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tecnicae de primeiros socorros

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Prévia do material em texto

G R A D U A Ç Ã O
DRA. SABRINA WEISS STIES
ME. XANA RAQUEL ORTOLAN
Técnicas e 
Procedimentos de 
Primeiros Socorros
Híbrido
GRADUAÇÃO
Técnicas e 
Procedimentos 
de Primeiros 
Socorros
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; STIES, Sabrina Weiss; ORTOLAN, Xana Raquel. 
 
 Técnicas e Procedimentos de Primeiros Socorros. Sabrina 
Weiss Sties; Xana Raquel Ortolan.
 Maringá-PR.: Unicesumar, 2019.
 152 p.
“Graduação - EAD”.
 
 1. Técnicas. 2. Procedimentos. 3. Primeiros Socorros. 4. EaD. 
I. Título.
ISBN 978-85-459-1834-9
CDD - 22 ed. 610
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Impresso por:
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e 
Pró-Reitor de Administração, Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de 
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James 
Prestes, Tiago Stachon , Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de 
Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de 
Design Educacional Débora Leite, Head de 
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza 
Filho, Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros, 
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima, Gerência de Projetos Especiais Daniel 
F. Hey, Gerência de Produção de Conteúdos Diogo 
Ribeiro Garcia, Gerência de Processos Acadêmicos 
Taessa Penha Shiraishi Vieira, Supervisão do 
Núcleo de Produção de Materiais Nádila de 
Almeida Toledo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho 
e Thayla Guimarães Cripaldi, Fotos Shutterstock.
Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos
Santos Moraes.
Designer Educacional Janaína de Souza Pontes,
Lilian Vespa.
Revisão Textual Érica Fernanda Ortega, Cintia
Prezoto Ferreira.
Editoração Victor Augusto Thomazini.
Ilustração Bruno Pardinho, Marcelo Yukio Goto,
Marta Sayuri Kakitani, Mateus Calmon.
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro
Naldei e Thiago Surmani.
PALAVRA DO REITOR
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois 
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos 
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo 
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Bem-estar, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Este material que o(a) acompanha-
rá na disciplina de Técnicas e Procedimentos de Primeiros Socorros foi 
elaborado com muito cuidado para que possa servir de base para os seus 
conhecimentos na área.
Ao longo dos anos, avanços relevantes na área dos primeiros socorros 
levaram ao reconhecimento da importância do atendimento imediato às 
vítimas que apresentam condições de agravo à saúde,que podem causar 
risco de morte. Diante desse cenário, diversos protocolos foram desenvol-
vidos como referência para a condução destes procedimentos iniciais, os 
quais são apresentados ao longo desta obra.
Desta maneira, este livro tem como principal escopo informar e orientar 
você, acadêmico(a), sobre as condutas que devem ser seguidas diante de 
situações de urgência e emergência. Para tanto, serão apresentadas, durante 
as unidades deste material, situações que podem ocorrer no seu dia a dia 
e durante a sua atuação profissional, assim como as condutas para o aten-
dimento de primeiros socorros.
Você irá conhecer um grupo de situações clínicas importantes, abrangendo os 
tipos mais frequentes na prática do profissional da área da saúde, os quais te 
auxiliarão a prestar atendimento dentro e fora do seu ambiente de trabalho. 
A primeira unidade aborda temas que servem de base para o desenvolvi-
mento da disciplina, como a relevância da sua relação com o seu paciente. 
Destacamos os aspectos legais relacionados aos atendimentos de primeiros 
socorros. Faremos uma reflexão sobre o preparo do profissional frente aos 
quadros de urgência e/ou emergência e sobre as formas de prevenir essas 
situações. No último tópico, iremos tratar dos procedimentos gerais para a 
avaliação da vítima.
Após você obter os conhecimentos sobre estes aspectos gerais do atendi-
mento, na Unidade 2, vamos estudar os eventos cardiovasculares e respi-
ratórios que podem levar à síncope (desmaio), ao aumento ou diminuição 
da pressão arterial e situações que podem causar uma parada cardíaca e/
ou respiratória.
Em seguida, na Unidade 3, serão abordados os eventos metabólicos, como as 
alterações nos níveis de glicemia e situações que podem acometer o sistema 
neurológico, como convulsões, acidente vascular encefálico, traumatismo 
cranioencefálico e raquimedular.
Na Unidade 4, vamos verificar as características dos acidentes por enve-
nenamento e intoxicação e enfatizar as lesões que causam hemorragia e 
queimaduras.
E, para finalizar, na Unidade 5, você irá conhecer as lesões musculoesque-
léticas, que são peculiares à prática esportiva, as quais serão divididas em 
lesões do tórax, abdômen, coluna, membros superiores e inferiores.
Um grande abraço e bons estudos!
CURRÍCULO DOS PROFESSORES
Dra. Sabrina Weiss Sties
Doutorado (2016) e Mestrado (2013) em Ciências do Movimento Humano pela Universidade 
Estadual de Santa Catarina. Especialização em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela Univer-
sidade Tuiuti do Paraná (2008), Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis 
(2017). Possui Graduação em Fisioterapia pela Universidade do Vale do Itajaí (2007). Membro 
da Brigada de incêndio, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – e do Comitê 
de Biossegurança da Faculdade Avantis. Participa de treinamentos e eventos científicos rela-
cionados à atuação em situações de urgência e emergência. Profere palestras para Capacita-
ção em urgências e emergências, com ênfase em ressuscitação cardiopulmonar. Participa de 
ações de extensão e do grupo de pesquisa do Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício, 
Florianópolis. Atua na área de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM). Docente do 
Curso de Educação Física Bacharelado e Licenciatura, do Curso de Fisioterapia, do Curso de 
Odontologia e do curso de Pós-graduação-Especialização em Fisiologia do exercício e Coor-
denadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Avantis. Atua há cinco anos como docente 
das disciplinas de urgência e emergência para diversos cursos da área da saúde.
Currículo Lattes da professora disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/
visualizacv.do?id=K4526754U4>
Me. Xana Raquel Ortolan
Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (2013). Licenciatura 
em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis (2017). Possui Graduação em Enfermagem 
pela Universidade do Vale do Itajaí (2010). Atuou como enfermeira assistencial na atenção 
terciária, participando de equipes multidisciplinares da área da saúde. Além disso, participa 
de pesquisas nas áreas de Biologia e Comportamento e Histologia. Atualmente, preside o 
Comitê de Ética e o Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis, além de ser membro da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Docente dos cursos de graduação de 
Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia da Faculdade Avantis e Coordenadora do Curso de 
Enfermagem da Faculdade Avantis. Atualmente leciona disciplinas relacionadas a Biossegu-
rança, Ergonomia, Saúde do Trabalhador e Primeiros Socorros.
Currículo Lattes do professor disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/
visualizacv.do?id=K4481681Z8>
Aspectos Gerais 
do Atendimento 
à Urgência e 
Emergência
 13
Urgências e 
Emergências 
Cardiovasculares 
e Respiratórias
 41
Urgências e 
Emergências 
Metabólicas 
e Neurológicas
 71
Acidentes e 
Lesões em Geral
 95
Lesões 
Musculoesqueléticas
123
101 Graus de Queimaduras
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience 
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
• Compreender a importância do bom relacionamento entre 
o Profissional de saúde e o paciente.
• Conhecer as situações de urgência e emergência mais 
prevalentes durante a prática clínica. 
• Analisar os aspectos legais em relação ao atendimento de 
primeiros socorros.
• Entender a diferença entre as situações de urgência e 
emergência.
• Compreender o significado de primeiros socorros.
• Refletir sobre o preparo do Profissional de Saúde frente 
aos quadros de urgências e emergências mais frequentes.
• Conhecer as condutas voltadas à prevenção de urgências 
e emergências.
• Aprender sobre os procedimentos relacionados à avalia-
ção da vítima e as técnicas corretas para avaliação dos 
sinais vitais.
Relação profissional de 
saúde-paciente
Aspectos legais e órgãos 
competentes
Introdução aos primeiros 
socorros
Preparo do profissional de 
saúde frente aos quadros 
de urgência e/ou 
emergência médicas
Urgência e emergência
Aspectos Gerais 
do Atendimento à 
Urgência e Emergência
Relação Profissional 
de Saúde-Paciente 
Qualquer indivíduo está sujeito a sofrer acidentes 
ou lesões, e podem ocorrer independentemente 
do ambiente em que se encontra, seja na escola, 
universidade, na rua, seja até mesmo em casa. 
A falta de conhecimento em relação aos pro-
cedimentos de primeiros socorros pode provocar 
sequelas irreversíveis nas vítimas de situações de 
urgência ou emergência. Em casos mais graves, 
o óbito pode ocorrer, especialmente, quando há 
demora entre a ocorrência do evento e a chegada 
do serviço especializado.
Em locais onde há prática de atividades clí-
nicas, podem ocorrer acidentes e lesões. Neste 
sentido, o(a) profissional tem um papel funda-
mental na promoção da saúde e na prevenção 
de urgências e emergências que possam ocorrer 
no ambiente de trabalho. Baseando-se nessa pre-
missa, é que se torna importante o conhecimento 
sobre primeiros socorros.
