Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO PRÓXIMO PASSO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EDUCAÇÃO INFANTIL A literatura infantil teve início na Europa, em meados do século XVIII, quando, devido às transformações sociais da época, a criança começou a ser vista como tal, deixando para trás a concepção de mini adulto. A partir de então, obteve um novo status e, se antes consumia as mesmas obras literárias dedicadas aos adultos, no novo cenário ganhou um espaço literário só para ela. No Brasil, apesar de serem publicados no início do século XIX, foi só ao final deste que os livros dedicados ao público mirim começaram a circular. Os períodos seguintes foram marcados por importantes mudanças que contribuíram, cada uma em seu tempo, para consolidar o segmento. Atualmente, a literatura para crianças ganha cada vez mais destaque e tem esse prestígio refletido no mercado editorial. Segundo o Diagnóstico ANL do Setor Livreiro de 2012, elaborado para a Associação Nacional de Livrarias – ANL, o gênero aparece em evidência, respondendo por 74% dos livros comercializados nas 716 livrarias consultadas. Fundamental na formação do indivíduo, o hábito da leitura na infância ajuda a despertar na criança o senso crítico, além de auxiliar o aprendizado. “A base do pensamento é a linguagem e a literatura fornece à infância alimentos primordiais para seu desenvolvimento: palavras significantes e imaginação”, diz o escritor e doutor pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, Ilan Brenman. De acordo com a escritora e especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Flávia Côrtes, a criança adquire mais facilmente o conhecimento, além de se comunicar melhor. “A leitura em geral faz o indivíduo crescer, experimentar mundos novos, sensações, sentimentos”, afirma. “A leitura de textos de literatura infantil, mesmo para crianças ainda não alfabetizadas, é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa”, explica Lia Cupertino Duarte. A família e os professores têm papel substancial para auxiliar os infantes a desenvolver o gosto pela literatura. De acordo com Brenman, estes precisam ter modelos de leitores e ter contato com os livros, seja em livrarias, bibliotecas ou salas de leitura. Para ele, toda a comunidade deveria assumir o papel de formador de leitores. Côrtes acredita que se deve fazer do momento da narração de histórias um momento de prazer, inclusive nas escolas e não apenas como avaliação do aluno. Para Duarte, “estimular o hábito de leitura da literatura dos filhos será muito mais fácil se os próprios pais gostarem de ler e fizerem isso com frequência”. Entre os gêneros mais indicados para ampliar na criança o gosto pela literatura, Duarte diz que há uma variedade deles que podem ser utilizados em diversas técnicas e abordagens e que é essencial a criança ter a liberdade de escolher os livros que quer ler e ter acesso a eles desde cedo. Brenman e Côrtes destacam a poesia, a parlenda, o humor, os contos de fadas, as fantasias em geral. Para ambos, a poesia aguça a criatividade e estimula a percepção de mundo. “A poesia é um espelho do funcionamento da alma infantil, os poetas tem uma conexão direta com a infância”, expõe Brenman. “A poesia toca fundo na alma. É uma das maiores representações de arte na literatura infantil. A poesia é mais completa, envolve a história e a sonoridade. Acho que o ser humano já nasce com ela”, exprime Côrtes. Ela afirma ainda que através dos contos de fadas, a criança interpreta as grandes questões do ser humano, como a perda, o amor, o companheirismo e a amizade. Além das histórias permeadas de fantasia, a literatura infantil apresenta uma peculiaridade elementar: a ilustração. “A representação imagética é um outro olhar sobre o texto no livro infantil”, assegura a escritora. Ela explica ainda que essa particularidade, além do texto, é o que também diferencia a obra juvenil. “O jovem pode até gostar dos mesmos temas, mas já vai abolir livros que tenham muita ilustração, com capa muito infantil”, complementa. Brenman considera peculiar do segmento os projetos gráficos ousados, com tamanhos e formas distintas e textos criativos, mas acredita, no entanto, que o nível da produção pode agradar ao público adulto. “Acredito numa literatura só, quando ela é de qualidade a idade do leitor desaparece, ela é infantil porque é lida por crianças, mas já vi adultos impactados com a leitura de livros infantis”, diz. Não obstante, há uma fase em que a criança começa a migrar para uma literatura mais juvenil e desta para a adulta, porém isso vai depender