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MATERIAL DIDÁTICO AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 0800 283 8380 www.faculdadeunica .com.br Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ .................................................... 3 UNIDADE 2 – AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL .................. ........................................ 5 2.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO ............................................................................... 5 2.2 CONCEITOS BÁSICOS ....................................................................................... 7 2.3 ÁREAS DE AUTOMAÇÃO .................................................................................. 10 2.4 TERMOS E SIGLAS COMUNS À INFORMÁTICA E AUTOMAÇÃO ................................ 13 UNIDADE 3 – SISTEMAS EMBARCADOS ................... ...................................... 16 3.1 DEFINIÇÃO .................................................................................................... 18 3.2 CARACTERÍSTICAS ......................................................................................... 19 3.3 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA .............................................................................. 20 3.4 SISTEMAS EMBARCADOS BASEADOS EM MICROCONTROLADOR, FPGA E PLATAFORMAS ..................................................................................................... 21 UNIDADE 4 – AUTOMAÇÃO DE SUBESTAÇÃO DE POTÊNCIA ... .................. 26 4.1 FUNÇÃO DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO .............................................................. 27 4.2 ARQUITETURAS DOS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO............................................... 33 UNIDADE 5 – CAMPOS DE USO DA AUTOMAÇÃO ............ ............................. 43 5.1 PROCESSOS INDUSTRIAIS ............................................................................... 43 5.2 GERENCIAMENTO DE ENERGIA ........................................................................ 48 5.2.1 Funções de um Sistema de Gerência de Energia (SGE) ..................... 49 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 55 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Ao pensarmos em automação industrial, seja filosófica ou sociologicamente, nos vem à mente uma preocupação: este é um tema polêmico! Afinal de contas estamos, numa maneira grosseira e direta, lidando com máquinas que substituem o homem. Do ponto de vista econômico e financeiro observa-se que são inúmeras as vantagens sobre o custo da obra. Enfim, é um processo irreversível e a verdade é que o conhecimento e domínio das novas tecnologias são realmente pré-requisitos para formação profissional em qualquer área. Outra observação inicial que vocês devem prestar atenção: serão necessárias atualizações periódicas, uma vez que essa área passa por constante evolução tecnológica. Automação pode ser definida como um processo onde são realizadas diversas operações industriais com o auxílio de diversos dispositivos eletrônicos e/ou mecânicos que controlam os seus próprios processos. Em outras palavras: modernizar os parques industriais, visando à competitividade de seus produtos, redução e custos e preços mais acessíveis dão origem a um conjunto de técnicas e procedimentos que denominamos automação. São inúmeros os usos da engenharia de automação, indo da aplicação em lavouras (por exemplo, usando controle lógico programável em pivô central) até as indústrias da construção pesada. Longe de esgotarmos o assunto, partiremos de definições, conceitos úteis e um pouco da história evolutiva da automação industrial. Áreas de automação; sistemas embarcados; a automação de subestação de potência; campos de aplicação da automação como os processos industriais e o gerenciamento de energia também serão contemplados ao longo do módulo. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 UNIDADE 2 – AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 2.1 Surgimento e evolução Até fins do século XIX, o homem e os animais somavam a força muscular para produção de bens. Mas, com o advento da Revolução Industrial e ao longo de todo século XX, vimos mudanças rápidas as quais podemos chamar inicialmente de produção mecanizada, mas ainda com o homem sendo o centro do processo, pois dele dependia o funcionamento das máquinas. No entanto, estas evoluíram e hoje podemos dizer que elas assumem tarefas e tomam decisões! Com o advento da eletrônica, esses dispositivos foram sendo substituídos, e no presente, a microinformática já assumiu o papel da produção automatizada, em que o homem, utilizando técnicas de inteligência artificial, materializadas pelos sistemas computadorizados, instrui um processador de informações a desenvolver tarefas complexas e tomar decisões rápidas para controle do processo. Todo o sistema de automação segue um princípio comum em que o gerenciador do processo é realimentado de informações resultantes da conclusão de cada tarefa, de forma a redimensionar ou reorientar a etapa seguinte, com o objetivo de alcançar o resultado final mais próximo possível daquele a que o dispositivo foi instruído a executar através de informações codificadas. O grau de complexidade de um sistema de automação pode variar enormemente. Os sistemas mais simples mantêm ainda uma forte participação do homem no processo. Os sistemas mais sofisticados, basicamente, dispensam a interferência do homem, a não ser como gerenciador do processo. De todo modo, podemos afirmar que a intenção é também substituir o homem em tarefas repetitivas, lógicas e sistemáticas. A introdução das primeiras formas de automaçãodeu-se nas indústrias de processo, por meio do desenvolvimento de equipamentos de controle e de medição elétrica e pneumática. Porém, a palavra automação ganhou relevância com o surgimento da máquina de comando numérico em 1949/50. Criada com capacidade para realizar certas operações previamente programadas sem a Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 intervenção direta de um operador, essa máquina abriu perspectivas para mudanças profundas na produção industrial (ROSÁRIO, 2009). As primeiras máquinas automáticas foram constituídas por sistemas de comando formados por circuitos com válvulas eletrônicas a vácuo e outros componentes, ligados por fios elétricos. A evolução tecnológica de materiais e de componentes agilizou o avanço das máquinas automáticas de controle numérico. Esses componentes e válvulas foram substituídos por transistores e, os fios, por placas de circuitos integrados. Entretanto, a ligação do sistema de comando continuava sendo feita de forma rígida, por meio de fiação com a máquina. O passo seguinte foi a substituição de todo esse sistema pelo computador, chegando-se ao CNC, versátil, sofisticado e revolucionário nas suas aplicações. Rosário (2009) define o Comando Numérico Computadorizado (CNC) como o uso do computador para comandar o caminho da ferramenta cortante de uma máquina operatriz, tendo com isso uma alta precisão no produto final e alta repetibilidade com um mesmo programa, podendo-se ainda associar o comando CNC diretamente com o CAD – Projeto Assistido por Computador – permitindo realizar o produto diretamente a partir do projeto. Essas máquinas não foram recebidas com entusiasmo, devido principalmente ao alto custo, à fragilidade das primeiras unidades, que exigiam permanente e custosa manutenção, e ao desempenho das máquinas universais, considerado satisfatório para a pequena e para a média empresa. Essa visão e esse comportamento não duraram, tendo em vista a evolução das máquinas CNC, que assumiram características próprias. O seu desempenho incluía possibilidade de mudanças de operações conforme o programa, troca automática de ferramenta e outros acessórios, capacidade de executar tarefas recebidas através de linhas de transmissão e armazenar as informações. A flexibilidade das máquinas e a comunicação estabelecida entre elas criaram um sistema de produção altamente integrado. Embora essas máquinas tenham as mesmas finalidades das máquinas universais, os procedimentos de trabalho da máquina CNC propiciaram ganho de produtividade por conta da redução de tempo e da melhoria da qualidade, suprimindo ou reduzindo trabalhos anteriormente necessários para a preparação e o Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 posicionamento da ferramenta e da peça, bem como paradas intermediárias para medições ou para comparações. 