaçõesnão lucrativas. Trata-se de um cartão que possui um apelo que tem como objetivo identificar o cliente com a empresa, sendo que o mesmo opta por contribuir financeiramente, mesmo que indiretamente, com essas organizações. Nesse tipo de cartão o cliente é informado quanto e como ele está contribuindo com a empresa. Exemplos: Credicard Unicef, Real USP, Bradesco APAE, etc. https://banco.bradesco/assets/classic/img/cartoes/mini-card-fundacao-sos-mata-atlantica- bradesco-visa-gold.png Cartão Private Label - Cartões Private Label são cartões de crédito emitidos por um varejista e usualmente válidos apenas para a realização de compras com este varejista. São diferentes dos cartões de crédito de uso genérico, pois não têm uma 30 bandeira de aceitação universal em todo o comércio, tais como as bandeiras Mastercard, Visa e American Express. Por terem uma aceitação limitada a uma única cadeia de varejistas, são cartões direcionados a um público alvo específico e que, na maioria das vezes, já é cliente deste varejista. https://asuacarreira.com/wp-content/uploads/2018/10/cartao-renner.jpg Corporate Finance: É a atividade onde o banco cuida das finanças corporativas, ou seja, dos recursos financeiros das chamadas empresas corporate, ou seja, empresas de grande porte. Trata-se de uma clientela muito especial para o banco, que necessita de soluções ousadas e inovadoras para operações complexas que envolvem a intermediação de fusões e aquisições (mergers & acquisitions), a saber: fusão – consiste na junção de duas empresas do mesmo porte e segmento, que perdem por completo suas identidades originais, surgindo uma terceira empresa; cisão – consiste na fragmentação de uma empresa em novas empresas, também contempla a extinção de empresa originadora, surgindo novas empresas; incorporação – junção de duas ou mais empresas de portes diferentes, sendo que uma delas preserva sua identidade original. Repasses de recursos do BNDES, e a administração de recursos de terceiros. Os técnicos financeiros que trabalham nesta área assessoram clientes de várias formas: aconselhamento a clientes em fusões e aquisições, estruturação de operações de financiamentos de empresas e de projetos (project finance), avaliação de empresas, assessoria em processos de privatização, e assessoria financeira estratégica. Operações de SWAP: São operações que permitem realizar uma troca de posições quanto ao risco e rentabilidade, entre investidores. O contrato de troca pode ter como objeto, moedas, commodities ou ativos financeiros. 31 Na definição mais formal, swap consiste em um acordo para duas partes trocarem o risco de uma posição ativa (credora), ou passiva (devedora), em data futura, conforme critérios preestabelecidos. Essas trocas (swaps) são bastante comuns com posições envolvendo taxas de juro, moedas e commodities. Apesar de muitos autores considerarem o swap uma evolução, sua estrutura é bastante semelhante à dos antigos contratos a termo. Os swaps são um importante instrumento financeiro para diminuir riscos, e por isto são muito utilizados por empresas e instituições de investimento. Para melhor compreensão vamos supor um exemplo: Considere a empresa Embraer que exporta seus produtos recebendo toda sua receita em dólares, porém, grande parte dos seus custos de produção foram pagos em reais. Outra empresa, esta importadora, “Zelus Premium”, recebe toda sua receita em reais, porém, usou dólares para comprar os produtos importados. Dessa forma, qualquer variação cambial afetará diretamente o resultado dessas duas empresas, num cenário, melhorando seus resultados, noutro cenário prejudicando os resultados. Como as duas empresas do suposto exemplo não desejam ficar expostas ao risco de câmbio, elas decidem realizar uma operação swap. Dessa forma, acordam que, trocarão o risco das moedas, de modo que, quando ocorrer uma variação no câmbio, nenhuma delas estará exposta e não sofrerá grandes variações em seu lucro. Existem inúmeros tipos de swaps sendo os mais comuns os expostos a seguir: Swap com taxa de juro: contrato em que as contrapartes trocam indexadores associados a seus ativos ou passivos, e que, uma das variáveis é a taxa de juro. Exemplo: swap taxa de DI x dólar – as partes trocam fluxos de caixa indexados ao DI por fluxos indexados à variação cambial, mais uma taxa de juro negociada entre as partes. Swap cambial: é um contrato em que se troca o principal e os juros em uma moeda, pelo principal mais os juros em outra moeda. Exemplo: swap fixed de dólar x livra esterlina: trocam-se os montantes iniciais em dólares e libras e, durante o contrato, são feitos pagamentos de juros a uma taxa prefixada para cada moeda. Swap de índices: Contrato em que se trocam fluxos, sendo um deles associado ao retorno de um índice de preços (IGP-M, IPC-Fipe,) ou de um índice de ações (Ibovespa, IBrX-50). Exemplo: Swap Ibovespa x taxa de DI – trocam-se fluxos de caixa indexados ao retorno do Ibovespa, mais uma taxa de juro negociada entre as partes por fluxos indexados a uma variação ao DI, ou vice-versa. 32 Underwriting: Serviço onde o banco atua como intermediário financeiro na colocação de títulos e valores mobiliários, viabilizando o acesso das empresas ao mercado de capitais. O underwriting ou subscrição ocorre quando uma companhia contrata um intermediário financeiro, que será o responsável pela colocação de uma subscrição pública de ações ou obrigações no mercado. Geralmente a operação é organizada por um consórcio (pool) de instituições sob coordenação de uma ou mais instituição líder (coordenador). Underwriter é a denominação da instituição financeira que realiza operações de lançamento de ações no mercado primário, que podem ser bancos múltiplos, bancos de investimentos, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. As operações de underwriting são ofertas públicas de títulos em geral, por exemplo, ações, e de títulos de crédito representativo de empréstimo, por exemplo, debênture, por meio de subscrição, cuja prática é permitida somente pela instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil (BACEN), para esse tipo de intermediação. Os lançamentos públicos de ações podem ser, via de regra, de três tipos: Underwriting puro ou firme: modalidade de lançamento no qual a instituição financeira, ou consórcio de instituições subscreve a emissão total, encarregando-se, por sua conta e risco, de coloca-la no mercado junto aos investidores individuais, público, e, institucionais. Neste tipo de operação, no caso de um eventual fracasso, a empresa já recebeu integralmente o valor correspondente às ações emitidas. O risco é inteiramente do underwriter (intermediário financeiro que executa uma operação de underwriting). O fato de uma emissão ser colocada por meio de underwriting firme, oferece uma garantia adicional ao investidor, porque, se as instituições financeiras do consórcio estão dispostas a assumir o risco da operação, é porque confiam no êxito do lançamento, uma vez que não há interesse de sua parte em imobilizar recursos por muito tempo. Melhor esforço ou best-effort underwriting: modalidade de lançamento de ações, no qual a instituição financeira assume apenas o compromisso de fazer o melhor esforço para colocar o máximo de uma emissão junto à sua clientela, nas melhores condições possíveis e num determinado período de tempo. As dificuldades de colocação das ações irão se refletir diretamente na empresa emissora. Neste caso o investidor deve proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto das perspectivas da empresa quanto das instituições financeiras encarregadas do lançamento. Residual ou stand-by underwriting: nessa forma de subscrição pública, a instituição financeira não se responsabiliza, no momento
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