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CAPÍTULO 17 Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados Eliane Ribeiro INTRODUÇÃO Hã 50 anos, farmacêuticos hospitalares procuram integrar- se à equipe de saúde com o propósito de contribuir para a melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente. O Sistema de Medicarnentos por Dose Unitária, por suas caracte- rísticas, torna isso possível. Assim, com este capítulo pretende- se apresentar tal sistema, expor a necessidade de implantá-lo em hospitais e contribuir para a criação de um único time mul- tiprofissional que assista com segurança, qualidade e economia o paciente internado. TIPOS DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS Para a melhor compreensão do capítulo, serã feito um breve resumo dos distintos tipos de sistemas de distribuição de medi- camentos aos pacientes internados. Os sistemas de distribuição de medicamentos são divididos em dois grandes grupos: o tradicional e o moderno. O primeiro inclui o coletivo, o individualizado e o misto; o último, o por Dose Unitária (RIBEiltO, 1992, 1993). Sistema Tradicional No sistema tradicional, a Equipe de Enfermagem dedica entre 15o/o e 25% de sua jornada de trabalho a atividades rela- cionadas com medicamentos, a lém de ser responsãvel pelo seu armazenamento, a saber: • transcreve as ordens rnédicas; • requisita os medicamentos à Farmácia ou Almoxarifado; • mantém e revisa os estoques existentes no andar; • prepara as doses a serem administradas; • estabelece o cronograma de administração; • administra e registra as doses. O sistema tradicional compreende os seguintes sistemas de distribuição, como descrito anteriormente: a. Coletivo: os 1nedicamentos são armazenados nas unidades de internação, sob a responsabilidade da enfermeira encar- regada, formando miniestoques espalhados por todo o hos- pital. A reposição dos medicamentos é feita periodicamente, em nome da unidade, por meio de requisição enviada à Farmácia ou Almoxarifado. Muitas vezes a requisição está baseada em cotas preestabelecidas entre a unidade requi- sitante e a fornecedora dos produtos (Fig. 17. l); b. Individualizado: os medicamentos são requisitados e dis- pensados às unidades de internação em nome do paciente, de acordo com a prescrição rnédica, sua cópia direta ou sua transcrição, para determinado período. Quando a prescrição é transcrita, o sistema é denominado Individualizado Indi- reto, e quando o documento original ou sua cópia direta é enviada à Farmãcia para análise e posterior dispensação dos produtos, o sistema é denominado Individualizado Direto (Fig. 17.2); e. Misto: para dispensar os medicamentos e, muitas vezes, pro- dutos médico-hospitalares são utilizados os sistemas ante- riormente descritos em Uin mesmo hospital. Sistema Moderno No Sistema por Dose Unitária, o farmacêutico recebe a prescrição 1nédica do paciente ou sua cópia direta; elabora o registro farmacoterapêutico do paciente (documento utilizado pelo farmacêutico para avaliar a terapêutica medicamentosa); analisa as informações da prescrição; quando necessário, faz intervenções na terapêutica medicamentosa e dispensa os medi- camentos em embalagens de dose unitária. 162 Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados SISTEMA COLETIVO ( Médico )-1 Prescreve 1 Requisita 1-( Enfermeira J-[ Ad minis tra 1 Dispensa 1- Farmácia/A lmoxar llado 1 Estoca 1-( Enfermagem J Fig. 17.1 Fluxograma do Siste1na Coletivo. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. SISTEMA INDIVIDUALIZADO IN D IRETO D IRETO Prescreve ( Médico l Prescreve ... T ranscreve ( En fermagem ) 1 En cam in; a Cópia 1 ... Tria/Quantifica ( F armacêutico ) 1 Triapara 24h 1 ... :t !separa /Acondic iona] (Auxiliar Farmá cia) 1 Dispensa 1 :t ... Entrega ( Men sageiro ) 1 E ntrega 1 - ... C o nfere/Adm in istra ( E nfe rmagem l 1 Confere/Administra 1 Fig. 17.2 Fluxograma do Sistema Individualizado. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. As embalagens de dose unitária contêm a quantidade do medicamento que um médico prescreve a um determinado paciente, para determinada hora, estando prontas para serem adrninistradas, não requerendo manipulação prévia da enfer- magem. Aqui estão incluídos, também, os medicamentos para administração parenteral. Em nenhum momento, os medicamentos devem ser encon- trados nas Unidades de Internação, a não ser as doses necessá- rias para suprir um detemlinado período de tratamento (geral- mente 24 horas), incluirldo os de uso em caso de emergência e soluções anti-sépticas (Fig. 17.3). Histórico Ê irlegável a importância dos medicamentos no tratamento da maioria das doenças e a necessidade do hospital de manter um sistema efetivo de distribuição para garantir que o paciente os receba de acordo com a prescrição médica. No final da década de 1950, com o aumento do uso de medi- camentos ruais potentes, mas também causadores de graves efeitos colaterais, iniciou-se a publicação de trabalhos sobre a irlcidência de erros de medicação em hospitais CBARKER; McCONNEL, 1962; BARKER; KIMBROUGHT; HELLER, 1968; BARKER, 1969; ALLAN; BARKER, 1990). Os dados obtidos nesses estudos relataram que, em média, para cada seis doses admirlistradas ao paciente uma estava errada. Essa freqüência é superior à prevista, mostrando que o sistema tradicional de distribuição de medicamentos vigente na época necessitava ser repensado, visando melhorar a segurança na distribuição e na administração dos medicamentos. Nos anos 1960, farmacêuticos hospitalares apresentaram um novo sistema: a Dose Unitária, capaz de reduzir a irlcidência de erros de medicação, o custo dos medicamentos, as perdas e Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados 163 SISTEMA POR DOSE UNITÁRIA ( Médico ) Prescreve • ( Enfermeira ) Tria Horário e Mensageiro ) Encaminha Cópia ( Farmacêutico ) AvaliaJTria 6/12124 h ( Auxil iar Farmâcia ) Separa ( Farmacêutico ) Revisa e Confere ( Mensageiro ) Ent rega - ( Enfermagem ) Confere e Administra Fig. 17.3 Fluxograma do Sistema por Dose Unitária. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. os furtos dos mesmos, bem como melhorar o aproveitamento dos profissionais envolvidos e o nível de assistência oferecido ao paciente internado. Os resultados de vários estudos, descritos a seguir, compro- varam as afirmações anteriores e fizeram a American Society of Hospital Pharmacists preconizarem o uso da Dose Unit.ãria em hospitais americanos. Até os anos 1970, os inúmeros processos envolvidos na dis- tribuição de medicamentos pelo sistema moderno eram execu- tados de forma manual, exigiam o máximo de acurácia e pro- duziam grande volume de documentos para o gerenciamento administrativo e técnico. A partir dessa época, programas informatizados foram intro- duzidos nas Farmácias Hospitalares, reduzindo o tempo gasto para a execução desses processos de distribuição e aumen- cando a produtividade e a satisfação dos funcionários, possi- bilitando também ao farmacêutico o desenvolvimento de ati- vidades clínicas. A prescrição médica, o registro de administração de medica- mentos e o registro farmacoterapêutico foram informatizados, disponibilizando instantaneamente os dados para a produção das doses, a gestão de estoque dos medicamentos, o acom- panhamento da terapêutica, o faturamento e a cobrança de contas do paciente. Na década seguinte, a tecnologia de código de barras é incorporada aos programas informatizados, atendendo de forma efetiva a organização, os profissionais e o paciente, ao aumentar a produtividade, diminuir o custo e melhorar a qua- lidade do serviço oferecido. Nos anos 1990, a robótic-J. veio se somar às tecnologias ante- riores com intuito de agilizar aLnda mais o processo, zerar os erros, liberar o farmacêutico para as atividades clínicas, dimi- nuLr o custo, imp lementar a qualidade e integrar os distintos serviços do hospital; tomando a organização mais competitiva ao atender às necessidades de todos os seus usuários. Atualmente,conforme Tachinardi (2000), o prontuário médico manuscrito está sendo substituído por programas informatizados, devendo, em futuro próximo, após o reco- nhecimento das assinaturas eletrônicas como equivalentes das assLnaturas em papel, haver a eliminação da versão dos pron- tuários em papel e apresentação das informações dLrecamente em telas de computadores. Apesar do Sisterna de Distribuição de Medicamentos por Dose Unit.