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Análise do Impacto Sócio-Econômico-Ambiental da Implantação da SE-Estância no Sistema de Distribuição de Energia Elétrica (dezembro/2017) Jesué Francisco Lopes Filho e Francisco José Costa Araújo Escola Politécnica de Pernambuco - Rua Benfica, 455 - Madalena, Recife - PE, 50720-001 Resumo – Este artigo tem por objetivo analisar o impacto para o bem estar social, ambiental e econômico da inclusão da Subestação da Estância no sistema de distribuição, através de indicadores de qualidade do fornecimento de energia, estabelecidos pela ANEEL e mensurados pela CELPE, e de questionário direcionado em entrevista à população atendida pelos alimentadores de energia pertencentes à SE-ETN (Subestação da Estância). Abstract – The objective of this article is to analyze the impact on the social, environmental and economic well-being of the inclusion of the Substation of the Estância in the distribution system, through indicators of quality of energy supply, established by ANEEL and measured by CELPE, and a directed questionnaire in interview with the population served by the power feeders belonging to SE-ETN (Substation of the Estância). Palavras-chave – SE-ETN, Estância, Subestação de Energia, Alimentadores, Indicadores, Qualidade. I. INTRODUÇÃO A construção de uma subestação de energia e sua respectiva entrada em operação no sistema elétrico requer um longo prazo desde a concepção da ideia até a energização da instalação. A implantação passa por processos de diversos setores das empresas distribuidoras de energia na detecção de um problema já existente; ou, na maioria das vezes, previsto pelas curvas de crescimento de carga de um determinado sistema. Cada vez mais as distribuidoras de energia pelo país estão tendo que se adequar os indicadores a níveis aceitáveis, de modo a ofertar uma melhor qualidade de energia aos consumidores. Os indicadores de continuidade do fornecimento mais objetivos para realização dessas medições são o DEC e o FEC, cujos valores alcançados em dezembro de 2016 pela Companhia Energética de Pernambuco, considerando todo o estado, foram 15,80 e 7,13 respectivamente. [1] Existem diversas ações a serem tomadas a ponto de se melhorar esses indicadores. Desde realizações de intervenção na rede através de planos de manutenção preventiva e realização de podas reguladas pelos órgãos de proteção ambiental até a substituição de redes de distribuição aéreas e em condutores nus por redes subterrâneas e/ou isoladas. Enfim, todo o plano de ação depende única e exclusivamente da própria distribuidora. Realizar a implantação de uma subestação de energia é também uma das formas de se obter melhores indicadores de continuidade do fornecimento e requer alto investimento e amplo estudo de comportamento de cargas, além da necessidade de obter maiores seletividade e confiabilidade em um determinado conjunto de unidades consumidoras. Em todas as etapas de um projeto de implantação de uma subestação o levantamento dos impactos social e ambiental é considerado na maioria das vezes como movimento de alta relevância perante a sociedade e aos acionistas, que objetivam seus resultados pautados num mundo cada vez mais globalizado e preocupado com questões sustentáveis. Como exemplos de preocupação socioambiental da Neoenergia, grupo empresarial acionista de empresas distribuidoras como Elektro, CELPE e COELBA, há uma pauta de questões sobre o tema de forma primordial que demonstra através de balanços lançados em diversas mídias as ações tomadas do mesmo âmbito [2]. Utilização de cabos com baixa emissão de poluentes atmosféricos, adaptação de sistemas mais eficientes em órgãos públicos, realização de programas de eficiência energética e conscientização do consumo são algumas das atitudes que fazem com que a Neoenergia busque os selos de obtenção dos índices de sustentabilidade. Sustentabilidade significa atingir os diferentes objetivos de processos de forma simultânea utilizando