2.2 Conceitos básicos Fialho (2011) nos lembra a importância de distinguir idiomaticamente os vocábulos automação e automatismo, uma vez que é grande o número de profissionais e leigos que os utilizam como se fosse sinônimos. Ele explica que automatismos são os meios, os instrumentos, máquinas, processos de trabalho, ferramentas ou recursos capazes de potencializar, reduzir ou até mesmo eliminar a ação humana dentro de um determinado processo produtivo, objetivando com isso, é claro, otimização, e consequente melhoria de produtividade. Neste ponto, é importante lembrar que há também uma diferença idiomática entre os vocábulos produção e produtividade. Já o vocábulo automação significa a dinâmica organizada dos automatismos, ou seja, suas associações de uma forma otimizada e direcionada à consecução dos objetivos do progresso humano. Portanto, não é, nunca foi e nunca será a mera substituição do elemento humano dentro do processo fabril, mas sim um meio de garantir alta produtividade com elevada eficiência e padrão de qualidade, permitindo redução no custo final do produto, bem como sua disponibilidade em tempo relativamente menor e em quantidades maiores (FIALHO, 2011). Em outras palavras, o conceito de automatização está ligado à realização de movimentos automáticos, repetitivos e mecânicos, sendo, portanto, sinônimo de mecanização, e mecanismo implica ação cega, sem correção. Já a automação possui um conceito de conjunto de técnicas por meio das quais se constroem sistemas ativos capazes de atuar com uma eficiência ótima pelo uso de informações recebidas do meio sobre o qual atuam. Com base nas informações recebidas, o sistema calcula a ação corretiva mais apropriada, ou seja, um sistema de automação comporta-se como o operador humano, utilizando as informações sensoriais. Ele pensa e executa a ação mais apropriada. Na automação existe uma autoadaptação a diferentes condições, de modo que as ações do sistema de maquinismos conduzam a resultados ótimos. A Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 automação está ligada à utilização de sistemas automáticos. Pode-se definir ainda a automação como sendo um sistema que tende a aumentar a eficiência de um determinado processo. A automação industrial na maioria das vezes processa-se da seguinte maneira: um computador recebe os sinais provenientes dos vários instrumentos de medidas da fábrica, compara tais medidas com os valores ideais e realiza operações matemáticas com a finalidade de gerar sinais de correção, que instruirão os dispositivos de controle acerca da alteração mais apropriada para cada instante, com o intuito de conduzir a uma produção ótima sob um determinado ponto de vista, seja ele qualitativo ou quantitativo (ROSÁRIO, 2009). Automação é, então, todo processo que realiza tarefas e atividades de forma autônoma ou que auxilia o homem em suas tarefas do dia-a-dia. As antigas rodas d’água, os pilões e os moinhos são considerados sistemas automatizados. Com o advento das máquinas, principalmente após a chegada da máquina a vapor, a automação estabeleceu-se dentro das indústrias e, como consequência imediata, a elevação da produtividade e da qualidade dos produtos e dos serviços. Ainda assim a automação era muito dependente do homem, pois havia máquinas automáticas espalhadas pelas fábricas, mas sem integração entre elas. Um conceito mais abrangente de automação pode ser definido como a integração de conhecimentos substituindo a observação, os esforços e as decisões humanas por dispositivos (mecânicos, elétricos e eletrônicos, entre outros) e softwares concebidos por meio de especificações funcionais e tecnológicas, com uso de metodologias. As duas figuras abaixo ilustram esse conceito por meio da interdisciplinaridade de áreas afins e baseando-se em cinco elementos-chave descritos como um pentágono da automação: Modelagem de Sistemas, Atuadores e Sensores, Sinais e Sistemas, Sistemas Lógicos, Computadores e Redes de Comunicação e finalmente Software e Sistemas de aquisição de dados. Todos os direitos sãoreservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 Conceito abrangente de automação Fonte: Rosário (2009, p. 24). Extensão do conceito de automação Modelagem de sistemas Atuadores e sensores. Sinais e sistemas. Software e Computadores, redes de Aquisição de Dados. comunicação e sistemas lógicos. Um conceito estendido de Automação está relacionado com seus diferentes níveis dentro de um processo automatizado. Esses níveis podem ser classificados em: • nível 1 – chão de fábrica, constituído de sensores e de atuadores industriais; • nível 2 – equipamentos e máquinas industriais; • nível 3 – gerenciamento – servidores e estações de trabalho; • nível 4 – células integradas de automação da manufatura; • nível 5 - controle de processos industriais; e, • nível 6 - gestão e gerenciamento da produção industrial. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 2.3 Áreas de automação Nas atividades humanas, a automação foi criada para facilitar a realização das mais diversas atividades. Ela pode ser observada: � nas residências – nas lavadoras de roupas e de loucas automáticas; nos micro-ondas; nos controles remotos de portões de garagem, etc.; � na rua – nos caixas de bancos automáticos; nos controladores de velocidades de automóveis; nos trens do metrô; nos cartões de crédito, etc.; � no trabalho – nos registradores de ponto automático; nos robôs industriais; no recebimento de matéria-prima através de um sistema automático de transporte de carga; na armazenagem do produto final num depósito automatizado; no controle de qualidade através de sistemas de medição e aferição; no controle de temperatura ambiente ou de uma coluna de fracionamento de petróleo; nos sistemas de combate a incêndios, etc.; � no lazer – em máquinas automáticas de refrigerantes; em esteiras automáticas de academia; nos aparelhos de reprodução de vídeo ou DVD players; nos videogames, etc. (MARTINS, 2012). Já no meio produtivo, entendendo que o processo industrial constitui-se na aplicação do trabalho e do capital para transformar a matéria-prima em bens de produção e consumo, por meios e técnicas de controle, obtendo valor agregado ao produto, atingindo o objetivo do negócio, a automação se faz sentir nos seguintes processos: � processo industrial contínuo – quando a maioria das variáveis de controle é manipulada na forma contínua ou analógica. (Indústria Química, farmacêutica, etc.); � processo industrial discreto – quando a maioria das variáveis de controle é manipulada na forma discreta ou digital (MARTINS, 2012). A Automação é um conceito e um conjunto de técnicas por meio das quais se constroem sistemas ativos capazes de atuar com eficiência ótima pelo uso de informações recebidas do meio sobre o qual atuam. Na Automação Industrial se reúnem três grandes áreas da engenharia: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 1. A mecânica , através das maquinas que possibilitam transformar matérias-primas em produtos acabados. 2. A engenharia elétrica que disponibiliza os motores, seus acionamentos e a eletrônica indispensável para o controle e automação das malhas de produção. 