15UNIDADE 1
Considerando a responsabilidade dessa pro-
fissão, a maioria dos cursos de graduação, nas 
áreas da saúde e bem-estar, tem implementado 
em sua grade curricular disciplinas que abor-
dam os primeiros socorros. Portanto, a falta de 
conhecimento em relação a esse tema não pode 
ser uma justificativa para a omissão do socor-
ro ou para a adoção de técnicas inadequadas 
diante de situações de urgência ou emergência. 
Enquanto profissionais, temos responsabilida-
de sobre nossas intervenções e não podemos 
admitir que nossas atitudes sejam equivocadas, 
devido à utilização de condutas impróprias ou 
da solicitação desnecessária da assistência espe-
cializada em emergência.
Neste contexto, você sabe quais são as condutas 
a serem tomadas frente às intercorrências mais 
comuns relacionadas à prática clínica e demais 
situações que poderá presenciar no seu dia a dia? 
Para que você mantenhaa integridade do seu 
cliente antes, durante e após o atendimento é pre-
ciso que seja feita uma anamnese de qualidade, na 
qual você irá realizar um exame físico no paciente, 
investigar seu histórico clínico ou de saúde (doen-
ças, cirurgias, medicamentos em uso etc.) seus 
dados pessoais e queixas atuais. Após a anamnese, 
você poderá desenvolver um plano terapêutico 
que se adeque às necessidades deste cliente e que 
não prejudique sua saúde/integridade física.
Apesar de todos esses cuidados, situações 
inesperadas podem acontecer durante seu aten-
dimento, como: quedas, queimaduras, elevação e 
diminuição, de pressão arterial, desmaios, reações 
alérgicas, choques anafiláticos, entre outras. 
Enquanto profissional da saúde, é sua respon-
sabilidade prestar o primeiro atendimento a este 
paciente e encaminhá-lo à Unidade de Saúde mais 
próxima. 
A prestação dos primeiros socorros ainda é mo-
tivo de dúvidas para a população e profissionais. 
Qual é a nossa responsabilidade diante de uma 
vítima que necessita de auxílio durante as situa-
ções de urgência e emergência? Você, enquanto 
profissional da saúde, deve conhecer as leis, os 
códigos de ética e as normas relacionadas às 
intervenções em primeiros socorros.
O fato de ofender a integridade corporal ou 
saúde de outrem, abandonar pessoa que está 
necessitando de cuidados e omitir socorro em 
situações em que não haja risco pessoal, são 
condutas que caracterizam crime perante a le-
gislação brasileira.
O Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002, on-
-line) destaca, no Artigo 186, que o indivíduo que, 
“por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Aspectos Legais 
e Órgãos Competentes 
17UNIDADE 1
Por sua vez, de acordo com o Código Penal 
Brasileiro, Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, 
qualquer indivíduo, mesmo o leigo, tem o dever 
de ajudar a pessoa acidentada ou simplesmente 
chamar ajuda. Do contrário, sofrerá sanções pe-
nais (BRASIL, 1940).
Neste sentido, sabe-se que todo profissional 
que tenha obrigatoriedade de prestar socorro está 
sujeito aos estatutos legais que regem à prestação 
de socorro. Nos casos omissos, o profissional so-
frerá processos penais e responderá pela conse-
quência de sua omissão.
O Artigo 135, do Código Penal (BRASIL, 
1940), fixa que deixar de prestar assistência, quan-
do possível fazê-lo sem risco pessoal, à pessoa in-
válida ou ferida, deixando-o ao desamparo ou em 
grave e iminente perigo, ou não pedir o socorro da 
autoridade pública, é crime. A penalidade pode ser 
pagamento de multa ou detenção, que varia de um 
a seis meses, podendo ser aumentada em metade 
caso haja omissão que resulte em lesão corporal 
grave; e triplicada, se houver morte.
Sendo assim, é de suma importância que o(a) 
profissional esteja preparado(a) para as exigências 
de qualidade e de ética profissional nas interven-
ções que realizar. Ele(a) deverá estar treinado para 
agir em diversas situações de emergência, para 
compreender, analisar e aplicar o seu conheci-
mento, em lugares onde pode haver a intervenção 
desse profissional (STEINHILBER, 2002).
Por outro lado, destaca-se que a vítima não 
pode ser forçada a receber os primeiros socor-
ros. Em muitos casos, ela tem direito de recusar o 
atendimento, seja por crença religiosa ou por falta 
de confiança no prestador do serviço. 
Em adultos, o direito existe quando estiverem 
conscientes, ou caso a vítima esteja impedida de 
falar em decorrência do acidente, como um trau-
ma na boca, mas demonstre através de sinais que 
não aceita o atendimento, fazendo uma negativa 
com a cabeça ou empurrando a mão do prestador 
de socorro. Nessas situações, você deve certificar-
-se que o socorro especializado foi solicitado e 
continuar monitorando a vítima. Por outro lado, 
em crianças, a recusa do atendimento pode ser fei-
ta pelo pai, mãe ou responsável legal. Se a criança 
é retirada do local do acidente antes da chegada 
do socorro especializado, o prestador deverá, se 
possível, listar testemunhas que comprovem o fato 
(SILVEIRA; MOULIN, 2006).
Nas situações em que a pessoa não possui um 
treinamento específico ou não se sente confiante 
para atuar, o fato de chamar o socorro especiali-
zado já descaracteriza a ocorrência de omissão 
de socorro. Ressalta-se que cada pessoa deve agir 
conforme seus conhecimento e limites.
A principal causa de morte fora dos hospitais é a falta de atendimento e a segunda é o socorro inadequa-
do. As pessoas morrem porque ninguém faz nada ou porque alguém não capacitado resolveu fazer algo.
Fonte: Rocha (2011, p. 9)
Algumas lesões comuns no dia a dia da população 
podem ser diferenciadas em: traumáticas e clíni-
cas. As fraturas, ferimentos, hemorragias, trau-
mas de crânio, tórax e coluna são consideradas 
as principais lesões traumáticas. Já como lesões 
clínicas, destacam-se o mal súbito, o desmaio, a 
crise convulsiva, o infarto e a parada cardiorres-
piratória (CREF4, 2014).
No que se refere às crianças, devido a suas ca-
racterísticas anatômicas, menor coordenação e 
habilidade motoras, maior impulsividade e baixo 
reconhecimento dos riscos, elas se tornam sus-
cetíveis aos acidentes, frequentemente graves, no 
ambiente escolar.
Estudos desenvolvidos a nível mundial de-
monstraram que as quedas são os acidentes mais 
frequentes em crianças e adolescentes em espaço 
escolar, representando, em 2011, uma taxa de 55% 
dentre o total de acidentes escolares ocorridos 
(CRISTO, 2011). Esse tipo de acidente é a prin-
cipal causa de lesões traumáticas cerebrais, com 
risco significativo de sequelas crônicas deman-
dando custos consideráveis (WHO, 2008).
Urgência 
e Emergência
19UNIDADE 1
A área de urgência e emergência exige do pro-
fissional qualificação para oferecer os cuidados 
instantâneos e seguros à vítima, independente-
mente do seu estado. Nesse sentido, saber diferen-
ciar os dois é o primeiro passo para compreender 
o planejamento do atendimento à vítima.
Devido aos conceitos de urgência e emergên-
cia não serem aplicados apenas à área da bio-
médica, a leitura das definições, por vezes, não 
expressa com clareza a diferença desses termos. 
É por isso que, frequentemente, há uma dúvida 
sobre a determinação de situações que configu-
ram urgência ou emergência.
É verdade que os atendimentos urgentes ou 
emergentes são, frequentemente, interligados, 
mas ainda assim não são sinônimos. Inicial-
mente, pode-se dizer que a detecção do risco 
de morte iminente ou do perigo que ameaça 
a manutenção das funções vitais é um dos cri-
térios básicos para distinguir as situações de 
emergência e urgência.
Baseado nestas informações, agora, você 
consegue diferenciar situações de Urgência e 
Emergência? Caro(a) aluno(a), vamos com-
preender os aspectos que definem e caracteri-
zam cada situação.
As situações de urgência exigem assistência 
imediata, no menor tempo possível, com o ob-
jetivo de evitar complicações e sofrimento. São 
caracterizadas por processo agudo clínico ou ci-
rúrgico, sem risco de morte iminente (GIGLIO-
-JACQUEMONT, 2005). Alguns exemplos são: 
lipotimia, síncope e hipoglicemia.
As situações de emergência, porém, compreen-
dem uma ameaça iminente à vida, sofrimento 
intenso ou risco de lesão permanente, havendo 
necessidade de tratamento médico imediato. Es-
sas condições podem levar a danos irreversíveis 
e até a óbito (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005). 
Como exemplo, temos: o infarto agudo do mio-
cárdio (IAM), parada cardiorrespiratória (PCR) 
e hemorragias intensas.
