Buscar

PSICOLOGIA_COMUNITARIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Metáforas: 
	Montanha de Maomé 
	Muro de Berlim
Alguns exemplos de intervenção comunitária
	Terceira idade
	Delinquência
	Alcoolismo
	Toxicodependência
	Reclusos
	Sem-abrigo
	Refugiados / exilados
	Prostituição
	Violência doméstica
	Pobreza
	Exclusão social
	Imigração
	Reabilitação psicossocial
Psicologia Comunitária 
	Psicologia da, na, para e com a comunidade 
	Consciência da Psicologia (Nelson & Prilleltensky, 2005)
Área da Psicologia que:
	Pretende estudar e compreender a relação entre sistemas sociais (comunidades) e o comportamento humano.
	Pretende intervir (principalmente preventivamente) na resolução dos problemas psicossociais e no desenvolvimento humano, a partir da compreensão dos determinantes sócio-ambientais e através da modificação de tais sistemas. 
	Toda a intervenção procura a mobilização máxima (participação activa) dos destinatários.
Justificação e Causas do Movimento Comunitário
	1) Desintegração social.
	2) Aplicação da Psicologia às Ciências Sociais.
	3) Responsabilidade e intervencionismo psicossocial.
	4) Estudo científico da mudança social e dos efeitos psicológicos dos sistemas sociais.
	5) Perturbação mental e prevenção.
1) Desintegração social 
	Crescente desintegração social e degradação da função e do sentido das comunidades e grupos sociais (família, vizinhança, comunidade local, redes religiosas, etc.) que desempenhavam um papel fundamental na ligação do indivíduo ao corpo social e na manutenção de um sentido de identidade, mutualidade, apoio e pertença social.
	Perda do sentido psicológico da comunidade com desamparo, individualismo, desenraizamento social, anonimato, solidão, alienação (sobretudo nas sociedades ocidentais) provoca aumento de perturbações depressivas e existenciais.
2) Aplicação da Psicologia às Ciências Sociais
	Grande desenvolvimento da Psicologia Aplicada após a 2ª Guerra Mundial.
	Perspectiva cada vez mais holística (versus elementarista), pluridisciplinar e social.
	Consciência do potencial de aplicação da Psicologia aos contextos sociais.
3) Responsabilidade e
intervencionismo psicossocial
	Crescente intervencionismo psicossocial
	Interrogações sobre a neutralidade valorativa e a objectividade das ciências.
	Assumir por parte dos investigadores e técnicos a responsabilidade dos problemas sociais e seu contexto histórico, político e geográfico.
	Assumir e tornar explícitos valores como democratização, igualitarismo, responsabilidade pública, humanismo, solidariedade, etc.
	Abalo da “Torre de marfim” académico, que não considerou tanto as variáveis contextuais.
4) Estudo científico da mudança
social e dos efeitos psicológicos dos sistemas sociais.
	Necessidade de uma disciplina científica que fundamente e guie a prática comunitária, e que investigue as variáveis do contexto social em relação à perturbação e o bem-estar dos indivíduos, bem como os efeitos e interacções mútuas de indivíduos e contextos sociais em diversos níveis sistémicos.
5) Perturbação mental e prevenção
	Evidência de que é praticamente impossível eliminar a perturbação mental através de uma intervenção terapêutica reactiva, sendo necessário recorrer à prevenção ao nível populacional e social (como em medicina nas doenças infecciosas).
	A mera psicoterapia é insuficiente para dar resposta à elevada percentagem ( 20%) da população que necessita de assistência por problemas psiquiátricos e outros 20% com necessidades psicossociais.
 Sentido psicológico de comunidade
	Entendido como sentimento de fazer parte de uma rede de relações de apoio mútuo, em que se pode confiar, o que impede experimentar um sentimento permanente de solidão que leva à ansiedade, angustia e a um estilo de vida destrutivo.
Componentes básicos do sentido psicológico de comunidade:
	Percepção de semelhança de cada indivíduo com outras pessoas.
	Interdependência mútua.
	Vontade de manter tal interdependência.