ãria (SOMOU) estar sendo utilizado com êxito nos países da América do Norte e Europa, aLnda são raros os hos- pitais brasileLros que o adotam. Portanto, é importante apri- mor&r o conhecimento sobre o sistema, relatar o resultado e incentivar a sua implantação nos hospitais. INCIDÊNCIA DE ERROS DE MEDICAÇÃO REIACIONADOS À ENFERMAGEM A iatrogenia, segundo Lacaz et ai. (1980), é a denomina- ção dada às doenças ou manifestações causadas pelo uso de medicamentos (aplicação de maneLra criteriosa ou não), das radiações, do sangue, dos contrastes radiológicos, dos anesté- sicos. Por outro lado, também as que podem ser Lndu zidas por atos cirúrgicos ou pela ação pouco prudente do médico, por um mecanismo de sugestões, através de impactos emocionais, constituindo, este último, o grupo de doenças psicogênicas ou "doenças iatrogênicas propriamente ditas". Os erros de medicação, como descritos, estão incluídos entre as causas das doenças iatrofarmacogênicas, podendo ser defi- nidos como: a administração do medicamento, dose, forma ou via errada, o tratamento requerendo o uso de tais agentes para o paciente errado ou na hora errada, a omissão da admLnis- tração do agente certo no tempo especLficado ou da 1naneira prescrita ou normalmente considerJ.da aceitável na prática, a admLnistração de medicamento deteriorado ou de dose extra, a reconstituição ou preparo Lncorreto. Em geral, a equipe de enfermagem é responsabilizada por esses tipos de erros, principalmente em hospitais que ainda empregam os sistemas tradicionais de distribuição de medi- camentos, onde o preparo da dose e a sua adrninisttaçào são tarefas des ignadas a esses profissionais. Entretanto, os erros de medicação, salvo em casos particu- lares, não devem ser atribuídos à equipe de enfermagem ou ao profissional responsável pela dispensação, o farmacêutico, mas ao tipo de sistema utilizado pelo hospital. Os estudos realizados por Barker; McConnel (1962) e Barker; Kimbrought; Heller (1968) mostram que a incidência de erros de medicação causada pela equipe de enfermagem foi superior à prevista pelos autores, sendo detectado um erro para cada seis doses administradas. A maioria das causas atribuídas aos problemas técnicos e de procedimentos são: a má qualidade da grafLa médica, os diferentes sistemas de pesos e medidas adotados no mesmo hospital, a utilização de abreviaturas não padronizadas, os medicamentos com nomes comerciais seme- lhantes, as ordens médicas verbais, as informações médicas incompletas e confusas, as múltiplas transcrições de prescri- ções, as falhas de comunicação pa.ra a suspensão de medica- mentos e as Lnterpretações de dosagens. A falta de conhecimento sobre a estabilidade, biodisponi- bilidade, armazenamento e preparo de medicamentos é, tam- bém, causa freqüente de erros de medicação em hospitais que 164 Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados ERRO DE MEDICAÇÃO OSISTEMA TRADICIONAL 35 30 25 ~ .. 20 o D:: D:: 15 w 10 5 D DOSE UNITÁRIA BARKER et al, 1984 SCHULTZ: WHITE: MEANS: LATIOLAIS; 1981 OEREWICZ; LAMY, 1975 ESTUDOS Fig. 17 .4 Gráfico c01nparativo da incidência de erros de medicação rom o Sistema Tradicional e por Dose Unitária. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. utilizam distintos sistemas de distribuição de medicamentos, incluindo a Dose Unitãria. Os dados obtidos no Hospital de Arkansas, Estados Unidos da América, indicaram uma redução significativa na incidência desses erros com a implantação desse sistema. A porcentagem de erros de medicação declinou de 31,2o/o para 13,4%, portanto, reduziu 57% da variante estudada (BARKER, 1969). O estudo de Schnell (1976) mostrou que a porcentagem de erros por omissão declinou de 0,2% a 1,2% para 0,2 a 0,5% com a introdução do SDMDU em hospitais. Em outro estudo, a redu- ção foi de 2,00;6 a 9,1% para 0,5% a 5,9-0/o para a mesma variável, após a implantação desse sistema CBARKER et ai., 1984). Outros autores