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TFG - Terminal Rodoviário

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CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
LÍVIA RIBEIRO SANTOS 
 
 
 
 
 
ANTEPROJETO DE UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO DE 
PASSAGEIROS PARA O MUNICÍPIO DE MACAÉ/RJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes/RJ 
2015 
1 
 
LÍVIA RIBEIRO SANTOS 
 
 
 
 
 
ANTEPROJETO DE UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO DE 
PASSAGEIROS PARA O MUNICÍPIO DE MACAÉ/RJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes/RJ 
2015 
Monografia apresentada ao Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnológica Fluminense como 
requisito parcial para a conclusão do Curso de 
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. 
 
 
 
 
Orientadora: Prof. Msc. Margarida Mussa Tavares 
Gomes 
2 
 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho apresenta a proposta projetual de um Novo Terminal Rodoviário de 
Passageiros para o Município de Macaé/RJ, que ofereça alternativas de solução às questões de 
mobilidade existentes na cidade, e suporte as demandas características do rápido 
desenvolvimento da população urbana. A escolha da cidade para instalação da sede de 
exploração e produção para a Bacia de Campos da Petrobras, acarretou grandes mudanças 
físicas e econômicas ao município, sendo necessário adequar sua infraestrutura urbana a essa 
realidade. Sendo o Terminal Rodoviário um equipamento público utilizado em grande escala 
na cidade, propõe-se um Novo Terminal em uma nova localização, com infraestrutura capaz 
de garantir conforto, segurança, comodidade, atender à demanda de usuários e coletivos e se 
adequar à atual estrutura do município. Nesse sentido, para o desenvolvimento do projeto 
foram adotadas como metodologia de pesquisa e embasamento, pesquisas bibliográficas, 
estudo de referenciais projetuais, análise de mapas e levantamento de dados através de 
questionários e entrevistas. 
 
Palavras-chave: Terminal Rodoviário. Mobilidade Urbana. Transporte público. 
Desenvolvimento Urbano. Macaé. 
3 
 
 
ABSTRACT 
 
This paper presents the architectural design proposal for a new bus station passengers to the 
city of Macaé/RJ, which offers alternative solutions to existing mobility issues in the city, and 
features support the demands of the fast development of the urban population. The choice of 
the city to install the head office of exploration and production for Petrobras Campos Basin, 
caused big physical and economic changes of the municipality, being need to adapt your 
urban infrastructure to this reality. Being the bus station a public equipment used on a large 
scale in the city, it is proposed a new station in a new location, with infrastructure able to 
warrant comfort, safety, convenience, attend the demand of users and public transportation, 
and suit the current structure of the city. In this sense, for the development of the project were 
adopted as research and methodology basis, library research, study design specification 
benchmarks, analysis of maps and data collection through questionnaires and interviews. 
 
Keywords: Bus station. Urban Mobility. Public Transport. Urban development. Macaé. 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pois de maneira muito especial, pude experimentar o direcionamento e seus 
cuidados em cada etapa percorrida – me amparando nas dificuldades, concedendo coragem, 
sabedoria e capacidade para realizar esse grande projeto. 
Aos meus pais, por me conduzirem, incentivarem e não medirem esforços para que 
essa conquista fosse alcançada. 
Aos meus queridos irmãos e familiares, por terem me apoiado e, principalmente, 
sonhando comigo. 
Ao meu namorado, que durante todo esse ciclo, esteve presente incentivando, trazendo 
alegria e de prontidão para me ajudar em todas as vezes que precisei. 
Aos meus amigos, por durante toda essa trajetória, ajudarem com boas doses de ânimo 
e compreendendo a ausência muitas vezes necessária. 
Aos meus companheiros de curso, e em especial Alberto, Bianca e Júlia, pela amizade 
fiel, pelos inúmeros incentivos, e principalmente por me permitirem dividir tão intensamente 
cada momento dessa jornada com vocês. 
A Júlia e Fernanda, pela convivência tão agradável no dia-a-dia, vocês foram amigas, 
mães e irmãs na estadia em Campos. 
Aos mestres – professores e profissionais, com quem convivi ao longo desse curso, 
que com muito conhecimento me formaram, e me prepararam para chegar até aqui. Em 
especial aos que contribuíram para a elaboração desse trabalho: Silvana, Leonardo, Zander e 
Rosane. 
A minha querida orientadora Margarida, por ter acreditado no meu trabalho, por muito 
me ajudar, ensinar e incentivar para que eu pudesse realizá-lo. 
5 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Localização do Terminal Rodoviário de Passageiros em relação ao Terminal 
Urbano Central ......................................................................................................................... 11 
Figura 2 – Encontro de ônibus urbanos e interurbanos na Rua Dr. Francisco Portela ............. 11 
Figura 3 – Localização da cidade em relação ao estado do Rio de Janeiro. ............................. 20 
Figura 4 – Localização do Terminal Rodoviário em Relação ao Terminal Integrado Central 24 
Figura 5 – Cobertura metálica do Terminal Rodoviário........................................................... 43 
Figura 6 – Fachada lateral do Terminal .................................................................................... 43 
Figura 7 – Setorização do Terminal Rodoviário ...................................................................... 45 
Figura 8 – Setorização do Terminal Rodoviário ...................................................................... 45 
Figura 9 – Vista da construção ................................................................................................. 46 
Figura 10 – Fachada Lateral. .................................................................................................... 47 
Figura 11 – Vista da edificação. ............................................................................................... 48 
Figura 12 – Fachada frontal da edificação................................................................................ 48 
Figura 13 – Localização do bairro Botafogo em relação à cidade. .......................................... 49 
Figura 14 – Área do bairro Botafogo como vetor de crescimento da cidade. .......................... 50 
Figura 15 – Localização do terreno em relação aos principais eixos viários do município. .... 50 
Figura 16 – Interior do Terreno ................................................................................................ 51 
Figura 17 – Vista do terreno da esquina da RJ 168 e Linha Azul. ........................................... 52 
Figura 18 – Proximidade com os acessos da cidade ................................................................. 52 
Figura 19 – Características topográficas da área de implantação do terminal. ........................ 53 
Figura 20 – Trajetória e Orientação Solar ................................................................................ 54 
Figura 21 – Área prevista para implantação do Terminal Rodoviário. .................................... 55 
6 
 
Figura 22 – Área prevista para a construção do Terminal Rodoviário ..................................... 56 
Figura 23 – Zonas e Setores Viários permitidos nas atividades do Grupo III – Usos Especiais
 .................................................................................................................................................. 57Figura 24 – Localização do Terreno em Relação aos Setores Viários. .................................... 58 
Figura 25 – Eixos de crescimento no entorno do Centro Cívico. ............................................. 59 
Figura 26 – Fluxograma e Setorização do Terminal Rodoviário de Passageiros. .................... 61 
Figura 27 - Partido do projeto: traços de velocidade ................................................................ 62 
Figura 28 – Croqui da volumetria............................................................................................. 62 
Figura 29 – Implantação do Terminal Rodoviário ................................................................... 63 
Figura 30 – Corte longitudinal ................................................................................................. 63 
Figura 31 – Implantação ........................................................................................................... 63 
Figura 32 – Planta baixa – Térreo – Prédio principal ............................................................... 63 
Figura 33 – Planta baixa – 1º pavimento .................................................................................. 63 
Figura 34 – Vista fachada principal do Terminal ..................................................................... 68 
Figura 35 – Fachada Frontal ..................................................................................................... 68 
Figura 36 – Fachada fundos do Terminal ................................................................................. 68 
Figura 37 – Fachada fundos do Terminal ................................................................................. 69 
Figura 38 – Perspectiva – Lateral esquerda do Terminal ......................................................... 69 
Figura 39 – Perspectiva lateral direita ...................................................................................... 70 
Figura 40 – Perspectiva interna do Terminal Rodoviário......................................................... 70 
Figura 45 – Revestimento em Placas de ACM ......................................................................... 74 
Figura 46 – Asmacati Shopping Center .................................................................................... 74 
7 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos 
 
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres 
 
COSCIP – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico 
 
DER – Departamento de Estradas e Rodagem 
 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 
JLAA – Jaime Lerner Arquitetos Associados 
 
MITERP – Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros 
 
PNMU – Política Nacional de Mobilidade Urbana 
 
SIT – Sistema Integrado de Transporte 
8 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10 
1 MOBILIDADE URBANA .................................................................................................. 14 
1.1 Contexto socioeconômico ................................................................................................ 14 
1.2 Transporte Urbano em países em desenvolvimento .................................................... 17 
1.3 Classificação dos Modos e Modais de Transporte ....................................................... 17 
2 A CIDADE DE MACAÉ NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO 
E MOBILIDADE URBANA .................................................................................................. 20 
2.1 Mobilidade Pendular em Macaé .................................................................................... 22 
2.2 Caracterização do atual Terminal Rodoviário de Macaé/RJ...................................... 24 
3 TERMINAIS RODOVIÁRIOS ...................................................................................... 29 
3.1 Classificação dos Terminais Rodoviários de Passageiros ............................................ 30 
3.2 Localização dos Terminais Rodoviários de Passageiros .............................................. 30 
3.3 Diretrizes aplicadas ao projeto arquitetônico de Terminais Rodoviários de 
Passageiros .............................................................................................................................. 31 
4 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS ......................................................................... 35 
5 PRECEDENTES PROJETUAIS ................................................................................... 42 
5.1 Terminal Rodoviário Consórcio Novo Terminal ......................................................... 42 
5.2 Sede da “Fancy” Retail ................................................................................................... 46 
5.3 Sede da Companhia Massimo Dutti .............................................................................. 47 
6 PROPOSTA ARQUITETÔNICA ................................................................................. 49 
6.1 Escolha do Terreno e Localização ................................................................................. 49 
6.1.1. Características topográficas e climáticas ........................................................................ 53 
9 
 