	Sentimento de fazer parte de uma estrutura social estável e em que se pode confiar (sentimento de pertença ou integração social), que satisfaz as necessidades de intimidade, diversidade, pertença e utilidade.
	O sentido de comunidade funciona como catalisador para a participação na transformação comunitária através da influência nos 3 componentes psicossociais básicos:
	1) Percepção do contexto
	2) Relações sociais da pessoa.
	3) Percepção do controlo e empowerment na própria comunidade.
Aspectos Históricos
	1961 – Relatório da Joint Comission on Mental Illness and Health – Action for Mental Health (EUA), cujas conclusões constituíram a base de todo a acção posterior neste domínio.
	1963 – Origem institucional do movimento comunitário com o discurso de John F. Kennedy, onde exigia novas soluções para os problemas da Saúde Mental e aprovação da legislação que criava os Centros se Saúde Mental Comunitários.
Aspectos Históricos
	1965 – Origem da denominação Psicologia Comunitária na conferência de Boston. Primeira revista - The Community Mental Health Journal.
	1972 – Primeiro livro sobre Saúde Mental Comunitária – Handbook of Community Mental Health de Golann e Eisdorfer.
	1973 – Duas revistas – American Journal of Community Psychology; Journal of Community Mental Health; Secção na APA sobre Psicologia Comunitária.
	1974 – Primeiro livro sobre Psicologia Comunitária de Zax e Specter.
Saúde Mental Comunitária – Factores Desencadeadores
	1) Recusa do hospital psiquiátrico.
	2) Desencanto com a psicoterapia.
	3) Recusa do modelo biomédico de saúde e perturbação mental.
	4) Desproporção entre oferta de profissionais e necessidades em Saúde Mental.
	5) Responsabilidade social do psicólogo em relação à Saúde Mental e os problemas psicossociais.
	6) Mudanças sociais a partir dos anos 60.
1) Recusa do hospital psiquiátrico
Crítica ao hospital psiquiátrico pelo movimento comunitário por:
	servir principalmente funções de custódia e segregação social.
	fomentar a passividade e enfatizar o papel de doente.
	não fomentar a sua reintegração funcional e social.
Causas dessa recusa:
	Síndroma do hospitalismo
	Aparecimento dos psicofármacos nos anos 50, que possibilitaram um funcionamento mais eficiente e autónomo dos utentes na comunidade 
	Desenvolvimento de intervenções sistémicas e Comunidades terapêuticas.
	O movimento da desinstitucionalização.
Actualmente o hospital psiquiátrico é visto como mais um recurso de tratamento dos problemas mentais em casos de crise aguda ou em situações onde o tratamento comunitário não é aplicável ou suficiente.
2) Desencanto com a psicoterapia:
	Para responder às reais necessidades da população afectada, especialmente de grupos socialmente excluídos ou menos privilegiados.
3) Recusa do modelo biomédico de saúde e perturbação mental
	O conceito biomédico da “doença mental” revelou-se inadequado para compreender e tratar muitas das perturbações mentais, particularmente as mais próximas do pólo psicossocial. 
	Começaram-se a defender modelos psicossociais e/ou psicoeducativos, menos estigmatizantes, na resolução de muitos problemas mentais e psicossociais.
4) Desproporção entre oferta de profissionais e necessidades em Saúde Mental
	Alguns estudos (Kramer, 1981; Albee, 1984) demonstraram uma enorme desproporção entre necessidades de Saúde Mental da população e profissionais disponíveis, o que levou a desenvolver novos métodos de tratamento e procurar novas fontes de pessoal técnico.
	Outros estudos verificaram que os profissionais de Saúde Mental não são os agentes primários, dado que uma pessoa com problemas recorre a outras fontes de ajuda. Tal facto mostra a necessidade de desenvolver novos métodos indirectos com efeitos multiplicadores, para detectar e tratar os diversos problemas nesta área, por exemplo uso de paraprofissonais, grupos de auto-ajuda, case manager, key – worker, etc. 
5) Responsabilidade social do psicólogo em relação à Saúde Mental e os problemas psicossociais.
