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Pamela Barbieri, T23 Fisiologia Cardíaca (base necessária para Semiologia Cardiovascular) Breves conceitos anatômicos: Coração → localizado atrás da porção inferior do esterno e das três últimas cartilagens costais, com sua maior parte à esquerda do plano mediano. Podemos pensar no coração como um cone invertido com o ápice para baixo e a base para cima. O coração é envolvido por um saco membranoso resistente, o pericárdio. É composto principalmente pelo músculo cardíaco, ou miocárdio, coberto por finas camadas internas e externas de epitélio e tecido conectivo. ✓ Ventrículo direito → forma maior extensão da superfície esternocostal. (Constitui superfície esquerda/pulmonar) ✓ Átrio direito → corresponde o contorno cardíaco. É formado a partir do seio venoso e do átrio primitivo. A linha de união entre estas duas partes é assinalada superficialmente pelo sulco terminal, que se estende entre a desembocadura das duas veias cavas. ✓ Ventrículo direito → Prolonga-se em direção ao tronco pulmonar e constitui o cone arterial ou infundíbulo. ✓ A superfície diafragmática é formada pelos dois ventrículos e apresenta o sulco interventricular posterior (realmente inferior) que aloja o ramo descendente posterior da artéria coronária direita (ou esquerda). Pamela Barbieri, T23 Aorta: direciona o sangue do coração para os tecidos. Tronco pulmonar: direciona o sangue do coração para os pulmões. Veias cavas e pulmonares: retornam o sangue para o coração. Pamela Barbieri, T23 Coração em visão anterior: veias pulmonares estão escondidas atrás dos demais grandes vasos. Percorrendo a superfície dos ventrículos, estão os sulcos que contêm as artérias e veias coronárias, as quais suprem de sangue o músculo cardíaco. Os lados esquerdo e direito do coração são separados pelo septo interventricular, de modo que o sangue de um lado não se mistura com o sangue do outro lado. Primeiro os átrios contraem juntos e depois os ventrículos contraem juntos. O sangue flui das veias para os átrios e segue para os ventrículos por valvas que se abrem em um único sentido. Os ventrículos são as câmaras bombeadoras do sangue. O sangue deixa o ventrículo direito via tronco pulmonar, e o esquerdo via aorta. Um segundo conjunto de valvas guarda a saída dos ventrículos, de modo que o sangue não possa fluir de volta para o coração após ter sido ejetado. Valvas atrioventriculares: mitral e tricúspide (se conectam aos ventrículos por tendões colagenosos, as cordas tendíneas, que são fixadas aos ventrículos pelos mm. papilares). Válvulas semilunares: aórtica (VE) e pulmonar (VD) (separam os ventrículos das grandes artérias). Têm a função de impedir o fluxo sanguíneo para trás. As valvas movem-se passivamente quando o fluxo sanguíneo as empurra. Contração: O sinal para a contração miocárdica é proveniente de células miocárdicas especializadas, denominadas células autoexcitáveis (e não do SNC). Essas células também são chamadas de marca-passo, pois determina a frequência dos batimentos cardíacos. O músculo cardíaco difere de forma significativa do músculo esquelético e compartilha algumas propriedades com o músculo liso: fibras musculares cardíacas são muito menores e geralmente possuem um núcleo por fibra; possuem discos intercalares, junções comunicantes, túbulos T maiores que se ramificam, retículo sarcoplasmático menor (depende mais de Ca2+ extracelular), mitocôndrias ocupam 1/3 da célula. Pamela Barbieri, T23 Condução impulso elétrico: Pamela Barbieri, T23 CICLO CARDÍACO: Silverthorn 1) Diástole atrial e ventricular: coração em repouso – Momento durante o qual tanto os átrios como os ventrículos estão relaxados. Os átrios estão se enchendo com o sangue vindo das veias e os ventrículos acabaram de completar uma contração. À medida que os ventrículos relaxam, as valvas AV entre os átrios e os ventrículos se abrem e o sangue flui por ação da gravidade dos átrios para os ventrículos. Os ventrículos relaxados expandem-se para acomodar o sangue que entra. 2) Sístole atrial: término do enchimento ventricular – A maior quantidade de sangue entra nos ventrículos quando os átrios estão relaxados, mas 20% do enchimento é realizado quando os átrios contraem e empurram sangue para dentro dos ventrículos (repouso, ↑ FC: maior atuação contração atrial). A sístole atrial inicia seguindo a onda de despolarização que percorre rapidamente os átrios. A pressão atrial aumentada que acompanha a contração empurra o sangue para dentro dos ventrículos. Embora as aberturas das veias se estreitem durante a contração, uma pequena quantidade de sangue é forçada a voltar para as veias, uma vez que não há valvas unidirecionais para bloquear o refluxo do sangue. Esse movimento do sangue de volta para as veias pode ser observado como um pulso na veia jugular de uma pessoa normal que está deitada e com a cabeça e o peito elevados cerca de 30°. Um pulso jugular observado mais acima no pescoço em uma pessoa sentada ereta é um sinal de que a pressão no átrio direito está acima do normal. 