do amadurecimento de cada um. “Cada leitor tem seu processo único de migração, alguns mais lentos e outros mais rápidos. A literatura juvenil seria uma dessas pontes para a literatura adulta”, afirma o escritor. Côrtes afirmando que é a experiência de vida que o indivíduo tem que fará com que ele se interesse por determinado assunto, mas considera difícil marcar esse ponto. Entretanto, ela salienta que há um instante em que o jovem perde o gosto pela leitura e não se sabe exatamente o motivo. “Acredito que seja porque ele perdeu o momento afetivo em casa, ao mesmo tempo em que ele tem mais responsabilidades e menos tempo. Além disso, na escola a literatura passa a ser obrigatória, então não busca mais o livro pelo prazer”, esclarece. Sobre a produção literária para as crianças, Côrtes afirma que é uma atividade difícil e que é preciso “ser simples, sem ser simplório”. Brenman também considera essa tarefa um grande desafio. “Não podemos achar que eles aceitam ou precisam de uma literatura fácil, mastigada, simplificada, pelo contrário, devemos proporcionar uma experiência em que os leitores se desloquem do seu lugar habitual. É preciso ter muito respeito à inteligência infantil”, exprime o escritor. Duarte endossa ao dizer que “em virtude da especificidade do seu público, a literatura infantil deve conter as necessárias adaptações que, por sua vez, não devem redundar em simploriedade ou impostura repetitiva, uma vez que os valores dela exigidos são idênticos àqueles que contam para a avaliação dos textos literários destinados aos adultos”. Literatura de cordel P https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/3 Literatura de cordel é o nome dado ao tipo de poesia popular onde seus versos são compostos por rimas. O cordel é de origem portuguesa e ao ser escrito eram expostos em cordas, cordéis ou barbantes. Nos dias atuais o cordel é popularmente conhecido na região nordeste do Brasil e é recitada pelos cordelistas em forma melodiosa e cadenciada. Além de recitarem a poesia, os cordelistas durante suas apresentações podem usar instrumentos como a viola, o que torna a leitura ainda mais empolgante e pode ser apresentada para qualquer público, principalmente para crianças. A literatura de cordelinfantil são os poemas rimados onde as histórias são contadas de uma forma divertida, impactante e tem como principal objetivo mexer com a imaginação da criança. Dependendo da dinâmica e da criatividade do cordelista, o cordel pode servir para abordar conteúdos de salas de aula em forma de versos. A literatura de cordel infantil também é uma forma de aproximar a criança dos valores da cultura nacional e de incentivo a leitura. O cordel contra a dengue Vamos falar de um assunto Que é mesmo muito importante Temos que ser rapidinhos Não perder nenhum instante Pois na guerra contra a dengue Nunca se faz o bastante Os ovinhos do mosquito Você pode encontrar Bem ali no seu quintal Em tudo quanto é lugar Basta que tenha lixinho Que água possa acumular Pneus velhos e garrafas Se não forem bem guardados Servirão de criadouros Dos mosquitinhos danados Que uma vez picando a gente Deixa-nos adoentados Seja em casa ou na escola Temos que tomar cuidado Pois nos vasos das plantinhas Deve ser depositado No lugar da água areia Que dá melhor resultado Avisemos aos papais Para em casa procurar Limpar muito bem as calhas E as caixas d’água lavar Nessa luta contra a dengue Todos devem ajudar Faça então a sua parte E convide seu vizinho Nossa união faz a força Contra esse mosquitinho É nosso dever cuidar Da saúde com carinho Fonte de pesquisa do poema: tarciocosta.com.br Contação de histórias na escola A contação de histórias para crianças é, com certeza, uma das primeiras maneiras de transmitir conhecimento e estimular a imaginação dos alunos. Por essa razão, a prática de contar histórias pode – e deve – ser usada nas escolas, principalmente no segmento da educação infantil. A atividade colabora com a reformulação do espaço de sala de aula, incentiva a criatividade e a manifestação de diversas formas de expressão. É uma prática pedagógica que colabora para o desenvolvimento da escrita e da oralidade, além de desenvolver a percepção de representações simbólicas. Benefícios da contação de histórias para a expressão, criatividade e interação dos alunos na escola! Contação de histórias: manutenção da cultura A arte de contar histórias está presente na sociedade há muito tempo. A oralidade é um mecanismo antigo de propagação cultural. Por meio dela expressamos sentimentos, conhecimentos e experiências. A contação de histórias, em seu