	A evidência da associação entre classe social baixa e perturbaçãomental, juntamente com a assistência deficiente em Saúde Mental para essas classes sociais, mostra uma proporção inversa entre a necessidade de serviços psicológicos e a sua disponibilidade: quem mais necessita de ajuda é quem menos recebe.
6) Mudanças sociais a partir dos anos 60
Aumento “epidémico” de problemas sociais como:
	violência familiar e interpessoal, 
	delinquência, 
	toxicodependência, 
	divórcios e desintegração familiar, 
	racismo, 
	miséria, 
	alcoolismo, 
	perturbações mentais, 
	rupturas geracionais, 
	solidão e isolamento, 
	rupturas de normas sociais e éticas, parecem indicar uma forte tendência para a desintegração social e o fracasso das comunidades (locais, religiosas, etc.) em dar resposta a estas necessidades.
Ao mesmo tempo surge, num ambiente de melhoria económica, a crença de que a mudança social é possível e desejável.
Outros factores 
	Activismo político
	Descontentamento com as funções e posições hierárquicas dos psicólogos nos hospitais.
	Papel importante de algumas equipas interdisciplinares 
	Mudanças sócio-estruturais:
	industrialização
	democratização
	descentralização administrativa
	maior poder e autonomia municipal e autárquica
Pressupostos da Psicologia Comunitária
	As forças e sistemas sociais desempenham um papel relevante na determinação do comportamento humano funcional ou disfuncional, situacional ou estrutural.
	O contexto social não é apenas fonte de problemas (tese da antipsiquiatria), mas também fonte de recursos e potencialidades.
	A localização dos problemas de saúde e psicossociais está em grande parte nos sistemas sociais e na relação do indivíduo com tais sistemas, e não tanto nos próprios indivíduos.
	A Ciência só nos diz o que é e não o que deve ser. Necessitamos de valores que nos indiquem o que deve ser.
Pressupostos da Psicologia Comunitária
	O aumento da competência ou empowerment (capacidade de resolução de problemas, saúde, bem estar, etc.) tem um efeito de prevenção no desenvolvimento de perturbações mentais e de problemas psicossociais.
	A restruturação do contexto e a mudança social têm um efeito significativo na redução da disfunção social e clínica.
	Cada indivíduo tem algo em comum e algo diferente em relação aos outros. Para desenvolver o sentido de comunidade é preciso que todos os membros da comunidade tenham acesso aos recursos e serviços que esta proporciona.
Objectivos Gerais da Psicologia Comunitária
	Reconstrução do sentido psicológico da comunidade.
	Prevenir a perturbação mental e outros problemas psicossociais.
	Promover o desenvolvimento psicossocial dos indivíduos.
	Melhorar as condições sociais da comunidade.
Objectivos Gerais da Psicologia Comunitária
	Redistribuir o poder: fortalecer a participação e integração na comunidade.
	Fornecer um conjunto de alternativas na prestação de serviços.
	Fomentar a mudança comunitária e social.
	Promover e apoiar os interesses dos grupos desfavorecidos.
	Desenvolver um corpo teórico e uma investigação empírica que fundamente e guie a intervenção.
Concepções e definições (I)
	Psicologia tradicional aplicada	Psicologia Comunitária
	Nível de análise	Intra-pessoal ou microssistemas	Ecológico (micro, meso, macro
	Definição do problema	Mais em termos individuais	Em termos sociais e da diversidade cultural
	Focus da intervenção	Mais em termos de défice e problemas	Competências e resiliências
	Altura da intervenção	Curativo	Preventivo
	Objectivos da intervenção	Redução de comportamento.