também indicaram decréscimo significativo na porcentagem de erros com a utilização do Sistema de Distri- buição de Medicamentos por Dose Unitária, quando comparado com os outros sistemas, como observado na Fig. 17.4 (MEANS; DEREWICZ; LAMY, 1975; SCHULTZ;' \VHITE; LATIOLAIS, 1973 apudMCLEOD; MILLER, 1981). A redução da incidência do erro de medicação é atribuída, principalmente, às propriedades da Dose Unitãria, tais como individualidade e identificação, que proporcionam características definidas ao sistema, a saber: - a dose do medicamento é embalada, identificada e dispen- sada pronta para ser administrada ao paciente, de acordo com a prescrição médica, não requerendo manipulação pré- via por parte da equipe de enfera1agem; o Serviço de Farmácia tem a responsabilidade de embalar e etiquetar as doses unitãrias que serão utilizadas no hospital; 1SCHU1TZ, S . .M.; \VHITE, S.F.: LATIOLAIS, C.J. Medication errors reduced by unit dose. Hospital, v.47, p.106, 108-112, 1973. - o farmacêutico deve receber a prescrição original ou cópia direta (sem transcrição) e validar os medicamentos prescri- tos antes que ocorra a dispensação dos mesmos; - permite descobrir e corrigir a omissão de doses, inevitável nos sistemas tradicionais; - na unidade de enfermagem somente estarão estocados os medicamentos que atendem aos casos de emergência, anti- sépticos e as doses necessárias para suprir, no máximo, as 24 horas de tratamento do paciente. O ideal seria dispensar os medicamentos para um único horario; - o duplo controle do medicamento por parte da Farmácia, quando prepara e dispensa o medicamento, e da Equipe de Enfermagem, quando o administra. Ao melhorar o controle do processo de dispensação de medicamentos ao paciente internado, o SDMDU proporciona maior satisfação profissional para o médico - ao garantir que a terapêutica medicamentosa está sendo cumprida segundo sua orientação, para a equipe de enfermagem - ao reduzir suas atividades burocráticas a favor da assistência ao paciente e para o farmacêutico - ao permitir que seus conhecitnentos sejam empregados e reconhecidos como importantes na recu- peração do paciente. Participação dos Profissionais Os principais profissionais envolvidos com o processo de distribuição de medicamentos em hospitais são os médicos, os farmacêuticos e a equipe de enfermagem. Com a implantação do SDMDU, esses profissionais terão suas rotinas modificadas proporcionalmente ao seu grau de envolvimento. Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados 165 TEMPO DE ENFERMAGEM D SISTEMA TRADICIONAL w 1,2 U) -g g 1 - ::> Oz o.. -:o :o w- 1- SCHWARTAU; STUROAVANT D DOSE UNITÁRIA STALER ET AL. ESTUDOS Fig. 17 .5 Gráfico comparativo do tempo de enfennagem gasto com atividades relacionadas aos mtrlicamento5 em diferentes sistemas de distribuição de medica- mento5. Fonte: Ribeiro, 1992. 1993. Os médicos são os menos afetados, porque sua atividade se restringe a prescrever os medicamentos a serem núnistrados aos pacientes. Entretanto, sem dúvida, é de grande importân- cia despertar seu interesse par<! que auxilie no bom funciona- mento do sistema. A Equipe de Enfermagem é a mais afetada, já que várias etapas da di5tribuiçâo de medicamentos, que est.ão sob sua responsabilidade no sistema tradicional, são transferidas para os farmacêuticos, quando implantado o SDMDU. Os farmacêuticos, por sua vez, voltam a se dedicar às ati- vidades para as quais foram formados: todas as relacionadas com medicamentos. Os estudos mostram que, com a implantaçãodo SDMDU, a enfermagem dedica menor parte do seu tempo às tarefas medi- camentosas, como mostra a Fig. 17.5, possibilitando melhorar a qualidade da assistência oferecida aos pacientes internados, ao reduzir o custo desse profissional para o hospital, com a otimização do quadro de funcionários (SCHWARTAU; STUR- DAVANT, 1961; STALER,2 1972 apudMCLEOD; MILLER, 1981; NOLD; WILLIAMS, 1985). Perdas de Medicamentos No SDMDU, os medicamentos são dispensados em emba- lagens individualizadas, de acordo com a prescrição médica, e so1nente co1n a apresentação deste documento. Os estoques nas Unidades de Enfermagem fica1n minimiza- dos às doses para no máximo 24 horas, às soluções anti-sépticas e aos medicamentos para os casos de emergência. As doses não administradas aos pacientes retornam à Far- mácia, podendo ser reutilizadas, desde que as embalagens não tenham sido violadas. 