sentido mais amplo, é um mecanismo muito importante de manutenção de histórias e costumes. A maneira como as histórias são contadas também colabora para seu impacto nas pessoas. A entonação da voz, por exemplo, pode definir a forma como a informação será recebida e repassada. Na cultura africana temos os Griôs: mestres que há séculos preservam e transmitem as histórias do seu povo e da formação de sua sociedade. http://www.processocom.org/2016/06/01/a-importancia-de-grios-na-socializacao-de-saberes-e-de-fazeres-da-cultura/ Qual a importância da contação de histórias para a educação infantil? Associação de vivências Ao ouvir ou ler uma história a criança pode fazer associações das suas próprias vivências. O processo de identificação com as situações presentes nas histórias faz com que a criança desenvolva meios de lidar com suas dificuldades, sentimentos e emoções. Esta ação é um estímulo à memória, porque resgata as experiências de cada aluno. Seja por meio da bagagem cultural ou de vida, o aluno consegue relacionar o texto com as histórias que atravessam sua família. É o primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações de memórias e afetos, além das possibilidades criativas. Incentivo à leitura A leitura é algo enriquecedor na formação do indivíduo. Além de ampliar o vocabulário e os campos de conhecimento, a leitura é um grande exercício para a imaginação. Ao ouvir uma história com atenção a mente humana tende a projetar no campo da imaginação o enredo da mesma. O mesmo acontece com leitura. A convivência com a oralidade desde de muito cedo pode aguçar o desejo pela leitura. E, nesse sentido, o universo de criatividade e curiosidade é expandido. A contação de histórias envolve o objeto suporte livro e demonstra, na prática, os caminhos infinitos que a leitura abrem à mente. Liberdade de expressão Engana-se quem acha que ouvir histórias é um ato de recepção. As reações que temos ao ouvir histórias contribuem, por exemplo, para trocas de visões de mundo. A contação de histórias está sempre aberta para o compartilhamento de opiniões e vivências de cada um. E, nesse sentido, ela invoca as formas individuais de expressão e observação do mundo. Além de conduzir a leitura, o professor pode incentivar a participação dos alunos, com a leitura interpretativa e desenvolvimento de expressões diversas. O uso de recursos dramáticos e cenográficos pode dar ainda mais liberdade para que a história esteja por toda a sala de aula e para que os alunos embarquem na narrativa. A própria temática da história pode abrir espaço para que os alunos falem sobre temas que envolvam sua vida escolar, como o bullying. Nas turmas mais novas, a possibilidade de expressão e de interação com assuntos caros às relações humanas pode evitar problemas de convivência. Uma dica é apostar em recursos sonoros ou visuais que possam instigar os alunos. Pequenos objetos que façam barulhos, alteração de iluminação, adereços e elementos de cenário podem colaborar com a tradução do texto escrito para sua interpretação. Assimilação de linguagens Como uma história pode ser contada e o que a compõe? A contação de histórias permite , desde cedo, o contato com as diversas linguagens e formas de narrar um acontecimento. Se as experiências pessoais de cada criança colabora para forma como elas percebem ou valorizam cada situação numa história, elas também colaboram com a construção do imaginário. O mesmo acontecia nas radionovelas, na forma como as pessoas projetavam os cenários e a aparência das personagens. Você pode com os alunos para que percebam as diversas formas de contar e entender uma história. Aguce os sentidos e estimule a participação ativa deles na contação. Esse processo é muito importante para a interpretação textual dos alunos. Com a expressão de um texto, podemos perceber as diversas informações guardadas nas entrelinhas e as diversas maneiras de expressá-las. https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/bullying-na-escola/?utm_source=wpensar-blog&utm_medium=post-link&utm_campaign=pedagogico&utm_term=&utm_content=contacao-de-historia Quebrando barreiras na contação de histórias É importante quebrar algumas barreiras na contação de histórias. Precisamos constantemente relembrar as diversidades de cada aluno e partilhar dessas vivências. Busque a inclusão dos alunos na maneira como percebem e contam histórias! Partilhe das experiências! Conte uma história com os olhos fechados, estimule a imaginação dos alunos e peça para que eles retratem a sensação gerada durante a história. Fale todas as línguas! Faça atividades de