3) Sístole ventricular precoce e primeira bulha cardíaca – Enquanto os átrios se contraem, a onda de despolarização se move pelas células condutoras do nó atrioventricular e, então, pelas fibras de Purkinje até o ápice do coração. A sístole ventricular inicia no ápice do coração quando as bandas musculares em espiral empurram o sangue para cima em direção à base. O sangue empurrado contra a porção inferior das valvas atrioventriculares faz elas se fecharem, de modo que não haja refluxo para os átrios. As vibrações seguintes ao fechamento das valvas AV geram a primeira bulha cardíaca, B1, o “tum” do “tum-tá”. Com ambos os conjuntos de valvas AV e válvulas semilunares fechadas, o sangue nos ventrículos não tem para onde ir. Entretanto, os ventrículos continuam a se contrair, comprimindo o sangue. Essa fase é chamada de contração ventricular isovolumétrica, a fim de destacar o fato de que o volume sanguíneo no ventrículo não está variando. Enquanto os ventrículos iniciam sua contração, as fibras musculares atriais estão repolarizando e relaxando. Quando as pressões no átrio atingem valores inferiores às pressões nas veias, o sangue volta a fluir das veias para os átrios. O fechamento das valvas AV isola as câmaras cardíacas superiores das inferiores (enchimento atrial é independente dos eventos que ocorrem nos ventrículos). 4) Ejeção ventricular – Quando os ventrículos contraem, eles geram pressão suficiente para abrir as válvulas semilunares e empurrar o sangue para as artérias. O sangue com alta pressão é forçado pelas artérias, deslocando o sangue com baixa pressão que as preenche, empurrando-o ainda mais adiante na vasculatura. Durante essa fase, as valvas AV permanecem fechadas e os átrios continuam se enchendo. 5) Diástole ventricular e a segunda bulha cardíaca – ao final da ejeção ventricular, os ventrículos começam a repolarizar e a relaxar, diminuindo a pressão dentro dessas câmaras. Uma vez que a pressão ventricular cai abaixo da pressão nas artérias, o fluxo sanguíneo começa a retornar para o coração. Este fluxo retrógrado enche os folhetos (cúspides) em forma de taça das válvulas semilunares, forçando-os para a posição fechada. As vibrações geradas pelo fechamento das válvulas semilunares geram a segunda bulha cardíaca, B2, o “tá” do “tum-tá”. Uma vez que as válvulas semilunares se fecham, os ventrículos novamente se tornam câmaras isoladas. As valvas AV permanecem fechadas devido à pressão ventricular que, embora em queda, ainda é maior que a pressão nos átrios. Esse período é chamado de relaxamento ventricular isovolumétrico, porque o volume sanguíneo nos ventrículos não está mudando. Quando o relaxamento do ventrículo faz a pressão ventricular cair até ficar menor que a pressão nos átrios, asvalvas AV se abrem. O sangue que se acumulou nos átrios durante a contração ventricular flui rapidamente para os ventrículos. O ciclo cardíaco começou novamente. Pamela Barbieri, T23 Resumo Ciclo Cardíaco – Guytinho: Cada ciclo começa pela geração espontânea de um potencial de ação no nodo sinusal. O ciclo cardíaco consiste em um período de relaxamento denominado diástole, durante o qual o coração se enche de sangue, seguido por um período de contração denominado sístole. O sangue normalmente flui das grandes veias para os átrios; aproximadamente 75% do sangue fluem diretamente dos átrios para os ventrículos antes mesmo que os átrios se contraiam. A contração atrial provoca um enchimento adicional dos ventrículos de cerca de 25%. Bulhas Cardíacas A primeira bulha está relacionada com o fechamento das valvas tricúspide e mitral e com a abertura das valvas aórtica e pulmonar. A segunda bulha ocorre no momento em que se fecham as valvas aórtica e pulmonar. Após a segunda bulha, 75% do sangue atrial desce passivamente para os ventrículos e causam a terceira bulha ao bater na parede ventricular. A quarta bulha ocorre devido à contração atrial que impulsiona os 25% restantes de sangue para os ventrículos. Quando há desdobramento da segunda bulha, a valva aórtica fecha antes que a pulmonar. Pamela Barbieri, T23
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