os mesmos ou cada vez menos recursos, onde as preocupações ambiental, econômica e social devem ser consideradas. [3] Ao longo deste trabalho serão apresentados fundamentos da qualidade de energia, os impactos percebidos pelos consumidores pertencentes a esse grupo, e o resultado alcançado com a implantação da SE-ETN até a data da elaboração do estudo. II. INDICADORES DE QUALIDADE DE ENERGIA Segundo informações extraídas no portal eletrônico da ANEEL disponível ao público em geral, “visando manter a qualidade na prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, a ANEEL exige que as concessionárias mantenham um padrão de continuidade e, para tal, edita limites para os indicadores coletivos de continuidade, DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), conforme definido no Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição - PRODIST”. [4] O módulo 8 do PRODIST é um documento elaborado pela Agência Nacional de Energia Elétrica onde constam todas as informações referentes à qualidade de energia elétrica. Tal publicação já está na nona revisão (que terá vigência a partir de 01 de janeiro de 2018). Para o ano de 2017, a revisão válida é a oitava e possui 90 páginas. Pode-se dizer que o PRODIST é a principal diretriz para as concessionárias distribuidoras de energia nortear suas operações. [5] Nesse documento são mostrados como são contabilizados os indicadores de problemas com nível de tensão em regime permanente, os de tempo de atendimento às ocorrências emergenciais, e os de continuidade do serviço de distribuição de energia elétrica, além de outros indicadores individuais e de transmissão. Os indicadores relativos ao tempo de atendimento às ocorrências emergenciais seguem abaixo, considerando n como o número de ocorrências emergenciais pertencentes ao mesmo conjunto de unidades consumidoras: Tempo Médio de Preparação (TMP) - é o tempo médio utilizado para realizar os primeiros acionamentos de equipes para realizar o atendimento das ocorrências, que é contabilizado por: 𝑇𝑀𝑃 = ∑ 𝑇𝑃(𝑖) 𝑛 𝑖=1 𝑛 (1) Tempo Médio de Deslocamento (TMD) - é o tempo médio utilizado a partir dos acionamentos para as primeiras equipes chegarem aos locais e iniciarem o atendimento das ocorrências, que é contabilizado por: 𝑇𝑀𝐷 = ∑ 𝑇𝐷(𝑖) 𝑛 𝑖=1 𝑛 (2) Tempo Médio de Execução (TME) - é o tempo médio utilizado a partir da chegada das primeiras equipes para finalizar o atendimento das ocorrências, que é contabilizado por: 𝑇𝑀𝐸 = ∑ 𝑇𝐸(𝑖) 𝑛 𝑖=1 𝑛 (3) Tempo Médio de Atendimento a Emergências (TMAE) - é o tempo médio total para finalizar o atendimento das ocorrências, que é contabilizado por: 𝑇𝑀𝐴𝐸 = 𝑇𝑀𝑃 + 𝑇𝑀𝐷 + 𝑇𝑀𝐸 (4) Os indicadores relativos à continuidade do serviço de fornecimento de energia elétrica num conjunto analisado seguem abaixo, considerando i o índice de unidades consumidoras do conjunto e Cc o total de unidades consumidoras do conjunto no período: Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) - é o tempo médio total estimado de interrupção no fornecimento de uma unidade consumidora pertencente ao conjunto: 𝐷𝐸𝐶 = ∑ 𝐷𝐼𝐶(𝑖) 𝐶𝑐 𝑖=1 𝐶𝑐 (5) Onde: DIC (duração de interrupção individual) = ∑ 𝑡(𝑖)𝑛𝑖=1 Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) - é o tempo médio total estimado de interrupção no fornecimento de uma unidade consumidora pertencente ao conjunto: 𝐹𝐸𝐶 = ∑ 𝐹𝐼𝐶(𝑖) 𝐶𝑐 𝑖=1 𝐶𝑐 (6) Onde: FIC (frequência de interrupção individual) = n. Uma observação importante acerca desses indicadores vem do fato de que os valores são apurados considerando os últimos doze meses corridos. Como exemplo, o DEC acumulado no mês de agosto de um determinadoano se refere à apuração dos dados somados entre os meses de setembro do ano anterior a agosto do ano consultado. III. O SISTEMA ANTES DA SE-ETN ENTRAR EM OPERAÇÃO A SE Estância foi entregue à operação da Companhia Energética de Pernambuco no dia 26 de maio de 2017, onde foi energizado o transformador de potência 33,3MVA na instalação. Até essa data, os bairros da