3. A informática que através das arquiteturas de bancos de dados e redes de comunicação permitem disponibilizar as informações a todos os níveis de uma empresa. Assim, a automação, tão presente nas atividades humanas, esta presente também nos processos industriais, com o mesmo objetivo básico, que é facilitar os processos produtivos, permitindo produzir bens com: � menor custo; � maior quantidade; � menor tempo; � maior qualidade. Olhando por este aspecto, vemos que a automação está intimamente ligada aos sistemas de qualidade, pois é ela que garante a manutenção de uma produção sempre com as mesmas características e com alta produtividade, visando atender o cliente num menor prazo, com preço competitivo e com um produto de qualidade. Pensando no meio ambiente, observa-se também que a automação pode garantir o cumprimento das novas normas ambientais, através de sistemas de controle de efluentes (líquidos que sobram de um processo industrial), emissão de gases, possibilidade de uso de materiais limpos, reciclagem, etc. Portanto, a automação tem papel de relevância na sobrevivência das indústrias, pois garante a melhoria do processo produtivo e possibilita a competição nesse mercado globalizado, onde o concorrente mais próximo pode estar do outro lado do mundo. Sistemas automatizados são, algumas vezes, extremamente complexos, porém, ao observar suas partes, nota-se que seus subsistemas possuem características comuns e de simples entendimento. Assim, formalmente, um sistema automatizado possui os seguintes componentes básicos: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 � sensoriamento; � comparação e controle; � atuação. Feitas estas considerações acerca da automação, uma verdadeira defesa de sua importância e praticidade para alavancar a competitividade e mesmo a sobrevivência das organizações produtoras de bens, daremos um exemplo interessante de processo de automação rudimentar antes de passarmos aos conceitos úteis na área. Processo de automação rudimentar Fonte: Mamede Filho (2012, p. 527). Através da ilustração acima, pode-se observar que no ponto ‘A’ fornecido ao sistema de produção, um certo volume (V) de água numa temperatura variável, a ser aquecida por uma determinada quantidade de gás (Qg) a uma dada pressão (P) fornecida através do ponto B. O gerenciador do processo, no presente caso, o homem, é instruído a manter constante o volume de saída de água quente a uma temperatura T, no ponto C. Ao perceber que a temperatura da água diminuiu (sensor óptico), o homem tem essa informação enviada a seu cérebro, que toma a decisão de fazer sua mão direita aumentar a quantidade de gás (Qg) na medida exata para manter constante a temperatura Tf. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 Pode-se concluir que o gerenciador do processo através de sua visão (sensor óptico) está constantemente recebendo informação do termômetro T (sensor de temperatura) para comparação. A essa forma de aquisiçãode dados dá-se o nome de realimentação ou feedback. Num processo de automação mais evoluído, o homem é substituído por uma máquina (computador) dotada de inteligência artificial (software) que, além de aquisitar os dados on-line de temperatura T e quantidade de gás Qg, envia sinais digitais, que, por sua vez, são convertidos em sinais analógicos para um servomecanismo operar as válvulas reguladoras de forma a manter temperatura no valor instruído. 2.4 Termos e siglas comuns à informática e automaçã o Abaixo estão termos e/ou siglas em português ou inglês que são comuns na linguagem de informática, notadamente na leitura de textos dedicados à automação. a) Memória RAM (Random Access Memory): São memórias que armazenam os dados variáveis e temporários, tais como correntes, tensão, alarmes, etc., que podem ser eliminados quando da perda da fonte de tensão auxiliar, sem que isto venha a comprometer o desempenho da máquina. b) Memória ROM (Read Only Memory): São memórias cujo processador só consegue ler seus dados, quando introduzidos pelo próprio fabricante do chip. c) Memória PROM: É uma memória ROM programável eletricamente. d) Memória EPROM: É uma memória ROM que pode ser programável eletricamente diversas vezes, e seu conteúdo pode ser apagado usando raios ultravioletas, porém os dados permanecem gravados quando há perda da fonte auxiliar de alimentação. e) Entrada e saída serial: São pontos de entrada e saída através dos quais os dados do sistema, tanto escritos como em forma de comando, podem ser recebidos ou transmitidos Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 para uso ou leitura remotos. São conhecidas as entradas e saídas seriais RS232, RS422 e RS485. f) Isolamento galvânico: É o isolamento entre o circuito elétrico, em geral a alimentação de energia do equipamento, e o circuito eletrônico, geralmente a saída do mesmo, agregado a uma proteção contra interferências e transientes da rede. g) Conversão analógica/digital: É o processo de conversão em que, após o condicionamento do sinal, este deve ser tratado eletronicamente para ser convertido da forma analógica para a forma digital. h) Condicionamento de sinal: Consiste na interface entre o processo elétrico e o ambiente eletrônico em ambientes galvanicamente isolados; os sinais devem ser reduzidos a valores compatíveis com os circuitos eletrônicos, na faixa de ±5 V a ± 15 V. i) Multiplexador: É um componente que possui vários canais de entrada de sinais e conecta ordenadamente cada um desses canais a um conversor analógico/digital. j) Conversor analógico/digital: É um componente que processa a conversão de uma grandeza analógica em uma sequência numérica e é conectado diretamente a um microprocessador. k) Protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/lnternet Protocol): Significa um protocolo de comunicação de dados. Não é um software. O software de comunicação é que implementa o protocolo, como, por exemplo, o TCP/IP. l) LAN (Local Area Network): É uma rede de comunicação de dados em tempo real, obedecendo a um padrão internacional (IEEE 802-3 ou ISO/IEC 8802-3), dotada de uma velocidade de transmissão elevada, e constituída de um meio físico de transmissão através de cabos coaxiais, par telefônico, fibra óptica, etc., e com as seguintes características: � velocidade de transmissão – valor desejado; � modelo de transmissão – bit serial; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 � meio de transporte – padrão Ethernet; � protocolo de transporte TCP/IP. m) Interface Homem-Máquina (IHM): É o enlace entre o usuário e os programas de supervisão e controle que compõem o sistema de automação. IHM é caracterizado pelos monitores de vídeo, painéis numéricos, teclados, impressoras e todo periférico que permita uma interação entre o operador e o sistema. n) SCADA (Supervisory, Control and Data Aquisition): É um software para tratamento de dados em tempo real. Ele também pode receber orientações do Sistema de Gestão da produção para determinar as operações de produção. Consequentemente deve dialogar com os sistemas localizados hierarquicamente acima e abaixo dele, proporcionando também recursos e um ambiente para a criação de aplicações de controle e para a definição de funções de rede de protocolos específicos. o) Bit (Binary Digit): É a menor unidade na notação numérica binária que pode ter o valor de O ou 1. p) Byte: É o grupo de bits ou dígitos binários (geralmente oito) que o computador opera como uma unidade simples. q) Gateway: É um dispositivo de tradução de protocolo em hardware ou software que permite que os usuários que trabalham em uma rede possam acessar outra rede. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 UNIDADE 3 – SISTEMAS EMBARCADOS Germano (2011) nos conta que nos primeiros anos dos computadores digitais na década de 1940, os computadores eram por vezes dedicados a uma única tarefa. Eram, entretanto, muito grandes para serem considerados embarcados. O conceito de controlador programável foi desenvolvido algum tempo depois. O primeiro sistema embarcado reconhecido foi o Apollo Guidance Computer, desenvolvido por Charles Stark Draper no MIT. O computador de guia, que operava em tempo real, era considerado o item mais arriscado do projeto Apollo. O uso de circuitos integrados monolíticos para reduzir o tamanho e peso do equipamento aumentou tal risco. O primeiro sistema embarcado de produção em massa foi o computador guia do míssil nuclear LGM-30 Míssil Minuteman, lançado em 1961. Ele possuía um disco rígido para a memória principal. Quando a segunda versão do míssil entrou em produção, em 1966, o computador guia foi substituído por um novo, que constituiu o primeiro uso em grande volume de circuitos integrados. A tecnologia desse projeto reduziu o preço de circuitos integrados como o NAND de mil para três dólares americanos cada, permitindo seu uso em sistemas comerciais. Desde suas primeiras aplicações na década de 1960, os sistemas embarcados vêm reduzindo seu preço. Também tem havido um aumento no poder de processamento e funcionalidade. Em 1978, foi lançada pela National Engineering Manufacturers Association a norma para microcontroladores programáveis. Em meados da década de 1980, vários componentes externos foram integrados no mesmo chip do processador, o que resultou em circuitos integrados chamados microcontroladores e na difusão dos sistemas embarcados. Com o custo de microcontroladores menor que um dólar americano, tornou-se viável substituir componentes analógicos caros como potenciômetros e capacitores por eletrônica digital controlada por pequenos microcontroladores. No final da década de 1980, os sistemas embarcados já eram a norma ao invés da exceção em dispositivos eletrônicos (GERMANO, 2011). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacionalde direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 E como relacionar os sistemas embarcados à automação ou vice-versa? Segundo Mikoielov (2007 apud RODRIGUES; PEDÓ; TEDESCO, 2013), a automação industrial é a área que tem como principal objetivo centralizar o monitoramento e o controle de um processo através de seus subsistemas controlados e independentes em cada localização. Além disto, visa também atingir a redução dos custos de manutenção de um dado sistema industrial. A automação industrial pode ser dividida nos seguintes níveis, conforme descrito abaixo e representado na ilustração a seguir: � nível de campo – é o nível mais baixo da hierarquia de automação industrial, ou seja, está mais próximo do processo produtivo. Este nível inclui dispositivos como atuadores e sensores, sendo responsáveis por transmitir dados entre o produto manufaturado e o processo. Os dados que são processados podem estar disponíveis por um determinado período de tempo, ou por um longo período de tempo; � nível de controle – neste nível o fluxo de informação consiste em carregar programas, parâmetros e dados; � nível de informação – este nível, o topo da estrutura hierárquica da automação industrial, é onde as informações oriundas dos outros níveis são monitoradas e servem para realizar o gerenciamento do sistema de automação. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 Níveis de automação industrial Fonte: RODRIGUES; PEDÓ; TEDESCO (2013, p. 3). Feitas estas relações entre sistemas e automação, vamos definir um sistema embarcado? 3.1 Definição Um sistema embarcado (ou sistema embutido) é um sistema microprocessado no qual o computador é completamente encapsulado ou dedicado ao dispositivo ou sistema que ele controla. Diferente de computadores de propósito geral, como o computador pessoal, um sistema embarcado realiza um conjunto de tarefas predefinidas, geralmente com requisitos específicos. Já que o sistema é dedicado a tarefas específicas, através da engenharia, pode-se otimizar o projeto reduzindo tamanho, recursos computacionais e custo do produto. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 Sistemas como PDAs são geralmente considerados sistemas embarcados pela natureza de seu hardware, apesar de serem muito mais flexíveis em termos de software. Fisicamente, os sistemas embarcados passam desde MP3 players a semáforos (GERMANO, 2011). 3.2 Características Sistemas embarcados são desenvolvidos para uma tarefa específica. Por questões como segurança e usabilidade, alguns inclusive possuem restrições para computação em tempo real. O software escrito para sistemas embarcados é muitas vezes chamado firmware, e armazenado em uma memória ROM ou memória flash ao invés de um disco rígido. Por vezes, o sistema também é executado com recursos computacionais limitados: sem teclado, sem tela e com pouca memória. E como seria a interface com usuários? Sistemas embarcados podem não necessariamente possuir interface para usuários (dedicados somente a uma tarefa) com também uma interface para usuários completa, similar a dos sistemas operacionais desktop (em sistemas como PDAs). Sistemas mais simples utilizam botões, LEDs ou telas bastante limitadas, geralmente mostrando somente números ou uma fila pequena de caracteres. Sistemas mais complexos utilizam uma tela gráfica completa, usando tecnologias como Touch Screen ou aquela em que o significado dos botões depende do contexto da tela. Computadores de mão também oferecem joysticks para apontar. O surgimento da World Wide Web forneceu aos desenvolvedores de sistemas embarcados a possibilidade de fornecer uma interface Web através de uma conexão por rede. Isso evita o custo de uma tela sofisticada, ainda que seja fornecida uma interface complexa e completa a ser acessada em outro computador. De modo geral, roteadores usam tal recurso. Outra característica dos sistemas embarcados está no processamento! Em geral, os sistemas embarcados possuem uma capacidade de processamento reduzida em comparação com computadores desktops. Ao invés de utilizar microprocessadores, os desenvolvedores preferem utilizar Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 microcontroladores, pois estes já possuem diversos periféricos integrados no mesmo chip. Outra diferença é a variedade de arquiteturas disponíveis, tais como ARM, MIPS, Coldfire/68k, PowerPC, x86, PIC, 8051, Atmel AVR, Renesas H8, SH, V850, FR-V, M32R, Z80 e Z8. Isso contrasta com o mercado de computadores pessoais, limitados a somente algumas arquiteturas. Os sistemas embarcados comunicam-se com o meio externo através de periféricos. Estes periféricos podem ser combinados com o processador (como no caso dos sistemas microcontrolados) ou associados no sistema. Entre os periféricos mais comuns temos: � entrada de dados através de teclas (geralmente através de teclados feitos com varredura matricial); � leds; � display’s de LCD (sendo os mais comuns os alfanuméricos, por exemplo, o HD44780); � interface serial – (Por exemplo: RS 232, I2C); � universal serial bus – (USB); � TCP/IP. Outra característica desses sistemas diz respeito à disponibilidade, pois sistemas embarcados residem em máquinas que, espera-se, possam trabalhar continuamente por anos ininterruptamente, e que possam por vezes recuperarem- se sozinhas após erros. Portanto, o software é geralmente desenvolvido e testado mais cuidadosamente do que em computadores pessoais. A recuperação de erros pode ser atingida com técnicas como o watchdog timer, que reinicia o sistema a menos que o software notifique periodicamente que está funcionando corretamente (GERMANO, 2011). 3.3 Aplicação na indústria Concordamos com Ogata (2011) ao inferir que o controle automático é considerado importante em qualquer campo da engenharia e da ciência, sendo um componente importante e intrínseco em sistemas robóticos, de manufatura, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 veículos espaciais e em diversas operações industriais que envolvam o controle de pressão, umidade, vazão, temperatura, dentre outros. Em aplicações industriais, os sistemas embarcados podem ser utilizados, por exemplo, no controle e no monitoramento das variáveis de ambiente de controles em malha fechada com realimentação em tempo real. Neste caso, estes sistemas embarcados tendem aser mais robustos quanto à sua estrutura física, contendo também placas dedicadas e múltiplos sensores de entrada e saída. Também podem estar presentes em dispositivos como os key loggers (CHASE, 2013). Desta forma, cada vez mais investe-se na miniaturização e no poder de processamento dos sistemas embarcados. Os sistemas embarcados se mostram presentes em diversas áreas da sociedade, com tendência de cada vez mais aumentar sua presença no dia-a-dia das pessoas, através dos celulares, smartphones e tablets, por exemplo. Além disto, pode-se observar também a presença de sistemas embarcados nas máquinas de lavar roupas, nos micro- ondas, ou nos sistemas de automóveis, por exemplo (RODRIGUES; PEDÓ; TEDESCO, 2013). Em artigo elaborado recentemente, os autores acima buscaram descrever o emprego de sistemas embarcados na automação e controle de processos industriais, realizando comparativo entre os tipos usuais de sistemas embarcados, avaliando suas características distintas como flexibilidade, desempenho e custo. O próximo tópico explica esses sistemas embarcados. 