A partir disso, podemos considerar que para 
cada situação existe uma opção de protocolo di-
ferenciado. Nos casos de menor gravidade, como 
dores leves, ferimentos superficiais, síncopes etc., a 
vítima pode ser encaminhada às Unidades Básicas 
de Saúde. Por outro lado, em casos de emergência, 
como dores no tórax, acidente vascular encefálico, 
traumatismo raquimedular ou parada cardior-
respiratória, a vítima deverá receber assistênciaem Unidades Móveis de Urgência ou, se possível, 
deverá ser levada ao pronto socorro. Vale ressaltar 
que situações de urgência podem tornar-se ca-
sos de emergência se não conduzidas de maneira 
adequada.
Portanto, saber classificar essas ocorrências 
tornará possível determinar a aplicação de con-
dutas apropriadas, prevenindo possíveis compli-
cações, além de garantir a celeridade na procura 
de serviços especializados, o que possibilita a as-
sistência adequada e eficaz.
Os primeiros socorros são considerados como 
“segundos de ouro”, compreendem os cuidados 
que devem ser prestados, imediatamente, à vítima, 
cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com 
o objetivo de garantir a manutenção das funções 
vitais e evitar o agravamento das condições, apli-
cando medidas e procedimentos até a chegada de 
assistência qualificada (BRASIL, 2003).
A American Red Cross Scientific Advisory 
Council, a Cruz Vermelha americana (2010), ca-
racteriza os Primeiros Socorros como a assistência 
prestada rapidamente a uma pessoa doente ou 
ferida até chegar o serviço de emergência. São 
caracterizados pelo atendimento não apenas de 
lesões físicas ou doenças, mas também por ou-
tros cuidados iniciais, incluindo apoio psicosso-
cial para pessoas que sofrem estresse emocional, 
causado por experimentar ou testemunhar um 
trauma ou evento.
Introdução aos 
Primeiros Socorros
21UNIDADE 1
Segundo a Associação Americana do Coração (AHA, 
2010), as avaliações e intervenções em primeiros so-
corros podem ser realizadas por uma pessoa presen-
te, com equipamento mínimo ou nenhum.
Vale ressaltar que há redução da morbidade e 
mortalidade, em até 7,5%, em situações de emer-
gência pré-hospitalar, mesmo quando a primeira 
Segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente 
Vermelho - IFRCRCS (2016) os objetivos dos primeiros socorros são:
ajuda for prestada por leigos com treinamento 
nesta área (VALÉRIO, 2010). No entanto, no que 
concerne, efetivamente, aos procedimentos de 
primeiros socorros, destaca-se que, no âmbito dos 
locais onde a prática de exercício físico é frequente, 
o alcance de seus objetivos depende do preparo 
dos profissionais.
Preservar a vida.
Prevenir mais doenças 
ou lesões.Promover a recuperação.
Aliviar o sofrimento.
Há uma constante preocupação dos especialis-
tas da área da saúde em relação aos acidentes e 
intercorrências ocorridos fora do âmbito hos-
pitalar, já que a demora na busca de assistência 
especializada ou o atendimento inadequado 
podem causar danos maiores e até irreversíveis, 
interferindo na recuperação do indivíduo ou na 
qualidade de vida.
Como citado anteriormente, o profissional de 
saúde deve ter conhecimentos quanto às noções 
básicas de primeiros socorros para agir corre-
tamente sempre que for necessário. Entretanto, 
Siqueira, Soares e Santos (2011) mostra que os 
professores (pelo menos 30% deles) não se sentem 
preparados para agir em situações de emergência. 
Outro estudo destaca que a maioria dos profis-
sionais não estão capacitados para atender a um 
mal súbito ou intervir em situações de parada 
cardiorrespiratória (CASSOTE et al., 2005).
Preparo do Profissional 
de Saúde Frente aos 
Quadros de Urgência e/
ou Emergência Médicas
23UNIDADE 1
Nesta perspectiva, pode-se observar que você 
precisa estar preparado(a) para lidar com os pri-
meiros socorros, pois o primeiro atendimento é 
fundamental para salvar vidas. Assim, você, como 
futuro(a) profissional, conhecendo as técnicas de 
primeiros socorros, estará mais capacitado(a) e 
preparado(a) para realizar seus atendimentos, 
obtendo uma visão clínica/periférica com base 
no estado e integridade física de seus pacientes, 
tendo a capacidade de minimizar a probabilidade 
de acidentes.
Prevenção das Emergências 
Médicas
É de suma importância levar em conta a preven-
ção de acidentes e lesões no ambiente terapêutico/
clínico. Os fatores de riscos podem ser extrínse-
cos ou intrínsecos. Quando são relacionados ao 
ambiente, à estrutura física do local, ao tipo de 
tratamento de produtos utilizados e de equipa-
mentos, são considerados extrínsecos. No entanto, 
características, como idade, sexo e presença de 
doenças são fatores intrínsecos, ou seja, do pró-
prio praticante.
Para prevenir os fatores de risco ambientais, as 
instalações e os equipamentos envolvidos na prá-
tica clínica devem estar em bom estado e garantir 
a segurança do paciente. Nos locais onde serão 
instalados equipamentos e nos que há técnicas 
terapêuticas que envolvam água, o piso deve ser 
revestido com material antiderrapante para evitar 
quedas. É importante que os equipamentos e ma-
quinários estejam a uma distância apropriada de 
paredes e colunas. Além disso, todos os ambientes 
devem ser providos de uma boa ventilação, para 
evitar distúrbios relacionados com o desequilíbrio 
térmico do paciente. 
É imprescindível dar atenção adequada ao exame 
físico, especialmente quando se trata da população 
idosa, que tem como característica a heterogenei-
dade, com diferenças em diversos aspectos, como 
condições gerais de saúde, estado cognitivo, dentre 
outras características intrínsecas ao processo de 
envelhecimento (HUPP; ELLIS; TUCKER, 2009).
A classificação do estado físico do paciente 
depende dos seus hábitos de vida, das doenças 
e comorbidades. Sendo assim, é possível verifi-
car que, para prevenir as situações de urgência 
e emergência, você precisa estar preparado para 
atuar diante de relatos, como uso de álcool, drogas, 
diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica 
entre outras. Lembrando, também, que esses há-
bitos e essas doenças podem ser verificados tanto 
em adultos como crianças.
Contudo, conhecendo o(a) seu(sua) pacien-
te, tomando os devidos cuidados e oferecendo 
orientações sobre a técnica que será realizada e os 
produtos utilizados, pode-se minimizar os riscos 
de acidentes e lesões e salvar vidas.
Avaliação da Vítima 
Inicialmente, antes de abordar uma vítima, será 
preciso verificar o local para garantir a sua segu-
rança durante o atendimento. Caso o ambiente 
não esteja adequado, em algumas situações, por 
exemplo, você pode desligar a rede elétrica antes de 
prestar os primeiros socorros. É importante frisar 
que a sua segurança deve estar em primeiro lugar.
Portanto, ao realizar os procedimentos, você 
deve utilizar materiais e equipamentos que sirvam 
como barreiras para evitar o contato direto com 
sangue e outros fluidos que possam transmitir 
doenças contagiosas, como as luvas descartáveis, 
máscaras faciais e óculos de proteção.
24 Aspectos Gerais do Atendimento à Urgência e Emergência
Em ambientes de prática de atividades clínicas, é extremamente importante ter à disposi-
ção um kit de primeiros socorros. Além dos dispositivos de barreira citados anteriormente, 
este kit deve conter: 
Figura 1 - Kit de primeiros socorros 
Fonte: a autora.
Lenços antibacterianos ou Sabão Termômetro oral
Estetoscópio
Es�gmomanômetro
Gel ou Saco Plástico para gelo
Tesoura
Ataduras
Gazes Esterilizadas
Tipoia
Esparadrapo
GEL
25UNIDADE 1
Agora que você já conheceu os cuidados que 
devem ser tomados antes do atendimento, ve-
rificaremos como devemos proceder na ava-
liação e no atendimento nos casos de urgência 
ou emergência. A seguir, nós descrevemos os 
procedimentos de modo geral, mas, a partir da 
Unidade 2, você verificará as definições e con-
dutas nas situações específicas.
Os protocolos para atendimento necessitam 
de atitude rápida e seguem as diretrizes para pro-
cedimentos baseados nas melhores evidências 
científicas. Estes permitem maior qualidade do 
trabalho desenvolvido, aquisição de maior con-
fiança no processo de tomada de decisão e maior 
eficácia nos desfechos.
Neste contexto, podemos citar o Suporte Bá-
sico de Vida (SBV), no qual a sequência de pro-
cedimentos tem como objetivo promover oxige-
nação e perfusão aos órgãos vitais (AHA, 2010) 
em vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR).
É importante lembrar que asequência de aten-
dimento à vítima sofreu alteração. Anteriormen-
te, era considerada como o ABC da ressuscitação 
(abertura de via aérea, ventilação e compressões 
torácicas). Atualmente, a sequência recomendada é 
CAB (compressões torácicas, abertura de via aérea 
e ventilação). Essa mudança é devido às evidências 
de que, apesar de a ventilação ser importante, as 
compressões são imprescindíveis na RCP e não 
podem ser postergadas (GONZÁLEZ et al., 2013).