6.2 Previsão de construção de um Novo Terminal no município ...................................... 54 
6.3 Parâmetros Urbanísticos ................................................................................................ 56 
6.3.1. Características do entorno .............................................................................................. 58 
6.4 Estudos de projeção da demanda, programa de necessidades e pré-
dimensionamento .................................................................................................................... 59 
6.5 Conceito e partido ........................................................................................................... 61 
6.6 O Projeto .......................................................................................................................... 62 
6.7 Perspectivas...................................................................................................................... 68 
7 MEMORIAL DESCRITIVO ......................................................................................... 71 
7.1 Sistema construtivo ......................................................................................................... 71 
7.2 Cobertura ......................................................................................................................... 72 
7.3 Revestimentos externos e pintura .................................................................................. 73 
7.4 Esquadrias ....................................................................................................................... 74 
7.5 Paisagismo ........................................................................................................................ 74 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 75 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 76 
APÊNDICE ............................................................................................................................. 81 
QUESTIONÁRIO ................................................................................................................... 82 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
Compreendendo os Terminais Rodoviários de Passageiros como peças fundamentais à 
mobilidadeurbana – uma vez que proporcionam os deslocamentos necessários à população, o 
objetivo deste trabalho é elaborar um terminal rodoviário de passageiros que se adeque à atual 
conjuntura da cidade de Macaé/RJ, conhecida como Capital Nacional do Petróleo, após o 
estabelecimento da Petrobras na região. 
De acordo com estudo realizado por Jaime Lerner Arquitetos Associados (JLAA) 
(2010), o município de Macaé, localizado no norte do estado do Rio de Janeiro, foi elevado à 
categoria de cidade em 1846. Sua economia baseava-se na produção de cana-de-açúcar, 
pecuária leiteira, pesca artesanal e pequenas indústrias de bens de consumo. No entanto, a 
decisão da Petrobras de instalar na cidade a sua base de operações de exploração e de 
produção para a Bacia de Campos, em 1978, constituiu o marco inicial de um processo de 
grandes mudanças na estrutura produtiva regional, e em especial, do município. 
Segundo JLAA (2010, Produto 2, p. 11): 
Desde então, a cidade vem passando por um expressivo processo de 
reestruturação e se posiciona como o principal centro do dispositivo logístico 
da Petrobras e das demais empresas do setor. [...] Sem dúvida, nessas duas 
décadas, Macaé transformou-se em um centro urbano dinâmico, que renovou 
totalmente sua estrutura produtiva e se encontra inserido nos circuitos da 
economia global. Toda essa prosperidade provocou um afluxo maciço de 
população que sobrecarrega os serviços de infraestrutura urbana, 
educacionais e de transporte. 
 
Macaé está inserida num contexto de intenso crescimento, sendo possível observar a 
necessidade da implantação de um novo Terminal Rodoviário para o município. Esta 
afirmação é baseada nas premissas de que o terminal existente passou a não apresentar a 
capacidade necessária para atender às demandas atuais, além de se encontrar em péssimo 
estado, conforme será mostrado no capítulo 3. 
Localizado no Centro da cidade, na Rua Dr. Francisco Portela, o Terminal Rodoviário 
encontra-se próximo ao Terminal Urbano Central, pertencente ao Sistema Integrado de 
Transporte da cidade (Figura 01). A atual localização dos terminais aumenta 
significativamente o fluxo de veículos na região, causando grandes congestionamentos em 
horários de pico (Figura 02). 
 
11 
 
Figura 1 – Localização do Terminal Rodoviário de Passageiros em relação ao Terminal Urbano 
Central 
 
Fonte: Google Earth (2015), adaptado pelo autor. 
 
Fonte: Google Earth (2015). 
 
As problemáticas encontradas atualmente na configuração do Terminal Rodoviário de 
Macaé/RJ conduziram ao objetivo geral do trabalho: elaborar o projeto de um novo terminal 
para a cidade, que será proposto em um novo local, de forma a se adequar às demandas 
existentes. 
Com o intuito de atingir o objetivo principal, definiram-se os seguintes objetivos 
Figura 2 – Encontro de ônibus urbanos e interurbanos na Rua Dr. Francisco Portela 
12 
 
específicos: proporcionar um maior conforto aos usuários, através de uma infraestrutura 
condizente com as demandas da cidade; atentar para a acessibilidade universal, 
sustentabilidade e eficiência energética; e oferecer alternativas que colaborem para solucionar 
as questões de mobilidade existentes no município. 
Para o desenvolvimento do presente trabalho, utilizou-se a pesquisa científica de 
natureza aplicada, com o objetivo de reunir conhecimentos para elaboração do projeto do 
Terminal Rodoviário, solucionando assim um problema específico e de interesse local do 
município. Desse modo, os estudos realizados caracterizam-se como exploratórios ao 
agregarem informações aos poucos dados existentes sobre o tema abordado. 
Para embasamento teórico, foram utilizadas pesquisas bibliográficas com o objetivo de 
aumentar o conhecimento em relação ao tema, bem como o estudo de referenciais projetuais – 
projetos e construções que se assemelham quanto às intenções plásticas, funcionais, 
tipológicas e/ou tecnológicas do projeto a ser elaborado. Além das pesquisas, estão incluídas 
na metodologia, a realização de entrevistas e aplicação de questionários, com o objetivo de 
aproximar as percepções dos usuários ao projeto. 
Este trabalho monográfico é composto por oito capítulos, e está estruturado em três 
partes: embasamento teórico, embasamento projetual e desenvolvimento projetual. A primeira 
parte foi desenvolvida nos capítulos um, dois e três e tem a intenção de aprofundar o debate 
sobre questões que dizem respeito à mobilidade em centros urbanos e, em especial, na cidade 
de Macaé. A segunda parte relaciona-se ao embasamento projetual, contendo análises e 
diretrizes para o projeto e compreendida nos capítulos quatro e cinco. A terceira parte diz 
respeito ao desenvolvimento projetual, onde será apresentado o anteprojeto do terminal 
rodoviário e suas conclusões, durante os capítulos seis, sete e oito. 
No primeiro capítulo, foi abordada a relevância da mobilidade urbana, direito 
fundamental dos cidadãos à cidade, e sua influência no bom funcionamento dos centros 
urbanos. Nesse sentido, relacionou-se o transporte rodoviário como meio de integração, e 
peça fundamental à mobilidade. 
O capítulo dois aborda a cidade de Macaé no contexto do desenvolvimento urbano e 
mobilidade, apontando o crescimento desordenado da cidade, e a necessidade de readequação 
no que se refere à infraestrutura do município. 
No terceiro capítulo, apresentou-se o conceito de Terminal Rodoviário de Passageiros, 
sua classificação quanto ao modo de transporte e quanto ao tipo de viagens e destinos; além 
de abordar as diretrizes para localização e projeto dessa tipologia de terminais. 
No capítulo quatro, são expostos as entrevistas realizadas e os resultados obtidos. No 
13 
 
quinto capítulo, são apresentadas as diretrizes projetuais para desenvolvimento do projeto, que 
consistem em precedentes plástico, tecnológico, tipológico e funcional. 
No sexto capítulo, a proposta arquitetônica do anteprojeto é apresentada. No sétimo, 
os materiais utilizados no projeto. Finalmente, no oitavo capítulo, são apresentadas as 
conclusões finais do trabalho, sintetizando o desenvolvimento e análise do mesmo. 
A relevância deste trabalho monográfico está em, através da compreensão das 
transformações vivenciadas no acelerado processo de desenvolvimento da cidade de 
Macaé/RJ, propor o projeto de um novo Terminal Rodoviário em uma nova localização. 
Através dessa proposta, busca-se garantir o conforto dos usuários, auxiliar na melhoria da 
mobilidade urbana da cidade, além de obter um Terminal Rodoviário de Passageiros que se 
adeque às demandas existentes e atual estrutura da cidade. 
 
14 
 
1 MOBILIDADE URBANA 
 
A Mobilidade Urbana é um tema de grande relevância atualmente. Esta representa um 
direito fundamental dos cidadãos à cidade, uma vez que a circulação de pessoas e veículos é 
essencial para o desenvolvimento e bom funcionamento dos centros urbanos, garantindo a 
qualidade de vida nas cidades. 
A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, institui as diretrizes da Política Nacional de 
Mobilidade Urbana e define mobilidade urbana como “condição em que se realizam os 
deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano”. O objetivo da Lei é contribuir para o 
acesso universal à cidade. Dessa forma, institui infraestruturas de mobilidade urbana, dentre 
elas, terminais, estações e demais conexões. 
Nesse sentido, um Terminal Rodoviário com um funcionamento adequado e eficiente, 
contribui para a melhoria da qualidade de vida da população urbana e para a mobilidade de 
um modo geral, ao tornar acessíveis à população os deslocamentos necessários, aliados ao 
conforto e qualidade. 
 