3.4 Sistemas embarcados baseados em microcontrolado r, FPGA e plataformas Microcontroladores podem ser caracterizados como processadores de software que incorporam diversas funções em um único chip. Diferentemente dos processadores embarcados (microprocessadores), os microcontroladores não derivam de processadores de propósito geral e, neste caso, possuem poder de processamento menor. Sendo projetados especificamente para sistemas embarcados, normalmente apresentam instruções direcionadas a este fim, como manipulação de bits ou acesso a pinos específicos do processador, visando Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 facilitar a implementação de interfaces com dispositivos externos (BARROS; CAVALCANTI, 2013). Segundo Bolton (2010), um microcontrolador geral possui pinos para conexões externas de entradas e saídas, alimentação, clock e sinais de controle. Os pinos correspondentes às entradas e saídas são agrupados em unidades denominadas portas, geralmente com oito linhas para transferência de palavras de 8 bits. Conforme Denardin (2013), os microcontroladores são constituídos de: � unidade central de processamento; � sistema de clock para dar sequência às atividades da CPU; � memória para armazenamento de instruções e para manipulação de dados; � entradas para interiorizar na CPU informações do mundo externo; � saídas para exteriorizar informações processadas pela CPU para o mundo externo; � programa (firmware) para definir um objetivo ao sistema. Ainda segundo Bolton (2010), um exemplo de aplicação de microcontroladores na indústria é na medição de temperatura em um dado processo. Neste caso, o sensor de temperatura (como o LM35, por exemplo) fornece uma tensão que é proporcional à temperatura. A saída deste sensor está conectada na porta ADC do microcontrolador, programador para converter a temperatura em uma saída BCD a ser conectada em um display de sete segmentos e dois dígitos. Um dos exemplos mais tradicionais de microcontroladores é o PIC. Desenvolvido pela fabricante Microchip, o PIC utiliza dois tipos de arquitetura: RISC e Harvard. Na arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computer, ou Computador com Conjunto de Instruções Reduzido), o microcontrolador executa suas funcionalidades utilizando poucas instruções básicas, fazendo com que o microcontrolador seja muito rápido. Na arquitetura Harvard, os dados e o programa são armazenados em um mesmo espaço da memória do microcontrolador, o que tende a facilitar a operação dos circuitos de entrada e saída. Um microcontrolador PIC básico, o PIC16C84, possui memória de programa de 14Kb, 64 bytes para memória de dados, 13 pinos de entrada e saída, e temporizadores de 8 bits (BRAGA, 2013). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 Placas FPGA (Field-Programable Gate Arrays) são dispositivos programáveis, compostos de blocos básicos, os quais possuem lógica combinacional que pode ser programada para implementação de qualquer função booleana de 4 ou 5 variáveis, variando de acordo com o modelo utilizado. Cada um destes blocos básicos do FPGA possui elementos de memória, conhecidos como flip-flops, responsáveis por armazenar resultados obtidos pela função booleana. Além disto, a conexão entre os blocos básicos podem também ser configuráveis, podendo assim formar estruturas combinacionais complexas possibilitando o armazenamento de estado nos blocos que sejam configurados como memória (BARROS; CAVALCANTI, 2013). Um exemplo de placa FPGA é o Spartan 3, da fabricante Xilinx, que possui sua arquitetura composta por cinco elementos programáveis fundamentais: � blocos lógicos configuráveis, que podem ser usados como flip-flops ou latches; � blocos de entrada e saída, controlar o fluxo de dados e a lógica interna do dispositivo; � bloco RAM que fornece o armazenamento de dados; � blocos que possuem como entrada dois números binários de 18 bits e como saída o produto destes números; � bloco de gerenciamento de clock. Este FPGA permite o desenvolvimento de poderosas ferramentas para aplicações em diversas áreas, como a de processamento de imagens. Vasicek e Sekanina (2007 apud RODRIGUES; PEDÓ; TEDESCO, 2013) propuseram a aplicação deste FPGA no desenvolvimento de uma ferramenta para filtro de imagens, obtendo bons resultados. Com relação ao desenvolvimento voltado à utilização de hardwares como estes, pode-se citar como linguagem para este desenvolvimento a linguagem C, sendo comumente aliada à utilização de uma IDE, geralmente do próprio fabricante do hardware adotado. A flexibilidade desta linguagem, aliada a IDE e a plataforma, disposta em formato de kit, possibilita o emprego de esforços diretamente na resolução de um determinado problema (desenvolvimento do Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 software), sem a necessidade de determinadas etapas, como a elaboração da montagem dos componentes de hardware, por exemplo. O uso de plataformas, ou os kits de desenvolvimento, os quais dispõem de uma estrutura embarcada já desenvolvida, também são muito úteis de acordo com a necessidade de emprego e de desenvolvimento da solução, visto que possibilita ao projetista de sistema focar tão somente na aplicação, não despendendo tempo no projeto do hardware. São exemplos as plataformas: FriendlyARM, a BeagleBoard e o Raspberry PI. O FriendlyARM é compatível com os sistemas operacionais GNU/Linux, Android e Windows CE, possui CPU ARM9 de 400Mhz, 64MB de memória SDRAM, 64MB de memória NAND Flash e 2MB de NOR Flash. Possui já integrado ao kit um display touchscreen de 2”. A BeagleBoard, plataforma opensource desenvolvida pela Texas Instruments em conjunto com a DigiKey, possui um system-on-a-chip OMAP3530 baseado no microprocessador ARM Cortex-A8 a 720Mhz, com 256MB de memória DRAM e 256MB dememória NAND10. Já o Raspberry Pi é um computador que possui o tamanho reduzido, tendo sido desenvolvido no Reino Unido pela Fundação Raspberry Pi. O hardware deste dispositivo é integrado em uma única placa e o seu objetivo principal é o de estimular o ensino de ciência da computação em escolas. Mas como é feita a comunicação de dados em sistemas embarcados? Diferentes tecnologias, tais como RFID e WiFi são integradas aos sistemas embarcados para permitir que os mesmos possam interagir no ambiente em que estão aplicados. Para que haja a interconexão entre os diversos dispositivos embarcados existentes em um ambiente industrial, necessita-se que estes sistemas disponham de protocolos de comunicação. Essa comunicação pode se dar através de diferentes tecnologias como, por exemplo, RFID, WIFI, Bluetooth, conexão serial, I2C e ZigBee: � RFID – tecnologias que utilizam frequência de rádio para manipulação de dados; � WIFI – permite que dispositivos eletrônicos troquem dados sem a utilização de fios (através de ondas de rádio) em uma rede de computador, incluindo conexões de alta velocidade à Internet; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 � Bluetooth – realiza a comunicação sem fio, com baixo consumo de energia, entre dispositivos próximos um do outro, sendo que a transmissão de dados é feita por meio de radiofrequência; � conexão serial – tecnologia na qual se envia dados sequencialmente (um bit de cada vez) em um canal de comunicação ou barramento; � I2C – é um barramento usado para conectar periféricos de baixa velocidade a uma placa mãe, a um sistema embarcado, telefone celular, dentre outros dispositivos; � ZigBee – trata-se de um conjunto de especificações para a comunicação sem fio entre dispositivos diversos, visando uma baixa potência de operação, taxa de transmissão de dados e de custo na implantação (RODRIGUES; PEDÓ; TEDESCO, 2013). Podemos observar claramente que o aumento de capacidade de processamento juntamente com a compactação do tamanho dos sistemas embarcados tem possibilitado o seu emprego em diversas áreas da sociedade, tanto na esfera social quanto na automação industrial. Evidentemente que a definição do tipo de arquitetura a ser utilizado em determinado processo industrial irá variar de acordo com a necessidade e a aplicação da mesma. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 UNIDADE 4 – AUTOMAÇÃO DE SUBESTAÇÃO DE POTÊNCIA Voltemos à questão: automatizar, agora focando nas relações com digitalizar! No jargão dos profissionais de automação existe uma diferença clássica entre automatizar e digitalizar uma subestação de potência. Dessa forma: � automatizar uma subestação significa dotá-la de recursos de inteligência artificial utilizando os relés estáticos (relés burros) ou digitais; � digitalizar uma subestação significa aplicar o mesmo princípio, porém utilizando relés digitais gerenciados por um sistema que permite desenvolver desde simples atividades de comando, proteção e medição, até atividades mais complexas, tais como a recomposição operacional de uma subestação, após um evento de falta de tensão de alimentação (MAMEDE FILHO, 2012). No primeiro caso, os resultados obtidos são limitados. No segundo caso, podem-se obter facilidades operacionais extraordinárias, mas não focaremos nesta diferença. É bom lembrar que a entrada da microinformática na operação e comando das subestações não agregou novas funções; apenas substituiu as tarefas, muitas vezes monótonas, dos operadores. No entanto, a automação das subestações modificou as práticas operacionais, e isto fez a diferença. Normalmente, as subestações automatizadas não requerem operadores presentes à sala de operação. Apenas empregam operadores mais qualificados gerenciando-as remotamente. A ilustração a seguir mostra a topologia geral de um sistema de automação simplificado. Cada um dos PCs indicados na figura desempenha uma função. � O PC do ponto (A) é responsável pela interface entre os equipamentos de aquisição de dados com os PCs no nível hierárquico imediatamente superior, além de tratar adequadamente dos protocolos de comunicação. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 � O PC do ponto (B) é responsável pelo arquivamento da massa de informações geradas, ou simplesmente Arquivo Histórico, e das variáveis do sistema. � O PC do ponto (C) serve de Interface Homem-Máquina entre o operador e o sistema de automação. Atualmente existem vários sistemas para controle e automação local e remota de subestações, sendo conhecidos os sistemas SINAUT LSA (sistemas centralizados e distribuídos) e SICAM SAS, ambos da Siemens. Topologia de uma subestação automatizada Fonte: Mamede Filho (2012, p. 538). 4.1 Função do sistema de automação As principais funções de um sistema de automação de subestação são: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 a) Monitoração: Possibilita que o operador do sistema tenha uma representação gráfica na tela do monitor de todos os esquemáticos da instalação, notadamente o diagrama unifilar mímico, indicando os valores de tensão, corrente, potência ativa, reativa e aparente correspondentes a cada circuito. As telas devem ser organizadas de acordo com o nível de informação desejado pelo cliente, disponibilizando-as na forma mais geral e, sucessivamente, detalhando-as até serem reveladas na sua forma mais analítica. b) Proteção: Os relés utilizados podem ser do tipo analógico ou digital. A monitoração com relés analógicos é feita somente através de contatos auxiliares nas posições aberta ou fechada. Já os relés digitais adicionam um maior número de recursos, tais como transferência de informações de estado ou de valores de corrente, tensão e potência para um Centro de Supervisão e Controle (CSC), via sistema de comunicação de dados. Os relés de proteção digitais, cuja comunicação é feita através de interface serial, são conectados por meio de cabos de cobre concêntricos, ou cabos de fibra óptica, permitindo que seus parâmetros sejam ajustados para obter registros durante os distúrbios, além de leituras de valores de medição. Se houver recursos no sistema de automação, é possível o ajuste remoto dos parâmetros do relé digital decorrentes de manobras ou de mudança na configuração da subestação. Os relés eletromecânicos ou estáticos necessitam ser ligados a dispositivos auxiliares, chamados de transdutores, que transformam toda e qualquer informação analógica em sinal digital. c) Alarme: A função alarme possibilita ao operador tomar conhecimento de quaisquer disfunçõesdo sistema elétrico, tais como alterações intempestivas da configuração na rede elétrica, transgressão dos limites de operação dos equipamentos ou qualquer irregularidade funcional. Deve existir uma lista de alarmes e eventos com a indicação precisa do nível de urgência para tomada de providências. Essa indicação deve ser representada por diferentes cores. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 Os alarmes, em geral, são gerados em três diferentes níveis: i. no pátio da subestação, incluindo o cubículo dos disjuntores e o Quadro Geral de Força na Casa de Comando; ii. nas unidades digitais do sistema de automação autossupervisionadas; iii. no processador do sistema, se algum valor limite for ultrapassado. Os equipamentos tanto podem ser manobrados localmente através do Centro de Supervisão e Controle por meio de interface gráfica no console, representado pelo diagrama unifilar, atuando com a seta do mouse sobre o símbolo gráfico correspondente ao equipamento que se desejar comandar. d) Intertravamento: Possibilita o bloqueio ou liberação das ações de comando em chaves seccionadoras motorizadas ou disjuntores, de forma a prover segurança na operação desses equipamentos, em função de sua posição elétrica no sistema. O intertravamento se baseia num conjunto de regras aplicadas com base no diagrama unifilar da subestação. Essas regras podem ser divididas em três diferentes classes: d.1) Sequência de chaveamento: Possibilita a sequência correta durante a operação das chaves seccionadoras e dos disjuntores. d.2) Segurança durante a operação: Inibe e cancela a tentativa de energizar partes condutoras do sistema à terra e também a operação de chaves seccionadoras em condição de carga do sistema. d.3) Segurança em condição de serviço: Tem a finalidade de prover intertravamento entre chaves seccionadoras e disjuntores com as chaves de aterramento. O intertravamento pode ser realizado através de um processador dedicado que é supervisionado continuamente por meio de um programa específico denominado wath-dog. d.4) Religamento: Esta função faz registrar ordenadamente a atuação dos relés de proteção, abertura e fechamento de chaves seccionadoras motorizadas e disjuntores, além Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 de outras indicações de estado dos equipamentos envolvidos no evento, de forma que se possa conhecer a sequência correta desses eventos. d.5) Armazenamento de informações históricas: As medições de tensão, corrente, frequência, etc. e as indicações de estado dos equipamentos no estágio pré-operacional são armazenadas em meio magnético apropriado para permitir uma análise pós-operacional. d.6) Gráficos de tendência: É a função que permite ao operador observar a evolução de certos valores, tais como corrente, tensão e potência num determinado período de tempo. d.7) Osciloperturbografia: É a função que permite a aquisição de dados elétricos durante um evento perturbador que normalmente resulta em sobretensões, sobrecorrentes, sub e sobrefrequência, possibilitando sua representação gráfica na forma de onda, a fim de identificar e diagnosticar o evento de modo a implementar ações corretivas, tais como a alteração de ajuste dos relés e esquema de coordenação. d.8) Desligamento seletivo de carga: Nas instalações industriais, facilmente são identificadas as cargas prioritárias e não prioritárias. As cargas prioritárias são definidas como aquelas essenciais à produção e/ou segurança das pessoas ou do