Desajustados	Promoção de competências e bem-estar
	Tipo de intervenção	Tratamento	Auto-ajuda, desenvolvimento comunitário 
Concepções e definições (II)
	Psicologia tradicional aplicada	Psicologia Comunitária
	Local da intervenção	Serviços e instituições	Comunidade
	Tipo de serviços	Directos	Indirectos de efeito multiplicador
	Modelo de prestação de serviços	Passivo, receptivo, reactivo, waiting mode
	Proactivo, flexível baseado nas necessidades da comunidade
	Técnicos	Técnicos de saúde
	Técnicos, mediadores, paraprofissionais
	Papel do cliente	Corroborativo com profissionais e serviços 	Proactivo, auto-determinação,
	Papel dos técnicos	Expert	Dinamizador, facilitador
Concepções e definições (IIl)
	Psicologia tradicional aplicada	Psicologia Comunitária
	Relação técnico-cliente	Assimétrico em termos de poder e decisões	Simétrico, igualitário, em colaboração
	Avaliação	Diagnóstico	Necessidades, recursos e programas da comunidade
	Investigação	Investigação aplicada; positivista	Investigação-acção
	Ética	Individualista, neutralidade de valores, status quo	Social, valores emancipatórios, mudança social
	Laços interdisciplinares	e.g.: psiquiatria, assistência social	Sociologia, politica, saúde, geografia, etc.
Pontos de Reflexão
	1) Existe a possibilidade de efectuar mudanças globais nos sistemas sociais com metas bem estabelecidas, mas com um elevado grau de inércia estrutural e funcional ?
	2) Qual é o grau (tipo e ritmo) de mudança estrutural e funcional que um sistema social pode absorver sem forçar reacções homeostáticas ?
	3) Como separar as aspirações e perspectivas dos profissionais comunitários sobre os objectivos e estratégias de mudança das aspirações e perspectivas do sistema ou comunidade? Como lidar com a discrepância de uma avaliação objectiva e subjectiva?
Pontos de Reflexão
	4) Que modelos sociais acerca do funcionamento e natureza desses sistemas temos ao dispor (sistémicos, ecológicos, …) para evitar a utilização de modelos individuais desadequados e para compreender o que se pode mudar e o que não se pode mudar dentro de um sistema social?
	5) Como criar expectativas de mudança (que podem ser catalisadores) sem serem frustradas, o que pode ainda elevar mais o sentimento de desamparo?
A Comunidade
Fisher (1982) destingue os seguintes níveis:
	individual
	interpessoal
	grupal
	Inter-grupal
	organizacional
	comunitário
	social
	internacional
Tonnies (1947) e Munné (1979) distinguem
	Gemeinschaft (comunidade): relações são o resultado de uma vontade natural, finalidade afectiva (aspectos teleonómicos).
	Gesellschaft (associação): surge por uma vontade deliberada e racional segundo critérios de utilidade (aspecto teleológico).
Definições acerca da comunidade:
	Localidade compartilhada.
	Estabilidade temporal.
	Um conjunto de instalações, serviços e recursos materiais.
	Estrutura e sistemas sociais
	Interdependência e interacção psicossocial (relações e laços comuns)
	Componente psicológica de carácter identificativo com seus símbolos e instituições
Principais funções da comunidade Warren (1972):
	Produção 
	Distribuição 
	Consumo
	Socialização
	Controlo social
	Participação social
	Apoio mútuo
O que necessitamos de conhecer acerca da comunidade em causa?
	Uma definição clara da comunidade em causa (o que a inclui e exclui).
	Sua estrutura: características e dimensões básicas: representantes.
	Subsistemas e sistemas relacionais.
	Recursos.
	Necessidades e problemas psicossociais.
	Sistemas ecológicos e sua relação com outras comunidades e com a sociedade mais ampla.
	Processo de manutenção e mudança da comunidade.
Diferentes concepções da Psicologia Comunitária
	Como filosofia: visão holística.
	Como estratégia de trabalho.
	Como processo de investigação: recolha e utilização de dados.
	Como profissão: valorizando o trabalho interdisciplinar.
Estrutura e caracterização disciplinar e interventiva da PC
	I. Parte teórica – conceptual:
	Distinguir:
	a) Conceitos e modelos teóricos analíticos.
	b) Modelos operativos.
	Exemplos:
	Stress psicossocial (coping)
	Modelos de suporte social (redes de apoio)
	Modelos ecológicos
	Modelos sistémicos de mudança (1ª e 2ª ordem)
	Saúde (mental) positiva
	Qualidade de vida
	Prevenção
Estrutura e caracterização disciplinar e interventiva da PC
	Modelo dos suportes (Caplan, 1979; suporte físico: alimentação, habitação, etc.; suporte psicossocial: estimulação, desenvolvimento intelectual e afectivo).