1.1 Contexto socioeconômico 
 
O rápido processode urbanização vivenciado pelo Brasil, intensificado após a 
Primeira Revolução Industrial, se tornou um dos principais fatores de deslocamento da 
população da área rural para as cidades, contribuindo com consequências diretas no que se 
refere à Mobilidade Urbana. 
De acordo com o Ministério das Cidades (2014), o processo de urbanização da 
população brasileira apresenta peculiaridades espaço-temporais. Comparativamente a outros 
países do mundo, o Brasil é um dos que mais rapidamente realizou a passagem de sua 
população da expressamente rural para a urbana. Processo que levou menos de um século para 
se realizar (Gráfico 1). 
 
 
 
 
 
Gráfico 1: Comparação do grau de urbanização da população brasileira com 
outros países no período de 1960 – 2005. 
15 
 
 
Fonte: MINISTÉRIO DAS CIDADES, a partir de dados de NATION MASTER (2012). 
Atualmente, mais de 80% da população no Brasil vive em cidades. De 190 milhões de 
habitantes, 160 milhões reside em áreas urbanas, e 30 milhões em áreas rurais, segundo 
informações do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – CENSO 2010. 
O gráfico a seguir (Gráfico 2), salienta o crescimento da população urbana entre o 
período de 1940 a 2010, onde a diferença percentual entre a população urbana e rural variou 
de 38% em 1940, para 68% em 2010. 
 
Gráfico 2: Distribuição percentual da população brasileira entre rural e urbana, no período de 1940 – 
2010. 
 
Fonte: Ministério das Cidades, a partir de dados do IBGE, 2012. 
O crescimento da população urbana gera consequências diretas no trânsito, sendo 
necessário tornar eficaz a mobilidade para satisfazer as demandas dessa rápida expansão. Ban 
16 
 
Ki-Moon, Secretário-Geral da ONU, destaca a problemática dos países em desenvolvimento, 
na busca de adequar sua infraestrutura ao acelerado crescimento populacional nos centros 
urbanos: 
A maior parte do crescimento urbano do mundo ocorre em países em 
desenvolvimento, onde muitos centros urbanos já tem infraestrutura 
inadequada e autoridades estão à procura de soluções para responder 
adequadamente às demandas da rápida expansão das populações urbanas. 
(FOLHA DO MS, 2014). 
 
Sob a perspectiva da necessidade de um sistema de mobilidade urbana eficiente, e em 
vista dos problemas no deslocamento que dificultam o bom desenvolvimento da sociedade e 
interferem na qualidade de vida da população, durante anos, foram aplicadas soluções 
imediatistas ao tentar resolver os problemas da crise urbana. 
Hoje, se faz necessário o planejamento em longo prazo, envolvendo todos os 
segmentos da sociedade e todas as esferas de governo. Nesse sentido, o Governo Federal, por 
meio do Ministério das Cidades, propôs a Política Nacional de Mobilidade Urbana, 
estabelecendo novas regras para a utilização de transportes públicos e privados, aliando as 
questões de sustentabilidade energética e acessibilidade universal (MINISTÉRIO DAS 
CIDADES, 2014). 
A legislação incentiva a priorização do transporte coletivo, público e não 
motorizado, em detrimento ao individual, particular e motorizado. (...) Na 
lei, a Política de Mobilidade Urbana é considerada instrumento da Política 
Urbana e prevê que o município deve planejar a mobilidade na área urbana 
da sede municipal e a sua inter-relação com suas subunidades territoriais – 
os distritos – principalmente seus espaços urbanizados (MINISTÉRIO DAS 
CIDADES, 2014, p.3). 
 
Sendo assim, reforça-se a indispensabilidade de gerir as áreas urbanas através do 
atendimento às necessidades provenientes de tal crescimento, dentre elas, a mobilidade 
urbana. Esta se encontra diretamente ligada à qualidade de vida e desenvolvimento econômico 
das cidades e do país. 
 É necessário que se invista em soluções para essa problemática, através de meios de 
transporte público de qualidade e integração dos modais de transporte, de forma a garantir o 
acesso universal à cidade e ao desenvolvimento urbano. 
 
17 
 
1.2 Transporte Urbano em países em desenvolvimento 
 
É de conhecimento geral, o déficit que os países em desenvolvimento apresentam no 
quesito de mobilidade urbana em relação aos países desenvolvidos. O crescimento recente, e 
muitas vezes desordenado desses países, reflete diretamente na qualidade de vida da 
população urbana. 
Esses países apresentam características comuns no que diz respeito à problemática do 
transporte urbano. A expansão das cidades modernas em grandes áreas fez com que os 
transportes automotivos se tornassem essenciais para o deslocamento, criando a dependência 
do seu uso em cidades médias e grandes (VASCONCELLOS, 2000). 
Observa-se que o uso do transporte privado se torna predominante em relação ao 
transporte público, ao apresentar maior flexibilidade, enquanto os meios de transporte 
públicos apresentam deficiências em relação a sua eficácia, tempo de deslocamento, e 
conforto. Essa situação, aliada à falta de infraestrutura e planejamento dos países em 
desenvolvimento, acarreta congestionamentos frequentes. 
Nesse sentido, Draibe aponta: 
Nos países em desenvolvimento, o ônibus ainda é o meio mais utilizado de 
locomoção de grande parcela da população. Nesse sentido, as políticas de 
transporte urbano constituem instrumentos muito importantes para gerenciar 
o crescimento das cidades de forma eficiente e sustentável, mas com uma 
preocupação social clara: as políticas de transporte podem ser usadas para 
“reduzir os graus de desigualdade (...) (e) para suprimir as tendências de 
reprodução intergeracional e espacial da pobreza. (DRAIBE, 1993:39 apud 
VASCONCELLOS, 2000, p.13) 
 
Segundo Vasconcellos (2000), o ônibus é o meio de transporte mais importante nesses 
países, devido às facilidades de implantação, diferentes possibilidades de tecnologias e 
variações de capacidade e serviços. 
Nesse contexto, o transporte rodoviário de passageiros assume importância 
fundamental para o sistema de mobilidade urbana no Brasil, tornando-se evidente sua 
importância na integração e desenvolvimento das pessoas. 
 
1.3 Classificação dos Modos e Modais de Transporte 
 
Na estrutura das cidades, os meios de transporte representam vital importância para a 
18 
 
obtenção do seu bom funcionamento, influenciando diretamente na qualidade de vida urbana. 
Representam a garantia da mobilidade, e acesso às diversas atividades desenvolvidas pela 
população – saúde, trabalho, cultura, lazer, e todas outras desenvolvidas na vida cotidiana. 
Os meios de transporte classificam-se quanto aos modais e quanto aos modos. 
De acordo com Ferraz e Torres (2004, apud MENDES; FANTIN, 2012), a palavra 
modo é empregada para caracterizar a maneira como o transporte é realizado. No que diz 
respeito à origem do esforço utilizado no deslocamento, os modos de transporte podem ser 
classificados como motorizados (quando se utiliza outra fonte de energia, a qual é 
transformada em energia mecânica por um motor), e não motorizados (quando o esforço para 
movimentação é realizado pelo homem ou tração animal). Quanto aos modos de transporte 
urbano de passageiros, podem ser classificados em: 
  Privado ou individual: é quando um usuário conduz um veículo podendo escolher 
livremente o caminho e o horário de partida. 
 Público, coletivo ou de massa: são veículos que operam em rotas predefinidas e 
horários fixos. Neste modo de transporte, a viagem é compartilhada por um grande número de 
passageiros, já que a capacidade do veículo é grande. 
 Semipúblico: são veículos pertencentes a uma empresa ou indivíduo, podendo ser 
utilizado por determinado grupo de indivíduos ou qualquer pessoa. Neste modo de transporte, 
a rota e os horários são adaptáveis aos desejosdos usuários, apresentando características 
intermediárias entre os modos privado e público. 
Os modais de transporte existentes classificam-se em: transporte Rodoviário, 
Ferroviário, Hidroviário, Marítimo e Dutoviário. 
No Brasil, o transporte rodoviário é o modal mais utilizado para o transporte de 
passageiros, respondendo por 48% do transporte interestadual de passageiros (MINISTÉRIO 
DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, 2015). 
Segundo SOARES JÚNIOR et. al; (2011) apud Ballou (2001), o transporte rodoviário 
é o mais utilizado no país: de 96% do movimento de passageiros, 60% pertence ao transporte 
rodoviário. 
Os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros no 
Brasil são responsáveis por uma movimentação superior a 140 milhões de usuários/ano, sendo 
passageiros transportados nos serviços regulares e nos serviços fretados (ANTT, 2009). 
De acordo com Gouvêa (1980), ao optar por um modal de transporte, o usuário é 
influenciado por variáveis de serviço: tempo, custos de transporte, conforto e conveniência 
19 
 
para o usuário, e segurança. 
Desse modo, pode-se concluir que o transporte coletivo influencia na qualidade de 
vida urbana. Os usuários brasileiros, ao optarem pelo modal de transporte rodoviário, 
ponderam uma série de atributos do mesmo, devendo o serviço apresentar confiabilidade, 
tempo de deslocamento e custos adequados, acessibilidade, conforto, conveniência e 
segurança. 
20 
 
2 A CIDADE DE MACAÉ NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO 
URBANO E MOBILIDADE URBANA 
 
A cidade de Macaé/RJ localiza-se na Mesorregião do Norte Fluminense (Figura 3) e 
caracteriza-se por seu potencial em exploração petrolífera. Apresentou uma veloz evolução 
urbana nas últimas décadas, em função do estabelecimento da Petrobras na cidade. 
 
