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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. DIREITO AMBIENTAL #MegeExtensivo 3 TURMA EXTENSIVA PARAMAGISTRATURA ESTADUAL ª Princípios do Direito Ambiental. (PONTO 2) É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. Sumário @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................................................3 1. .....................................................................5DOUTRINA (RESUMO) E LEGISLAÇÃO 2. JURISPRUDÊNCIA ...................................................................................................13 3. QUESTÕES DE CONCURSOS ..................................................................................14 3.1 COMENTÁRIOS................................................................................................16 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (Conforme Edital Mege) DIREITO AMBIENTAL Princípios do Direito Ambiental. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 2 Edison Burlamaqui É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 4 Nesta rodada, trataremos do tema “Princípios do Direito Ambiental”. Trata-se de tema de grande importância, sendo sempre cobrado em provas da magistratura. Adicionalmente, os princípios referentes ao Direito Ambiental também são de extrema relevância, pois funcionam como um “norte” para a legislação e para a jurisprudência. Dessa forma, sua compreensão auxilia na resolução de diversas questões. Considerando que as questões elaboradas pelas bancas envolvendo o tema têm foco basicamente na doutrina e na legislação vigente (ainda que cobrada através de casos hipoté�cos), a análise doutrinária foi feita juntamente com a apresentação da legislação com a finalidade de facilitar a compreensão. Bons estudos! Edison Ponte Burlamaqui. Apresentação @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 5 1. DOUTRINA (RESUMO) E LEGISLAÇÃO 1.1. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL Função dos Princípios - Os princípios, em regra, são simples, de fácil compreensão e servem como norte para se entender a essência de fundamentos de determinados ramos do Direito, facilitando a construção do próprio ordenamento jurídico do referido ramo e a sua aplicação/u�lização. De maneira geral, não há consenso da doutrina sobre os princípios de direito ambiental. Dessa forma, optamos por analisar aqueles com maior incidência em provas de concurso. 1.1.1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Tal princípio é considerado o principal entre aqueles que regem o direito ambiental e está fundamentado na ideia de: I) CRESCIMENTO ECONÔMICO; II) PRESERVAÇÃO AMBIENTAL; e III) EQUIDADE SOCIAL. Dessa forma, o desenvolvimento só poderá ser considerado sustentável quando observar esses três fundamentos de forma simultânea. Princípio 04 - Declaração Rio (ECO/1992) - Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental cons�tuirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste. Ante o exposto, a proteção ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento. Assim, O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É AQUELE QUE SATISFAZ AS NECESSIDADES PRESENTES, SEM COMPROMETER A CAPACIDADE DAS GERAÇÕES FUTURAS DE SUPRIR SUAS PRÓPRIAS NECESSIDADES. Tal princípio é de extrema importância, pois as necessidades humanas são ilimitadas, mas os recursos ambientais não. Assim, deve-se ponderar o direito fundamental ao desenvolvimento econômico e o direito à preservação ambiental. Importante ressaltar que esse princípio não possui apenas uma vertente ambiental, mas também uma acepção social (equidade social), posto que a Cons�tuição tem como um de seus obje�vos o desenvolvimento social dos povos (erradicação da pobreza) através da justa repar�ção das riquezas. Antropocentrismo ou Ecocentrismo: Definição Clássica: - Antropocentrismo – A visão antropocêntrica tradicional caracteriza-se pela preocupação única e exclusiva com o bem-estar do ser humano. - Ecocentrismo (biocentrismo) – Esta visão considera o ser humano apenas como mais um integrante do ecossistema, no qual a fauna e a flora são merecedoras de especial proteção, devendo ter direitos semelhantes ao ser humano. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 6 Definição Moderna: - Antropocentrismo U�litarista – Considera a natureza como principal fonte de recursos para atender as necessidades do ser humano. - Antropocentrismo Protecionista (adotada pela CF/88) – Tem a natureza como um bem cole�vo essencial que deve ser preservado como garan�a da sobrevivência e do bem-estar do homem. Dessa forma, impõe-se um equilíbrio entre as a�vidades humanas e a proteção ao meio ambiente. - Ecocentrismo – Entende que a natureza pertence a todos os seres vivos, exigindo ações de extrema cautela em relação à proteção dos recursos naturais. O STF (ADI 3.540-MC) já se manifestou no sen�do de que “o princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente cons�tucional, encontra suporte legi�mador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores cons�tucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significa�vos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações”. Por fim, deve-se ressaltar que o princípio do desenvolvimento sustentável tem aplicação direta aos recursos naturais renováveis (ex.: água, florestas, animais etc.) e indireta aos recursos naturais não renováveis (ex.: minérios). No caso de recursos não renováveis, sua u�lização deve ser racional e prolongada ao máximo, devendo, sempre que possível, ser subs�tuída pela u�lização de recursos renováveis. 1.1.2. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO Segundo esse princípio, quando já se tem base cien�fica para previsão dos impactos ambientais nega�vos decorrentes de determinada a�vidade lesiva ao meio ambiente, devem ser impostas ao empreendedor algumas condições em sua atuação para mi�gar ou impedir os prejuízos. Dessa forma, na aplicação desse princípio, verifica-se UM RISCO CERTO, CONHECIDO, CONCRETO, JÁ SE SABENDO A EXTENSÃO E A NATUREZA DOS DANOS AMBIENTAIS, ou seja, o risco é certo, e o perigo é concreto. Exemplo de Aplicação - Exigência de estudo ambiental para o licenciamento de a�vidade apta a causar degradação ao ambiente. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 7 1.1.3. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO Segundo esse princípio,quando houver possibilidade de danos graves ao meio ambiente, a mera ausência de absoluta certeza cien�fica não deve ser u�lizada como razão para postergar medidas no intuito de evitar a degradação ambiental. Princípio 15 - Declaração Rio (ECO/1992) - Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza cien�fica absoluta não será u�lizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. Dessa forma, se um empreendimento puder causar danos ambientais graves, mas não se tem absoluta certeza cien�fica quanto a esses danos, o empreendedor deverá adotar medidas de precaução para mi�gar ou impedir eventuais danos ambientais para a população. Em casos extremos, é possível, inclusive, que o Poder Público impeça a realização do empreendimento até que a ciência evolua, para que se possa analisar a real natureza e extensão dos danos ambientais. Ante o exposto, há uma ação antecipada em face de um risco desconhecido, ou seja, a incerteza cien�fica milita em favor do meio ambiente (in dubio pro natura). Conforme a análise acima, na aplicação desse princípio, O RISCO AMBIENTAL É INCERTO, E O PERIGO É ABSTRATO, POTENCIAL. Inversão do Ônus da Prova - O princípio da precaução fundamenta a possibilidade de inversão do ônus da prova nas demandas ambientais. Dessa forma, caberá ao suposto poluidor provar que sua a�vidade não acarretará danos ao meio ambiente. Exemplos de Aplicação do Princípio da Precaução - Questões rela�vas ao uso de celulares e aos organismos gene�camente modificados. Art. 1º da Lei 11.105/2005 (Lei de Biossegurança) - Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cul�vo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos gene�camente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o es�mulo ao avanço cien�fico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. 1.1.4. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR (OU RESPONSABILIDADE) Segundo esse princípio, o poluidor deve responder pelos custos sociais da degradação causada por sua a�vidade, devendo esse valor ser agregado no custo produ�vo @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 8 da a�vidade. É a chamada internalização das externalidades nega�vas, a fim de evitar que os lucros sejam priva�zados e os prejuízos ambientais sejam socializados. Princípio 16 - Declaração Rio (ECO/1992) - As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos inves�mentos internacionais. Ressalta-se que esse princípio não cons�tui uma autorização para poluir. Na verdade, por esse princípio, o poluidor só pode degradar o meio ambiente dentro dos limites de tolerância previstos em lei, após o devido licenciamento. Sob outra ó�ca, esse princípio também determina que todo aquele que causar dano ao meio ambiente será obrigado a repará-lo. Assim, ainda que a poluição esteja amparada por uma licença ambiental, caso aconteçam danos, o poluidor deverá repará-los. Ante o exposto, CABERÁ AO POLUIDOR COMPENSAR OU REPARAR O DANO CAUSADO, COMO MEDIDA DE INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS DA SUA ATIVIDADE POLUIDORA. A Lei que fixa a Polí�ca Nacional do Meio Ambiente estabelece que o poluidor é obrigado, INDEPENDENTEMENTE DA EXISTÊNCIA DE CULPA, a indenizar ou a reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua a�vidade (Ar�go 14, §1º, da Lei 6.938/1981). 