Os procedimentos de SBV contemplam o re-
conhecimento imediato de parada cardíaca, o 
acionamento do serviço de atendimento móvel 
de urgência, a realização das manobras de res-
suscitação cardiopulmonar (RCP) e uso do des-
fibrilador externo automático (DEA). As ações de 
SBV devem ser realizadas de maneira adequada 
para aumentar a possibilidade de sobrevivência 
de uma vítima em situação de emergência.
Diante disto, é necessário utilizar a “corrente 
da sobrevivência” para realizar passo a passo as 
condutas durante o atendimento. Essa corrente, 
para o adulto (Figura 2), é composta por cinco elos 
que são relacionados ao suporte básico e avançado 
de emergência, e cuidados pós-PCR (AHA, 2015).
A corrente de sobrevivência pediátrica (Figu-
ra 3), no entanto, apresenta sequência diferente 
da corrente do adulto. O primeiro elo refere-se 
à prevenção de acidentes, seguido pela ressusci-
tação cardiopulmonar precoce e efetiva, aciona-
mento imediato ao serviço móvel de urgência, 
medidas de suporte avançado de vida e cuidados 
pós-ressuscitação (AHA, 2010). O primeiro elo 
é o mais relevante, visto que o desfecho de PCR 
em crianças, geralmente, é muito ruim (QUILICI; 
TIMERMAN, 2011).
26 Aspectos Gerais do Atendimento à Urgência e Emergência
Figura 3 - Cadeia de sobrevivência pediátrica 
Fonte: AHA (2010).
Figura 2 - Cadeia de sobrevivência, parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH)
Fonte: adaptada de AHA (2010).
Na Unidade 2, nós estudaremos de maneira 
mais específica os conceitos de PCR e outros 
aspectos relevantes no atendimento desta situa-
ção (como realizar as compressões e ventilações 
e utilizar o DEA).
A avaliação primária da vítima deve ser com-
pletada em, no máximo, 30 segundos, tendo por 
objetivo avaliar as condições de risco e a necessi-
dade do início precoce do suporte básico de vida. 
Você precisa determinar se o paciente encontra-se 
estável, ou seja, se apresenta condições e sinais 
vitais equilibrados e constantes, ou se está instável 
caso apresente alterações gradativas ou súbitas das 
condições e dos sinais vitais.
Entendemos os sinais como sendo as alte-
rações que podem ser verificadas por meio de 
avaliação (por exemplo: pulso, coloração da 
pele e sudorese). No entanto, os “sintomas” são 
relatados pela própria vítima, de acordo com 
sua percepção (por exemplo: tontura, fraqueza 
e náusea).
Ao abordar a vítima, você precisa checar a 
responsividade. Para isso, precisa aproximar-se 
e ajoelhar próximo da cabeça, colocando a mão 
sobre os ombros da vítima e chamar por ela. Se ela 
responder, apresente-se e pergunte se precisa de 
ajuda. Se ela não responder e não reagir, significa 
que está irresponsiva (SBC, 2015).
27UNIDADE 1
Ao checar o estado geral, será possível determi-
nar a orientação temporal e espacial da vítima, 
o nível de consciência e os sinais vitais. A che-
cagem dos sinais vitais contempla a verificação 
da respiração, pulso, pressão arterial e tempera-
tura. Essa avaliação possibilita a identificação 
de possíveis problemas fisiológicos e facilita o 
monitoramento do indivíduo que apresenta uma 
situação de urgência ou emergência. É impor-
tante lembrar que a verificação dos sinais vitais 
difere de acordo com a classificação do risco ou 
do estado da vítima.
Portanto, para a avaliação da respiração, no 
caso de vítimas responsivas, além da identificação 
de alterações no padrão respiratório, como apneia 
(ausência periódica da respiração), bradipneia 
(respiração lenta) e taquipneia (respirações rápi-
das e profundas), podemos verificar a frequên-
cia respiratória (FR), ou seja, contar o número 
de incursões por minuto. Para isto, você deverá 
observar a respiração do(a) paciente, verificando 
a elevação do tórax.
Figura 4 - Avaliação da responsividade
No caso de vítima não responsiva, deve ve-
rificar se há elevação do tórax em menos de 10 
segundos, não perca tempo contando as respira-
ções por minuto. Se identificar que ela apresen-
ta respiração, fique ao seu lado monitorando a 
evolução e, caso seja necessário, chame o serviço 
móvel de urgência (GONZÁLEZ et al., 2013). Na 
tabela a seguir, você pode observar os valores da 
frequência respiratória em repouso.
Tabela 1 - Frequência respiratória em repouso
Até 1 ano
De 1 a 5 anos
Adultos
De 6 a 8 anos
Acima de 8 anos
até 60 mpm
até 40 mpm
até 30 mpm
até 20 mpm
de 12 a 20 mpm
Fonte: Brasil (2012); Fiztgerald (1995).
Para a avaliação do pulso, você deve pressionar 
levemente a artéria, com os dedos indicador e 
médio. As artérias utilizadas para a avaliação 
são: as carótida, braquial, radial ou femoral. Em 
crianças, cheque o pulso carotídeo ou femoral 
(AHA, 2010). Essa conduta permitirá que você 
identifique se o pulso está forte ou fraco, e se o 
ritmo está regular.
Em vítimas não responsivas, verifique o pul-
so central (carotídeo) em adultos (Figura 5); em 
crianças, o pulso central ou femoral (Figura 6): 
esse procedimento deve ser rápido, entre 5 e 10 
segundos. Caso não detecte pulso ou esteja com 
dificuldade para avaliar, inicie as compressões e 
ventilações (GONZÁLEZ et al., 2013).
28 Aspectos Gerais do Atendimento à Urgência e Emergência
Nas vítimas que não estão em situação de emer-
gência, você terá tempo para avaliar a frequência 
cardíaca, a qual se refere ao número de batimen-
tos por minuto (bpm). Os locais podem ser os 
mesmos citados anteriormente para avaliação do 
pulso. Na tabela a seguir, você pode observar os 
valores da frequência cardíaca em repouso.
Tabela 2 - Frequência cardíaca em repouso
Até 1 ano
De 1 a 5 anos
De 5 a 12 anos
De 12 a 16 anos
Adultos
de 94 a 169 bpm
de 89 a 137 bpm
de 65 a 130 bpm
de 60 a 120 bpm
de 50 a 100 bpm
Fonte: adaptada de Pastore et al. (2009; 2016).
Embora, a medida da pressão arterial (PA) faça par-
te da avaliação dos sinais vitais, não está incluída nos 
procedimentos de SBV. Entretanto, essa avaliação é 
importante para proceder em outros casos de ur-
gência ou emergência. Tanto os procedimentos para 
a medida da pressão arterial quanto os valores de 
referência descritos a seguir seguem a VII Diretriz 
de Hipertensão Arterial (MALACHIAS et al., 2016).
Figura 6 - Avaliação do pulso femoral
Figura 5 - Avaliação do pulso carotídeo
29UNIDADE 1
Para realizar a avaliação, você precisa instruir o(a) 
indvíduo a não conversar durante a medição. O ideal 
é que não esteja com a bexiga cheia e que não tenha 
praticado exercícios físicos na última hora. Quanto 
ao posicionamento, o(a) avaliado(a) deve estar sen-
tado(a), com as pernas descruzadas, pés apoiados no 
solo, encostado(a) na cadeira e relaxado(a). O braço 
deve ser posicionado na altura do coração e apoiado, 
com a palma da mão voltada para cima.
Inicialmente, é necessário verificar a circunfe-
rência do braço no ponto médio entre acrômio e 
olécrano; selecionar o manguito de tamanho ade-
quado; colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 
cm acima da linha cubital; estimar o nível da pressão 
arterial sistólica (PAS) pela palpação do pulso radial; 
colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio 
sem compressão excessiva sobre a artéria braquial; 
inflar até ultrapassar 20 a 30 mmHg, o nível estima-
do da PAS obtido pela palpação; iniciar a deflação 
lentamente; determinar a PAS pela ausculta do pri-
meiro som (fase I de Korotkoff) e a pressão arterial 
diastólica (PAD) no desaparecimento dos sons (fase 
V de Korotkoff) (MALACHIAS et al., 2016).
É fato que, em determinadas situações, isso não 
será possível, pois a vítima pode não conseguir 
permanecer naposição sentada, como nos casos 
de síncope (desmaio). Então, você poderá verifi-
car a pressão em decúbito dorsal, mas utilizando 
o mesmo posicionamento do braço e seguir as 
demais recomendações.
Em crianças, é recomendado que a medição da 
PA seja realizada em toda avaliação médica após os 
três anos de idade, uma vez ao ano, pois faz parte do 
atendimento pediátrico primário (TRUELSEN et 
al., 2007). No entanto, os valores de PA para crian-
ças e adolescentes levam em consideração a idade, 
sexo e altura, conforme disponíveis em tabelas es-
pecíficas ou aplicativos para smartphones.
No que se refere à avaliação da PA em idosos, 
há características peculiares ao processo de enve-
lhecimento, o que pode causar maior frequência 
do hiato auscultatório (desaparecimento dos sons 
durante a deflação do manguito), resultando em 
níveis falsamente baixos na PAS e falsamente altos 
na PAD (MALACHIAS et al., 2016).