contação de histórias em inglês, espanhol e em Libras! A segunda língua oficial do Brasil é muito expressiva e colabora para a inclusão linguísticado aluno surdo. A Libras é interessante para demonstrar a forma mais antiga de fala que o homem carrega: a expressão corporal. Use as potências da nossa comunicação integrando as diversas maneiras de falar: com a boca, com as mãos e com o corpo. A ludicidade pode (e deve) ser inclusiva! Dicas para contar histórias Contar histórias para crianças é tão importante para a sua formação que diversas pesquisas apontam para resultados surpreendentes dessa prática. Nos Estados Unidos pediatras passaram a receitar a narração de histórias e poesias até para bebês no útero! Professores precisam trabalhar o mergulho na magia das histórias com suas crianças. Mas é preciso ser profissional ou ter esse dom? https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/educacao-inclusiva/?utm_source=wpensar-blog&utm_medium=post-link&utm_campaign=pedagogico&utm_term=&utm_content=contacao-de-historia Contar histórias é uma das artes da palavra. Muitos contadores usam a própria experiência e intuição para transmitir o que viveram. Outros buscam aprendizados para desenvolver sua arte. Leem muito, estudam a língua e, às vezes aprofundam-se nas técnicas de representação. Os atores que encenam histórias, o fazem com um texto formatado, independente do tipo de plateia presente. Já o contador precisa levar em conta a presença e a personalidade de sua audiência. Apesar da carência na formação de alguns professores, podemos seguir alguns conselhos preciosos dos especialistas desse oficio, exercitar e desenvolver um jeito prazeroso e nosso de proporcionar vivências tão fundamentais para o universo infantil. DICAS 1- Escolha das histórias Os livros e histórias sugeridos pelas crianças são um passo em direção a uma plateia interessada. Mas selecionar histórias que despertem a vontade de contar no contador é importante para o bom resultado final. Quando uma história se conecta com que vai conta-la ela passa a ser interiorizada e sentida como pertencente! Para crianças menores, de 1 a 2 anos, ou para introduzir o grupo no mundo das histórias, é importante selecionar livros com histórias e ilustrações de boa qualidade. Histórias com textos que se repetem favorecem a compreensão. As crianças gostam especialmente de histórias de animais. 2- Conhecer para narrar Às vezes temos que pegar um livro novo e contar de supetão para a turma, sem mesmo tê-lo lido ou folheado. Essa forma de contar histórias geralmente traz insegurança para quem conta e nem sempre prende a audiência. Mas acontece! Se pudermos nos preparar para o momento, os resultados serão infinitamente melhores. Ler o livro ou história com antecedência, praticar a narração e pensar nos momentos chave ampliam a experiência. Vale também fazer uma possível “tradução” de partes complicadas para a faixa etária, programar cenas com a participação dos pequenos e organizar materiais que podem enriquecer a narrativa. Não é necessário decorar a história. Aliás, quando disponível, o livro deve estar presente para se fazer ver e reconhecer pelas crianças. Ao final da narrativa, deixe os pequenos manusearem o livro e incentive conversas e o reconto por parte deles. Após um período de ambientação com a leitura e contação, à medida que os pequenos vão ampliando o vocabulário e ficando mais entusiasmados e concentrados, as histórias selecionadas podem ser mais longas e complexas. 2- Conhecer para narrar 3- Espaço A escolha e organização do espaço físico para o momento de ouvir histórias é relevante. Algumas questões podem encaminhar a decisão: ▪ O local favorece o conforto das crianças? ▪ É possível falar e ser ouvido com clareza, sem a interferência de barulhos? ▪ O ambiente inspira? (disponibiliza almofadas, sofás, colchonetes, bebê conforto, a sombra de uma árvore, um pano para colher o grupo ao sentar-se sobre ele…). Posicionar os pequenos em semicírculo pode favorecer as relações e os momentos de participação e diálogo durante o desenvolvimento da história. Outra dica é ficar próximo aos pequenos e posicionar-se distante de espelhos e janelas para não dividir atenções. Todos devem poder visualizar o livro, quando utilizado, e as figuras. A capa, o título e o autor podem ser apresentados no início. 