1.1.5. PRINCÍPIO DO PROTETOR-RECEBEDOR Este princípio estabelece que, se por um lado, é preciso internalizar os danos ambientais a quem os causa (poluidor-pagador), é também necessário que sejam criados bene�cios em favor daqueles que protegem o meio ambiente, para fomentar e premiar essas inicia�vas (protetor-recebedor). Dessa forma, este princípio é outra face da moeda que consagra o princípio do poluidor-pagador. Ante o exposto, há uma espécie de compensação pela prestação dos serviços ambientais em favor daqueles que atuam na defesa do meio ambiente, no intuito de se promover a chamada jus�ça ambiental. 1.1.6. PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR Segundo esse princípio, as pessoas que se u�lizam dos recursos naturais escassos devem pagar pela sua u�lização, ainda que não haja poluição. Dessa forma, por esse princípio, a u�lização dos recursos naturais mais escassos deve ser cobrada na tenta�va de racionalizar sua u�lização, funcionando como medida educa�va para evitar o desperdício. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce usuario Realce É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 9 Ante o exposto, a cobrança pela u�lização de um recurso natural, ainda que sem poluição, consiste em aplicação do princípio do usuário-pagador. 1.1.7. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS É um princípio fundamental da República, devendo nortear as relações internacionais do Brasil (art. 4º, CF/88). Dessa forma, as nações devem cooperar entre si na busca pela proteção do meio ambiente, sobretudo porque os danos ambientais ultrapassam as divisas territoriais de um país. 1.1.8. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL (OU EQUIDADE) Para esse princípio, as gerações presentes devem preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Assim, os recursos ambientais devem ser u�lizados de maneira racional, para que as futuras gerações também possam deles gozar. Dessa forma, pode-se dizer o que o princípio do desenvolvimento sustentável busca realizar o princípio da solidariedade intergeracional. Assim, o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo que as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente para as gerações presentes e futuras sejam atendidas equita�vamente. Princípio 03 - Declaração Rio (ECO/1992) - O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permi�r que sejam atendidas equita�vamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras. 1.1.9. PRINCÍPIO DA NATUREZA PÚBLICA (OU OBRIGATORIEDADE DA PROTEÇÃO AMBIENTAL) Segundo esse princípio, o meio ambiente é um direito difuso, indispensável à vida, sendo a sua proteção um dever irrenunciável do Poder Público. Dessa forma, o Estado deve atuar como agente norma�vo (editando normas ambientais) e regulador (fiscalizando o cumprimento das normas) da ordem econômica ambiental. Ante o exposto, o exercício do poder de polícia ambiental é vinculado (em regra), de modo que não há que se falar em conveniência e em oportunidade na escolha do melhor momento e maneira de sua exteriorização. O meio ambiente é indisponível e autônomo, mo�vo pelo qual não pode ser objeto de transação.1.1.10. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA (OU PARTICIPAÇÃO POPULAR) Segundo esse princípio, as pessoas possuem o direito de par�cipar a�vamente das decisões polí�cas ambientais, na medida em que os danos ambientais são transindividuais. Princípio 10 - Declaração Rio (ECO/1992) - A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a par�cipação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 10 No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações rela�vas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e de a�vidades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de par�cipar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e es�mular a conscien�zação e a par�cipação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efe�vo a mecanismos judiciais e administra�vos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos. Exemplo de Aplicação - A necessidade de realização de audiências públicas em licenciamentos ambientais complexos; a consulta pública na criação de unidades de conservação; a ação popular; o direito de pe�ção etc. 1.1.11. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE Atualmente, fala-se em função socioambiental da propriedade. Isso porque um dos requisitos para que a propriedade rural cumpra sua função social é o respeito à legislação ambiental. No que tange à propriedade urbana, o requisito é respeitar o plano diretor, que, por sua vez, deverá necessariamente considerar a preservação ambiental (ex.: ins�tuição de áreas verdes). A função social (socioambiental) não é apenas uma limitação ao exercício do direito de propriedade. Na verdade, é um atributo do direito de propriedade ao lado do uso, gozo, disposição e reivindicação. Fala-se, assim, em “ecologização” da propriedade. O art. 1228, § 1º, CC/02 denota o caráter transversal do direito ambiental, que permeia todos os ramos jurídicos – “o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados (...), a flora, a fauna (...), bem como evitada a poluição do ar e das águas”. 1.1.12. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO Este princípio é ligado ao princípio da par�cipação comunitária e também ao princípio da publicidade, que norteia a Administração Pública. Isso porque o acesso às informações é imprescindível para que a população par�cipe das decisões polí�cas ambientais. Com base nesse princípio, os órgãos ambientais possuem obrigação de permi�r o acesso público aos documentos e aos processos administra�vos que tratem de matéria ambiental, devendo fornecer todas as informações necessárias e que estejam sob a sua guarda. Tal direito é conferido a qualquer cidadão, independentemente, em regra, da demonstração de interesse específico. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 11 ATENÇÃO! 1.1.13. PRINCÍPIO DO LIMITE Tal princípio consiste no dever do Estado de editar e de efe�var normas jurídicas que ins�tuam padrões máximos de poluição, com a concepção de não afetar o equilíbrio ambiental e a saúde pública. O estabelecimento de padrões de qualidade, inclusive, é um dos instrumentos da Polí�ca Nacional do Meio Ambiente. 1.1.14. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE COMUM, MAS DIFERENCIADA Tal princípio tem feição ambiental internacional e decorre do princípio da isonomia. Segundo esse princípio, todas as nações são responsáveis pelo controle da poluição e pela busca da sustentabilidade. Ressalta-se que os países poluidores devem adotar medidas mais drás�cas, pois são os principais responsáveis pela poluição. 1.1.15. OUTROS PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL Princípio do Meio Ambiente Equilibrado → Estabelece que deve ser man�do um meio ambiente equilibrado, ou seja, sem alterações significa�vas provocadas pelo homem. Isso porque o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Princípio do Direito à Sadia Qualidade de Vida → É uma evolução do direito à vida, ou seja, não basta ser assegurado o direito à vida, mas, sim, o direito a uma vida com qualidade, o que pressupõe condições ambientais dignas. Princípio da Reparação Integral → É imprescindível que todos os danos causados ao meio ambiente, em sua integralidade, sejam restaurados ou compensados, o que ocorre através de responsabilidade civil obje�va no Brasil. Princípio da Integração Ambiental → A proteção ambiental deve ser considerada na formulação e na aplicação das polí�cas públicas, dos planos, dos programas ou das a�vidades que possam causar impacto adverso no meio natural. Princípio da Proibição do Retrocesso Ecológico → É vedado o recuo dos patamares legais de proteção ambiental, salvo em situações de calamidade. Princípio do Progresso Ambiental → É dever do Estado revisar constantemente sua legislação ambiental com a finalidade de mantê-la sempre atualizada com a realidade. Diversos princípios ambientais são citados expressamente no art. 6º da Lei nº 12.305/10 (Polí�ca Nacional dos Resíduos Sólidos). @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 12 LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Ins�tui a Polí�ca Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS Art. 6º São princípios da Polí�ca Nacional de Resíduos Sólidos: I - a prevenção e a precaução; II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; IV - o desenvolvimento sustentável; V - a ecoeficiência, mediante a compa�bilização entre o fornecimento, a preços compe��vos, de bens e serviços qualificados que sa�sfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação es�mada do planeta; VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; VII - a responsabilidade compar�lhada pelo ciclo de vida dos produtos; VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reu�lizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; IX - o respeito às diversidades locais e regionais; X - o direito da sociedade à informação e ao controle social; XI - a razoabilidade e a proporcionalidade. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 13 2. JURISPRUDÊNCIA LEGITIMIDADE DOS LIMITES FIXADOS PELA LEI 11.934/2009 De acordo com o princípio da precaução, se existe uma desconfiança, um risco de que determinada a�vidade pode gerar um dano ambiental sério ou irreversível ao meio ambiente e à saúde humana, neste caso, a referida a�vidade deverá ser proibida ou restringida mesmo que ainda não exista uma certeza cien�fica de que ela é realmente perigosa. No caso analisado pelo STJ, uma associação de moradores de São Paulo ajuizou ação civil pública pedindo que a concessionária de energia elétrica "Eletropaulo Metropolitana – Eletricidade de São Paulo S.A" fosse obrigada a reduzir o campo eletromagné�cona sua linha de transmissão localizada nas proximidades deste bairro. Segundo a parte autora os níveis do campo eletromagné�co poderiam causar danos à saúde humana e ao meio ambiente e pediu que a concessionária adotasse os mesmos parâmetros que são previstos na legislação da Suíça. Entretanto, a Corte concluiu que, atualmente, não existem fundamentos fá�cos ou jurídicos a obrigar as concessionárias de energia elétrica a reduzir o campo eletromagné�co das linhas de transmissão de energia elétrica abaixo do patamar legal fixado pela ANEEL. STF. Plenário. RE 627189/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/6/2016 (repercussão geral) (Info 829). @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 14 1. (TJ-SP – 2017 – VUNESP) Em relação ao princípio da precaução, é correto afirmar: a) implica a ideia de um conhecimento completo sob os efeitos de determinada técnica – domínio cien�fico – sobre causas e efeitos de seu uso e, em razão do potencial lesivo já diagnos�cado, impõe que se evite a ocorrência desses danos já conhecidos. b) o uso de técnicas e pesquisas de organismos gene�camente modificáveis não deve ser regulado pelo princípio da precaução e sim pelo princípio da prevenção. c) foi aceito pela doutrina e jurisprudência bras i le i ras com o advento da Le i n° 11.105/2005 quando foi explicitado no ordenamento jurídico. d) obje�va regular o uso de técnicas sob as quais não há um domínio seguro de seus efeitos. 2. (TJ-SC – 2017 – FCC) O pagamento por serviços ambientais − PSA tem por fundamento a) a legislação estrangeira, não encontrando base no ordenamento jurídico brasileiro. b) o princípio da solidariedade intergeracional. c) o princípio do protetor-recebedor. d) o princípio do usuário-pagador. e) o princípio do poluidor-pagador. 3. (TJ-PB – 2015 – CESPE) A componente ambiental da definição de função social da p r o p r i e d a d e é u m d o s e l e m e n t o s fundamentais da sua configuração. No entanto, atualmente, a expressão mais adequada seria função socioambiental da propriedade. A esse respeito, tendo como base as normas jurídicas aplicáveis e a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção correta. a) Para que novo adquirente de propriedade seja responsabilizado por danos causados nessa propriedade pelo an�go proprietário, é necessário que se demonstre o nexo de causalidade entre o causador do dano e o dano em si. b) A área de propriedade com reserva legal, conservada e inscrita no cadastro ambiental rural, que exceder o mínimo legal exigido deverá cons�tuir servidão ambiental, implementada por meio de cota de reserva ambiental. c) Conforme disposto no Código Florestal, os proprietários de imóveis rurais e urbanos em que seja ins�tuída uma reserva legal devem conser var o meio ambiente na área determinada pela lei. d) O STF, ao interpretar a função social da propriedade, garante a preponderância dos critérios sociais e ambientais sobre o critério econômico no que concerne à desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária. e) A função socioambiental da propriedade está prevista no Código Civil como um limite às faculdades do proprietário. 