2STALER, W.E.; JACOBSEN, R.; HRIPKO, J.R et ai. Unit dose drops expenses. H ospital, v.46, n.16, p.46,88-94, 1972 apud MCLEOD, D.C.; !VIILLER, W.A. The practice of phannacy. Cinclnnati: Hruvey Wbicney Books, 1981. cap. 13, p.403-427. O tratamento medicamentoso de cada paciente é acompa- nhado e controlado diariamente pela Farmácia e pela unidade de internação, por meio, respectivamente, do registro farma- coterapêutico do paciente e do registro de administração do medicamento. Com a implantação do SDMDU há um controle mais eficaz sobre todos os medicamentos dispensados e administrados ao paciente, diminuindo a porcentagem de perdas e de furtos, como evidenciado na Fig. 17.6. Segundo Ronda Beltran (1982), um estudo realizado ern Hospitais de Veteranos nos Estados Unidos cifra a perda de medicamentos em 43%, sendo as principais causas a deterio- ração, a apropriação indevida e a devolução de medicamentos não utilizados. Custos Hã muita relutância em implantar o Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária, mesmo por parte daque- les que reconhecem a segurança oferecida pelo mesmo. Na maioria das vezes, a justificativa para essa atitude é o aumento do custo para o hospital. Hynniman et ai. (1970) mostraram que, em média, cada dose de medicamento dispensada custou USS 0,33 para o SDMDU ou sistema coletivo, quando incluídos os custos da equipe de enfermage1n e farmácia envolvidos, mas que as proporções dos erros foram distintas para esses sistemas, cerca de 3,5% e de l l ,5o/o, respectivamente. Para três outros hospitais, usando o sistema individualizado, o custo por dose variou de US$ 0,38 a US$ 0,54, com porcentagens de erros entre 8,3% e 20,6%. Assim, a comparação de custo entre os diferentes sistemas apre- senta evidências de que o SDMDU não é mais caro para operar quando os gastos com recursos humanos são considerados. Outros estudos mostram que o custo para implantá-lo é mais do que compensado pela redução do consumo de medicamen- tos e do tempo que a enfermagem dedica às tarefas relaciona- das aos medicamentos, como pode ser observado na Fig. 17.7 166 Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados PERDAS DE MEDICAMENTOS O SISTEMA CONVENCIONAL O DOSE UNITÁRIA 100 90 ~ o 80 w (j) o~ 70 Oz 60 :!: w 50 ::::> :!: (j) <I: 40 z (.) o- 30 (.) fü :!: 20 10 ESlUDOS Fig. 17 .6 Gráfico comparativo das perdas de medicamentos em distintos sistemas de distribuição de medicameotoo. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. CUSTOS <t" 16 q 14 w 1- 12 z !!::! 1 o u ~ 8 -... 6 - 4 2 D SISTEMA TRADICIONAL D DOSE UNITÁRIA o I- li) ::::> u O .Jo<;.--'L-~.L.._~--""L-~--'~~.L.._~--"~~---1.~~J.._~--""~' SMITH & MACKEWICZ YORIO ET A L. VARNUM ESTUDOS Fig. 17. 7 Gráfiro comparativo de custoo com o emprego de distintos sistemas de distribuição de medicameotoo. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. (SMITH; MACKEWICZ, 1970; YORIO et al., 1972; VARNUM, 1973; AMERICAN SOCIE1Y HOSPITAL PHARMAC'Y, 1993). No Brasil, há relatos de redução de custo em hospitais br.i- sileiros que modernizaram seus sistemas de distribuição de medicamentos implantando o Sistema Individualizado com dispensação de doses orais prontas para serem administradas ao paciente (doses unitárias). Na década de 1990, um hospital público de São Paulo, de grande porte e complexidade, iniciou, gradativamente, a subs- tituição do Sistema Coletivo para o Individualizado Direto. Em período anterior e posterior à implantação do novo sistema, foram coletados dados de consumo médio de medicamen- tos por paciente-dia, em unidades e em custo, para distintas unidades de internação. A análise dos dados mostrou redu- Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados 167 ção de 24o/o a 34% em custo e 26% em unidades dispensadas, atingindo reduções de R$ 24,29 (R$ 93,86 para RS 69,57) por