Figura 3 – Localização da cidade em relação ao estado do Rio de Janeiro. 
 
Fonte: Wikipedia (2015). 
Segundo análise feita por Jaime Lerner Arquitetos Associados (2010), a expansão da 
população urbana no município na década de 1950, pode ser atribuída a uma série de motivos: 
 
O grande aumento populacional verificado na década de 50, como constatam 
os dados do IBGE, podem estar ligados a uma série de fatores como: o 
grande êxodo rural no pós guerra; a dragagem do rio Macaé iniciada na 
década de 40 que criou novas áreas habitáveis; a construção da Rodovia 
Amaral Peixoto e o funcionamento da Usina Hidrelétrica de Macabu, 
21 
 
trazendo maior comodidade à população que passa a dispor de energia 
elétrica suficiente (JLAA, 2010, p.6). 
 
Já no início da década de 1960, a população estimada era de 58 mil habitantes, 
incluindo Carapebus e Quissamã, e tendo como principais fontes de renda atividades 
primárias e turismo. Até 1970, possuía uma ocupação típica de orla marítima brasileira. Em 
1978, com o estabelecimento da Petrobras na região, e o afluxo de outras empresas e 
profissionais atraídos pela dinamização econômica provocada pela estatal brasileira de 
petróleo, o crescimento do município foi fortemente intensificado (JLAA, 2010). 
 
[...] Desde então, a cidade vem passando por um expressivo processo de 
reestruturação e se posiciona como o principal centro do dispositivo logístico 
da Petrobras e das demais empresas do setor. (...) Sem dúvida, Macaé 
transformou-se em um centro urbano dinâmico, que renovou totalmente sua 
estrutura produtiva e se encontra inserido nos circuitos da economia global. 
Toda essa prosperidade provocou um afluxo maciço de população que 
sobrecarrega os serviços de infraestrutura urbana, educacionais e de 
transporte (JLAA, 2010, p.11) 
 
As Tabelas 1 e 2 exemplificam o crescimento acelerado da cidade. No ano de 2000, a 
taxa de crescimento da população no município cresceu em 3,85, enquanto a taxa do estado 
foi de 1,28 (Tabela 1). 
Segundo censo realizado pelo IBGE em 2010, a cidade apresenta população de 
aproximadamente 206.728 habitantes. A necessidade de reestruturação da infraestrutura 
urbana do município para satisfazer as demandas dessa rápida evolução e solucionar os 
problemas referentes à mobilidade torna-se evidente. 
 
 
 
Fonte: JLAA, a partir de dados da Fundação CIDE, PLHIS (2010). 
 
 
 
 
Tabela 1 – Taxa de Crescimento da População Residente. 
22 
 
 
 
 
Fonte: JLAA, a partir de dados da Fundação CIDE, PLHIS (2010) 
 
2.1 Mobilidade Pendular em Macaé 
 
Denomina-se “Mobilidade Pendular” o fenômeno dado por movimentos quotidianos 
das populações entre o local de residência e o local de trabalho ou estudo (CINTRA et al., 
2009). 
O desenvolvimento econômico da cidade, advindo da extração e produção de petróleo, 
impulsionou grandes fluxos migratórios para o município, além de decorrentes deslocamentos 
populacionais pendulares. 
Tais movimentos (diários ou não), por motivos de trabalho ou estudo, encontram-se 
diretamente ligados ao encarecimento dos terrenos, imóveis e aluguéis e a emergência de 
problemas sócio espaciais (violência, favelização, poluição, etc.). Dessa forma, parte 
considerável da mão-de-obra da cidade reside em municípios vizinhos. Além dos 
deslocamentos diários, muitos trabalhadores são vinculados às plataformas petrolíferas 
realizando deslocamentos de média e longa distância (BECKER, 2000). 
A Tabela 3 expõe os dados a partir do Censo 2010, onde o deslocamento diário do 
arranjo de “Macaé – Rio das Ostras/RJ” possui forte ligação com o do “Rio de Janeiro/RJ”, 
alcançando 13.058 pessoas que se deslocam para trabalhar e/ou estudar. O número de 
deslocamentos diários é quase igual ao do fluxo entre os arranjos do Rio de Janeiro/RJ e São 
Paulo/SP, as duas maiores metrópoles do Brasil. 
O arranjo de “Campos dos Goytacazes/RJ” em relação ao de “Macaé – Rio das 
Ostras/RJ”, e o de “Cabo Frio/RJ” com “Macaé – Rio das Ostras/RJ” alcançaram um total de 
9.010 pessoas, e de 9.429 pessoas, respectivamente. 
 
Tabela 2 – Histórico da População do Município 
23 
 
Tabela 3 – Fluxos de deslocamentos e índice de integração entre arranjos populacionais: casos 
especiais – Brasil - 2010 
 
Fonte: IBGE (2015) 
Grande parte dessa dinâmica pendular é realizada por meio do transporte rodoviário de 
passageiros. Segundo dados da Socicam, empresa responsável pela administração do atual 
Terminal Rodoviário do município, a média de utilização é de 7000 usuários por dia 
(SOCICAM, 2015). 
O Terminal Rodoviário de Passageiros existente está localizado no Centro da cidade, 
próximo ao Terminal Central, do sistema de transporte integrado de passageiros operado pela 
SIT-Macaé. Em horários característicos de grande movimentação de veículos – horas de pico, 
provoca grande acúmulo de ônibus e automóveis, o que prejudica o fluxo do entorno, 
atrasando o sistema (Figura 4). 
 
24 
 
Figura 4 – Localização do Terminal Rodoviário em Relação ao Terminal Integrado Central 
 
Fonte: Google Earth, adaptação própria (2015). 
 
O Terminal Rodoviário de Macaé, cuja estrutura permanece adequada às 
características da cidade antes do estabelecimento da Petrobras, encontra-se incapaz de 
atender as demandas existentes atualmente, além estar inserido em transtornos causados no 
trânsito do seu entrono – consequência de sua atual localização, reforçando-se a necessidade 
de sua implantação em um novo local no município, de modo que solucione as questões de 
mobilidade existentes, e seja capaz de atender as reais demandas. 
 
2.2 Caracterização do atual Terminal Rodoviário de Macaé/RJ. 
 
 
Foi realizado um levantamento fotográfico com o intuito de registrar a atual situação 
do Terminal Rodoviário do município (Tabela 4). As fotografias deste levantamentoforam 
feitas no dia 28 de março de 2015 e pertencem ao acervo pessoal da autora. 
 
 
 
25 
 
 
Tabela 4 – Levantamento Fotográfico 
FOTOGRAFIA COMENTÁRIOS 
 
Fachada principal do Terminal Rodoviário. 
Localizada na Rua Vereador Abreu Lima, é 
por onde a maioria dos usuários que vem a pé 
ou de ônibus urbanos acessa o terminal. Os 
táxis ficam neste ponto da rodoviária. Ao 
lado, pode ser observada a proximidade com o 
camelódromo da cidade. 
 
Ponto de táxi e local de paradas das linhas de 
Rio das Ostras, Barra e Unamar. 
 
Local de embarque e desembarque das linhas 
de ônibus intermunicipais e interestaduais. O 
Terminal Rodoviário contém 9 baias 
destinadas ao embarque e desembarque de 
veículos. 
 
 
Vista interna do Terminal: do lado direito, as 
plataformas de embarque e desembarque; do 
lado esquerdo, as bilheterias e lanchonetes do 
Terminal Rodoviário. 
26 
 
 
 
Vista interna do Terminal. Observa-se que os 
locais de espera resumem-se em alguns 
bancos situados no lado esquerdo da vista do 
observador. Estes não atendem a capacidade 
de usuários, ficando grande parte em pé ao 
longo do terminal. 
 
 
Local de embarque e desembarque de veículos 
particulares. Localizado na fachada dos 
fundos do Terminal Rodoviário, este não é 
suficiente em horários de grande 
movimentação. 
Observa-se que o Terminal não possui um 
estacionamento próprio, sendo uma 
dificuldade para os usuários buscar vagas para 
estacionamento no entorno, por se tratar de 
uma área central da cidade. 
 
 
Banca de Jornal existente. Nota-se que não 
existem outros tipos de comércio no terminal, 
além de lanchonetes. 
 
 
O terminal dispõe de três telefones públicos. 
27 
 
 
Os terminal dispõe de um banheiro feminino e 
um masculino, ambos são pagos. 
 
 
Os locais de espera se resumem em poucos 
bancos enfileirados do lado esquerdo do 
terminal. Estes são separados da área de 
embarque e desembarque do Terminal por 
uma grade, e não são suficientes para o 
número de usuários, mesmo em horários 
menos movimentados. 
 
 
Local de guarda-volumes, e almoxarifado do 
terminal. 
28 
 
Fonte: Acervo pessoal (2015). 
 
Com o intuito de entender o funcionamento e as demandas existentes, foi realizada 
uma entrevista em 26 de maio de 2015, com a SOCICAM, empresa administradora do 
Terminal Rodoviário. 
De acordo com os dados fornecidos pela empresa, a atual rodoviária possui em média 
2800 partidas diárias de ônibus, incluindo as linhas intermunicipais e interestaduais. Cerca de 
7000 usuários/dia utilizam esses transportes. Ainda foi informado que 6 empresas atuam no 
Terminal – Macabu, Viação 1001, Macaense, Águia Branca, Útil e Itapemirim. 
Com base nas informações fornecidas, é possível concluir que a rodoviária possui um 
grande fluxo de usuários e um número considerável de partidas diárias, estando acima da 
capacidade de 9 baias de embarque e desembarque existentes. 
 