Por outro lado, o posicionamento recomen-
dado para as gestantes deve ser sentada ou em 
posição de decúbito lateral esquerdo; ambos os 
métodos transmitirão os mesmos resultados 
(OLIVEIRA, 2000).
Agora que você já tem conhecimento para medir 
a pressão arterial, verifique, na tabela a seguir, a clas-
sificação da PA, a partir de 18 anos de idade, segun-
do a VII Diretriz de Hipertensão Arterial (2016).
Tabela 3 - Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório a partir de 18 anos de idade 
Fonte: Malachias et al. (2016).
Classificação PAS (mm Hg) PAD (mm Hg)
Normal ≤ 120 ≤ 80
Pré-hipertensão 121 – 139 81 – 89
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da PA.
30 Aspectos Gerais do Atendimento à Urgência e Emergência
Quanto à classificação para as crianças e ado-
lescentes, são considerados hipertensos quando 
apresentam PAS e/ou PAD superiores ao per-
centil (p) 95, conforme idade, sexo e percentil de 
altura em, pelo menos, três momentos distintos 
(MALACHIAS et al., 2016).
Para finalizar as avaliações dos sinais vitais, ve-
remos os métodos para verificar a temperatura. 
Para isso, você precisa de um termômetro e, inicial-
mente, será necessário higienizá-lo com algodão 
e álcool, agitando até que acuse uma temperatura 
igual ou inferior a 35 ºC (95 ºF). Feito isso, seque 
a axila do(a) avaliado(a), posicione corretamente 
o termômetro na axila, com o braço pressionado 
contra o corpo, segurando a extremidade opos-
ta ao reservatório (GONÇALVES, 2009). Caso o 
termômetro não seja digital, aguarde durante cin-
co minutos antes da leitura. A temperatura axilar 
normal é de 36,5 ºC. Na tabela a seguir, pode ser 
observada a classificação de estado febril.
Tabela 4 - Classificação de estado febril
Subfebril 37 a 37,5 ºC
Febre baixa 37,5 a 38,5 ºC
Febre moderada 38,5 a 39,5 ºC
Febre alta 39,5 a 40 ºC
Fonte: adaptada de Gonçalves (2009).
Nesta unidade, verificamos os procedimentos 
gerais para avaliação da vítima, e estes conheci-
mentos serão necessários para você compreender 
os conteúdos das demais unidades. 
Caro(a) aluno(a), ao longo desta unidade, des-
tacamos o papel importante que o(a) profissional 
de saúde possui frente às situações de urgência e 
emergência. Você deve ter se dado conta da sua 
responsabilidade, acima de tudo, como cidadão, 
mas também como profissional diante de lesões ou 
eventos que coloquem em risco a vida do paciente. 
Neste sentido, buscamos trazer informações 
relacionadas à importância que você tem diante 
da construção de uma boa relação com o paciente, 
pois ela se configura como o primeiro passo no 
atendimento de primeiros socorros. O relaciona-
mento interpessoal concreto e efetivo desenvolve 
o vínculo de confiança e segurança entre os sujei-
tos perante essas situações.
Em um segundo momento, caro(a) aluno(a), 
existe a necessidade de avaliar corretamente o local 
e as vítimas do acidente ou lesão, garantindo que a 
sua segurança esteja preservada, e isso permite o 
gerenciamento adequado dessas condições. 
Desta maneira, buscamos trazer para você os 
fatores que interferem no atendimento inicial e os 
principais equipamentos que podem ser utilizados 
nessas situações. Adicionalmente, você pode ad-
quirir conhecimentos em relação à identificação 
dos sinais e sintomas que auxiliam na classificação 
do evento, possibilitando um atendimento mais 
rápido e eficaz e sobre as técnicas corretas em re-
lação à verificação dos sinais vitais. 
Por fim, destacamos que o conhecimento sobre 
primeiros socorros não se resume a esta unidade. 
Ainda há muito para aprender. Bons estudos!
Caro(a) aluno(a), acesse o link da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial e veja as tabelas de 
referência para avaliação da pressão arterial nas páginas 55 a 58. Disponível em: <http://publicacoes.
cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf>.
Fonte: as autoras.
31
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Os atendimentos de primeiros socorros na área de urgência e emergência são 
competências dos Profissionais da Saúde. As responsabilidades com os indiví-
duos que realizam algum procedimento e/ou tratamento com estes profissionais 
seguem alinhadas aos direitos constitucionais, civis, penais e, sobretudo, à ética 
profissional. Segundo a Resolução nº 1451/95, do Conselho Federal de Medicina, 
a constatação de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente 
de morte ou sofrimento intenso indica uma situação de:
a) Caráter menos imediatista.
b) Urgência.
c) Síndrome do jaleco branco.
d) Emergência.
e) Síncope.
2. Enquanto profissionais, temos responsabilidade sobre nossas intervenções 
e não podemos admitir que nossas atitudes diante de situações de urgência 
ou emergência sejam equivocadas. Avalie as seguintes asserções e a relação 
proposta entre elas:
I. Aproximar o Profissional da Saúde das técnicas de primeiros socorros é im-
prescindível para oferecer informação atualizada sobre os diversos episódios 
de urgência e emergência na prática profissional.
PORQUE
II. Conhecer os riscos e medidas preventivas, bem como os protocolos de 
atendimento, permitem agir com mais segurança, qualidade e competência. 
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c) As asserções I e II são proposições falsas.
d) A asserção II é uma proposição falsa, mas a I é uma proposição verdadeira.
e) A asserção I é uma proposição falsa, mas a II é uma proposição verdadeira.
32
3. Você recebe em seu consultório um paciente jovem, do sexo masculino, e antes 
do início do atendimento ele sofre uma queda e fica inconsciente, seu primeiro 
procedimento será: 
a) Realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
b) Realizar a manobra de desobstrução das vias aéreas.
c) Avaliar os sinais vitais.
d) Avaliar a responsividade da vítima.
e) Verificar a sua segurança antes de realizar o atendimento.
4. A hipertensão arterial, frequentemente chamada de pressão alta, é uma doença 
multifatorial e sistêmica. Segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 
é considerada hipertensão arterial estágio I em indivíduos acima de 18 anos, 
quando a pressão:
a) Sistólica é < que 120 mmHg, e a diastólica < que 80 mmHg.
b) Sistólica é > que 130 mmHg, e a diastólica < que 90 mmHg.
c) Sistólica é ≥ a 140 mmHg, e a diastólica ≥ que 90 mmHg.
d) Sistólica está 140-159 mmHg, e a diastólica 90-99 mmHg.
e) Sistólica é igual a 139 mmHg, e a diastólica igual a 85 mmHg.
33
5. O Profissional da Saúde deve estar apto a reconhecer as situações que põem 
a vida em risco, assim como os procedimentos de primeiros socorros, pois são 
importantes para manter a vítima em melhor condição possível até que se ob-
tenha atendimento médico.Portanto, este profissional tem como objetivo(s), 
nos primeiros socorros:
I. Diagnosticar as doenças.
II. Solicitar assistência médica e serviço de emergência.
III. Minimizar o risco de outras lesões e complicações.
IV. Evitar infecções.
V. Receitar medicamentos para prevenir as complicações. 
É correto o que se afirma em:
a) I, II, III e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, apenas.
34
Primeiros Socorros nos Esportes
Autor: Melinda J. Flegel
Editora: Manole
Sinopse: o sucesso de uma equipe de profissionais de saúde requer trabalho 
em grupo e vontade de se preparar. Esse livro apresenta a função que cabe 
a você em uma equipe de profissionais de saúde para atletas, incluindo suas 
responsabilidades e limitações. Irá ajudá-lo(a) a se preparar para situações de 
primeiros socorros, apresentando-lhe diretrizes para a formulação de um plano 
de emergência médica. Ao fazer uso dessas estratégias, você poderá reduzir de 
forma significativa os riscos de lesões ou doenças em seus atletas. Você deverá 
estar preparado para prestar primeiros socorros de maneira rápida e adequada 
quando ocorrerem, pois isso pode ajudar a salvar a vida de um atleta.
LIVRO
O Dr. Drauzio Varella fala sobre a importância do conhecimento em primei-
ros socorros. Ao final, ele dá dica de um aplicativo gratuito, disponível para 
Android e IOS. 
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
WEB
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/188
35
ALBERT, C. M. et al. Triggering of sudden death from cardiac causes by vigorous exertion. N Engl J Med, v. 
343, p. 1355-61, 2000.
AHA. American Heart Association. Part 13: Pediatric Basic Life Support. Circulation, AHA Journals, v. 122, 
n. 18 suppl 3, nov. 2010. Disponível em: <http://circ.ahajournals.org/content/122/18_suppl_3/S862.short>. 
Acesso em: 15 jan. 2019.
AMERICAN RED CROSS SCIENTIFIC ADVISOTY COUNCIL. Hand Hygiene Scientific Review. 2010. 
Disponível em: <http://www.redcross.org/take-a-class/scientific-advisory-council>. Acesso em: 15 jan. 2019.
______. Destaques da American Heart Association de 2015: atualização das diretrizes para RCP e ACE. 
2015. Disponível em: <https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-
Highlights-Portuguese.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2019.
BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 
31 dez. 1940.
______. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
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Socorros. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
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CASSOTE, D. F. et al. Desempenho do profissional de educação física em casos de parada cardiorrespiratória: 
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36
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38
1. D.
2. A.
3. E.
4. D.
5. C.
39
40
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conceituar lipotimia/síncope e descrever os primeiros 
socorros nessas situações.
• Conceituar hipertensão arterial sistêmica, crise hipertensi-
va e hipotensão e descrever os protocolos de atendimento.
• Conceituar aterosclerose, doença arterial coronariana e 
angina.
• Descrever o infarto agudo do miocárdio.
• Conceituar parada cardiorrespiratória, identificar a obs-
trução das vias aéreas e descrever o protocolo para aten-
dimento.
• Conceituar a síndrome de hiperventilação, identificar a 
crise asmática e os procedimentos de primeiros socorros.
• Descrever o afogamento e descrever as condutas de pri-
meiros socorros. 
Lipotimia e síncope
Intercorrências do sistema 
cardiovascularAfogamentos
Intercorrências do sistema 
respiratório
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
Urgências e Emergências 
Cardiovasculares e 
Respiratórias
Lipotimia 
e Síncope
Agora que você já conhece os procedimentos para 
avaliar os sinais vitais, nesta unidade, abordare-
mos situações que podem ser decorrentes, ou que 
podem ocasionar eventos que promovam altera-
ções nos sistemas cardiovascular e respiratório. 
Após identificar cada situação, apresentaremos 
os protocolos indicados para o atendimento das 
vítimas.
Inicialmente, descreveremos as situações mais 
comuns, como a lipotimia e a síncope, as quais 
costumam ser de curta duração e podem ocorrer 
em indivíduos de qualquer faixa etária.
Você também aprenderá a reconhecer quando 
o indivíduo apresenta hipertensão arterial sistê-
mica, crise hipertensiva ou hipotensão, e quais são 
os posicionamentos indicados e demais condutas 
que devem ser realizadas nestes casos.
Para que você, acadêmico(a), possa compreen-
der melhor como e por que ocorre o infarto agudo 
do miocárdio e a parada cardíaca, abordaremos os 
aspectos relacionados à aterosclerose e à doença 
arterial coronariana, as quais, entre outros fatores, 
podem causar IAM e PCR.
43UNIDADE 2
Por fim, serão relatados os conceitos e proce-
dimentos relacionados aos casos que provocam 
alterações respiratórias, como a obstrução das vias 
aéreas, que ocorre frequentemente, devido ao en-
gasgo com alimentos ou aspiração de líquido por 
submersão ou imersão; a síndrome de hiperventi-
lação; e a crise asmática presenciada, geralmente, 
nos casos de ansiedade.
Aproveite o conteúdo desta unidade e lembre-
-se de verificar os tópicos que trazem indicações 
para o aprofundamento do seu estudo. 
Os conhecimentos sobre os procedimentos 
gerais para avaliação das vítimas em situações de 
urgência e emergência que abordamos na Uni-
dade 1 serão complementados pelos conteúdos 
desta e das próximas unidades. Desta forma, ini-
ciaremos pelos conceitos e condutas relacionados 
à lipotimia e síncope.
A lipotimia é caracterizada por alteração da 
consciência (sem perda total dela) em cuja situação 
a vítima relata a sensação de desmaio (Figura 1). 
No entanto, na síncope, há perda súbita da cons-
ciência e, consequentemente, o desmaio (Figura 2). 
Ambas as situações são de curta duração, e a recu-
peração da consciência geralmente é espontânea. Figura 1 - Lipotimia
Figura 2 - Síncope
A lipotimia e a síncope podem ocorrer em decor-
rência de diversas situações. As causas mais co-
muns estão relacionadas à desidratação, à anemia, 
à diminuição de fluxo sanguíneo e ao oxigênio 
no cérebro, aos traumas na cabeça, aos proble-
mas neurológicos ou devido à hipoglicemia, que, 
geralmente, ocorre em indivíduos que não se ali-
mentaram, estão fazendo regimes sem orientação 
ou em diabéticos (GONÇALVES, 2009).
Entre estas, a causa mais frequente é a dimi-
nuição da atividade cerebral. Para manter a oxi-
genação no cérebro, o corpo desfalece e mantém 
um metabolismo basal, ou seja, realiza a mínima 
atividade com o mínimo gasto de energia. Estas 
situações podem ocorrer também devido à queda 
súbita da pressão arterial (hipotensão) em con-
sequência da dor, emoção intensa, esforço físico, 
fobia de ambientes fechados, calor excessivo e ao 
ver sangue (MORAES, 2010).
Segundo Gonçalves (2009), os sinais e sinto-
mas destas situações são:
• Sensação de fraqueza.
• Escurecimento da visão.
• Náuseas, vômito.
• Pele fria e pegajosa.
• Pulso rápido e fraco.
• Extremidades dos pés e mãos geladas.
• Extremidades cianóticas (coloração azul-
-arroxeada).
Os primeiros socorros dependerão se o indivíduo 
está, ou não, consciente. Apresentaremos, a seguir, 
quais devem ser os procedimentos.
Geralmente, ao presenciar estas situações, são 
tomadas condutas equivocadas e erradas, como: 
jogar água no rosto da vítima, oferecer líquido ou 
comida, utilizar produtos com odor forte, como 
vinagre, água sanitária (hipoclorito de sódio), en-
tre outros, para tentar acordar a vítima. No entan-
to, as condutas devem ser baseadas em protocolos, 
e não em conhecimento popular.
Figura 4 - Posicionamento da vítima inconsciente
Figura 3 - Posicionamento da vítima consciente 
Fonte: Flegel (2008, p. 114).
• Ajude-o a sentar em uma cadeira.
• Inicialmente, verifique o pulso e respiração.
• Você deve monitorar os sinais vitais.
• Você deve monitorar os sinais vitais.
• Afrouxe as roupas.
• Afrouxe as roupas.
• Caso verifique alteração dos sinais vitais e não 
ocorra recuperação dentro de alguns minutos, 
chame o serviço de urgência.
• Caso verifique alteração dos sinais vitais e não 
ocorra recuperação dentro de alguns minutos, 
chame o serviço de urgência.
• Oriente que coloque a cabeça entre os 
joelhos, fazendo uma pressão com as 
mãos na região cervical.
• Eleve os membros inferiores cerca de 20 cm.
• Se já estiver ao chão, eleve os 
membros inferiores cerca de 
20 cm.
• Coloque-o em posição de recupe-
ração (se não estiver lesionado), 
com a cabeça lateralizada.
Se o(a) paciente estiver inconsciente
Se o(a) paciente estiver consciente
Entre os distúrbios fisiopatológicos do sistema 
cardiovascular, que podem causar alterações 
graves na homeostase, gerando danos intensos 
e irreversíveis ao organismo, podemos destacar 
a Hipertensão Arterial (HA), a aterosclerose, a 
Doença Arterial Coronariana (DAC), angina, 
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e a parada 
cardiorrespiratória, bem como os procedimentos 
indicados no atendimento dos primeiros socorros 
às vítimas, como veremos a seguir.
Hipertensão Arterial 
Sistêmica, Crise Hipertensiva 
e Hipotensão
Caro(a) aluno(a), na Unidade 1, verificamos a 
classificação da pressão arterial e os procedi-
mentos para avaliar a PA. Nesta unidade, abor-
daremos os conceitos e as condutas nos casos de 
alteração da PA.
Intercorrências do
Sistema Cardiovascular
47UNIDADE 2
Neste contexto, podemos citar a hipertensão 
arterial (HA), que é considerada uma doença 
multifatorial em que há elevação sustentada dos 
níveis pressóricos. Geralmente, está associada a al-
terações metabólicas, funcionais e/ou estruturais 
de órgãos-alvo. A HA pode ser agravada, devido 
aos fatores de risco, como obesidade abdominal, 
dislipidemia e diabetes mellitus. Além disso, está 
associada a eventos, como acidente vascular ence-
fálico (AVE), doença renal crônica, infarto agudo 
do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC) 
e morte súbita (MALACHIAS et al., 2016). Por 
sua vez, nas crianças, as taxas de hipertensão são 
maiores quando apresentam obesidade, distúrbios 
respiratórios do sono ou doença renal crônica 
(FLYNN et al., 2017).
Durante os primeiros socorros: 
• Mantenha o(a) paciente em repouso ab-
soluto, de maneira confortável (sentado 
ou semissentado).
• Afrouxe as roupas.
• Monitore os sinais vitais.
• Se necessário, acione o SAMU.
• A elevação dos membros inferiores, neste 
caso, está contraindicada.
Dentre os casos de elevação da PA, encontra-se 
a crise hipertensiva, a qual pode ser classificada 
como urgência hipertensiva ou emergência hi-
pertensiva. 
Estas são situações clínicas sintomáticas em 
que é observada elevação acentuada da pressão 
arterial diastólica (≥ 120 mmHg), sendo que, na 
urgência hipertensiva, há elevação da PA supe-
rior ao percentil 99. Nestes casos, pode ocorrer 
acometimento neurológico, renal, hepático, in-
suficiência miocárdica, convulsões e alterações 
visuais (MALACHIAS et al., 2016).