Estância, Mangueira, Jiquiá, Jardim São Paulo e Areias eram atendidos por alimentadores das SE’s Imbiribeira e Bongi (SE-IBR e SE- BGI, respectivamente) e atendiam as 21.733 unidades consumidoras, distribuídas pelos circuitos IBR-01I3, IBR- 01I5, BGI-01M4, BGI-01Y1 e BGI-01Y3. TABELA I QUANTIDADE DE UNIDADES CONSUMIDORAS POR ALIMENTADOR DA SE-ETN (ATÉ 05 DE NOVEMBRO DE 2017) Alimentador Total de Unidades Consumidoras 01S2-ETN 2.771 01S4-ETN 6.603 01S5-ETN 10.889 01S8-ETN 1.470 Total 21.733 Foram criados oito alimentadores de 13,8kV saindo da subestação da Estância, identificados pelos religadores de subestação nomeados ETN-21S1 ao ETN-21S8. Já estão http://www.aneel.gov.br/modulo-8 http://www.aneel.gov.br/modulo-8 atendendo unidades consumidoras os circuitos ETN-01S2, ETN-01S4, ETN-01S5 e ETN-01S8, porém não em sua totalidade. Os planos de manobras ainda estão sendo executados para que esses novos alimentadores assumam as cargas em definitivo aliviando assim outros alimentadores de distribuição de outras subestações. [6] Fig. 1 – Alimentadores em 13,8kV das Subestações Várzea (cor rosa), Bongi (cor verde), Imbiribeira (cor amarela) e Ilha do Retiro (cor vermelha). Área referente aos bairros dos arredores da Estância. [7] Está prevista para entrar em operação os outros alimentadores da Estância, que assumirão as cargas (ou parte delas) dos alimentadores das SE’s Várzea e Ilha do Retiro (SE-VZA e SE-ILR, respectivamente). Os outros bairros que serão atendidos pela SE-ETN serão Afogados, Caçote e San Martin. Os indicadores de continuidade referentes a esses alimentadores no acumulado de 12 meses até o dia anterior a entrada em operação da SE-ETN (26 de maio de 2017) são os seguintes: DEC: 7,63845 [8] FEC: 5,49389 [8] IV. O SISTEMA APÓS A SE-ETN ENTRAR EM OPERAÇÃO Desde o dia 26 de maio de 2017 os circuitos de 13,8kV pertencentes à subestação da Estância estão aos poucos assumindo as cargas e entrando em operação definitiva. A previsão é de que até meados de 2018 todos os religadores da subestação protegerão as cargas previstas através dos planos de manobras da CELPE, conforme figura 2: Fig. 2 – Alimentadores em 13,8kV das Subestações Estância (cor azul), Várzea (cor rosa), Bongi (cor verde), Imbiribeira (cor amarela) e Ilha do Retiro (cor vermelha). Área referente aos bairros dos arredores da Estância. [7] A instalação possui dois bays de 69kV interligando as subestações da Imbiribeira (circuito IBR-02M1) e do Bongi (circuito BGI-02L1), um Trafo de potência trifásico 69/13,8kV (com disponibilidade para ampliação em mais um trafo trifásico), dois bancos de capacitores em 13,8kV de potência 4,8MVAr cada (com disponibilidade para ampliação em mais dois módulos), e oito bays de 13,8kV com proteção geral de religadores que atendem os circuitos de distribuição ETN-01S1 ao ETN-01S8. Conforme citado anteriormente, até o dia 05 de novembro de 2017, um total de 21.733 unidades consumidoras dos bairros da Estância, Mangueira, Jiquiá, Jardim São Paulo e Areias estão sendo atendidos por alimentadores da SE-ETN. Com a entrada em operação da subestação da Estância, o sistema energético ganhe em confiabilidade, seletividade, proteção e qualidade no fornecimento de energia elétrica à população, de acordo com os tópicos abaixo: Confiabilidade – A tendência é de que os novos alimentadores desafoguem outros circuitos já existentes que farão fronteiras com os da SE-ETN. Nesse caso, os condutores estarão em operação com uma carga prevista menor do que sua capacidade. Ou seja, diminui-se a chance de ocorrer pontos quentes e rompimento de pulos e conexões nos alimentadores de 13,8kV. Além disso, junto com os novos alimentadores (que em grande parte foram utilizadas redes spacers) foram instalados novas chaves nos circuitos, que contam com proteções modernas e revisadas de acordo com os estudos de previsão de carga para o conjunto. Fig. 3 – Rede compacta em 13,8kV. No detalhe, condutor em alumínio protegido não isolado, espaçador losangular com