Situação de abandono dos banheiros 
existentes no terminal. 
 
 
Áreas subutilizadas do terminal. É possível 
perceber a proximidade com o camelódromo 
da cidade, e a inexistência de divisão entre 
eles. 
29 
 
3 TERMINAIS RODOVIÁRIOS 
 
Comumente chamados de rodoviárias, os Terminais Rodoviários de Passageiros são 
caracterizados como importantes componentes na infraestrutura urbana. Além de 
contribuírem para a mobilidade e acessibilidade, se constituem como um importante fator de 
integração nacional, e geradores de empregos de mão-de-obra, serviços e impostos. Desse 
modo, impulsionam o desenvolvimento urbano, regional e nacional (SOARES, 2006). 
Segundo Soares (2006), o terminal rodoviário de passageiros consiste numa estrutura 
física e operacional, especialmente construída para esse fim, na qual são desenvolvidas as 
atividades que possibilitam deslocamentos internos e a transferência eficiente, eficaz e segura 
do passageiro do modal de transporte utilizado até o ponto destinado ao embarque no ônibus-
rodoviária e vice-versa. 
Vuchic (1986 apud SOARES, 2006) define que um terminal, sob o ponto de vista 
estrito, é o ponto final de uma ou mais linhas de ônibus, mas de qualquer forma, o termo é 
muitas vezes usado para amplas estações com comodidades para os passageiros, com salas de 
espera, box para a venda de bilhetes e outros. 
De acordo com Gouvêa (1980, p. 16): 
Um terminal de passageiros se caracteriza como um elemento de apoio ao 
sistema de transportes através do qual se processa a interação entre indivíduo 
e serviço de transporte. Este elemento pode representar o ponto final de uma 
viagem ou um ponto intermediário para transferência a outro modo de 
transporte, durante uma viagem. Assume aspectos mais variados, desde um 
simples ponto de parada de ônibus, até um terminal multimodal e cada um 
possui características próprias que condicionam a sua operação e 
localização. 
 
 Pode-se dizer que o terminal, como um elemento de apoio, é capaz de promover uma 
maior eficiência do sistema de transportes, contribuindo para sua melhor utilização. Se a 
capacidade não for adequada, poderá trazer transtornos ao mesmo. 
Um Terminal Rodoviário de Passageiros caracteriza-se por ser um ambiente onde 
pessoas e veículos devem transitar com o máximo de conforto e eficiência, estimulando 
continuamente sua utilização para locomoção coletiva, e fortalecendo o desenvolvimento 
econômico e social da população (ARRUDA, 2013). 
 
30 
 
3.1 Classificação dos Terminais Rodoviários de Passageiros 
 
De acordo com Gouvêa (1980), os terminais rodoviários de passageiros classificam-se 
quanto ao modo de transporte e quanto à organização política administrativa da origem e 
destino das viagens. 
Quanto ao modo de transporte, classificam-se em unimodais e multimodais: 
- Terminal unimodal: é aquele que presta serviços a um único modo de 
transporte. 
- Terminal multimodal: serve a mais de uma modalidade de transporte 
integrado e na maioria das vezes representa um ponto de transbordo 
necessário para se atingir o destino final. É um tipo de terminal mais 
característico dos grandes centros urbanos (GOUVÊA, 1980, p.19). 
 
A classificação quanto à organização política administrativa da origem e destino das 
viagens, é definida em: terminais urbanos, interurbanos, interestaduais e internacionais: 
- Terminais urbanos: quanto os pontos extremos da viagem, ou seja, os 
terminais, estão localizados numa mesma cidade ou área metropolitana. 
Visando atender aos transportes urbanos, suburbanos e intermunicipais de 
pequena distância, quando existe uma dependência socioeconômica entre os 
núcleos servidos, provocando um movimento diário de pessoas de um a 
outro núcleo urbano. 
Os usuários dos terminais urbanos, normalmente, se caracterizam pela 
ausência de bagagens, pequena permanência no terminal, e grande parte 
deles realizam viagens pendulares de frequência diária. 
- Terminal interurbano: quando os pontos extremos da viagem estão 
localizados em núcleos urbanos socioeconômicos independentes, origens e 
destinos das linhas de transporte interurbano. Estes terminais poderão 
atender às condições de serviço e transporte de média e longa distância entre 
os núcleos urbanos. 
Os usuários deste terminal poderão ter um tempo de permanência maior e 
portarem bagagens, o que exige uma infraestrutura maior de serviços para o 
seu atendimento. 
- Terminal interestadual: para serviço às linhas de transporte entre núcleos 
situados em unidades diferentes de federação. Estes terminais poderão, do 
ponto de vista dos usuários,assumir as características dos terminais urbanos 
e interurbanos. 
- Terminal internacional: apresenta as mesmas características citadas para 
os terminais interurbanos e interestaduais, com a diferença de que são 
geralmente, de maior porte e possuem uma maior gama de serviços e 
comércio (GOUVÊA, 1980, p. 20 e 21). 
 
 
 
3.2 Localização dos Terminais Rodoviários de Passageiros 
 
31 
 
Em relação à localização de Terminais Rodoviários, é necessário que sejam 
considerados os impactos no fluxo e na mobilidade do entorno, além da possibilidade de 
ampliação da construção. Segundo Gouvêa (1980), no processo de decisão, deve-se buscar 
uma maior proximidade com os corredores de transporte existentes, verificar as condições de 
rede de transporte quanto à capacidade. 
A localização deve ser feita de modo que o terminal não se torne obsoleto, mas que 
atraia o maior número de usuários, proporcionando uma maior eficiência ao sistema de 
transporte. São fatores relevantes na escolha da localização: a acessibilidade ao terminal, a 
identificação dos pontos geradores de demanda, as características de entorno, a proximidade 
com os corredores de transporte, a topografia da área, e imposições políticas (GOUVÊA, 
1980). 
 
3.3 Diretrizes aplicadas ao projeto arquitetônico de Terminais Rodoviários de 
Passageiros 
 
Para o desenvolvimento do projeto, buscaram-se referências bibliográficas – manuais, 
cartilhas e códigos, que dizem respeito à elaboração dos terminais rodoviários, estudando os 
fluxos e funcionamento dos mesmos. 
De acordo com a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos - EBTU (1998 apud 
RIOS, 2007), são recomendáveis alguns critérios de caráter operacional e de conveniência e 
conforto do usuário para orientação dos projetos dos terminais, como mostra a Tabela 5: 
 
 
OPERACIONAIS PARA CONFORTO DOS USUÁRIOS 
- Entrada e saída dos ônibus devem ser em pistas 
independentes; 
- Plataformas devem ser largas (>3,0 m) para 
possibilitar a formação de filas e circulação de 
pedestres; 
- A circulação deve permitir a ultrapassagem dos 
ônibus estacionados; 
- Plataformas devem estar providas de cobertura 
(contínua, localizada ou completa, conforme o 
caso e os recursos financeiros); 
- As travessias de pedestres devem estar - Junto ao terminal devem ser implantados 
Tabela 5 – Orientações para projetos de Terminais 
32 
 
concentradas, sinalizadas e com boa visibilidade 
recíproca (pedestres x motoristas); 
equipamentos públicos como postos de correio, 
telefone, sanitários, bancas de jornal, postos de 
informação. Posto policial, venda de passes, etc. 
- Nas entradas/saídas devem existir cabines de 
controle para uso das equipes de fiscalização. 
 
Fonte: EBTU (1988, apud RIOS, 2007) 
 
Segundo o Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros – 
MITERP (1976), publicado pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, o projeto 
básico deve atender às condições mínimas nele estabelecidas, que se referem ao 
dimensionamento, funcionalidade e qualidade de instalações. Além disso, deve se enquadrar 
nas especificações do código de obras aplicável. 
Nesse sentido, o projeto básico deverá prever: 
a) Áreas e dependências para os diversos setores de atividades; 
b) Sistema de sinalização e dispositivos visuais; 
c) Instalações e equipamentos, indispensáveis a seu desempenho operacional; 
d) Instalações para atividades comerciais. 
 