patrimônio e que devem permanecer em operação após um evento que ocasione uma redução de oferta de energia à instalação. A partir dessa informação, as cargas serão desligadas na ordem de prioridade, de forma a se manter o sistema operativo nos limites de sua capacidade reduzida. d.9) Controle de demanda máxima: A fim de evitar que se pague pela ultrapassagem da demanda contratada na hora de ponta, esta função seleciona as cargas prioritárias desligando-as sucessivamente, de forma a manter a demanda, naquele intervalo, no limite inferior dos valores contratados. d.10) Despacho de geração: Quando a indústria é dotada de geração própria, alternativa para suprimento da carga em hora de ponta, o operador dispõe da função despacho Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 para acionar o gerador ou geradores a fim de eliminar a demanda de ultrapassagem, sem reduzir a produção. d.11) Controle de tensão: Esta função faz acionar o comutador de tapes sob carga do transformador nos dois sentidos. O sistema de ventilação forçada, também controlado pela função de sobrecarga, pode ser acionado, compatibilizando a potência disponível do transformador com a demanda da carga. d.12) Controle de frequência: Esta função somente tem aplicação quando a indústria possui geração própria alternativa. Porém, pode ser utilizada para monitorar a frequência fornecida pela concessionária, podendo ordenar o desligamento da carga se forem ultrapassados os limites admitidos. d.13) Controle do fator de potência: Consiste em comandar o banco de capacitores, adequadamente dividido em blocos de potência reativa controláveis, de forma que se mantenha nos limites previstos pela legislação o valor do fator de potência. d.14) Reaceleração dos motores: Quando o sistema elétrico é acometido de um processo de subtensão, os motores são desconectados da rede através de seus respectivos sistemas de comando. Com o retorno da tensão à sua condição de serviço, o Sistema de Supervisão e Controle (SSC) inicia o processo de religamento dos motores, de forma a não permitir a reaceleração de um número de motores que provoque uma queda de tensão superior a um valor predefinido. O SSC é informado do limite de cada Centro de Controle de Motores (CCM) com referência à quantidade de potência aparente que pode ser drenada sem afetar o nível tolerável de tensão. Também o SSC tem informações do tipo de acionamento de cada unidade motriz relevante e do ajuste da tensão de partida, como, por exemplo, o tape ajustado da chave compensadora ou a tensão de pedestal das chaves de partida estáticas, além do número de partidas horárias tolerável para cada motor e o tempo máximo de partida. d.15) Medição: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 Nas subestações digitalizadas, as medições são registradas nas unidades de medida dos alimentadores e transmitidas ao Centro de Supervisão e Controle, obedecendo à seguinte classificação: � as medições destinadas à apresentação no console são requisitadas somente quando a tela apropriada é chamada pelo operador;� as medições predefinidas para armazenamento na memória do sistema são requisitadas ciclicamente, de acordo com os requisitos estabelecidos; � as medições supervisionadas para comparação com limites impostos são transmitidas ao Centro de Supervisão e Controle somente se tais limites forem transgredidos. d.16) Supervisão: Todas as posições de chaves e disjuntores são representadas por duas diferentes indicações binárias: ligada e desligada. Se não há eventos a considerar, caracteriza-se uma situação normal e as duas indicações estão em oposição entre si. Se ambas as indicações se estabelecem na posição ligada, o sistema de automação emite um alarme; se as duas indicações se firmam na posição desligada, caracteriza-se o estado de operação, gerando, dessa forma, a ação da função de supervisão do tempo de operação, cuja duração depende do tipo de elemento que está sendo operado. O sistema de automação faz gerar um alarme se, decorrido o tempo de operação, a chave ou o disjuntor não alcançar o estado de operação normal. d.17) Comando: A fim de possibilitar a flexibilidade de comando da subestação no caso de uma falha parcial ou geral do sistema de automação, permite-se que o comando de chaves ou disjuntores seja operado no local e em ponto remoto, o que é possível pelo acionamento de uma chave localizada estrategicamente no gabinete do disjuntor. Como regra a seguir, antes de um comando ser executado, o sistema verifica se um outro comando está sendo executado e se a função de intertravamento permite sua execução, além da verificação da posição de bloqueio da chave ou disjuntor a serem operados (MAMEDE FILHO, 2012). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 4.2 Arquiteturas dos Sistemas de Automação Antes de se tomar uma decisão de automatizar uma determinada subestação existente, devem-se analisar detalhadamente seus recursos operacionais, dispositivos de proteção e alarmes utilizados, histórico de falhas, confiabilidade e layout da instalação. Como resultado dessa análise, cabe selecionar a arquitetura adequada para aquela subestação em particular. Se se está diante de um novo projeto de subestação, a seleção da arquitetura do sistema fica facilitada devido à inexistência das restrições que caracterizam uma subestação em operação. De qualquer forma, há várias soluções a considerar, destacando-se, no entanto, dois tipos de arquiteturas clássicas; a cada uma delas podem-se agregar soluções derivadas. Esses tipos de arquitetura de sistemas de automação podem ser caracterizados por um sistema de supervisão e controle centralizado ou um sistema de supervisão e controle distribuído, sendo que ambos podem usar relés convencionais (no caso de existe subestação) ou relés digitais. a) Sistema de supervisão e controle (SSC) centraliz ado Também conhecido como sistema de processamento centralizado, consiste em concentrar física e funcionalmente todo Sistema de Supervisão e Controle (SSC) num determinado local onde fica instalado todo o hardware com os respectivos programas de supervisão e controle. O local escolhido é, de preferência, a Casa de Comando da subestação ou, alternativamente, uma construção agregada. Esse sistema pode ser desenvolvido com duas diferentes arquiteturas: • hardware centralizado e processamento centralizado; • hardware distribuído e processamento centralizado. O SSC centralizado é apropriado para subestações existentes nas quais foi instalado um Quadro Geral de Força (QGF), em que estão concentrados todos os relés de proteção convencionais (relés de indução ou estáticos, medição, etc.). Normalmente, o QGF é abrigado na Casa de Comando da subestação, juntamente com a unidade de retificação e banco de baterias instalados em uma construção agregada, específica. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 Dessa forma, no pátio de manobra estão instalados todos os equipamentos de força, como disjuntores, religadores, chaves, transformadores, etc. Para ilustrar essa concepção de sistema, observe a figura “Arquitetura centralizada 1” que caracteriza uma arquitetura de hardware centralizado e processamento centralizado. Arquitetura centralizada 1 Fonte: Mamede Filho (2012, p. 540). Nesta configuração, todos os condutores de proteção, medição e controle são levados até o QGF, junto ao qual devem-se instalar o hardware, a correspondente Unidade de Aquisição de Dados e Controle (UADC) e o Sistema de Supervisão e Controle. Neste caso, a Unidade de Aquisição de Dados e Controle (UADC) compreende o Centro de Aquisição de Dados da Proteção e o Centro de Aquisição de Dados Analógicos. Pode-se perceber a grande utilização de condutores interligando os equipamentos localizados no pátio da subestação e o QGF, tornando o sistema extremamente vulnerável e de baixa confiabilidade. Esta solução permite evitar custos com a mudança da configuração do sistema elétrico. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 35 Ao lado do QGF está localizado o Centro de Aquisição de Dados Analógicos e no seu interior estão instalados os transdutores, responsáveis não só pela aquisição dos dados analógicos que chegam ao QGF, tais como tensão, corrente e frequência, mas também pela conversão dessas grandezas em sinais digitais que são enviados ao Centro de Supervisão e Controle que abriga o Sistema de Supervisão e Controle e ao qual estão conectados os equipamentos da Interface Homem-Máquina. Ao lado do mesmo QGF está localizado ainda o Centro de Aquisição de Dados da Proteção, ou seja, uma unidade que aquisita e concentra as informações relativas à atuação dos relés e atuadores, em geral, e as envia ao mesmo Centro de Supervisão e Controle responsável pelo processamento dessas informações, usando um sistema SCADA, aderente a um sistema especialista no qual está instalado. Dependendo do nível de recursos do SSC, são geradas diversas e complexas funções operacionais. São também geradas telas nos monitores ou painéis mímicos dinâmicos disponibilizando funções de comando ao operador que pode utilizá-las através de um teclado alfanumérico. Se há necessidade de que determinadas informações sejam registradas em papel, o SSC pode gerar relatórios através de uma impressora local. No entanto, se essas ou outras informações necessitam satisfazer às exigências de um nível hierárquico superior, podem ser enviadas através de um gateway. Como se percebe, a Estação Central concentra todos os recursos de hardware e de software. Apesar da aparente confiabilidade do sistema, em virtude de estar sob condições ambientais controladas, não tem sido uma solução desejada, já que, no presente caso, qualquer falha em quaisquer centros de supervisão ou aquisição de dados imobiliza todo o sistema de automação (MAMEDE FILHO, 2012). Esta mesma arquitetura de sistema de automação pode ser aplicada em outra situação de layout dos equipamentos elétricos da subestação,conforme pode ser observado na ilustração “Arquitetura centraliza 2”, que caracteriza um arquitetura de hardware parcialmente distribuída e processamento centralizado. Nesta configuração, os relés convencionais são instalados em cubículos Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 36 metálicos junto aos equipamentos aos quais dão proteção. Pode-se notar que o nível de confiabilidade do sistema não se alterou, a não ser com a introdução de um sistema dual de supervisão e controle. Arquitetura centralizada 2 Fonte: Mamede Filho (2012, p. 541). Todas as observações relativas à concepção anterior continuam válidas. Observe que, apesar de os equipamentos de aquisição de dados (relés, medidores, etc.) apresentarem uma formação distribuída, as informações do sistema elétrico continuam concentradas no QGF instalado na Casa de Comando, guardando, portanto, as características de sistema centralizado. Atualmente, esta concepção de sistema de automação está praticamente em desuso, pois o uso de relés convencionais não permite sua manutenção corretiva, por falta de oferta de peças de reposição no mercado, já que a Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 37 fabricação desses relés foi totalmente abolida. Assim, em todos os projetos atuais de automação de subestações existentes são aplicados relés digitais em substituição aos relés de indução ou estáticos nelas instalados (MAMEDE FILHO, 2012). O Sistema de Supervisão e Controle centralizado admite outra concepção quando se adota como solução uma alternativa àquela representada na “Arquitetura centralizada 1”, e que consiste na substituição dos relés convencionais, instalados no QGF, por relés digitais. Neste caso, a comunicação entre o QGF e o Centro de Supervisão e Controle é direta, sem necessidade do uso do Centro de Aquisição de Dados da Proteção, parte integrante da Unidade de Aquisição de Dados e Controle (UADC). No entanto, a conversão dos dados analógicos continua de responsabilidade do Centro de Aquisição de Dados Analógicos, parte integrante da Unidade de Aquisição de Dados e Controle que exerce a mesma função anterior. A figura “Arquitetura centralizada 3” mostra esse tipo de configuração, que caracteriza um sistema de arquitetura de hardware centralizado e processamento centralizado. Arquitetura centralizada 3 Fonte: Mamede Filho (2012, p. 542). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 38 Como já comentado anteriormente, em praticamente todos os atuais projetos de automação de subestações são utilizados os relés digitais substituindo os relés de indução ou estáticos existentes. b) Sistema de supervisão e controle (SSC) distribuí do Também conhecido como sistema de processamento distribuído, consiste em instalar no pátio de manobra da subestação Unidades Terminais Remotas (UTRs) ou, no sentido mais amplo, Unidades de Aquisição de Dados e Controle (UADC), que compreendem o Centro de Aquisição de Dados Analógicos e o Centro de Aquisição de Dados da Proteção com capacidade de aquisitar dados de cada ponto do sistema, comumente chamado de ilha, exercer funções de comando e enviar informações ao Centro de Supervisão e Controle montado na Casa de Comando da subestação. Usando relés convencionais: Esse tipo de arquitetura de sistema de automação é apropriado para subestações existentes nas quais foram utilizados módulos de proteção, comando e sinalização juntos a cada bay no pátio de manobra da subestação. Neste caso, são utilizadas Unidades de Aquisição de Dados e Controle, ou simplesmente UTRs, localizadas nos respectivos bays que aquisitam tanto os dados analógicos como os digitais, processam essas informações, tomam as decisões definidas pelo software e exercem suas funções localizadas (ilhas) de manobra sobre os equipamentos sob sua supervisão e controle. Neste caso, o Centro de Supervisão e Controle assume o papel de supervisor geral do sistema e de interface com sistemas hierarquicamente superiores. Esse tipo de arquitetura é conhecido como sistema de hardware distribuído e processamento distribuído, conforme mostrado a seguir. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 39 Arquitetura distribuída 1 Fonte: Mamede Filho (2012, p. 543). A comunicação entre as UTRs e o Centro de Supervisão e Controle pode ser feita através de cabos de cobre concêntricos e blindados, ou por meio de cabos de fibra óptica, utilizando acopladores ópticos nas extremidades. Pode-se observar que o número de condutores reduz-se drasticamente aumentando o nível de confiabilidade do sistema, particularmente do sistema de comunicação. A aquisição de dados de proteção pelas UTRs é feita com a utilização de relés auxiliares nelas instalados e interligados com os respectivos relés convencionais (relés de indução ou estáticos). Já a aquisição de dados analógicos é feita por meio de transdutores instalados, de preferência, nos cubículos dos equipamentos analógicos ou no interior dos gabinetes das UTRs. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 40 Usando relés digitais: O Sistema de Supervisão e Controle distribuído com uso de relés digitais tem sido a arquitetura mais aplicada atualmente. É utilizado, na maioria dos casos, em subestações novas ou em subestações existentes, mas que o cliente esteja preparado para arcar com os custos adicionais de substituição dos relés convencionais por unidades numéricas e com outras alterações normalmente necessárias de se implementar em casos dessa natureza. Esta solução se caracteriza pela instalação de gabinetes distribuídos em cada bay da subestação nos quais estão instalados os relés de proteção digitais, os relés auxiliares para aquisição de dados digitais das chaves e disjuntores, os transdutores para aquisição de dados analógicos (corrente, tensão etc.) e, finalmente, os componentes da Unidade Terminal Remota que assume a função da Unidade de Aquisição de Dados e Controle (Centro de Aquisição de Dados da Proteção e Centro de Aquisição de Dados Analógicos), a qual é conectada com o Centro de Supervisão e Controle instalado na Casa de Comando da subestação. Tal como ocorre na configuração anterior, o Centro de Supervisão e Controle assume o papel de supervisor geral do sistema e de interface com sistemas hierarquicamente
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