grimpa de amarração, e suspensão por cabo mensageiro de aço. Seletividade – O novo sistema possui circuitos mais circuitos ramificados, com opções de interligação e paralelismo em todos os alimentadores da SE-ETN. Como os condutores estarão operando mais aliviados com relação ao carregamento, a realização de transferências em grandes blocos se torna mais uma opção no sistema como um todo. Além de que a utilização de religadores de linha e chaves fusíveis em ramais de 13,8kV oferece uma melhor coordenação da proteção. Proteção – Como dito anteriormente, os alimentadores 13,8kV em grande parte estão sendo substituídos por rede tipo spacer, cuja área de contato com árvores é reduzida e requer menor gasto com manutenção preventiva em poda e utilização de menos isoladores em estruturas, melhorando o nível de qualidade de energia e aumentando a confiabilidade do sistema [9]. Os novos religadores da subestação, relés, chaves de manobras, maiores opções de telecomando e demais itens do circuito dão mais vida útil à instalação e permite melhores resultados na operação do sistema elétrico. Com tudo isso, o sistema elétrico será capaz de isolar o trecho de um possível defeito na rede no menor tempo possível e coordenar os equipamentos de modo que os mais próximos do defeito sejam o primeiro a atuar. [10] Fig. 4 – Religador de Linha Automático em operação numa linha de distribuição em 13,8kV. A quantidade de reclosers própria desse equipamento alinhada a uma boa coordenação de proteção ocasiona melhora significativa da qualidade do serviço e da continuidade do fornecimento. [11] Qualidade da Energia Elétrica Fornecida – Os indicadores mensurados pela CELPE nesse conjunto Estância ainda não podem ser considerados de fato pela ANEEL, devido o sistema ainda estar em fase inicial e em processo contínuo de revisão. A partir dessa situação com os indicadores do conjunto Estância, foi elaborada a proposta da abordagem através da percepção da população. Para atestar o efeito qualitativo, foi elaborado um questionário para ser respondido por populares dos bairros atendidos pela SE-ETN, em forma de entrevista, cujos resultados seguem no próximo tópico. O questionário foi direcionado para questões dos impactos sociais (o bem estar e qualidade do fornecimento foram alterados de forma positiva ou negativa com a entrada em operação da SE?), econômicos (houve crescimento ou a possibilidade de desenvolvimento econômico com a instalação da nova estrutura da CELPE na região?) e ambientais (o ecossistema e a biodiversidade do local foram afetados com a construção e operação da subestação?). V. QUESTIONÁRIO DIRECIONADO À POPULAÇÃO Para fins de coleta de dados em campo, foram entrevistadas 108 pessoas, entre os dias 02 de setembro e 14 de outubro de 2017, moradores dos bairros da Estância, Jardim São Paulo e Areias com um questionário que durou uma média aproximada de cinco minutos para obtenção das respostas. A busca da análise qualitativa foi o principal foco da coleta de dados, procurando entender o impacto da construção e operação da SE-ETN, e foi direcionada para identificação das pessoas, tempo de habitação no local, queixas e satisfações com os resultados, de modo a descobrir o quantitativo de ouvintes que adotam as mesmas ideias. [12] Segue abaixo o padrão utilizado para elaboração do relatório sobreo impacto sócio-econômico-ambiental da implantação da subestação no sistema de distribuição da CELPE: Pesquisa para Elaboração do Artigo Técnico referente à avaliação da disciplina Projeto Final de Curso, do curso de Engenharia Elétrica-Eletrotécnica da Universidade de Pernambuco, objetivando avaliar os impactos social, econômico e ambiental na implantação da subestação de energia Estância (SE-ETN), situada na zona oeste da cidade do Recife/PE. Local da Entrevista: Bairro: __________ Data: _______ Perfil do Entrevistado Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade: _____ anos Questões Há quanto tempo você mora nesse