	Modelos do desenvolvimento humano
	Competência social(reportório de possíveis alternativas, conhecimento para chegar aos recursos, poder de decisão, como consequência aumento da auto-estima, esperança e poder), auto-eficácia (Bandura) e empowerment (Rappaport: capacidade individual de determinar sua vida ou autodeterminação e possibilidade de participação democrática na vida comunitária).
	Estruturas sociais intermédias.
II. Parte interventiva
	1. Objectivos ou metas
	2. Conteúdos da intervenção (estratégias e métodos).
	a) Prestação alternativa de serviços para uma optimização dos recursos (intervenção em crises, consulta, educação social).
	b) Prevenção.
	c) Desenvolvimento dos recursos humanos (para-profissionais, voluntariado, ajuda mútua).
	d) Reconstrução social e comunitária (comunidades terapêuticas, residências protegidas, acolhimento familiar, grupos de auto–ajuda ou inter-ajuda).
	d) Mudança social (organização da comunidade, análise institucional, advocacia social, desenvolvimento comunitário, etc.).
II. Parte interventiva
	3. Estilo interventivo. 
	Características:
	Intervenção centrada nos sistemas sociais e não nos indivíduos (papeis, valores, normas, relações de poder, controlo social, distribuição dos recursos, necessidades, clima psicossocial, etc.).
	Abordagem positiva (nos recursos e potencialidades).
	Abordagem integral, multidimensional e holísta que integra todos os aspectos básicos da problemática. 
	Abordagem que maximiza a participação activa e o protagonismo da comunidade.
	Relações mais igualitárias e simétricas (trabalhar “com” não “para”). Implica uma redefinição do papel do psicólogo.
	Fomentar a integração social e evitar uma desintegração.
3. Estilo interventivo 
	Abordagem proactiva e preventiva.
	Intervenção activa em termos de resolução de problemas.
	Abordagem de ênfase geográfica, social a cultural: aproximação dos valores, crenças e comportamentos das comunidades em causa.
	Mais flexível e diversificado: utilizando estratégias indirectas, mediadoras e potenciadores dos recursos (ex.: ajuda mútua).
	Abordagem multidisciplinar.
	Avaliação e análise global da problemática, dos contexto social, dos recursos existente e necessários, etc.
3. Estilo interventivo
	Planificação e organização global (territorial, social, administrativa, etc.).
	Perspectiva a longo prazo (ex. Violência doméstica). Estratégia menos “efectiva” mas mais eficaz.
	Processo de autonomização e dispensabilidade do técnico. Transferência do poder e capacidade do profissional (que funciona como catalisador; 18 camelos) para a comunidade.
	Intervenção bidireccional entre técnico e comunidade. O técnico interveniente é influenciado pela comunidade e a influencia. Ambas as partes se transformam.
Pressupostos valorativos da intervenção comunitária
	O poder psicológico real ou percebido (capacidade de auto-domínio, auto-eficácia, locus de controlo interno, empowerment) é fundamental para o desenvolvimento humano.
	A distribuição dos recursos sociais e do poder político (participação nas decisões) são essenciais para o desenvolvimento humano. Uma falta de acesso aos recursos e participação social provoca marginalizações e desamparo.
	O direito à diferença individual e grupal sem sanções e estigmatização. Implica aumento da tolerância social.
	Em vez de uma neutralidade, o psicólogo comunitário defende explicitamente as camadas mais desfavorecidas.
Processos e factores estruturais a ter em conta na intervenção
	1) Modificação do papel dos sujeitos da comunidade alvo. Ideia base: enriquecimento e potenciação dos sujeitos:
	Ampliação dos papeis (formação) e incorporar sujeitos com recursos, que servem para apoiar outros (comparticipação).
	Aumentar o grau de actividade e participação na acção comunitária dos sujeitos. Evitar papel passivo e receptivo dos sujeitos. 
	2) Papel dos profissionais:
	optimização dos recursos técnicos
	papel do psicólogo comunitário: menos poder, mais solidário e igualitário em relação aos utentes e outros colaboradores. Mais flexível e integrador. 