As condutas têm ênfase em prestar os primei-
ros socorros realizando a rápida identificação da 
crise hipertensiva e remoção da vítima, para isso, 
acione o serviço de emergência (BRASIL, 2003).
Outra alteração da pressão arterial, bastante 
comum, é a hipotensão, a qual apresenta níveis de 
pressão abaixo do normal, com PAS < 90 mmHg 
(JENSEN, 2013). Não é considerada uma doença, 
porém pode estar relacionada com diabetes mel-
litus, infarto do miocárdio, entre outros. As quedas 
da pressão podem ocorrer por diversos motivos 
quecausam a perda do controle do fluxo de sangue 
e a hipovolemia (diminuição de sangue no corpo), 
entre estes, jejum prolongado, desidratação, uso de 
diuréticos e troca repentina de posição (hipotensão 
postural ou ortostática) (VARELLA, 2018, on-line)1.
A vítima com hipotensão pode apresentar: 
tontura, visão embaçada, náuseas, vômitos sín-
cope, pulso rápido ou irregular, fadiga, confusão 
e dispneia (MION, 2016, on-line)2.
Durante os primeiros socorros: 
• Mantenha o(a) paciente em repouso, dei-
tado(a) de maneira confortável, com os 
membros inferiores elevados.
• Afrouxe as roupas.
• Monitore os sinais vitais.
• Se necessário, acione o SAMU.
Figura 5 - Elevação dos membros inferiores
48 Urgências e Emergências Cardiovasculares e Respiratórias
Aterosclerose, Doença Arterial 
Coronariana (DAC) e Angina
Os protocolos para o atendimento de eventos car-
diovasculares passam por revisões e atualizações, 
frequentemente. Portanto, você encontrará conteúdo, 
com os mais recentes consensos e diretrizes disponí-
veis, para que possa dispor de uma fonte confiável de 
consulta e estudo. Além disso, utilizamos uma pro-
posta prática e concisa dos principais assuntos que 
envolvem este tema. Iniciaremos pela aterosclerose.
A aterosclerose ocorre devido à resposta da pa-
rede arterial a diversos agentes agressores, na qual 
há deposição de lípides, inflamação e evolução da 
placa aterosclerótica (placa de gordura). A ateros-
clerose tem início quase concomitante à formação 
do próprio corpo humano. As lesões iniciais podem 
ser identificadas em fetos de mães com altos níveis 
de colesterol, e em crianças na primeira infância. 
A evolução das lesões continua até desenvolver o 
ateroma, em torno da quinta década de vida (MAR-
TINS et al., 2009). Este pode causar obstrução do 
fluxo sanguíneo e, consequentemente, doença ar-
terial coronariana.
A DAC é considerada a principal causa de óbi-
to no mundo. A cada ano, mais de sete milhões de 
indivíduos morrem em decorrência dessa doença 
(MORAES, 2015). Há comprometimento do fluxo 
sanguíneo nas artérias coronárias e, consequente-
mente, redução da chegada do oxigênio ao coração 
(PINHO et al., 2010). Por conta disto, os indivíduos 
com DAC podem experimentar episódios de angina 
(dor ou desconforto na região torácica).
Nestes casos, você deve ligar para o serviço de ur-
gência e recomendar que a pessoa utilize os próprios 
medicamentos enquanto aguarda o atendimento. 
Essa situação pode progredir para infarto agudo 
do miocárdio, acidente vascular cerebral ou morte 
súbita, por isso, é extremamente relevante monitorar 
os sinais vitais e realizar os procedimentos, confor-
me indicados nos próximos tópicos.
Infarto Agudo do Miocárdio 
(IAM)
A maioria das mortes relacionadas ao IAM ocorre 
fora dos hospitais e, geralmente, não é assistida pe-
los profissionais da saúde. Grande parte das vítimas 
morrem nas primeiras 24 horas após o evento, sen-
do 50% na primeira hora por taquiarritmia ventri-
cular (PIEGAS et al., 2015; MORAES, 2015). Logo, 
essa situação deve ser reconhecida rapidamente.
Quando há ativação inflamatória, agregação 
plaquetária, vasoconstrição e trombose da coro-
nária, a oclusão coronariana, por algum tempo, 
provocará o infarto. Essa isquemia que ocorre no 
músculo cardíaco e promove injúria ou necrose é 
denominada infarto do miocárdio (GONZALEZ 
et al., 2013).
Os sintomas são desconforto ou dor opressiva 
na região torácica anterior e/ou posterior, com sen-
sação de queimação e sufocamento, dor na mandí-
bula, na região cervical, no ombro, nos membros 
superiores (geralmente o esquerdo) e no epigástrio. 
Pode ocorrer parestesia no membro superior (ge-
ralmente esquerdo) e a vítima, geralmente, apre-
senta sudorese, dispneia e náuseas (SBC, 2013b).
O IAM pode levar a uma parada cardíaca e é 
considerado uma das principais causas de PCR. Na 
suspeita de infarto, deve-se chamar o serviço de 
emergência e monitorar os sinais vitais. Se o quadro 
evoluir para uma parada cardíaca, realizam-se os 
procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar.
49UNIDADE 2
Parada Cardiorrespiratória 
(PCR) 
A situação de maior emergência é a parada car-
diorrespiratória (PCR) (MORAES, 2015), devido 
à parada do funcionamento do coração e dos pul-
mões, o que resultará em morte caso não sejam 
realizados os procedimentos de primeiros socorros. 
As características da vítima em PCR são: perda da 
consciência, gasping (respiração de forma anor-
mal), ausência da responsividade, perda da respi-
ração e do pulso (SBC, 2013b).
A taquicardia ventricular sem pulso e a fibrilação 
ventricular são consideradas as principais causas 
desse evento em ambiente extra-hospitalar (GON-
ZALEZ et al., 2013). As PCRs são mais frequentes 
em adultos, mas também ocorrem em crianças. A 
cada minuto, após o evento sem ressuscitação car-
diopulmonar (RCP) e desfibrilação, as chances de 
sobrevivência da vítima diminuem de 7 a 10%. Por-
tanto, é extremamente relevante a RCP, pois, quando 
realizada, as chances de sobrevida diminui 3 a 4% a 
cada minuto de PCR (MORAES, 2015).
Os protocolos descritos nas diretrizes de Res-
suscitação Cardiopulmonar são destinados tanto 
aos profissionais da saúde quanto para leigos. No 
entanto, é importante ficar atento(a), pois livros, ar-
tigos e diretrizes mais antigas trazem uma sequência 
diferente de procedimentos para RCP. A recomen-
dação é utilizar sempre os materiais mais atuais.
As novas diretrizes internacionais não adicio-
naram muitas modificações no atendimento às 
vítimas de PCR, mas enfatizam as compressões 
torácicas como a chave para o sucesso da res-
suscitação, tendo como principal objetivo mi-
nimizar atrasos na intervenção (GONZALEZ 
et al., 2013).
Na Unidade 1, abordamos a sequência de 
procedimentos para realizar o suporte básico de 
vida e a corrente da sobrevivência; agora, você 
verificará como executar estes procedimentos, 
conforme a I Diretriz de Ressuscitação Car-
diopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de 
Emergência da Sociedade Brasileira de Cardio-
logia (GONZALEZ et al., 2013) e as Diretrizes da 
American Heart Association de 2015 para RCP 
e ACE (AHA, 2015).
Após avaliar a responsividade e reconhecer a 
PCR (presença de gasping ou ausência de pulso), 
você deverá:
• Ligar para o Sistema de Atendimento 
Móvel de Urgência – SAMU 192 – e estar 
preparado(a) para responder informações 
sobre local da ocorrência, os sinais e sinto-
mas da vítima.
• Solicitar, se disponível no local, um desfi-
brilador externo automático.
50 Urgências e Emergências Cardiovasculares e Respiratórias
Para utilizar o DEA, você precisa ligar o aparelho, 
apertando o botão ON - OFF (alguns equipamen-
tos ligam, automaticamente, ao abrir a tampa). 
As pás (eletrodos) devem ser colocadas no tó-
rax da vítima; nelas há o desenho instruindo o 
posicionamento. Caso o choque seja indicado, o 
aparelho avisará “choque recomendado, afaste-se”. 
Você precisará pressionar o botão indicado para 
aplicar o choque.
A RCP deverá ser iniciada imediatamente após 
o choque e, caso o aparelho não indique o choque, 
deve realizar a RCP imediatamente. Se a vítima 
retomar a consciência, o aparelho não deverá ser 
desligado ou retirado até a chegada do serviço de 
emergência.
Quanto ao posicionamento das pás, quatro 
posições são aceitas: anterolateral, anteroposterior, 
anterior-esquerda infraescapular, anterior-direita 
infraescapular.
Figura 6 - Utilização do desfibrilador externo automático
Desfibrilador é um equipamento utilizado no tratamento da fibrilação ventricular e da taquicardia 
ventricular sem pulso. O desfibrilador externo automático (DEA) reconhece o ritmo e avisa se o 
choque elétrico é recomendado. No entanto, nesse equipamento, a decisão de deflagrar o choque 
é dependente do operador.