bairro? ( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) mais de 10 anos Durante a construção da subestação você percebeu mudança na paisagem? ( ) Sim ( ) Não As mudanças na paisagem foram boas? ( ) Sim ( ) Não Essas mudanças interferem na sua vida? ( ) Sim ( ) Não O período de obras da subestação trouxe benefícios para o seu bairro? ( ) Sim ( ) Não Durante a obra, foi gerado algum destes impactos ambientais? (Pode marcar mais de uma alternativa) ( ) Diminuição da biodiversidade ( ) Eliminação das árvores ( ) Resíduos de rede elétrica: ferragens, cabos, postes, papéis, embalagens... ( ) Não foi gerado Após entrar em operação, ocorreu algum destes impactos ambientais? (Pode marcar mais de uma alternativa) ( ) Diminuição da biodiversidade ( ) Eliminação das árvores ( ) Resíduos de rede elétrica: ferragens, cabos, postes, papéis, embalagens... ( ) Não ocorreu Você achava necessária a construção dessa subestação? ( ) Sim ( ) Não Após a subestação entrar em funcionamento, sua vida melhorou? ( ) Sim ( ) Não Em que sentido ocorreu a melhora?(Pode marcar mais de uma alternativa) ( ) Financeiramente ( ) Lazer e educação ( ) Qualidade da saúde ( ) Oportunidades de emprego e renda ( ) Outros motivos: ______________________________ Qual sua expectativa daqui pra frente com a subestação em funcionamento? ( ) Melhoria do fornecimento de energia em geral ( ) Manter a qualidade do fornecimento já apresentada ( ) Piorar o serviço de fornecimento de energia elétrica ( ) Aumento de tarifa VI. ANÁLISE DOS RESULTADOS Para avaliar os dados gerados na pesquisa, foi considerado o cálculo básico de levantamento quantitativo e percentual do universo apurado (um total de 108 pessoas entrevistadas). O perfil da amostra coletada confirma o padrão populacional de comunidades da zona oeste do Recife: área fortemente residencial e de comércio local, habitada em sua maioria por mulheres e por pessoas na faixa etária economicamente ativa, com residência há mais de 10 anos na localidade. Gráf. 1 – Quantidade de homens e mulheres da amostra com distinção da faixa etária. Significa dizer que o resultado do questionário segue uma tendência de fidelidade dos números uma vez que foram os próprios consumidores do local atendido por alimentadores da subestação que responderam à pesquisa. Gráf. 2 – Tempo de habitação dos moradores da amostra na mesma área de abrangência da pesquisa. Durante o desenrolar das entrevistas, foi bastante perceptível como a população não teve interesse ou não soube sequer da existência das obras que estavam sendo executadas. Isso é muito bom se levado em consideração que não houve grandes impactos negativos na paisagem ou no meio ambiente onde está situada atualmente a SE, nem nos percursos dos alimentadores de energia (onde a grande maioria é formada por alimentadores antigos de outras subestações). O gráfico 3 abaixo mostra que 85 pessoas (ou 78,7% dos entrevistados) informaram não ter percebido essas mudanças ou perturbações na paisagem. Alguns desse grupo só souberam que existia uma nova instalação no ato da entrevista. Já no gráfico 4, após todos tomarem ciência de que existia a subestação da Estância, foi perguntado se as mudanças ocorridas eram boas para o povo, onde a esmagadora maioria (98,1% do total) afirmou e mostrou confiança na qualidade do serviço prestado pela CELPE. Gráf. 3 – Percepção dos moradores acerca de mudanças na paisagem do bairro com a implantação da SE-ETN. 5 12 19 2 2 26 42 0 7 38 61 2 0 10 20 30 40 50 60 70 ATÉ 20 ANOS ATÉ 40 ANOS ATÉ 60 ANOS ACIMA DE 60 ANOS Homem Mulher Total 15 36 57 ATÉ 5 ANOS DE 6 A 10 ANOS ACIMA DE 10 ANOS 0 10 20 30 40 50 60 23 85 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 SIM NÃO Gráf. 4 – Percepção dos moradores sobre se as mudanças foram boas para a população. Os gráficos 5 e 7 apenas confirmam a tese de que não foi perceptível o impacto dos serviços de construção da SE-ETN na vida da população da comunidade hoje atendida pela instalação, onde 91 entrevistados