Sobre os fluxos dos terminais rodoviários, Meister (1980, apud CARVALHO, 2012) 
afirma que a circulação dos veículos está dividida entre os ônibus e os veículos dos usuários 
dentro dos terminais. Os ônibus devem ter uma circulação que priorize o acesso às 
plataformas locais. Já o acesso dos usuários ao terminal deve ser de fácil visualização e 
concordar com os níveis das vias externas de circulação. 
A circulação dos pedestres é formada através das plataformas de embarque e 
desembarque dos passageiros, estipulando dois fluxos de circulação. O primeiro circuito deve 
estar relacionado ao acesso ao terminal, seguindo para as compras de passagem, ao salão de 
espera e embarque aos ônibus. O segundo fluxo pertence ao desembarque do ônibus, 
recolhimento das bagagens, seguindo ao embarque privado ou coletivo urbano. A circulação 
de pedestres deve estar livre, o que faz com que seja melhor o uso de rampas ou escadas 
rolantes dentro do terminal. 
Em relação à acessibilidade, utilizou-se como referência a Cartilha de Acessibilidade 
elaborada pela ANTT, que com base na NBR 9050:2004 – principal norma que trata de 
33 
 
acessibilidade de edificações de uso público –, apresenta de maneira sintética os parâmetros 
técnicos a respeito de acessibilidade em Terminais Rodoviários. 
Além disso, foram consultadas as normas técnicas: NBR 9077:2001 – Saída de 
emergência em edifícios –, e o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – COSCIP, 
vigente no estado do Rio de Janeiro através do Decreto nº 897, de 21 de janeiro de 1976. 
O Art. 16º do COSCIP, estabelece que: 
IV - Para terminal rodoviário com área total construída inferior a 1.500m² 
(um mil e quinhentos metros quadrados) não haverá exigência de 
Dispositivos Preventivos Fixos Contra Incêndio prevista no Capítulo VII; 
V - Para terminal rodoviário com área total construída igual ou superior a 
1.500m² (um mil e quinhentos metros quadrados) será exigida Rede 
Preventiva Contra Incêndio prevista no Capítulo VII; 
VI - O terminal rodoviário com 2 (dois) ou mais pavimentos ficará sujeito às 
exigências previstas no Capítulo VII, onde couber, e outras medidas julgadas 
necessários pelo Corpo de Bombeiros. (BRASIL, 1976, p. 6) 
 
O Capítulo VII do COSCIP trata do projeto e instalação da Rede Preventiva Contra 
Incêndio (Hidrantes). As seções do capítulo preveem a utilização de reservatórios elevados, 
Art. 33 - O abastecimento da Rede Preventiva será feito, de preferenciam 
pelo reservatório elevado, admitindo-se, porém, o reservatório subterrâneo 
ou baixo, facilmente utilizável pelas bombas do Corpo de Bombeiros, em 
substituição só primeiro. (BRASIL, 1976, p. 9) 
 
O Art. 180 do Capítulo XIX – Do Escape, determina: 
Art. 180 – As edificações residenciais (coletivas e transitórias), públicas, 
comerciais, industriais, escolares, hospitalares, laboratoriais e de reunião de 
público, (excetuando-se as residenciais multifamiliares e garagens), com 
mais de 2 (dois) pavimentos e área construída, em qualquer pavimento, 
igual ou superior a 1.000m2 (um mil metros quadrados), bem como as de 15 
(quinze) ou mais pavimentos, qualquer que seja a área construída, terão, pelo 
menos, 2 (duas) escadas com distância, no mínimo, igual à metade da maior 
dimensão da edificação no sentido dessa dimensão, de modo que nenhum 
ponto do piso deixe de ter livre acesso a todas as escadas, nem fique a mais 
de 35m (trinta e cinco metros) da escada mais próxima (Figs. 16 e 17). 
§ 1º - As edificações dos tipos previstos neste artigo e que tenham mais de 2 
(dois) pavimentos, porém com área construída inferior a 1.000 m2 (um mil 
metros quadrados) em qualquer pavimento, não poderão ter nenhum ponto 
com distância superior a 35m (trinta e cinco metros) da escada mais próxima 
(Fig. 17). 
§ 2º - As edificações residenciais multifamiliares e as garagens servidas por 
rampa, que tenham 25 (vinte e cinco) ou mais pavimentos, estarão sujeitos às 
exigências do presente artigo. (BRASIL, 1976, p. 37) 
 
34 
 
 Com base nas determinações do Art. 9º, os terminais rodoviários são classificados 
como “Garagem”, estando dispensados das diretrizes estabelecidas no Art. 180. 
Tomando como referência as diretrizes apresentadas, a propostade um novo Terminal 
Rodoviário de Passageiros para o município de Macaé unirá a técnica, funcionalidade e 
mobilidade – aspectos necessários para garantir o seu funcionamento adequado. 
35 
 
4 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS 
 
Para o desenvolvimento do trabalho, foram utilizados como métodos a aplicação de 
questionários, com o objetivo de compreender o perfil e as principais necessidades dos 
usuários do atual Terminal Rodoviário de Macaé/RJ, bem como qualificar a construção e os 
serviços oferecidos na rodoviária. 
A pesquisa foi aplicada a uma fração amostral de 50 usuários, num período de duas 
semanas, através de um questionário online e em campo, no próprio terminal (Apêndice I). 
Os resultados obtidos estão exemplificados nos gráficos a seguir: 
Constatou-se que a maioria (58%) dos que responderam o questionário utilizam o 
Terminal Rodoviário ocasionalmente, conforme o Gráfico 4. Esse dado chamou atenção, 
devido à grande quantidade desses usuários mencionarem nas outras perguntas, ou durante as 
entrevistas, que utilizam com frequência o terminal. 
 
Gráfico 3 – Frequência de utilização do Terminal Rodoviário 
 
Fonte: Survio, a partir de dados da autora (2015). 
Os destinos mais frequentes de acordo com o questionário, são Campos dos 
Goytacazes/RJ e Rio de Janeiro/RJ, sendo também encontrados destinos como: Niterói/RJ, 
Nova Iguaçu/RJ, Itaboraí/RJ, Cabo Frio/RJ, Quissamã/RJ, Conceição de Macabu/RJ, 
Casimiro de Abreu/RJ, Barra de São João/RJ, Búzios/RJ, Carapebus/RJ. Como destinos 
36 
 
interestaduais: Leopoldina/MG, Caratinga/MG e São Paulo/SP. 
Entre os que responderam pela utilização diária ou semanal do terminal, os horários 
foram: “Sexta na parte da tarde e segunda de madrugada”, “Sexta à tarde e domingo à tarde”, 
“6 horas da manhã e 18 horas”, “17:00h”, “04:00h ou 14:00h”, “11:30h / 12:00h”, “8:30h - 
14:30h”, “23:00 horas”, “Manhã e noite”, “14:00/ 15:00”, “06:00h - 22h”, “manhã/noite”. 
Dessa forma, pode-se concluir que caracterizam o movimento pendular da cidade, sendo os 
horários determinados por trabalho ou estudo, podendo ser analisados no Gráfico 5. 
 
Gráfico 4 – Finalidade de utilização do Terminal Rodoviário 
 
Fonte: Survio, a partir de dados da autora (2015). 
Quanto ao meio de transporte utilizado para chegar ou sair do terminal, conforme 
Gráfico 6, a maioria dos entrevistados respondeu que utiliza ônibus urbanos. A necessidade da 
utilização desse meio de transporte para o acesso ao Terminal Rodoviário é evidente, sendo 
necessário em caso de relocação do terminal, priorizar o acesso aos ônibus urbanos. 
 
37 
 
Gráfico 5 – Meio de transporte utilizado ao chegar/sair do terminal 
 
Fonte: Survio, a partir de dados da autora (2015). 
Quanto ao tempo de permanência do Terminal (Gráfico 7), a maioria das respostas 
(52%) foi de até 30 minutos, mas boa parte também fica entre 30 minutos e 1 hora no terminal 
(38%). Assim, reforça-se a necessidade de locais adequados de espera e lanchonetes na 
rodoviária. 
Gráfico 6 – Tempo de permanência no Terminal 
 
Fonte: Survio, a partir de dados da autora (2015). 
38 
 
Foram questionados o grau de importância de serviços oferecidos e características de 
um Terminal Rodoviário, sendo eles: estacionamento, lojas, praça de alimentação, achados e 
perdidos, guarda-volumes, sala VIP, posto de informações e acessibilidade. 
A Tabela 6 demonstra que a maioria das respostas atribui o grau máximo de 
importância aos itens de acessibilidade, posto de informações, praça de alimentação, achados 
e perdidos, estacionamento, guarda-volumes, sala VIP e lojas. 
Tabela 6 – Grau de importância 
 
Quando questionados sobre o que acham da atual localização do Terminal Rodoviário 
(no centro da cidade), as respostas oscilaram entre “Boa” e “Ruim”. 
Entendeu-se que muitos acham a localização no centro favorável, por conta da 
facilidade de acesso. No entanto, muitos acreditam não ser mais possível a permanência na 
atual localidade, devido a impossibilidade de expansão. Dentre as respostas mais pertinentes: 
“O local é ótimo, se conseguisse atender com uma infraestrutura melhor, mas não 
acredito que seria possível devido à grande demanda, e por ser próximo ao centro da cidade 
e ter um terminal, não existiria local melhor”. 
“Atualmente a localização não é boa, mesmo sendo o centro da cidade, que é perto de 
tudo. Pois há uma grande movimentação de pessoas, e trânsito, além de ser pequeno”. 
“Boa localização, no entanto, pequena, não suporta o fluxo de passageiros e sofre 
 