4- Materiais A roupa do contador pode sinalizar o momento específico de entrar no universo das histórias. Escolher um chapéu, uma varinha de condão, uma capa, pode criar um ritual para marcar a atividade. Pequenos objetos sonoros utilizados pelo contador também podem contribuir com pausas e momentos encantados, dramáticos etc. Distribuir objetos sonoros para as crianças utilizarem em algumas cenas (imitar o barulho de tempestades, brigas, músicas de festas etc.) compartilha a atuação e estimula a atenção e a participação. Bonecos, fantoches e dedoches também são acessórios interessantes. 5- Olhar É muito importante olhar nos olhos de quem ouve as histórias, valorizando o grupo e cada um individualmente. É esse olhar que captura a audiência e capta os sinais de como a narração está sendo recebida. Quando utilizar bonecos e fantoches, eles também precisam “olhar” para a audiência. 6-Voz, Gestos e Expressões A dica importante é ser bem claro ao pronunciar as palavras. Pensar também no ritmo da contação. Se for muito lento e com pausas prolongadas a audiência se dispersa. Se for muito rápido, especialmente para os menores, as crianças não conseguem acompanhar o enredo. Por outro lado, algumas passagens especiais da história podem ser narradas mais lentamente, com certa dramatização, gestos e até pausas para dar mais impacto às cenas. Elementos expressivos como imitação de vozes de personagens, ruídos de animais, barulhos, expressões faciais e gestos das mãos empregadas, na hora certa, fazem a diferença 7- Dialogar Abrir o espaço e o tempo da contação com um diálogo sobre o autor, ou o tema ou até uma pequena introdução que se conecta o projeto da turma pode situar as crianças e capturar o interesse. 8- Envolvimento do grupo Nem todas as crianças de um grupo estão na mesma sintonia, disposição e estágio de desenvolvimento. Ao introduzir o momento de histórias e leitura, prepare-se para contar para muitas ou poucas crianças. Apesar de convidar o grupo para a hora da história, é possível que nem todos os pequenos queiram tomar parte da atividade. Por isso, cantos preparados com outros livros ou um jogo de montar são adequados. Ignore as peraltices e conte a historia para os interessados sem perder o fio da meada. É possível que os “desinteressados” passem a participar observando o interesse do grupo. Para envolver as crianças no relato você pode: ▪ Pedir para que repitam algumas frases marcantes ▪ Emitam sons que são parte do enredo: bater à porta, vento, barulhos de animais, cantar músicas, etc.) ▪ Convidar a turma a fazer gestos e se mover conforme a cena. Por exemplo, um saci que pula num pé só, um leão feroz com garras, um patinho nadando na lagoa. Um sapo que pula. ▪ Numa cena importante causar suspense parando a narrativa e perguntando: o que vocês acham que vai acontecer? 9- Contar e recontar Repetir histórias e cenas queridas favorecem a apropriação, o reconto, a “leitura” ea memorização. Ao longo da semana é importante recontar as histórias preferidas e introduzir os livros novos. Antes de recontar é possível estimular a oralidade e a organização temporal dos fatos: qual a parte que mais gostaram? De quem vocês mais gostam? De que não gostam? O que aconteceu com fulano? Depois de trabalhar com os personagens e os acontecimentos, conte a história novamente! Nessa etapa do desenvolvimento infantil as histórias podem ser recontadas, em média, três vezes por semana. Histórias são parte da humanidade. Milenares, são anteriores à escrita. Transmitem os saberes, preservando a cultura e a memórias. Todos nós experimentamos com prazer esses momentos e percebemos o quanto eles contribuem para o conhecimento de mundo, ampliam as possibilidades criativas e desenvolvem as emoções. Histórias são um capitulo fundamental da infância… em quem sabe, de toda a vida! Crianças e histórias: uma relação para a vida! Sabemos que a narração de histórias é importante para as crianças porque percebemos o quanto elas gostam desses momentos. Sentimos o interesse que vai sendo construído à medida que a leitura se estabelece no cotidiano de suas vidas. Quando as crianças recontam as histórias desenvolvem a oralidade. Ao folhear os livros, entram em contato com a língua escrita. ▪ Mas como acontece a relação entre crianças e histórias? ▪ Como podemos contribuir para construir o prazer nessa relação? ❖ O a 12 meses Até um ano as crianças gostam de livros que possam sacudir, fazer sons, morder, agarrar, sentir texturas e apertar. Para elas, os momentos de leitura podem ser diários. Nunca é cedo demais para ler para os bebês! Os momentos de leitura nessa fase contribuem para a construção do amor pelos livros. Os pequenos adoram ouvir a voz de seus cuidadores, sentar no colo e mergulhar na aventura da história com ótimas companhias. Essa escuta e as conversas que podem surgir favorecem o aprendizado das