Em crianças e bebês, o DEA pode ser utilizado 
com pás (eletrodos) pediátricas e/ou atenuador de 
carga. Caso o kit do DEA não possua essa opção, 
podem ser utilizadas as mesmas pás do adulto, 
com o posicionamento anteroposterior.Em seguida, deve iniciar imediatamente os 
ciclos de 30 compressões torácicas e 2 ventilações.
Para realizar as compressões em adultos e 
crianças (verifique a Figura 7), deixe a vítima dei-
tada em decúbito dorsal sobre local rígido. Você 
deve estar posicionado entre a cabeça e o corpo 
da vítima (verifique as imagens), expor o tórax 
(retirando as roupas) e colocar a base de uma das 
mãos (região hipotenar) sobre ele e a base da outra 
mão sobre a primeira mão. Com os braços esten-
didos, posicione suas mãos com os dedos abertos 
entrelaçados na metade inferior do esterno (fora 
do alcance das costelas). Os ombros devem estar 
alinhados com as mãos.
Figura 7 - Compressões torácicas
51UNIDADE 2
Realize uma pressão, para deprimir o esterno 
5 cm, comprimindo o coração em direção à 
coluna vertebral (Figura 8) e descomprima, 
sem perder o contato da mão com o esterno. 
Os tempos de compressão e descompressão de-
vem ser similares. Nas crianças, a profundidade 
da compressão é de, pelo menos, um terço do 
diâmetro anteroposterior do tórax, portanto, 
também será cerca de 5 cm.
Nas lactentes, a compressão torácica deve 
ser um terço do diâmetro anteroposterior do 
tórax, o que representa cerca de 4 cm. Você pode 
utilizar as mãos na lateral do tórax e comprimir 
com os primeiros dedos, ou utilizar apenas o 
segundo e terceiro dedo para realizar as com-
pressões logo a seguir da linha mamilar (Fi-
gura 9). A relação compressão-ventilação em 
crianças e lactentes, se tiver um socorrista, é de 
30:2, mas, se houver dois ou mais socorristas, 
deve ser 15:2.
Esterno
Corpo vertebral
Pericárdio
Figura 8 - Compressão do esterno
Fonte: Resgate Federal ([2018], on-line)3.
Figura 9 - Compressões torácicas no bebê
52 Urgências e Emergências Cardiovasculares e Respiratórias
Após realizar as 30 compressões, proceda com 
a abertura das vias aéreas, utilizando a manobra 
de extensão da cabeça.
Existem diferentes formas para realizar as ven-
tilações. Podem ser aplicadas por meio de ventila-
ção boca a boca (Figura 10), com máscara/lenço 
facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso 
(pocket-mask) (Figura 11) ou bolsa-válvula-más-
cara (Figura 12). No entanto, é indicado que você 
utilize mecanismos de barreira para aplicar as 
ventilações, devido ao risco de contaminação na 
ventilação boca a boca (GONZALEZ et al., 2013).
O lenço facial é descartável. Esse material 
contém uma válvula unidirecional que impede 
o retorno do ar pela boca, protegendo quem está 
realizando o procedimento. Para utilizá-lo, após 
realizar a abertura da via aérea, você precisa es-
tabilizar a mandíbula vedando o lenço facial o 
máximo possível na boca da vítima, pinçando o 
nariz e assoprando na válvula.
Por outro lado, com a máscara de bolso ou 
pocket-mask, que também contém uma válvula 
unidirecional, você deve envolver a boca e nariz 
da vítima, realizar uma letra “C” com os dedos 
indicador e polegar de uma das mãos e posicionar 
na parte superior da máscara, e, com a outra mão, 
posicionar o polegar na região inferior da máscara 
e os outros dedos na mandíbula (Figura 11).
Outra maneira de realizar as ventilações é uti-
lizando a bolsa-válvula-máscara ou ventilador/
ressuscitador manual. Para realizar o procedimen-
to com uma das mãos, faça uma letra “C” com os 
dedos polegar e indicador e os posicione acima 
da máscara, realizando pressão contra a face da 
vítima. Posicione os outros três dedos na mandí-
bula para estabilizá-la e pressione a bolsa durante 
1 segundo para cada ventilação (com pressão su-
ficiente para elevar o tórax) (Figura 12).
Para realizar a ressuscitação de forma corre-
ta, garanta fluxo sanguíneo e oxigenação, alguns 
cuidados são relevantes para que as compressões 
Figura 10 - Ventilação boca a boca
Figura 11 - Ventilação com a máscara de bolso ou pocket-
-mask
Figura 12 - Ventilação com bolsa-válvula-máscara
e ventilações sejam efetivas e de alta qualidade. 
Desta forma, devem ser realizadas, no mínimo, 
100 compressões por minuto e, no máximo, 120, 
comprimindo rapidamente. A profundidade das 
compressões, não deve ser superior a 6 cm; após 
cada compressão deve-se permitir o retorno total 
do tórax, sendo que as interrupções nas compres-
sões devem ser minimizadas (AHA, 2015). 
53UNIDADE 2
No quadro a seguir, apresentamos um resumo dos componentes da RCP.
Quadro 1 - Componentes da RCP de alta qualidade
Componente Adultos e adolescentes
Crianças
(1 ano de idade 
à puberdade)
Bebês
(menos de 1 ano de idade, 
excluindo recém-nascidos)
Segurança do local Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima
Reconhecimento 
da PCR
Verifique se a vítima responde. 
Ausência de respiração ou apenas gasping.
Nenhum pulso sentido em 10 seg.
Acionamento do 
serviço médico 
de emergência
Se estiver sozinho, 
deixe a vítima e acio-
ne o 192; obtenha 
DEA, antes de iniciar 
a RCP. Do contrário, 
peça que alguém 
chame o 192 e inicie 
a RCP imediata-
mente; use o DEA 
assim que ele estiver 
disponível.
Colapso presenciado: siga as etapas utilizadas em 
adultos e adolescentes
Colapso não presenciado: execute 2 minutos de 
RCP; deixe a vítima para acionar o 192 e buscar o 
DEA; retorne à criança e reinicie a RCP; use o DEA 
assim que ele estiver disponível.
Relação compres-
são-ventilação sem 
via aérea avançada
1 ou 2 socorristas = 
30:2
1 socorrista = 30:2
2 ou mais socorristas= 15:2
Relação compres-
são-ventilação com 
via aérea avançada
Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min.
Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min).
Frequência de 
compressão 100 a 120/min.
Profundidade 
de compressão No mínimo 5 cm.
Pelo menos 1/3 do 
diâmetro antero-
posterior do tórax; 
cerca de 5 cm.
Pelo menos 1/3 do diâmetro 
anteroposterior do tórax; 
cerca de 4 cm.
Posicionamento 
das mãos
2 mãos sobre a 
metade inferior do 
esterno.
2 mãos ou 1 mão.
1 socorrista: 2 dedos no cen-
tro do tórax, logo abaixo da 
linha mamilar.
2 ou mais socorristas: técnica 
dos dois polegares no centro 
do tórax, logo abaixo da linha 
mamilar.
Retorno do tórax Aguarde o retorno do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após cada compressão.
Minimizar 
interrupções Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos.
Fonte: adaptado de AHA (2015).
Caso a vítima apresente pulso e respiração normal, é indicado colocá-la em posição de recuperação 
(se não houver suspeita de trauma).
Conforme estudamos em Anatomia Humana, o 
Sistema Respiratório é um conjunto de órgãos e 
estruturas (nariz, cavidade nasal, seios paranasais, 
faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, 
pulmões e alvéolos) que formam um canal por 
onde passa o ar atmosférico. Durante o percurso, 
o ar é aquecido, filtrado e umidificado, chegando 
aos alvéolos pulmonares, no final dos bronquíolos, 
onde ocorre a troca do oxigênio pelo gás carbônico.
Quando nos remetemos ao corpo humano, 
sabemos que o sistema respiratório é fundamen-
tal para a manutenção da vida, pois o oxigênio 
é o principal combustível no processo químico 
para a queima de glicose adquirida dos alimentos 
ingeridos, transformando-a em energia para as 
atividades diárias do indivíduo.
Qualquer fator que limite ou obstrua esse “ca-
minho” por onde passa o ar durante a inspiração 
e expiração fará com que ocorra uma diminuição 
do oxigênio dos tecidos, podendo causar sérios 
danos, como lesões irreversíveis ou, até mesmo, 
levar a pessoa a óbito.
Intercorrências do
Sistema Respiratório
55UNIDADE 2
Obstrução das Vias Aéreas (OVA)
A obstrução de vias aéreas, que pode ser citada 
com a sigla OVA, é considerada qualquer situa-
ção que impede, totalmente, ou de forma par-
cial, o fluxo de ar até os alvéolos pulmonares. A 
obstrução leve pode provocar dispneia e tosse. 
A obstrução grave pode levar à cianose nos lá-
bios e face, alteração da consciência e inspiração 
respiratória com ruído. A observação da expres-
são de angústia com a boca aberta e mãos sobre

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