paciente-dia em UTI, com economia mensal de cerca de R$ 8.000,00 (RIBEIRO, 1992; RIBEIRO; CROZARA, 1997; CRO- ZARA et ai., 1998). Em outro hospital, a redução do consumo de medicamen- tos foi de 50% ao substituir o Sistema Individualizado Indireto pelo Direto. Neste caso, o investimento para a implantação do sistema seria pago em menos de 1 mês, utilizando-se o cãlculo de Período Payback(RIBEIRO, 1992). Vantagens e Desvantagens O sistema de dL5tribuição de medicamentos por dose unitãria apresenta numerosas vantagens em comparação com os demais sistemas de distribuição. Entre elas se mencionam: • é o sistema que melhor garante que o medicamento prescrito chegue ao paciente para o qual foi destinado, de acordo com a prescrição médica, na forma individualizada; • utiliza de forma eficiente e racional os recursos humanos envolvidos com o processo de distribuição, em especial a equipe de enfermagem, para a qual diminui o tempo de manipulação de medicamentos e o controle de estoques da unidade de internação, podendo dedicar-se mais tempo ao cuidado do paciente; • diminui o custo hospitalar associado ao medicamento, ao minimizar o tamanho dos estoques de medicamentos dos serviços, diminuindo os desperdicios por perdas, deterio- ração, vencimento e outros fatores, recuperando os medi- camentos não administrados ao paciente e diminuindo os erros de medicação; • permite melhor controle e seguimento farmacoterapêutico dos pacientes através do perftl farmacoterapêutico, o qual facilita a avaliação de incidentes potenciais com medicamen- tos e a realização de intervenções farmacêuticas; • aperfeiçoa a cobrança do medicamento administrado ao paciente, permitindo uma fatura mais exata dos gastos medi- camentosos que realmente foram administrados; • apresenta maior facilidade de adaptação aos proceditnentos informatizados e automatizados. A associação de tecnologias - como informática, código de barras e robótica - ao SOMOU tem reduzido ainda mais o tempo da equipe farmacêutica gasto com tarefas buro- cráticas e os erros de medicação. Com a robótica, o erro é praticamente zero. Por outro lado, tem aumentado a acu- rãcia do sistema, o controle de estoque, a satisfação dos funcionários. Na Fig. 17.8 estão resumidas as principais vantagens e des- vantagens dos Sistemas Tradicionais de Distribuição e por Dose Unitãria. Embalagem de Dose Unitária O SDMDU exige que os medicamentos estejam acondicio- nados em embalagens de uso único, de acordo com algumas normas, a saber: SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DESVANTAGENS + ERRO DE MEDICAÇÃO COLETIVO +TEMPO DE DISPENSAÇÃO - CONTROLE DE ESTOQUE + CUSTO DE MEDICAMENTOS + DESVIOS E PERDAS + ERRO DE MEDICAÇÃO INDIVIDUALIZADO + RECURSOS MATERIAIS DOSE UNITÁRIA + RECURSOS HUMANOS +TEMPO DE DISPENSAÇÃO + CUSTO DE IMPLEMENTAÇÃO + RECURSOS HUMANOS + DIFICULDADE INICIAL NO CONTROLE DE ESTOQUE VANTAGENS - RECURSOS HUMANOS - RECURSOS MATERIAIS +ACESSO AO MEDICAMENTO - ESTOQUE NO ANDAR + CONTROLE DE ESTOQUE - DESVIOS E PERDAS - ERRO DE MEDICAÇÃO - PERDAS -CUSTO +ADAPTAÇÃO À INFORMATIZAÇÃO - TEMPO DE DISPENSAÇÃO Fig. 17 .8 Principais vantagens e desvantagens dos sistemasde distribuição de medicamentos. Fonte: Ribeiro, 1992, 1993. 168 Sfsre1nas de Distribuição de Medtcamen,r.011 para Pacientes Jruernadcs • contenham uma quantidade padrão de uma forma far- macêulica (comprimido, supositório, xarope, suspensão etc.); • estar claramente identificado com: nome genérico, fonna farmacêutica, concentração do conteúdo final, lote, data de validade, via de administração e indicadores especiais de armazenamento; • proteger o conteúdo e manter a estabilidade do medica- mento; • possuir uma forma normalizada ou ao menos compacta; • permitir que seu conteúdo seja administrado diretamente ao paciente; • não encarecer excessivamente o custo do medicamento. Fannácias Descentralizadas Apesar de melhorar a qualidade de atendimento aos pacien- tes em unidades de internação, o Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária não podia ser implantado satisfatoriamente em unidades de tratamento intensivo, em centros