Fonte: Survio, a partir de dados da autora, grifo próprio (2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
com o trânsito da cidade”. 
“Ótima localização. Porém a rodoviária está muito pequena e mal cuidada”. 
“Boa, é próxima do Terminal Central, e facilita o acesso”. 
“A localização é boa, mas a rodoviária precisa aumentar em tamanho”. 
“No caso da rodoviária estar localizada no centro, sua expansão é mais difícil por 
questões espaciais do local recente”. 
“Prático para quem depende do transporte público municipal, mas os ônibus 
rodoviários enfrentam e causam transito no centro e pela cidade”. 
“Péssima. Acredito que existe uma necessidade a curto prazo da rodoviária ir para 
um local mais afastado do centro e bem mais amplo”. 
“Ruim, pois em horários de muita demanda de ônibus o trânsito nos arredores da 
rodoviária fica caótico”. 
Quanto às respostas para a pergunta sobre o que acharia se estivesse em um local mais 
afastado do centro da cidade, as respostas mais pertinentes foram: 
“Se tivesse a possibilidade de aumentar, seria melhor, mas o acesso a rodoviária 
ficaria mais difícil. Deveria ser pensado algum meio de integrar as duas rodoviárias para 
que não atrapalhe a locomoção de quem mora no centro ou mais próximo dessa área”. 
“Seria melhor, pois os evitariam os "gargalos" que vêm acontecendo dentro da cidade 
e principalmente no interior do terminal. Sugestão; uma área qualquer na entrada da cidade, 
para haver um fluxo distribuído de veículos”. 
“Haveria mais espaço, mas necessita de transporte eficiente para chegar ao local”. 
“Desde que fosse maior e bem mais estruturada, seria eficaz”. 
“Precisaria de mais tempo para chegar à rodoviária, a rodoviária se localiza 
próxima ao terminal central, que é para onde vem ônibus de todos os bairros, facilitando o 
acesso e por questões de segurança, no centro já não é segura, imagine afastada”. 
“Pioraria. A possibilidade de expansão seria melhor, mas ia ficar mais difícil o 
acesso”. 
“Gostaria que de alguma forma houvesse uma ligação com a rodoviária do centro”. 
“Teria a possibilidade de um aumento do número de linhas, podendo se construir um 
terminal maior, mas em compensação seria fora de mão para os usuários que dependem de 
ônibus urbano para chegar até o terminal, sendo péssimo o transporte público”. 
“Acredito que se fosse um local bem próximo da mesma, seu a redor, e com uma 
infraestrutura boa, para que não se crie um outro problema para solucionar outro, seria uma 
ótima opção”. 
40 
 
“Ia melhorar muito a estrutura, a rodoviária de hoje não suporta mais a quantidade 
de pessoas que precisam utilizá-la”. 
“Ia melhorar, mas só se tivesse um meio de integração com a rodoviária do centro”. 
“Sem problema algum se no caso tivesse um terminal de ônibus ao lado e toda uma 
estrutura de mobilidade para facilitar a locomoção das pessoas”. 
“Seria uma alternativa, pois no centro da cidade não teria espaço suficiente para 
fazer um bom e grande terminal rodoviário. Em contra partida seria um pouco ruim para as 
pessoas que não conhecem Macaé poderem se localizarem e se locomoverem”. 
Por fim, quando questionados doque sentem falta na rodoviária, e o que poderia ser 
melhor, as respostas mais frequentes foram: estacionamento, segurança, melhor infraestrutura 
e limpeza. As respostas mais pertinentes foram selecionadas e listadas a seguir: 
“Sinto falta de uma estrutura adequada para uma rodoviária, principalmente pela 
importância que a cidade de Macaé tem, além disso, na parte da tarde não há um lugar na 
rodoviária de Macaé que não pegue sol, o que é desconfortável e transtornante”. 
“Segurança, dependendo do horário é muito perigoso. Os banheiros poderiam ser 
gratuitos”. 
“Segurança. Dependendo do horário, a rodoviária fica muito vazia e perigosa, e essa 
área fica repleta de moradores de rua, muitos dormindo dentro da rodoviária”. 
“Bancos para esperar sentado e mais espaço para circulação de pessoas”. 
“Polícia. A segurança poderia melhorar”. 
“Um estacionamento, bancos, salas-vip, e um espaço maior, a rodoviária é muito 
pequena e num local péssimo. Digo, o local é ótimo e o tamanho também, para uma Macaé 
de 30 anos atrás. Os tempos são outros e a cidade já não é mais aquela ‘aldeiazinha’. ” 
“Sinto falta na segurança! Por que lá não tem nenhuma, sinto falta de bancos pra 
esperar porque fico lá de 30 à 40 minutos esperando o meu ônibus”. 
“Lugares para esperar o ônibus. São poucos bancos, que não atendem a todos. A 
maioria espera em pé”. 
“Maior espaço para embarque e desembarque, melhor praça de alimentação”, 
“Um painel eletrônico com informações dos horários, uma arquitetura que promova 
proteção (pois ás vezes ventila demais e não promove a proteção do sol e/ou chuva) e uma 
sala de espera”. 
“Conforto, limpeza, boas lanchonetes, mais plataformas, estacionamento, ventilação. 
Acho que tudo poderia ser melhor, a rodoviária de Macaé é realmente muito ruim e deixa a 
desejar diante do dinheiro que a cidade possui”. 
41 
 
A aplicação do questionário foi essencial para o entendimento da percepção dos 
usuários sobre a rodoviária atual, sendo possível atentar para as questões levantadas e 
vivenciadas por eles. Dessa forma, auxiliar no desenvolvimento do projeto. 
42 
 
5 PRECEDENTES PROJETUAIS 
 
Para a elaboração da proposta aqui apresentada, foram realizados estudos de análises 
de projetos e/ou edificações. Estes auxiliam na composição do repertório para o 
desenvolvimento do projeto, e nas soluções a serem adotadas ao longo do mesmo. 
Os referenciais funcionais têm por objetivo a escolha de um projeto que se assemelhe 
ao que será desenvolvido quanto ao uso, englobando o programa arquitetônico, acessos, 
setorizações, e demais soluções projetuais adotadas. 
 Os referenciais plásticos auxiliam no embasamento do projeto quanto à sua estética, 
forma e materiais utilizados. Os tecnológicos servem de referência quanto aos materiais 
utilizados, e possíveis inovações tecnológicas empregadas no projeto. Já os tipológicos, 
devem ser analisados sob a perspectiva do volume a ser utilizado no projeto em relação ao 
espaço - disposição e quantidade de blocos, horizontalidade ou verticalidade. 
 
5.1 Terminal Rodoviário Consórcio Novo Terminal 
 
Em relação à funcionalidade e uso do projeto, foi selecionado como referencial 
funcional e tecnológico, o Terminal Rodoviário Consórcio Novo Terminal, localizado em 
Brasília/DF. 
Inaugurado em 25 de julho de 2010, com cerca de 20 mil metros quadrados de área 
construída, o empreendimento integra a inovação do conceito de arquitetura sustentável 
(SOCICAM, 2015). O projeto é assinado pelo escritório Reis Arquitetura, tendo a SOCICAM 
como administradora do edifício. 
O novo terminal rodoviário interestadual de Brasília tem personalidade definida pela 
grande cobertura metálica de forma paraboloide hiperbólica, que protege quase 20.000 m² de 
área (ARCOWEB, 2012), ilustrado nas Figuras 5 e 6. 
43 
 
Figura 5 – Cobertura metálica do Terminal Rodoviário 
 
Fonte: Portal da Copa (2014). 
 
Figura 6 – Fachada lateral do Terminal 
 
Fonte: Joana França (2011). 
44 
 
A edificação preserva a vegetação nativa e favorece a iluminação natural, que alcança 
toda área interna do projeto, e reduz o consumo de energia. O uso de ar-condicionado deu 
lugar a climatizadores que possibilitam o menor gasto de energia. Além disso, a água utilizada 
nos banheiros, na limpeza de todo o terminal e na irrigação é proveniente da chuva captada 
pelo telhado inclinado (Figura 6) de 10 mil metros quadrados (UNB, 2015). 
O projeto foi escolhido como precedente tecnológico, por apresentar o título de 
Eficiência Energética. Concedido pelo Instituto Nacional de Metrologia - Inmetro, 
Normalização e Qualidade Industrial, este só foi concedido para outros 10 prédios no Brasil 
(SOCICAM, 2015). 
O terminal respeita os padrões de acessibilidade: possui rampas de inclinação 
adequada, telefones e sanitários adaptados, piso tátil, balcões na altura apropriada para 
atendimento e central de informações com atendimento especial (SOCICAM, 2015). 
 O programa arquitetônico é composto por 32 boxes para ônibus, centro comercial – 
com 10 lojas e 4 quiosques, que garantem opções de compras e serviços variados. O 
estacionamento apresenta 148 vagas no estacionamento rotativo, 44 vagas no gratuito, e 15 
vagas no setor por encomendas. Além disso, conta com sistema inteligente de câmeras, 
bilheterias personalizadas e serviços como painéis eletrônicos contendo informações sobre 
partidas e chegadas (SOCICAM, 2015). 
Como referencial funcional, o projeto representa bem a tipologia arquitetônica 
rodoviária, através do programa arquitetônico, setorização e fluxos bem resolvidos, como é 
possível observar através das Figuras 7 e 8. 
45 
 
Figura 7 – Setorização do Terminal Rodoviário 
 
Fonte: ARCOWEB (2012). 
 
Figura 8 – Setorização do Terminal Rodoviário 
 
Fonte: Blog Cícero Art. (2015). 
Dessa forma, a partir desse referencial tecnológico e funcional, serão utilizados para o 
46 
 
projeto final do novo Terminal Rodoviário de Macaé/RJ, o conceito de eficiência energética 
através das soluções arquitetônicas adotadas, bem como programa arquitetônico, 
possibilitando conforto e funcionalidade através de todos os serviços necessários de apoio ao 
usuário. 
 
