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15 FACULDADE PITÁGORAS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO KOHLER PRODUTOS PARA COZINHAS E BANHEIROS LTDA ALUNO: Karla Marcon Pastre Curso: Engenharia de Produção Matricula: 514589 Poços de Caldas 2016 Karla Marcon Pastre RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO KOHLER PRODUTOS PARA COZINHAS E BANHEIROS LTDA Relatório de Estágio Supervisionado apresentado à Faculdade Pitágoras como requisito parcial do curso de Engenharia de Produção. Coordenador de Curso: Diego Henrique de Almeida POÇOS DE CALDAS 2016 FACULDADE PITÁGORAS Relatório de Estágio Curricular em Engenharia de Produção Dados do Estagiário Nome: Karla Marcon Pastre Registro Acadêmico: 514589 Curso e Período: Engenharia de Produção, 9º Período. Dados do Local de Estágio Empresa: Kohler Produtos para Cozinhas e Banheiros Ltda Supervisor: Loran Gabriel Custódio N° de registro: 181.499/D Período de Estágio Início: 04/07/2016 Término: 05/08/2016 Jornadas de trabalho: 30 horas semanais. Total de horas: 150 horas em Treinamento Operacional. Poços de Caldas 2016 RESUMO Este relatório irá abordar as atividades realizadas pela aluna de Engenharia de Produção da Faculdade Pitágoras de Poços de Caldas/Minas Gerais, durante o estágio supervisionado I, desenvolvido na empresa Kohler Produtos para Cozinhas e Banheiros Ltda, com o objetivo de completar o ensino teórico em atividades práticas. O trabalho foi iniciado na Produção da empresa e teve como supervisão direta o engenheiro eletricista e líder de manutenção da fábrica, Loran Gabriel Custódio. Dentre as atividades desempenhadas durante todo o processo do estágio, estão: noções básicas de produção, controle de dados e interpretação de relatórios, funcionalidades das bacias sanitárias e noções básicas de parte do processo envolvido na produção do material cerâmico. Foi de suma importância a realização do estágio supervisionado e de grande valia no aprendizado, sendo possível aplicar na pratica os conhecimentos adquiridos durante todo o período acadêmico, contribuindo e influenciando no amadurecimento profissional. No relatório constam informações sobre a empresa e todo ambiente do estágio e as atividades que foram desenvolvidas no período. AGRADECIMENTOS Primeiramente a minha família por me dar forças para chegar até aqui. Ao meu namorado por todo amor e incentivo, e a todos meus amigos pela confiança e credibilidade. À empresa Kohler Produtos para Cozinhas e Banheiros Ltda, pela oportunidade e aprendizado. Ao engenheiro Loran Custódio Gabriel, pelo apoio e profissionalismo. E a todos os colegas de sala que direta ou indiretamente fizeram e fazem parte deste meu projeto, meu muito obrigada. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 7 2 AMBIENTE DE ESTÁGIO 7 2.1 A Empresa 8 2.1.1 Louças Sanitárias 9 2.1.2 Massa Cerâmica 9 2.1.3 Formação da Peça 10 2.1.4 Fundição 11 2.1.5 Secagem e Inspeção 11 2.1.6 Esmaltação e Decoração 12 2.1.7 Queima e Requeima 12 2.1.8 Classificação e Embalagem 13 2.2 Atividades Desenvolvidas 13 2.3 Discussões 14 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 14 4 REFERÊNCIAS 15 0 INTRODUÇÃO O relatório que segue, irá apresentar o desenvolvimento das atividades desempenhadas no período de 04/07/2016 a 05/08/2016, como finalização da matéria de Estágio Supervisionado I, realizado na empresa Kohler Produtos para Cozinhas e Banheiros Ltda, na cidade de Andradas, Minas Gerais. O objetivo do estágio é identificar o conteúdo teórico abordado em sala de aula com a prática industrial, com a participação do aluno em situações reais de trabalho, podendo confrontar seus aprendizados e aplicar seus conhecimentos relacionados à sua área de formação profissional, como gestão de qualidade, gestão de manutenção, gestão de produtos, planejamento tático da produção, modelagem e processos produtivos, estratégia de manufatura, saúde e segurança do trabalho, gestão ambiental, dentre outras disciplinas já estudadas e à cursar. O relatório abrangerá as descrições das atividades e funções que foram executadas no período do estágio. AMBIENTE DE ESTÁGIO O estagiário atuou diretamente no setor de produção da empresa Kohler, e se envolveu com todo o processo necessário para a produção