cirórgicos e em unidades de emergência devido às características dos pacientes, como gravidade e instabilidade. A necessidade de intervenções rãpidas com utilização ime- diata de medicamentos e materiais médico-hospitalares obri- gava a manutenção de miniestoques desses insumos nessas unidades, acarretando os mesmos problemas descritos para o sistema colelivo. Para atender unidades especiais, como Centro Cirórgico (CC), Centro Obstétrico (CO), Pronto-Socorro (PS), Unidade de Terapia Intensiva (lJTI), ou para resolver o problema de logística do hospital, principalmente naqueles que possuem unidades de internação localizadas muito distantes da Farmá- cia Central, são implantadas Farmácias Descentralizadas em cada uma dessas unidades, ta1nbém denominadas Farmácias Satélites. As Farmãcias que atendem a essas unidades, normalmente, gerenciam medicamentos e materiais médicos. No CC, trabalha- se com kits de procedimentos que podem ser elaborados por complexidade, por tipo de cirurgia e por equipe que executa o procedimento. A dispensação do produto é feita de acordo com o programa de cirurgias. Para o PS e lJfl, os medicamen- tos são dispensados por horãrio de administração mediante apresentação da prescrição ou receita médica. As Farmácias Descentralizadas que aplicaram o sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária, portanto, onde o farmacêutico pode revisar as prescrições médicas, acompa- nhar a terapia medicamentosa e preparar os medicamentos a serem administrados, conseguiram reduzir os erros de medi- cação. Tisdale (1986) desenvolveu estudo que mostrou que a taxa de erros de medicação em unidade de un neonatal foi de 17,4% e na un pediátrica de 38%, sendo que 4,4% dos erros ocorreram com medicamentos com alto potencial de toxicidade. Esses números foram considerados significativos, justificando a implantação de Farmácias Satélites nas uns. Schneider; Cotting; Pannatier (1998) observaram o tr-.iba- lho da enfermagem em UTI pediátrica do I-Iospital Universitá- rio de l.ausanne, na Suíça, verificando a ocorrência 26,9016 de erros associados ao preparo e administração de medicamentos, sugerindo a participação do farmacêutico no desenvolvimento dessas atividades. Além da redução dos erros de medicação, a participação do farmacêutico em unidades críticas apresentou redução de custos. Montazeri; Cook (1994) verificaram que as visitas diárias de 1,70 hora realizadas por farmacêutico à un com 15 leitos resultaram em 10,7 ::!: 5 intervenções por dia, com economia aproximada de 10 mil dólares canadenses, após 3 meses de trabalho. A Atenção Farmacêutica envolve identificar, resolver e pre- venir problemas relacionados aos medicamentos. Muitos erros de medicação, reações adversas a medicamentos, interações medicamentosas e terapias inapropriadas podem ser evitados, o que irá beneficiar o paciente. Etapas da Implantação As etapas que devem ser cumpridas para o sucesso da implantação do SDMDU são: • estudo preliminar sobre a estrutura do hospital; • reunião com diretores e demais profissionais envolvidos, par-d expor os objetivos e as normas necessárias à implan- tação do sistema; • determinação da área física da Farmácia; • seleção dos recursos humanos; • aquisição de equipamentos e materiais; • elaboração dos impressos ou programas informatizados; • eleição, de acordo com os médicos, dos medicamentos que poderão ser utilizados em caráter de urgência; • montagem da primeira Farmácia; • treinamento do pessoal; • teste piloto - primeira Farmácia; • controle e avaliação; • reestruturação por setor; • reestruturação total. Avaliação do Sistema O sistema implantado deve ser avaliado para determinar se os objetivos estão sendo alcançados e permitir identificar pontos críticos do processo. Assim, os seguintes indicadores servem de apoio à avaliação do sistema: • cobertura do sistema; • organização e funcionamento operativo do sistema; • reenvase de doses· ' • aspectos Ler'.ipêuticos; • uso do esLoque de emergência e •estoque" da unidade de internação; • gestão do inventário. CONCLUSÃO O Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Uni- tária (SDMDU) vem cumprir, como mostram os estudos apre- sentados neste trabalho, os objetivos exigidos para um sistema r-.icional de distribuição de medicamentos. O melhor controle do processo permite que o medicamento chegue ao paciente em dose, via e hora corretas. A aboli- ção de transcrição da prescrição médica e a sua revisão pelo farmacêutico diminuem a probabilidade de ocorrer erros de medicação. Sistemas de Distribuição de Medicamentos para Pacientes Internados 169 A dispensação dos medicamentos, de acordo com as ordens médicas, e em estado que permite serem administradas dire- tamente ao paciente, reduz significativamente o tempo que a equipe de enfermagem gasta em atividades relacionadas com medicamentos, possibilitando o emprego desse tempo na melhoria da qualidade da assistência dispensada aos pacien- tes internados. Alé1n disso, garante ao corpo clínico que os medicamentos estão sendo administrados de acordo com sua prescrição e, ao farmacêutico, sua participação na equipe mul- tiprofissional de assistência ao paciente. O SDMDU, ao retirar os estoques das Unidades de Enfer- magem e ao aproveitar os medicamentos não administrados aos pacientes, conseguiu diminuir as perdas de medicamentos para o hospital. A literarura mostra, ainda, que o custo para implantá-lo e mantê-lo é mais do que compensado pela otimização da Equipe de Enfermagem e redução de custos com medicamen- tos para o hospital. Outrossim, o custo para implantar o SDMDU em instituições de saúde não deve ser evocado como um obstáculo, antes de se avaliare1n os seus benefícios. As vantagens proporcionadas pelo SDMDU - maior segurança ao paciente, melhor utilização dos profissionais envolvidos, maior controle dos medicamentos, redução dos custos - não podem ser descartadas. A melhoria da qualidade de assistência prestada ao paciente apressa sua recuperação e diminui sua exposição às doenças hospitalares, reduzindo o seu tempo de permanência no hos- pital e, conseqüentemente, o custo do tratamento para ambas as partes. No Brasil há tentativas de modernizar a Farmácia Hospitalar, mas ainda são pouquíssimos os hospitais que implantaram o SOMOU. Para a maioria, o sistema de distribuição se encon- tra em transição entre o Individualizado Direto e o por .Dose Unitária, tendendo para o último, porque os medicamentos ainda não são dispensados prontos para serem administrados aos pacientes, e não há alguns documentos - como o Registro Farmacoterapêutico do Paciente - primordiais para caracteri- zar o sistema como tal. Apesar do SDMDU não ter sido implantado na sua integri- dade e das dificuldades encontradas, não há dúvida de que a sua adoção em hospitais brasUeiros apresenta-se como muito favorável. GLOSSÁRIO Dispensação de medicamentos - ato farmacêutico asso- ciado a entrega e distribuição de medicamentoscom as conse- qüentes prestações específicas, como análise da ordem médica, a informaç.ão sobre os medicamentos, a preparação das doses a serem administradas e, e1n alguns casos, também inclui a aplicação do medicamento ao paciente hospitalizado. Prescrição médica - ordem médica dada por escrito que contém o nome e as quantidades de um ou vários medicamen- tos para sua dispensação, com instruções à equipe de enfer- magem para sua adequada administração. AVAi.TE SEUS CONHECIMENTOS 1. Descreva sucintamente os sistemas utilizados para dispen- sação de medicamentos para pacientes internados. 2. Quais as características do SDMDU? 3. Cite quatro vantagens do SDMDU. 4. Como resolver o problema de dispensação de medicamen- tos para pacientes instáveis? 5. Descreva as etapas de implantação do SDMDU. REFERÊNCIAS AL!AN, E.L; BARKER, K. Fundamentais of medication error research. Am. J. Hosp. Pharm., Washington, v.47, p.555-571, 1990. AMERICAN SOCIETY HOSPITAL PHARMACY. Pharmacies gain staff time as ne\v "employee" lends a hand. Am. J. Hosp. Pbarm., Washington, v. 50, p.2236-2250, 1993. BARKER, K.N.; HARRIS, J.A.; WEBSTER, D.B. ec ai. Consultant eva- luation of a hospital medication system: analysis of the exlsting sistem. Am. J. Hosp. 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