4. (TJ-SP – 2014 – VUNESP) O EIA – Estudo de Impacto Ambiental cons�tui-se em um dos mais importantes instrumentos de proteção ao meio ambiente. Sua existência encontra-se calcada no princípio: a) da função socioambiental da propriedade. b) da equidade intergeracional. c) da prevenção. d) do desenvolvimento sustentável. 5. (TJ-SP – 2014 – VUNESP) Novamente quanto ao tema dos princípios do Direito Ambiental, o que determina que aquele que se u�liza ou usufrui de algum recurso natural deve arcar 3. QUESTÕES DE CONCURSOS OBSERVAÇÕES: Ler os comentários somente após a tenta�va de resolução das questões sem consulta. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 15 com os custos necessários para possibilitar tal uso configura o princípio: a) do usuário-pagador. b) da função socioambiental da propriedade. c) do poluidor-pagador. d) do desenvolvimento sustentável. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 16 3.1 COMENTÁRIOS 1. D ALTERNATIVA A: INCORRETA A asser�va narra na realidade o princípio da prevenção. ALTERNATIVA B: INCORRETA Há incertezas cien�ficas quanto ao uso de técnicas e pesquisas ligadas a organismos gene�camente modificados e seus efeitos no meio ambiente. Dessa forma, aplica-se o Princípio da Precaução, como diretriz para a tomada de decisões nesses casos. ALTERNATIVA C: INCORRETA A Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, consagrou pioneiramente o princípio da precaução no âmbito internacional. ALTERNATIVA D: CORRETA Apresentou o correto obje�vo do princípio da precaução. 2. C Pelo princípio do protetor-recebedor o agente público ou privado que protege um bem natural em favor da comunidade, deve receber uma compensação financeira por tal serviço ambiental prestado. Serve, portanto, para implementar uma jus�ça econômica, valorizando os protetores da natureza ao tempo em que garante a sobrevivência do ecossistema. Este princípio serve de fundamento para o PSA pelo fato de unir a proteção ambiental e ganhos econômicos para os protetores do meio ambiente, na medida em que conjuga jus�ça econômico- ambiental e desenvolvimento sustentável. 3. E ALTERNATIVA A: INCORRETA Não é necessário que se demonstre o nexo de causalidade, pois a obrigação é propter rem. ALTERNATIVA B: INCORRETA Art. 13, § 1º, do Código Florestal - No caso previsto no inciso I do caput, o proprietário ou possuidor de imóvel rural que man�ver Reserva Legal conservada e averbada em área superior aos percentuais exigidos no referido inciso PODERÁ ins�tuir servidão ambiental sobre a área excedente, nos termos da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e Cota de Reserva Ambiental. ALTERNATIVA C: INCORRETA Art. 16 do Código Florestal - Poderá ser ins�tuído Reserva Legal em regime de condomínio ou cole�va entre propriedades RURAIS, respeitado o percentual previsto no art. 12 em relação a cada imóvel. ALTERNATIVA D: INCORRETA O STF, ao interpretar a função social da propriedade, não garante a preponderância dos critérios sociais e ambientais sobre o critério econômico no que concerne à desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária. Ambos os critérios são levados em consideração, sem preponderância específica. ALTERNATIVA E: CORRETA Art. 1.228, § 1º do CC - O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e ar�s�co, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 4. C Segundo o princípio da prevenção, quando já se tem base cien�fica para previsão dos impactos a m b i e n t a i s n e ga � v o s d e c o r r e n t e s d e determinada a�vidade lesiva ao meio ambiente, devem ser impostas ao empreendedor algumas condições em sua atuação para mi�gar ou impedir os prejuízos. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 17 Dessa forma, na aplicação desse princípio, verifica-se UM RISCO CERTO, CONHECIDO,CONCRETO, JÁ SE SABENDO A EXTENSÃO E A NATUREZA DOS DANOS AMBIENTAIS, ou seja, o risco é certo, e o perigo é concreto. Exemplo de Aplicação - Exigência de estudo ambiental para o licenciamento de a�vidade apta a causar degradação ao ambiente. 5. A Segundo o princípio do usuário-pagador, as pessoas que se u�lizam dos recursos naturais escassos devem pagar pela sua u�lização, ainda que não haja poluição. Dessa forma, por esse princípio, a u�lização dos recursos naturais mais escassos deve ser cobrada na tenta�va de racionalizar sua u�lização, funcionando como medida educa�va para evitar o desperdício. Ante o exposto, a cobrança pela u�lização de um recurso natural, ainda que sem poluição, consiste em aplicação do princípio do usuário-pagador. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
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