das louças sanitárias. Para Falconi (2004), um produto ou serviço de qualidade deve atender perfeitamente, no tempo correto, de forma confiável, acessível e segura, as necessidades do cliente. “Nas empresas modernas do mundo a padronização é considerada a mais fundamental das ferramentas gerenciais. A padronização deve ser vista dentro das empresas, como algo que trará melhorias em qualidade, custos, cumprimento de prazo, segurança, etc”. (FALCONI, 2004, p.15) O treinamento operacional por meio dos procedimentos padrões é de suma importância para que o acadêmico se interaja com o ambiente de trabalho. De acordo com Falconi (2004), para que o perador trabalhe dentro doa padrões é necessário o treinamento operacional que compete e baseia-se nos procedimentos operacionais de acordo com a as necessidades da empresa. Diante de tais fatores, é possível destacar: melhoria da capacitação técnica dos operadores, maior segurança no ambiente de trabalho, aumento de qualidade e produtividades, diminuição de ocorrências como quebras e paradas de máquinas. “A qualidade é a combinação das características de produtos e serviços referente a marketing, engenharia, fabricação e manutenção, através das quais o produto ou serviço em uso, corresponderão às expectativas dos clientes”. (FEIGENBAUM, 1994.) No desenvolvimento do trabalho, serão descritas as atividades desenvolvidas pelo acadêmico, dentro da produção da empresa. A Empresa Com o objetivo de criar uma empresa geradora de emprego e por consequência de renda para uma parcela jovem de sua população com poucas opções de trabalho na cidade, um grupo de 25 empresários e profissionais liberais, juntando seus recursos, criaram em 01/10/1997 a FENIX FOMENTO COMERCIAL em Andradas-MG, para formar o capital necessário para esta empreitada. A Fiori Cerâmica Artística era uma empresa voltada para a produção de louças de forno e mesa, fundada em 1978 em Andradas-MG, que havia atingido o seu ápice no final da década de 80, vendendo a maior parte de sua produção ao mercado externo. Em função do Plano Collor que abriu o mercado aos produtos externos e principalmente a valorização do Real frente ao Dólar após 1994, a empresa viu reduzir-se drasticamente tanto seu mercado interno como suas exportações, chegando ao final dos anos 90, em uma situação muito difícil assim como a maioria das empresas exportadoras do Brasil, o que a obrigava a violenta redução de custos, estando os seus 150 funcionários ameaçados de demissão, acarretando um clima de expectativa e apreensão em muitas famílias da cidade. No início do ano 2000, diante desta situação, os sócios da Fênix resolveram direcionar os seus investimentos para a Fiori, transformando a até então fabricante de louças de mesa na Fiori - Louça Sanitária, aproveitando a especialização dos seus funcionários no ramo cerâmico. Grandes investimentos foram feitos, tanto no aumento da área de produção como na troca dos principais equipamentos. Somente o moderníssimo forno para 1300Cº, fabricado no Brasil com tecnologia italiana demandou investimentos 1,5 milhão de dólares. Com equipamentos de última geração, uma equipe treinada e motivada e após exaustivo processo de análise e escolha das melhores matérias primas, em março de 2001 deu-se início a produção de uma louça sanitária de imediato reconhecida pelo mercado como de alta qualidade e por estar dentro das normas mais exigentes foi rapidamente aprovada para fazer parte do PBQP - H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat), atingindo no final daquele ano 22 mil peças produzidas no mês. A empresa conta com duas unidades fabris na cidade de Andradas/MG, contando com 328 colaboradores na planta 1 e 465 na planta 2. Em setembro de 2014, a empresa foi adquirida pela KohlerCo., fabricante de louças e metais dos Estados Unidos. A entrada da multinacional no mercado brasileiro era vislumbrada há algum tempo e a Fiori mostrou-se a parceira ideal, dada a qualidade dos seus produtos e a força da marca no segmento da construção civil, bem como pelo atendimento dispensado aos clientes. A Kohler iniciou suas atividades em 1873, tem sede em Wiscosin, possui 52 plantas fabris em 18 países. Atualmente, conta com mais de 30 mil funcionários e 27 marcas, em quatro divisões