Processos e factores estruturais a ter em conta na intervenção
	3) Solidariedade social. Relações e interacções positivas.
	4) Objectivo geral: aumento da qualidade de vida. Intervenções são feitas à medida do Homem e não para sacrificar as pessoas para algo supremo (tecnologia, economia, etc.).
	5) Determinar os sistemas e processos de socialização disfuncionais e tentar introduzir modificações e alternativas mais adequadas desses sistemas.
	6) Análise da comunidade e o sentido de comunidade.
	7) O poder (económico, político, informativo, administrativo, etc.) e sua distribuição.
	8) Necessidades, problemas e conflitos sociais, que constituem elementos dinamizadores.
Processos e factores estruturais a ter em conta na intervenção
	9) Expectativas: criação e manutenção de expectativas. Pode ser uma espada de dois gumes.
	10) Sistemas de definição e tomada de decisão na comunidade (ex.: associações) podem provocar acesso igualitário aos recursos ou marginalizarão.
	11) Sistemas de recompensa de um sistema social. Tentar reforçar os comportamentos instrumentais que estão ligados aos objectivos propostos. (ex.: recusar algo).
	12) Sistemas de apoio social (redes de apoio, grupos, ajuda mútua, etc.).
	13) Sistemas de controlo e desvio social. Torná-los mais funcionais para diminuir as suas tendências de exclusão. 
Processo da intervenção comunitária
	Não há processo único e prescritivo da intervenção comunitária. O formato depende do âmbito e nível de intervenção, dos objectivos pretendido e estratégias pretendidas.
	Trata-se sobretudo de uma hodologia (investigação-acção).
Processo genérico da intervenção comunitária
	1) Definição e análise do tema, da comunidade ou do problema.
	Podemos partir de uma determinada comunidade ou de um tema ou problema específico (toxicopêndencia, exclusão social, etc.).
	Esta parte inclui:
	Delimitação e definição de forma clara, precisa, operacionalizada do tema, comunidade ou problema em causa.
	Análise inicial do conjunto: população alvo, recursos, etc.
Processo genérico da intervenção comunitária
	2) Avaliação inicial
	Avaliação das necessidades e problemas existentes.
	Estratégias de avaliação das necessidades:
	Informadores chave.
	Grupos estruturados ou associações
	Taxa de pessoas tratadas e assistidas.
	Entrevista populacional.
	Indicadores sociais
Processo genérico da intervenção comunitária
	3) Desenho, planificação e organização da intervenção
	Conceber um programa, como um conjunto coerente de acção destinado a alcançar os objectivos propostos ou a resolver os problemas definidos. Pretende-se:
	Determinar e hierarquizar os objectivos da intervenção.
	Estabelecer os conteúdos do programa (acções, componentes).
	Análise da relação entre conteúdos e objectivos.
	Organização do programa e dos recursos (coordenação das acções e do pessoal, contactos, logística, infra-estruturas de apoio, recursos humanos e formação, cronogramas).
Processo genérico da intervenção comunitária
	4) Execução e implementação
	a) Estratégia interventiva (o como?)
	b) Porta de entrada na comunidade.
	c) Ajustamento do programa inicialmente planificado.
	d) Manutenção do programa para garantir continuidade.
	Assegurar as fontes de financiamento.
	Formação do pessoal
	Desenvolvimento de uma liderança local.
	Promover contactos e a participação nas instituições comunitárias significativas em relação ao programa.
	Algum acompanhamento, ex.: via telefone ou intervenções pontuais.
Processo genérico da intervenção comunitária
	5) Finalização e avaliação dos resultados
	a) Processo de avaliação de um programa: 
	Definição do problema e dos objectivos.
	Determinar as dimensões ou componentes do problema.
	Elaborar indicadores ou medidas para cada dimensão ou componente (satisfação, participação, etc.).
	Recolha de informação (medição). Instrumentos: índices, escalas, observação, entrevistas.
	Integração e elaboração dos resultados.
	Comunicação dos resultados e conclusões.
	Follow-up.
	b) Disseminação da intervenção.
	Questãocentral: como se retirar mantendo o programa, se for considerado necessário.

Continue navegando