5.2 Sede da “Fancy” Retail 
 
Localizado na Bélgica, a Sede da “Fancy” Retail foi projetada pelos arquitetos da 
Urban Platform em 2009. Com área de 10.759 m², o projeto foi implantado em uma zona 
industrial da província de Hainaut, região rica em história industrial (ARCHDAILY, 2013). 
A volumetria apresenta linguagem arquitetônica composta por linhas retas, ângulos 
agudos e pontos de inflexão, traduzem o dinamismo que deve ser legível em vários aspectos. 
(ARCHDAILY, 2013). Este, relaciona-se com a flexibilidade vivenciada em um terminal 
rodoviário de passageiros, sendo escolhido como precedente plástico do projeto. 
Os materiais utilizados na fachada – madeira, vidro e revestimento metálico (Figuras 
09 e 10), de natureza e aplicação simples, aliados à arquitetura de traços retos e marcantes, 
caracterizam os referenciais plásticos a serem utilizados no Terminal Rodoviário de 
Macaé/RJ. 
 
Figura 9 – Vista da construção 
 
Fonte: Archdaily (2013). 
 
47 
 
Figura 10 – Fachada Lateral. 
 
5.3 Sede da Companhia Massimo Dutti 
 
A nova Sede da Companhia Massimo Dutti, foi projetada pelo grupo Battle i Roig 
Architectes. O edifício está situando nos arredores de Tandera, em Barcelona, região 
caracterizada por ser uma antiga zona industrial, localizada em área mais afastada. 
(ARCHDAILY, 2014). 
O edifício apresenta 220 metros de comprimento e 60 metros de largura e conta com 3 
pavimentos. Seu acesso se dá a partir dotérreo, sendo os outros dois pavimentos 
exclusivamente dedicados às áreas de trabalho (ARCHDAILY, 2014). 
O projeto foi utilizado como precedente tipológico, uma vez que apresenta como 
características a horizontalidade. (Figuras 11 e 12). 
 
Fonte: Archdaily (2013). 
48 
 
 
Figura 11 – Vista da edificação. 
 
Fonte: Archdaily (2014). 
 
Figura 12 – Fachada frontal da edificação. 
 
Fonte: Archdaily (2014). 
49 
 
6 PROPOSTA ARQUITETÔNICA 
 
6.1 Escolha do Terreno e Localização 
 
A escolha do terreno e localização de um Terminal Rodoviário de Passageiros deve ser 
considerada sob os aspectos de facilidade de acesso, características do entorno, e 
possibilidade de futuras expansões. 
O terreno encontra-se na Estrada Linha Azul, no bairro Botafogo. Situado na porção 
oeste da cidade (Figura 13), o bairro caracteriza-se pela concentração de equipamentos 
públicos e institucionais, assim como por ser um vetor de crescimento da cidade (Figura 14). 
 
 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de Macaé, grifo próprio (2015). 
Figura 13 – Localização do bairro Botafogo em relação à cidade. 
50 
 
 
 
A área para desenvolvimento do projeto encontra-se próxima a vias estruturantes da 
cidade: Estrada da Linha Azul, Estrada da Linha Verde, Rodovia RJ-168 e Rua Dr. Télio 
Barreto – vias de trânsito rápido que estabelecem conexões com as demais zonas do 
município (Figura 15). 
 
Figura 15 – Localização do terreno em relação aos principais eixos viários do município. 
 
Fonte: JLAA (2010), grifo próprio. 
A RJ-168, corta a cidade de leste a oeste, ligando a região Serrana do município à 
Região Central. A Rua Dr. Télio Barreto, é a continuação da RJ-168 até o centro de Macaé. Já 
a Linha Azul, caracteriza-se por fazer parte do anel viário como alternativa de deslocamentos 
para a RJ – 106 no trecho urbano da cidade. A via termina no Bairro Nossa Senhora da Ajuda, 
Figura 14 – Área do bairro Botafogo como vetor de crescimento da cidade. 
Fonte: JLAA (2010), grifo próprio. 
51 
 
e desse ponto há duas ligações viárias importantes: a Estrada Municipal 001, que se conecta 
com a Rua Hildebrando Alves Barbosa - para a ligação com o centro de Macaé; e a Avenida 
Industrial - para a ligação com a RJ-106, no extremo norte do município (JLAA, 2010). 
A Linha Verde representa a ligação viária entre a RJ-168 e a porção sul de Macaé, 
constituindo uma continuidade do anel viário composto pela Linha Azul na direção sudeste e 
passa por áreas não ocupadas até o cruzamento com a Avenida do Aloizio, por isso apresenta-
se desconectada da malha urbana nesse trecho (JLLA, 2010). 
Nesse sentido, conforme indica Gouvêa (1980), a escolha do terreno (Figura 16, 17 e 
18) foi feita de modo a buscar uma maior proximidade com os corredores de transporte 
existentes, facilitando o acesso de veículos e pedestres. 
 
Figura 16 – Interior do Terreno 
 
Fonte: Acervo pessoal (2015). 
 
52 
 
Figura 17 – Vista do terreno da esquina da RJ 168 e Linha Azul. 
 
Fonte: Acervo pessoal (2015). 
 
Figura 18 – Proximidade com os acessos da cidade 
 
Fonte: Acervo pessoal (2015). 
53 
 
6.1.1. Características topográficas e climáticas 
 
Para a localização do Terminal Rodoviário, e com o objetivo de encontrar as melhores 
definições arquitetônicas, também foram observadas as características topográficas do terreno, 
e características do clima local – temperatura, umidade relativa, insolação e regime dos 
ventos. 
Na região onde está inserido o terreno é possível notar a presença de grandes vazios 
urbanos e topografia plana, possuindo regiões alagadiças em sua proximidade, conforme 
ilustrado na Figura 19. 
 
Figura 19 – Características topográficas da área de implantação do terminal. 
 
 
 
A cidade possui clima tropical semiúmido e temperatura média anual de 23,5ºC, sendo 
os meses mais quentes janeiro e fevereiro, com máxima absoluta de 39,6°C. Já nos meses 
mais frios - junho, julho e agosto a temperatura mínima absoluta chega a 9,5ºC. Esta 
amplitude térmica considerável é ocasionada pela troca de ventos entre o litoral e a serra, 
relativamente próximos (JLAA, 2010). O vento predominante é o Nordeste. 
Assim, a implantação no terreno deve ser feita de modo a garantir uma melhor 
eficiência energética, a partir do aproveitamento da iluminação e ventilação naturais. 
Na Figura 20, pode-se observar que a face do terreno localizada na Rodovia Christino 
Fonte: JLAA (2010), grifo próprio. 
54 
 
José da Silva Júnior – RJ 168, receberá o sol poente, que também afetará a “Rua Projetada”, 
proposta no projeto. Já a face lateral direita receberá o sol nascente, que incidirá também na 
face dos fundos do terreno, onde também terá a predominância do vento nordeste. 
 
Figura 20 – Trajetória e Orientação Solar 
 
Fonte: Arquivo pessoal (2015). 
 
6.2 Previsão de construção de um Novo Terminal no município 
 
Está prevista a construção de um Terminal Rodoviário no município, em um terreno 
localizado na RJ-168. No entanto, o mesmo se encontra na ZR-1 (AR), Zona Residencial 1, 
em Área Reservada (Figura 21). Através de regulamentação do Código de Urbanismo da 
cidade, essas áreas possuem vocação natural e interesse público para criação de áreas verdes e 
parques urbanos, que associem as funções de preservação ambiental, saneamento e lazer. 
55 
 
 
Figura 21 – Área prevista para implantação do Terminal Rodoviário. 
 
 
Fonte: Código de Urbanismo de Macaé (2010), adaptado pela autora. 
Segundo o Artigo 112, do Código de Urbanismo de Macaé, “A definição de Áreas 
Reservadas implica em prioridade para elaboração de estudos e projetos de urbanização, 
investimentos e ações de recuperação e manejo ambiental, bem como para concessão de 
incentivos a investimentos privados”. 
Além da regulamentação do código para que as áreas verdes reservadas sigam as 
aptidões especificadas, o terreno previsto para a construção encontra-se cercado por áreas 
alagadiças, não sendo recomendável a implantação do Terminal Rodoviário nesse local 
(Figura 22). 
 
 
 
 
56 
 
 
 
 
 
 
6.3 Parâmetros Urbanísticos 
 
Para o desenvolvimento do presente trabalho, além dos aspectos referentes à 
viabilidade de implantação quanto ao sistema viário, a escolha do terreno considerou os 
parâmetros urbanísticos locais – zoneamento, taxa de ocupação, coeficiente de 
aproveitamento, recuos e afastamentos e arquitetura das edificações próximas. 
O desenvolvimento do projeto de arquitetura será feito em conformidade com os 
parâmetros urbanísticos estabelecidos na Lei nº 141/2010, que dispõe o Código Municipal de 
Urbanismo no município de Macaé. De acordo com o ordenamento urbanístico, a implantação 
de um Terminal Rodoviário de Passageiros é permitida nas zonas e setores viários constantes 
no Grupo III - Usos especiais - espaços, estabelecimentos ou instalações sujeitas a controle 
específico ou de valor estratégico para a segurança e serviços públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: JLAA (2010), adaptado pela autora. 
Figura 22 – Área prevista para a construção do Terminal Rodoviário 
57 
 
 
 
 
 
Com base no Anexo I do Código de Urbanismo, o terreno está inserido no Setor Viário 
Estrutural 3-A (SVE 3-A) (Figura 23), que possui as seguintes características: 
Art. 103. Os Setores Viários compreendem áreas ao longo de eixos de 
circulação, cuja ocupação e utilização dos lotes lindeiros, excluindo as faixas 
de domínio não edificáveis, deve estar integrada à hierarquia viária 
estabelecida. 
§ 1° Os Setores Viários, de acordo com a via em que se situem,

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