informaram que as obras não influenciaram na vida do povo, e 91,7% do total disse que não houve desmatamento da fauna e da flora e não viram lixo de material elétrico poluindo o ambiente; dados esses que confirmam que houve uma gestão limpa e sustentável dos representantes da CELPE na construção da subestação. No gráfico 6 transpareceu também um lado negativo com a não percepção das pessoas acerca da obra: não foi contabilizado um percentual maior que 3,7% de entrevistados que perceberam benefícios com a fase de construção da subestação, um valor que corresponde às quatro pessoas que responderam que trabalharam com comércio informal fornecendo desde pequenos serviços como entrega de refeições a transporte de cargas diversas para a empresa terceirizada para construir a instalação. Gráf. 5 – Opinião sobre se houve interferência na vida da população. Grande parte das pessoas entrevistadas foi de moradores do bairro de Jardim São Paulo, que possui um movimentado centro comercial e um grande contingente residencial com casas em melhores condições do que de bairros vizinhos. Isso explica o fato da pouca percepção dos impactos ambiental e social na localidade. Gráf. 6 – Opinião sobre se houve benefícios com as obras da SE para o povo. Gráf. 7 – Percepção do impacto ambiental durante as obras da SE-ETN. Foi questionado também no relatório acerca da expectativa da população com o foco no fornecimento de energia elétrica da CELPE com a entrada em operação da SE-ETN, conforme gráfico 8. Gráf. 8 – Opinião sobre se achava necessário a existência da SE-ETN na localidade. 106 2 0 20 40 60 80 100 120 SIM NÃO 17 91 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 SIM NÃO 4 104 0 20 40 60 80 100 120 SIM NÃO 65 43 0 10 20 30 40 50 60 70 SIM NÃO Provavelmente os consumidores da CELPE em geral não saberão discernir sobre a necessidade de implantação de uma nova subestação numa localidade qualquer. Porém certamente sobre a qualidade do fornecimento do serviço prestado pela companhia eles saberão responder. Orientado por esse pensamento, foi questionado aos entrevistados sobre se achavam necessário a distribuidora fazer o investimento em uma subestação na Estância. E, conforme o gráfico 8, um total de 60,2% (65 pessoas) afirma que percebiam a necessidade de se melhorar o sistema na região. Foi informado por alguns entrevistados dos bairros de Jardim São Paulo e de Areias que acontecia oscilação de tensão constantemente, enquanto que alguns moradores do bairro da Estância relataram que ocorria muita falta geral de energia. Vale ressaltar que em todo o ano de 2016 foi realizado um forte planejamento de manutenção nas redes de média e baixa tensões, cujos focos maiores se direcionaram para realização de podas em árvores oferecendo risco de desarmes e substituição de condutores de rede nua por rede compacta (nas linhas de 13,8kV) e por rede multiplexada (nas linhas de baixa tensão, em380V/220V). O resultado geral desse esforço da CELPE foi apresentado na expressiva melhoria dos indicadores de continuidade de energia. VII. CONCLUSÃO A ideia da pesquisa é saber qual o impacto percebido pela população com a construção e implantação de uma instalação desse porte tanto para o sistema elétrico da zona oeste da cidade do Recife quanto para a biodiversidade local. Levando em consideração a análise dos dados colhidos no questionário, tem-se a nítida impressão de que uma subestação de energia do mesmo nível que a da SE-ETN obedece aos padrões atuais de legislação ambiental e gera pouco impacto negativo para a sociedade. Gráf. 9 – Opinião sobre a expectativa da população com a entrada em operação da SE-ETN na localidade. A construção não gerou grandes mudanças na paisagem, fato que foi constatado no ato da pesquisa. A grande maioria dos entrevistados sequer sabia ou percebeu a existência da SE- ETN na localidade. Em contrapartida, aos que tomaram ciência da instalação a percepção da expectativa de melhora do serviço de fornecimento foi constatada, conforme