palavras. Quando completam um ano, os bebes podem arriscar falar uma ou duas palavras. ❖ 1 a 2 anos A partir de um ano os momentos de história ajudam no aprendizado do significado das palavras. É importante ouvir as dicas das crianças sobre os tipos de livros e histórias que mais gostam. Contar aventuras de infância e mostrar fotos das famílias ampliam o repertório de possibilidades para uma rotina de leitura e narração. Nessa fase as crianças começam a desenvolver suas opiniões sobre as coisas: gosto/não gosto; quero/não quero; acho graça/tenho medo. Também conseguem juntar duas ou três palavras de seu vocabulário de aproximadamente 30 ou 40 palavras. As histórias podem, então, alimentar o início das conversas. ❖ 2 a 3 anos Por volta dos 2 ou 3 anos de idade as crianças aprendem a fazer de conta. Grande passo no amadurecimento, que desenvolve a imaginação e o raciocínio. Nesta etapa as histórias representam uma matéria prima valiosa para criatividade e para a oralidade, quando os pequenos também são convidados a narrar. Podem falar sobre os sentimentos e expressam as opiniões com as 900 palavras que devem dominar. Assim, as conversas ficam mais complexas e podemos ajudar no entendimento de causa e consequência e na conexão e organização das ideias. Faça perguntas e puxe um papo! As histórias, e as brincadeiras associadas a elas, devem ser repetidas muitas vezes – as crianças se encarregarão de pedir! Elas precisam de várias oportunidades para praticar seus aprendizados porque aprendem pela repetição. É nesse brincar que surgem as primeiras escritas, que para nós, adultos, parecem rabiscos aleatórios. Ao desenhar sua escrita de palavras e textos, a criança começa a perceber que pode ser incluída no universo letrado. ❖ 3 a 4 anos Por volta dos 4 anos as palavras transmitem informações e ideias. As etapas das histórias começam a ser percebidas: começo, meio e fim. Antecipam os fatos e gostam de falar sobre o que vai acontecer depois . Podem perceber os sentimentos dos personagens e, quando estimuladas, pensar em mudar o rumo das histórias. Nessa fase as crianças podem contar histórias usando as figuras dos livros como guia. Ficam muito interessadas em “ler” sozinhas, recordando as passagens. A leitura está mais apurada. Reconhecem símbolos (logotipos, sinais etc.), algumas letras (especialmente as do nome) e pequenas palavras que veem escritas com frequência. Brincadeiras com rimas, trava-linguas, poesias e parlendas divertem e enriquecem esse conhecimento. A escrita também ganha mais corpo com o domínio do uso de giz, lápis e canetas. Podem surgir os desenhos das primeiras letras e a criação de “textos” desenhados continua com intensidade. Por isso é importante registrar junto a elas aquilo que falam, anotar pequenos textos nos desenhos e fazer bilhetes – sem forçar, sem ensinar! A intimidade e o interesse pela palavra, provocado pelas histórias, constituem a porta de entrada para a cultura. Esse despertar introduz a linguagem, os ritmos e a musicalidade da expressão oral, que irão acompanhar a criança por toda a vida. Ler para os pequenos é um ato de afeto e de educação! REFERÊNCIAS ✔ https://envolverde.cartacapital.com.br/a-importancia-da-literatura-infantil-no-desenvolvimen to-da-crianca/ ✔ https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/literatura-de-cordel-infantil/512 86 ✔ Post escrito por Janine Rodrigues, da Piraporando - https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/contacao-de-historia/ ✔ https://tempodecreche.com.br/ampliacao-de-repertorio/9-dicas-especiais-para-contar-histor https://envolverde.cartacapital.com.br/a-importancia-da-literatura-infantil-no-desenvolvimento-da-crianca/ https://envolverde.cartacapital.com.br/a-importancia-da-literatura-infantil-no-desenvolvimento-da-crianca/ https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/literatura-de-cordel-infantil/51286 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/literatura-de-cordel-infantil/51286 http://www.piraporiando.com/ https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/contacao-de-historia/ https://tempodecreche.com.br/ampliacao-de-repertorio/9-dicas-especiais-para-contar-historias/ ias/ ✔ https://tempodecreche.com.br/campos-de-experiencias-2/criancas-e-historias-uma- relacao-para-a-vida/ https://tempodecreche.com.br/ampliacao-de-repertorio/9-dicas-especiais-para-contar-historias/ https://tempodecreche.com.br/campos-de-experiencias-2/criancas-e-historias-uma-relacao-para-a-vida/ https://tempodecreche.com.br/campos-de-experiencias-2/criancas-e-historias-uma-relacao-para-a-vida/
Compartilhar