de negócios: Louças e Metais, Geradores Elétricos (já com unidade de negócios no Brasil), Móveis e Hotelaria. Louças Sanitárias – Processo e aplicações A Louça Sanitária é definida como um produto cerâmico com a finalidade de atender as necessidades fisiológicas e higiênicas do Homem. O segmento industrial de louças sanitárias no Brasil é concentrado pelo grupo Roca, sendo o mesmo, responsável por 50% da produção nacional. A marca Fiori está em quarto lugar neste ranking. Entende-se como produto cerâmico qualquer artefato composto basicamente por produtos inorgânicos (argilas, Feldspato, Quartzo, etc.) cujo processamento resulta numa massa que geralmente será conformada e queimada. Após a vitificação a louça sanitária se torna impermeável a qualquer tipo de bactéria e segue todos os requisitos de higiene. Massa Cerâmica A composição da massa cerâmica varia conforme as fábricas. Na indústria cerâmica tradicional, grande parte das matérias-primas utilizadas é natural e obtida por mineração. A Massa Cerâmica é composta aproximadamente por 70 % de sólidos, e 30 % de líquidos e tem por característica a necessidade de estar em constante movimento para que não ocorra a decantação dos sólidos. A Fiori (Kohler), utiliza na composição de sua massa, matérias-primas naturais de primeira qualidade, que são caracterizados em plástico e não-plásticos. Os materiais chamados plásticos (argilas, caulins e filitos), que tem a função de dar maleabilidade e moldabilidade à louça, são diluídos em água, seguindo porcentagens pré determinadas. Os materiais chamados não-plásticos (quartzo e feldspato), tem a função de dar resistência e robustez a louça. Dessa forma, uma das etapas fundamentais do processo de fabricação de produtos cerâmicos é a dosagem das matérias-primas e aditivos, que deve seguir com rigor as formulações de massas previamente estabelecidas. A garantia da homogeneidade da composição da massa depende do peso seco de cada matéria-prima envolvida, sendo necessário, portanto o controle de umidade dos componentes. Foto 1: Armazenamento de argilas e Caulins Formação da Peça Utiliza-se basicamente o molde de gesso para formação da peça, onde a massa permanece durante certo tempo até que a água contida na suspensão seja absorvida pelo gesso do molde e as partículas sólidas se acomodem em sua superfície, formando o que será posteriormente a parede da peça. Os moldes são feitos de gesso dentro dos mais rigorosos índices de tolerância, pois deles dependem várias peças a serem produzidas. O gesso possui uma grande capacidade de absorção de água, o que facilita a secagem (em média, um molde pode ser utilizado até 100 vezes). As peças de louças sanitárias podem possuir partes drenadas (ocas) e partes prensadas (sólidas). Foto 2: Peças com partes drenadas Foto 3: Peças com partes prensadas (sólidas) Fundição Existem diversos processos para dar forma às peças cerâmicas, e a seleção de cada um deles depende fundamentalmente das características do produto, tais como geometria e dimensões deste e fatores econômicos de produção, entre outros. Após a fundição, alguns tipos de moldes são submetidos à uma injeção de ar comprimido, para expelir a água de seu interior e permitir que os mesmos sejam reutilizados várias vezes num mesmo dia. Foto 4: Fundição em moldes de gesso Secagem e Inspeção O calor de secagem é fornecido aos secadores são principalmente realizados por queimadores a gás natural, eliminando o excesso de umidade das peças para aumentar sua resistência mecânica tendo as peças no final do processo uma umidade residual em torno de 2%; Após a secagem as peças são submetidas a uma inspeção de rachaduras, defeitos de espessura e de deformação. Foto 5: Secadores Foto 6: Inspeção das louças produzidas Esmaltação e Decoração Após a secagem, a maioria dos produtos recebe uma camada fina e contínua de um material denominado esmalte cerâmico, que após a queima adquire aspecto vítreo. Esta camada contribui para o aspecto estético, higiênico e melhora algumas das propriedades físicas e principalmente de resistência mecânica. A preparação de esmaltes é feita basicamente a partir de três componentes: Quartzo, Feldspato e Corantes, que são misturados através de fórmulas empiricamente calculadas. Queima