gráfico 9. Este trabalho mostra que o conceito do serviço prestado pela CELPE à população em geral é muito alto. A maioria das pessoas confia e apoia a condução dos trabalhos na rede que a distribuidora realiza. Mostra também que, apesar do sentimento de que esse investimento será utilizado futuramente para revisão tarifária, o que as pessoas de fato buscam é que a energia tenha um bom nível de tensão e frequência de fornecimento, que retorne de forma mais rápida numa eventual falta, e que, principalmente, entregue energia com segurança à vida das pessoas sem impactar o ambiente e com qualidade. REFERÊNCIAS [1] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL), disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/relatoriosrig/(S(bssbwdgpdfoqsq0 l4g5eeowg))/relatorio.aspx?folder=sfe&report=PainelDesemp enho#P5966f004c25b405487fc76ce60ef8196_2_101> Acesso em 01/11/2017. [2] NEOENERGIA SUSTENTÁVEL, disponível em: <https://neoenergiasustentavel.com.br/> Acesso em 11/11/2017. [3] SATO, ANA C. KAWAZOE. Índices de Sustentabilidade, UNICAMP. Disponível em: <http://www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/anacarla.htm> Acesso em: 23/10/2017 [4] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL), disponível em: <http://www.aneel.gov.br/indicadores-coletivos-de- continuidade> Acesso em 05/11/2017. [5] PROCEDIMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO SISTEMA ELÉTRICO NACIONAL, 2016. ANEEL, Brasil. [6] COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO. Unidade do Centro de Operações Integradas da Gerência de Operações. Consulta de dados no setor situado na sede da CELPE, na Avenida João de Barros, 111, bairro da Boa Vista, Recife/PE, em outubro de 2017. [7] GOOGLE EARTH, disponível em <https://earth.google.com/web/@-8.08337024,- 34.92935688,6.76895264a,4730.32997447d,35y,0h,0t,0r> http://www2.aneel.gov.br/relatoriosrig/(S(bssbwdgpdfoqsq0l4g5eeowg))/relatorio.aspx?folder=sfe&report=PainelDesempenho#P5966f004c25b405487fc76ce60ef8196_2_101 http://www2.aneel.gov.br/relatoriosrig/(S(bssbwdgpdfoqsq0l4g5eeowg))/relatorio.aspx?folder=sfe&report=PainelDesempenho#P5966f004c25b405487fc76ce60ef8196_2_101 http://www2.aneel.gov.br/relatoriosrig/(S(bssbwdgpdfoqsq0l4g5eeowg))/relatorio.aspx?folder=sfe&report=PainelDesempenho#P5966f004c25b405487fc76ce60ef8196_2_101 https://neoenergiasustentavel.com.br/ http://www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/anacarla.htm http://www.aneel.gov.br/indicadores-coletivos-de-continuidade http://www.aneel.gov.br/indicadores-coletivos-de-continuidade https://earth.google.com/web/@-8.08337024,-34.92935688,6.76895264a,4730.32997447d,35y,0h,0t,0r https://earth.google.com/web/@-8.08337024,-34.92935688,6.76895264a,4730.32997447d,35y,0h,0t,0r Pesquisa pela área no entorno do bairro Estância em escala 1:4.740.000 Acesso em 05/11/2017. [8] COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO. Unidade de Qualidade do Sistema da Gerência de Operações. Consulta de dados no setor situado na sede da CELPE, na Avenida João de Barros, 111, bairro da Boa Vista, Recife/PE, em outubro de 2017. [9] MUNARO, M.; PIAZZA, F.; AKCELRUD, L. C. Desempenho de Anéis de Fixação Usados na Rede Protegida de Distribuição de Energia Elétrica sob intemperismo Natural. Anais do 8º Congresso Brasileiro de Polímeros, 2006. [10] DE SOUZA, TALLITA DA CUNHA. Estudo de Coordenação e Seletividade da Proteção de Uma Planta Industrial, PUC-RJ, 2013. [11] ARTECHE. Religadores e Chaves de Manobras. Disponível em <https://www.arteche.com/pt/produtos/religador-tripolar- smart-rc> Acesso em: 08/11/2017. [12] RODRIGUES, ELVIRA R. C. Avaliação do Impacto Ambiental na Implantação do Sistema Isolado e Aéreo de Distribuição de Energia Elétrica na Reserva da Sapiranga em Mata de São João-BA, UTFPR, 2014. https://www.arteche.com/pt/produtos/religador-tripolar-smart-rc https://www.arteche.com/pt/produtos/religador-tripolar-smart-rc
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