e Requeima Na operação de queima, conhecida também por sinterização, os produtos adquirem suas propriedades finais, sendo de fundamental importância na fabricação dos produtos cerâmicos. Da eficiência desta etapa depende o desenvolvimento das propriedades finais destes produtos, as quais incluem seu brilho, cor, porosidade, estabilidade dimensional, resistência à flexão, ao gretamento, a altas temperaturas, à água, ao ataque de agentes químicos, e outros. A temperatura máxima do forno durante a queima é de aproximadamente 1230ºC. O calor intenso garante a vitrificação homogênea da louça e de seu acabamento esmaltado, tornando-a totalmente impermeável. Partindo da temperatura ambiente o forno é aquecido gradualmente até 1120ºC, voltando a temperatura inicial para realizar a requeima no forno intermitente. Classificação e Embalagem Ao deixarem o forno, as peças resfriadas e acabadas são classificadas. A classificação é feita rigorosamente em 100% das peças, e por amostragem são realizados testes funcionais de bancada, considerando sua regularidade dimensional, aspecto superficial e características mecânicas e químicas, tais como cor, trinca e empeno das peças. Após passar pelo controle de qualidade o produto recebe a embalagem especificada e posteriormente é acondicionado em pallets de madeira e armazenado para comercialização. Foto 7/8: Peças prontas para comercialização Atividades Desenvolvidas As atividades desenvolvidas pelo acadêmico foram supervisionadas pelo engenheiro eletricista Loran Gabriel Custódio e foram realizadas no setor de produção da empresa. As tarefas realizadas pelo estagiário repercurtiram por todos as seções internas da empresa, e foi possível obter uma visão geral do funcionamento de uma indústria. O processo mais complexo que foi observado, foi a colagem da barbotina devido aos detalhes no processo de execução, e ao mesmo tempo o mais adequado, pois os detalhes das formas serão transferidos com perfeição. Discussões Foi de extrema importância as atividades realizadas durante o estágio supervisionado I, pois o conhecimento proporcionado ao aluno foi demasiado. Foi possível adquirir conhecimento produtivo na fabricação das peças cerâmicas, ficando claro a necessidade de padronização e interação produtiva entre os setores, trabalhando sempre como uma equipe. As dificuldades foram, sem dúvida, a falta de experiência na área, em contrapartida, o conhecimento e embasamento teórico fizeram toda diferença. As pessoas que ajudaram na realização das atividades são extremamente qualificadas e tiveram grande importância no aprendizado e vivencia profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Kohler Produto para Cozinhas e Banheiros Ltda, é comprometida com o futuro e promove o crescimento das pessoas. Reconhece e investe no estágio como uma forma de conhecer o trabalho do acadêmico, dando-lhe oportunidades e responsabilidades para poder avalia-lo. Desta forma desenvolve profissionais competentes, com habilidades empresariais para construir uma carreira. O aprendizado técnico, os projetos realizados e o trabalho em equipe que foi desenvolvido, serão de grande valia para a vida profissional e pessoal. Foipossível identificar a importância do trabalho pensando no conjunto e no produto final, como uma organização de grande porte funciona, identificar cada processo, e colocar em pratica todo conhecimento e aprendizado abordados no curso de engenharia de produção. As dificuldades encontradas foram superadas com facilidade e só agregou mais conhecimento. A experiência foi positiva e superou as expectativas. REFERÊNCIAS CAMPOS, V. Falconi. Qualidade total: padronização de empresas. 2. ed. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 2014. FEIGENBAUM, A. V. Controle da Qualidade Total: gestão e sistemas. Vol.1. São paulo: Makron Books, 1994. Fiori Cerâmica Ltda., Disponível em: <http://www.fiori.ind.br>. Acesso em: 10 de outubro de 2016. GESTÃO DA QUALIDADE. Disponível em: http://www.cedet.com.br/index.php?/Tutoriais/Gestao-da-Qualidade/grafico-de-pareto.html. <Acesso em 01 novembro 2016>. SENAI, Caderno Técnico – Tecnologia Básica para Operação de Fornos Cerâmicos, Sérgio da Silva Resende, BH, 1990.
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